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PUVUERERET ERTS ST OPCE LER ET ERT TNE er eee eee Desembaracgando ocupacdo e atividade Doris Pierce, PhD, OTR/L, FAOTA, Endowed Choir in Qucupationcl Therapy, Eostem Kentucky University, 103 Dizney Building, 521 Lancaster Avenue, Richmond, Kentuky 40475; doris pierce@eku.edu. (Copyright: Untangling Occupation ond Activity by the AJOT, March/April 2001, ¥:55, n:2; by the American Gccupational Therapy Association, Inc. Reprinted with permission. Tradugo: Joane Benetton Cecilia Cruz Villares Polovras-chave: classificagao ~ atividades & SE que. “precisom ser Gaon Geupagse}é detinida equi come umo “experiénci dentro de um contexto tnico. Alividede]é delinido como uma idéia geral, compariilhada culturalmente, sabre uma caiegoria de agdo. A compreenséo das questéer de subjetwidade © contedo, relatives 008 conceitos de ocupagée @ atividade, ¢ um elemento-chave para podermos desemborolhar os dois tarmos. A difstenciaghs proposta deter dois concetics, em dafinigSes distintos 6 congruente com suas origens histéricos e com tendéncios atuois de definigéo. Se ocupacéo_e ot reconhecidas como Adiferenciagda entre ocupagio € affvidede trord ‘uma claredo que inh enriquecer o discutso dentro da disciplina e da pesquisa, e também aumentord a clicdcio de intewengéo, confionga ¢ @ forgo paltica da profissdo. Ocupagio & atividede s6o dois conceitos cenirais om terapio ocupocional, porém seus ‘significados 18m permanecido entrelacudes desde ‘a comego da profisso. Os termos ocupogéo & afivide: geral usados de moneira intercambiével (Golledge, 1998). A falta de diferenciagdo entre os dois produz um efeito desanimedor no discurso disciplinor, impede pesquisa, redur a confianca € a eletividade dos profissionais, e abota o vor polfica da profisséo. Tal como o desatar de um né em um projeio macramé ou liberar uma peso-chave de vm puczle, desembaracar 9 significado de ocupagio g.olividode!libarardfratey ne dieeipling #:na proliss6o, Eu ofirmo neste arige que ocupagio & atividade 360 dois conceitos distintos, com problemas @ potenciais especifieos. Jé @ hora de separar ocupogée de atividede, = ‘A &nsia de questionar as definigoes dos conceitos principais de um compo de estudo irresistivel pora académicos. Estes debotes revelom uma cultura acad@mico saudével ¢ envolvente, que Revista do Centro de Estudos de Terapia Ocuporional - eno Bn? B - 2003, 13 1996; Wood, 1994). No compo do antropologia jé foram propostas mais de 500 definigées de cultura (Moore, 1992). Os antropélogas véem a cultura como algo sempre presente & ogindo em todos os aspectos da vida, e isso & tipico da perspectiva de uma disciplina sobre a suo construgdo central. DefinigSes dos conceitos centrais sé0 a bose das pesquisos de uma disciplina e formom o trecigéo de pesquisa o parlir de suas énfoses © de seus valores. Em terapio ocupacional, a necessidode de definigSes cloras de ocupagio e alividede & Jambém insigada por forgas compelilivas 70 atual contexte do sistema de satide. A reivindicagso de ‘ume fatia do mercado pela profisséic ¢ sustentada pela delinigso de como ocupacéo e afividade dao sentido & vida humana, ¢ como possuem poder lerapSutico para a recuperagie. A ‘American Occupational Therapy Associatian [ACTA], talvez impaciente com a lentidée dos publicagées e com os deliberagées conflitvosos dos ocadémicos, 18m tentoda clorificor conceitos através de comilés e documentos oficiais (ACTA, 1983, 1994, 1995}. Entretanto, nao & fungdo de ‘essociogées profissionais criticar teorias ou crior concsites novos. "O propésito de uma profissao 6 prover um servigo necessério para a sociedade. © propésito de uma disciplino € geror e relinor um corpo de conhecimento.” (Ottenbacher, 1996, p.329). Felizmente, os académicos permanecam figis 0 sua natureza e a discussée acerca do tema esté crescendo. ~ Para desfozer o emamnhado entre ocupagio & otividade, vdrias estratégias j& foram sugeridas. Nelson (1997) propés que banissemes o conceito de otividade e oderissemas apenas 4 ecupagdo. © advento da ciéneia ocupacional (Zemke & Clark, 1996) parece fer estabelecide um selo académico para @ conceite de ocupagio, enquanto que © conceit de atividede recebeu pouca alunge emplico. Alguns autores tentaram estabelecer uma relac&o de hierarguia entre ocupagée @ atividode (AQTA, 1994, 1995; Cynkin, 1995; Gray, 1997). © uso de extruturos categéricas come forma de erganizar v coneeitos importados tem uma histrio respeitvel em Terepie Qeupacional (AQTA,199: Christionsen, 1994, 1996; Lamport, Calley, & Hersch, 1993; Groy, 1997; Kielhotner, 1978; Mosey, 1992; Trombly, 1995; Yer, 1998) Entretanto, com base na discriminacéo dos definigoes proposta aqui, consiruir ocupagaa € atividade como subclasses uma da outa nio seria légico (Foucault, 1970; Russell, 1989). Além disso, este empenho agiria conira a compreent’o dos dois conceilos como entidades distintas & igualmente imposontes. Neste arligo ev propenho definigses da ‘ecupogie ¢ olividede que desembaracam exces, Jermos em dois conceiles iquolmente volides. As definigées serdo sequidas de (0) uma explicogSo de come atividode e ocupagée séo diferentes ‘em relagoa a sua forma de lidar com subjelividode: e-contexto; (b) uma descrigdo da congruéncia dos definigoes propostas de ocupagic.e atividade com suas origens histéricos € definigdes alvais; (c) uma breve revisio das relagdes potenciais entre 05 dois conceites. Par fim, eu comento solve coma poderemos fortalecer a disciplina ¢ a profissée ‘a0 separar esles dels concsitos cents, —~ Definigées propostos de ocupugéo & atividade Uma [ecupagie] ¢ uma experiéncio individual, singulor espacfica, corsiruide pessoolmente nde reproduttvel. Isto é uma ocupacéo & um evento’ subjet stivowdbeiokorre numa percebida de espago, tempo ¢ condictes = cultyrais, que s60 Gnicas naquele momento. expectlico, Uma sevpagSe tem uma forma, um filme, um €6 a TRevisto do Contto da Estudos de Terapia Ocupacional - ano 8” B= 2003 ‘@ 8 um fim, Um ospecto LULL GGG HTU TTT qnit CULEKEKECKAATALALK ELT VERORORUVVVVIVVVRVMULEVIVITIVIVUOUUUTI VTC CEE come tilhodo ou solitério, um sentido cultu pessoal ¢ um nimero infinite de outras + qualidade contertuois percebidas. Uma. peste gua eeupagée antes, durante e depois destas econtecerem, Embora uma ocupagée possa ser observada, a interpretagéo do sentido ov contaido emocienal de uma ocupesde dada por eutra pessoa além daquela que vivenciou aquele momento € necessariamente inexata. - Umo [olividede]é yma idéia que esi na rent dos pessoas © em sua linguogem culturol ‘comporihado. Umo otividade & classe geral de ‘agées humanas culturalmente definidas. ‘ignficado dado pelo senso comum de cv como brincar ov cozinher nos possibili armos de forma acessivel e ampla em fermos gerais sobee cotegorias de experiéncios de ocupacde. Uma aiividade ndo 6 vivenciada porume pessoo especifica, ndo 6 observavel como um acontecimento € no & locolizdvel em contedo espago-temporal @ sociocuttyral Exemplos: diferencianda ocupaséo & atividade usando as definicées propostas Pore ilustrar a diferenca entre as definiges, pense jo. de comer provavelmenite série de imagens ¢ sensagbes, agdes, , lugeres onde alvez imogens alge talver uma imagem come! comemes, ulersfl fala sobre ‘comer’ para_um grupo, cada owinte uma representagdo mental diferente, “bungee: “tabalhar” jumping” G0 outs idéios gewis de vidades. € uma idgia; ‘ou fazer Uma pessoa néo precise ter feito uma alividade pare compreender © seu senfido cultural Agora, lembre-se do seu café da manhé hoje cedo. O que vem & mente pode ser quando e onde voc8 fomou café, © que voc comou, © seu humor naquéle momento, © que significou ter fomade café da monhé nequele momento, quem estava [é, oulmas coises que estavam acontecende 2 sva volta, seus persomentos enquonto comig, 0s pons inicaise Finals, a a saqi&ncio, os lures, og sons, os cheites, gostos e texluras, Foi yma experigncia, 0 sua experiéncio, ¢ qunen mais saré Teve um certo repetide daquela forma, e) sentido em sua vido. um contesto real. 0 jempo, o lugar, 0 grupo lial que voct opreendeu Umo perspectiva-chove pora diferenciar ocupagio e otividade & « subjelivid oct pocio € a experifncia de uma pasioa, que cujos_significados 360 compo rilhados culluralmente @ no se origina em uma pessoa. Exemplos: diferenciando otividade ocupagao em termos de subjetividade Considere 0 exemple de “comprar”. Comprar pode ecomodar todes os tipos s_de pessoas, contextos € sentidos didrios. Compror é uma otividede — uma idéia geal compartilhada culluralmente sobre esse fozer. Mos quando compradores s60 abordades com 0 pergunio sobre 0 que estéa fozendo, eles relatom experidncios ocupacioncis especifices. “Eu estou procuranderum-anel-de'noivado.” “Eu estou consirvindo um deque e preciso de 14 buchas de seis centimetos.* “Ev 6 estou curtindol” Coda ‘pessoa rola suo ocupacio imediaio, subjetiva 2 construida individuolmente_ ‘evista do Centro re Estudos de Teropia Ocupadional - ono 8 =n 8 - 2003 1S ‘A importéncia de valorizar a perspectiva individual em ocupagdo- Ocupagses_¢ allvidades séo_fatmomente relocionadas porque @ expeniéncia pessoal & formada por, ¢ forma, a experiéneio cultural ompatihada (Bourdieu, 1977; Heidegger, | Malinowski, 1978). Horris (1981) descreveu o cexsifncia complernentar dos sentido ‘eric’ o pati de ‘phonemic’), 0 significado interpretado individualmente, e ‘etc’ (a partir de ‘phonetic’, que & derivedo de uma classificoco cultural (Christiansen, 1994; Pierce and Frank, 1992}, As -duas perspectivas sa essenciais para os ferapeulas ‘ccupacionais, tanto no prética clinica como no campo da pesquisa. « fo are) ets uma_experiéncia pessoal, construida_pelo individuo (perspective ‘emic), 08 valores humanisticos da_prafissco esiao cloromente representados dentro dé vn definigio basica o partir da qual 0 i lem ser construidas. A 1983, 1991). A formagao. to acupaciona! busca desenvolver um profissional que compreende a experiéncia da doenga © ‘busque o rudange 0 partir das experincias de go de seus pacientes (Mattingly & Fleming, 1994). Para 0 lerapeute ocupacional, uma vide bem vivide é definida pela pessoa que a esid vivendo. © crescente uso de metodologias quolitativas na pesquisa de terapia ocupocional & ume indicogso do compromise da proliss6o com a perspectiva subjetiva (Carlson & Clark, 1991; Yero, 1991). O maior foco teérico das pesquisas na questao do ceupagde em relegderd affvidade; tombiert sugere que perspectiva ‘emic’, construida subjetivomente, 6 mais valorizada que a perspectiva ‘etic’ fernecida pelo conceito de atividade. " A importéncia de volorizar a perspective cultural em atividade Contudo, o_perspectiva ‘etic’ de idéios comparithodas culturalmenie sobre o lazer no, deve ser descortada. Alividodes oferecem oo campo um modelo geral descrivo © preditva © respeito da experitncia humana tipico. Trabalho, brineer, cuidor-se, descansar e tudo © que se relaciona o éstas praticos, sdo alividodes. Atividades também s6o repletos de valores caullurais, como por exemple, © jeito “cero” de fazer algo. Fstes valores podem ‘tuar como quios ieslodes otravés do fompo para a experiéncia ‘ocupecional ov como sistemas opressivos que limitam o liberdade e a crictvidade. Por exemple, na cultura ocidental, © troblho pogo é edremamente yolorizado, enquania o trabalho doméstico © « diversBo tm um valor mute baie (Primeau, 1996). Por causa dos significados culturois que represeniam, iaéios de alividods roramente podertio ser oplicadas de yma cultura pare ouira, Cade cullura feré os sues prOprias idéias de otividode. Teropeuios ocupacionois fever conhecer as normas e as expectativas inerentes as idéios de aiividade © 2s opgoes de atividades comumante consideradas pelos pesious de ocordo com sve idade, sexo, ov eulira.~ O segundo n6 para desatar atividade & ‘ocupagdo: [Contexto) A’ segunda principal perspectiva, para dilerenciar eex/pageo de atividade, ¢ o contest. Existe ume diference significatia ent 0 context ‘de uma experiéncio ocupacional que noo repetir © que podemos locolizar especificamente, © os expectativos flexiveis © gercis sobre contexto quaystovassociodos.c:uma idtia de alividade, intexio] ¢ comumente concebido como_algo que exisle além ou em volta de uma pessoo, © ‘que possui dimensées espacizis, temporais © sociocullurais. (Pierce, em impress6e) Contexio ve T Revita do Conta de Etudor de Terapia Ocupacional -ono 8 -n® B - 2003 WAV Ut VUVUTTALAVGIVVTATTT TG POU U HOUR UDR U UVR RR RR TRE U UU U UU UU TCU UCU eee espacial inclui © corpo 0 partic do qual uma pessoa age, clém de os obietos, espacos ¢ condicées do seu ambiente fisico. Contexto temporal inclui a hora do dio, a seqUéncia, a durag6o e outros quolidades temparais. O contexto sociocultural inclui pessoas, relagoes, insttuig6es e significados sociais © cullurais da situacéo. Em uma ocupocio, a pessoa pereebe ‘do experiéncia. A ocupogie & concretizada e idéios de dade, por suo vez, véin corregadas de expectatives contertuais relativomente flexiveis, Exemplos: contextos de ocorréncia de ocupagii, contextos provaveis de, atividade Considere “acampar” como. um exemplo da forma come © contexte difee entre ocupagio e atividade. (A expériéincia eaupacional| de acampar de, pessoa feré condicbes especiicomente perebid quem estava [6, 0 temp Cominhodas ~ todo o corteto espacial, emporal« sociocultural da experién (Giwdade de ocamipay é uma idéia com implicacbes Gerais em relago co conketo; falver uma Baraca no floresta, um rime lento, fogueito, Ae jode ¢ falta de detalhes na idéio de neve no Artico ou na oreia, em uma praia, O conteo do olividade ndo é real no sentido de que ela no acontece realmente, portanto ndo 6 percebida. Em uma idéia de afividade, © cantexto 6 “apenos_ “oma probabilideda. O conteto da otividode existe no mente dos pessoas de uma cult, ene os verses voriéveis de uma idéia de atividade. — A Impossibilidade de repeticgo de uma ocupacéio devide ao contexte temporal A natureza néo-repetitive da contexto de cocupagéo © diferencia oindo mais do otividads. Os aspectos espociats e socioculturais de uma entre ocupag ocupagée alé podem ser de elguma maneira reprodvziveis, mas isto seria muito incomum. © contexio temporal é impossivel de se repeti Qcupagies tém ur dio, ume hora, uma draco, um ritmo 2 ume sequénca que se repelir ne fluir do tempo. E cloro que o tempo pode ser percebide como sendo cielico (Holl, 1983). Em ‘ocupacées ollamente ritvolizodas, por exempla, pode-se sentir'a amogbe de estar repetinde experiéncias passados. Ainda assim, ume pete do é 0 mesma coda vez que ela ou ela se envalve am uma ecupogoo ritvalisticn, @ 6 expenéreia & sempre diferente. E mesmo o mais ardenta ‘delensor de uma visGo ciclica do tempo tombs opera em uma percepcto do tempo linear no cea € e316 sujeito a um tempo de wide que 6, infelzmente, limitodo. Assim, 0 impossiblidode sepeficbo de umn oc uposbu eskiseeel aa Eee fempo & uma diferensa crucial idode. Uma ocupocéa ‘aconiece somente urna vez. Alividedes no > decorer do fempe, a noo ser de forme variedo, come uma idéia sendo comunicado, ov na mente das pessoas de uma cuilura Andlise critica das origens histéricas © visées atuais sobre ocupagdo ¢ atividade A diferenciagéo proposta neste artigo & sustentado pela onélise critica dos perspectives histéricas € alvais sobre otwvidede © ocupagio. Qs dois conieites 18m origens teéricos distintos que se encaizam com os definigdes propostas ‘Apesur do vasle emaranhado dos ados de ocupogdo « otividade, os signi definigGes atuais de ocupacde movem.se no diregao de id uma experiéncia individual, enguonto que definigBes otveis de lode enfatizom cada vex mais uma idéia humene, A congruéncia dos definigées de Reveta do Centro de Eaudos de Temple Oeupotionl - ano B- 0B - 2003 7 cote: otividade & ocupastio propestas com svar roizes teéricos e fendéncias atuais de definig6o, sustenta «0 utilidade potencial da diferenciagé0 das dois conceitos para @ disciplina e pora a prolissoo.< Inicios separades: origens histéricas de otividade e ocupagao _o A(gnilise de afividede)nosceu da adogée entusiasta por noses fundadores das teorias da Frederick Taylor (1911/1967) © de Frenk e Lilion Gilbreth (1911, 1916/ 19730, 1916/1973b, 1920/1973c), que descreverom as otividedes Peloqui 1991). es detothadas. dos ferr s: ligors + Tipos de trabalhos fsicos & industriat - Frank Gilbreth (1991) foi nomeade ‘membro fundador da “National Society for the Promotion af Occupational Therapy" (Sociedade Nacional para a Promogée do Teropio Ocupacional). No Franca, Amar (1919/1980) a abordagem de atividades industriais Guerra Mundial, Ele avoliou cuidodosomente jabolho, usando goniémetras @ dinamametros, Os veteronas eram entoo reinados pora retomar estos fungies através de ‘exercicios fisicos graduodos, do oprendizado de atividedes manuais € da utilizagéo de préleses, Nesta abordagem de ondlise de otividades, 0 ppadrdo culturalmente correto quiova a intervengio, ‘A Terapia Ocupacional nos Estados Unidas incorporou diretamente a teoria de eficiéncio industrial como o que havia de mais avangado naquele tempo, fazendo do expertise em afividade co corto de visitas do profisséo (Creighton, 1992; Peloquin, 1991}. —D O significado defecupagso|néo est6 enroizado na andlise padronizoda de tarefos, mos:sim na “expariéncia da pessoa (Clark, Wood & Larson, 1998; Meyer, 1922/1977; Feloquin, 1991}. Ao adotar os valores do movimento de tratamanio morol, 05 fundadores da Terapia Ocupocional enlotizoram a iva da pessoa envolida na intervenco & 93 mudangos em. suas oti toting didrio soudavel (Slagle, 1922). Em seu freinamento, os feropeutos erom incentivadas a “buscar © corog6o" (Corlova & Ruggles, 1946, da, que lose feabilitar pessoas especificas. Em 191 pediu que fossem realizodes pesquisos sobre a feta diferenciada_com que cado cliente 1991). Os valores do Movimento de Artes Arlesanoto s6o cleramente entrelogados na definigao de ecupagio: « imporiéncio dos frabothos artesanais, a qualidade do experiéncia de cada trabalhador e um espirito de resistiincia ‘cos efeitos massificantes da industrializagéo (Clark ect al., 1998; Cross, 1990) Revisando as origens histéricas de ocupagdo afividade, podemos ver que © emoranhada de suas definic6es tem origem em uma dindimico centre duas| teSricas distintas que foram incorporedas _simultaneamente_na_base do ‘conhocimenio da_profissdo em seus priméxdios. ‘As tearios iniciais-o partir das quais estes doi coneeites brolarom eram dislinios, especolmente no énfase que devam a i doe experiéncia do pessoa que estava senda lraiode ‘a teropia ocupocional. Ademais, © campo ainda era navo € 0 trabalho de diferenciar estas perspectivas relacionadas ndo era uma das {questdes mais importantes. Hoje estamos em um momento propicio para uma teoria mais ertico © 0 emaranhado pode ser desfeito. ie Tavis do Cento de Eitudas de Terapia Ocupacional - ano 8 =n 6 - 2003 a PDR DRE DRE ROR ERO RR ORS errr OOSSCSCSFCSFSFFOVVGGVVESTTVVIVIVIVUVOUVIUVIVVIUU UU Definigées ctuais de atividade ocupagéo: Uma diferenciacto emergente Existem muitos definicdes de ocupagéo e menos 4) definicdes de atividade. As definicées de ocupagdo diferem em seu propésita: comemorativa (Clark at al, 1991; Yerxa ef ol, 1989], funcionalista (Crabtree, 1998), ov boseada em uma esi fedrica distinta (Barreft & Kielhofner, 1998; Nelson, 1996, 1997; Wu & Lin, 1999). Proticamente todas a: definigdes de ocupasao se apdiam na palavra ‘ofividade’, E interessante notar qué @ nacessidode de definir otividade no se fz tao evidente. Talvez ecadémicos tenham rejeitado © conceito de atividade considerando-o um coneeite de menor volor para investigagSes (Golledge, 1998; Nelson, 1997). Entretanto, uma revisio das definigées otuais demonstra que os dois conceitos estao ficando cada vez mais claros, separando-se simetticamente com a dilerencia gio proposta aqui. ‘A odogio do conceito de stividade intencional pela AOTA & imporonte para 0 compreensio atual do conceifo de atividade. Em um artigo onde expressa suo posicéo, 0 AOTA (1983) declarou que atividades teraputicas deveriam incluic um objelive que fosse discemivel para o client, Resquises derom suporte a esta posi demonstrondo que alividades intencionais eram mais efetivos do que exercicios mecBnicos, repetitivos (Lin, Tickle-Degnen, & Coster, 1997; Steinbeck, 1986; Trombly, 1995; Yoder, Nelson & Smith, 1989), Um exame dos métodes pelos quais estes estudos atributrom propésito 6 atividade mostra que o foco desies estudos nao era © quanto atividades teropéuticas eram mais ov menos valorizadas pelos clientes, mos_se exercicios ies quanto afividades com obietivos doros desenvolvides pelo ferapeuta, fois como operar uma furadgira com um pedal ov mover uma bolo de pingue-pengue oo espremer um tubo de ar (Breines, 19B4; Steinbeck, 1986). Com base nestos evidéncias, ‘otividede infencional’ apresenta uma evidente falta de otengao oo contexte (Golledge, 1998). MExakin] (1995) defioiw otividade como“ resultado observival do uso das mBat 90 serem izadas pela menta a pelo vontade” (p.7), adogio d dot por Reilly (1974) pora descrever o comportamenta idade @ uma quesiGe de escola orias sociocuturois amplas ar, brincar ou evidar-se. aquelas coors rere A andlise da atividedes, tol como € ensinada hoje, foi largamente convertida e orgarizada num formato do terminolegia uniforme da profissio (AOTA, 1994) que claramente delineia or ospectos componentes da atividede o ser analisada pais et al., 1993), Crepeou (1998) descreveu 0 andlise de atividede como oo ied irés_aspecio: catividede focoda em uma tarela” (p.136) & umo forma de compreender formas tipicas de fazer as coisos, seus significados culturnis & hobilidades envolvidas. A “andlise de atividode focoda na feorio (p.1 45) acrescenia uma teoria da prética 4G andlise de satividade focnda em torefos para geror idéias para sev vse ferapautico pora a adaptagéo dos atividades, A “onélise de ctividede focoda no individue” (p.146) combina ‘as duos outros formas de ondlise focanda os problemas, os interesses e o estilo de vida especitice de coda pessoo. A abordagem da ‘anélise de ofividede pore a intervengdo de Crepeau @ baseoda no compreenséo de atividades como grandes idéias culturais do Tozer’ ‘que podern ser crofsodos.em sue generalltade, Em um livro sobre as ideios gerais compartithadas sobre agées humanas na cultura ocidental, Fidler © Velde (1999) reconheceram que usaram os Revista de Cente de Estudos de Terapia Ocupodional - ono @ a? 6 - 2003 9 cotez usoram os conceitos de alividede intencional ocupacio de_maneire rcambidvel. Embora Fidler e Velde tenham descrite brevemante o mundo interno, o simbolismo & a avaliagde dos estudontes de sua experiéncia nos leboratiries de otividade, ‘seu foco principal era a descrigo dos calegorias de senso comum com relogée @ agéa na cultura cocidental, como brincar, jogo atividedes oo or livre (p.ex.: acompar, pescar), artesonato, cutocuidado, erles © ecupagées profissionais. -~ Esto breve revise das datinicoes de oti demonstra que © significado do conceito de atividade esté lentamente se tomando mais claro. ‘As definigées se maniém préimas 5 suas rolzes histéticas no teoria da eficdcia industrial, bern como & énfase na agéo com Objetivos precisos que esté no centro do artigo de pesicionamento sobre atividade infencional do AOTA (1979). Atividade vai sendo identificada coda vez mois no profisséo come uma idéie culturolmente compartilhada de ago humana. Em um arfigo de pesicionamenta da AOTA, um painel composto por profissionais qualificados procurou “diferenciar o terme ocupagée de outros fermos para sinfelizar crengos tradicionais sobre sua notureza e seu yolor terapéutica & para identificar fotores qué tm impedido o estudo e a discussdo da concelto de ocupagtio” (ACTA, 1995 p.1015}. O artigo desereve as inGmeras dimensSes de ocupagée, do contedval oo espiriual, ¢ foz ‘ume revise dos principais termas:associados com ‘ecupagde. Em suo sebedoria, 0 painel de especialistas née arriscou uma definicéo de eeupagio. = Alguns autores tém delinido ocupagie de forma 9 acomodé-la em uma teoria identificada, O- Modela de ©: Humana (The Model of Human Occupation) sa report essenciolmente 06 canceito de comportomento ous I de Reill (1974), ov “aquelas otividades que ocupam o tempo de ume pessoo, envalem uma realigio {po sentido de resultado) ¢ remetem as reclidades econémicas da vido" (Barrett & Kiclhoiner, 1998 p.525}. Nelson (1997) definiu ocupagto como 9 relogao entre uma forma © una perfomance scupacional. Performance ocupacionel signifies ‘0 fazer Farma ocupacionsl significa e objeto 0%) ‘© formato que € realizado" (p.12), Nessa definigdo, Nelson se aproxima de dit ‘ocupagae come vme expariancia individual (Gerformance ceupacional) © idéios culturais de alividede forme ecupacional). Entratanto, em fermos de subjetividade e contexto os dois canceilos permonecem incompletomente diferenciades. No uso popular, 0 palavra performance denota fozer algo para umo oudiéneia ov avaliar a ocupagio segundo padrées externos. O sentido cultural de performonce enfraquece 0 signilicade de performance ocupacional como uma experiéncio subjetiva, individualmente interpretode, oe implicor @ perspectiva de um cbservador. Além disso, 00 colocar os aspectos contextuais de experiéncia samente dentro do formato ‘ocupacional ao invés de dentro de performance ocupacional vivencioda (Clark et ol, 1998), 0 autor perde a cloreze da distingso entre idéias de atividades culturalmente compartilhadas e experiéncia ocupacional pessoal no tocanile aos caspecios contexivois. ~ © concaito de Imentou um tenascimento_no centro da disciplina emergente da ‘cigAcie ecupacional (Clark et al, 1991; Yerxa et al, 1989; Zemke & Clork, 1996). ‘A misséo da ciéncia ocupacional — pesquiser ocupagie — trax @ expectativa de avangor as definig5es de ocupagée para facilitar a operacionelizagdo entre perspectives tedricos milliples, Clark et al (1991) ofereceu a saguinte delinigo de ocupagie no texto de introdugio sobre ciéncia ocupacional publicado no “Americon Journal of Occupational Therapy” 20 Feria do Carita de Enides de Terapia Ozopocionel - ened =n? - 2003 " VUUUVPRVULVALVLLTLU LS AVAVVAVAVATALAAAY BSSSHVHMHROVGTVIVTTTUGVGVVVV CV TT UCU UV UU (AJOT): “Nés definimos ocupogéo simplesmente como quantidades apreciaveis de alividades sulturolmente ¢ individvalmente significativas nas quais © ser humano se envelve © que podem ser denominadas no léxico de nosso cultura” [p.301). Mais terde, Gray (1997) usou uma redugio fenomenolégica pare produit o sequinte definigha: “Qcupagéo é essenciolmente percebida come ‘fazer’ pele individuo, é direcionada 0 umo Gray € conaruente com a posicio subjetiva da definic¢éo_proposta_aqui. Ao enfotiar_a inferpretacée pessoal de ocupacéo, a aulora ecoou 2 movimento recente de identilicar ccupagio com @ experiéncia pessoal (Clark et al, 1991; Nelson, 1997; Yerwa, 1983, 1991; Yea et ol, 1989). Relagées entre ocupacéo e atividade Uma vez explorade @ partir do ponte de visto de uma clara diferenciagdo, fica evident o potencial pare © surgiento dé ows Feorios sobre a dinémica entre ocupagao « atividade. Séo muitos as influ8ncios de uma sobre a outro, fato que deve ter contribuide pora que os dois conceitos permanecessem entrelngados. As relagées entre ocupacéo e otividade so openas um exemplo das relacoes filosoficamente complexos entre cultura e linguagem, e entre o individue ¢ sue experiéncia em muitos disciplinas Foucault, 1970; Witigenstein, 1980). A seguir vyeremos brevemente os relagdes potencias entre ‘ocupagio e atividads, — Idéia de otividade como guia poro a experiéncia ocupacional Idéias de atividade so simplesmente parte de nossas experi€ncias de ocupagéo. Idéias de Slividade ‘nGo comhend anne Seupaeso;'mas _tempo: servem_como_um guia gerol quonde nés “conlemplamos © nos engojomos em umo o¢86 ’As pessoas sf lives pora escolher uma atividade, modificé-a ou romper completamente. como canhecimenio comum de como uma otividede & leita, A alividade & uma nogdo geral 2 partir da qual podemos comecar. No: ue esperar com relogie cos nossos sentim valores culturois, conietto Tsice « sap A portir dai impravisamos umo ‘experiéneia dentro dos condigées opresentadas (love, 1988; Strauss, 1993). As vezes, a. eriginal que tinhamos em mente & obandonada “ne meio dk de experitncio._ A experiéncia ocupacianal malda os idéias de atividade Experiéncias de ocupagSes acrescentam ume pessoa. Assim, reconhecemes diferentes tipos de experi8ncia relacionados @ ceclas atividedes como um indicader de avteridede @ expertise em uma determinada drea. As pessoas também moldom idéias de otividades de su cultura co compartilhar com outros pessoas impresses @ norrativas sobre suos ocupacées. issondincia entre idéia de atividade ¢ experiéncia ocupacional As pessoas esto simultoneamenie conscientes do nivel ‘etc’, ou cultural, do significado de uma atividade, © do ‘emic’, do experiéncia individualmente interpretada de uma ocupacho Por exemple; aocassistir’um jogo de baseball, voc8 pode ter consciéncia tonto de sua experiéncia imediata como das expecictivas gerais que voc8 ¢ os outros ffm com relagde a ossistir um jogo de baseball. As vezes a Reviste do Centro de Estudor de Terapia Ocupacional one 8° 8 - 2003, 27 cote. ‘experincia ceupacional néo se encaixa cam @ idéio de atividade e uma experiéncia inesperade pode causar uma dissondncia cagnitiva em controste com uma idéia de atividade. Veltando a0 exemple do jogo de baseball, talver tenho chovido tanto que © jage foi cancelode, ou vord feve a sorte de pegar uma bola que solu do campo. ~ Quantes atividades estéo presentes em uma experiéncia ocupacional e vice- versa? Uma relegéo particularmente intrigante entre ccupecée e atividade esid presente no coniexto temporal de uma ocupacée. O inicio e o fim de uma ocupagéo ocorrem num tempo real, mas & segmentagdo do tempo — chunking — (Clark et ol, 1991), & consiruida pela individue! Muitos idsios de atividade podem estor em jogo, © a vezes am conilite, denirg daquele regmento integrodo da experincia,Por exemplo, siguém pode estar lendo um arfige na AJOT, escutando misica e comendo uma maga, tudo eo mesmo tempo dentro de ume dnice ecupagdo” Uma experiéncia ocupacional rotineira: ode facilmente incorporar varias afividades (p.ex: dirigi, Falor 0 telefons © escutar o rédie). Por outro lado, ocupagées com as quais ndo estamos acostumados ¢ requerem maior atengdo podem ser segmentodas em pequenos pedacos e envolver somente uma idéia de atividade (Vallocher & Wegner, 1987). Umo idéia omple de atividode, como se diplomar em elguma profissao, pode guior um grande némero de eaperiéncias ocupacionais espalhadas em varios ‘anos. Este potencial temporal da ocupagie de ineluir varios etwidedes, ov 0 potencial de’ urna! stividede de direcionar vérias ocupagées, € um forte argumento contra a fendéncia de se colocor ocupacde e atividade em uma relagéo hierGrquica estdtico. - Idéios de atividades como uma forga do cultura que molda padrdes ocupacionals A idéia de atividode que @ pessoa odquire do cultura mais ompla pode, com o pasar do tempo, influenciar o padrae constitvide de eeupagao de uma pessoa.“Atividades vém corregadas de valores cullurnis sobre o que 68 0 que ndo é bom faze, quois recursos soo necessévios para se fazer coisas @ de como alguém sente ou vive ‘go se engajar em cerio tipo de ocupacao. As atividodes de trabalho, por exemplo, sGo_ mui volorzadas no cultura ocidental. Atividades 4 gavolver consumo de material também sto altomente volorizadas. Os jogos © 0 midia ams quais criangos € jovens adullos estio sendo expostos podem estar moldando os seus padres cocupacionois de mancira que nds no podemos compreender totalmente.”Avidodes ntualisticas podem servir como guias para tronsighes ne vido, ‘como € 0 caso de cosamentos, funerois © chs de bebé. E, certamente, a publicidode tem uma forca significative na transinissGo de idéias sobre atividode.- Padrées ecupacionais como uma forgo demogrdfica que molda idéias sobre atividade Novos padrées, ou padrdes modificados de ‘expetigncia ocupacional, quando em quantidads @ obrangéncia populacianal suficientes, podem introduzir ou muder idéias culturalmente comparilhadas de otividade/“Por exemplo, 0 uso freqtiente de computodores, de alguns onos para c&, comegou 9 introduzir novas atividedes no nosso repertério cultural, como “surfar na interne!" mandor e-mails. A forma como pensemes sobre © ofividade de comer alualmente tarnbém pode Scat Bai dire it'd "Corre pensdvomos cinqbento ‘anos airés. Hoje provavelmente visualizamos 0 cana de pegor um sanduiche no drive-through 20 invés de imaginarmos uma familia em volta de umo mesa de jantor cy Teva do Contre de Eitedes de Terapia Oxupacional - ano 8 « n 8 - 2003 VVVVUVVBVATTTITUCCANAAADTAATATTTT TATU TTT a ht Ww VoSESLLORUVDEGVVGREOUTUVVUVVUTVVITUUUUUVVT Ve UESE © que ganhamos ao diferenciar ocupagio @ stividade? Uma questéo importonte & progmaticn &: O que genhomes 6@ desembaragar os conceitos de ceupagao e otividade? Como ¢ que, ao seporor estos duas consirugées centrais, iremos clarificar © discurso ©, @ partir desse ponto, melhorar a pesquise, 0 poder de intervencéo e a eliciéncia politica? . Uma vez que essa discuss avonce para além do confuséo cousada pela mistura desies dois fendmenos distintos como idéios de atividade culturalmente comportithadas ¢ experiéncias pessoais acupacionais, pesquisa inh progredir _rapidomente. As descobertas nao serao esvariadas por calcaram-se em estudos baseados em definigdes cartegadas de valores @ excessivamente descritivas, ou néo-operacionais. Os aspecios de ocupagtio que nés valorizomos (p.ex.: sentido, propérite, eomplexidode, nivel de engojomenta) néo indo mois estreitor as pesquites 20 terem de ser posicionados dentro de uma definig6o | existante, mos iréo expandir suas possibilidades ao se tomarem varidveis © serem ‘examinadas. Taxonomics que néo apresentam dodes ndo serGo usados como primeira passa para o estruturacio de invesiigacées em éreos ainda nfo exploradas.“Anmadas de delinigGes claras, pesquisas poderéo comecar a atacar quest6es importantes que onteriormente eram consideradas vagas, como medidas de equlibrio de vida, diferengas culturais no repertério de atividedes, ova influéncie de midia na experéncia ceupacional. As interagées entre atividede & eeupagio paderéo comegar a ser examinadns. Ao utilizar definigoes precisas e néo encravados em tecrias complezas, os resultodes de vérias pesquisas poderdo ser mais facilmente sintetizados deniro de cada disciplina © o didlogo entre disciplinas poderd acortecer. Os efeitos desta separogéo seréo ensrgizantes para o pesquisa. ‘ A diferenciagéo entre atvidode e ocypagdo val oumentar o poder de nossos intervengées ao apolar o desenvalvimento de uma base de conhecimento que proporcione um “mapo” (Ottenbacher, 1996, 9.329) para os préiicas, indicando conde estamos indo e quais os habilidades necessérias para se chegar Ié Teropevics ocupecioncis demandam uma compreanséo solisticada tanto dos repeit6ries culturais de ativida re 4 Ver a ocupagao coma localizada num real iné levar a prética a aplicagbes mais naturolistos e baseados na comunidade. A compreensdo de aflvidades como comparilhades culturalmente vai demandar dos terapevios ecupacioncis que stvalizem constantemente potenciois intervengdes pore atividades representativas do cotidiano atual, oo inwés de utlzorem pardmetros de uma cu duos geragSes anteriores, também demandaré que teconhecom mais precisamente os variagoes culfurais nos idéios de ofividode. ~~ re ocupagio € cobtl avondo estio_atendendo 00s val sociedode, Os terapeutas esto em uma posicdo de poder em relogéo aqueles que estes atendem, As veres, os clientes néo conseguem ter clareza dos demandas de comportamentos préprios ¢ atitudes produtivas do cultura. Quando nés trodvzimes incondicionalmente os valores culturis de uma atividade em expeciativos de resultados de ‘uma intervengie sem considera etnia, valores Reviso do Canira de Estudos de Teropio Ocypacianal ana B -r® B= 2008 a k cete- ou limitagées pestoois, nes tomamos impositores de conweng6es sacieis. Ter clorera sobre quando estomos usando i quando pessoal do ocupagtc ecupagio desejdveis, ‘da relagao cliente-feropeuip-sociedadee dor ‘apoio a nossa intengSo de sempre agir a partir da base humanistica da Terapia Ocupacional. Polticamente, a profisséo sené muito benelicada com « diferenciagie entre otividede © ocupagdo, co reivindicar @ conceite de otividade come urn dominio de conhecimento importante pera & campo oo invés dé abandoné-lo como se este fosse desnecessdrio. Ne mundo pés-modemo, nao. podenibs nos apegara uma linguagem Gnica, mas sim adoplor nossa comunicagéo és audiéncios: lentes, insituicdes, estudontes e pesquisadores A polowa atividade ¢ uma polavra de senso ‘comum que serve muito bem corde forma simples e geral, A uilidode de revindicar © sentido cultural impreciso de atividede para dentro de nossa base de conhecimento ¢ comparével & uilidade de delimitor os conceitos de brincar ¢ frabolhar como os especialidedes do Terapia ‘Ocupacional, apesar dos jutzos de valor histéricos associados © estes ferrmos. —~ © conceito de otividade tombém 6 utlizado de maneiro importante no sistema de saide em definigdes de servicos, avalingSo de fungéese niveis de deficiéncia, ¢ até mesmo na denominacéio de reas de atuagio. AA terapia ccupocional 6 uma profsstic que hd muito tempo carrega © encargo singular, na érea da soéde, de buscar 0 retorno do funcionamento em éreas de alividades do catidione, Na reviséo do ICIDH-2 (Intemational Classification of Disease, Impairment and Hondicop) — ClessificagSo Internacional dos Deficiéncios, Incapocidades e Desvantagens -, a Orgonizagéo Mundial de Sodde (OMS, 2000) definiu deficiéncia como borreiras para participacho z “Revista do Conte. do Estudos de Teropio Ocupacianal - ana 6 nos otividedes. © uso do conceite de atividade pela OMS (2000) tefere.se & “execucdo de uma torefa ou envohimento em uma situagio de em um ambiente uniforme” (j © us0 qu oe faz do terme otividade & congruente co cdo de atividode proposta aqui. Q terma aaa conforme a OMS, ossemelho-se & experidncia ocupacional no seriido Je que € uma medida da entrada e da interagd com o mundo contextual de sev “om wal” (0.9). Atividade.4 uma Grea de expertise com o. qual a Terapia Ocupacional vem sando orenciods hé muitos anos. Nés devemos raivindics-la am todos as arencs politicos usé-la para expondir vigorosamenta nossa habilidada para oferocer servicos. — Conclusao Atividede © ocupacéo so dois concritos particularmente significotives e, talvez, os dois conceitos mais centrais do nosso compo. Estes Conceitos requerem uma diferenciagao. Ac desembarocd-los, fortaleceremos a disciplina € 2 profissde, contribviremos pare @ clorezs de nosio discurso, a sofisficagdo de noszas pesaui © poder politico da nossa profisséo, para elevar © grav de confianga dos profissionais 2 para 0 eficécia das intervencées. Jé & tempo que tanio atividede quanto ocupagao sejam reconhecidas, honrados, estudodas « melhor utliradas na vido das pessoas 0 quem servimes. Agradecimentos ‘Agradego o Ruth Zemke, PhD, OTR, FAOTA, pelos ones de exploragdes_ tedricas comparithedas; Flerence Clark, PhD, OTR, FAOTA, por sua persisténcia @ desafio; ¢ 0 ‘American Occupational Therapy Foundation & Dione Parham, PhD, OTR, FAOTA, por opoiar a extensive andlise do brincar infantil que incubou muito do pensamento apresentado aqui. —~ Fa 7003 nek ea Maia AMER

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