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Motor é toda e qualquer máquina que transforma uma energia qualquer em energia
mecânica. Dentro dessa definição existem diversos tipos de motores, são eles:
Motores a ar;
Motores a água;
Motores elétricos;
Motores térmicos;
Motores nucleares.
Os automóveis atuais se utilizam dos motores elétricos e térmicos para prover seu
deslocamento, e embora o motor térmico seja de longe o mais utilizado, o motor elétrico
cresceu em tecnologia e começa a atingir os níveis necessários de eficiência. Na
categoria de motores térmicos, dois motores se destacam:
Motores a vapor;
Motores de combustão interna.
Motores otto;
Motores diesel;
Motores wankel.
Desses três tipos de motores, os motores otto e diesel são os mais populares, enquanto
o motor wankel foi descontinuado em 2009 devido a sua incompatibilidade às novas
regulamentações de emissões. Portanto, este artigo abordará o funcionamento dos
motores de ciclo otto e diesel.
Componentes
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Para compreender o funcionamento dos motores de combustão interna utilizado nos
automóveis, é interessante dividi-lo em três partes fundamentais:
Cabeçote;
Bloco;
Conjunto móvel.
Cabeçote
Bloco
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É a principal parte de um motor, dentro dele estão os cilindros onde os pistões movem-se
ligados a bielas e estas conectadas também ao virabrequim. O bloco também presta
suporte ao conjunto móvel e seus mancais.
Conjunto móvel
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Abaixo dos comandos de válvulas e válvulas, está o conjunto móvel, composto por virabrequim,
pistões e bielas.
Sistemas
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Quando estes componentes estão montados, formam o motor de combustão interna e
seus sistemas necessários para funcionamento. Um motor de combustão interna do ciclo
otto ou diesel possui os seguintes sistemas:
Sistema de arrefecimento;
Sistema de lubrificação;
Sistema de alimentação;
Sistema de distribuição;
Sistema elétrico.
Ciclos
Existem várias formas de se classificar os motores de combustão interna (mci), mas
abordaremos as classificações mais importantes, que de fato determinam o princípio de
funcionamento desses motores.
Todo motor de combustão interna possui fases de funcionamento que são seguidas
rigorosamente, a esse conjunto de fases chamamos de ciclo, um conjunto de fases que
transforma a energia calorífica em movimento do pistão. Existem dois tipos de ciclos que
são aplicados aos motores de combustão interna:
Ciclo mecânico;
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Ciclo térmico.
Ciclo 2 tempos;
Ciclo 4 tempos.
Beau de rochas/Otto*;
Diesel.
Ciclo Diesel
1. Admissão de ar em quantidade máxima;
2. Compressão do ar admitido;
3. Injeção de combustível no ar comprimido;
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4. Combustão espontânea da mistura ar/combustível;
5. Expansão dos gases;
6. Escape dos gases e resíduos de escapamento, sendo eles:
1. Vapor de água;
2. Hidrocarbonetos;
3. Fuligem;
4. Excesso de ar (Oxigênio);
5. Óxido de nitrogênio;
6. Dióxido de carbono.
A taxa de compressão para mci que obedecem ao ciclo otto apresenta-se de 8 a 12, e de
12 a 24 para motores que obedecem o ciclo diesel.
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Fonte: B. HEYWOOD, John, Internal Combustion Engine
Fundamentals, United States of America, McGraw-Hill,
1988. 930p;
Funcionamento
Motor 4 tempos
O motor de combustão interna de ciclo 4 tempos seja ele diesel ou otto, funciona
obedecendo quatro processos que ocorrem durantes duas voltas do virabrequim. Estes
processos são:
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Uma admissão: O pistão encontra-se no pms e começa a descer rumo ao pmi criando
uma depressão, a válvula de admissão abre e uma certa quantidade de mistura ar e
combustível entra no cilindro. O momento de abertura da válvula de admissão pode ser
adiantado e o seu fechamento atrasado, para aumentar a massa de mistura que entra no
cilindro. O virabrequim girou 180°.
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Uma compressão: O pistão já no pmi, inicia o movimento rumo ao pms comprimindo a
mistura ar e combustível, neste momento a válvula de admissão se fecha, e ambas as
válvulas permanecem fechadas. Ao chegar no pms, o pistão comprime a mistura
ar/combustível formando com o cabeçote, a câmara de combustão. O virabrequim
completou 1 volta (360°). Próximo da conclusão do tempo de compressão, um
mecanismo de gatilho provoca a combustão da mistura ar e combustível, nesse
momento a pressão e temperatura dentro do cilindro crescem rapidamente.
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Uma expansão: A combustão iniciada no fim da compressão produz uma grande
quantidade de energia, o gás se expande e empurra o pistão fortemente em direção ao
pmi. É importante salientar que nesse momento o pistão já havia iniciado seu movimento
descida, sendo a pressão da combustão a favor do movimento. Este é o chamado tempo
motor, no qual a energia produzida, é cerca de cinco vezes maior que a energia gasta
pelo motor para comprimir a mistura. A válvula de escape começa a abrir quando o
pistão se aproxima do pmi, para reduzir a pressão dentro do cilindro e facilitar o
movimento do tempo seguinte, deixando o cilindro com pressão próxima a pressão
atmosférica. O virabrequim efetuou mais 180° de rotação, totalizando 540°.
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Uma exaustão: O pistão inicia novamente um movimento rumo ao pms para expulsar os
gases da combustão, de modo que antes de atingi-lo a válvula de escape já abriu
completamente, os gases e resíduos da combustão são expulsos. Ainda na aproximação
do pistão ao pms, a válvula de admissão começa a abrir, de modo que quando o pistão
atinge o pms, ambas as estão abertas. Esse breve momento é chamado de lavagem,
onde os gases de escape tem contato com a massa admitida. A válvula de escape fecha
logo no início do tempo de admissão. O virabrequim completou duas voltas (720°).
Motor 2 tempos
O motor de combustão interna que opera sob ciclo 2 tempos, seja este diesel ou otto,
opera seguindo os procedimentos abaixo.
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1 – Admissão/Compressão: Após a combustão o pistão começa a descer rumo ao pmi,
neste momento a janela de escape e de transvasamento são destampadas, a mistura de
ar, combustível e óleo lubrificante pré comprimida no cárter passa pelo transvasamento e
empurra os gases de escape para fora da câmara de combustão. O virabrequim girou
180°.
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A presença de um sistema de ignição e seus dispositivos inclusive, é motivo para que
muitas literaturas abordem o mci como motor de combustão interna de ignição por
centelha (ic).
A sequência dos quatro tempos segue o mesmo princípio, porém com alguns detalhes.
No início do ciclo, a válvula de admissão começa a abrir antes do pistão atingir o pms,
fechando depois do pistão atingir o pmi, ou seja, já no começo do tempo de compressão.
O objetivo é manter o fluxo mássico alto mesmo em alto regime de operação e promover
a mistura do fluxo mássico que entra no cilindro com o fluxo de gases que estão saindo.
A ignição ocorre através de uma vela de ignição, por volta de 10 a 40 antes do pms, a
chama se propaga consumindo a mistura ar e combustível e a quantidade de gases de
combustão reaproveitados, até que atinge as paredes da câmara de combustão onde se
apaga. O desenho da câmara, posição de válvulas e vela de ignição é feito pensando no
tempo de propagação da chama, este geralmente é 40 a 60 de giro da manivela.
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Os motores diesel funcionam de forma bastante similar aos motores otto no quesito ciclo
de trabalho, os tempos de abertura de válvula são semelhantes, bem como o ponto de
ignição resulta nos mesmos objetivos. As diferenças surgem na obtenção massa de ar e
combustível e no mecanismos de gatilho dessa mistura na câmara de combustão.
Quando o fluxo de combustível que sai do bico injetor cessa, a massa de combustível
injetada durante o processo é cerca de 5% da massa total de ar.
Ciclo 4 tempos
O virabrequim efetua duas voltas completas a cada ciclo (720°). Para cada tempo, este
completa ¼ de volta, ou seja 180°. O pistão sobe duas vezes ao pms em diferentes
momentos, o primeiro deles é o pms de compressão, onde as válvulas de admissão e
escape encontram-se fechadas, neste momento o pistão forma com o cabeçote(e as
válvulas fechadas) a câmara de combustão. O segundo pms é lavagem, encavalamento
ou balanceamento das válvulas, algumas literaturas o denominam de 5° tempo do motor.
Trata-se na verdade de um breve momento em que as válvulas de admissão e escape
encontram-se abertas, esta característica é muito utilizada para regulagem do ponto dos
motores.
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Ciclo 2 tempos
Este ciclo possui dois tempos, mas apenas um produz força motriz. Devido a isso é
necessário o emprego de um volante aparafusado ao virabrequim. Neste a admissão de
ar deve ser grande o suficiente para expulsar completamente os gases de escape. A
mistura ar/combustível também se mistura ao óleo contido no cárter com o objetivo de
lubrificar as partes móveis do motor, e chega a câmara de combustão por intermédio do
canal de transvazamento.
1. Pré-compressão no cárter;
2. Pré-compressão por pistão
3. Pré-compressão por compressor.
Pistão: Por intermédio de um pistão especial, ou seja, não sendo o pistão motriz, pois
este possui apenas a função de aspirar a mistura ar/combustível e depois recalca-la para
o canal de transvazamento no momento em que o pistão motor destampa-lo. Para isso
este pistão é acionado pelo virabrequim do motor e ajustado para garantir o maior
recalque de mistura ar/combustível possível para o canal de transvazamento. Esta
solução foi muito utilizada em motores diesel 2 tempos.
Embora o motor 2 tempos tenha um funcionamento muito mais rápido que o motor 4
tempos, este possui algumas fraquezas que o fizeram entrar em desuso. No ciclo 2
tempos, um tempo é produtivo, e o ciclo é efetuado com 1 volta do virabrequim, a
velocidade do motor e sua própria configuração contribuem para a entrada debilitada de
ar. Neste ciclo a admissão e o escape ocorrem em um curtíssimo espaço de tempo, a
fase de transvazamento é simultânea ao escapamento e isso prejudica o motor quando
este trabalha em regimes muito elevados ou em baixos regimes, pois ou a mistura não é
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consumida completamente, ou parte dela passa diretamente para o escape, devido a
isso a combustão produz menos energia que um motor com ciclo 4 tempos. Contudo, a
rotação de um motor 2 tempos é maior, e isso garante uma potência específica cerca de
1,2 a 1,5 vezes mais alta do que um motor 4 tempos de mesma cilindrada e regime.
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