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Petição Inicial – Estabilidade - Gestante

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA   ___ VARA DO


TRABALHO DA COMARCA DE ______________ - _____
 
 
 
 
 

   
NOME (EMPREGADO), PRENOME, ESTADO CIVIL, PROFISSÃO,
NÚMERO DE INSCRIÇÃO NO CADASTRO DE PESSOAS FÍSICAS, ENDEREÇO
ELETRÔNICO e, DOMICÍLIO E A RESIDÊNCIA, CIDADE-ESTADO, CEP, vem
por meio do seu Advogado, NOME ADVOGADO, devidamente qualificado no
mandado incluso, com escritório na (ENDEREÇO – ADVOGADO), (CIDADE –
ESTADO), (CEP), onde recebe intimações, vem perante Vossa Excelência,
propor a presente:

RECLAMATÓRIA TRABALHISTA em face:

NOME (EMPREGADOR), pessoa (JURÍDICA OU FÍSICA) de direito


(PÚBLICO OU PRIVADO) NÚMERO DE INSCRIÇÃO NO CADASTRO DE PESSOAS
FÍSICAS OU NO CADASTRO NACIONAL DA PESSOA JURÍDICA, ENDEREÇO

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Petição Inicial – Estabilidade - Gestante

ELETRÔNICO, DOMICÍLIO E A RESIDÊNCIA, na pessoa do seu representante


legal, pelos fatos e fundamentos expostos a seguir:
1. DA ASSISTENCIA JUDICIÁRIA GRATUITA 

Inicialmente, afirma a Reclamante que não tem condições de arcar com


eventual ônus processual sem prejuízo ao seu sustento próprio e de sua
família, razão pela qual, não resta outra alternativa, a não ser, pleitear pela
concessão da Assistência Judiciária Gratuita, para isenta-lo das despesas
processuais inerente a lide.

2. DOS FATOS
 
A Reclamante foi contratada como empregada pela Reclamada em 10
de fevereiro de 2015, para cumprir a função de atendente comercial. A
remuneração avençada na época fora de R$ XXXXX (valor por extenso)
mensal.
O trabalho avençado compreendia 220 (duzentas e vinte) horas
mensais, 44 (quarenta e quatro) horas semanais, sendo 8 (oito) horas e 30
(trinta) minutos diários, das 07h30min ás 17h30min, com intervalo
intrajornada de 01h:30min, de segunda-feira a sexta-feira.
O pagamento da remuneração avençada ficou para todo o dia 5 de
cada mês trabalhado.
Ocorre que no começo do mês junho de 2017 a Reclamante passou a
sentir fortes enjoos e demais sintomas característicos de gravidez. Então a
Reclamante comprou um “exame de farmácia” que acusou a gravidez. Com
receio de perder o emprego, a Reclamante não mencionou seu estado, até
mesmo por que não tinha certeza absoluta na gestação, uma vez que ainda
não havia feito o exame de sangue.
Em 30 de junho de 2017, a Reclamante foi dispensada sem justa causa
pela Reclamada.
Destaca-se que em 20 de agosto de 2017, a Reclamante realizou um
ultrassom, na Clínica XXXXX, que constatou a gravidez, e atestou que a

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Reclamante estava com onze semanas e cinco dias de gestação, conforme


documento anexo.
Diante dos fatos expostos motiva-se a busca da tutela jurisdicional pela
Reclamante com a presente reclamatória trabalhista.
 
3. DOS FUNDAMENTOS
 
3.1 DA ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA.

A Reclamante não possui, no momento, condições financeiras de arcar


com o ônus processual desta lide, sem com isto comprometer seu próprio
sustento.
A assistência judiciária gratuita é assegurada por lei, conforme o artigo
5º, LXXIV, da Constituição Federal, que concebe que “o Estado prestará
assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de
recursos” (BRASIL,1988). Observando o elencado, assistência é garantia
constitucional.
Da mesma forma, é assegurado também pela Lei 13105/2015, em seu
artigo 98 que:
Art. 98.  A pessoa natural ou jurídica, brasileira ou estrangeira, com
insuficiência de recursos para pagar as custas, as despesas
processuais e os honorários advocatícios tem direito à gratuidade da
justiça, na forma da lei.  
1o A gratuidade da justiça compreende:
I - as taxas ou as custas judiciais;
II - os selos postais;
III - as despesas com publicação na imprensa oficial, dispensando-se
a publicação em outros meios;
IV - a indenização devida à testemunha que, quando empregada,
receberá do empregador salário integral, como se em serviço
estivesse;
V - as despesas com a realização de exame de código genético -
DNA e de outros exames considerados essenciais;
VI - os honorários do advogado e do perito e a remuneração do
intérprete ou do tradutor nomeado para apresentação de versão em
português de documento redigido em língua estrangeira;
VII - o custo com a elaboração de memória de cálculo, quando
exigida para instauração da execução;
VIII - os depósitos previstos em lei para interposição de recurso, para
propositura de ação e para a prática de outros atos processuais
inerentes ao exercício da ampla defesa e do contraditório;
IX - os emolumentos devidos a notários ou registradores em
decorrência da prática de registro, averbação ou qualquer outro ato
notarial necessário à efetivação de decisão judicial ou à continuidade

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de processo judicial no qual o benefício tenha sido concedido.


(BRASIL, 2015).

 
Ainda, nesta linha de raciocínio, o Egrégio TST, na Súmula 463, abordou
os requisitos jurídicos necessários para a concessão da assistência judiciária
gratuita, ao basear sua decisão no artigo 4º da Lei 1.060/50, de tal modo se
manifestou:
 
Súmula 463/TST - 18/12/2017. Assistência judiciária gratuita.
Pessoa natural. Comprovação. (conversão da Orientação
Jurisprudencial 304/TST-SDI-I, com alterações decorrentes
do CPC de 2015). CPC/2015, art. 105:
I - A partir de 26/06/2017, para a concessão da assistência judiciária
gratuita à pessoa natural, basta a declaração de hipossuficiência
econômica firmada pela parte ou por seu advogado, desde que
munido de procuração com poderes específicos para esse fim
(CPC/2015, art. 105); Res. 219, de 26/06/2017 - DJ 28, 29 e
30/06/2017.

Garantido tal situação na legislação vigente, corroborada pela súmula do


Tribunal Superior do Trabalho, busca-se aqui pleitear pela assistência judiciária
gratuita, com base nos fatos e fundamentos expostos.
 
3.2 DA ESTABILIDADE DA GESTANTE

A estabilidade da gestante é uma garantia constitucional, uma forma de


proteção de proteção a trabalhadora, sendo caracterizada pela vedação à
resilição por iniciativa patronal.
Assim, a estabilidade impede que o empregador demita a empregada
estável sem justa causa, sendo que a inobservância dessa regra acarreta o
direito a empregada a uma reintegração.
A estabilidade da gestante é assegurada pelo art. 10 do ADCT (Atos
das Disposições Constitucionais):

Art. 10. Até que seja promulgada a lei complementar a que se refere o
art. 7º, I, da Constituição:
I - fica limitada a proteção nele referida ao aumento, para quatro
vezes, da porcentagem prevista no art. 6º, caput e § 1º, da Lei n.º
5.107, de 13 de setembro de 1966;

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II - fica vedada a dispensa arbitrária ou sem justa causa:


a) do empregado eleito para cargo de direção de comissões
internas de prevenção de acidentes, desde o registro de sua
candidatura até um ano após o final de seu mandato;
b) da empregada gestante, desde a confirmação da gravidez até
cinco meses após o parto. (BRASIL, 1988)

A Consolidação das Leis do Trabalho corroborando com o que reza o


Ato das Disposições Constitucionais Transitórias estabeleceu em seu conteúdo
por meio da lei de nº 12.812/2013 em seus artigos 391 e 391A, abaixo
transcrito:

Art. 391 - Não constitui justo motivo para a rescisão do contrato


de trabalho da mulher o fato de haver contraído matrimônio ou de
encontrar-se em estado de gravidez.
Parágrafo único - Não serão permitidos em regulamentos de qualquer
natureza contratos coletivos ou individuais de trabalho, restrições ao
direito da mulher ao seu emprego, por motivo de casamento ou de
gravidez.
Art. 391-A.  A confirmação do estado de gravidez advindo no
curso do contrato de trabalho, ainda que durante o prazo do
aviso prévio trabalhado ou indenizado, garante à empregada
gestante a estabilidade provisória prevista na alínea b do inciso II
do art. 10 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias.
(BRASIL, 1943) (grifo nosso)

Ainda neste tema, a súmula nº 244 do TST afirma todas as normas


anteriormente citadas, e diz:

Súmula nº 244 do TST - GESTANTE. ESTABILIDADE


PROVISÓRIA (redação do item III alterada na sessão do Tribunal
Pleno realizada em 14.09.2012) - Res. 185/2012, DEJT divulgado em
25, 26 e 27.09.2012
I - O desconhecimento do estado gravídico pelo empregador não
afasta o direito ao pagamento da indenização decorrente da
estabilidade (art. 10, II, "b" do ADCT).
II - A garantia de emprego à gestante só autoriza a reintegração se
esta se der durante o período de estabilidade. Do contrário, a garantia
restringe-se aos salários e demais direitos correspondentes ao
período de estabilidade.
III - A empregada gestante tem direito à estabilidade provisória
prevista no art. 10, inciso II, alínea “b”, do Ato das Disposições
Constitucionais Transitórias, mesmo na hipótese de admissão
mediante contrato por tempo determinado.

Portanto, pouco importa o conhecimento ou não do empregador da


gravidez da empregada para configurar a estabilidade provisória. A estabilidade
nasce com a concepção da gravidez.

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Importe frisar que como comprova os exames médicos em anexo, a


Reclamante estava grávida quando foi demitida sem juta causa, fazendo jus ao
direito da estabilidade provisória.
Nesse contexto, urge trazer à baila o entendimento jurisprudencial do
nosso Egrégio Tribunal Superior do Trabalho, cuja transcrições seguem abaixo:

RECURSO DE REVISTA. ESTABILIDADE PROVISÓRIA DA


GESTANTE. DESCONHECIMENTO DA GRAVIDEZ PELA
EMPREGADA OU PELA EMPREGADORA NO MOMENTO DA
DISPENSA. IRRELEVÂNCIA. SÚMULA 244/TST E PRECEDENTES
DESTA CORTE. Recurso de revista fundamentado em ofensa aos
artigos 391, parágrafo único, da CLT; 7º, I, XVIII, da CF/88; 10, II, b,
do ADCT, contrariedade à Súmula 244 do TST e em divergência
jurisprudencial. No caso concreto, a Corte Regional deu provimento
ao recurso ordinário da empresa destacando que "nenhuma das
partes tinha conhecimento da gravidez, motivo pelo qual não há como
se atribuir ao empregador a responsabilidade sobre a indenização
correspondente.". A estabilidade da empregada gestante encontra-se
prevista no artigo 10, II, b, do Ato das Disposições Constitucionais
Transitórias - ADCT e lhe é garantida ainda que esta ou a empresa
desconheçam o estado gravídico no momento da dispensa. Constata-
se dos elementos constantes dos autos que a empregada já se
encontrava em estado gravídico no momento de sua dispensa, razão
pela qual há de ser reconhecido o direito à estabilidade provisória,
conforme jurisprudência reiterada desta Corte. Recurso de revista
conhecido por contrariedade ao item I da Súmula nº 244 do TST e
provido. (TST - RR: 32367520135020372, Relator: Alexandre de
Souza Agra Belmonte, Data de Julgamento: 16/03/2016, 3ª Turma,
Data de Publicação: DEJT 22/03/2016)

RECURSO DE REVISTA. ESTABILIDADE GESTANTE.


CONFIRMAÇÃO DA GRAVIDEZ APÓS A DISPENSA.
DESNECESSÁRIA A CIÊNCIA INEQUÍVOCA DURANTE A
VIGÊNCIA DO CONTRATO DE TRABALHO. O desconhecimento do
estado gravídico seja pelo empregador, seja pela empregada, não
afasta o direito à estabilidade provisória decorrente da gravidez,
sendo o direito assegurado mesmo quando a concepção, ocorrida no
decorrer do contrato de trabalho, somente é confirmada após o seu
término. No caso dos autos, o d. Juízo de Primeiro Grau fixou como
data provável da concepção o dia 21/05/2010 , em face da contagem
regressiva de 40 semanas, a contar do nascimento da criança,
ocorrido em 17/02/2011 , haja vista não haver qualquer indício de
parto prematuro. Não obstante, ainda que se cogitasse de uma
gestação de apenas 37 semanas, com data da concepção em
10/06/2010 , a reclamante faria jus a estabilidade provisória, dada a
projeção do aviso prévio, que compreende o período de 25/05/2010 a
24/06/2010. Exegese da Súmula 244 do c. TST e da OJ 82 da c.
SBDI-1 do TST. Precedentes. Recurso de revista conhecido e
provido. (TST - RR: 7368820105150110 736-88.2010.5.15.0110,
Relator: Aloysio Corrêa da Veiga, Data de Julgamento: 20/11/2013, 6ª
Turma, Data de Publicação: DEJT 22/11/2013)

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A Reclamante teve seu direito a estabilidade brutalmente violado, uma


vez que fora dispensada durante o período em que já se encontra em
gestação, conforme laudo em anexo.
Assim, tendo por base a legislação e jurisprudência, busca-se a tutela
jurisdicional visando o reconhecimento da estabilidade provisória conveniente.

3.3 DA INDENIZAÇÃO POR DESRESPEITO A ESTABILIDADE – GESTANTE

Com base nos fatos e fundamentos expostos acima, a Reclamante faz


jus ao direito da estabilidade provisória decorrente de sua gravidez. E por
este motivo não deveria ter sido dispensada sem justa causa, devendo a
Reclamada ser condenada a arcar com as consequências deste ato ilegal.
Quanto a reintegração, comprovada esta ser impossível no momento,
tendo em vista que, a relação entre empregado e empregador foi seriamente
abalada pelo presente litigio.
Sendo a reintegração considerada impossível, é dever do empregador
proceder o pagamento da devida indenização decorrente da dispensa sem
justa causa durante o período de estabilidade.
A jurisprudência pátria caminha para validar esta mesma teses, de
acordo com as ementas transcritas abaixo:

RECURSO DE REVISTA. ESTABILIDADE PROVISÓRIA.


GESTANTE. INVIABILIDADE DA REINTEGRAÇÃO . Sendo inviável
a reintegração, é devido o pagamento dos salários e consectários do
período compreendido entre a data da demissão e o final da garantia
provisória no emprego (Súmula nº 244, II, do TST). Recurso de
revista parcialmente conhecido e provido. (TST - RR:
518004020035040741 51800-40.2003.5.04.0741, Relator: Kátia
Magalhães Arruda, Data de Julgamento: 17/06/2009, 5ª Turma,, Data
de Publicação: 26/06/2009)

GARANTIA PROVISÓRIA. GESTANTE. INVIABILIDADE DE


REINTEGRAÇAO NO EMPREGO. PAGAMENTO DE
INDENIZAÇAO. Garantia provisória de emprego prevista no artigo 10,
inciso II, alínea b, do ADCT. Incontroverso que a concepção ocorreu
antes da rescisão contratual. Responsabilidade objetiva do
empregador. Ausência de iniciativa do empregador em colocar o
emprego à disposição da autora quando tomou ciência do seu estado
gravídico. Despedida obstativa do direito à garantia provisória do
emprego. Inviável a reintegração, cabível o pagamento de
indenização correspondente aos valores devidos no período da

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garantia. Recurso parcialmente provido, para acrescer à condenação


o pagamento de indenização equivalente aos salários e demais
vantagens, relativamente ao período de estabilidade decorrido desde
a despedida até o quinto mês após o parto. (...) (TRT-4 - RO:
745004719975040732 RS 0074500-47.1997.5.04.0732, Relator:
PEDRO LUIZ SERAFINI, Data de Julgamento: 21/11/2001, 2ª Vara
do Trabalho de Santa Cruz do Sul)

Frisa-se que a Reclamante não está, de forma alguma, renunciando o


direito a estabilidade, mas sim, em decorrência da quebra de confiança e abalo
da relação profissional, afirma o desinteresse em reintegração ao trabalho.
Além disso, o direito a estabilidade é irrenunciável, por ser garantia
constitucional.
Outro não é o entendimento jurisprudencial, consoante se verifica das
ementas abaixo transcritas:

ESTABILIDADE PROVISÓRIA GESTANTE - INDENIZAÇÃO


SUBSTITUTIVA - RECUSA EM RETORNAR AO TRABALHO. Não
há falar em renúncia à estabilidade, quando é recusada a
reintegração em juízo, visto que o objetivo da estabilidade provisória
preconizada no art. 10 do ADCT é proteger o nascituro. Nessa linha
de raciocínio, nem mesmo a gestante pode dispor da estabilidade que
lhe é conferida constitucionalmente. 1.RELATÓRIO Trata-se de
recurso ordinário interposto por YANNY PAULA DE ANDRADE em
face da sentença proferida às fls. 153/154 verso, nos autos em que
contende com MINI MERCEARIA NUCLEAR LTDA pela MM. Juíza
Gabriela de Carvalho Meira Pinto, da Vara do Trabalho de Angra dos
Reis/RJ e que julgou improcedentes os pedidos. YANNY PAULA DE
ANDRADE interpõe recurso ordinário às fls. 158/184. Pugna
primeiramente pela concessão da gratuidade de Justiça. Pretende a
reforma da sentença, para que seja a parte ré condenada ao
pagamento da indenização substitutiva referente ao período de
estabilidade provisória gestante e indenização por dano moral.
Contrarrazões da reclamada às fls. 186/188, sem preliminares. Foi
concedida a gratuidade de Justiça à reclamante (fls. 154). Em
apertada síntese, é o relatório. 2.FUNDAMENTAÇÃO
2.1.Conhecimento Satisfeitos os pressupostos de admissibilidade,
conheço do recurso, à exceção do tema da gratuidade de Justiça,
uma vez que o juízo de origem já concedeu o benefício à parte
autora. 2.2. Mérito ESTABILIDADE PROVISÓRIA GESTANTE -
INDENIZAÇÃO SUBSTITUTIVA Pretende a parte autora a reforma da
sentença, para que seja a parte ré condenada ao pagamento da
indenização substitutiva referente ao período de estabilidade
provisória da gestante. O juízo de primeiro grau julgou improcedentes
os pedidos articulados na petição inicial, pelos seguintes
fundamentos: -...conforme já exposto, em audiência realizada em
17/03/2013 ainda, portanto, dentro do período estabilitário da
Reclamante, a Reclamada ofereceu o retorno ao trabalho, com
garantia de emprego por 01 (um) ano considerando o tempo não
usufruído pela trabalhadora. A Reclamante, sem apresentar qualquer
justificativa, negou interesse em retornar ao emprego, ou seja,
mesmo dentro do lapso temporal para cumprimento da obrigação

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principal de reintegração demonstrou a Reclamante mero interesse


pecuniário na demanda. Não há como ignorar que não houve pedido
de retorno aas atividades, mas apenas de indenização
correspondente, não obstante tal só ser devida em caso de
impossibilidade da primeira. Com a devida Vênia, a Reclamante
renunciou á sua estabilidade, adotando comportamento de
desinteresse do trabalho. Destaco que a estabilidade da gestante não
é uma garantia aos salários para a empregada, mas sim de prestação
de serviços, remunerada, sem o risco de uma dispensa sem justa
causa por livre arbítrio do empregador. Não se constitui em amarara
legal para nenhuma das partes, pois à empregada será sempre
resguardada a possibilidade de optar por não continuar no trabalho
ou, ainda, de mudar sua atividade para outra que não gere riscos á
sua gestação, enquanto eu ao empregador ao foi retirada
possibilidade disciplinar de ruptura contratual por justo motivo. Se a
empregada gestante pode postular a ruptura do vínculo, esta
estabilidade não é um direito irrenunciável. A conduta da reclamante
é contrária ao exercício regular do direito, o que equivaleu a uma
renúncia.- O contrato de trabalho celebrado entre as partes foi extinto
em 7/5/2012, data do término do contrato por prazo determinado. A
parte autora, consoante documentos trazidos aos autos, notadamente
o de fls. 34, comprovou que, em 13/4/2012, teve ciência de seu
estado gravídico, logo em data anterior àquela do seu desligamento
da empresa. A parte ré nega que tivesse ciência da gravidez da
reclamante. Inicialmente, impõe-se a leitura do disposto no art. 10, II,
b, do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT):
Constituição Federal TÍTULO ATO DAS DISPOSIÇÕES
CONSTITUCIONAIS TRANSITÓRIAS ... Art. (TRT-1 - RO:
00006129020135010401 RJ, Relator: Eduardo Henrique Raymundo
Von Adamovich, Data de Julgamento: 17/11/2015, Primeira Turma,
Data de Publicação: 02/12/2015)

AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA.


ESTABILIDADE PROVISÓRIA DA EMPREGADA GESTANTE.
RECUSA DE RETORNAR AO TRABALHO. AUSÊNCIA DE
RENÚNICA À ESTABILIDADE. Constatada a aparente violação do
art. 10, II, b, do ADCT da CF/88, dá-se provimento ao agravo de
instrumento a fim de se determinar o exame da revista. Agravo de
Instrumento provido. II - RECURSO DE REVISTA. ESTABILIDADE
PROVISÓRIA DA EMPREGADA GESTANTE. RECUSA DE
RETORNAR AO TRABALHO. AUSÊNCIA DE RENÚNCIA À
ESTABILIDADE. Conforme tem reiteradamente decidido esta Corte
Superior, o direito à garantia provisória da gestante é
irrenunciável, pois sua instituição não visa apenas proteger a
trabalhadora, mas tem por destinatário o nascituro. Assim, ainda que
haja recusa, pela reclamante, à reintegração ao emprego, como no
caso em exame, e não esteja configurada a má-fé do empregador, ao
rescindir o contrato de trabalho sem ciência da gravidez, tais fatos
não eliminam a ilegalidade da denúncia unilateral desmotivada do
contrato de trabalho, fato gerador da garantia prevista no art. 10, II, b,
do ADCT. Cabível, assim, a indenização substitutiva. Precedentes
desta Corte. Recurso de Revista parcialmente provido. (TST - RR:
4926020125020011, Data de Julgamento: 25/02/2015, Data de
Publicação: DEJT 27/02/2015)

Por estes motivos, deve ser reconhecido o direito a indenização


pertinente, para a condenação do pagamento dos valores que seriam

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percebidos caso a Reclamante não tivesse sido demitida, bem com as


vantagens relativas ao período e seus reflexos.
 
3.5 HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS
 
Os honorários advocatícios são devidos na ordem de 15% (quize por
cento), com fulcro no art. 133 da Carta Magna e também no art. 85 do C.P.C.,
aplicável de forma subsidiária ao processo do trabalho, que concebe:

Art. 85.  A sentença condenará o vencido a pagar honorários ao


advogado do vencedor.
§ 1o São devidos honorários advocatícios na reconvenção, no
cumprimento de sentença, provisório ou definitivo, na execução,
resistida ou não, e nos recursos interpostos, cumulativamente.
§ 2o Os honorários serão fixados entre o mínimo de dez e o máximo
de vinte por cento sobre o valor da condenação, do proveito
econômico obtido ou, não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor
atualizado da causa, atendidos:
I - o grau de zelo do profissional;
II - o lugar de prestação do serviço;
III - a natureza e a importância da causa;
IV - o trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido para o
seu serviço. (BRASIL, 2015) (grifo nosso)

Nesta mesma linha, citamos que o deferimento dos honorários pela


parte sucumbente foi matéria tratada e virou o Enunciado no 79, aprovado na
1a Jornada de Direito Material e Processual na Justiça do Trabalho ocorrida em
23/11/2007, in verbis:

HONORÁRIOS SUCUMBENCIAIS DEVIDOS NA JUSTIÇA DO


TRABALHO. I – Honorários de sucumbência na Justiça do
Trabalho. As partes, em reclamatória trabalhista e nas demais ações
da competência da Justiça do Trabalho, na forma da lei, têm direito
a demandar em juízo através de procurador de sua livre escolha,
forte no princípio da isonomia (art. 5º, caput, da Constituição da
República Federativa do Brasil) sendo, em tal caso, devidos os
honorários de sucumbência, exceto quando a parte sucumbente
estiver ao abrigo do benefício da justiça gratuita.
 
Diante disto, requer que a Reclamada seja condenada ao pagamento
dos honorários contratuais, no percentual estabelecido de 15% (quinze por
cento).
  

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4. PEDIDOS
  
Diante os fatos e fundamentos expostos, requer:
 
4.1 Conceder o benefício da Assistência Judiciária Gratuita aa Reclamante.
4.2 Requer que a presente Reclamatória Trabalhista seja julgada totalmente
PROCEDENTE, condenando a Reclamada ao pagamento de todas as verbas e
indenização pleiteadas, com a devida atualização monetária, juros, honorários
advocatícios, custas processuais e demais cominações legais
4.3 Requer a citação da Reclamada para oferecer resposta, no prazo legal, sob
pena de revelia.
4.4 Declarar a estabilidade provisória da Reclamante
4.5 Condenar a Reclamada a promover a imediata reintegração da Reclamante
ao quadro de funcionários da empresa. Porém se comprovada a impossível a
reintegração, seja compelida ao pagamento de indenização.
4.5 Condenar a Reclamada a pagar indenização por desrespeito a estabilidade
da gestante, dos salários correspondentes ao período de estabilidade e seus
devidos reflexos, no importe de R$ XXXXX (valor por extenso).
4.6 Requer, que Vossa Excelência, determine a Reclamada a juntada, dos
documentos:
 Contrato de Trabalho;
 Todas as Folhas de pagamento da Reclamante, durante todo o período
do contrato de trabalho.
 Os cartões ponto, igualmente de toda a contratualidade.
4.7 Requer apuração de cálculo em liquidação.
4.8 Condenar a Reclamante ao pagamento dos honorários de sucumbência no
percentual de 15% (quinze por cento), sobre os valores da condenação
principal.
4.9 A Reclamante pretende provar o alegado por todos os meios de provas em
direito admitidos, bem como a oitiva de testemunhas, cujo rol está fixado ao
final da presente petição.
4.10 Condenar a Reclamada ao pagamento de todas as custas e despesas
processuais.

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Petição Inicial – Estabilidade - Gestante

 
 
Dá-se à causa o valor de R$ XXXXXX (valor por extenso)
 
Nesses Termos,
 
Pede e Espera Deferimento.
 
  (CIDADE – ESTADO), _____de __________de _____.

 
________________________________
NOME ADVOGADO
OAB
 
 
 
 
 
 
ROL DE TESTEMUNHAS:
1)______________________
2)______________________
3)______________________

ROL DE DOCUMENTOS:
1)______________________
2)______________________
3)______________________
4)______________________

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5)______________________

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