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Como e porque
denunciar
Jaquelini Doula
Para que nunca mais nenhuma mãe volte pra casa
sem seu filho, vitima de violência obstétrica.
Jaquelini Calandrinoo
A Origem da violência obstétrica.
O problema é que, para acessar esses dados, era obrigatório ser médico. As
parteiras foram sendo descredibilizadas, pois, como continuar confiando
quando surgiram um “monte de problemas” que só médicos sabiam
solucionar?
Isso, somado ao fato de que não havia curso superior, apenas conhecimento
passado de parteira para parteira através do tempo e vivência, fizeram com
que a sociedade passasse a confiar somente em médicos.
O que é?
Episiotomia é um corte na entrada vaginal, mais exatamente no períneo
(espaço entre vagina e ânus), que visa abrir passagem para o bebê, no
momento do expulsivo. Foi inventado no século XVIII por um homem chamado
Sir Fielding Ould para solucionar partos difíceis.
O problema é que esse corte não deveria mais ser feito sob nenhuma
hipótese, pois existem estudos comprovados de que ele não traz nenhum
benefício, ao contrário, traz prejuízos a longo prazo pra vida sexual e
reprodutiva de mulheres. Lá no século XVIII eles faziam o que dava na cabeça,
mas hoje já temos estudos para nos basear, e em cima disso, sabemos que a
episiotomia deveria ser abolida.
Controvérsias
Os mesmos estudos que desmentem todos os mitos acerca da episiotomia,
compararam a prática de rotina com a prática seletiva, mas não dão um
motivo plausível para a realização, reforçando que a episio deve acontecer
quando o profissional julgar necessário.
Ponto do marido
O ponto do marido é uma prega vaginal, feita no corte da episiotomia, afim de
deixar a entrada da vagina menor. Isto é, é feito um ponto a mais no corte para que
a vagina seja mais apertada e isso beneficie o homem a aumentar o seu prazer
sexual.
Esse ponto destrói a vida da mulher. A grande maioria relata dores durante o sexo,
coceiras na cicatriz, sensibilidade, incontinência urinaria, perda de força no
assoalho pélvico entre outras complicações, durante anos.
Quase não existem processos na justiça pelo ponto do marido, porque, apesar de
ser um crime, é muito difícil para a paciente provar que o abuso aconteceu,
sobretudo porque a imensa maioria das mulheres não sabem de que isso é violência,
e apesar do incomodo, se sentem inseguras em questionar a conduta médica.
Por isso é tão importante falar sobre o assunto, informar mulheres, pois sem
informação não tem como se defender, questionar, dizer não. Uma mulher mal
informada é presa fácil.
Manobra de Kristeller
O que é?
Manobra de kristeller é a manobra inventada pelo obstetra alemão Samuel
Kristeller em 1867, que consiste em fazer pressão na região do fundo uterino
com o objetivo de empurrar o bebê pra fora e abreviar os partos. Naquela
época, a crença era de que, se o parto demorasse muito, era perigoso para
mãe e bebê, e por isso vários métodos e manobras foram inventadas, sendo a
manobra de Kriusteller a mais famosa.
Por sorte, hoje sabemos que essa manobra é extremamente nociva e perigosa
a saúde do binômio mãe-bebê e que deve ser erradicada das cenas de parto.
Polêmicas
Apesar da manobra de Kristeller ser desencorajada por todos os manuais de
saúde da mulher e boas práticas no parto, ela ainda é muito utilizada e
inclusive muito ensinada nas universidades, pois mesmo com todos os estudos
contra, muitos médicos burlam os protocolos e continuam aplicando.
Eles emitiram uma resolução que autorizava médicos a passarem por cima de
pacientes para tomarem decisões sobre procedimentos no parto, e também
se posicionaram contra a realização do plano de parto, dando direito ao
médico de recusa-lo.
Posicionamento do Coren
Ironicamente, o conselho federal de enfermagem tem um parecer bem claro
sobre a prática, onde enfermeiros são PROIBIDOS de realizarem a manobra,
através da resoluções estaduais facilmente aprovadas.
O que é?
Ocitocina é o hormônio que rege o parto. Ele é mais conhecido como o
hormônio do amor, porque é produzido pelo nosso cérebro quando fazemos
coisas que amamos. Na década de 50, cientistas americanos desenvolveram a
ocitocina em laboratório, sinteticamente, para algumas necessidades
especificas, mas, como quase tudo na medicina, a ocitocina é mais uma das
intervenções que deveriam ser pro bem, mas acabam se tornando perigosas.
Se você estava bem, e após o soro passou a sentir algum desses sintomas,
saiba que você está copm ocitocina e pode exigir que seja retirado (o
acompanhante também pode pedir a retirada).
Importante que isso esteja no prontuário, caso seja da sua vontade denunciar,
pois eles também costumam ocultar do documento quando não há real
indicalçao.
Ocitocina também é usada na cesárea
Muitas mulheres nem fazem ideia, mas a ocitocina também é usada na
cesariana. Ela ajuda a placenta a descolar do útero em casos de cesarianas
eletivas, pois causa contrações na musculatura lisa, prevenindo assim
hemorragias após dequitação placentária, muito comuns em cesarianas.
O que é?
Também chamada de posição ginecológica, é a posição mais vista nos
partos cinematográficos: a mulher na maca, com as pernas pra cima e
aberta para o médico ter uma melhor visão do nascimento. Apesar de ser
bem popular, é a pior posição pra parir.
Outro bom motivo para não aceita-la é que estar assim facilita que
lacerações aconteçam, pois é preciso maior força e resistência perineal para
o nascimento, o que implica em mais lacerações que poderiam ser evitadas
com uma medida simples: estar posicionada verticalmente.
O que é?
Também conhecida como manobra de valsalva, consiste em fazer força
cronometrada, quando dirigida pelo médico e segurando a respiração. É
uma manobra perigosa, inclusive fora de trabalho de parto e que
infelizmente ainda é muito comum no nosso cenário obstétrico, tão comum
que muitas sequer sabem que existem puxos naturais. Ela também é fator de
risco para pessoas cardiopatas.
Inclusive, com esse puxo involuntário você faz a força correta e diminui
drasticamente a chance de lacerações. Portanto, a melhor alternativa ainda
é esperar o puxo vir de forma natural.
Evidências
Alguns estudos trouxeram evidências de que, fazer força na hora errada e de forma
errada aumentam as chances de lacerações de grau 3 e 4, sobretudo porque,
quando o corpo está pronto para a expulsão do feto, ele mesmo faz força
naturalmente, através de puxos voluntários, não sendo assim necessário forçar o
assoalho pélvico.
Além disso, estudos mostraram que bebês nascidos após o puxo dirigido, tem
maiores de chances de receber nota menor que 5 de apgar (que vai de 0 a 10) por
asfixia fetal.
O que é?
Muitas mulheres acham que marcar uma cesariana as livra de fugir de
violência obstétrica, mas, o que poucas sabem é que cesarianas podem ser
igualmente violentas, e pior, quase todas são naturalizadas como corretas.
Diminuir a luz assim que o bebê nascer também uma mudança necessária, pois
é muito desconfortável para um bebê que acabou de nascer e veio do escuro
ter uma luz tão forte na cara por puro conforto médico.
Uma busca rápida mostra diversos casos ocorridos aqui mesmo, no Brasil,
relatos de vitimas e processos criminais escancaram como o atendimento ao
nascimento aqui no brasil é preconizado e precisa urgente de uma reforma,
tanto para as cesarianas quanto para o atendimento ao parto de forma
humanizada.
O que mais chama atenção é que não existem dados oficiais sobre quantas
mulheres passaram por uma cesariana sem anestesia, o que impede que
politicas publicas sejam criadas em torno de impedir que estes "acidentes"
aconteçam. Sem dados, o governo ignora a prática e não se importa em
reformular o atendimento as gestantes.
Imagem: Healthline
Indústria da cesariana
No Brasil, os planos de saúde pagam valores muito parecido aos médicos
para que acompanhem cesarianas e partos normais, porém essa prática
criou o que chamamos de Indústria da Cesariana.
Olha quantas mulheres estariam vivas e com suas famílias se não tivessem
sido levadas a acreditar que a cesariana era a sua melhor opção. Isso é uma
consequência de como os médicos deixam a ética de lado em troca de
dinheiro. Existem profissionais com taxas de 98% de cesarianas, como
acompanhariam um parto normal depois de anos? praticando violência
obstétrica.
Outro motivo para as altas taxas é a cultura do medo através da fake news.
Partos são demorados, doem como quebrar 22 ossos, bebês morrem por
passar do tempo, o mito do cordão assassino, do medo do "cocô' na
barriga... tudo isso faz com que mulheres acreditem que parir é algo horrível
e prefiram a falsa sensação de segurança e rapidez da cesárea.
Ironicamente, essas mulheres lutam pelo direito de chamar a cesariana de
parto, pois sentem que a cesariana as diminui como mãe e mulher.
Para além disso, é importante alertar que cesarianas NÃO SÃO PARTOS para
que os riscos sejam respeitados, pois, ao ver como parto, ignora-se todas as
complicações cirúrgicas e pós cirúrgicas que podem vir a acontecer. A
palavra trás um peso necessário ao momento e faz com que as mulheres
repensem sobre suas "escolhas".
O que é?
O Exame de toque consiste em enfiar os dedos pela vagina da mulher para
conferir o colo do útero, a vagina e o útero. Nas gestantes ele tem suas
necessidades, como medir dilatação durante trabalho de parto, identificar
algum possível problema, mas, também pode se tornar uma violência
obstétrica. Ele não deve ser feito durante o pré-natal ou fora do trabalho de
parto, pois sua prática envolve riscos.
O exame de toque deve ser feito rapidamente e por uma pessoa só, o seu
corpo não deve servir de cobaia para várias pessoas diferentes. Sua parte
intima deve ser respeitada e preservada. Excesso de exames de toque
inclusive pode causar infecção e parto prematuro.
O que preciso saber sobre esse exame?
O exame de toque, em teoria, não deveria doer, mas alguns profissionais não
tem muita delicadeza em realiza-lo, e acabam por causar dores muito maiores
do que simples desconforto. Além disso, o exame de toque dependendo de
como é feito e do estado da paciente, pode ocorrer sangramentos pontuais.
Dizer "olha, preciso realizar o exame para saber se o seu bebê está em
posição favorável" é diferente de dizer "preciso fazer o toque ou seu bebê vai
nascer sem você estar preparada", coagindo indiretamente a mulher a aceitar
um toque que ela não quer. Violências são sutis, mas estão ali, prontas pra
confundir e causar estragos. Se você se sentiu desconfortável ou obrigada a
aceitar, então sim, foi uma violência obstétrica.
Esse é um dos motivos pelos quais mulheres deveriam ser bem informadas
durante o pré-natal, para que sua experiência não se torne um trauma, tanto
obstétrico quando sexual.
Fórceps
O que é?
O fórceps é um instrumento inventado para abreviar o expulsivo quando
existe alguma complicação, como parada de progressão, prolapso de cordão
no expulsivo, exaustão materna ou batimentos não tranquilizadores. Ele é uma
opção antes da cesariana ou quando não da tempo de realiza-la.
Como podemos ver, existem uma série de fatores para definir qual é melhor
que o outro, não sendo assim tão fácil de se decidir. Em resumo, apesar de
informadas, ficamos fadadas a confiar no profissional de saúde que vai
manejar.
Fonte: Google
O que é?
Restringir dieta é o fato de negarem água ou alimentos a mulher durante o
trabalho de parto com a justificativa de, caso haja uma necessidade de
cesariana, a mulher já estar preparada e em jejum. Isso acontecia porque
antigamente, a cesariana era feita com anestesia geral, hoje raramente ela é
usada, sendo substituída pela Raqui. A anestesia geral, quando feita de
barriga cheia, causa enjoo, vómito, dor de cabeça e isso era perigoso, pois
com a pessoa desacordada ficava difícil saber quando esses sintomas
apareciam, correndo risco de asfixia. Hoje com a Raqui, a paciente fica
acordada e consciente o tempo todo, apenas não sente a dor, e por isso
quando estes sintomas aparecem, são facilmente controlados e medicados.
Consequências da restrição
O trabalho de parto exige muito do nosso corpo, necessitando de energia e
hidratação. Quando ficamos sem comer em situações normais, nossa pressão
baixa, sentimos desconforto, tontura, irritação e fadiga, agora, imagine tudo
isso enquanto você está em trabalho de parto?
Existem estudos que mostram que manter a mulher em dieta zero durante o
parto aumenta as taxas de cesariana, parto instrumental, necessidade de
intervenções que, em condições normais não aconteceriam, desmaios,
aumento no tempo de trabalho de parto, desidratação e dificuldades em
realizar a golden hour.
Eu, particularmente absurdo a gente ainda ter que brigar pelo direito de se
alimentar e se hidratar durante o trabalho de parto, porque não faz nenhum
sentido pra mim em deixar uma mulher parindo com fome e com sede, com
mais desconfortos e correndo mais riscos por uma ideia hipotética que, hoje
em dia, ja sabemos ser desnecessária.
O que posso comer?
Em gestações de risco habitual, sem necessidade de dieta especial, você
pode comer o que quiser, desde um copo de água a uma refeição completa,
tudo depende de como você está se sentindo. O mais indicado em geral é
que se consuma pequenos lanches calóricos, que dão energia e diminuem a
chance de você vomitar, pois a imensa maioria das mulheres apresenta enjoo
durante o trabalho de parto.
O que é?
Negar entrada do acompanhante no parto é crime federal desde 2005
através da lei 11.108. A lei é bem clara: toda mulher tem direito a
acompanhante durante o atendimento inicial, trabalho de parto e pós
parto/internação, sendo de livre escolha da gestante, não ditando gênero ou
parentesco. Isso não muda nem durante a pandemia, pois gestantes não
deixaram de parir. Caso o seu direito seja negado, chame a policia e faça
valer o seu direito: lei é lei!
Interpretando a lei
A Lei do Acompanhante é válida para parto normal ou cesariana;
A lei deixa bem claro que o acompanhante deve estar presente durante o PRÉ
PARTO, PARTO E PÓS PARTO. O tempo todo você deve ter o seu
acompanhante junto com você.
Caso você já saiba que a maternidade que você vai nega o direito ao
acompanhante, você pedir uma liminar judicial que autorize a entrada
dele, isso pode ser pedido pela defensoria pública da sua região. Peça a
liminar antes da data prevista, para quando for a hora, você já estar
preparada.
O que é?
Uma em cada quatro mulheres sofrem violência obstétrica no Brasil, sendo a
mais comum a violência psicológica. Ela se caracteriza por ameaças, piadas e
comandos ofensivos, que causam constrangimento e diminuem a paciente
como mulher, mãe e ser humano.
Infelizmente, essa é uma das formas mais difíceis de provar, porque a maioria
das pessoas não tem costume de gravar o parto e acabam não tendo como
denunciar, então uma dica que dou para todas as mulheres que vão parir:
gravem o máximo que puderem enquanto tiver profissional da saúde perto de
vocês.
Imagine, sentir medo de gritar porque se gritar, não vai parir? Tudo isso para
não incomodas os ouvidos sensíveis dos profissionais de saúde? Então sim, é
violento e desrespeitoso inventar teorias mirabolantes para impedir que
mulheres sejam livres no seu trabalho de parto.
Toda paciente merece ouvir a verdade sobre seu parto e sua perda. Essa
também é uma violência obstétrica, mas é uma das mais ignoradas.
O que é?
Enema é a lavagem intestinal, feita antes do parto para limpar o intestino e
assim prevenir que a mulher não faça coco durante o trabalho de parto. É um
procedimento invasivo, perigoso e violento, pois, além de ter que lidar com as
dores e desconfortos do fim da gravidez e trabalho de parto, a mulher vai ter
que lidar com a dor e o constrangimento do procedimento, que vem atrelado
a episiotomia, e trazem consequências graves.
Existe indicação?
Não não existe. Os motivos para se fazer enema foram todos tirados de lugar
nenhum. Muitas se submetem por medo de fazer cocô na hora do parto, pois
se sentem constrangidas em evacuar na frente de outras pessoas e medo de
sujar o bebê. Outro motivo é o de existia a crença de que isto abreviava o
tempo do trabalho de parto e do expulsivo.
Em resumo:
Não há indicações para a realização;
Não diminuiu taxas de contaminação fecal no parto;
Não há diminuição no trabalho de parto;
Não foi associado a aumento de dor no parto, mas também não diminuiu;
Muitas mulheres submetidas ao enema tendem a ter opinião positiva, mas
porque acreditam que isso as ajudou, quando na verdade, não;
Mulheres que não foram submetidas tem tendência a recusar a realização,
por acreditar que cause dor ou incômodo;
Tende a prejudicar a flora intestinal e facilitar infecções;
Amniotomia
O que é?
Amniotomia é a ruptura da bolsa feita pela obstetra, afim de induzir o trabalho
de parto ou acelera-lo, pois a ruptura libera a prostaglandina do liquido para
a cavidade uterina, aumentando assim as contrações uterinas e causando uma
aceleração do trabalho de parto. Mas, a prática tem riscos e não deveria ser
feita de rotina como é, atualmente.
Riscos da amniotomia
Desconforto e aumento da dor;
Infecção uterina, em alguns casos chegando a septicemia;
Batimentos cardíacos não tranquilizadores (bebê);
Prolapso de cordão umbilical;
Hemorragia;
Aumento das taxas de cesariana;
Em alguns estudos, foi relacionada a apgar menor que 7 no primeiro
minuto de vida;
Recepção ao recém nascido
O que é?
Quando um bebê nasce, a forma como ele é recepcionado pelas pessoas
pode mudar tudo. Infelizmente, muitos protocolos engessados do sistema
causam dores e até mesmo doenças nos bebês que acabaram de nascer, sem
medir se realmente é necessária a prática. É importante que esse assunto seja
discutido e debatido com as mães, para que ao menos os bebês possam ser
protegidos da violência neonatal, uma grande parceira da violência
obstétrica.
O corte do cordão umbilical também deve ser em momento oportuno: Quando para
de pulsar e temos a certeza de que o bebê recebeu todo o sangue necessário.
Cortar o cordão antes do tempo de pulsação pode causar anemia, pois 30% do
sangue do bebê pode ficar na placenta. Existem poucas indicações de corte do
cordão antes do tempo, não deve ser feito de rotina.
O banho também pode - e deve- ser atrasado, pois o vernix (substância gordurosa
e esbranquiçada que vem na pele do bebê) hidrata e protege a pele do bebê,
previne infecções e mantém a temperatura corporal.
Vitamina k
A vitamina K é muito importante para o bebê, pois ela é a vitamina responsável
por proteger o bebê da doença hemorrágica do recém nascido. É uma
vitamina que o bebê não recebe da mãe, pois ela não passa pela placenta.
Você pode exigir que a dose - feita em uma injeção - seja no seu colo e
enquanto o bebê mama, para que o desconforto seja mínimo. Ela ´pode ser
ofertada via Oral também ao longo de um tempo, mas isso requer um cuidado
a mais, que pode se tornar incomodo no puerpério, e por isso é ofertada em
uma única dose na maternidade.
O que é?
Ao contrário de todos os outros capítulos deste livro, este veio para informar
de modo positivo. A “golden hour”, é à primeira hora de vida do bebê e é
muito valiosa para a saúde e bem estar da mãe e do bebê.
A recepção
Após o nascimento de um bebê saudável, o melhor lugar para ele estar é no
colo da mãe. O recém-nascido deve ser colocado de bruços e sem roupa,
diretamente no abdome ou ventre materno, apenas com o dorso coberto. Esse
contato pele a pele na primeira hora de vida é precioso e ajuda o recém
nascido a regular a temperatura corporal, fortalece o sistema imunológico,
pois entra em contato com a microbiota materna, além de favorecer a
construção do vínculo mãe-bebê.
Outras práticas que podem ajudar este momento é diminuir a luz ambiente,
diminuir o barulho em volta do bebê, e manter a temperatura da sala de modo
confortável.
Amamentação
A primeira mamada deve ser feita na primeira hora de vida, pois faz com que
o organismo materno libere ocitocina, o que ajuda na expulsão da placenta
de forma fisiológica, diminui a perda sanguínea no pós-parto, protegendo a
mãe de uma hemorragia pós parto.
Para o bebê, a amamentação na primeira hora faz com que seu organismo
receba o colostro, rico em anticorpos e nutrientes, considerada a “primeira
vacina” do bebê.
Importante salientar que, quando, por qualquer motivo que seja, a mãe não
pode ter a golden hour com o bebê, o pai pode desempenhar esse papel,
contato pele a pele, muito colo e carinho até que a mãe esteja apta.
Como e porque denunciar
Como denúnciar?
Solicite a cópia do prontuário, o hospital deve entregar em até 30 dias
úteis;
Reúna fotos, documentos, exames, vídeos, tudo que você puder reunir
serve de prova;
Reúna testemunhas, se possível;
Registre um boletim de ocorrência na delegacia mais próxima da
delegacia;
Registre uma denúncia no conselho federal de medicina ou enfermagem;
Registre uma denúncia no ministério público ou defensoria pública da sua
cidade;
Contrate um advogado especialista em violência obstétrica;
O prazo para denunciar é de 3 a 5 anos após o ocorrido;
Como provar?
Muitas mulheres sabem que sofreram violência obstétrica, porém deixam de
buscar seus direitos por não saberem quais provas precisam para mover a
ação.
Primeiro ponto é que não existe uma lista exata do que é necessário para
ingressar com a ação de violência obstétrica, cada caso é único e precisa
ser analisado de preferência por um advogado qualificado a apontar quais
são as provas necessárias para o seu caso.
Entretanto, existem alguns documentos que são básicos independente do caso vai
precisar, que é o caso do PRONTUÁRIO MÉDICO. Com relação a este documento o
hospital é obrigado a fornecê-lo, podendo cobrar apenas o valor das cópias.
Outro documento importante é o partograma que deve vir junto com o
prontuário médico.
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