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e Lepidópteros
• Saturniidae:
• “Espinhos”ramificados e
pontiagudos de aspecto
arbóreo, com glândulas de
peçonha nos ápices.
Apresentam tonalidades
esverdeadas, exibindo no
dorso e laterais, manchas e
listras, características de
gêneros e espécies. Muitas
vezes mimetizam as plantas
que habitam.
Eruscismo
• Saturnídeo-Lonomia
• Orugas ou rugas(Sul do
Brasil),
• beijus-de-tapuru-de-
seringueira(norte do
Brasil). Causadoras de
síndrome hemorrágica.
Eruscismo
• Arctiidae:
• Lagartas Premolis semirufa,
causadoras da pararamose
(inchaços até quadros graves,
como inflamação e perda dos
movimentos das mãos)
Eruscismo
• Formas adultas(mariposas-da-coceira)
• Somente fêmeas adultas do gênero
Hylesia sp (Saturniidae) apresentam
cerdas no abdome que, em contato com
a pele, causam dermatite papulo
pruriginosa.
• Dermatite urticante
• Lagartas de vários gêneros
• Acidente muito comum em todo o
Brasil, em geral, de curso agudo e
evolução benigna. Fazem exceção os
acidentes com Lonomia sp.
• Ações da peçonha Não se conhece
exatamente como agem as peçonhas
das lagartas. Atribui-se ação aos líquidos
da hemolinfa e da secreção das
espículas, tendo a histamina o principal
componente estudado até o momento.
Eruscismo
• Dermatite urticante
• Quadro clínico: Manifestações do tipo
dermatológico, dependendo da intensidade e
extensão do contato. Dor local intensa, edema,
eritema e, eventualmente, prurido local. Existe
infartamento ganglionar regional característico e
doloroso. Nas primeiras 24 h, a lesão pode evoluir
com vesiculação e, mais raramente, com formação
de bolhas e necrose na área do contato.
• Complicações:
• O quadro local de boa evolução, regredindo no
máximo em 2-3 dias sem maiores complicações ou
seqüelas.
• Tratamento: compressas frias; anestésico local;
elevação do membro acometido; corticosteroides
tópicos; anti-histamínico oral.
• Por causa da possibilidade de se tratar de acidente
hemorrágico por Lonomia sp, todo o paciente que
não trouxera lagarta para identificação deve ser
orientado para retorno, no caso de apresentar
sangramentos até48 h após contato.
Eruscismo
• Dermatite urticante por mariposa Hylesia sp
• Fêmeas de mariposas de Hylesia sp têm causado
surtos de dermatite papulo pruriginosa. As
mariposas, atraídas pela luz, invadem os domicílios
e, ao se debaterem, liberam no ambiente as
espículas que, atingindo a superfície cutânea,
podem causar quadros de dermatite aguda.
• Ações da peçonha Além do trauma mecânico
provocado pela introdução das espículas, postula-se
a presença de fatores tóxicos que, até agora,
praticamente não foram estudados.
• Quadro clínico Lesões papulo pruriginosas logo após
contato com as cerdas. Intenso prurido e cura após
7-14 dias . Tratamento Anti-histamínicos, via oral,
compressas frias, banhos de amido e,
eventualmente, cremes à base de corticosteróides.
Eruscismo
• Periartrite falangeana-pararama
• Pararamose ou reumatismo dos seringueiros→larva
da mariposa Premolis semirufa, “pararama”.
• Restritos à Amazônia(seringais) > 90% acidentes
comprometem as mãos, originando lesões crônicas
que comprometem as articulações falangeanas,
levando a deformidades com incapacidade funcional.
• Ações da peçonha: A reação granulomatosa e fibrose
do tecido cartilaginoso e bainhas do periósteo.
• Ação mecânica das cerdas e/ou à existência de
secreções protéicas no interior dessas cerdas.
• Tratamento: Não há conduta terapêutica específica.
Tratamento imediato, semelhante ao descrito para
dermatite por contato. Formas crônicas, com
artropatia, deverão ter acompanhamento
especializado.
Eruscismo
• Síndrome hemorrágica-Lonomia
• Principalmente na região Sul, atingindo principalmente
trabalhadores rurais. Há registros em SP e GO.
• Ações da peçonha: Mecanismo síndrome hemorrágica
não está esclarecido. PLA2, substância caseinolítica e
ativadora de complemento. Ação pró-coagulante
moderada. Diminuição dos níveis de fatorXIII,
responsável pela estabilização da fibrina e controle da
fibrinólise. Não se observa alteração nas plaquetas.
• Quadro clínico: Constitui a forma mais grave do
erucismo.
• Local→Dermatite urticante
• Geral→Cefaleia holocraniana, mal-estar geral, náuseas e
vômitos, ansiedade, mialgias, dores abdominais,
hipotermia, hipotensão. Equimoses, hematomas
espontâneos ou provocados por trauma ou em lesões
cicatrizadas, hemorragias de mucosas, hematúria
macroscópica, sangramento sem feridas recentes,
hemorragias intra-articulares, abdominais, pulmonares,
glandulares(tireóide, glândulas salivares) e hemorragia
intraparenquimatosa cerebral.
Eruscismo
Eruscismo
• Complicações: Insuficiência renal aguda (5% dos casos).
• Exames complementares: Coagulograma, diminuição
acentuada do fibrinogênio plasmático, elevação de
produtos de degradação do fibrinogênio e fibrina, Nº
plaquetas normal.
• Diagnóstico: Não existem métodos diagnósticos
específicos. O diagnóstico diferencial com as dermatites
urticantes provocadas por outros lepidópteros deve ser
feito pela história clínica, identificação do agente e
presença de distúrbios hemostáticos.
• Tratamento Local→ Semelhante a dermatite urticante.
• Manifestações hemorrágicas: →repouso, evitando-se
traumas mecânicos. Agentes antifibrinolíticos. Correção
da anemia por meio da administração de concentrado
de hemácias. Sangue total ou plasma fresco são contra-
indicados pois podem acentuar o quadro de coagulação
intravascular.
• Soro antilonômico(SALon) começa a ser produzido em
pequena escala, estando em fase de ensaios clínicos, de
utilização restrita.
Coleópteros
• Coleópteros de importância médica no Brasil:
• Acidentes por besouros do gênero Paederus
(Coleoptera, Staphylinidae) nas regiões Norte,
Nordeste e Centro-Oeste e pelo gênero Epicauta
(Coleoptera, Meloidae) no estado de SãoPaulo.
• Paederus (potó, trepa-moleque, péla-égua, fogo-
selvagem) compõe-se de pequenos besouros de
corpo alongado, medindo de 7-13 mm; possue
mélitros curtos, que deixam descoberta mais da
metade do abdome. Vivem em lugares úmidos,
arrozais, culturas de milho e algodão.
• Paederus amazonicus, P. brasiliensis, P. columbinus,
P. fuscipese P. goeldi. Predam outros insetos,
nematódeos e girinos. Defendem-se com as Paederus sp
mandíbulas, ao mesmo tempo em que encurvam o
abdome, provavelmente também para acionar a
secreção das glândulas pigidiais.
Coleópteros
• Potó-grande, potó-pimenta,
papa-pimenta, caga-fogo e
caga-pimenta correspondem
ao gênero Epicauta, as
cantáridas do Novo Mundo,
também dotadas de
propriedades vesicantes
(atribuídas à cantaridina)
sendo causadoras de lesões
menos evidentes, que
regridem em cerca de 3 dias.
Coleópteros
• Ações do veneno: Hemolinfa e secreção glandular do potó→
potente toxina de contato, pederina, de ação cáustica e vesicante. Trata-se
de uma amida cristalina, de ação inibidora do DNA, bloqueando a mitose.
Adultos, ovos e larvas contêm a toxina.
• Quadro clínico: Sensação de ardor contínuo Os dedos que
friccionaram o inseto podem levar a toxina a outras áreas, inclusive à
mucosa conjuntival, provocando dano ocular (conjuntivite, blefarite,
ceratite esfoliativa, irite).
• Leve→discreto eritema.
• Moderado→marca do eritema, ardor e prurido, vesículas que se
alargam gradualmente(48h). Estágio escamoso, vesículas secam(8 dias),
deixando manchas pigmentadas(1 mês ou+).
• Grave →contato com vários espécimes. Febre, dor local, artralgia e
vômitos. O eritema pode persisti por meses. Infecção secundária
• Acidente por Epicauta sp.
• Tratamento Lavar imediatamente as áreas atingidas, com abundante água
corrente e sabão. Nas lesões instaladas, utilizar banhos anti- sépticos com
permanganato e antimicrobianos tópicos. A tintura de iodo destrói a
pederina, mas deve ser empregada precocemente. Em caso de contato
com os olhos, deve-se lavar o local com água limpa e abundante.
Ictismo
• Peixes marinhos ou fluviais.
• Acidentes acantotóxicos(arraias, O
veneno das arraias é composto de
polipeptídeos de alto peso
molecular)
• Em sua composição já foram
identificadas a serotonina, a
fosfodiesterase.
• É um veneno termolábil que
ocorre na maioria desse grupo.
• →caráter necrosante e a dor é o
sintoma proeminente. Peçonha das
arraias: 5-HT e peptídeos de alta
MW, como fosfodiesterase e 5-
nucleotidase.
Ictismo
• Acidentes sarcotóxicos→ Ingestão de
peixes e frutos do mar. Os baiacus
possuem TTX, podendo provocar
paralisia consciente e óbito por falência
respiratória. Peixes que se alimentam
do dinoflagelado Gambierdiscus toxicus
podem ter acúmulo progressivo de
ciguatoxina nos tecidos, provocando o
quadro denominado ciguatera.
Ictismo
• Manifestações neurológicas e
gastrintestinais.
• Neurológicas: Sensação de formigamento
da face, lábios, dedos das mãos e pés,
fraqueza muscular, mialgias, vertigens,
insônia, dificuldade de marcha e distúrbios
visuais.
• Agravamento: convulsões, dispnéia,
parada respiratória e morte, que pode
ocorrer nas primeiras 24 horas.
• Gastrintestinal: Náuseas, vômitos, dores
abdominais e diarréia. A recuperação
clínica do envenenamento por peixes pode
se estender de semanas a meses.
Ictismo
• Tratamento:
• Acidente traumatogênico ou
acantotóxico: objetivo alívio da dor, o
combate dos efeitos da peçonha e a
prevenção de infecção secundária.
• Acidente por ingestão de peixes
tóxicos: Tratamento de suporte.
Lavagem gástrica e laxante. Insuficiência
respiratória e o choque devem ser
tratados com medidas convencionais.
Nos acidentes escombróticos está
indicado o uso de anti-histamínico.
• Prognóstico: Acidentes acantotóxicos e
traumatogênicos→favorável, mesmo
nos casos com demorada cicatrização,
com exceção dos acidentes provocados
por arraias e peixes escorpião, cujo
prognóstico pode ser desfavorável.
Ictismo
• Acidentes Em 1956, pescadores dessa baía japonesa começaram a ter uma doença batizada de mal de Minamata,
que causava paralisias e podia matar. Logo ficou claro que os casos surgiram porque uma indústria de
fertilizantes, a Chisso Corporation, lançou durante quatro décadas 27 toneladas de mercúrio no oceano,
escombróticos→acontecem contaminando peixes e frutos do mar. Mais de 3 mil pessoas adoeceram e centenas morreram. A região
só foi declarada livre de mercúrio em 1997, quando as redes que impediam os peixes contaminados de
descarboxilação da histidina na
carne de peixes mal conservados,
produzindo a toxina saurina, capaz
de liberar histamina em seres
humanos. Acúmulo de metil-
mercúrio em peixes pescados em
águas contaminadas podem
produzir quadros neurológicos em
humanos, quando houver ingestão
crônica. Doença de Minamata.
Ictismo
• Ictismo-peixes acantotóxicos: Os peixes acantotóxicos possuem espinhos
ou ferrões pontiagudos e retrosserrilhados, envolvidos por bainha de
tegumento sob a qual estão as glândulas de peçonha existentes nas
nadadeiras dorsais, peitorais ou na cauda, com exceção do niquim, cujas
glândulas estão na base dos ferrões. Bagres(Bagre bagre, B. marinus, etc),
mandi(Genidens genidens, Pimelodellabrasiliensis), peixe escorpião,
beatinha ou mangangá (Scorpaena brasiliensis, S. plumeri), niquim ou
peixe sapo(Thalassophrynenatterreri, T. amazonica)e arraias.
• Arraias marinhas (Dasyatisguttatus, D. americana, Gymnura micrura, etc)
• Arraias fluviais (Potamotrygon hystrix, P. motoro)
Ictismo
• Acidente acantotóxico:
• Quadro clínico: Ferimento, dor
imediata e intensa. Eritema e edema
regionais. Casos graves: linfangite,
reação ganglionar, abscedação e
necrose tecidual no local.
• Lesões não tratadas: infeção
bacteriana.
• Manifestações gerais: fraqueza,
sudorese, náuseas, vômitos,
vertigens, hipotensão, choque e até
óbito.
Ictismo
• Ictismo- acidentes traumáticos:
• Os candirus(Vandellia cirrhosa)
são peixes pequenos e que podem
penetrar em qualquer orifício
natural de banhistas nos rios da
Amazônia. Acidentes por descarga
elétrica são provocados por
contato com peixes que possuem
órgãos capazes de produzir
eletricidade.
• Exemplos: Poraquê (Electrophorus
electricus) e Arraia treme-treme
(Narcine brasiliensis).
Ictismo
• Acidente tetrodontóxico e
ciguatóxico.
• Baiacus(Tetraodontidae):
Colomesuspsittacus,
Lagocephalus laevigatus, Diodon
hystrix, etc.).
• Garoupa (Cephalopholis argus).
• →prognóstico é reservado e a
taxa de letalidade pode
ultrapassar 50% e 12%,
respectivamente.
Referências Bibliográficas