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Faculdade de Teologia da Arquidiocese de Brasília

Disciplina: Liturgia Fundamental I


Docente: Pe. Antônio Xavier
Discente: Wiler Gomes Faria Somavila
Data: 15/03/2022

Síntese do documento do Concílio Vaticano II Sacrosanctum Concilium.

A constituição Sacrosanctum Concilium trata especificamente temas relacionados à


sagrada liturgia. Diante o contexto da necessidade de uma nova evangelização, o Concílio
Vaticano II com a citada constituição, determina algumas modificações na liturgia, para
“aquelas instituições que são suscetíveis de mudanças”1, para que pudesse ser melhor
compreendida pelo povo de Deus. A Igreja não pretende aqui “destruir” os ritos que vinham
sendo utilizados, mas sim reforma-los para que melhor demonstrassem o sentido de serem
rezados.

Capítulo I
A constituição antes de determinar as mudanças necessárias, vem expor a importância
da sagrada liturgia na Igreja, que tem Cristo como centro, Ele que é o Verbo encarnado, veio
para a salvação dos homens, redimir os pecados. E é papel da Igreja dar continuidade a este
mistério de Cristo por meio da liturgia.
Como a Igreja dá continuidade àquilo que Cristo veio fazer, Ele está sempre presente.
Seja por meios dos sacramentos, seja pelo ministro, bem como nas Sagradas Escrituras. Deus
por meio de Cristo quis salvar os homens, e o continua fazendo. A Igreja dá testemunho de
Cristo e Ele age nela. A liturgia vai dizer a constituição “é considerada como exercício da
função sacerdotal de Cristo”2. A liturgia pelo fato de ser o exercício do próprio Cristo é
superior às outras ações da Igreja.
A liturgia celebrada pela Igreja é ação do próprio Cristo, mas de uma forma ainda
incompleta, uma vez que celebraremos plenamente na Vida Eterna. Apesar da liturgia é o
ápice das ações da Igreja, mas não as únicas. O chamado à fé e à conversão também são ações
da Igreja3, já que se faz necessário alcançar aqueles que não fazem parte da Igreja, para que
venham a participar.
A liturgia é tida como ponto alto da Igreja e sua fonte, já que é o Cristo agindo ali.

1
Conc. Vat. II, Const. Sacrosanctum Concilium, 25 jan. 1964, n. 1. p. 34.
2
Ibidem, n.7. p.38.
3
Cf. Rm 10, 14-15.
Como muitas coisas na humanidade precisam serem reformadas, como uma mudança
causa estranheza, precisa-se promover com empenho para que os interessados sejam
instruídos da melhor maneira possível. Assim a Igreja promove uma intensa formação
litúrgica visando que os fiéis participem mais intensamente do mistério de Cristo. Como seria
impraticável a formação direta para todo o povo de Deus, a Igreja promove a formação dos
professores, para que assim como o anúncio foi feito em pequenas comunidades e fossem se
disseminando, assim também aconteceu com a formação litúrgica. É necessário intensa
formação litúrgica principalmente para os candidatos ao sacerdócio.
A liturgia possuí partes mutáveis e partes imutáveis, essas são de instituição divina. As
partes mutáveis são as que sofreram mudanças. E quem tem autoridade para tais mudanças é
somente a Igreja, e em casos específicos o bispo.
A Sagradas Escrituras tem papel fundamental na liturgia. Mesmo que uma ação seja
celebrada de modo privado, ela é pública porque são da Igreja que é unidade, a Igreja não é de
uns.
Diante das exposições, a Igreja propõe a implantação da liturgia para o povo de Deus,
isso é feito por meio das dioceses e paróquias, a quem o responsável é o bispo, ele é o pastor
daquele povo, sendo o sacerdote seu colaborador. Podem existir comissões, diocesanas ou
nacionais, para decidirem alguns rumos a se tomar para a ação evangelizadora.

Capítulo II
Como Cristo é quem age na Igreja, é então o centro. E se faz presente de modo
palpável na Eucaristia. Na santa Missa Cristo se faz pão. Isso norteia todas as ações da Igreja,
pois tudo o que faz tem como objetivo levar o povo à participação na Eucaristia. Para que
melhor participem, propõe revisões para que fique mais claro o mistério celebrado.
Um ponto importante nessa mudança é a língua em que se celebra, que comumente era
o latim para toda a celebração, agora pode-se usar a língua vernácula de cada região. É dado
maior relevância para a Sagradas Escrituras, “a liturgia da palavra e a liturgia eucarística,
estão tão intrinsicamente unidas, que formam um só ato de culto.”4
Agora permitisse a concelebração, sendo o bispo a regular.

Capítulo III

4
Conc. Vat. II, Const. Sacrosanctum Concilium, 25 jan. 1964, n.56 p. 56.
Como Cristo é o centro e todas as ações devem voltar-se a ele. Por isso Ele mesmo deixou os
demais sacramentos para que orientem e conduzam os fiéis à bem participação da Igreja
terrestres visando a Igreja Celeste.
Sobre todos os sacramentos a Igreja propôs reformas para melhor participam e
entendimento do povo. Sempre as ações litúrgicas possuem leituras da Sagradas Escrituras.

Capítulo IV
Sobre o ofício divino a Igreja salienta o que é “Ele une a si toda a humanidade e
associa-se a este cântico divino de louvor.” 5 Reforça o valor de se rezar o ofício divino. As
mudanças mais notáveis que “suprima-se a Hora de Prima” 6. As laudes e vésperas são as
horas principais; a Hora de Matinas pode ser rezada em qualquer hora do dia; desobriga a
rezar todas as Horas menores, sendo obrigada somente uma, a que melhor atender à
necessidade do dia; os salmos passam a ser divididos em quatro semanas; a restruturação da
ordem das leituras. Diz sobre quem são os obrigados ao ofício. E propõe a participação dos
fiéis, ao menos em algumas ocasiões.

Capítulo V
O tempo litúrgico tem fundamental importância nas celebrações da santa Missa. Tanto
que fica determinado que aos domingos seja celebrada toda a revelação, toda a vida de Jesus.
E salvos dias fortemente importantes para a Igreja universal. E de modo particular para
algumas regiões. Nada precede a liturgia dominical, exceto uma celebração elevada à
solenidade por ocasião do padroeiro, seja da comunidade, seja da ordem.
A quaresma deve ter maior notoriedade, quanto à penitência e à preparação para a
páscoa de Jesus. Importante que seja propagada a leitura da Sagradas Escrituras.

Capítulo VI
A música deve elevar o espírito humano a Deus, para isso boas composições e
músicos bem instruídos são fundamentais. De modo que não se perca a música, sendo ela por
ela mesma, a música deve estar os mais unida possível da liturgia. Observe-se as
composições, para que sejam realmente orações cantadas. A formação tem papel fundamental
também nesse campo da liturgia, sobretudo nos seminários e casas de formação. O canto

5
Ibidem. n. 83. p. 63.
6
Ibidem. n. 89. p. 65.
gregoriano é reconhecido como o próprio da liturgia, podendo serem utilizados outros cantos,
como o polifônico ou cantos populares, desde que unidos à liturgia.

Capítulo VII
A arte sacra é para melhor culto a Deus, pela beleza das artes, onde o homem pode
contemplar as obras de Deus. Cuide-se para não determinar um estilo de arte próprio, já que a
Igreja mesmo não tem. Não é proposto alguma reforma na arte sacra, mas sim a observância
das artes presentes na Igreja para que cumpram o desígnio de elevar o espírito à
contemplação. O cuidado com os excessos também deve ser considerado.

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