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INTRODUÇÃO

Saindo da teoria para a prática, geralmente nos deparamos com as


dificuldades de fazer Segurança em um país ainda em desenvolvimento, onde
as culturas são extremamente medianas e não se tem um completo
comprometimento com as questões de Segurança e Saúde do trabalhador. Por
tudo isto, posso me considerar satisfeito, pois tive o privilégio de realizar meu
estágio preparatório, esta que é uma das mais importantes etapas de nossa
vida profissional, em uma empresa que realmente preocupa-se com a
Segurança e não apenas age de forma reativa, mas sim, atua fortemente na
prevenção, tendo o controle de Desvios como foco principal.

Por estes motivos, não poderia escolher outro tema se não aquele que
realmente chamou-me a atenção: A Gestão de Desvios. Sabendo que o Desvio
precede toda e qualquer perda potencial e perda real e, em geral, ocorre por
fatores comportamentais (individuais e/ou organizacionais), o Grupo Predial
criou ferramentas para diminuir a incidência destes Desvios.
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Toda e qualquer perda, seja ela pessoal, material ou ambiental está


diretamente ligada ao Desvio. Para que o acidente ocorra é necessário que
haja a união de três elementos, o perigo, a exposição e o Desvio. Em não
havendo uma destas três situações o acidente pode ser evitado. Podemos usar
como exemplo um piso molhado, o perigo está ali, mas se não houver a
exposição (pessoa adentrando a esse ambiente com piso molhado), o acidente
não vai acontecer. Se houver a exposição (pessoa entra no ambiente com o
piso molhado), ai sim, existe a chance de acontecer algum acidente. Agora, se
juntarmos a esta situação o elemento Desvio (o piso continua molhado e uma
pessoa acessa esse piso, não bastando, essa pessoa está atrasada pra uma
reunião importantíssima e está correndo para ganhar tempo), aumentando
consideravelmente as chances de ocorrer um acidente.

Portanto, para se obter uma solução eficaz no gerenciamento integrado


de SSMA visando à prevenção de perdas, é necessário trabalharmos com a
conscientização, educando as pessoas para evitar que esses Desvios ocorram
e/ou continuem ocorrendo, antecipando-se aos mesmos, qualquer que seja o
seu potencial para gerar perdas. Ou seja, nenhuma perda pode ser julgada
pelas suas conseqüências e sim pelo seu potencial. Devemos ter Segurança,
Saúde e Meio Ambiente como valor, aplicando o conceito de disciplina, 3AA
(Auto-Aprendizagem, Auto-Avaliação e Auto-Análise), e também o conceito de
dono conseguindo assim, gerenciar os Desvios com total eficácia.
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1. GRUPO PREDIAL

1.1 Conhecendo o Grupo Predial

O Grupo Predial trabalha com a prestação de serviços de Segurança


Patrimonial, Limpeza, Logística, Multi-serviços e Gestão de Águas e Resíduos.

O Grupo Predial conta hoje com equipes formadas por mais de 7.000
funcionários treinados e qualificados. A principal diferença do Grupo reside na
competência para encontrar a melhor solução para necessidades específicas
de seus clientes de forma personalizada. Tem como missão atender de
maneira ágil e dinâmica as necessidades de seus clientes, utilizando a mais
avançada tecnologia para atingir altos níveis de qualidade, buscando maior
eficiência na relação custo/benefício, com consciência ambiental e a
manutenção de pessoas motivadas e treinadas. A parceria com clientes e
fornecedores é o meio pelo qual são prestados serviços para soluções
exclusivas e de alto valor agregado.

1.2 Múltiplos Serviços

O Grupo realiza múltiplos serviços com diferentes clientes dos mais


variados ramos de atividade, estão entre eles:
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 Segurança Patrimonial

Figura 1: Segurança Patrimonial

Proteger pessoas, patrimônios de empresas e da coletividade. Qualidade


e competência com rigoroso cumprimento de normas e legislações; equipes
treinadas sistematicamente em todas as ações críticas de segurança para a
proteção de pessoas, empresas, áreas industriais e comerciais, shows e
eventos nacionais e internacionais, hotéis, centros turísticos e de lazer, portos
e aeroportos, vias férreas, rodovias.

 Limpeza e Higienização

Figura 2: Limpeza e Higienização


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Com experiência na prestação de serviços em qualquer ambiente que


necessite de limpeza meticulosa ou técnica, a Predial está apta a atuar nos
mais diversos segmentos: edifícios comerciais, plantas industriais, escritórios,
condomínios residenciais, bancos, hospitais, instalações em geral,
universidades, áreas ajardinadas, laboratórios clínicos, estacionamentos,
shopping centers, áreas de produção, aeroportos, rodoviárias, metrôs, hotéis,
clubes, escolas e supermercados.

Existe um tipo de serviço de limpeza que não aparece, não altera em nada
a beleza dos ambientes onde é aplicado, mas que todos os que dele se
utilizam, sabem avaliar com precisão sua importância. É a Limpeza Técnica. O
Grupo Predial é nacionalmente reconhecido por trabalhos de Limpeza Técnica
executados em importantes empresas do país. São serviços de qualidade,
prestados com competência e procedimentos certificados. Limpeza Técnica
compreende trabalhos de manutenção, limpeza, recondicionamento,
substituição de peças e componentes de máquinas, equipamentos, máquinas-
ferramentas, veículos para indústrias de todos os seguimentos, montadoras,
complexos químicos e petroquímicos, grandes edificações industriais, usinas
siderúrgicas, refinarias de petróleo, plataformas offshore e onshore,
hidroelétricas, termoelétricas, centrais termonucleares, parques gráficos,
têxteis, redes de transmissão, subestações, ETAs e ETEs.

 Multi-Serviços

Foto 3: Multi-Serviços
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Os Multi-Serviços são prestados através de procedimentos organizados,


com profissionais qualificados, avaliação permanente e treinamento intensivo e
constante.

Manutenção Predial: Uma estrutura predial é um mundo complexo. Ar


condicionado, energia elétrica, prevenção e combate a incêndio, água e
esgoto, elevadores, controle de acesso, iluminação, alvenaria, comunicação,
telefonia, são apenas alguns dos vários serviços de Manutenção Predial.

Portaria e recepção: A Predial presta serviços para condomínios


comerciais, sedes de empresas, hospitais, plantas industriais e em feiras e
exposições.

Serviços Administrativos: O Grupo Predial projeta e executa Serviços


Administrativos, com rigoroso planejamento, execução personalizada,
tecnologia, know- how, equipe especializada e criativa, dentro da melhor
relação custo-benefício.

Auxiliares de escritório, auxiliares administrativos, auxiliares de compras,


auxiliares de serviços gerais, mensageiros, telefonistas e outros profissionais
administrativos habilitados, treinados e com a experiência necessária para
entrar em ação imediatamente em escritórios de todos os segmentos
empresariais.

 Logística

Foto 4: Logística – ensaque / Expedição


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Equipes de profissionais especializados em Recebimento,


Armazenamento, Separação, Expedição e Administração de CDA, identificando
todas as necessidades em Serviços de Logística. O Grupo Predial está
certificado pelo BVQI com a ISO 9002 de Qualidade para serviços de Logística.
Atua com agilidade e rapidez na movimentação de cargas em todas as fases
do ciclo logístico in-door.
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2. SEGURANÇA DO TRABALHO

2.1 O que é Segurança do Trabalho?

Segurança do trabalho pode ser entendida como os conjuntos de medidas


que são adotadas visando minimizar os acidentes de trabalho, doenças
ocupacionais, bem como proteger a integridade e a capacidade de trabalho do
trabalhador.

O quadro de Segurança do Trabalho de uma empresa compõe-se de uma


equipe multidisciplinar composta por Técnico de Segurança do Trabalho,
Engenheiro de Segurança do Trabalho, Médico do Trabalho e Enfermeiro do
Trabalho. Estes profissionais formam o que chamamos de SESMT - Serviço
Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho. Também
os empregados da empresa constituem a CIPA - Comissão Interna de
Prevenção de Acidentes, que tem como objetivo a prevenção de acidentes e
doenças decorrentes do trabalho, de modo a tornar compatível
permanentemente o trabalho com a preservação da vida e a promoção da
saúde do trabalhador.

A Segurança do Trabalho é definida por normas e leis. No Brasil a


Legislação de Segurança do Trabalho compõe-se de Normas
Regulamentadoras, Normas Regulamentadoras Rurais, outras leis
complementares, como portarias e decretos e também as convenções
Internacionais da Organização Internacional do Trabalho, ratificadas pelo
Brasil.
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2.2 Segurança do Trabalho no Grupo Predial

Para o Grupo Predial, Segurança é uma missão que vai além da simples
manutenção do estado de normalidade das coisas. Quem oferece Segurança
tem que estar sempre seguro de si mesmo e do preparo e da confiabilidade de
seus profissionais. O Grupo visa criar um padrão de excelência operacional
para o desenvolvimento do trabalho nos Contratos. Deve ser ressaltado que
este padrão somente será alcançado com o comprometimento e participação
de todos os colaboradores da empresa.

2.3 SESMT Predial

Como o Grupo Predial, CNAE 63.1 (Movimentação e Armazenamento de


Cargas) possui, atualmente, 392 colaboradores nas unidades Braskem PP e
Braskem PE e é uma empresa de grau de risco 3, conforme a NR 4, quadro II
(Dimensionamento do SESMT), o seu SESMT deveria contar com 02 Técnicos
em Segurança do Trabalho. Tendo em vista a preocupação da empresa com
os seus trabalhadores, o meio ambiente e os seus processos, o SESMT
(Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho),
na Predial está dimensionado da seguinte forma:

 06 Técnicos de Segurança do Trabalho;

 02 Estagiários Técnicos em Segurança do Trabalho;

 01 Médico de Segurança do Trabalho.

O SESMT tem como função ORIENTAR e APOIAR as áreas operacionais


nos assuntos relativos à segurança do trabalho.

2.4 CIPA Predial

Para definição do número de colaboradores que constituem uma CIPA


(Comissão Interna de Prevenção de Acidentes), usamos o quadro I da Norma
Regulamentadora - NR 4 (Dimensionamento da CIPA). Esta tabela é formada
pelo número do CNAE, agrupado por empresas de atividades similares e o
número de trabalhadores da empresa.

Para definição da CIPA, o Grupo Predial, utilizando o quadro I, têm a


seguinte configuração.
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- Grupo C24 e número de trabalhadores 392.

- 04 efetivos e 04 suplentes (em cada uma das unidades PP e PE).

A CIPA, tem por objetivo a prevenção de acidentes e doenças decorrentes


do trabalho, de modo a tornar compatível permanentemente o trabalho com a
preservação da vida e a promoção da saúde do trabalhador.
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3. SISTEMA DE GESTÃO DE SSMA

3.1 Apresentação

A elaboração do Manual de Gestão de Segurança, Saúde e Meio


Ambiente – SSMA do Grupo Predial segue uma determinação da Diretoria
Executiva da empresa.

O Grupo Predial tem como filosofia de trabalho que todos os acidentes


podem ser evitados quando se realiza a identificação dos perigos e se
estabelece as medidas de controle para mitigação dos riscos antes de cada
atividade.

A implementação do modelo de Gestão de SSMA, se executado como


proposto, garante à empresa, aos seus colaboradores, colaboradores das
empresas prestadoras de serviço e ao seu negócio o estabelecimento dos
padrões necessários para que o trabalho seja realizado de forma segura, sem
perdas de qualquer espécie, seja pessoal, material ou ambiental e ainda com
significativos ganhos na operação.

O Manual de Gestão de SSMA aborda aspectos importantes de um


programa de SSMA e está estruturado da seguinte forma:

 Estabelecimento de 13 Elementos de Gestão de SSMA;

 Definição de 58 Requisitos
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 Desenvolvimento de 23 Procedimentos Operacionais;

 Elaboração de 19 Formulários de Controle.

3.2 Elementos de Gestão de SSMA

A implementação dos Elementos de Gestão deve seguir uma sistemática


de trabalho a ser definida por cada Filial ou Contrato em conjunto com o
Engenheiro de Segurança do Trabalho.

Como responsável pelo processo de implantação e manutenção dos


Elementos de Gestão de SSMA foi criado o Coordenador de SSMA Local que a
princípio, por indicação da Diretoria Executiva, é o responsável pela Filial ou
Contrato.

O GRUPO PREDIAL com foco permanente no processo de melhoria


contínua estabeleceu 13 Elementos de Gestão de SSMA que estão
organizados da seguinte forma:

Figura 5: Sistema de Gestão de SSMA


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Elemento 1 – Administração e Organização

Estabelece mecanismos para se alcançar, com a dedicação e o


compromisso de cada colaborador, em todos os níveis da organização, a
excelência em SSMA.

Ações que medem a implementação do elemento:

• Documento de compromisso, escrito, da diretoria;

• Reuniões estruturadas (agenda, conteúdo e registros) das Gerências


com o responsável pela Filial ou Contrato;

• Envolvimento da supervisão com o assunto SSMA através de reuniões


estruturadas (agenda, conteúdo e registros) com os funcionários;

• Demonstração de ações administrativas de forma sistemática, com


envolvimento da liderança, através do exemplo, que evidenciem o
estímulo à participação nos assuntos de SSMA;

• Difusão das melhores práticas e desempenho em SSMA.

Elemento 2 – Formação e Treinamento

Garante a capacitação, formação e treinamento como instrumentos


praticados de forma constante e adequados para proporcionar o atendimento
do desempenho operacional dentro dos padrões esperados.

Ações que medem a implementação do elemento:

• Agenda anual para os treinamentos legais e técnicos (CETEC), com o


estabelecimento de medidas de verificação da sua eficácia;

• Capacitação para Auditorias de Segurança Comportamental;

• Qualificação, habilitação e ambientação dos funcionários nos assuntos


de SSMA.
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Elemento 3 – Inspeções Planejadas

Estabelece ações e inspeções nos equipamentos e instalações para que


tenham seu funcionamento seguro durante toda a sua operação, de forma a
evitar possíveis danos à segurança e saúde dos colaboradores, à propriedade
e ao meio ambiente.

Ações que medem a implementação do elemento:


• Programa de manutenção preventiva e inspeções de equipamentos;

• Estabelecer inspeção baseada na análise do risco da atividade.

Elemento 4 – Investigação e análise de acidentes e incidentes

Sistematiza através de ações e ferramentas a análise, a identificação e o


controle dos acidentes e incidentes para evitar a sua repetição.

Ações que medem a implementação do elemento:


• Imediata informação de qualquer acidente ou incidente;

• Participação das lideranças nos processos de investigação;

• Revisão dos procedimentos e práticas de trabalho;

• Permanente orientação para mudança de comportamento de


antecipação (pro-ativo).

Elemento 5 – Controle de emergências

Estabelece orientações para atendimento à emergência e contingência e


em condições de imediata aplicação quando da ocorrência de situações críticas
de acidentes ou danos à propriedade ou ao meio ambiente.

Ações que medem a implementação do elemento:


• Existência de Plano de Atendimento à Emergência – PAE;

• Simulados de emergência atendendo aos cenários de risco;


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• Garantia de que os funcionários estão preparados para responder


adequadamente às situações de emergência.

Elemento 6 – Normas e Procedimentos

Garante através dos procedimentos operacionais que as práticas de


trabalho são seguras e adequadas não oferecendo riscos aos funcionários, à
propriedade e ao meio ambiente. Padronizar as ações dos funcionários,
promovendo a disciplina operacional, antes da execução de um trabalho.

Ações que medem a implementação do elemento:

• Manter procedimentos e instruções operacionais atualizados;

• Estabelecimento de padrões de acordo com as melhores práticas de


trabalho;

• Garantia através de ações sistemáticas da Promoção da Disciplina


Operacional.

Elemento 7 – Gestão de Riscos

Estabelece metodologia para identificar, medir, avaliar, controlar e corrigir


os riscos potenciais e críticos relacionados ao trabalho, seus efeitos e
conseqüências à segurança e saúde dos colabores e a proteção ao meio
ambiente.

Ações que medem a implementação do elemento:

• Identificação, avaliação e controle dos riscos da atividade através da


AST, APR, PT;

• Participação sistemática dos supervisores nas avaliações de riscos;

• Avaliação sistemática do atendimento das exigências legais.


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Elemento 8 – Equipamento de Proteção Individual

Estabelece critérios para padronização, aquisição, uso, guarda,


higienização e controle dos EPIs destinado à proteção dos riscos e a
segurança e saúde dos colaboradores.

Ações que medem a implementação do elemento:

• Indicação de EPI de acordo com a análise sistemática dos riscos;

• Envolvimento dos funcionários na seleção dos EPI;

• Controle sistemático da entrega para atendimento da legislação;

• Gestão para a conscientização do uso;

• Aplicação de treinamentos específicos.

Elemento 9 – Saúde Ocupacional

Estabelece as medidas para avaliação sistemática da gestão do Programa


de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO) dos colaboradores.

Ações que medem a implementação do elemento:

• Alinhamento das ações de controle dos agentes de riscos assinalados


no Mapa de Riscos e o PPRA com o PCMSO;

• Acompanhamento da execução do PCMSO;

• Auditoria na execução dos exames admissional; periódico; de retorno ao


trabalho; de mudança de função e demissional.
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Elemento 10 – Comunicação

Estabelece um canal de comunicação permanente das ações de SSMA


com as partes interessadas (colaboradores e contratados).

Ações que medem a implementação do elemento:

• Reuniões programadas estruturadas (agenda, súmula e


acompanhamento);

• Informativos periódicos de SSMA (mural; jornal, etc.);

• Canal de comunicação garantindo que as reclamações e sugestões;


relacionadas a SSMA são registradas, analisadas e esclarecidas.

Elemento 11 – Segurança para Contratadas

Estabelece mecanismos para implementar e acompanhar as ações de


SSMA nas empresas prestadoras de serviço.

Ações que medem a implementação do elemento:

• Inspeções nas frentes de trabalho;

• Auditoria nos documentos legais: PPRA e PCMSO;

• Inspeções quanto ao uso dos EPI;

Obediência aos Procedimentos de SSMA do GRUPO PREDIAL.

Elemento 12 – Adequação das Instalações

Estabelece as ações para a adequação das instalações visando a


eliminação e/ou minimização de riscos decorrentes de condições fora dos
padrões.

Identifica as oportunidades de melhoria no gerenciamento da rotina de


SSMA, avaliando a adequação das instalações quanto a:
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• Segurança e saúde dos colaboradores;

• Proteção dos bens patrimoniais;

• Preservação do meio ambiente.

• Ações que medem a implementação do elemento:

• Eliminação das não conformidades observadas no Elemento 3 -


Inspeções Planejadas;

• Implementação de medidas organizacionais e administrativas de


controle das condições fora do padrão;

Elemento 13 – Auditoria de SSMA

Estabelece as ações para verificação da eficácia das práticas de SSMA


implementadas.

Identifica as oportunidades de melhoria no gerenciamento de SSMA,


avaliando:

• as pessoas e seu comportamento na área;

• o sistema gerencial quanto à adequação legal;

• e o cumprimento dos assuntos de SSMA.

Ações que medem a implementação do elemento:

• Auditoria no Cumprimento dos Aspectos Legais;

• Auditorias no Sistema de Gestão de SSMA;

• Auditorias Comportamentais de SSMA;

• Auditorias internas na emissão e execução de PTs.


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4. SEGURANÇA COMO DIFERENCIAL

4.1

Segurança como valor agregado

“Valor é algo em que acredito e que incorporo ao meu dia-a-dia, em todas as


minhas ações”.

DuPont

Para ter, em cada pessoa da organização, integrantes ou parceiros, SSMA


como valor, as ações devem ser sistêmicas e integradas no gerenciamento de
SSMA, ao invés de utilizar ações isoladas e/ou reativas.

Crenças que devem ser internalizadas por todos para ter SSMA como
valor:

 Segurança, Saúde, Meio Ambiente e Controle de Perdas são de


responsabilidade da liderança e de todas as pessoas da organização e
não apenas da equipe de SSMA. A equipe de especialistas em SSMA
deve servir de apoio;

 Todas as perdas são evitáveis e não apenas as perdas graves, como é


ainda pensamento comum na maioria das organizações;

 Todas as perdas reais, perdas potenciais e Desvios devem ser


investigados e analisados, e não apenas as perdas graves;
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 As perdas possuem causas raízes em falha no gerenciamento sistêmico


de SSMA. Portanto, nunca devemos buscar culpados nem tampouco
nos ater apenas na eliminação das causas imediatas;

4.2 Compromisso visível e compreensível

“Compromisso visível e compreensível para com SSMA é realmente um valor


para a pessoa quando ela o adota em todas as suas ações, não apenas no dia-
a-dia de sua vida profissional, mas também na sua vida privada, fora do
trabalho, em todas as atividades que realiza”.

DuPont

O compromisso visível e compreensível das pessoas (integrantes e


parceiros) para com os aspectos de SSMA é demonstrado no dia-a-dia de cada
uma delas, por meio de ações simples, tais como:

 Fazendo comentários gerais sobre Segurança, Saúde e Meio Ambiente,


com às demais pessoas;

 Usando o poder do questionamento, para provocar uma constante


reflexão sobre as melhores práticas em termos de SSMA;

 Sendo um modelo e exemplo em Segurança, Saúde e Meio Ambiente, a


partir de atitudes e principalmente comportamentos que reforcem uma
cultura prevencionista na equipe e nas demais pessoas;

 As pessoas demonstram coerência entre o discurso e sua prática.

4.3 3AA – Auto-Aprendizagem, Auto-Análise, Auto-Avaliação

Metodologia 3AA
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Todos os colaboradores, sem distinção, devem aprender com as


lideranças e colegas, tudo que se refere às técnicas operacionais. Esta é a
primeira evolução cultural, quando passamos da fase puramente reativa para
aquela em que as pessoas assumem sua responsabilidade no projeto de
melhoria das condições de trabalho em todos seus aspectos. Pode-se levar a
metodologia do 3AA para a vida fora do trabalho. Por exemplo, quando vamos
adquirir um novo bem, precisamos fazer um 3AA. Ou ainda, para decidir se
casar é necessário fazer um 3AA muito bem feito. A metodologia do 3AA pode
e deve ser aplicada em todas as tarefas que estejam sendo realizadas, pois
permite, de maneira simples, que façamos uma análise completa sobre todas
as etapas a serem cumpridas. Diga que é importante também que todos se
estimulem a praticar o 3AA, de acordo com a Cultura Interdependente.

AA – Auto-Aprendizagem

Quando as pessoas (já qualificadas) buscam os conhecimentos


complementares para executar suas tarefas ajustando-se às melhores práticas
de classe mundial. A Auto-Aprendizagem incentiva as pessoas a buscarem o
conhecimento por si próprias, seja através de contato com pessoas mais
experientes (integrantes e/ou parceiros), de leitura de procedimentos ou
participação em treinamentos.

AA – Auto-Análise

Quando as pessoas frente a uma determinada situação e/ou evidência, a


subdividem nos principais componentes, refletem sobre os perigos, riscos,
aspectos e impactos, assim como sobre as medidas de administração e
controle dos prováveis Desvios e a seqüência de passos a tomar. A Auto-
Análise tem foco na tarefa das pessoas e em como realizá-las da melhor
maneira possível.

AA – Auto-Avaliação
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Quando as pessoas buscam uma comparação entre o que elas estão


fazendo e o que está em sua área de trabalho (condições / ”status”), e a
referência (padrões de conformidade estabelecidos e/ou melhores práticas
aceitáveis). A partir daí, elas definem as medidas de controle para a
administração dos Desvios reais ou prováveis, antes do início de sua atividade.
A Auto-Avaliação tem um foco maior na pessoa e em como ela está preparada
para realizar a tarefa. Há uma comparação entre como estou e como deveria
estar para realizar essa tarefa de maneira adequada. Aqui se contempla a
capacidade técnica e, inclusive, psicológica. É importante citar a necessidade
de se fazer uma Auto-Avaliação constante sempre que se for iniciar uma tarefa.
Por exemplo, estou com EPI’s adequados e suficientes? Estou seguindo o
procedimento? Conheço suficientemente a tarefa para realizá-la? Todas as
pessoas necessárias estão cientes?

4.4 Conceito de “Dono”

“Cada um de nós, na sua área e/ou durante sua atividade é responsável por
tudo que ali acontece, incluindo a segurança e a saúde de colegas, parceiros e
visitantes, bem como a preservação do meio ambiente.”

DuPont

Acidentes podem acontecer, bastando para tal esquecermos de refletir,


analisar e dar atenção aos pequenos Desvios. É possível fazer uma analogia
entre os serviços realizados na indústria e os serviços realizados em nossa
casa. Por exemplo, uma manutenção elétrica.

Em nossa casa o executante deve inicialmente se identificar, pedir


permissão para entrar, depois conhecer o local da manutenção, onde fica a
chave geral, se existe cachorro na casa (riscos) etc. Mesmo que o executante
conheça razoavelmente o ambiente, o dono da casa pode trocar de cachorro
(por um maior e mais bravo) de uma semana para a outra. Isso significa que os
riscos de uma área podem mudar e só quem conhece profundamente a área e
seus riscos é o “DONO” da área, pois ele está todo o tempo por ali.

Os 10 Principais Requisitos do "Dono" de Área

1. Possuir Sentido de:


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 Utilização;

 Organização;

 Limpeza e Higiene.

2. Ter Conhecimento de:

 Sua Atividade;

 Das Pessoas;

 Dos Métodos e Processos;

 Dos Procedimentos, Normas e Regras de Trabalho;

 Dos Riscos, Perigos e respectivas Medidas de Prevenção.

3. Aplicar o 3AA:

 Auto-Aprendizagem;

 Auto-Análise;

 Auto-Avaliação.

4. Demonstrar Atitude e Comportamento Pró-ativos em SSMA;

5. Aplicar e exigir Disciplina;

6. Ter QHA (Qualificação, Habilitação e Ambientação);

7. Preservar o espírito das Equipes de Trabalho;

8. Ter Responsabilidade e Compromisso;

9. Relatar, corrigir e bloquear Desvios e perdas reais e/ou perdas


potenciais;

10. Ter sentido de autodisciplina.


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5. DESVIOS E PERDAS

5.1 Desvio

“É toda flutuação indesejada em relação a uma referência operacional,


tecnológica, administrativa e/ou sistêmica, podendo desencadear perdas reais
ou perdas potenciais para pessoas, meio ambiente ou patrimônio”.

DuPont

O Desvio precede toda e qualquer perda potencial e perda real e, em


geral, ocorre por fatores comportamentais (individuais e/ou organizacionais).
Ex: Pessoa subindo escada pela esquerda, com uma caixa na mão, sem
campo de visão, sem segurar no corrimão (neste exemplo nada ocorre a ela). A
maioria das empresas hoje se preocupa somente com as perdas e as
remediam com ações isoladas. Mas o ponto principal não é atacado, que são
os Desvios, visando a prevenção de perdas, é de fundamental importância um
gerenciamento sistêmico e integrado de SSMA.

5.2 Desvio, Conformidade e “Status”

O Desvio também pode ser definido como toda atitude, comportamento,


ou condição que não obedece às normas, procedimentos e padrões
preestabelecidos, ou uma situação (“Status”) que não está de acordo com uma
determinada Conformidade. Portanto:
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Onde: D = Desvio, S = “Status” e C = Conformidade

Quando o “Status” é menor do que a Conformidade, temos um Desvio


negativo, matematicamente definindo.

Portanto:

Esta situação não é desejável para a organização, dada a possibilidade de


geração de perdas (potenciais e reais) em termos pessoais, ambientais e/ou
materiais (P, A, M).

Por outro lado, quando o “Status” é maior que a Conformidade, temos um


Desvio matematicamente maior que “0”. Portanto:

Esta situação também não é boa para o Grupo Predial, dado o desperdício
de recursos (humanos e materiais), que poderiam ser empregados em outras
áreas com necessidades maiores.

A situação desejada é quando o “Status” é igual à Conformidade, ou seja,


o Desvio é inexistente. A possibilidade de ocorrerem perdas é reduzida.
Portanto:

5.3 Classes de Desvio


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Os Desvios são classificados de acordo com sua classe de probabilidade /


severidade, visando direcionar as ações corretivas prioritárias. Advindo da
pirâmide, criar-se-á um banco de dados, com entradas que possibilitarão
saídas que indiquem a probabilidade do Desvio se materializar em perdas reais
e a severidade das conseqüências destas perdas.

Porém, é fundamental que fique muito claro que todos os Desvios


sistêmicos (que estão ocorrendo na organização de modo geral) e/ou graves
(de maior potencial para causar danos severos) devem ser investigados,
analisados, registrados e administrados de maneira correta, pois, em 96% dos
casos eles são oriundos de comportamentos e atitudes humanas.

Portanto, para se obter uma solução eficaz no gerenciamento integrado de


SSMA visando a prevenção de perdas, é necessário trabalharmos com as
pessoas para evitar que esses Desvios ocorram e/ou continuem ocorrendo,
antecipando-se aos mesmos, qualquer que seja o seu potencial para gerar
perdas. Ou seja, nenhuma perda pode ser julgada pelas suas conseqüências e
sim pelo seu potencial.

Segue abaixo um exemplo de classificação de Desvios:

Desvios de Classe C1: Desvios desta classe não têm Nenhuma


Conseqüência, sua Severidade é Desprezível e a Probabilidade de uma perda
real ocorrer é Remota: é aquele Desvio que não leva a nenhuma
conseqüência, demonstrando simplesmente a quebra da disciplina.

Desvios de Classe C2:

É aquele Desvio que, além de demonstrar a quebra da disciplina, pode levar a


uma perda potencial.

Desvios de Classe C3:

É aquele Desvio que, além de demonstrar a quebra da disciplina, pode levar a


uma perda pequena.

Desvios de Classe C4: É aquele Desvio que, além de demonstrar a quebra da


disciplina, pode levar a uma perda média ou grave.
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5.4 Administrando Desvios

Figura 6: Administração de Desvios

5.5 Avaliando os Desvios

Ao se diagnosticarem Desvios, deve-se, com base na regra de Pareto


(relação de causa e efeito em que 80% dos resultados são gerados por apenas
20% do esforço), determinar quais são os Desvios críticos que podem
efetivamente conduzir a perdas. Estes Desvios representam, como já foi visto,
cerca de 20% dos Desvios identificados.

Exemplo

Durante um diagnóstico em campo foram encontrados em torno de 100


DESVIOS em 2 horas, o que aplicando a regra de Pareto, significa:

100 Desvios/2 horas * 20% * 24 horas = 240 Desvios críticos/dia

Esses Desvios terão energia para originar Perdas (perdas potenciais no


mínimo) e devem ser objeto de administração sistêmica.
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Na relação provável de Desvio X Perdas, é mostrado que para cada


1Perda Grave, existe a probabilidade de já terem ocorrido 30.000 Desvios.
Baseando-se nessa premissa, os 240 Desvios críticos/dia deverão ser
administrados em um prazo inferior a:

30.000 Desvios / 240 Desvios/dia = 125 dias

Os demais Desvios, poderão ser controlados por meio de ações de efeito


cascata (Palestras, Campanhas, Programas etc.).

5.6 Perda Potencial

“Evento imprevisto e indesejável, com potencial de conduzir a uma perda


real”.

DuPont

Evento em que quase se geraram perdas reais. Ex: Em outra escada,


subia uma pessoa sem segurar no corrimão, desequilibrou-se, imediatamente
segurou o corrimão e quase caiu; nem mesmo os livros em sua mão caíram,
levou um susto e prosseguiu, ou seja, o Desvio (não segurar o corrimão), que
tantas outras vezes ocorreu, nessa oportunidade deu ensejo a uma perda
potencial, ou o que alguns chamam de “quase acidente” ou de incidente.

5.7 Perda Real

“É todo evento que gerou uma perda humana, ambiental ou material de


quaisquer proporções, severidade e longevidade”.

DuPont

Evento em que se geraram perdas para o ser humano, meio ambiente,


instalação, imagem, ressarcimento, produtividade, tempo etc. Ex: O corrimão
da escada estava com parafusos soltos; a pessoa que subia sem segura-lo
desequilibrou-se, ao segurar para não cair, fez com que o corrimão se soltasse
totalmente, caiu, quebrou o braço e danificou o “notebook” que segurava na
outra mão.

As perdas reais podem ser classificadas como:


29

Perda Grave: Qualquer perda que resulte em morte ou afastamento do


trabalho igual ou superior a 15 dias, desastre ambiental que extrapole os
limites físicos da organização ou prejuízos superiores a um montante
estabelecido pela organização.

Perda Média: Qualquer perda que resulte em afastamento do trabalho


inferior a 15 dias, perda ambiental contida nos limites da organização ou
prejuízos superiores a um montante estabelecido pela organização.

Perda Pequena: Qualquer perda que resulte em lesão pessoal sem


afastamento do trabalho, perda ambiental contida no local da ocorrência
ou prejuízos inferiores a um montante estabelecido pela organização.

5.8 RGI - Risco Grave e Iminente

“Considera-se grave e iminente risco toda condição ambiental de trabalho


que possa causar acidente do trabalho ou doença profissional com lesão
grave à integridade física do trabalhador”.

DuPont

Adicionalmente, este conceito (RGI) é estendido para o Meio Ambiente


(aspecto ambiental significativo – elemento de uma atividade que pode interagir
com o meio ambiente), bem como para o patrimônio da organização.

5.9 Relação Provável Desvio X Perdas


30

Figura 7: Pirâmide da Relação Desvios x Perdas

Em 1969, Bird participou de pesquisas referentes a acidentes industriais


realizadas pela “Insurance Company of North América”, através das quais
foram analisados 1.753.498 acidentes, ocorridos em 297 empresas que
representavam 21 grupos industriais diferentes, envolvendo 1.750.000
empregados que trabalharam mais de três bilhões de horas/homem, durante o
período de exposição analisado (Bird, 1976).

Como nesse estudo foi realizada a análise dos “incidentes” – chamada


inicialmente por Heinrich de “quase-acidentes” – Bird considera incidente todo
acontecimento não desejado que venha prejudicar a eficiência da operação
empresarial, fez-se necessária a realização de entrevistas, pois os incidentes
na sua grande maioria não eram comunicados à gerência. Estas entrevistas,
por sua vez, consumiram grande parte do tempo das pesquisas –
aproximadamente 4.000 horas – sendo realizadas pelos coordenadores de
controle de perdas junto aos trabalhadores, com o objetivo de identificar,
mesmo que superficialmente, prováveis circunstâncias geradoras de lesões ou
danos à propriedade (Bird, 1976).

Tendo como base o número de acidentes e incidentes catalogados, o


resultado final desse estudo apresentou, em números aproximados, a
proporção de 1:10:30:600, significando que para cada acidente com lesão
incapacitante - chamados pelo autor de “lesões graves” - ocorriam 10 sem
perda de tempo - chamados pelo autor de acidentes com “lesões leves” - 30
com danos à propriedade e 600 incidentes que não representavam lesões ou
danos visíveis (Bird, ibidem).

Tornando-se evidente, segundo os próprios autores, o ridículo que seria


direcionar todas as atenções a um número reduzido de acontecimentos que
expressam, como resultado, lesões incapacitantes ou sem perda de tempo,
diante de um expressivo quantitativo de danos à propriedade ou incidentes sem
perdas, que contemplam novos limites para um controle de perdas por
acidentes cada vez mais efetivos (Bird, ibidem).
31

Após estudos realizados pela “DuPont” baseados na pirâmide de Bird foi


criada a pirâmide (Relação Provável Desvio x Perdas). O foco é trabalhar nos
Desvios para prevenir perdas e mostra que para cada lesão incapacitante, que
causam grave dano à saúde do trabalhador, havia 30 lesões menores, que não
geravam seqüelas maiores ao trabalhador e 300 acidentes que sequer
geravam lesão, 3000 perdas potenciais que poderiam causar uma perda real e
30000 Desvios (atitude, comportamento ou condição que não obedece às
normas, procedimentos, padrões e boas práticas pré-estabelecidos).

5. 10 Gestão de Desvios

Sabendo que o Desvio precede toda e qualquer perda potencial e perda


real e, em geral, ocorre por fatores comportamentais (individuais e/ou
organizacionais), o Grupo Predial realiza seus treinamentos voltados para a
prevenção de perdas e desenvolveu uma ferramenta para a gestão dos
Desvios. Esta ferramenta é um canal direto entre SSMA e colaborador, afinal,
eles são os “donos” de suas áreas. O objetivo desta ferramenta é estimular o
relato de Desvios, possibilitando conhecê-los e gerenciá-los de forma sistêmica
evitando perdas. Todo colaborador ao identificar um Desvio em seu local de
trabalho, deve corrigi-lo imediatamente se estando qualificado, habilitado,
ambientado, e com licença para isso. Mesmo que este Desvio seja sanado, o
colaborador deve relatá-lo, pois, somente desta forma ações podem ser
tomadas para que não voltem a acontecer.
32

A Gestão de Desvios – GD consiste em coletar, junto ao Quadro de


Desvios disponível na área, o registro de Desvios observados por qualquer
colaborador da empresa, do cliente ou de empresa contratada. Os registros de
Desvios são preenchidos conforme formulário, com registro do nome do
emitente (opcional), da área da ocorrência, da unidade onde ocorreu o Desvio,
a data e a hora. Também é registrada a função, o setor e a unidade do
envolvido. Após os dados de identificação é registrado o Desvio, descrevendo
da forma mais completa possível e com evidências, a fim de evitar

interpretações errôneas. Também é registrada a ação imediata, a qual deve ser


uma ação, de interrupção ou de modificação da ação que está levando ao
Desvio, de forma a evitar de imediato a ocorrência de um acidente. A proposta
de melhoria é uma sugestão do observador para solucionar o problema, e não
é, em nenhum aspecto, obrigatória a sua execução. A ação de melhoria é
realizada pela liderança da área a qual analisa o Desvio e propõe uma ação,
levando em conta ou não a sugestão de melhoria, para eliminar a causa do
Desvio. Semanalmente o SSMA, responsável pelo quadro, recolhe os relatos
de Desvios, compila os resultados em uma planilha e atualiza o quadro, em
cada área. De posse destes dados, a gestão de SSMA identifica os maiores
tipos de Desvio ocorridos e prepara ações, juntamente com o gerente da
operação e as lideranças, para redução de ocorrência dos mesmos, durante as
reuniões de SSMA. Estas ações são enviadas ao responsável pelo GA e
acompanhadas através de planilha pela Gestão de Ações.
33

Figura 8: Quadro de Gestão de Desvios

Em todas as áreas são encontrados os quadros de acompanhamento de


Desvios, onde se tem o acompanhamento mensal dos Desvios relatados e das
ações tomadas baseando-se nestes Desvios. Há ainda, uma urna e blocos de
“Registro de Desvios”, onde os colaboradores relatam o Desvio encontrado e
depositam-no nesta urna.
34

Figura 9: Quadro de Gestão de Desvios – Ensaque PP

Figura 10: Quadro de Gestão de Desvios – Ensaque PP


35

Figura 11: Quadro de Gestão de Desvios – Expedição PP


36

Figura 13: Urna de Gestão de Desvios

Figura 14: Formulário para Registro de Desvios


37

6. FERRAMENTAS DE SEGURANÇA

Para realizar uma eficiente ação preventiva e tomar medidas corretas no


combate aos Desvios o Grupo Predial criou, no contrato Braskem, algumas
ferramentas que devido a sua eficácia foram citadas após auditoria da Tetra
Pak como exemplo para todas as poliolefinas.

6.1 AST – Análise de Segurança da Tarefa

A Análise de Segurança de Tarefas é uma ferramenta utilizada para


analisar os riscos de todas etapas de uma atividade ou serviço, buscando
conhecer, controlar e minimizar os riscos inerentes de cada atividade. É
executada por um grupo multidisciplinar formado pelo executante da tarefa,
líder ou responsável pela tarefa, SSMA e se necessário, apoio de equipe
especializada na tarefa em questão.

É executada sempre que há uma nova atividade, mudança de layout,


novos equipamentos ou forma de execução da atividade. Outras tarefas
também podem utilizar-se da AST para eliminar e/ou estabelecer medidas de
controle aos riscos existentes na mesma. Deve ser implementada com todos
que irão executar a atividade e estar disponível no local onde a tarefa será
executada. A mesma deve ser de conhecimento de todos em sua atividade,
sendo passíveis de auditoria (VAP).

A identificação e análise das tarefas seguem três amplos passos:

 Identificar os processos dentro da unidade organizacional;

 Identificar todas as tarefas em cada processo;


38

 Identificar as tarefas críticas de cada processo, baseado na


análise de cada tarefa, usando critérios estabelecidos.

A metodologia de AST da Predial é apresentada no fluxograma da Figura


abaixo:

Figura 15: Processo de realização da AST da Predial

O escopo da AST abrange tanto as tarefas rotineiras, englobando as


rotinas de operação, manutenção e inspeção preventiva, como tarefas não-
rotineiras, como manutenção corretiva, preventiva, partida de equipamentos
após paradas, start-up de novos equipamentos. Incluem-se na análise tarefas
realizadas por parceiros, rotineiras ou não. Não estão incluídas tarefas que não
apresentem risco relevante a integrantes e parceiros do Grupo, população
vizinha e meio ambiente. Tais atividades foram excluídas por não
apresentarem exposição de pessoal ou pela exposição das respectivas tarefas
serem consideradas pouco relevantes.

A determinação para seleção de tarefas consideradas críticas e sujeitas à


análise de AST pode ser feita através do seguinte critério:

 Tarefas com histórico de acidentes com maior gravidade.

 Tarefas com histórico de acidentes com menor gravidade.


39

 Tarefas com histórico de incidentes ou quase acidentes.

 Tarefas novas.

 Tarefas que sofreram modificações nos procedimentos

A identificação das tarefas críticas deve considerar os seguintes aspectos


de exposição:

 Perigos químicos, físicos e biológicos presentes.

 Exposição a níveis de ruídos acima dos valores toleráveis.

 Exposição a fontes de radiação ionizante e não-ionizante.

 Níveis de iluminação.

 Exposição à vibração excessiva.

 Exposição a extremos de temperatura (calor e frio).

 Exposição a choques mecânicos.

 Aspectos de ergonomia.

 Perigos psicossociais.

 Níveis de fadiga e estresse.

A realização da análise é feita através do preenchimento de uma planilha


com as informações necessárias à avaliação de perigos associados a cada
passo da tarefa analisada. A planilha que será utilizada neste estudo, mostrada
na Figura 18, contém 7 colunas, as quais são preenchidas conforme a
descrição apresentada a seguir.

1ª coluna: Identificador do Passo da Tarefa

Esta coluna contém um número de identificação do passo básico, sendo


preenchida seqüencialmente para facilitar a consulta a qualquer passo de
interesse.

2ª coluna: Seqüência dos Passos Básicos

Esta coluna contém os passos executados para a tarefa analisada do


módulo em estudo. Os passos são definidos pelas equipes participantes com
base em procedimentos existentes e/ou levantamento e observação in locco.
40

3ª coluna: Perigo

Esta coluna contém os possíveis perigos identificados para a tarefa


analisada do módulo em estudo. De uma forma geral, estes perigos estão
relacionados a eventos acidentais que têm potencial para causar danos às
instalações, aos operadores, ao público ou ao meio ambiente. Portanto, os
perigos referem-se a eventos tais como:

 Liberação de substâncias perigosas (inflamáveis, tóxicas,


corrosivas e outras)

 Liberação de metal líquido (aço, cobre e outros)

 Liberação de respingos, fagulhas ou faíscas (serviços de solda,


enchimento de panela, etc.)

 Choques mecânicos (colisões, quedas de peças ou de


equipamentos, quedas de pessoas, prensamento ou
esmagamento, atropelamentos, projeção de peças ou
fragmentos, etc.)

 Contato com superfície energizada

 Contatos com superfícies quentes ou criogênicas

 Contatos com superfícies cortantes ou perfurantes

 Presença de atmosfera confinada

 Presença de substâncias/objetos indesejados

 Reação descontrolada/indevida

 Explosão/incêndio em equipamentos elétricos

 Explosão em equipamentos pressurizados

 Agressão física

 Descargas atmosféricas

 Ataque de animais peçonhentos


41

4ª coluna: Salvaguardas

Nesta coluna são indicadas a existência de procedimentos, práticas


padrão ou análise de risco, assim como sistemas de proteção dos
equipamentos (alarmes, intertravamentos e bloqueios), que atuem como
fatores que atenuem a freqüência ou a severidade das situações de risco.
Observações pertinentes ao cenário também estarão indicadas neste campo.

5ª coluna: Efeitos

Os possíveis efeitos danosos de cada perigo identificado são listados


nesta coluna. Os efeitos dos acidentes estão relacionados com danos aos
integrantes, colaboradores ou pessoas próximas, às instalações ou ao meio
ambiente, conforme exemplificado.

 Intoxicação ou asfixia (gás tóxico ou atmosfera asfixiante)

 Traumas físicos decorrentes de incêndio (queimaduras)

 Traumas físicos decorrentes de quedas

 Traumas físicos decorrentes de explosão (fratura, ruptura de


tímpano)

 Contaminação do solo/ contaminação de recursos hídricos

Em todos os casos analisados será avaliada a possibilidade de ocorrência


combinada de dois ou mais efeitos além da possibilidade de desdobramento
em outros acidentes.

A adoção desta descrição para os efeitos tem como objetivo facilitar o


julgamento das freqüências e severidades associadas a estes efeitos.

6ª coluna: Recomendações / Sugestões

Esta coluna contém as recomendações e sugestões de medidas


mitigadoras de risco propostas pela equipe do estudo de risco.
42

7ª coluna: Identificador do Cenário de Acidente

Esta coluna contém um número de identificação do cenário de acidente,


sendo preenchida seqüencialmente para facilitar a consulta a qualquer cenário
de interesse.

Cabeçalho:

Além da identificação da tarefa analisada e da respectiva unidade onde ela


é executada, o cabeçalho inclui as seguintes células:

 Ferramentas e Equipamentos Requeridos: nessa célula são


citados os equipamentos e ferramentas utilizados para a
execução da tarefa analisada;

 Substâncias / Produtos Requeridos: nessa célula são descritos


produtos perigosos envolvidos (quando houver) na execução da
tarefa analisada.

 Equipamentos de Proteção IndividuaI Requeridos: nessa célula


são descritos os EPI’s requeridos para a execução da tarefa
analisada.

Figura 16: Planilha de AST

Estas análises de segurança da tarefa (AST) estão disponíveis para


consulta no mural da matriz de conformidade de cada área e em urnas de
acrílico postas estratégicamente no local onde será realizada a tarefa.
43

Figura 17: Matriz de Conformidade:

Figura 18: Matriz de Conformidade:

Figura 19: Urna de Acrílico de AST localizada na área de execução da tarefa


44

6.2 DDSSMA - Diálogos Diários sobre Segurança, Saúde e Meio Ambiente

O DDSSMA (Diálogo Diário sobre Segurança, Saúde e Meio Ambiente),


na empresa destina-se a desenvolver nos empregados uma consciência
preventiva de acidentes através de uma informação e alerta diários referentes a
riscos de trabalho de forma a evitá-los e/ou neutralizá-los. São 10 a 15 minutos
diários em que a primeira linha de supervisão passa e remarca essa
informação aos trabalhadores antes do desenvolvimento das tarefas a fim de
se cumprirem às metas de produção da empresa com maior produtividade e
menor índice de acidentes possíveis.

Visam orientar, educar, informar preventivamente sobre os Desvios


encontrados no cotidiano de forma interativa e onde todos podem e devem
participar. É também um canal de comunicação entre os colaboradores e a
liderança que pode ser usado para levantar e discutir oportunidades de
melhorias.

Todos fazem o DDSSMA acontecer. Porém, a condução é de


responsabilidade da liderança da área que pode contar com o apoio do SSMA.

Figura 20: DDSSMA realizadas na Expedição Braskem PP


45

6.3 VAP – Verificação de Aderência aos Procedimentos

É uma avaliação realizada na área com os colaboradores, buscando


conhecer o grau de entendimento, conhecimento e cumprimento dos
procedimentos operacionais, de segurança, normas e boas práticas referente a
atividade de cada colaborador. A VAP estabelece sistemática de
acompanhamento dos indicadores obtidos, assegurando o cumprimento dos
procedimentos e boas práticas na execução dos serviços prestados.

A VAP deve ser realizada nos locais de trabalho, utilizando uma forma de
abordagem que proporcione a integração harmoniosa entre o auditor e o
observado.Após a realização da VAP deve ser preenchido um formulário
padrão e encaminhado o mesmo a área de QSSMA para consolidação dos
dados. Gerenciamento:

 A supervisão deve gerenciar os Desvios identificados em sua


área.

 A área de QSSMA é responsável pela consolidação dos dados


obtidos nas VAPs, sugerindo e determinando práticas através
das tendências identificadas nas auditorias.

 Ao observar Risco Grave e Iminente (RGI), o auditor deve


comunicar imediatamente o dono da área observada.

 Mediante a identificação de Desvio, o auditor deve executar


ação imediata, procurando motivar o observado a conhecer,
entender e praticar o procedimento operacional com enfoque
nos aspetos de SSMA.

Figura 21: Formulário padrão da VAP


46

Como preencher a VAP:

1º passo: Nesta etapa de preenchimento da VAP são identificados além


da data, local e unidade onde a avaliação ocorreu, às identificações do
avaliador e da respectiva unidade onde ele atua, inclui as seguintes células:

Avaliação:

 Data: data em que foi realizada a VAP;

 Local: local onde foi realizada a VAP;

 Unidade: unidade Braskem onde foi realizada a VAP (PP ou PE)

Avaliador:

 Nome: nome completo da pessoa que realizou a VAP


(avaliador);

 Área: área onde trabalha o avaliador;

 Unidade: unidade Braskem onde trabalha o avaliador;

2º passo: Na segunda etapa de preenchimento é identificado o nome do


avaliado a área onde ele atua e uma breve descriação da atividade que estava
sendo desenvolvida, inclui as seguintes células:

 Nome: nome completo do colaborador avaliado;

 Área: área onde trabalha o avaliado;

 Descrição da atividade: breve descrição da atividade avaliada;

3º passo: Nesta etapa é identificado o código do procedimento da


atividade avaliada.
47

4º passo: Nesta etapa da VAP são preenchidos os itens de verificação de


aderência aos procedimentos, onde o avaliador questiona o avaliado quanto a
questões relacionadas a tarefa realizada e preenche os campos conforme o
entendimento pleno, parcial, ou não entendimento do colaborador sobre o
procedimento avaliado, ou mesmo se o procedimento existe, inclui as seguintes
cédulas:

 PE: nesta cédula é questionada a existência do procedimento;

 PD: nesta cédula é questionada a disponibilidade do


procedimento na área onde a tarefa é realizada;

 PC: nesta cédula o colaborador é questionado quanto ao seu


conhecimento da existência do procedimento;

 PEN: esta cédula é preenchida sempre que o colaborador tem


pleno entendimento do procedimento e soube explicá-lo com
clareza;

 *PS: esta cédula é preenchida apenas quando o colaborador


entende parcialmente o procedimento, mas não soube explicá-
lo com total clareza;

5º passo: Nesta etapa são descritas as observações e ações imediatas.


Em casos de não entendimento pleno do procedimento, deve ser descrito quais
pontos não são compreendidos pelo avaliado.

6.4 Diálogo Comportamental

O Diálogo Comportamental tem como objetivo desenvolver e melhorar a


cultura prevencionista de SSMA na Organização, por meio dos diálogos
comportamentais, buscando identificar não só os Desvios comportamentais
durante uma tarefa ou atividade e corrigi-los imediatamente, de forma a evitar a
sua recorrência, mas também reconhecer comportamentos preventivos. Além
do papel educativo, o diálogo comportamental demonstra também
explicitamente o compromisso de todos com as questões de SSMA.
48

Para tal, os colaboradores recebem treinamento sobre Prevenção de


Perdas no Ambiente de Trabalho (PPAT), todo o profissional que tenha feito o
curso está autorizado a realizar o Diálogo Comportamental, no curso são
encinadas técnicas de abordagem, bem como a melhor maneira de conduzir o
diálogo. Além de almentar a motivação das pessoas e do “Dono” de cada área
por meio do reforço dos pontos positivos (comportamento e/ou cultura pró-
ativos em relação a SSMA), aumenta a consciencia e estabelece o
cumprimento dos padrões estabelecidos. Um dos mais importantes objetivos
do PPAT é istigar os colaboradores na identificação de melhorias e tomadas de
ações, sejam elas operacionais (pontuais) e/ou gerenciais (sistêmicas),
identificando e corrigindo os Desvios.

Os participantes do PPAT além de capacitados para realizar os diálogos


comportamentais são treinados quanto a forma de registrá-los no banco de
dados da Ferramenta de Suporte – Diálogos Comportamentais. Em se
identificando algum Desvio o observador passa a dialogar com o observado,
buscando juntamente com o mesmo identificar os Desvios comportamentais e
corrigi-los de forma imediata e de forma a evitar a recorrência, exercendo
assim uma atitude educadora e demonstrando explicitamente o seu
compromisso com as questões de SSMA.

Sempre que o observado (pessoa que foi abordada e concientizada, por


meio do diálogo comportamental), não apresentar nenhum Desvio, recebera o
cartão verde (cartão utilizado para reconhecer as pessoas que participaram dos
diálogos comportamentais e que estavam tendo comportamento preventivo na
atividade sendo desenvolvida), este cartão é depositado em uma urna
localizada na sala de SSMA do cliente (Braskem) e este colaborador
concorrerá, mensalmente, a um prêmio simbólico.

Roteiro de observações

Para preencher o roteiro de observações deverão ser avaliados algumas


ações pré-estabelecidas, quanto ao comportamento dos colaboradores e
situação das instalações e equipamentos, bem como, a eficiencia e
aceitabilidade dos procedimentos operacionais.
49

No verso do formulário será descrito o local da realização deste diálogo,


horário e atividade que estava sendo desenvolvida. Em havendo algum Desvio,
este deverá ser descrito e qual a ação corretiva imediata ao detectar o Desvio,
além da opinião sobre alguma ação para prevenir a repetição deste Desvio.

Colaboradores:

 Reação dos colaboradores;

 Posição dos colaboradores:

 Sem proteção;

 Cansaço / Fadiga.

Área de Trabalho e Equipamentos:

 Ferramentas e Equipamentos;

 Práticas / Procedimentos;

 Equipamentos de Combate a Incêndio e Proteção Coletiva;

 Desperdício de Energia / Produtos / Recursos Naturais;

 Descarte Inadequado;

 Limpeza e Arrumação inadequada.


50

Gabarito de observação dos diálogos comportamentais

Figura 22: Gabarito de observação dos diálogos comportamentais

Cartão Verde:
51

O Cartão Verde é um reconhecimento individual (entregue 01 cartão por


pessoa). O Observador deverá entregar o Cartão Verde a pessoa observada
que estiver executando suas atividades atendendo todos os padrões de SSMA.
Para isso, o Observador além de observar a pessoa executando a atividade
deverá também conversar com a mesma, visando certificar-se que ela conhece
e entende de fato os padrões de SSMA que deverão ser atendidos até finalizar
a atividade que está sendo executada. O Observador deverá informar ao
observado que recebeu o Cartão Verde o porque do recebimento e o que o
observado deverá fazer com o Cartão Verde (depositar na sala de SSMA da
Braskem PP).

Figura 23: Cartão Verde


52

6. VISÃO PESSOAL

Entendo que para se ter segurança como diferencial a evolução cultural


de todos, dentro da organização, é extremamente importante. Não basta
apenas criar um sistema de gestão maravilhoso, se as pessoas que fazem este
sistema acontecer não estiverem preparadas para absorver estas informações.

Não é nosso objetivo criar regras e obrigar os colaboradores a cumpri-


las. Nosso papel dentro da empresa, é muito mais na área de conscientização
do que punição, ou seja, conscientizar sobre a importância das normas,
procedimentos e boas práticas preestabelecidas. Para ajudar na mudança de
cultura, dentro da empresa e, conseqüentemente na conscientização dos
colaboradores, quanto à importância de agir preventivamente, foi criado o curso
de PPAT - Prevenção de Perdas no Ambiente de Trabalho (metodologia
DuPont, otimizada para a realidade Braskem). O PPAT é um curso em que
todos os colaboradores participam, sem distinção. Dentro do curso, são
expostos alguns conceitos básicos para a compreensão do sistema de gestão
e da importância de agir preventivamente, o conceito de valor, por exemplo,
onde diz que “valor é algo em que acredito e que incorporo no meu dia-a-dia,
em todas as minhas ações”, nos define a importância de agir com segurança
em todos os momentos e em todas as tarefas realizadas, não apenas para
cumprir com as determinações impostas pelos procedimentos, mas, sim, por
crença, por realmente acreditar na segurança, tendo ela como valor agregado.
53

Após assumir a segurança como valor é que evidenciamos o


compromisso dos colaboradores para com a segurança. Outro conceito desta
metodologia DuPont é o compromisso visível e compreensível. Para se ter o
compromisso visível e compreensível com SSMA devemos agir com segurança
no dia-a-dia, por meio de ações simples, como fazer comentários sobre a
segurança, questionando, provocando e exigindo a segurança de todos a
nossa volta.

A metodologia 3AA nos mostra a importância da auto-aprendizagem,


onde devemos aprender com todos e em todas as situações, a auto-análise,
que nos mostra a importância de sermos cautelosos e planejarmos nossas
ações, avaliando os riscos existentes e definindo a melhor maneira de
execução da tarefa. Completando todos estes conceitos surge o conceito de
Dono, onde “cada um de nós, na sua área e/ou durante sua atividade é
responsável por tudo que ali acontece, incluindo a segurança e saúde de
colegas, parceiros e visitantes, bem como a preservação do meio ambiente”,
todos os colaboradores são donos de suas áreas e como tal têm total
autonomia para propor melhorias e preservar o bom andamento das atividades.
Estes conceitos são muito bem absorvidos pelos colaboradores e diariamente
evidenciados. Todos os colaboradores, independente do cargo ocupado ou
empresa, seja cliente ou parceiros, praticam diálogos comportamentais entre si
e divulgam a segurança, saúde e meio ambiente para seus colegas, parceiros
e visitantes.

Ainda, hoje, são poucas as empresas que agem de forma preventiva e não
reativa. O Grupo Predial, no contrato Braskem, está trabalhando muito forte no
que diz respeito à prevenção, o maior exemplo disto é a preocupação que a
empresa tem com o Desvio. O Desvio, muitas vezes, passa despercebido e
poucos entendem a importância de criar mecanismos para controlá-los. Se
formos analisar as causas dos acidentes do trabalho, o Desvio está presente,
se não em todas as situações, em grande parte delas.
54

A fim de controlar estes Desvios, a Predial criou um sistema de gestão


voltado ao controle dos Desvios, criando ferramentas de gerenciamento e
combate a estes. A Gestão de Desvios funciona da seguinte forma: Em todas
as áreas são disponibilizados os quadros de acompanhamento de Desvios,
onde se tem o acompanhamento mensal dos Desvios relatados e das ações
tomadas, baseando-se nestes relatos. Há, ainda, uma urna e blocos de
“Registro de Desvios”, onde os colaboradores relatam o Desvio encontrado e
depositam-no nesta urna. Esta ferramenta é um canal direto entre SSMA e
colaborador, afinal, eles são os “donos” de suas áreas. O objetivo desta
ferramenta é estimular o relato de Desvios, possibilitando conhecê-los e
gerenciá-los, de forma sistêmica, evitando perdas.

A Gestão de Desvios é uma ferramenta ainda recente e está em processo


de melhorias, mas já é sucesso dentro da empresa e entre empresas parceiras.
Como ainda é uma ferramenta em criação, apresenta alguns problemas, o
maior deles é a super exposição da empresa, tanto para o cliente como para
empresas parceiras. Como já foi dito, esta ferramenta contempla o quadro de
Desvios, onde ficam expostos todos os Desvios relatados, durante o mês, o
que tem gerado um certo incômodo, pois estamos apresentando nossas falhas.
Acredito que este incômodo se dá muito mais por questões culturais do que da
ferramenta propriamente dita, pois como todos nós sabemos, o Desvio ocorre
sistematicamente e seríamos ingênuos se afirmássemos que em nossa
empresa ele não ocorre.
55

Penso que o objetivo da ferramenta não é zerar o numero de Desvios, pois


isto seria impossível, mas, sim, motivar o seu relato, pois a única maneira de
agirmos preventivamente é conhecendo os Desvios sistêmicos existentes em
nossa empresa. Quanto mais os colaboradores relatarem os Desvios ocorridos,
mais certeza teremos de que estão querendo melhorar o seu ambiente de
trabalho e de que estão absorvendo a segurança como valor, aplicando o
conceito de dono de suas áreas. Penso que não são todos os Desvios que
devem ser tratados, pois alguns ocorrem isoladamente (ex: colaborador
caminhando tropeça no cordão da calçada). Se tratarmos estes
Desvios ,estaremos deixando de agir preventivamente e passaremos a agir
reativamente (ocorre o Desvio e tratamos deste Desvio de forma isolada e
imediata), o foco é zerar o acidente e o relato de Desvio nos mostrará quais
são os Desvios sistêmicos, aqueles que ocorrem freqüentemente (ex:
colaboradores tropeçam no cordão da calçada todos os dias, cerca de cinco a
seis vezes, provavelmente o problema está no dimensionamento do cordão,
muito alto, talvez), estes sim, devem ser tratados e sanados.

Acredito que a única forma de melhorar esta importante ferramenta seria


retirando os Desvios relatados do quadro, deixando nele apenas os indicadores
de resultados, ocorrências PAM (Pessoais, Ambientais e Materiais), etc,
deixando os Desvios para serem tratados internamente, tendo acesso a eles
apenas o pessoal da Segurança, Qualidade e liderança.

Para tratar dos Desvios relatados, a Predial utiliza-se de ferramentas de


segurança voltadas para a parte comportamental e atua de maneira a
conscientizar seus colaboradores quanto à importância de agir
preventivamente, dentre elas, o Diálogo Diário de Segurança, Saúde e Meio
Ambiente, que ganha destaque especial.
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O DDSSMA, no Grupo Predial, é uma das ferramentas mais praticadas. O


DDSSMA é um canal direto entre os colaboradores, a segurança e os líderes
dos setores, pois o assunto tratado constantemente é referente a questões de
segurança, saúde e meio ambiente, ocorrendo sempre ao iniciar a jornada de
trabalho, com duração, em média de 20 a 25 minutos. O modo como o Diálogo
transcorre é da seguinte forma: Primeiro o líder do setor discute algumas
questões operacionais, relativas à segurança e organização do setor e depois o
profissional da Segurança do Trabalho explana sobre algum assunto
relacionado à SSMA. Após estas explanações, os colaboradores levantam
algumas situações e discutem melhorias operacionais e relativas à SSMA.

A idéia de ter um diálogo diário de segurança em todos os setores é ótima,


porém a maneira como o diálogo está transcorrendo me preocupa, pois acaba
ficando muito apresentativo, ou seja, monólogo dos responsáveis pelo mesmo
e pouco dialogado. Acredito que este momento deveria ser para conversarmos
sobre segurança com nossos colaboradores, pois o DDSSMA deveria ser mais
aberto, mais participativo. Nosso desafio é estimular esta participação. Acho
que seria interessante abrir um espaço para os colaboradores apresentarem
algum assunto, alguma experiência anterior ou mesmo alguns recortes de
jornais, algo que os estimule a participar mais dos diálogos.

Outra ferramenta importantíssima é a AST - Análise de Segurança da


Tarefa. Esta ferramenta é realizada pelo Técnico de Segurança, com auxílio do
executante da tarefa e liderança da área, o que é muito benéfico, pois sempre
que os colaboradores participam da realização das análises acabam ficando
mais receptivos e menos reativos a suas determinações e, principalmente, pela
ambientação aos riscos e controles determinados na análise. A análise de
segurança é uma eficiente ferramenta no combate a acidentes, devendo ser
realizada para atividades não-rotineiras ou quando ocorre mudança de layout.
Porém, na minha opinião, quando utilizada para atividades rotineiras, o que
está acontecendo hoje na Predial por exigências do cliente, acaba perdendo o
foco e o crédito com os colaboradores, pois torna-se uma ferramenta que
desvia-se do seu propósito, correndo o risco de cair em descrédito por parte
dos colaboradores.
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Penso que a análise de segurança da tarefa deve ser realizada apenas


quando alguma atividade realmente gere algum risco considerável e não em
tarefas rotineiras e simplistas, como por exemplo: a apresentação de vídeo de
integração para visitantes.

Gosto muito da maneira como a Predial disponibiliza estas análises para


seus colaboradores, a Matriz de Conformidade (painel eletrônico onde estão
disponibilizadas todas as ASTs e todos os procedimentos), é muito útil, pois os
colaboradores tem acesso fácil a estas ferramentas e utilizam-nas para
consultar informações quanto a maneira mais correta de execução das tarefas,
o que demonstra o comprometimento e a aplicação da metodologia 3AA por
parte dos colaboradores. Outra forma de disponibilização, esta ainda mais
eficaz, são os suportes para as ASTs em acrílicos que ficam localizados
exatamente no local onde os colaboradores executam a tarefa, facilitando
ainda mais a consulta da AST.

Com o número de setores, funções e colaboradores que a Predial possui,


a maneira mais eficiente e eficaz para padronizar todos os seus processos é
com a elaboração de procedimentos. Mas com o grande número de
documentos existentes, fica quase impossível mantê-los atualizados sem uma
ferramenta de controle. Para isso, foi criada a VAP – Verificação de Aderência
aos Procedimentos.

A VAP conseguiu identificar o nível de aderência aos procedimentos de tal


forma que a confiabilidade do cliente com relação aos processos da empresa
aumentou visível e consideravelmente. A VAP não tem o objetivo único de
evidenciar o grau de conhecimento dos colaboradores quanto as informações
contidas nos procedimentos existentes, mas sim verificar as atuais condições
do procedimento em si, avaliando se o procedimento condiz com a realidade e
se suas determinações estão realmente proporcionando aos colaboradores a
melhor forma de execução da tarefa, quer seja no sentido operacional quanto
no sentido da preservação da segurança e saúde dos colaboradores.

Posso dizer que a VAP é hoje uma ferramenta de gestão fundamental


para o aperfeiçoamento dos nossos processos e tende a ser cada vez mais
usada.
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CONCLUSÃO

O estágio foi uma oportunidade bastante satisfatória de desenvolver o


conhecimento adquirido no curso de Técnico em Segurança do Trabalho no
Instituto de Educação São José, aplicando na prática aquilo que é visto muitas
vezes somente na teoria. O estágio não foi somente uma oportunidade de
crescimento profissional, mas também de crescimento pessoal, principalmente
quanto à responsabilidade e ao trabalho conjunto, o que do meu ponto de vista
é o aprendizado de maior importância.

Trabalhar na área de Segurança é algo bastante motivador, sendo esta


uma área que possibilita aprender muitas coisas novas e cujo resultado do
trabalho não traz somente benefícios para a empresa como também para os
colaboradores e clientes da mesma. O aprendizado que tive não advém
somente da leitura de artigos ou documentos, mas principalmente da interação
com outros funcionários da empresa e de fora dela: pessoal da área de
Segurança do Trabalho e Qualidade, Supervisores e Encarregados,
fornecedores de equipamentos de proteção e principalmente com aquelas que
realmente fazem a segurança acontecer, os colaboradores da linha de frente
da produção.

No período de estágio foi notório que a empresa visa cada dia mais
buscar a excelência, sendo bastante comprometida com fatores como
qualidade, segurança, saúde e meio ambiente. Assim, o fato de ter trabalhado
em uma empresa que dá grande ênfase a estes aspectos, confere uma grande
vantagem do ponto de vista profissional.
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Por fim, considerando todos esses aspectos, posso dizer que o estágio
foi algo acima do esperado e de fundamental importância para o meu período
de formação acadêmica no curso de Técnico em Segurança do Trabalho.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 SEGURANÇA E MEDICINA DO TRABALHO, 59 º edição.


Manuais de Legislação Atlas;

 Site Braskem:
http://www.braskem.com.br/

 Site Grupo Predial:


http://www.grupopredial.com.br/

 Site Segurança e Trabalho:


http://www.segurancaetrabalho.com.br/

 Site Área Seg:


http://www.areaseg.com/seg

 Site Ministério do Trabalho:


http://www.mte.gov.br/legislacao/normas_regulamentadoras

 Manual sobre:
SISTEMA DE GESTÃO DE SSMA PREDIAL, abril 2006

 Manual do Participante:
DuPont, EXCELÊNCIA NA GESTÃO DO CONTROLE DE
PERDAS,
62

 Manual do Participante:
DuPont, PPAT – PREVENÇÃO DE PERDAS NO AMBIENTE
DE TRABALHO

 THUMS, Jorge. O ACESSO A REALIDADE: TÉCNICAS DE


PESQUISA E DE CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO

 SANTOS, Carla Inês Costa dos; BRASIL, Eliete Mari Docato.


ELABORAÇÃO DE TRABALHOS TÉCNICOS-CIENTÍFICOS,
São Leopoldo, 2006
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ANEXOS
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ANEXO 1 : Formulário de Desvios


65

ANEXO 2: AST – Análise de Segurança da Tarefa


66

ANEXO 3: VAP – Verificação de Aderência aos Procedimentos


67

ANEXO 4: Gabarito de observação dos diálogos comportamentais


68

ANEXO 5: Cartão Verde

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