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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS – UEA

ESCOLA SUPERIOR DE CIÊNCIAS DA SAÚDE – ESA

ENFERMAGEM NO PROCESSO DE CUIDAR NA SAÚDE MENTAL

SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM A PACIENTES


COM ALTERAÇÕES DE COMPORTAMENTO: USO, ABUSO E ABSTINÊNCIA
DE ÁLCOOL E OUTRAS DROGAS

Manaus/AM

2021
UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS – UEA

ESCOLA SUPERIOR DE CIÊNCIAS DA SAÚDE – ESA

ENFERMAGEM NO PROCESSO DE CUIDAR NA SAÚDE MENTAL

SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM A PACIENTES


COM ALTERAÇÕES DE COMPORTAMENTO: USO, ABUSO E ABSTINÊNCIA
DE ÁLCOOL E OUTRAS DROGAS

Docente: Everdan da Silva Souza e Valdelize Elvas

Discentes: Cibele Gama da Silva, Cristina Gonçalves Rodrigues, Francisco de


Assis, Negreiros de Almeida Neto, Gabriele Brandão da Silva, Gian Carlos Cruz
Pereira, Heidi Braga, Isabela Vilaiza Escobar França, Ozenilde Muniz de Almeida e
Ronilda Socorro Nascimento de Oliveira.

Manaus/AM

2021
INTRODUÇÃO

Ao longo das décadas, o uso e abuso de drogas aumentou, tornando-se um dos


mais graves problemas de saúde pública em quase todos os países do mundo, pois está
associado com comportamentos violentos e crimes, como roubo e homicídio, acidentes
de trânsito e violência doméstica, principalmente entre indivíduos com histórico de
agressividade e com complicações médicas e psiquiátricas, elevando drasticamente os
índices de morbidade e mortalidade. De acordo com o Relatório Mundial do Escritório
da Organização das Nações Unidas de Combate às Drogas e Crimes (United Nations
Office for Drug Control and Crime Prevention - UNODCCP, 2006) 5% da população
do mundo, cerca de 200 milhões de pessoas, entre 15 e 64 anos utiliza regularmente
alguma substância ilícita. O álcool é mundialmente a droga lícita mais consumida,
seguido pelo tabaco.

No Brasil, a droga ilícita mais consumida é a maconha, com 7,7% dos brasileiros
de 12 a 65 anos já tendo utilizado pelo menos uma vez na vida, seguida pela cocaína,
sendo consumida por 3,1% dos entrevistados. Quanto ao crack, 1,4 milhões de pessoas
afirmaram já terem usado ao menos uma vez.

Os analgésicos opióides e os benzodiazepínicos foram utilizados sem prescrição


por 0,6 e 0,4% da população do Brasil, respectivamente.

O consumo do tabaco parece estar diminuindo, com cerca de 33,5% dos


brasileiros tendo utilizado ao menos uma vez, apesar do aumento do uso de cigarros
eletrônicos e narguilés.

Em relação ao álcool, mais da metade da população brasileira entre 12 e 65 anos


declarou ter utilizado álcool pelo menos uma vez na vida.

O indivíduo pode entrar no mundo das drogas por curiosidade de experimentar,


hedonismo, ou numa tentativa de aliviar a dor e sofrimento que, provavelmente, não
sumirão após a dependência, e também apenas para conhecer novas experiências. O uso
de drogas pode causar experiências de autodestruição, além de deixar a pessoa violenta
e causar alterações no comportamento: indiferença, isolamento e desprezo. O uso
crônico dessas substâncias pode causar dependência química.
1 - FATORES QUE PREDISPÕEM AO USO E ABUSO DE DROGAS

Não há uma teoria única que explique a etiologia do problema, mas sim uma
interação de vários elementos, dentre esses elementos estão incluídos, fatores
biológicos, psicológicos, de personalidade, e socioculturais, cada um com suas
particularidades.

Fatores Biológicos:

- Genética: fator hereditário (alcoolismo) – filhos de alcoolistas 3x mais


propensos; Bioquímica: hipótese que o álcool possa produzir substâncias semelhantes à
morfina no cérebro (responsável pela dependência do álcool).

Uma pesquisa sobre a transmissão familiar do comportamento de abuso de


drogas psicoativas, o Estudo Colaborativo da Genética do Alcoolismo, foi realizada
recentemente na Universidade de Washington com 1212 dependentes químicos e seus
filhos. Os dados mostraram que uma grande parcela dos filhos de pais alcoolistas,
principalmente do sexo masculino (aproximadamente 50% dos irmãos e 25% das irmãs)
eram dependentes de álcool. Em relação à maconha, cocaína e hábito de fumar,
observou-se que filhos de dependentes apresentavam um elevado risco de dependência.

Embora inegável, a influência genética no desenvolvimento da dependência de


drogas de abuso é apenas parcial. A dependência de drogas é um comportamento
complexo, que reflete a interação de vários genes e de variáveis psicológicas, sociais e
demográficas.

Fatores psicológicos:

Influências do desenvolvimento: abordagem psicodinâmica – superego punitivo


e fixação na fase oral do desenvolvimento psicossexual.

A instabilidade psíquica é um dos problemas que motivam as pessoas à procura


de drogas. Sobretudo, os indivíduos em condição social mais vulnerável, como os
moradores de rua, tendem a buscar nessas substâncias o alívio para o sofrimento.
Porém, mesmo entre as classes mais privilegiadas há pessoas com doenças mentais ou
emocionais que levam ao abuso de entorpecentes. O maior perigo é que a associação
entre drogas e doenças mentais gera um ciclo vicioso: a doença é vista como causa e
também como consequência das drogas na vida desses sujeitos.
Fatores de personalidades:

Baixa autoestima, depressão frequente, passividade, incapacidade de


comunicação afetiva (não são preditivas do comportamento aditivo) Personalidade
antissocial e estilos de resposta depressiva.

Fatores socioculturais:

- Aprendizagem social: influência da família (modelo dos pais) – influência dos


colegas (encorajamento do uso) – influência do grupo de trabalho (expressão de coesão
do grupo). Crianças afetadas pelo uso de substâncias ilícitas pelos pais têm a forte
tendência de exibir níveis mais elevados de tensão emocional e de outros sintomas
relacionados a essa questão. Muitas delas acabam se envolvendo precocemente com os
tóxicos. Outro fator de motivação ao consumo é a convivência com pessoas ou com
grupos de usuários. Jovens e adultos que moram nas proximidades dos locais de acesso
aos entorpecentes ou convivem com pessoas viciadas tornam-se mais vulneráveis ao
vício.

- Condicionamento: experiência agradável provocada pela substância (repetição)


– ambiente agradável uso aumentado/ ambiente aversivo redução de uso.

- Influências culturais e étnicas: a cultura estabelece padrões, molda atitudes e


diferenças entre países/ costumes.

2 - EFEITOS PRODUZIDOS PELO USO E ABUSO E ABSTINÊNCIA DE


ÁLCOOL E OUTRAS DROGAS NO ORGANISMO:

- ÁLCOOL: A ingestão de álcool provoca diversos efeitos, que aparecem em


duas fases distintas: uma estimulante como euforia, desinibição e maior facilidade para
falar e outra depressora, atua como um depressor de muitas ações no Sistema Nervoso
Central (SNC) e seus efeitos sobre este são dose-dependentes, o indivíduo passa a
apresentar uma diminuição da resposta aos estímulos, fala pastosa, dificuldade à
deambulação, entre outros, além disso, diversas partes do cérebro são afetadas pelo
efeito sedativo do álcool, tais como aquelas responsáveis pelo movimento, memória,
julgamento e respiração. Além disso, a abstinência pode ser explicada pelo fato de o
álcool inicialmente potencializa os efeitos do GABA, aumentando os efeitos inibitórios,
porém, com o passar do tempo, o uso crônico do álcool reduz o número de receptores
GABA por um processo de down regulation o que explicaria o efeito de tolerância ao
álcool, ou seja, o fato do indivíduos necessitarem de doses maiores de álcool para obter
os mesmos sintomas anteriormente obtidos com doses menores, Os sintomas de
abstinência podem ser explicados pela perda dos efeitos inibitórios, combinado com a
deficiência de receptores GABA. O álcool também altera a ação sináptica do glutamato
no cérebro, reduzindo a neurotransmissão glutamatérgica excitatória, e estimula
diretamente a liberação de outros neurotransmissores como a serotonina e endorfinas
que parecem contribuir para os sintomas de bem-estar presentes na intoxicação
alcoólica.

- TABACO: é uma planta cujo nome científico é Nicotiana tabacum, da qual é


extraída uma substância chamada nicotina. Os principais efeitos da nicotina no Sistema
Nervoso Central são: elevação leve no humor (estimulação) e diminuição do apetite. A
nicotina é considerada um estimulante leve, apesar de um grande número de fumantes
relatarem que se sentem relaxados quando fumam. Essa sensação de relaxamento é
provocada pela diminuição do tônus muscular. A nicotina produz um pequeno aumento
no batimento cardíaco, na pressão arterial, na frequência respiratória e na atividade
motora. A nicotina é imediatamente distribuída pelos tecidos. No sistema digestivo
provoca queda da contração do estômago, dificultando a digestão. Há um aumento da
vasoconstrição e na força das contrações cardíacas, além disso, apresenta efeitos
tóxicos, podemos destacar ainda náuseas, dores abdominais, diarréia, vômitos, cefaléia,
tontura, bradicardia e fraqueza.

- MACONHA: Hoje sabe-se que a Cannabis sativa contém em torno de 120


fitocanabinóides. No entanto um deles, o delta-9-tetrahidroca-nabinol (delta-9-THC, ou
simplesmente THC) é o grade responsável pelos efeitos psicoativos da planta, embora
outros, como o canabidiol (CBD), tenha efeitos biológicos bem-documentados de
potencial interesse terapêutico.

Como já mencionado, o THC é o grande responsável pelos efeitos psicoativos da


maconha. Após sua absorção, é rapidamente distribuído nos tecidos e acumulado na
gordura corporal. O THC é metabolizado de forma rápida e tem a capacidade de se ligar
a receptores tanto CB1 quanto CB2. Metabolizado principalmente pelas enzimas
CYP3A e CYP2C em mais de 80 metabólitos. Devido ao sequestro no tecido gorduroso,
sua meia-vida de eliminação tecidual é de cerca de 7 dias, e eliminação completa de
uma dose única pode levar até 30 dias.
Cerca de 50% do THC em uma junção de Cannabis herbal são inalados na
fumaça principal – quase tudo isso é absorvido pelos pulmões, entrando rapidamente na
corrente sanguínea e atravessando a barreira hematencefálica. Os efeitos são
perceptíveis em segundos e totalmente aparentes em alguns minutos. A
biodisponibilidade após ingestão oral é muito menor (20 a 30% da quantidade obtida
fumando-se a mesma dose) sobretudo por causa do metabolismo de primeira passagem.

- COCAÍNA: A cocaína é um vasoconstritor e um estimulante do SNC com


propriedades psicomiméticas que pode causar distorções na percepção com alucinações
e comportamentos psicóticos quando administrada em altas doses. Esta substância
também exerce efeitos simpatomiméticos que parecem ser mediados por sua atividade
noradrenérgica nos terminais pós-ganglionares do sistema nervoso autônomo simpático.
Os efeitos incluem aumento da frequência cardíaca, midríase, vasoconstrição, secreção
gástrica e pancreática. O aumento da atividade noradrenérgica no locus coeruleus
também medeia o aumento do estado de alerta e da pressão arterial.

- CRACK: Ao fumar o crack, o seu princípio ativo, que é a cocaína, é


rapidamente absorvido pelos capilares pulmonares e segue para a corrente sanguínea.
devido à sua alta lipossolubilidade, atravessa a barreira hematoencefálica e placentária,
tendo especial afinidade pelo cérebro.
Os efeitos podem ser explicados por sua ação em vários receptores:
Bloqueia os canais de sódio dependentes de voltagem, exercendo seu efeito anestésico
local, impedindo a condução de impulsos nervosos;
Atua nos terminais monoaminérgicos, o que inibe a recaptação de dopamina, serotonina
e noradrenalina a partir do bloqueio competitivo de seus transportadores. Essa ação
sobre os transportadores aumenta a quantidade de neurotransmissor na sinapse e
estimulação sobre os receptores pós-sinápticos. Acredita-se que as propriedades de
dependência e vício da cocaína estão relacionadas principalmente à inibição do
transportador da dopamina;
Atua pré-sinapticamente sobre o transportador vesicular da dopamina, localizado nas
terminações nervosas mesolímbicas e nigroestriais, responsável por armazenar a
dopamina previamente sintetizada no citoplasma e/ou a dopamina recaptada na fenda
sináptica;
Possui afinidade por sítios de receptores serotoninérgicos, muscarínicos (M1, M2) e
sigma.
- OPIOIDES: Os opioides exercem seus efeitos principais interagindo
estereoespecificamente com os receptores opioides nas membranas de certas células no
SNC e em outras estruturas anatômicas, como o trato gastrintestinal (TGI) e a bexiga. A
morfina atua também em receptores κ na lâmina I e II do corno dorsal da medula
espinal. Ela diminui a liberação de substância P que modula a percepção da dor na
medula espinal. A morfina também parece inibir a liberação de vários transmissores
excitatórios dos terminais nervosos que levam a estímulos nociceptivos (dolorosos).

- BENZODIAZEPÍNICOS: Os alvos para as ações dos benzodiazepínicos são os


receptores do ácido γ-aminobutírico tipo A GABAA. (o GABA é o principal
neurotransmissor inibitório no sistema nervoso central SNC.) Os receptores do GABA
são compostos de uma combinação, no somatório de cinco subunidades α, β e γ
inseridas na membrana pós-sináptica.

Para cada subunidade existem vários subtipos (p. ex., há seis subtipos da
subunidade α). A fixação do GABA ao seu receptor inicia a abertura do canal iônico
central, permitindo a entrada de cloro através do poro. O influxo do íon cloreto causa
hiperpolarização do neurônio e diminui a neurotransmissão, inibindo a formação de
potenciais de ação. Os benzodiazepínicos modulam os efeitos do GABA ligando-se a
um local específico de alta afinidade (distinto do local de ligação do GABA), situado na
interface da subunidade α e da subunidade γ no receptor GABA. (esses locais de
ligação, algumas vezes, são denominados receptores benzodiazepínicos BZ. Subtipos de
receptores BZ comuns no SNC são designados de BZ1 ou BZ2 dependendo do local de
ligação incluir uma subunidade α1 ou α2, respectivamente). Os benzodiazepínicos
aumentam a frequência da abertura dos canais produzida pelo GABA. (a ligação do
benzodiazepínico ao seu receptor aumentará a afinidade do GABA por seus locais de
ligação, e vice-versa). Os efeitos clínicos dos vários benzodiazepínicos se correlacionam
bem com a afinidade de ligação de cada fármaco pelo complexo receptor GABA-canal
de íon cloreto.

EFEITOS DAS DROGAS NO SISTEMA NERVOSO CENTRAL

- Depressoras da atividade do Sistema Nervoso Central: diminuem a atividade de


nosso cérebro, ou seja, deprimem seu funcionamento, o que significa dizer que a pessoa
que faz uso desse tipo de substância fica “desligada”, “devagar”, “desinteressada” pelas
coisas.
- Estimulantes da atividade do Sistema Nervoso Central: aumentam a atividade
de nosso cérebro, ou seja, estimulam o seu funcionamento fazendo com que o(a)
usuário(a) fique “ligado(a)”, “elétrico(a)”, sem sono.

- Perturbadoras da atividade do Sistema Nervoso Central: modificam


qualitativamente a atividade do nosso cérebro, ou seja, o cérebro passa a funcionar fora
de seu normal, e a pessoa fica com a mente perturbada.

3 – SINAIS E SINTOMAS DE USO, ABUSO E ABSTINÊNCIA DE


ÁLCOOL E OUTRAS DROGAS:

- ÁLCOOL:

A dependência alcoólica se relaciona diretamente aos fatores biológicos e


culturais, uma vez que o valor simbólico do álcool define como é o relacionamento do
indivíduo com essa substância, sendo um processo tanto individual, como social que
indicará as situações do consumo da bebida.

Uso:

- Hálito alcoólico;

- Olhos e faces avermelhadas;

- Emagrecimento e falta de apetite;


- Náuseas, vômitos e outros problemas digestivos;

- Fraqueza muscular, tremores e queixas de dor nas pernas;

- Hipertensão arterial;

- Agressividade;

- Nervosismo;

- Alterações de memória.

Abuso: Dentre os agravos atribuídos ao uso/dependência de álcool, a cirrose


hepática merece destaque como uma importante morbidade crônica fatal causada pelo
seu consumo.

As principais complicações requerem intervenção especializada:

- Intoxicação aguda (ou embriaguez)

Quadro caracterizado pela lentidão no falar, fala pastosa, confusão mental,


náusea, vômito, ataxia, rebaixamento do nível de consciência, coma e óbito.

- Delirium tremens

Quadro caracterizado por confusão mental, desorientação tempo-espaço,


convulsão, agitação, alucinações visuais e táteis (ver bichos no corpo ou parede).

O delirium tremens, mesmo com tratamento adequado, tem um índice de óbito


de 5% a 15%.

- Síndrome de Wernicke aguda

Quadro agudo causado pela deficiência de tiamina, frequentemente associada ao


delirium tremens. Seus sintomas são: rebaixamento do nível de consciência, nistagmo e
ataxia.

- Síndrome de Korsakoff

Quadro crônico causado pela deficiência de tiamina. Caracteriza-se por


comprometimento da memória para dados recentes, confabulação e desorientação no
tempo e espaço.

Abstinência: Dentre as manifestações psíquicas, apontam-se:


- Insônia;

- Agitação psicomotora;

- Distúrbios de sensopercepção;

- Crises convulsivas.

Os sinais físicos ainda incluem:

- Tremores;

- Sudorese;

- Oscilação da pressão arterial;

- Temperatura maior que 38º C;

- Mal-estar;

- Cefaleia.

O início desses sinais e sintomas surge, geralmente, entre 24 e 36 horas,


podendo variar entre seis e 72 horas e duram, em média, de sete a dez dias.

- TABACO:

Uso: A nicotina aumenta discretamente a frequência cardíaca, a pressão arterial


e a frequência respiratória. Os fumantes podem ter uma sensação de mais energia e
excitação, maior capacidade de concentração, menos tensão e ansiedade e uma sensação
de prazer e gratificação. Náuseas são comuns na primeira exposição de alguém à
nicotina. A nicotina diminui o apetite e pode ser um substituto comportamental da
alimentação.

Abuso:

- Desejo intenso de fumar ou usar por mais tempo do que o planejado;

- Dificuldade em controlar o uso;

- Uso de tempo considerável para obter, consumir ou se recuperar;

- Dar prioridade à droga em relação às outras atividades sociais;

- Continuar a usar mesmo sabendo dos danos.


O consumo de tabaco está associado a doenças cardiovasculares, doença
pulmonar obstrutiva crônica, câncer de pulmão e outras neoplasias. Também é fator de
risco para infecções respiratórias, osteoporose, distúrbios reprodutores, diabetes, úlceras
gástricas e duodenais.

O fumante passivo é o não-fumante que convive com fumantes em ambientes


fechados, ficando assim, exposto aos componentes tóxicos e cancerígenos presentes na
fumaça ambiental do tabaco, que contém praticamente a mesma composição da fumaça
tragada pelo fumante. Vale a pena lembrar que o fumante passivo também corre o risco
de adquirir todas as doenças citadas anteriormente.

Abstinência: Os desafios mais comuns em relação ao tabagista são em relação a


síndrome de abstinência da nicotina, que é uma das mais importantes barreiras para a
cessação do tabagismo. Quando se para de oferecer nicotina ao cérebro, ele reage à sua
ausência. Principais sinais e sintomas dessa síndrome são:

- Alteração de sono;

- Dificuldade de concentração;

- Vontade intensa de fumar (Fissura);

- Irritabilidade;

- Inquietação;

- Humor depressivo;

- Aumento de apetite.

- Podendo surgir também disforia, tonteira e vertigens, cefaleia, agressividade,


tristeza, ansiedade, agitação, bradicardia.

Os sintomas acima mencionados têm início cerca de 8 horas após a interrupção


de uso do cigarro, tendo sua intensidade aumentada nos três a quatro primeiros dias,
desaparecendo em torno de uma a duas semanas.

Já a fissura tende a permanecer por mais tempo que os demais sintomas, porém
ela vai reduzindo gradativamente a sua intensidade e aumentando o intervalo entre um
episódio e o outro, em geral não dura mais que cinco minutos.
Tais sintomas, que caracterizam a síndrome de abstinência da nicotina, variam
com o grau de dependência à nicotina, sendo mais intensos naqueles usuários de
maiores doses de nicotina e podem não acontecer em alguns fumantes leves que cessam
o tabagismo.

- MACONHA:

A maconha está associada a uma ampla gama de efeitos, que vaiam de acordo
com a qualidade da amostra consumida, a relação entre os canabioides da amostra, a
forma e a via de consumo, o perfil farmacogenético do usuário, o estado emocional no
momento do uso e o ambiente em que a droga está sendo consumida.

Uso:

Ao consumir maconha, muitas pessoas experimentam:

- Euforia agradável;

- Sensação de relaxamento.

- Acentuação de percepções sensoriais (como cores mais brilhantes);

- Risos imotivados;

- Hiperemia conjuntival (causado por vasodilatação)

- Alterações da percepção do tempo;

- Aumento de apetite (‘‘larica”).

Experiências prazerosas com maconha não são absolutamente universais. Ao


invés de relaxamento e euforia, algumas pessoas apresentam ansiedade, medo,
desconfiança ou até ataques de pânico. Algumas pessoas podem apresentar sintomas
psicóticos agudos, que incluem alucinações, delírios e uma perda do senso de identidade
pessoal.

Abuso: Diversos estudos demonstram a relação do uso prolongado da maconha


com psicoses, esquizofrenia, distúrbios de humor e disfunções cognitivas, uma vez que,
os efeitos do canabinóide psicoativo (THC) no SNC incluem ações depressoras e
psicotomiméticas, comprometendo desta forma a memória de curto prazo e
aprendizagem.
Abstinência: A exposição crônica à Cannabis leva, portanto, à dependência,
podendo proporcionar ao usuário a abstinência, ou seja, quando este fica algum tempo
sem o uso da substância, seu organismo necessitará de novas doses, e embora as crises
sejam discretas, na maioria dos casos, estas se manifestam por intermédio de sintomas
como:

No caso da maconha, os sintomas de abstinência incluem:

- Inquietação;

- Irritabilidade;

- Agitação;

- Insônia;

- Alterações de humor;

- Dificuldades com o sono;

- Redução do apetite

- Fissura (um forte desejo para consumir maconha);

- Inquietação e várias formas de desconforto físico que atingem um pico na


primeira semana após a interrupção do uso e duram até 2 semanas.

- COCAÍNA:

As diferentes vias de administração também determinam a rapidez e a duração


dos efeitos, bem como o pico de concentração plasmática de cocaína. Os efeitos da
cocaína surgem após a administração e desaparecem em minutos ou horas.

Uso:

- Sensação de aumento de energia;

- Bem-estar;

- Euforia (“high”);

- Aumento do estado de alerta, da libido e do prazer sexual (“rush”);

- Insônia;
- Diminuição do apetite.

Os efeitos incluem aumento da frequência cardíaca e pressão arterial, midríase,


vasoconstrição, secreção gástrica e pancreática.

Abuso:

- Tolerância (resultado de neuroadaptações, onde doses cada vez maiores são


utilizadas com a finalidade de se obter os efeitos desejados);

- Comportamento impulsivo e compulsivo.

- Dependência (comportamentos destrutivos direcionados à sua aquisição);

- Ansiedade (agitação, alterações de humor e insônia, além de sintomas físicos


como náuseas, tremores e espasmos musculares);

- Anedonia;

- Disforia;

- Irritabilidade;

Distorções na percepção com alucinações e comportamentos psicóticos quando


administrada em altas doses.

Abstinência: A abstinência da cocaína se desenvolve no prazo de algumas horas


a vários dias após a interrupção ou diminuição do consumo.

As principais características incluem a presença de humor disfórico


acompanhado por duas ou mais das seguintes alterações fisiológicas:

- Fadiga;

- Sonhos vívidos e desagradáveis;

- Insônia ou hipersonia;

- Aumento do apetite;

- Retardo ou agitação psicomotora.

Um dos maiores problemas que os pacientes apresentam durante a abstinência é


o período de desejo intenso de consumir a droga de abuso.
Após o uso crônico de cocaína, a fissura pode estar presente em qualquer
momento da abstinência. O aparecimento e a intensidade dependem das respostas
condicionadas aos estímulos ambientais, do humor, e das lembranças das experiências
pessoais obtidas durante o uso da droga.

- CRACK:

Uso: O usuário sente grande prazer, intensa euforia, sensação de poder,


excitação, hiperatividade, insônia, perda de sensação de cansaço e falta de apetite. O uso
passa a ser compulsivo, pois o efeito dura apenas de 5 a 10 minutos e a “fissura”
(vontade) em usar novamente a droga torna-se incontrolável. Segue-se repentina e
profunda depressão e surge desejo intenso de uso repetido imediato. Assim, serão
usadas muitas pedras em seguida para manter o efeito estimulante.

Abuso: A superdosagem pode provocar ansiedade grave, pânico, agitação,


agressividade, insônia, alucinações, delirium paranoico, juízo comprometido, tremores,
convulsões e delirium. Midríase e diaforese são aparentes e a frequência cardíaca e a
pressão arterial (PA) estão aumentadas. A superdosagem grave provoca síndrome de
psicose aguda (p. ex., sintomas semelhantes à esquizofrenia), hipertensão, hipertermia,
rabdomiólise, coagulopatia, insuficiência renal e convulsões.

Abstinência: Durante a abstinência, períodos de desejo intenso pelo consumo,


associados a outros sintomas de abstinência, como fadiga, dificuldade de concentração,
anedonia e depressão.

- OPIOIDES:

Uso: Os opioides constituem as drogas de escolha para o tratamento da dor


aguda pós-operatória e, também, para indivíduos com grandes queimaduras ou
politraumatizados e em dores crônicas. O uso de opioides na Psiquiatria é bem restrito:
é indicado no tratamento de dependentes de opioides, tanto na desintoxicação como na
terapia de manutenção. Na desintoxicação, a retirada dos opioides pode ser feita por
meio da redução gradativa na dosagem da medicação usada ou pela troca por um
opioide de longa ação. Na terapia de manutenção, é feita a substituição da heroína por
metadona, um opioide de longa ação, que é usado por um período maior ou por muitos
anos.
Abuso: Os opioides usados abusivamente produzem um quadro de intoxicação,
caracterizado por sedação, alteração do humor (predominando euforia) e miose
(excetuando meperidina, que causa midríase). Com o aumento da dose pode ocorrer
uma superdosagem (overdose), acidentalmente (mais frequente) ou intencionalmente
(tentativas de suicídio), o que requer atendimento médico de emergência. A intoxicação
acidental ocorre em pessoas com baixa tolerância à substância, ao uso associado a
outras drogas depressoras do sistema nervoso central ou a uma variação abrupta da
dose. O quadro clínico da overdose é normalmente agudo, há rápida estimulação
cerebral, seguida de depressão do sistema nervoso central, estado de perturbação da
consciência ou coma, depressão respiratória, diminuição da atividade cardíaca e, em
casos mais graves, convulsões e morte. A overdose é causa de mortalidade entre
dependentes de opioides, principalmente usuários de heroína.

Tabela de uso e abuso:

Abstinência: Síndrome de Dependência Os opioides e opiáceos são substâncias


muito aditivas e com alto potencial para dependência. A exposição continuada a essas
substâncias inicia um processo de habituação, cerebral e comportamental, aos efeitos da
droga. Com essa adaptação à droga, surgem os sinais e sintomas da dependência. O grau
de dependência varia com o tipo, a dose, o tempo de uso e a velocidade de
metabolização e excreção da substância. Os grupos de maior risco para dependência são
os usuários de heroína, os pacientes com dor crônica e os profissionais da saúde.
Os sinais e sintomas de abstinência surgem no dependente de opioide com a falta
da substância, por diminuição ou parada do uso. Isso ocasiona queda do nível sérico de
opioide e, em resposta, ocorre hiperatividade autonômica e somática.

- BENZODIAZEPÍNICOS:

Uso: Os efeitos mais proeminentes relacionados a esta classe são a sedação,


hipnose, diminuição da ansiedade, relaxante muscular, amnésia anterógrada e atividade
anticonvulsivante.

Abuso: Os principais efeitos colaterais dos BZD são sintomas moderados e


transitórios que ocorrem em decorrência de dose diária elevada ou sensibilidade
individual. Podem ocorrer sonolência, hipotonia muscular, amnésia, sensação de
embriagamento, diminuição da cognição, fadiga, cefaleia, vertigens, aumento dos riscos
de acidentes e constipação. Seus efeitos não desejáveis incluem também dificuldade no
processo de aprendizagem e memória, além de prejudicar as funções psicomotoras.
Produzem efeitos tóxicos, se misturados ao álcool, levando, eventualmente, o paciente
ao estado de coma.

Abstinência: Os sintomas de abstinência são mais comuns de aparecerem


quando os BZD são compostos de alta potência e meia vida curta (como o Lorazepam e
Alprazolam), já que são utilizados por longo tempo e retirados de forma abrupta.
Pacientes portadores de transtorno do pânico são mais propensos à abstinência, além de
pessoas com traços de personalidade passivo-dependentes, histriônicos, somatizantes e
astênicos. As manifestações de abstinência incluem ansiedade, irritabilidade, insônia,
náuseas, vômitos, tremores, sudorese e anorexia.

4 – TRATAMENTO E TERAPÊUTICAS:

Tratamento Farmacológico:

O primeiro passo é entender como a abstinência ocorre. É entender que cada


organismo responde de maneira diferente, tanto em relação ao uso das drogas quanto em
relação à abstinência.

A abstinência geralmente acontece quando o usuário para de consumir qualquer


droga e dura em torno de 4 a 15 dias. Pois o uso contínuo dessas substâncias acaba
causando a dependência química. A dependência química é considerada uma doença
crônica e sem cura. Mas, a pessoa pode aprender a conviver com a falta dessas
substâncias, por meio de tratamentos. O tratamento começa a partir da desintoxicação
do organismo, ou seja, a pessoa deve parar de consumir a droga. A falta dessa
substância tóxica causa ansiedade, é quando começa a abstinência.

Neste momento o usuário tem maior probabilidade de desistir da desintoxicação,


pois é um processo muito difícil. Geralmente há a necessidade de entrar com uma
medicação, pois o usuário pode apresentar quadros de depressão, falta de controle
emocional e até mesmo atentar contra sua própria vida.

Mas, para isso, é essencial que a equipe de saúde tenha total conhecimento sobre
qual medicação utilizar para cada tipo de droga. Caso contrário, o uso do medicamento
errado pode acabar agravando o quadro do paciente.

Para cada tipo de droga há uma medicação indicada. O uso de medicamentos é


muito importante no tratamento da dependência química, mas vale salientar que esta
não é e nem deverá ser a única abordagem utilizada, mas sim deverá complementar
outras intervenções psicossociais que tem a finalidade de melhorar a vida do paciente.
Por exemplo, as terapias individuais ou de grupo, assim como grupos de mútua ajuda,
só são possíveis se o paciente estiver com o mínimo de equilíbrio para poder participar e
absorver seus conteúdos.
- Álcool:

Dissulfiram: Este medicamento age inibindo a enzima acetaldeído


desidrogenase, causando o acúmulo de acetaldeído e quando o paciente consome álcool
o medicamento causa vasodilatação e consequente queda da pressão arterial,
taquicardia, náuseas, vômito, confusão mental, fraqueza, rubor, sudorese e cefaléia.
Quanto maior o consumo de álcool e dissulfiram piores os efeitos colaterais.

Naltrexona: É um antagonista opióide que tem como objetivo inibir o consumo


de álcool mediante ao bloqueio pós-sináptico de determinados receptores opioides nas
vias mesolímbicas.

- Nicotina:

A relação observada entre a dependência de nicotina e o surgimento de sintomas


depressivos durante a síndrome de abstinência da droga autoriza o uso de medicação
antidepressiva como uma farmacoterapia eficaz do tabagismo. Dentre todos os
antidepressivos já avaliados, os dois abaixo foram os que mostraram melhores
resultados.

Bupropiona: Atua na inibição da dopamina e noradrenalina. Não tem efeitos


colaterais como disfunção sexual, sonolência e ganho de peso.

Nortriptilina: Dentre os antidepressivos tricíclicos existentes, é o que possui


menor índice de efeitos colaterais, com bom índice de aceitação entre os idosos.

- Maconha:

O manejo medicamentoso para usuários de maconha permanece focado nos


estados de intoxicação aguda, nas psicoses induzidas por maconha (psicose
cannabínica) e na busca por comorbidades psiquiátricas. São boas opções para controle
de depressão e ansiedade o uso da medicação antidepressiva Fluoxetina e do ansiolítico
Buspirona, ambos com estudos comparativos mostrando diminuição do consumo nos
grupos tratados em relação aos grupos que receberam placebo.

- Cocaína/Crack:

As melhores evidências que temos para o tratamento da abstinência apoiam-se


nas seguintes medicações:
Topiramato e Pergolida: Age na modulação do sistema de recompensa cerebral.

Modafinil: Um antagonista dos canais de cálcio inicialmente aprovado para


tratamento da narcolepsia, que em doses entre 200 a 400mg tem obtido bons resultados
no auxílio à manutenção da abstinência, embora careça de mais estudos.

- Opióides:

Metadona: Um opióide sintético que bloqueia os efeitos da heroína durante 24


horas e elimina os sintomas de abstinência. Outros produtos aprovados são a Naloxona
e a Naltrexona, que também bloqueiam os efeitos da morfina, heroína e outros opióides.
Como antagonistas, são especialmente úteis como antídotos. A Naltrexona tem efeitos
em longo prazo que vão de 1 a 3 dias, dependendo da dose. A Naloxona pode ser usada
em situações de intoxicação aguda.

- Benzodiazepínicos:

São eles sem dúvida as drogas psicotrópicas que recebem o maior número de
prescrições. Os pacientes em uso crônico devem ser devidamente monitorados, e
especial atenção deve ser dada aos dependentes de álcool e outras drogas, em razão dos
riscos da interação dessas substâncias, bem como o risco de desenvolver a dependência
pela substância prescrita. O tratamento pode contemplar: A retirada gradual utilizando a
própria substância, retirando 25% da dose por semana; A retirada gradual com
substituição de um benzodiazepínico por outro de meia vida mais longa; acrescentar a
um dos processos de retirada gradual escolhido o uso do Valproato, com o objetivo de
reduzir os sintomas de abstinência e apoiar na prevenção de recaída.

- Anfetaminas/Metanfetaminas:

Assim como no caso da cocaína, pouco ainda se faz do ponto de vista


farmacoterápico na dependência de anfetaminas e metanfetaminas. O antipsicótico
Aripiprazol e o estimulante do Sistema Nervoso Central Metilfenidato têm se
apresentado como uma promessa interessante no tratamento

Tratamento Terapêutico:

- Psicoterapia:

Os tratamentos psicoterápicos podem auxiliar bastante na recuperação da saúde


mental dos dependentes químicos. Essas intervenções são utilizadas como tratamento
complementar às medicações a fim de que o indivíduo consiga restabelecer o equilíbrio
emocional necessário para conseguir vencer o vício.

- Terapia cognitivo-comportamental:

O propósito desse tipo de terapia é proporcionar condições propícias à mudança


de pensamentos por meio das alterações cognitivas. O terapeuta utiliza métodos que
estimulam a modulação do comportamento do usuário em relação ao hábito de
consumir drogas.

- Terapia de grupo:

A participação em atividades interativas com outras pessoas que tenham


objetivos e propósitos semelhantes ajuda muito na recuperação dos usuários de
entorpecentes. Além disso, essas terapias são monitoradas por profissionais com
experiência e habilidade para discutir aspectos relacionados à importância de superar os
sintomas da dependência química.

- Terapia familiar:

A opção pela terapia familiar é uma das condutas mais assertivas para minimizar
os conflitos resultantes dessas questões. Isso evita que o usuário seja exposto a mais
sofrimento que o leve ao isolamento da família ou resultar em problemas mais graves
como agressividade e violência.

5 – SISTEMATIZAÇÃO DE ASSISTÊNCIA A ENFERMAGEM – SAE

Segundo FARIAS e outros (2017) no contexto do cuidado, o enfermeiro é o


profissional que possui visão sob uma perspectiva integral, buscando entender e assistir
o sujeito de forma biopsicossocial e espiritual. Assim, com autonomia este é capaz de
romper com práticas psiquiátricas dominantes e contribuir na consolidação do modelo
psicossocial.

Diagnósticos de Uso:

1- Desesperança relacionada ao abandono, isolamento social, perda


da fé e crença num poder espiritual evidenciado por afeto diminuído
2- Comportamento de saúde propenso ao risco relacionado ao apoio
social insuficiente, estressores evidenciado por falha em agir de forma a prevenir
problemas de saúde e abuso de substâncias.
3- Enfrentamento ineficaz relacionado a confiança inadequada na
capacidade de lidar com uma situação e apoio social ineficaz evidenciado por
comportamento destrutivo em relação a si mesmo e incapacidade de lidar com
uma situação.

Intervenções:

1- Utilizar ações educativas e preventivas em um contexto de


valorização da vida.
2- Detectar as prováveis dificuldades que a pessoa está
apresentando;
3- Promover esperança ao paciente;
4- Oferecer apoio emocional e espiritual.

Diagnósticos de Abuso:

1- Risco de síndrome de abstinência de substâncias agudas


evidenciado por desenvolvimento de dependência de álcool ou de outras
substâncias aditivas;
2- Nutrição desequilibrada menor que as necessidades corporais
relacionada, relacionada à ingestão alimentar insuficiente evidenciado por
interesse insuficiente pelos alimentos e ingestão de alimentos menor que a
ingestão diária recomendada;
3- Processos familiares disfuncionais relacionado ao abuso de
substâncias evidenciado por padrão que possibilita o uso de substâncias e
incapacidade de aceitar ajudar.

Intervenções:

1- Monitorar a alimentação, encorajando o na aceitação da terapia


alimentar;
2- Alerta para o nível de consciência, sinais e sintomas de
abstinência;
3- Conscientizar quanto aos prejuízos físicos, psicológicos e sociais
do abuso e dependência de drogas;
4- Oferecer condições para aumentar autoestima e sentimento de
valor, incluir a família do paciente nesse processo.

Diagnóstico de Abstinência:

1- Síndrome de abstinência de substâncias agudas, relacionada ao


desenvolvimento de dependência do álcool, evidenciada pela confusão aguda,
náuseas, tremores.
2- Ansiedade relacionado ao abuso de substâncias, evidenciado por
inquietação, irritabilidade, tremores, insônia e alteração de concentração;
3- Negação ineficaz relacionada a ansiedade e sensação de controle
insuficiente evidenciado por retardar a procura de assistência à saúde, não percebe
a relevância dos sintomas.

Intervenções:

1- Estabelecer uma relação de confiança com o paciente, transmitir a


sensação de compreensão empática.
2- Oferecer apoio emocional quando ansioso, aplicar técnica de
relaxamento;
3- Encorajar o paciente no tratamento para cessar o uso de
substâncias;
4- Manter o ambiente controlado e seguro com grades da cama
elevadas;
5- Orientar para os recursos da comunidade, particularmente, grupos
de autoajuda.
6 – REFERÊNCIAS:

Abuso e dependência: crack. Revista da Associação Médica Brasileira [online]. 2012, v. 58, n. 2
[Acessado 21 Setembro 2021] , pp. 141-153. Disponível em: < https://doi.org/10.1590/S0104-
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Bicca C, Ramos FLP, Campos VR, Assis FD, Pulchinelli Jr A, Lermnen Jr N, Marques ACPR, Ribeiro
M, Laranjeira RR, Andrada NC. Projeto Diretrizes: Abuso e Dependência dos Opioides e Opiáceos.
Associação Médica Brasileira, 2012.
DIAS, Adriana Keila. MARKUS, Glaucya Wanderley Santos. PEREIRA, Reobbe Aguiar.
TABAGISMO, PROBLEMA DE SAÚDE PÚBLICA: CONHECIMENTO DO PROFISSIONAL
ENFERMEIRO. Revista Extensão. Palmas-TO, 2019 - v 3, n.1. Disponível em: <
https://revista.unitins.br/index.php/extensao/article/view/1689>. Acesso em: 20 de setembro de 2021.
DIEHL, Alessandra. PILLON, Sandra Cristina. Maconha: prevenção, tratamento e políticas públicas.
Porto Alegre: Artmed, 2021. p 19-20. Disponível em:< https://www.uniad.org.br/livros-
recomendados/maconha-prevencao-tratamento-e-politicas-publicas/>. Acesso em: 20 de setembro de
2021
FOSCARINI, Priscila Tonial. Benzodiazepínicos: uma revisão sobre o uso, abuso e dependência.
Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) – Faculdade de Farmácia, Universidade Federal do Rio
Grande do Sul. Porto Alegre, 2010.
MELLO, Inaiá Monteiro. Enfermagem Psiquiátrica e de Saúde Mental na Prática. São Paulo:
Atheneu, 2008.
MENDES, Renata Maria Dias. O uso abusivo e indiscriminado de benzodiazepínicos. Trabalho de
Conclusão de Curso (Especialização) - Especialização em Atenção Básica em Saúde da Família,
Universidade Federal de Minas Gerais. Conselheiro Lafaiete, 2014.
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Saúde e Prevenção nas Escolas. Álcool e outras drogas.1. ed.
Brasília,2010. 58 p.
Moll MF, Ventura CAA, Pires FC, Boff NN, Silva CBF, Oliveira PC. Alcohol withdrawal syndrome:
knowledge and nursing care at a clinical surgery unit at a general hospital. SMAD, Rev Eletrônica
Saúde Mental Álcool Drog. 2019;15(3):1-8. doi: Disponível em: <
https://www.revistas.usp.br/smad/article/view/163886>. Acesso em: 20 de setembro de 2021.
NICASTRI, Segio. Maconha: o que o médico precisa saber. Albert Einsten – Sociedade Beneficente
Israelita Brasileira. São Paulo 2020. Disponível em: < https://freemind.com.br/newblog/wp-
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Portugal, Flávia Batista et al. Carga de doença no Brasil: um olhar sobre o álcool e a cirrose não
viral. Ciência & Saúde Coletiva [online]. 2015, v. 20, n. 2 [Acessado 21 Setembro 2021] , pp. 491-501.
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PROCHASKA, Judith J. Tabaco. MANUAL MSD – Versão para Profissionais da Saúde. 2018.
Disponível em:< https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/t%C3%B3picos-
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TABACO. Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas, 2015. Disponível em:
https://www2.unifesp.br/dpsicobio/cebrid/folhetos/tabaco_.htm>.Acesso em: 21 de set. de 2021.
TORRES, Yuli Yohana Serna. Abstinência à cocaína e suas consequências no sistema colinérgico
muscarínico. Dissertação para obtenção do grau de MESTRE da UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO,
FACULDADE DE CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS – São Paulo. p. 135. 2018. Disponível em:
<https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/9/9141/tde-29032019-
095537/publico/Yuli_Yohana_Serna_Torres_ME_Corrigida.pdf >. Acesso em: 20 de setembro de 2021.
Infoescola. Síndrome de Abstinência. Disponível em: <https://www.infoescola.com/drogas/sindrome-
de-abstinencia/ >. Acesso em: 17/09/2021.
Medicina NET. Tratamento farmacológico da síndrome da dependência de cocaína – crack
<https://www.medicinanet.com.br/m/conteudos/revisoes/6097/tratamento_farmacologico_da_sindrome_d
a_dependencia_de_cocaina__crack.htm >.Acesso em: 16/09/2021.
Hospital Santa Monica. Crises de abstinência: como lidar com essa situação?. Disponivel em: <
https://hospitalsantamonica.com.br/crises-de-abstinencia-como-lidar-com-essa-situacao/>. Acesso em:
16/09/2021.
ALVES, A. Tratamentos Farmacológicos Para Dependência Química.

7 – ANEXO:

ÁLCOOL
Uso Abuso Abstinência
- Hálito alcoólico; - Intoxicação aguda (ou - Insônia;
- Olhos e faces avermelhadas; embriaguez); - Agitação psicomotora;
- Emagrecimento e falta de apetite; - Delirium tremens; - Distúrbios de sensopercepção;
- Náuseas, vômitos e outros - Síndrome de Wernicke - Crises convulsivas.
problemas digestivos; aguda; - Tremores;
- Fraqueza muscular, tremores e - Síndrome de Korsakoff; - Sudorese;
queixas de dor nas pernas; - Cirrose hepática. - Oscilação da pressão arterial;
- Hipertensão arterial; - Temperatura maior que 38º C;
- Agressividade; - Mal-estar;
- Nervosismo; - Cefaleia.
- Alterações de memória.

TABACO
Uso Abuso Abstinência
↑ frequência cardíaca; - Desejo intenso de fumar; - Alteração de sono;
↑ Pressão arterial; - Dificuldade em controlar o - Dificuldade de concentração;
↑ Frequência respiratória; uso; - Fissura;
- Energia e excitação; - Dar prioridade à droga; - Irritabilidade;
- Maior capacidade de concentração; - Continuar a usar mesmo - Inquietação;
- Menos tensão e ansiedade; sabendo dos danos. - Humor depressivo;
- Sensação de prazer e gratificação; - Doenças cardiovasculares; - Aumento de apetite.
- Náuseas. - DPOC; - Podendo surgir também
- Câncer de pulmão e outras disforia, tonteira e vertigens,
neoplasias; cefaleia, agressividade, tristeza,
- Infecções respiratórias; ansiedade, agitação,
- Osteoporose; bradicardia.
- Distúrbios reprodutores;
- Diabetes;
- Úlceras gástricas e
duodenais.
MACONHA
Uso Abuso Abstinência
- Euforia agradável; - Psicoses; - Inquietação;
- Sensação de relaxamento. - Esquizofrenia; - Irritabilidade;
- Acentuação de percepções - Distúrbios de humor; - Agitação;
sensoriais; - Disfunções cognitivas; - Insônia;
- Risos imotivados; - Os efeitos do canabinóide - Alterações de humor;
- Hiperemia conjuntival; psicoativo (THC) no SNC - Dificuldades com o sono;
- Alterações da percepção do incluem ações depressoras e - Redução do apetite
tempo; psicotomiméticas, - Fissura;
- Aumento de apetite (larica). comprometendo desta forma - Inquietação e várias formas de
a memória de curto prazo e desconforto físico.
- “bad trip”. aprendizagem.

COCAÍNA
Uso Abuso Abstinência
- Sensação de ↑ energia; - Tolerância; - Humor disfórico;
- Bem-estar; - Comportamento impulsivo - Fadiga;
- Euforia (“high”); e compulsivo. - Sonhos vívidos e desagradáveis;
- ↑ estado de alerta, da libido e do - Dependência; - Insônia ou hipersonia;
prazer sexual (“rush”); - Ansiedade; - Aumento do apetite;
- Insônia; - Anedonia; - Retardo ou agitação psicomotora;
- ↓ apetite. - Disforia; - Fissura.
- ↑ frequência cardíaca e pressão - Irritabilidade;
arterial; - Distorções na percepção
- Midríase; com alucinações e
- Vasoconstrição; comportamentos psicóticos
- Secreção gástrica e pancreática quando administrada em
altas doses.

CRACK
Uso Abuso Abstinência
- Prazer; A superdosagem pode provocar Durante a abstinência, períodos de
- Euforia; - Ansiedade grave; desejo intenso pelo consumo,
- Sensação de poder; - Pânico; associados a outros sintomas de
- Excitação; - Agitação; abstinência, como:
- Hiperatividade; - Agressividade;
- Insônia; - Insônia; - Fadiga;
- Perda de sensação de - Alucinações - Dificuldade de concentração;
cansaço; - Delirium paranoico, juízo - Anedonia;
- Falta de apetite. comprometido; - Depressão.
- “fissura”; - Tremores, convulsões;
- Depressão. - Midríase e diaforese são aparentes;
- ↑ frequência cardíaca e a pressão
arterial;
- Psicose aguda;
- Convulsões.

BENZODIAZEPÍNICOS
Uso Abuso Abstinência
- Sedação; - Sonolência; - Os sintomas de abstinência são mais
- Hipnose; -Hipotonia muscular; comuns de aparecerem quando os BZD
- Diminuição da ansiedade; - Amnésia; são compostos de alta potência e meia
- Relaxante muscular; - Sensação de embriaguez; vida curta;
- Amnésia anterógrada; - ↓ Cognição;
- Atividade anticonvulsivante. - Fadiga; - Pacientes portadores de transtorno do
- Cefaleia; pânico são mais propensos à
- Vertigens; abstinência;
- ↑ dos riscos de acidentes e
constipação. - Além de pessoas com traços de
- Dificuldade no processo de personalidade passivo-dependentes,
aprendizagem e memória; histriônicos, somatizantes e astênicos.
- Prejudicar as funções
psicomotoras.

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