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Insuficiência renal aguda

Insuficiência renal aguda:


Ocorre insuficiência renal quando os rins são incapazes de remover os produtos de
degradação metabólicos e de desempenhar suas funções reguladoras. A insuficiência renal
aguda (IRA) refere-se a uma rápida perda da função renal ocasionada
pela lesão dos rins.

• Pré-renal: hipoperfusão (como, por exemplo, em consequência de distúrbios de


depleção de volume), vasodilatação extrema ou comprometimento do desempenho cardíaco.

• Intrarrenal: lesão parenquimatosa dos glomérulos ou túbulos renais, como a que


ocorre em consequência de queimaduras, lesões por esmagamento, infecções,
reações transfusionais ou nefrotoxicidade (que pode levar à necrose tubular
aguda [NTA])

• Pós-renal: obstrução do trato urinário, como a que ocorre em consequência de


cálculos, tumores, estenoses, hiperplasia prostática ou coágulos sanguíneos.

*Estágios clínicos*

• Período de início: ocorrem agressão inicial e oligúria;


• Período de oligúria (volume de urina inferior a 400 mℓ/dia): os sintomas urêmi-
cos são os primeiros a aparecer e pode haver desenvolvimento de
hiperpotassemia;
•Período de diurese: o débito urinário aumenta gradualmente, indicando o início
da recuperação da filtração glomerular. Os valores laboratoriais se estabilizam e
começam a diminuir;
• Período de recuperação: observa-se melhora da função renal (que pode levar 3 a
12 meses).

*Manifestação clínicas*
• Observa-se a ocorrência de doença grave e letargia, com náuseas, vômitos e
diarreia persistentes.
• A pele e as mucosas estão secas.
• As manifestações do sistema nervoso central consistem em sonolência, cefaleia,
contrações musculares e convulsões.
• O débito urinário varia de escasso a normal; a urina pode apresentar sangue com
densidade específica baixa.
Pode ocorrer elevação uniforme do nível sanguíneo de ureia, dependendo do
grau de catabolismo; os níveis séricos de creatinina aumentam (acima de 1
mg/dℓ) com a evolução da doença
• A hiperpotassemia pode levar a arritmias e parada cardíaca
• Podem-se observar a ocorrência de acidose progressiva, elevação nas con-
centrações séricas de fosfato e baixos níveis séricos de cálcio
• Ocorre anemia em consequência da perda de sangue provocada por lesões GI
urêmicas, redução do tempo de sobrevida dos eritrócitos e produção diminuída
de eritropoetina.
*Manejo de enfermagem*
1) Monitorar as complicações; ajudar no tratamento de emergência dos distúrbios
hidreletrolíticos;
2) Avaliar a evolução e a resposta do cliente ao tratamento; fornecer apoios físico e
emocional;
3) Manter a família informada a respeito da condição do cliente; isso ajuda a
família a compreender os tratamentos e fornece apoio psicológico;
4) Continuar fornecendo o cuidado de enfermagem indicado para o distúrbio
primário (p. ex., queimaduras, choque, traumatismo, obstrução do trato
urinário).

{Monitoramento do equilíbrio hidreletrolítico}

1)Monitorar os níveis séricos dos eletrólitos, bem como os indicadores físicos dessas
complicações, durante todas as fases do distúrbio;

2) Triagem dos líquidos parenterais, toda a ingestão oral e todos os medicamentos


à procura de fontes ocultas de potássio;

3) Monitorar a função cardíaca e o estado musculoesquelético à procura de sinais


de hiperpotassemia;

4) Atentar para aporte de líquidos (os medicamentos IV devem ser administrados


com o menor volume possível), débito urinário, edema aparente, distensão das
veias jugulares, alterações das bulhas cardíacas e sons respiratórios, e dificuldade crescente
na respiração;

5) Manter registros precisos do equilíbrio hídrico e peso diário;

6)Relatar, imediatamente, os indicadores de deterioração do estado hidreletrolítico. Preparar o


cliente para o tratamento de emergência da hiperpotassemia e para diálise, quando indicada,
para corrigir os desequilíbrios hidreletrolíticos.

ATENÇÃO: [ A hiperpotassemia constitui o distúrbio potencialmente fatal mais imediato


observado na IRA. Os líquidos parenterais, toda a ingestão oral e todos os medicamentos são
cuidadosamente
rastreados para garantir que fontes de potássio não sejam inadvertidamente administradas ou
consumidas.]

{Redução da taxa metabólica}

Reduzir o esforço e a taxa metabólica com repouso no leito durante o estágio


mais agudo;

• Evitar ou tratar imediatamente a febre e a infecção;

{ Promoção da função pulmonar}


• Ajudar o cliente durante a mobilização, mudar de decúbito, tossir e realizar res-
pirações profundas com frequência;

• Incentivar e ajudar o cliente a se mover e a mudar de posição.

{Prevenção da infecção}

•Praticar assepsia quando estiver trabalhando com linhas invasivas e cateteres;

• Evitar o uso de cateter de demora, se possível;

{Cuidados da pele}

•Realizar meticuloso cuidado da pele;

• Banhar o cliente com água fria, efetuar mudanças frequentes de decúbito,


manter a pele limpa e bem umidificada e as unhas das mãos cortadas; isso proporciona
conforto ao cliente e evita a solução de continuidade da pele;

{Apoio psicossocial}

•Proporcionar apoio ao cliente e à sua família durante a hemodiálise, a diálise


peritoneal (DP) ou a terapia de substituição renal contínua (TSRC); não omitir
as necessidades psicológicas e as preocupações;

• Explicar a finalidade do tratamento ao cliente e à sua família. Repetir as explicações e


esclarecer as perguntas, quando necessário;

• Incentivar a família a tocar o cliente e a conversar com ele durante a diálise;

• Avaliar continuamente o cliente à procura de complicações da IRA e suas cau-
sas precipitantes;

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