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FRIEDLANDER, Paul.

Rock and Roll: Uma história social

1. Se estivesse lendo sobre rock, eu gostaria de ter em mente…


p.11: História dos primeiros 30 anos de rock;
p.12: Cada gênero e influenciado pelo clima e topografias sociais que o cercam, o artista sofre
influência e apropria de diferentes fontes;
p.12: Terminologia: Pop/Rock – Dupla natureza, raízes musicais e mercadoria da indústria;
p.13: ouvir em dois níveis: emocional/intuitivo e analítica, ambas potencializam o
entendimento da música;
p.14: Coleta de informações para compreender a música: música, letra, histórico do
artista, contexto social e atitude;
p.16. Trabalho musical visto no contexto da história do artista e contexto social que o cercava/
cada ouvinte interpreta a sua maneira (seu contexto) / identidade;
p.17: Maneiras pelas quais a canção adquire significado:
ARTISTA – PROCESSO DE PRODUÇÃO – TEXTO – FILTRO SOCIAL – RECEPTOR

Vida Indústria Trabalho Condições Vida

Experiência Tecnologia Experiência

p.18: “Os principais marcos identificáveis e divisórios da história do rock são:


1- 1954-1955 - a explosão do rock and roll clássico;
2 - 1963-1964 – a invasão inglesa;
3- 1967-1972 – a era de ouro (o amadurecimento sincrônico de artistas de vários
gêneros, incluindo a primeira invasão inglesa, o soul, o som de San Francisco e a ascensão
dos reis da guitarra);
4 - 1968-1969 - explosão do hard rock;
5 – 1975-1977 – a explosão do punk.
p.19: Ciclo de vida: Formulação> amadurecimento> estabilização;
p.19: temas: amor (sexo) e rebelião. A música não estava repleta de letras rebeldes, porém
havia sentimentos, comportamentos, músicas e letras que contrastavam com os valores da
sociedade convencional. O que varia com a época. “é importante saber ver e ouvir com os
olhos e ouvidos da era sobre a qual vocês está lendo”.
p.21: Discos de sucesso: artístico, julgado por críticos e ouvintes; sucesso comercial de massa:
aceitação popular em massa com base nas execuções no radio e venda nacional de produtos.
p.23: primeira geração do rock clássico, negro, Chuck Berry, Little Richard, etc, letras que
“celebravam as experiências de vida dos adolescentes do pós guerra, como amor, dança,
alusões ao sexo e o próprio rock and roll. Segunda geração, Elvis, Buddy Holly, sucesso
comercial, estilo abraçado pela juventude.
p.24: Década de 1960, pós Beatles, fronteiras musicais alargadas, experimentação, aumento
da importância da guitarra (solos)> desenvolvimento do hard rock

2. As raízes do rock and roll: Pé na Estrada


p.31: Construído com herança da música africana;
Blues rural, blues urbano, gospel e jump band jazz = essência do rhythm and blues (1950).
Folk. Country;
p.35: “A vida podia continuar a ser uma das frentes de batalha do blues, mas o amor e os
relacionamentos sexuais eram os temas mais comuns – demais para a maior parte dos
envergonhados brancos e muito dos negros. O poder musical do R&B, a ênfase rítmica no
beackbeat (“a batida”) e a autenticidade das letras atraíam um novo publico de jovens negros
do pós-guerra”
p..36: “Essa música country moderna (Hank Williams) assim como o R&B, proporcionava
uma alternativa às canções melosas e rimadinhas da música popular da época.
p.36: Dec.50> Elvis> That’s alright mama> country + blues + R&B > Rockabilly gênero de
transição para artistas brancos> Sun records (Jerry Lee Lewes, Johnny Cash, Carl Perkins e
Roy Orbison).
p.37: Crescimento de pequenas gravadoras independentes e seu sucesso em produzir músicas
fora do mercad.
p.37: “E finalmente, a história de como alguns jovens, embalados pela crescente
expectativa do sucesso da economia e da política americanas, procuraram e
encontraram um estilo de vida diferente daquele retratado nos programas de TV como a
série Papai sabe tudo.”
p.37: “O pop/rock foi adotado por uma geração de adolescentes que começava a colocar em
questão alguns dogmas da cultura dominante. Durante um lento processo de desilusões, este
novo grupo reconhecido – os adolescentes - formulou questões que uma década depois se
tornariam gritos de protesto. Mas como assinalaram Don Hibbard e Carol Kaleialoha, os
gritos eram apenas suspiros na década de 50. ‘Essencialmente o rock and roll proporcionava
ao seu público, predominantemente de classe média, uma forma excitante de extravasar a sua
insatisfação e um senso de identidade de grupo, ao mesmo tempo que perseguia objetivos
sociais estabelecidos.’”
p.38: “O que importava para os jovens americanos era a diversão. Pela primeira vez, muitos
adolescentes não tinham que trabalhar para ajudar suas famílias. Além da escola, esses jovens
tinham poças responsabilidades incomodas, e, com o advento da ajuda de custo eles
adquiriram um poder de compra maior. Reconhecendo a existência de um novo grupo de
consumo, empresários americanos correram para preencher este filão, provendo-o de itens
“essenciais” como roupas, cosméticos, fast-food, carros – e música. Os adolescentes
demonstravam seu um grupo de consumo extremamente maleável, gastando seu dinheiro de
forma previsível. A indústria fonográfica, entretanto, produziu uma ‘parada de sucessos’ que
era banal e leve, carente de qualquer referencia identificável com o dia-a-dia deste novo grupo
consumidor.” -- Até o rythym and blues e o rock and roll – “Por seu ritmo vibrante e
oferecendo, normalmente, um tratamento ousado e sugestivo às questões de amor, essa
música atraiu toda uma geração de adolescentes que foram ensinados por seus ais a querer e
esperar mais do que tinham.”
P39: preocupação com o gosto do adolescente branco pela musica negra (das pequenas
gravadoras independentes e regionais), com alto teor sexual que “beirava a imoralidade”.
Gravadoras: Atlantic, Chess, Imperial, King/Federal. Por volta de 53 (até55) as grandes
gravadoras começaram a produzir covers com letras mais amenizadas, que por seu grande
poder de distribuição obscureceu as versões originais;
p.40: Pequenas estações de rádio urbanas> programas regulares de R&B> cria demanda nas
lojas brancas. Grandes emissoras de radio estavam quase falindo por conta da TV foram
“forçadas” a tocar o novo ritmo, utilizando DJs brancos e negros> Alan Freed: popularização
da R&B nas rádios.
P40: Por volta de 1955, o R&B e Rock eram condenados pelas associações de pais e
professores locais, por comitês governamentais e líderes religiosos. Muitos acharam que era
algo passageiro.

3. Os roqueiros clássicos – A primeira geração: Eu quero é rock and roll


p.45: “O rock and roll encorajou a separação da juventude do controle familiar.”
p.46: “Na era do homem de empresa, na qual os pais trabalhadores se esforçavam para ter
seu lugar e se conformar, o rock se tornou um catalisador para os adolescentes formarem sua
própria identidade de grupo – um companheirismo entre aqueles que gostavam da música e
se identificavam com ela. Muitos jovens dos anos 50 viam no rock and roll uma expressão de
rebeldia e de um inquietude crescente contra a perceptível rigidez e banalidade de uma época
dominada por políticos republicanos conservadores e pela musicalidade de Mitch Miller, O
rock and roll lhes deu um senso de comunidade, como dariam os protestos antiguerra da
geração seguinte”.
p.47: representantes governamentais, religiosos e educadores consideravam a musica
pecaminosa e imoral, e seus interpretes delinquentes juvenis preguiçoso e indolentes.
p.47: Primeira geração de rockeiros clássicos: entre 1953 – 1955: Fats Domino , Bill Halley,
Chuck Berry e Little Richars: lideram a explosão do rock and roll e o estabelece como uma
força comercial viável: próximo as raízes do rythtm and blues, blues e country: Maioria vinda
de origem humilde.
p.49: Fats Domino: J&M Studios, New Orleans: R&B: Quarto dos fundos de uma loja de
móveis. Álbum The fat man entra para as paradas em abril de 1950. Em 1955 com Ain’t it a
shame consegue 10º lugar nas paradas de sucesso (regravada por Pat boone alcançou o
primeiro lugar). Domino nunca alcançou o primeiro lugar nas paradas de sucesso (ficava entre
os 10). “O legado de Fats Domino é um sorriso musical – o som e o sentimento vêm com o
seu rock and roll alegre. Sua música era vigorosa, devido em parte aquele piano de cabaré
maravilhosamente sincopado. Suas letras que retratam um incólume estilo de vida Romântico
e eram reforçadas por seu jeito relaxado e elegantemente arrastado de cantá-las...”
p.51: Bill Haley: Primeiro músico branco a sintetizar estilos negros e brancos a ter impacto na
musica popular. 1955 emplaca o seu terceiro hit nas paradas de sucesso: Rock aroud the
clock, branco, porém não foi nomeado rei do rock pela falta de carisma e arrogância sexual,
era tímido e reservado. Música rápida, ritmada e dançante narrando estilo de vida adolescente.
Vindo de uma família musical, viajou com um grupo de música country, trabalhou com o DJ,
locutor esportivo. “Eu senti que se pudesse pegar, digamos, a música do estilo Dixieland e
colocasse uma base rítmica de 2/4, acrescentando uma batida que os ouvintes pudessem bater
palmeas, assim como dançar, isto poderia ser o qu eles estavam procurando.” Primeira
gravação: 1952 Rock this joint pela Essex. A música Rock-a-beatin’ boogie foi utilizada para
abrir o programa de rádio de Alan Freed. Seu grupo assinou com a Decca em 1954. Rock
around the clock, utilizada na abertura do filme Sementes da violência de 55, deu aos
adolescentes um hino de rebeldia e mostrou aos pais o alvo a ser atacado.
p.54: Chuck Berry: Linguagem poética e criatividade musical: histórias de luta, amor e
dança, davam um pastiche lírico que refletia a juventude: Vindo do Missouri, família da
igreja batista. Exímio guitarrista, misturou elementos do blues com slides do country. Berry
teve diversos problemas com a polícia. Chess Records em Chicago 1954, em maio de 55
emplaca Maybellene com ajuda de Alan Freed. Escrevia sobre a vida adolescente com frescor
e humor, catalisava a opressão e frustração de uma geração. “GO Johnny Go” grito de guerra
do gênero. Andar do pato. Filmes com e sobre suas músicas. (25filmes dedicados ao rock na
época). Grande influencia para bandas dos anos 60, musico completo, Berry lidava com
preocupações reais dos adolescentes: romance, sexto, trabalho, carros, família, dança e rock
and roll. Carreira declinou devido aos problemas com a lei.
P59: Little Richard: Aparência e desempenho em palco extravagantes, copiados por muitos,
estilo de vida polemico, porém selvagem e negro demais para ser coroado ídolo máximo na
America. Jeito emotivo de cantar, “gritinhos” da formação gospel. Studio da J&M em New
Orleans. Em janeiro de 56 emplaca tutti frui entre as 10 da parada de sucesso. Como Berry
cuzou os EUA em turnê. Letras cheias de duplo sentido, roupas, maquiagens e cabelos
extravagantes. Largou a música secular para se dedicar a religião e estudo da bíblia, dedicou-
se a musica gospel... porém em shows posteriores misturava repertório. Letras contestadores
de forma subliminar, não eram criticas abertas ao sistema, definiam o estilo de vida
adolescente.
p.63: “As letras e músicas da época clássica do rock redefiniam o estilo de vida dos
adolescentes. Elas abriram a caixa de Pandora – que continha uma resposta espontânea e
emocional a esta música essencialmente negra e a um sentimento envolvente de identidade
adolescente e de comunidade. O rock na roll tinha chegado para ficar.”

4. Os roqueiros clássicos – A segunda geração: Hoje é dia de rock


Ênfase maior Às guitarras (base e solo) e letras românticas
p.67: Elvis Presley: Branco pobre, Mississipi. Tornou-se veículo para divulgação de massa
do gênero, o que o diferenciou dos outros que o tornou o “rei do rock” foi o momento
(divulgação do rock e R&B nas rádios, interesse de adolescentes brancos) e a equipe (direção
e gerenciamento de Tom Parker e influencia da gravadora RCA). O branco com voz e feeling
de negro. Primeiro sucesso comercial: That’s all right mama, que rendeu à ele e sua banda,
uma turnê pelo sul do país, seu jeito de dançar levava à plateia ao delírio (diz ter aprendido
com os pastores). – artista do rock + melhor selo + empresário habilidoso + qualidade dos
estúdios + músicos lendários = sucesso, som que apelava para uma parcela maior do público.
Superexposição na mídia (em 56 apareceu 12 vezes na TV em rede nacional), estrelou 4
filmes. Recebeu inúmeras criticas, que só aumentaram seu prestígio junto aos adolescentes.
NO final dos anos 50 se alista, perde a mãe, casa-se e tem uma filha e tornou-se simplesmente
um artista de uma grande gravadora, perdeu a inclinação à rebeldia, começou a ter
comportamento autodestrutivo.
P74: “Loyd Grossman comentou: ‘O rock and roll estava tornando-se mero divertimento e
abandonando sua função artística e social de intérprete do mundo para os adolescentes”
p.75: “Elvis não foi o primeiro nem o mais talentoso rocker clássico. Quando o preconceito
racial existente naquele tempo impediu que um negro aparecesse como o messias do rock,
Elvis agarrou a oportunidade – e o momento”.
Levou o rock para todos os cantos dos EUA, ajudou a solidifica-lo como musica popular.
p.76: Jerry Lee Lewis: Selvagem, arrogante e charmoso. De família pobre, frequentavam a
Assembleia de Deus, muita influencia do country. Em 1957 lança great Ball on fire pela Sun
records e atinge 2º lugar das Paradas, vitalidade incrivel no palco. No auge da carreira, em
meio a uma turnê na Inglaterra, o público descobre o envolvimento com a prima de 13 anos e
começa a maré de azar, o escândalo foi alvo fácil pra imprensa conservadora investir contra o
rock. Em 59 já não fazia mais tanto sucesso e iniciava uma carreira como cantor country.
p.80: “Havia uma rebeldia na nova música - rebeldia contra a norma padrão que permitia que
adultos frequentassem cabarés vagabundos enquanto os adolescentes deveriam reprimir seus
desejos sexuais; rebeldia contra os rostos cheios de sulcos, contra os carros quebrados e a vida
na fazenda dilapidada pelo lixo branco do sul” Robert Palmer
p.80: Buddy Holly: Nascido no Texas, sua família vivia em boas condições, frequentavam a
Igreja Batista, todos tocavam algum instrumento, começou sua carreira catando música de
Hank Williams, abriu shows de diversos artistas já renomados, ficou amigo de Elvis e assinou
com a Decca: Romantismo, harmonias vocais e guitarras country, cronista dos ingênuos
amores juvenis. Em 59 se casou e se separou de sua banda. Em uma turnê o ônibus quebrou,
Hollly decidiu alugar um avião, 3 de fevereiro de 1957 o avião cai e todos são encontrados
mortos: Holly, Valens, Richarddson e o piloto.
p.86: The Everly Brothers: Seus pais eram músicos country, a família se apresentava junta Os
garotos cantavam sobre amor, devoção e com bom humor sobre a juventude.
p.89: “não diferente dos adolescentes do período, presos as expectativas da família e da
sociedade, os personagens das canções ficavam desamparados.”
p.91: “A era do rock clássico, que começou com um grupo de artistas negro reconstituindo o
blues e o R&B, terminou com artistas brancos tocando uma fusão de rockabilly, rock clássico
primitivo e R&B. O primeiro grupo refletindo sua proximidade com as raízes negras,
apresentavam uma visão relativamente sem censura da vida que os cercava – músicas de
rebeldia e com temática sexual. A segunda geração, com suas canções voltadas para o amor
e a rejeição, deixou para trás o caráter libidinoso e rebelde dos seus antecessores. Entretanto
os estilos de atuação no palco de Jerry Lee Lewis, Little Richard e Elvis eram suficientemente
escandalosos – ao menos para os olhos dos críticos - para proporcionar ao seu público
juvenil uma gratificante projeção de rebeldia”.
p.92: “A América teria que esperar a invasão inglesa e os Beatles para ouvir novamente os
acordes do rock clássico.”

5. Doo-woop: O som das ruas


Raízes: vocalizações emocionadas do gospel combinadas com o R&B, estilo lento e
melodioso;
p.95: Em meados da década de 5, jovens negros se reunião nas calçadas das ruas de Nova
York e outros centros urbanos, para “fazer um som”, eles ensaiavam harmonias de músicas
rythm and blues, torcendo para ser descobertos por caça-talentos. Muitos participavam de
concursos na escola, se apresentavam em salões de baile, teatros locais, mas a maioria não
saia da esquina, enchendo a cidade de música.
p.97: Aparecimento de cantores adolescentes
p.98/99: Aristas de Doo-Woop escreviam muitas canções que foram imortalizadas por artistas
como Big Mama Thornton, Elvis e Bem E. King.
p.100: Ao final da década, garotos brancos invadiam as esquinas para cantar junto. Na década
de 60 o som ficava mais leve conforme ficava mais branco.

6. O início dos anos 60: A calmaria antes da tormenta


p.105: “Os anos 1959 a 1963 foram um período de transição para a música popular. O rock
and roll clássico e o doo-woop haviam desaparecido da cena. Eles foram trocados nas
paradas de sucesso por uma variedade de estilos que pouco tinham em comum além da
ausência de uma batida forte, de uma visão de mundo e de um estilo de performance que
veiculavam mais o amor romântico em detrimento do apelo sexual”.
p.105: “Uma forte pressão exercida por líderes religiosos e seculares, órgãos oficiais e
interesses de gravadoras junto à indústria fonográfica serviu para enterrar o rock os anos
50”. > Com uma música menos “censurável” as grandes gravadoras poderiam dominar
novamente as paradas da música popular.
p.106: “A música dos ídolos adolescentes foi o exemplo mais representativo deste
afastamento do rock clássico. Os artistas, a maioria homens bonitos e elegantes, cantavam
um rock artificial, com pouco ou nenhum ritmo, arranjos açucarados e uma profusão de
seguras e ingênuas mensagens românticas”.
p.106: Programa de TV de Dick Clark, American Bandstand, exibido em cadeia nacional pela
ABD, promovia esses artistas fazendo playback e enquanto dançarinos contratados cuidavam
da coreografia. P.107: “O ‘Bandstand’ vendeu para os americanos o lado da música rock
bem vestida e bem comportada”.
p.107: Jabá/Payola: Comitês de fiscalização da Assembleia legislativa cercava programas de
TV, dj’s, etc
p.108: Novos ídolos, versão não rebelde do rock, ex. Paul Anka, ídolos adolescentes e
diversos grupos femininos que na maioria das vezes eram apenas interpretes.
p.109: Boom da indústria, produtores: Phil Spector e Aldon Music, Spector é o criador da
‘parede sonora’ e compositor de Stand by me, um dos pioneiros na técnica de gravação em
vários canais. Aldon música era a produtora de Al Nevins e Don Kirshner, escreveram e
produziram para Donnie Frances, MOnlees, Cookies e Little Eva (Loco-motion).
p.110: Apesar do sucesso dos grupos femininos, as mulheres eram mal remuneradas e apenas
interpretes.
p.111: Gravador Motown com artistas como Otis Marvin Gaye. Ritmos como o soul e
gravações latinas, começam a se destacar.
PP.111: Ascensão do Folk (revival) e surf music (guitarras do rock com visão de mundo da
sociedade Rick, branca, Dick Dale and the Deltoneles, Surfaris, Beach Boys, esse último um
dos poucos mais originais).

7. Beatles: O salto definitivo


p.117: “Enquanto os últimos acordes do rock clássico ecoavam na cena musical americana, a
juventude inglesa do outro lado do Atlântico começava a se apropriar da nova batida. Nas
casas e nos salões de dança, a música florescia. Mais tarde, a nova música – fusão de rock
clássico, rockabilly, blues e pop – acabaria retornando aos Estados Unidos. Ela se tornou o
gênero de maior sucesso comercial e de crítica da história da música popular. Tanto a
música quanto a travessia pelo Atlântico foram chamadas de invasão inglesa; e os Beatles, a
banda que liderou o ataque”.
p.117 “Seu impacto na indústria ocidental foi enorme. Os cabelos cresceram até os ombros, e
além, e novas questões culturais e políticas foram colocadas. O enorme sucesso comercial do
grupo restaurou as relações do artista com a gravadora e mostrou o caminho da
lucratividade incalculável para a indústria fonográfica”. + tecnologia de comunicação e
marketing + mensagens musicais e culturais chegam a um número maior de pessoas.
p.124: “O palco estava montado para os Beatles estourarem no cenário pop britânico. Tal
como Presley antes deles, eles tinham ‘o momento’ e ‘a equipe’. A sua marca registrada, a
rebeldia proveniente do rock clássico, atraía rapazes e moças; as garotas os achavam
bonitos o suficiente para levá-los para casa, e os garotos se identificavam com eles como se
eles tivessem a força de um time de atletas.” BEATLEMANIA
p.125: “[...] uma banda que era cercada por uma multidão de jovens e elogiada pela rainha
não poderia ter muitos detratores.” Eram considerados pelos jornais britânicos uma diversão
inocente.
Divulgação massiva: Tv, rádio, jornal, revistas, cartazes;
p.127: “A conquista dos corações e mentes da juventude americana foi facilitada pela perda
do carismático presidente John F. Kenndy. A imprensa americana estava, assim como a
imprensa inglesa, inclinada a voltar suas atenções para algo menos pesado... uma distração
positiva para a tristeza.”
p.130: [...] os Beatles intencional e pessoalmente espalharam o rock and roll pelo mundo
inteiro.
p.132: “Como os americanos, os ingleses estavam em busca de uma análise filosófica e
política do status quo, oferecendo também uma solução que consistia em variados graus de
mudança ou escape. Os Beatles participaram dessas mudanças, refletindo estas experiências
musicalmente com modificações tanto na forma quanto no conteúdo.” Aumento do consumo
de drogas a partir de 64. “Consciência quimicamente expandida”.
p.132: “Uma metamorfose estava acontecendo, transformando a banda de músicas pop
otimistas e despreocupados em artistas culturalmente consequentes. O rock, um gênero que
nem mesmo seus mais sérios defensores poderiam chamar de filosoficamente importante,
estava adquirindo uma dimensão ‘séria’. E os Beatles estavam entre os pioneiros.
1965: experimentam LSD. Alta manipulação de tecnologia no estúdio, uso de orquestras
Os Beatles pararam de excursionar por uma série de fatores. Foi em 66... quando a nas
palavras do autor, "as turnês pareciam paródias da paródia de A hard day's night"... Eles
estavam cansados de tantas manobras para sair do hotel, ir pro show ou avião, a Beattlemania
tinha perdido a graça. Também teve a questão da complexidade para a qual as músicas de
estúdio estavam caminhando, era cada vez mais difícil fazer aquilo no palco... Então antes que
as coisas ficassem feias mesmo, eles resolveram parar... nesse meio tempo o Paul foi estudar
arte, John conheceu Yoko e o George foi pra índia estudar filosofia, a partir daí a piração em
estúdio e em questões criativas foi muito maior, palco não era mais o foco
Abril de 1970, separação oficial da banda. Maio de 1970 lançamento de Let it be
p.147: “Durante este período, o rock evoluiu de suas raízes na era do rock clássico para a
época de ouro no final dos anos 60 e começo dos 70. Os Beatles exploraram a criatividade,
foram além dos limites, se tornando o maior catalisador do amadurecimento da música rock.
Eles fizeram inovações musicais importantes e ajudaram a transformar a indústria musical. Os
temas e as ideias contidas em suas canções refletiam a consciência não só dos membros da
banda, mas também da crescente contracultura da época” divulgação de ideias
- artistas ganharam poder, maior percentual de royalty.

8. Rolling Stones: É apenas rock and roll, mas eu gosto.


P153. Por volta de 195 os Stones já faziam sucesso nos dois lados do Atlântico. “Quando os
Beatles se autodestruíram, os Stones emergiam das sombras para criar sua curta era de
ouro”.
P155. Membros tinham bandas de blues anteriormente;
P157. Emoção bruta e energia sexual;
P158. “Tanto o material próprio quanto os covers apresentavam uma visão de mundo
compatível com suas raízes de blues – homens e mulheres que lutam por alguns momentos de
satisfação”.
P160. Em 1965 conquistam os EUA com Satisfaction. Sucesso comercial, em uma não
ganharam mais dinheiro que os Beatles com discos, eles eram vendidos como os bad boys do
rock and roll em antítese à imagem comportada e positiva dos Beatles;
p.160. “Estas batidas vigorosas evocavam uma reação física que era interpretada por muitos
como uma ameaça ao status quo, da mesma forma como aconteceu durante o período do rock
clássico. Quando os adolescentes se mexem incontrolavelmente, os pais sentem-se pouco à
vontade”.
P161. Assim como os Beatles, experimentaram instrumentos exóticos;
P161. Letras não eram só românticas, falavam sobre depressão, tristeza, hipocrisia da
sociedade, etc. Letras sérias e também besteiras adolescentes;
P163. Escândalos com drogas e prisões;
P164. 1968 marca o amadurecimento músicas, novas letras com temáticas políticas e sociais,
mais simbólicas e profundas, com arranjos mais sofisticados: Beggars Banquest, Sticky
Fingers e Exile on Maisn street;
P165: Sympathy for the Devil: ajudou a reforçar a imagem negativa da banda que já lidava
com drogas, prisões, manifestações de violência em seus shows, etc
P167: Junho de 1969, Brian Jones morre afogado (já havia deixado a banda), foi substituído
por Mick Taylor, reestreia com o álbum Let it Bleed;
P169. 6/12/1969: Incidente com os Hell’s Angels nos EUA que culminou na morte de
Meredith Hunter
P171. Durante os anos 70 “... refletindo em parte a busca da sociedade pela gratificação
individual, a nova música dos Stones voltou-se para os conhecidos temas hedonísticos do
sexo, drogas e rock and roll.”;
P171. Em 1974 Mick Tayor insatisfeito com a superficialidade das musicas e o envolvimento
da banda com a heroína deixa a banda e é substituído por Ron Wood dos Faces;
P172. “Os Rolling Stones – que criaram a mais engenhosa e bem sucedida fusão artística e
comercial do R&B, blues e Rock and Roll da história da música pop – continuam, anos 90, a
assegurar que, embora seja apenas rock and roll, nós gostamos”.

9. The Who: Querem acabar conosco


Excelentes músicos, multi-instrumentistas, incentivados pelas famílias, iniciaram a carreira na
banda Detours que tocavam rock clássico, country, jazz tradicional e pop inglês.
P176. “Por suas apresentações ao vivo, o Who sempre foi considerado um dos mais vibrantes
e divertidos grupos da história do rock [...] Naquela época, os Beatles balançavam suas
cabeças de um lado par ao outro, os Rolling Stones vendiam sexo e espetáculo. No entanto, o
incrível poder das apresentações ao vivo do Who ofuscava o material extraordinariamente
reflexivo e musicalmente interessante que o guitarrista-compositor Pete Towshend compôs
durante os 25 anos de existência da banda”;
p.176 Enfrentavam direta e reflexivamente as questões políticas e filosóficas do momento;
p177: Fúria rebelde de My Generation (de 65), plantou as semente do hard rock e do punk,
vigor, agressividade, acordes poderosos, influenciaram o que viria ser a música na década de
1970.
P178: Hendrix e McCartney se ocuparam da música para compensar a perda das mães,
Towshend como esconderijo para um “problema físico”; música como refúgio; P178. Na
escola de arte, Pete conheceu Richmard Barnes, Ron Wood e Freddy Mercury, onde teve
contato maior com música negra (blues, RYB) e maconha, que logo foi incorporada pela sua
banda que ficava cada vez mais popular, até perceber que já havia uma banda com o nome
Detours, quando resolveram mudar o nome, Hair ou Who, utilizaram por um tempo o nome
High Numbers.
p181: O quebra-quebra de instrumentos no palco deixou a banda no vermelho por anos e criou
expectativa no público assim como uma sensação na comunidade de entretenimento;
p181. Com o sucesso veio também maiores confusões, o envolvimento com drogas e conflitos
de estilos de vida e lideranças criativas, seus integrantes brigavam o tempo todo.
p.182: “My generation tinham muito de tentar achar um lugar na sociedade. Eu estava perdido
demais.”
Pete voltado para letras mais profundas e complexidade musical.

10. Bob Dylan: Alguma coisa está acontecendo, mas você não sabe o que é
P193: Música folk sempre foi parte da tradição americana, as músicas de protesto vêm daí
P194: Woody Guthrie, na época da depressão, cantava em defesa dos direitos sindicais.
p.195: “Quando a Guerra Fria e a era macarthista de caça aos comunistas atingiram seu
ápice, uma importante e significativa carreira musical foi destruída por acusações de
tendências esquerdistas. Aparentemente, um repertório que contivesse músicas folclóricas
internacionais, hinos negros, e protestos pró-sindicalistas era considerado subversivo demais
para os guardiões da moral americana.”
p.199: NO início dos anos 60 o Greenwich Village era o centro da cultura boêmia de Nova
York
p.200 Bob Dylan, foi o maior expoente do folk, mas no início dos anos 70 sua carreira teve
uma virada country e em 79 ele se converte ao fundamentalismo cristão.

11. Folk-Rock: Então você quer ser uma estrela de rock


P213: “No começo dos anos 60 as vendas de violões dispararam.”
p.214: “Los Angeles se tornou a meca para o folk elétrico.”

12. Soul musica: RESPECT


A soul music vinha em defesa do movimento negro. A música tinha enorme influência das
igrejas batistas pentecostais, seu ritmo e forma de cantar.
P231: James Brown foi um grande exemplo da Soul, porém surpreendeu quando declarou
apoio ao candidato republicas Richard Nixon e Ronalg Reagan.
p.233: “Após ouvir pela primeira vez Blowin to the Wind, de Dylan, Cooke inspirou-se para
escrever A Chang eis gonna Come, uma tentativa de harmonizar-se com o movimento pela
luta dos direitos civis.”
p.235: Não demorou muito para que brancos se apropriassem da soul music
p.240. Os artistas do soul, cresciam em igrejas, onde aprendia técnica vocal, instrumentos e a
serem otimistas. Quando decidiram tocar música não religiosa pouca coisa mudou, muitas
músicas ainda falam de Deus e do futuro.
P241. “O soul, a música e o conceito, afetou a América branca e negra de formas diferentes.
A maior parte dos americanos brancos ouvia apenas hits e assistia aos artistas de maior
sucesso comercial – Areta, Otis e outros poucos. Alguns brancos adoram alguns dos aspectos
culturais do soul, entre eles a linguagem (“Right on”) e os gesto (o punho erguido). Como um
gênero, porem, a soul music não conseguia competir com a motow e com a invasão das
bandas inglesas nas paradas populares. Comercialmente, o soul ficou relegado a uma
categoria de cidadãos de segunda classe.”

13. Motown: Hitsville, EUA


A Motown fazia espécie de música negra para brancos, intencionalmente produzida pra soar
bem nos rádios dos carros, letras geralmente sobre amores: grupos como Supremes, Four
Tops, Temptations, o selo praticamente controlava todo o projeto artístico dos grupos, Marvin
Gaye e Stevie Wonder foram uns dos poucos a ter maior controle sobre a obra. A motown
tornou-se a trilha sonora dos adolescentes da América e fez todo mundo dançar.
p.243. “A Motown foi o lado B do soul. O norte Detroit) da alma do sul.”
p.243: Os primeiros anos da Motown aconteceram numa época bem propícia, durante a
calmaria do Rock and roll e antes da invasão inglesa.
P249. “... um êxodo crescente indicaria o fim de Motown.”
p.261. “Os conflitos raciais em Detroit e a concentração da força da indústria musical em
Los Angeles tinha convencido Gordy de que uma mudança para a Costa Oeste era necessária
começou a mudança em 69 e a consolidou em 72”
p261: Novos artistas: Diana Ross e Jackson 5
p263: No início da Motown os artistas haviam assinado contrato em que ganhariam um
salário e direitos autorais baixos, reflexo da pequena empresa que ainda era o selo, porém com
o enorme sucesso, a gravadora enriqueceu e os artistas continuaram a ganhar migalhas.

14. O Som de São Francisco


P267 “Quando as pessoas saiam para ouvir música, era como se estivessem indo para um
templo” Bill Graham
P267. São Francisco, grupos de músicos apoiados e inspirados pela comunidade da
contracultura; letras com referências à estados alternados de consciência e preocupações da
contracultura, os artistas se relacionavam com o publico
p.269. “Fumar maconha e tomar outras drogas era como tomar café, significando tanto uma
iluminação quanto uma fuga dos elementos opressivos da sociedade ‘careta’. Os membros da
comunidade acreditavam que o uso das drogas aumentava tanto a qualidade de vida da
pessoa quanto sua criatividade artística.”
p.269. Frisco na década de 50 foi palco para os beatniks
p.270. Salões antigos usados para shows, que eram participativos
p.273 Ken Kesey sobre LSD: “É uma necessidade encontrar uma nova maneira de olhar o
mundo, uma tentativa de achar uma realidade melhor, agora que a velha realidade está
impregnada de veneno radioativo.”
p.274. Inovação da cena de frisco: Show de luzes psicodélicas, fazendo troca constante de
slides, filmes, luzes estroboscopicas e pigmentos coloridos flutuando em óleo. Bem como os
cartazes de arte psicodélica
p.278 14/01/1967: Human Be-In no Golden Gate Park: celebração da comunidade, com
direito à cerimônia hindu com Allen Ginsberg, oradores budistas e bandas como greatful
Dead e Jefferson Airplane.
P280: Quando o Airplne grana comerciais de rádio para a núncio da Levi’s a popularidade das
comunidades em frisco aumentou, e veio o problema da superpopulação, que começou a ficar
perigosa e violenta, com viciados em heroína
P282. Institucionalização do Rock: execução radiofônica, AM e FM, Em 1967 surgem
revistas como a Rolling Stone
p.290. “É difícil separar o impacto da música de San Francisco do impacto dos valores
transmitidos pela contracultura.”
P291: “[...] Os anos 70 deram início à Geração do Eu, e as letras das músicas logo
desviaram-se da crítica social para temas menos políticos: sexo, drogas e rock and roll.
Neste meio tempo, o som de San Francisco desaparecia de forma avassaladora quanto os
anos 70 começavam.”

15. Os reis da guitarra


p.295. Jimi Hendrix: “Muitos dos jovens de hoje sentem que não estão conseguindo nada de
bom, nada de justo, eles revertem esta sensação em algo alto ou estridente, quase beirando a
violência... É mais do que música. É como uma igreja, como uma fundação para o perdido ou
potencialmente perdido.”
p.295; Emergiu uma mistura musical inovadora: Um estilo centrado na guitarra que fundia
elemento do blues com a distorção conceitual culturalmente adquirida dos experimentais anos
60. > Hendrix e Clapton
p.314. Com Hendrix, novas direções musicais e emocionais estavam sendo reveladas. “A
geração de adolescentes, ainda sofrendo as consequências do turbulento anos 60, estava
exigindo mais e, enquanto os mais velhos ainda ouviam os Beatles e sua trupe, muitos fãs
mais jovens foram atraídos pelo som vibrante e explosivo de Hendrix.”
p.320. Hendrix: “Nós tentamos fazer uma música a tal ponto livre e emocionalmente, que ela
toca sua alma com força suficiente para fazê-lo se abrir. É como uma terapia de choque.”
P323. Clapton e Hendrix ajudaram a chamar a atenção do público para a genialidade da
guitarra.
p.323: “Nos anos 60, a música orientada na batida e influência do blues tornou-se a base
para o sexo, drogas e o hard rock dos anos 70 – uma época em que a contestação social
estava fora de moda e a busca do prazer estava em alta. A juventude saía em busca de
satisfação imediata, exigindo mais energia. Eles aumentaram o volume alguns decibéis na
tentativa de se anestesiar contra os aspectos cada vez mais problemáticos da sociedade.”

16. Os anos 70: Diluição e transformação


p.328. “A evolução da música pop/rock do final dos anos 60 e 70 aconteceu em um período
no qual a indústria musical se expandia rapidamente em tamanho e poder. [...] A renda das
vendas de discos, e fitas ultrapassou outros tipos de ganhos da indústria do entretenimento,
incluindo esportes e cinema.”
p.329. “O que havia sido essencialmente um público adolescente de rock nos anos 50, e
depois se transformaria um público maior e mais diversificado trazido pelos Beatles nos anos
60, estava começando a se fragmentar. Idade, classe, raça, formação e sexo tornaram-se
linhas divisórias naturais; elas começaram a determinar qual o interesse dos jovens e a sua
identificação com muitos estilos deferentes de rock.”
- O rock não era mais algo só da juventude
P339. “Os fãs britânicos de rock puderam de lado a hostilidade das críticas, coroando o Led
Zeppelin como o grupo mais popular da Inglaterra na pesquisa de opinião pública do
tabloide Melody Maker em setembro de 1970 – a primeira vez, em oito anos, que os Beatles
não ganhavam.”
p.343. Trindade profana: sexo, drogas e rock and roll + antiautoritarismo e sentimento de
rebeldia
p.343. “[...] Conforme o gênero evolui, tendia a ficar mais rápido e mais pesado, com as
letras enfatizando o teor escapista/rebelde/sexista como uma tentativa de lidar com o
aumento da violência, das complicações da vida e do fim do sonho americano. Entretanto,
este era apenas um segmento do público de música popular e apenas uma das tendências
dentro do cenário do rock. Havia a plateia feminina de adolescentes e um grande grupo de
pós-adolescentes chegando aso trinta anos e que desejava e esperava uma música com
valores musicais e letras diferentes, assim como canções que enfatizassem melodia, harmonia
e ritmos mais intricados e letras com menos fanfarronice e mais substância.” (prog)
p.346. “Gravadoras e programas de rádio davam poucas chances a talentos desconhecidos,
apostando tudo nos conhecidos para gerar lucros. Os novos artistas com quem assinavam
tendiam a soar iguais aos lucrativos, diminuindo assim o panorama da criatividade.”
17. Punk rock: pauleira e política de choque
p.352. Astros do mainstream adotaram muitos elementos da cultura punk, fazendo a indústria
faturar com a new wave.
p.325. “O punk foi um estilo heterogêneo, compreendendo uma miscelânea complexa de
ingredientes e orientações, que se espalhou sobre uma infinidade de artistas. A música era
geralmente conduzida por um ritmo frenético levado por todo o grupo. Palavras eram
vomitadas por vocalistas sem noção prévias de tom e melodia. A maioria das letras refletia
sentimentos m relação à sociedade corrupta em desintegração e à situação difícil dos
companheiros da subcultura. A música e as letras revelavam uma atitude de confrontação
que refletia seus graus variados de ódio justificado, performance técnica, exploração
artística do choque de valores e injeção de renegar as instituições oficiais de produção de
música.”
p.356. “A ascensão do punk rock em 1976 teve nos Sex Pistols seu expoente mais importante.
Bandas foram formadas por ex-pub rockers e jovens que passavam a maior parte do seu
tempo nas ruas e que viram no punk oportunidade para se expressar apesar na mínima
proficiência musical.”
p.357. “[...] Neste mundo turbulento de provocações e energia física, banda e público
cimentaram seu relacionamento como membros de uma mesma comunidade. Interessante
observar que esse fenômeno assemelhava-se ao que aconteceu com as bandas de San
Francisco nos anos 60, só que o meio foi agressivo e violento em vez de filosófico e
caloroso.” Sobre o pogo
p.358. Mídias impressa e televisão não tinha interesse em promover o punk, os jornais
costumavam utilizar termos como maluco, patológico, doente, selvagem do que descrever a
música.
p.359. Ramones, primitivo e revisionista.
p.363. Punk e reggae, relação mais profunda que a música, resistência rastafári.
p.363. “[...] O punk foi claramente uma reação à música popular e à indústria musical, aos
status quo econômico e cultural, e até mesmo aos próprios membros da comunidade punk. A
intenção do movimento era romper com o cotidiano da ordem estabelecida numa tentativa de
expor a natureza opressiva da sociedade.”
P364. “Assim, uma época que começou com uma nova e polêmica forma underground
explodindo na consciência pública acabou poucos anos mais tarde na medida em que
elementos mais palatáveis eram moldados e absorvidos para o uso no mainstream do
pop/rock.”

18. Os anos 80: A revolução pela TV


p.369. “A cultura popular é importante pois é dela que a maior parte do povo tira seu
‘divertimento’ e informação; é onde eles encontram definições dominantes sobre si mesmos
assim como as alternativas, opções para se adaptar.” Robert Walser, no livro Runing with
the Devil.
p.369. Sucesso da new wave foi definido pela ligação de música com o vídeo.
p.369. 1 de agosto de 1981: nascimento da MTV
p.370. “[...] No entanto, as rádios encaravam a MTV como uma ameaça e fizeram de tudo
para denegrir o novo formato [...] Aparecer na MTV vendia discos, influenciava os hábitos
de compra e promovia a exibição dos artistas desconhecidos. Em 1984, a MTV começou a
cobrar das gravadoras a transmissão dos vídeos (até então isto era gratuito).”
p.371. “Muitos críticos tinham a impressão de que os videoclipes reforçavam tendências
negativas que ainda ocorriam na sociedade. Os adolescentes sentavam-se passivamente em
frente a uma caixa esperando por uma ‘resposta’. Esta teoria dava base para a predileção do
presidente Reagan por explicações e soluções simplistas para os crescentes problemas da
sociedade. Alguns achavam que quando uma música virava vídeo, a consequência era a
perda da música; a história, a imagem e o estilo prevaleciam. Além disso, outros criticavam o
problema da autenticidade da dublagem. Os videoclipes exigiam artistas para dublar suas
músicas. Para alguns, está prática apenas confirmava a constatação de John Lennon, em
Strawberry Fields, de que ‘nada é real’.”
p.371: A MTV surge como um espaço democratizador da música, apresentando novos artistas
e menos popular, porém acaba agindo da mesma forma que as rádios ao dirigir seus negócios.
P372. “Os negócios do rock triunfaram e a música não-comercial estava mais uma
vez relegada ao segundo plano.”
p.373. “Durante a década de 1980, a música popular aumentou o debate de temas como
política, economia e justiça social.” Discussão sobre responsabilidade social e criação de
megaeventos como o Live-Aid.
p.375. De 1985 a 1990, os megaeventos promoveram causas e debates progressistas. Estas
ações angariaram recursos e disseram ao público que alguns astros não tinham medo de
tomar posições públicas sobre assuntos políticos e sociais.” Houve aumento de interesse no
ativismo por parte do público.
p.379: Surgimento da 4ª geração do Heavy metal.
p.380. “Voltando aos anos 70, o público dos primeiros tempos do heavy metal era formado,
em sua maior parte, por jovens brancos, alienados, da classe operária, que abraçavam uma
música eu oferecia uma identificação e imagem de poder, intensidade, exibição e perigo.
Alguns observadores sustentavam que a diferença entre um fã do Boston-Foreigner (hard
rock) e um do Iron Maiden- Judas Priest (heavy metal) era que enquanto o primeiro tinha
uma vida e vivia com a música, o segundo não tinha uma vida e vivia para a música. Em
meados dos anos 80, o público heavy metal se expandiu, englobando pré-adolescentes, dente
na faixa dos trinta anos e alguns segmentos da classe média.”
p.380. Mesmo dividindo os holofotes com o vocalista a guitarra continuava a ser o centro das
músicas.
p.382. “O contexto... são os Estados Unidos dos anos 70 e 80, um período que assistia a uma
série de crises econômicas, corrupção sem precedentes de líderes políticos, queda da
confiança popular na benevolência governamental e corporativa, uma cruel retração dos
programas sociais junto com políticas que favoreciam a economia, e tempestuosas
contestações sociais, envolvendo formações que pensávamos ser estáveis, como os papéis
sexuais e a família.” (Robert Welser, running with the devil, contextualizando o heavy metal
historicamente)
Rap, clips do Michael Jackson e Madonna
p.387. O rap teve um impacto significativo na música popular americana, não porque
encontramos outros músicos aderindo ao estilo, mas porque expressava um relacionamento
claro e direto entre música popular e as lutas inerentes à crescente problemática da vida
cotidiana.”

19. É apenas rock and roll, mas eu gosto


p.391. “A lírica do rock personifica uma ´serie de crenças sobre o ‘eu’ e a sociedade como
um todo. As letras celebram a autonomia tanto nas relações interpessoais quanto nas
comunidades mais amplas.” (Sociólogo James T. Carey)
Análise: Janela da música: Música, Letra, Estilo/Performance, Indústria e Tecnologia.

p.392. MÚSICA
- A formação que permaneceu foi a utilizada por Buddy Holly: Com baixo, duas guitarras,
bateria e um vocalista. As vezes alternando para apenas uma guitarra.
Com o experimentalismo dos Beatles novos instrumentos foram adicionados
Solos instrumentais passaram a ser comuns
Se os primeiros materiais seguiam uma progressão de acordes I-IV-V, com a invasão inglesa
as estruturas harmônicas tornando-se mais complexas.
O Backbeat permaneceu uma constante (base rítmica 4/4)
p.397. LETRAS
p.397: Dificuldade em encontrar um sentido para uma canção popular, primeiro que a letra
pode ser interpretada de diversas maneiras por cada ouvinte cria um sentido para si, as letras
do rock não podem ser tão influenciáveis como diziam os críticos pois a música popular é um
reflexo da sociedade e da cultura das quais emana. Ainda, seu sentido é uma via de mão
dupla, como foram produzidas pelos artistas e interpretadas pelo leitor.
Primeiras letras falavam basicamente sobre amor romântico.
p.397: “[...] Nos anos 50, a crítica à sociedade era indireta, sutil e não fazia qualquer
menção a um ataque direto aos valores conservadores dominantes. [...] muitos elementos da
rebeldia eram encontrados fora das letras, nas músicas e apresentações. Assim, uma canção
só alcançava seu potencial de rebeldia quando era vivenciada como parte de um pacote
música/letra/performance.”
Nos anos 60/70 as letras ainda falavam de relacionamentos porém, de atração física e sexo
p.399. “O ano de 1967 foi um divisor de águas. As letras falavam da guerra do Vietnã, da
busca por uma nova moralidade mais humana e a luta pelos direitos das minorias surgiu no
cenário pop/rock.” Críticas maciças à sociedade contemporânea, ainda que houvesse letras de
amor
p.401 “[...] A ênfase no individuo, no papel de cada um na sociedade, nos relacionamentos e
na felicidade substituíram a crítica ao status quo. Atos individuais de rebeldia substituíram o
pensamento analítico e a consciência coletiva.” Anos 70
Razões para a mudança de enfoque nos anos 70 eram uma nova geração de adolescentes
p.401. “[...] Este público e a nova geração do sexo masculino que se seguiu sentiam-se à
vontade com o estreito espectro das preocupações juvenis (de certa forma como o público
adolescente do rock clássico tinha sido). O conteúdo de rebeldia nesta nova música perdeu a
ênfase social e a sofisticação política dos seus antecessores imediatos. A rebeldia era
transmitida a partir de temas polêmicos como sexo, drogas, violência, e a música e os estilos
de apresentação em público reforçavam este conteúdo sedicioso. Músicas imbuídas de novos
valores criticavam mais a sexualidade convencional e a autoridade dos pais, preocupando-se
mais com estilos de vida proibidos do que com inquietações políticas e contraculturais.
p.402. Punk: niilismo autodestrutivo, foco nas mazelas da sociedade.
p.402. “A história das letras do pop/rock registra uma transmissão de mensagens implícitas e
explicitas, relatos, símbolos de rebeldia, mudança social e amor. Durante cada grande
período, a definição do que constituía o status quo (o moralismo corrente), e depois do que
constituía a rebeldia e a reação, mudava segundo as condições históricas e culturais.”
p.403. “[...] Nas três primeiras décadas do pop/rock, a escala de temas continuou a se
expandir ao mesmo tempo que a polêmica tornou-se mens chocante e as novas confrontações
tomavam seu lugar.”
p.403. PERFORMANCE
Roupas e movimentos no palco dos artistas transmitiam ao público informações sobre a
identidade e mensagens que queriam passar. (esforços para parecer deliberados).
Nos anos 50 os movimentos de Elvis e Berry eram interpretados pelo sistema como rebeldia e
perigosa sexualidade.
p.406. “Por fim, o pop/rock com o tempo tornou-se estilisticamente fragmentado e o público
passou a identificar seus ídolos mais pela aparência do que por outras qualidades. [...] Dessa
forma, cada época possui aqueles artistas cujos movimentos e aparências no palco são,
predominantemente, gestos de desafio; para outros artistas podem ser atos de conformismo
cultural. Cada um cai em um lugar no continuum entre conteúdo e estilo.”
p.406. A INDÚSTRIA DA MÚSICA
Nos anos 70 a indústria musical tornara-se negócio dos grandes, gravadoras e rádios
Alta da indústria fonográfica
p.411. Inovações tecnológicas que ampliam o acesso do público e opõe-se ao controle das
grandes corporações. O Advento da fita cassete, que possibilitava com que cópias fossem
feitas a partir de um único disco ou diretamente das rádios, isso acabou abaixando o valor dos
discos. “... Este processo de gravação reduziu o custo do preço do produto, amentou o
controle do consumidor sobre o material consumido e permitiu que o número cada vez maior
de ouvintes móveis (em seus carros ou com seus aparelhos portáteis) tivesse sua música
preferia a mão.”
p.412. “Embora seja apenas rock and roll, não pode ser ignorado. Significa alguma coisa,
toca a alma do ouvinte de alguma forma. Não importa como as pessoas encarem a música –
como válvula de escape, para abrandar a dor, liberar o espírito, para refletir sobre a vida,
para se divertir, fazer amor apaixonadamente – ela faz parte de nossas vidas. Em algum
lugar, há um pedacinho de pop/rock que espelha as aspirações e sentimentos de todos nós.”

APÊNDICE A: OS QUE FICARAM PELO CAMINHO


Breves biografias de alguns artistas importantes que não apareceram durante o livro.

APÊNDICE B A JANERA DO ROCK – UMA MANEIRA DE OUVIR E


COMPREENDER
p.425. Procurar, identificar, organizar e analisar elementos que constituem a música
Ouvir a música e coletar informações e organiza-las em cinco áreas: Musica, Letra, Histórico
do Artista, Contexto Social e Atitude: Formular algum sentido sobre a natureza e contexto de
uma música ou artista e fornece modelo para comparação musical
I. MÚSICA
a. Conjunto: Quais instrumentos presentes na seleção;
b. Ênfase rítmica: Qual o compasso dominante. Que instrumento o marca;
c. Estilo vocal: Qual o nível e emoção e de articulação. Dois adjetivos para
descrever subjetivamente o estilo vocal;
d. Solo instrumental: Se há solo, qual sua raiz estilística mais importante.
e. Estrutura harmônica: Sequência de acordes;
II. LETRAS
a. História: Resumir o principal tema e utilizar tópicos de classificação, 1 amor
romântico, 2 sexualidade, 3 alienação, 4 justiça e injustiça,
5intrspecção/pessoa, 6 narrativa pessoal ou história, e 7 outras;
b. Mensagem: Há uma mensagem subtextual de importância cultural e/ou política
na letra? Descreva-a;
III. HISTÓRICO DO ARTISTA
a. Juventude e características pessoas: Características sobre a juventude ou início
da carreira importantes para ajudar a entender o trabalho e porquê;
b. Raízes musicais: Estilos musicais ou artistas que o influenciaram e que
evidencia sustenta isso.
c. Marcos importantes da carreira: 3 eventos importantes e porquê;
IV. CONTEXTO SOCIAL
a. Forças políticas e culturas: Descrever dois eventos culturais e/ou políticos da
época e como eles se relacionavam com a música do artista;
b. Indústria fonográfica: Essa música era produzida pelo mainstream, por selos
alternativos ou por uma combinação dos dois? Explique
V. ATITUDE
a. Apresentações ao vivo: Que imagem o artista apresentava durante os shows,
das roupas as ações;
b. Posições públicas: O artista manifestou-se publicamente sobre assuntos
políticos e/ou culturais?

 P.442. “NO final da década de 1980, Tipper Gore, mulher do então senador Albert
Gore, defendia no PMRC a censura das letras do pop rock consideradas violentas ou
obscenas. Frank Zappa testemunharia em Washington D.C. contra tal sistema,
denunciando-o como uma censura à liberdade de expressão.”
 P443: Discografia

*Don Hibbard e Carol Kaleialoha: historiadores do rock (the role of rock)


* Walser. Running with the Devil

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