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INICIAR
Introdução
Você já pensou em como as pessoas com deficiência eram atendidas antigamente?
Será que existia algum sistema de ensino para elas?
Com o passar do tempo, as concepções e mudanças sofridas pela Educação
Inclusiva passou a favorecer e melhor atender indivíduos com algum tipo de
deficiência. Desde ambientes separados exclusivos para essas pessoas até a
conquista de um espaço separado dentro da escola regular para o atendimento e
trabalho específico. Mais tarde, chagou-se à tentativa da inclusão escolar, em que
se busca oferecer o direito pela educação e por uma aprendizagem adequada.
Aliás, você já se perguntou como surgiu o termo “educação inclusiva”? Será que os
alunos com deficiência sempre estudaram na rede regular de ensino? Qual é a
diferença entre Educação Especial e Educação Inclusiva?
Essas e outras questões serão respondidas a partir de agora, em que veremos
indicações de legislações que contribuíram para a consolidação da Educação
Inclusiva e para o avanço da Educação Especial. Além disso, iremos discutir sobre
os conceitos de inclusão comparando com a segregação e a exclusão, reforçando a
importância dos avanços trazidos para os alunos com deficiência.
O tipo de atendimento oferecido e o local que esses alunos frequentavam mudou
bastante ao longo do tempo, assim como as práticas pedagógicas e de
intervenção. Compreender essas mudanças irá auxiliar na percepção da situação
da Educação Inclusiva e do atendimento especializado. Afinal, é importante termos
em mente que tudo isso é recente, visto que os avanços ainda continuam e que
conhecer o passado ajudará a compreendermos todo o processo e o tipo de
educação que as pessoas com deficiência já tiveram. Com isso, também é possível
identificar que temos muito a avançar para atender a todos de maneira adequada.
Você, inclusive, faz parte desse processo, pois a garantia da Educação Inclusiva
depende da união e do envolvimento de todos.
Vamos aos estudos!
#PraCegoVer: Imagem, com fundo branco, apresenta as oito letras que formam a
palavra INCLUSÃO, destacada em vermelho, em letras maiúsculas e seguradas por
nove mãos caucasianas levantadas. A palavra destacada passa a impressão de ter
uma linha vermelha para destacar a palavras.
VOCÊ O CONHECE?
Louis Braille é o criador do código em braile. Ele nasceu em 4 de janeiro de 1809, na França. Aos três
anos de idade, enquanto brincava, feriu-se nos olhos e acabou perdendo a visão. Apesar da cegueira,
ele frequentou uma escola regular e apresentava facilidade na aprendizagem. Em 1821, quando tinha
12 anos, foi apresentado a um sistema de comunicação chamado Sonografia. Louis, então, esforçou-se
para aprender e aperfeiçoar esse sistema, de maneira a permitir que outras pessoas cegas pudessem
utilizá-lo. Daí nasceu o braile. Para fazer a escrita em braile, é necessária uma máquina ou reglete, que é
acompanhada por uma punção, usado por pessoas cegas em uma prancha com uma régua, a qual
contém as celas do alfabeto.
A Educação Inclusiva trouxe, então, uma nova visão para a deficiência, valorizando
a diversidade, considerando que é justamente nesta que podemos ampliar a visão
de mundo e desenvolver atitudes de respeito. Além disso, oportuniza-se a
convivência e a igualdade entre todos, valorizando as competências, as
capacidades e as potencialidades do aluno.
As políticas da escola, bem como as práticas educativas, devem ser desenvolvidas
para enfatizar o valor de cada estudante. Nesse sentido, Mazzotta (2005) reforça
que há situações escolares que podem exigir intervenções mais específicas e
diretas, para tanto, é necessário que a escola esteja preparada para atuar com
respeito e de maneira adequada. O autor ainda nos explica que o respeito não está
relacionado a oferecer a mesma oportunidade de ensino para todos, mas oferecer
a cada um as condições necessárias para que se desenvolvam e aprendam dentro
do ambiente escolar. Dessa forma, é preciso ter uma escola que se adequa as
necessidades do aluno, e não o aluno as necessidades da escola.
1.2.1 Segregação
Na história da Educação Especial, é possível identificar que, até a segunda metade
do século XX, pessoas com algum tipo de alteração ou deficiência eram colocadas
em instituições especiais, ficando segregadas da sociedade e de ambientes
educacionais. Nesse período, haviam duas formas de ensino: a escola comum (ou
regular), que recebia os alunos que não possuíam nenhuma deficiência, chamados
de “normais”; e as escolas especiais, que atendiam aquelas pessoas com algum
tipo de deficiência ou pessoas consideradas inaptas para conviver em ambientes
sociais (MAZZOTTA, 2005).
Até aproximadamente os anos de 1960, as pessoas com deficiência eram
impedidas de frequentarem as escolas regulares, não tendo nenhum tipo de
convivência ou interação com os alunos. A escolarização e o atendimento dessas
pessoas eram exclusivos e restritos a instituições especializadas (FERNANDES,
2013).
Figura 2 - A segregação conduz a seleção e separação das pessoas com deficiência. Fonte: Alexander
Limbach, Shutterstock, 2018.
1.2.2 Integração
A partir da década de 1960, o modelo paralelo de atendimento das pessoas com
deficiência começou a sofrer críticas e questionamentos. Entre as críticas, temos a
questão do respeito aos direitos humanos, o custo elevado desse tipo de
atendimento e os avanços na área educacional, que possibilitava um ensino mais
adequado para pessoas com deficiência. Isso ganhou força e mobilização social,
abrindo espaço para uma nova forma de atender as pessoas a partir da integração.
A integração se baseia no princípio da normalização, tendo como argumento a
ideia de que todas as pessoas possuem o direito de participar do mesmo ensino,
das mesmas atividades sociais, tendo as mesmas oportunidades de
aprendizagem.
Segundo Mazzotta (2005), no modelo integrativo, a sociedade não reagia à
diferença, ou seja, as pessoas cruzavam os braços e aceitavam as diferenças
existentes, recebendo todos no sistema de ensino regular, desde que os alunos
fossem capazes de se adequar aos serviços e ao ensino oferecido pela escola. Isto
é, o aluno deveria se enquadrar no padrão de ensino já existente. Com essa visão, a
exclusão dos alunos que não conseguiam se adaptar ao ensino oferecido se tornou
visível, pois não conseguiam acompanhar o que a instituição oferecia, e esta não
se preocupava em adaptar e favorecer uma aprendizagem para todos os
estudantes.
VOCÊ QUER LER?
Entender os diferentes atendimentos oferecidos as pessoas com deficiência ao longo da história auxilia
na compreensão do que vemos hoje, bem como na percepção de que a inclusão escolar é algo recente
que está em constante transformação. Aliás, o livro “Fundamentos para Educação Especial”, de Sueli
Fernandes, é uma ótima opção de leitura para quem quer entender melhor sobre o assunto!
VOCÊ SABIA?
O Movimento Apaeano surgiu através de iniciativa de pais de crianças com deficiências. Além dos
pais, atualmente, o movimento também conta com o envolvimento de amigos, pessoas com
deficiência, voluntários, profissionais e instituições parceiras (públicas e privadas). A APAE tem
como objetivo principal a promoção e a defesa dos direitos de cidadania da pessoa com
deficiência, bem como sua inclusão social. Para atingir esse objetivo, é oferecido um atendimento
completo na área de saúde e educação para essas pessoas, garantindo o bem-estar e a ação social.
Nos dias de hoje, o movimento congrega 23 federações das APAEs e mais de 2.000 APAEs
localizadas em todo o território nacional, que oferecem atenção integral acerca de 250.000 pessoas
com deficiência. Para saber mais sobre a instituição e o movimento, acesse o link:
<https://apaebrasil.org.br/page/2 (https://apaebrasil.org.br/page/2)>.
VOCÊ SABIA?
A legislação, as normas técnicas e os pareceres são publicados na íntegra no site do Ministério da
Educação (MEC), estando disponíveis para download. Você pode acessá-los através do link:
<http://portal.mec.gov.br/secretaria-de-educacao-continuada-alfabetizacao-diversidade-e-
inclusao/legislacao (http://portal.mec.gov.br/secretaria-de-educacao-continuada-alfabetizacao-
diversidade-e-inclusao/legislacao)>.
Figura 4 - A formação de professores de Educação Especial é um desafio. Fonte: iraua, Shutterstock, 2018.
#PraCegoVer: Na fotografia colorida, à direita, uma professora sorridente,
aparentando 30 anos de idade, vestida com uma camisa rosa-claro de manga
comprida, cabelos castanhos, longos e soltos, segura um giz branco com a mão
direita e escreve em uma lousa verde, que está do lado esquerdo. Ao fundo uma
prateleira com livros e pastas.
Figura 6 - Todos devem se unir por uma escola inclusiva. Fonte: Robert Kneschke, Shutterstock, 2018.
#PraCegoVer: A imagem computadorizada apresenta algumas peças brancas de
um quebra-cabeça, que aparentam estar em movimento. Ao centro, tem uma peça
vermelha em destaque.
SO
ssora do Ensino Fundamental I. Ela leciona há mais de 20 anos na mesma escola, mas, nos últimos anos,
ue os alunos mudaram, que a família mudou e que muitas práticas que ela tinha anteriormente já não
o mesmo resultado no ensino e na aprendizagem dos alunos. Ana também percebeu que, em sua época
a e nos primeiros anos em que lecionou, não se viam estudantes com deficiência na escola regular, sendo a
o para essas pessoas a instituição especializada. Hoje, a professora recebe em sua sala de aula alunos de
etnias, raças, crenças, costumes culturais, entre tantas outras diversidades, bem como estudantes com
es especiais.
e seus estudos, Ana percebeu que precisa se adaptar à nova realidade, sendo que, em muitos casos, ela
ar com o apoio de um profissional especialista em Educação Especial, que irá ajudar a pensar em
e recursos para adaptar o currículo e as atividades para o aluno deficiente.
deu que a inclusão é uma tarefa difícil, exige estudo, dedicação e busca constante por alternativas
s. No entanto, a professora sabe que é uma postura válida, uma vez que favorece e enriquece não só a
no com deficiência, mas a de todos os envolvidos.
VOCÊ SABIA?
As salas de recursos multifuncionais possuem recursos diversos para atender alunos da Educação
Especial. É um espaço que conta com computador, softwares, jogos e outros recursos para facilitar
a comunicação e o ensino. Para trabalhar na sala de recursos, é necessária uma formação
específica em Educação Especial.
Síntese
Neste primeiro capítulo, pudemos aprender sobre os tipos de atendimentos
oferecidos ao longo dos anos para pessoas com deficiência, percebendo a
mudança de paradigma e o avanço nas estratégias educacionais. Além disso, você
teve contato com a legislação nacional que rege e estabelece parâmetros sobre a
Educação Especial e Inclusiva.
Neste capítulo, você teve a oportunidade de:
compreender que a história da Educação Inclusiva se inicia com a
“Declaração de Salamanca”;
reconhecer que a “Declaração de Salamanca” é considerada inovadora,
pois proporciona a garantia da inclusão das crianças com deficiência no
sistema de ensino regular;
identificar a diferença entre Educação Especial e Educação Inclusiva;
reconhecer que o conceito de Educação Inclusiva é mais do que garantir
somente o acesso, a entrada ou a matrícula do aluno em uma instituição
de ensino;
reconhecer que, no Brasil, o início do discurso de inclusão teve grande
influência de movimentos internacionais que iniciaram na década de
1940;
aprender que, em 1954, surge a primeira APAE (Associação de Pais e
Amigos de Excepcionais);
analisar que a legislação nacional é ampla e vive em constante
mudanças, por isso, é fundamental que o professor esteja atento as
transformações.
Bibliografia
APAE. Movimento apaeano: a maior rede de atenção à pessoa com deficiência.
Brasília, s./d. Disponível em: <https://apaebrasil.org.br/page/2
(https://apaebrasil.org.br/page/2)>. Acesso em: 29/06/2018.
BRASIL. Decreto n. 3.298, de 20 de dezembro de 1999. Regulamenta a Lei n. 7.853,
de 24 de outubro de 1989, dispõe sobre a Política Nacional para a Integração da
Pessoa Portadora de Deficiência, consolida as normas de proteção, e dá outras
providências. Diário Oficial da União. Brasília, 1999. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/d3298.htm
(http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/d3298.htm)>. Acesso em:
29/06/2018.