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As emoções são reações psicofisiológicas inatas, e, aprimoradas ao longo da vida, que

representam formas de adaptação a certos estímulos do indivíduo quando percebe um objeto,


uma pessoa, um lugar, um acontecimento ou uma recordação importante. São aquilo que
sentimos quando percebemos algo ou alguém.
São universais e comuns a todas as culturas. As suas manifestações também têm
padrões de comportamento semelhantes em todos os indivíduos.

Pode-se dizer que as emoções têm 3 funções principais:


1. Função adaptadora: prepara o organismo para a ação, sendo esta uma das
mais importantes. Graças a esta capacidade podemos atuar eficazmente.
2. Função social: expressam o nosso estado de ânimo e facilitam a interação
social para que se possa prever o comportamento. Além de a expressão oral ganhar muita
importância, na comunicação não verbal que se reflete, muitas vezes, inconscientemente.
3. Função motivadora: existe uma relação entre motivação e emoção,
retroalimentando-se ambas. Qualquer comportamento motivado para algo. Por exemplo, se nos
sentirmos alegres quando estamos com uma pessoa, estaremos mais motivados para voltar a
estar com ela.
Identificar as nossas emoções e as dos outros, assim como pôr-lhes nome, não é tarefa
fácil, especialmente quando se manifestam várias emoções simultaneamente. A isto chama-
se consciência emocional. Tê-la permite-nos:
 Reconhecer os nossos estados de ânimo e refletir sobre eles para tomar
melhores decisões.
 Relacionar-nos melhor com os demais ao reconhecer também as emoções
dos outros.
 Estabelecer limites para dar atenção às nossas necessidades e bem estar,
melhorando assim a nossa qualidade de vida.
 Conhecer-nos melhor, a nós próprios e aos demais.
A consciência emocional forma parte da conhecida Inteligência Emocional (IE). Podemos
dizer que é o primeiro passo para poder nos desenvolver adequadamente.

Mas o que é a Inteligência Emocional?


Para Goleman, pai do termo, é a capacidade de ter consciência das próprias emoções e
sentimentos, reconhecê-los e controlá-los, motivar-nos para conseguir os nossos objetivos,
reconhecer as emoções alheias e saber gerir as relações interpessoais.
A inteligência emocional é uma capacidade que se pode treinar e, para o efeito, devemos
começar por reconhecer as emoções que manifestamos.

Tipos de emoções
Quantas mais emoções conheçamos, mais fácil é podemos identificá-las quando as
manifestemos e melhor preparados estaremos para saber o que fazer frente às mesmas.
Existem várias classificações das emoções, atendendo a diferentes critérios. Em geral, o
mais utilizado é o que se refere ao momento em que se produzem por primeira vez:

1. Emoções Básicas, Primárias ou Inatas:

São aquelas que se apresentam desde o momento do nascimento. Formam parte do


nosso processo de adaptação e existem em todos os seres humanos, independentemente da
cultura. Iniciam-se com rapidez e duram uns segundos. São 6:
2. Emoções Socais, Secundárias ou Aprendidas:
Surgem como consequência da socialização e do desenvolvimento de capacidade
cognitivas. A maioria de autores situam a sua aparição por volta dos dois anos e meio ou três.
São posteriores às primárias, isto é, o medo surge primeiro e, posteriormente, o sentimento de
ameaça, enfado…
Entre elas podemos destacar algumas como:
Ciúmes, culpa, orgulho, vergonha, satisfação, diversão, desprezo…
Como podemos gerir as nossas emoções?
Alguns conselhos:
1. Tenha atenção aos sinais emocionais tão cedo como possível. Pare e pense
“Como me sinto?
2. Localize fisicamente a emoção. Concentra-te na zona onde a sentes (peito,
garganta…).
3. Dê nome a todos os sentimentos. Tente identificar cada uma das emoções
que apareçam juntas. Separa-as e etiqueta-as.
4. Não julgues os teus sentimentos sejam eles quais sejam, aceita-os.
5. Procure a origem desses sentimentos e o motivo de estarem aí.
6. Em cada momento, dá-lhes a importância que têm. Não tem sentido que
mantenhas uma emoção depois de ter passado a situação que a causou.
Lembra-te que as emoções fazem parte de nós e que são ferramentas fundamentais
para a nossa sobrevivência, para indicar-nos que caminho devemos tomar, assim como para
aumentar o nosso bem estar. Reconhecê-las e expressá-las faz-nos avançar para uma melhor
qualidade de vida.
O corpo e a mente estão totalmente conectados! E o estado emocional de uma pessoa
se manifesta de diversas maneiras no físico, especialmente por meio de problemas de saúde, o
que damos o nome de “doenças psicossomáticas”

Os silêncios vão virando toxinas emocionais que, com o tempo viram dores físicas ou
psíquicas que, diluídas nos dias vão perdendo a conexão com a sua origem, e ficando casa vez
mais difíceis de serem curadas.

Somos verdadeiras cebolas, cuja essência germinativa foi sendo sobreposta por
camadas e mais camadas de crenças impostas de fora para dentro, baseadas em verdades
sociais.
Essas camadas vão nos sufocando pouco a pouco, até que um dia já nem nos
lembramos mais do que é realmente feito o nosso núcleo emocional.
Muitas vezes não encontramos as palavras para expressar a dor que sentemos e então
o corpo entra em cena e reage.
Não sabemos nomear com exatidão o que acontece conosco para que as pessoas em
volta nos entendam.
Essa incapacidade de fazer coincidir as nossas palavras com as emoções que sentimos
é conhecida no campo da psicologia como alexitimia.
Habitualmente, essa incapacidade tem sua origem em um sistema de comunicação
familiar ineficiente ou deficitário. Muitas das doenças do tipo psicossomático atuais nos dão
boas pistas sobre as necessidades não atendidas da população: necessidades de escuta,
empatia e carinho.
Somatizar significa transformar uma dor emocional em outra física. Talvez por uma
incapacidade de expressar corretamente a dor emocional.

Uma incapacidade que deve ser entendida e tratada como a origem de um problema que
cumpre uma função: a de comunicar com o corpo o que nossa mente quer expressar, mas
nossa voz e nossas palavras não são capazes de reproduzir.

O preço de ser forte a todo momento: somatizar

Quando não nos comunicamos, implicitamente assumimos que não seremos escutados,
que não contamos com as estratégias sociais para nos fazermos entender, ou que seremos
diretamente atacados. Em um mundo no qual nos dizem que ser forte é a qualidade mais
preciosa que se pode ter, ninguém quer ir na direção contrária.

Muitas das pessoas que não expressam seu mal-estar o fazem porque não encontram
as palavras para isso, ou simplesmente alguém os ensinou ao longo de sua educação que
ficarão expostos se se expressarem demais. Não culpemos disso só os pais ou professores,
mas sim toda a sociedade.

Nos ensinam todo tipo de assuntos, mas o assunto de conhecer-se emocionalmente


costuma ficar de fora.
De repente, um dia nos sentimos paralisados. Perguntamos a nós mesmos de onde vem
tanta dor, e por que o corpo não dá motivos claros que nos expliquem. Os motivos estão na
mente, mas estão anestesiados.

O resultado dessa ideia é bastante evidente: evitamos expressar como nos sentimos, e
quando queremos nos dar conta, já não sabemos o porquê de nos sentirmos mal. Temos uma
amnésia retrógrada que nos impede de poder chegar à verdadeira raiz do problema, de
entender por que dói tanto e de onde surgiu toda essa dor.
Não é de se estranhar que em transtornos de humor, como a depressão, se observem
estados vegetativos, uma mudança no padrão habitual de sono e muitas queixas somáticas:
essa é a somatização da tristeza.

Há muitos tipos de depressão, algumas se caracterizam por um paciente que adota uma
atitude agressiva, e outras por um paciente que adota uma atitude passiva. Em ambas, não há
comunicação do que se sente, pelo menos não uma comunicação adequada. E então essa
sensação se transforma em um mal-estar psicológico e físico.
A ansiedade é uma emoção caracterizada por um estado desagradável de agitação
interior, muitas vezes acompanhada de comportamento nervoso. É o sentimento desagradável
de terror por eventos antecipados, tal como a sensação de morte iminente. Ansiedade é um
sentimento vago e desagradável de medo, apreensão, caracterizado por tensão ou desconforto
derivado de antecipação de perigo, de algo desconhecido ou estranho.

O medo é uma resposta a uma ameaça real ou percebida, enquanto a ansiedade é a


expectativa de uma futura ameaça.

A ansiedade é um sentimento de inquietação e preocupação, geralmente generalizado e


sem foco, como uma reação exagerada a uma situação que é apenas subjetivamente vista
como ameaçadora

O tratamento dos pacientes que somatizam pelos profissionais de saúde


ssas pessoas precisam de uma atenção médica e psicológica.

Em alguns casos são acusadas de histriônicas, ou seja, manipuladoras e


exageradas, quando na verdade não tem nada a ver com isso. Diferentemente das pessoas
hipocondríacas, aqui a pessoa não está convencida que tem uma doença, apenas não sabe o
que é que está ocorrendo.
Talvez sim, talvez seja certo que tenham um sistema amplificador dos sintomas e um
foco muito centrado em si mesmos. Por exemplo, uma pessoa com alto grau de neurose pode
apresentar esse padrão de busca e comprovação excessiva de sintomas.
Portanto, essa pessoa talvez esteja mais centrada em seus sintomas, e por isso o jeito
ansioso dela está tomando lugar. Mas os sintomas mesmo assim estão aí, são reais: dores de
cabeça, mal estar gastrointestinal, fadiga crônica persistente, etc.

O paciente deve ser atendido de forma integral, tendo em conta as características


psicológicas que podem estar influenciando os seus sintomas físicos, e avaliar também como
seus sintomas físicos pioram o quadro psicológico.
Em muitos casos, quando uma doença somática não é tratada corretamente, se
torna crônica e pode ocorrer uma consequência lógica e terrível para a pessoa que
padece: a doença, já em sua forma crônica, faz com que a pessoa evite toda atividade social
ou que altere sua rotina, acreditando que evita assim o mal-estar e que seus sintomas estarão
mais controlados em sua rotina diária. Pouco a pouco, a pessoa vai deixar de lado sua vida por
causa de seus sintomas.
As doenças psicossomáticas são reais e precisam de tratamento específico e ajustado
às características de cada paciente. Uma vez descartadas as patologias orgânicas, os
profissionais devem conseguir entender o que o corpo está querendo dizer, porque a boca cala
sem dar a razão explicita a nenhuma causa específica.

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