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PSICOLOGIA 2021

PSICOLOGIA, GÊNERO, RAÇA


PROFª FLÁVIA BERALDO
ALUNO: ANA PAULA DA MATA CARVALHO R.A: 1121122181
TEMA: IDENTIDADE DE GÊNERO E SUA CONTEMPORANEIDADE

A sexualidade e as diferentes formas de vivência das relações afetivas


são aspectos da vida humana que despertam a curiosidade e geram
polêmica em alguns grupos sociais. Para entender como o ser
humano relaciona-se, é preciso conhecer os conceitos de orientação
sexual e gênero, primeiramente.

Orientação Sexual

A orientação sexual é a atração ou ligação afetiva que se sente por


outra pessoa. Indivíduos que gostam de outros do sexo oposto
(homem que se interessa por mulher ou mulher que se interessa por
homem) são chamados de heterossexuais (ou heteroafetivos).

Quando o interesse é por uma pessoa do mesmo sexo, a pessoa é


denominada como homossexual (ou homoafetiva). No caso dos
homens, são popularmente chamados de gays, enquanto as mulheres
são conhecidas como lésbicas.
Existem as pessoas que sentem atração por homens e mulheres.
Trata-se dos bissexuais (ou biafetivos). Há também os assexuais,
indivíduos que não se interessam sexualmente ou de forma afetiva
por nenhum gênero.

A orientação sexual (hétero, homo ou bi) não possui explicação


científica e também não é uma escolha, por isso o termo “opção
sexual” não é correto. A pessoa descobre-se ao longo de seu
desenvolvimento e, a partir daí, tem noção de sua atração por um ou
mais gêneros.

Outro termo que não deve ser utilizado é “homossexualismo” ou


“bissexualismo”, já que o sufixo - ismo refere-se a doenças. A mudança
na nomenclatura para o sufixo - dade, que significa vivência ou
prática, foi estabelecida em 1993, após a Classificação Internacional
de Doenças (CID) deixar de considerar as práticas homoafetivas como
doenças.

O reconhecimento da homoafetividade como prática normal ligada à


orientação sexual do ser humano sofre constantemente com o
preconceito. Em 1999, gays, lésbicas e bissexuais ganharam uma
importante luta: a proibição da realização de terapias curativas feitas
por psicólogos, decisão tomada pelo Conselho Federal de Psicologia.

Gênero

Outro fator fundamental para entendermos as relações humanas e a


forma como o ser humano define-se como “persona” é o gênero.

O gênero é o sexo (do ponto de vista físico) com o qual a pessoa


nasce, ou seja, masculino e feminino. Há as exceções, como os
hermafroditas (intersexo ou terceiro sexo), pessoas que possuem as
duas genitálias ou sistemas reprodutores mistos.

No entanto, a forma como uma pessoa sente-se em relação ao próprio


corpo e como ela define-se vão além do seu “sexo” de nascimento.
Identidade de Gênero

Apesar dos padrões heteronormativos da sociedade, existem as


pessoas que não se identificam com o seu gênero. Os transgêneros
são pessoas que nascem com um determinado “sexo”, mas se
enxergam com o gênero oposto. Eles dividem-se em transexuais e
travestis.

As travestis nascem com o corpo masculino, mas se identificam com a


figura feminina. Com isso, elas optam por fazer modificações que vão
desde o vestuário até o uso de hormônios, por exemplo. Apesar da
identificação com o gênero oposto, as travestis reconhecem seu sexo
de nascimento e costumam permanecer com a sua genitália
masculina.

As (os) transexuais, por sua vez, não conseguem conviver de forma


saudável com o seu gênero, já que, do ponto de vista psicológico,
essas pessoas sentem-se como se tivessem nascido em um corpo
errado. As (os) trans fazem tratamentos hormonais para alcançar a
aparência desejada, modificar a voz e, com a autorização psiquiátrica,
realizam a mudança de sexo e outras intervenções cirúrgicas.

Vale lembrar que transgêneros costumam procurar atendimento


especializado para que as mudanças possam ser feitas em seu corpo.
Os acompanhamentos psiquiátrico e psicológico são fundamentais
para que a pessoa tenha certeza de sua necessidade em encontrar o
seu novo gênero.

Uma confusão muito comum é entre os conceitos de travesti e drag


queen. As travestis são pessoas que levam a figura feminina para o seu
dia a dia por identificação pessoal. Já as drag queens são artistas
(homens ou mulheres) que se “montam” (cabelo, maquiagem, roupas
e acessórios) com a intenção de divertir e expressar sua arte.
Ser drag não está relacionado à orientação sexual, já que héteros
também podem incorporar tais personagens.
Nomenclatura

Bandeira LGBT representa lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros

Desde 2008, o Brasil adota como nomenclatura oficial o


termo LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgêneros). O T da sigla
representa as travestis e transexuais. Antigamente, era comum o uso
da sigla GLS (Gays, Lésbicas e Simpatizantes), mas as demais
orientações eram excluídas e optou-se por uma reformulação dessa
nomenclatura.

Outros países utilizam siglas diferentes, agregando o I ao LGBT para


representar os intersexuais. Há, ainda, grupos representativos que
acrescentam o Q para referir-se também aos chamados "queers",
pessoas que não se limitam a nenhuma nomenclatura (binária ou
não) e estão abertas a relacionarem-se com diferentes gêneros. Os
queers vão além da sexualidade e da aparência física, eles discutem
os papéis sociais de homens e mulheres e representam o desvio do
que é condicionado pela sociedade conservadora.

Com a vasta quantidade de nomenclaturas, muitas dúvidas surgem


sobre como se referir à pessoa, se deve-se usar ele, ela, o ou a. Por
exemplo, o correto é falar “a” travesti, já que a figura social é
feminina, a pessoa identifica-se como mulher. Já em relação ao
transexual, o tratamento vai depender se o indivíduo identifica-se
como homem ou mulher.

Novas nomenclaturas podem surgir nos próximos anos, o que mudará


o que conhecemos atualmente. Independentemente de orientação
sexual ou identidade de gênero, deve prevalecer o respeito ao
indivíduo pela maneira como ele ou ela se identifica.

FONTE: https://mundoeducacao.uol.com.br/geografia/orientacao-
sexual.htm
FONTE: https://www.dci.com.br/dci-mais/noticias/identidade-de-
genero/10870/

Não basta ser alvo de atitudes discriminatórias por causa da etnia, do


gênero, da orientação sexual ou da aparência. Para algumas pessoas, as
manifestações hostis alheias acabam magoando e ofendendo por mais de
uma razão. Aqui, 2 delas relatam suas vivências de dor, esperança e
superação.

Gilberto Martins, 47, agente administrativo,


de Guarulhos (SP)

"Como afrodescendente, sempre sofri os preconceitos típicos de


nossa sociedade. Aos 13 anos, comecei trabalhar em uma padaria,
onde a maior parte dos meus colegas me chamava de 'negão' ou
'baiano'. Embora a forma de tratamento não fosse pejorativa em
todas as ocasiões, sempre existia o duplo sentido típico dos
eufemismos brasileiros. Aos 30, ao sair do trabalho, fui vítima de
duas balas perdidas. Fiquei paraplégico, com três filhos pequenos
para cuidar. Reagi, retomei os estudos e me formei em ciências
econômicas. Nessa trajetória, sofri novos preconceitos, sim, mas
também aprendi muito. Sair de casa ainda é uma aventura. Uma
vez, a roda dianteira de minha cadeira encaixou em um buraco e a
parte emborrachada desencaixou, impedindo-me de prosseguir.
Ao pedir ajuda a um senhor, ele me respondeu rispidamente: 'Não
tenho trocado, não, amigo'. Fiz questão de demonstrar que não
queria o dinheiro dele, apenas precisava de ajuda. Ele ficou sem
graça pela gafe e me ajudou. Hoje, o momento em que mais me
sinto discriminado ainda é na condução pública intermunicipal. É
frequente ser deixado no ponto com a desculpa de que o elevador
está quebrado. Algumas vezes, fica evidente que o cobrador e/ou
o motorista não sabem usar o equipamento, então dizem que
quebrou. Há situações em que os passageiros reclamam da
demora em embarcar o cadeirante, mas não me deixo desanimar
com tais preconceitos, pois também encontro pessoas dispostas a
ajudar ou que são gentis. Isso dá um pouco de alento e alguma
esperança de que ainda temos chance de viver em uma sociedade
melhor. Embora, muitas vezes, tenha a sensação de que nós,
deficientes, somos invisíveis socialmente."

https://www.uol.com.br/universa/listas/vitimas-de-duplo-preconceito-contam-suas-
historias.htm?cmpid=copiaecola
Aline Santos, 23, administradora, de Santo
Antônio de Jesus (BA)
"Já sofri triplo preconceito por ser mulher, negra e lésbica. As
doses de discriminação podem ser diárias quando se vive em uma
sociedade machista, racista e homofóbica. O sentimento inicial é
de raiva por ser alvo gratuito, pois não há realmente um motivo
aceitável para isso. Mas não devo sentir nada além de pena de
pessoas pouco evoluídas que consideram o outro menor pelo
sexo, cor ou orientação sexual. Para essa sociedade, desejo mais
inteligência, pois é visível que falta. Quem sabe assim comporte-
se com mais civilidade, o que é básico para viver."
Reflexão

Falar sobre gênero e sexualidade é parte da


construção do respeito à diferença, uma criança que
chega em casa e só conhece uma única forma de
convívio com o outro, tem na escola a oportunidade
de conhecer outros modos, que não
necessariamente o preconceito e a violência com o
que lhe é diferente.
Essa unidade curricular pode me abrir para novos
olhares, ouvir e sentir todo um depoimento sensível
de uma pessoa trans, me fez perceber o quanto nós
precisamos estar abertos, e amparado por visões
diferentes, tendo o respeito a cima de tudo.
Viver em uma sociedade sem preconceitos, é
[sem vírgula] o que toda pessoa busca em um
mundo globalizado. Andar pelas ruas, participar de
eventos, ter o direito de ir e vir, simplesmente viver
sem medo de ser acusado e descriminado por suas
atitudes, cor, raça, economia ou sexualidade.

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