negócios
Entrevista concedida pela neurocientista Dra Carla Tieppo, para a revista
Época NEGÓCIOS.
A professora Carla Tieppo explica como esse campo está relacionado a gestão,
inovação e cultura.
Você falou que muitas vezes o próprio gestor contribui para esconder o
erro. Você acha que as empresas estão começando a mudar isso? Por
exemplo, o discurso de muitas startups é que é preciso “errar logo, errar
rápido”.
É bem complicado, mas por isso que a gente deveria creditar aos líderes a
potência de fazer isso, e não centralizar no RH. Outra coisa que pode ajudar é
fazer as avaliações em triênios, para que o indivíduo possa investir em projetos
cujos resultados virão no médio e longo prazo.
A gente tem que atacar a rotatividade. Isso mostra uma fragilidade das empresas
de manterem um nível de engajamento e de compromisso dos funcionários com
o DNA e com a história da companhia. Mas até hoje eu escuto gestores falando
que a única motivação que funciona é dinheiro. Depois que a gente já provou
por A mais B que não é assim que funciona. Então, veja, o cara diz: “Eu até ouvi
essa história de que a psicologia e a neurociência estão dizendo que a motivação
do indivíduo é intrínseca, mas o que eu vejo funcionar mesmo é salário, bônus,
comissão”. Porque ele só sabe lidar com essa moeda. Só que ele não sabe que
isso está diretamente relacionado com alto turn over, com falta de engajamento,
competitividade, com falta de trabalho de equipe, com falta de inovação.