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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ

CENTRO DE CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO


DEPARTAMENTO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
ESTÉTICA E CRÍTICA DA MÍDIA

Resenha Crítica do texto “Aproximações entre estética e comunicação: aberturas


possíveis e diálogos entre os conceitos” de Luís Mauro de Sá Martino

No texto de Luís Mauro de Sá Martino, se observa as aproximações entre Comunicação


e Estética. De forma que, se a Comunicação trata do ato relacional entre dois meios -
subjetividades. A Estética, como traçada dentre suas polissemias, também é
considerada como uma atividade relacional. Para compreender essa reflexão, o autor
nos leva primeiro a uma historicidade dos conceitos de Estética.

A trajetória do conceito de Estética é abordada para além do seu vínculo comum aos
conceitos de Teoria da Arte. E para tornar isso possível, o autor nos leva à Grécia
antiga, quando a aisthesis não tinha vínculo absoluto com a Arte, mas sim como a
habilidade de realizar algo. Ali, o Estético dizia mais sobre uma percepção sensível. Isto
é, a aisthesis tratava da sensibilidade de se perceber e interpretar o cotidiano, dentro
de seus estímulos e formas.

Da Grécia Antiga viajamos até 1993, quando o termo Estética ganha realmente vínculo
com a arte. E mesmo aí, nesse novo sentido dado ao termo, podemos perceber
novamente que é possível se atribuir o que seria um "processo
comunicacional/relacional" entre elementos. Antes, quando o termo era associado aos
sentidos e ao comunicativo do cotidiano, e no sentido moderno, dentro dessa
percepção comunicativa entre o objeto e um sujeito observador.

O autor desenha, a partir desse retorno histórico, como apesar dos diferentes
conceitos e períodos, a Estética é constituída dentro de uma ideia relacional. "a
Estética é um processo eminentemente relacional." E o raciocínio segue de forma a
analisar a aisthesis de uma perspectiva um pouco mais complexa. Não se tratando
apenas desse movimento do mundo exterior para a mente, mas um componente da
experiência sensível do sujeito, responsável não passivamente pela fruição, mas da
ação concomitante ao processo.

Da linha de pensamento que segue, ainda desenhada dentro do retorno aos conceitos
de Estética e Comunicação, Luís elenca um lugar de aproximação muito estreito entre
os termos, ao abordar a pluralidade semântica pelos medievais. Nesta altura, a
aisthesis traz uma noção de "fazer sentido". O que configura a aisthesis como o
momento de reconhecimento de determinado elemento, a comunicação do exterior,
da realidade cotidiana, com o intelecto.

Na trajetória histórica que foi traçada se percebe a semelhança das perspectivas


atribuídas à aisthesis, no sentido de considerar essa relação de maneira ativa.

"O sentido desse tipo de apropriação a partir de um componente relacional tornava a


aisthesis próxima de uma perspectiva de reelaboração do dado aferido, mas na esfera
do próprio sujeito: desta forma, o processo de percepção não se desligava
propriamente do aparato de sentidos do sujeito no qual se instaurava a relação do
que foi recebido, mas também do aparato de pensamentos" (MARTINO, L.M.S., 2016,
p. 20)

Dessa, forma, o sentido de "tornar comum" presente na perspectiva do termo Estética


também pode ser apreendido na significação do termo Comunicação, do grego koinos -
"aquilo que é comum". O artigo revela a partir da história da etimologia de Estética e
Comunicação, uma semelhança construída no aspecto relacional, do
compartilhamento entre subjetividades, como menciona Luís "dito de constituição de
um espaço relacional".

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