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A trajetória do conceito de Estética é abordada para além do seu vínculo comum aos
conceitos de Teoria da Arte. E para tornar isso possível, o autor nos leva à Grécia
antiga, quando a aisthesis não tinha vínculo absoluto com a Arte, mas sim como a
habilidade de realizar algo. Ali, o Estético dizia mais sobre uma percepção sensível. Isto
é, a aisthesis tratava da sensibilidade de se perceber e interpretar o cotidiano, dentro
de seus estímulos e formas.
Da Grécia Antiga viajamos até 1993, quando o termo Estética ganha realmente vínculo
com a arte. E mesmo aí, nesse novo sentido dado ao termo, podemos perceber
novamente que é possível se atribuir o que seria um "processo
comunicacional/relacional" entre elementos. Antes, quando o termo era associado aos
sentidos e ao comunicativo do cotidiano, e no sentido moderno, dentro dessa
percepção comunicativa entre o objeto e um sujeito observador.
O autor desenha, a partir desse retorno histórico, como apesar dos diferentes
conceitos e períodos, a Estética é constituída dentro de uma ideia relacional. "a
Estética é um processo eminentemente relacional." E o raciocínio segue de forma a
analisar a aisthesis de uma perspectiva um pouco mais complexa. Não se tratando
apenas desse movimento do mundo exterior para a mente, mas um componente da
experiência sensível do sujeito, responsável não passivamente pela fruição, mas da
ação concomitante ao processo.
Da linha de pensamento que segue, ainda desenhada dentro do retorno aos conceitos
de Estética e Comunicação, Luís elenca um lugar de aproximação muito estreito entre
os termos, ao abordar a pluralidade semântica pelos medievais. Nesta altura, a
aisthesis traz uma noção de "fazer sentido". O que configura a aisthesis como o
momento de reconhecimento de determinado elemento, a comunicação do exterior,
da realidade cotidiana, com o intelecto.