Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Conceitos iniciais
Camadas atômicas
Quando um elétron recebe energia ele pode se tornar excitado (salto quântico) ou se solta do
átomo, quando a energia absorvida é maior que a energia de ligação (ionização). Somente raios x
e raios gama são capazes de gerar ionização.
Quanto mais externa a camada mais energético (E. cinética) é o elétron. Sendo assim, para um
elétron saltar de uma camada mais interna para uma mais externa é necessário absorção de
energia. Já no salto de uma camada mais externa para uma mais interna, há liberação de energia,
geralmente na forma de fótons.
O elétron está associado a 2 energias: energia de ligação e energia cinética. A energia de
ligação, exercida pelo núcleo, mantém os elétrons próximos. Quanto mais interna a camada,
maior a energia de ligação do elétron, em função da maior proximidade ao núcleo. Já a energia
cinética está relacionada à movimentação do elétron na camada. Quanto mais externa a camada,
mais livre o elétron está para se movimentar e maior a sua velocidade, por isso, maior a energia
cinética.
Núcleo atômico
O núcleo é formado por prótons e nêutrons. Esses por sua vez, são formados por quarks, que
podem ser UP (carga +2/3) ou DOWN (carga -1/3).
o Próton: 2 quarks UP e 1 quark DOWN. Soma das cargas = 2x(+2/3) + (-1/3) = +1.
o Nêutron: 1 quark UP e 2 quarks DOWN. Soma das cargas = 2x(-1/3) + (+2/3) = 0.
Um próton pode se transformar em um nêutron e vice versa. Quando isso ocorre, há emissão de
partículas + ou - .
Efeito fotoelétrico: A energia do fóton (de baixa energia) é completamente absorvida pelo elétron
(fortemente ligado ao núcleo) e esse é ejetado do átomo provocando ionização. Para isso a energia
do fóton deve ser maior que a energia de ligação do elétron, mas não muito maior; nesse caso a
interação não ocorre.
Efeito Compton: Nesse caso, o elétron que interage com o fóton (de moderada energia) está
fracamente ligado ao núcleo. O fóton perde uma fração de sua energia e muda sua trajetória
original. O elétron é ejetado, ocorrendo uma ionização.
Produção de pares: Quando o fóton (de alta energia) interage com o núcleo. Nesse caso, o fóton é
transformado em massa (E=mc2), surgindo 2 partículas em seu lugar: um elétron e um pósitron
(partícula +). Quanto maior a energia do fóton maior a probabilidade de ocorrer esse tipo de
interação.
o Interage com a matéria produzindo ionizações através de choques com os elétrons orbitais,
promovendo a formação de pares iônicos ou a excitação de átomos do meio. Quando a
ionização ocorre nas camadas internas, como K, L e M, ela é acompanhada pela emissão de
raios x característicos. A partícula - também pode interagir com o núcleo, sofrendo atração
ou repulsão, que causa um desvio em sua trajetória e a emissão de fótons (radiação de
frenagem – explicada mais adiante).
Partícula +
“Captura K”: Ao invés do próton se transformar em nêutron emitindo partículas +, há atração do
elétron da camada K e sua captura permite que o próton seja transformado em nêutron. O espaço
vazio logo é preenchido por um elétron de uma camada mais externa, o que causa uma emissão de
raio x característica. É possível que essa emissão colida com um elétron do próprio átomo,
provocando sua ionização; são chamados elétrons Auger.
Radioisótopo: Isótopo radioativo; Para alguns exames é interessante substituir um isótopo estável por
um radioativo em uma molécula de interesse. EX: FDG 18F – Glicose com Flúor 18.
Radionuclídeos: Átomo instável que emite radiação para se estabilizar. O mais utilizado é o
Tecnécio-99m.
Emissão por desaceleração de partículas carregada: Quando partículas que possuem carga são
aceleradas, há uma interação com as outras partículas do átomo (atração ou repulsão), provocando
um desvio em sua trajetória. Cada vez que ocorre um desvio, um fóton de energia proporcional ao
ângulo de desvio é emitido. Essa radiação é conhecida como radiação de frenagem.
Meia vida: Tempo transcorrido até que a quantidade de átomos radiativos idênticos se reduza à
metade da inicial.
Radiações eletromagnéticas
A radiação eletromagnética é uma energia que se propaga sob a forma de uma onda transversal
(compreende um campo magnético e um campo elétrico).
Ondas de rádio, TV: Menor energia. Na medicina, são usadas na ressonância magnética nuclear.
Tecnécio-99m
Meia vida: 6h. (Nem curta, nem longa demais! Ideal para a
realização de exames)
Radiação gama na faixa de 140KeV. Alta eficiência,
permite doses menores!
Decaimento por transição isomérica. Decai emitindo
apenas energia; sem emitir partículas (emissão
metaestável). Isso minimiza a exposição do paciente.
Obtenção por gerador de molibdênio-tecnécio (menor custo e
fácil produção no local do exame).
o O gerador é composto por uma coluna empacotada com óxido de alumínio (Al2O3) onde é
depositado o Molibdênio-99 - bolinhas cinzas -, revestida por uma espessa camada de
chumbo. Por dentro do gerador passa um tubo, cujas extremidades estão na parte superior.
o A obtenção do Tecnécio-99m é feita através da "lavagem" da coluna com soro fisiológico.
Em uma das aberturas do tubo é colocado um frasco com soro e na outra é colocado um
frasco com vácuo. O soro passa através da coluna revestida de Molibdênio-99 e leva as
partículas de Tecnécio-99m - bolinhas brancas - que se formaram por decaimento.
Desvantagens e contra-indicações
o Utilização de radiação ionizante -“arranca elétrons” dos átomos -, produzindo radicais livres
que podem atacar o DNA - gerando mutações -, proteínas – gerando perda de funcionalidade
– e outras moléculas, promovendo assim morte celular.
o Requer profissional treinado e equipamento especial;
o Contra-indicado para gestantes e lactantes.
Cintilografia
Método de diagnóstico por imagem da Medicina Nuclear capaz de fornecer imagens com
informações adicionais às anatômicas.
Alta sensibilidade para encontrar anormalidades na estrutura e na função dos órgãos estudados,
porém baixa especificidade em determinar a causa da alteração.
Tipos
Planar: Fornece uma imagem 2D fisiológica (ex: cintilografia pulmonar) ou metabólica (ex:
cintilografia óssea).
Tomográfica: Fornece imagem 3D fisiológica ou
metabólica. É o PET e o SPECT.
Cintilografia Óssea
Cintilografia Pulmonar
De Ventilação ou Inalação
De perfusão
Ciclotron
Vantagens
Desvantagens
o Uso de radiação ionizante; (são liberados raios gama na aniquilação provocada pelo
pósitron/beta positiva).
o Radionuclídeos usados têm meia vida curta;
o Exame é mais demorado (aprox. 1 hora de PET contra 20 minutos de SPECT);
Obtenção da imagem
1) Administração de um radiofármaco.
2) Aguardar o tempo de biodistribuição.
3) Levar o paciente à gama câmara para que a radiação emitida seja captada.
4) Formação da imagem cintilográfica.
Gama câmara
Componentes:
- Colimador: atua como um “filtro” para os feixes de radiação, permitindo a passagem somente
daqueles que incidem perpendicularmente, favorecendo a qualidade da imagem.
- Detectores sólidos (cristais de Iodeto de Sódio com impurezas de Tálio): a radiação incide nessa
placa, atingindo os elétrons do cristal, excitando-os. Com isso, eles fazem o salto quântico e
emitem fótons. As impurezas servem para minimizar os espaços entre bandas permitidas ao
elétron e bandas proibidas ao elétron, favorecendo a excitação do cristal.
Processo
Á partir daqui, os assuntos são mais importantes para a P2.
Raios x
O Raio X deve ser solicitada nas posições AP; PA e Perfil; Isso é importante para a visualização de
estruturas sobrepostas.
Propriedades
Ampola de raio x
Produção do Raio X
O enegrecimento do filme é
inversamente proporcional à massa
efetiva (leva em consideração tanto a
espessura quanto a densidade de cada
tecido atravessado pelo feixe de
radiação) do tecido.
Filme radiográfico
O filme possui duas camadas de emulsão fotográfica, com cristais de AgBr, duas camadas de
gelatina fotográfica e a camada de recobrimento.
Filme radiográfico + tela intensificadora.
Produção da imagem
Tecido hipodenso: preto; tecido não absorve o raio x -> Gordura, ar, isquemia, tecidos moles.
Tecido hiperdenso: branco; tecido absorve o raio x -> Sangue, calcificações, ossos.
Tecidos com composições diferentes absorvem o raio x com intensidades diferentes resultando
numa imagem em escala de cinzas.
Radiografia computadorizada
Vantagens
Desvantagens
Podem ser administrados por via oral, parenteral, endocavitária (através de orifícios naturais como
uretra, reto, útero) e intracavitária (atravessa a parede cavitária; investigação de fístula por
exemplo).
Tipos de contraste: Iodados (iônicos e não iônicos) e não iodados (bário e gadolíneo).
Bário
Insolúveis; não são absorvidos pelo organismo; por isso são mais seguros e causam menos
efeitos colaterais.
Via oral
Utilizado em exames do tubo digestivo
Contraindicado em casos de perfuração do tubo digestivo ou pós procedimentos cirúrgicos, em
função do risco de contaminação da cavidade peritoneal nesses casos.
Iodados
Não iônicos: Não sofrem dissociação em água. São mais seguros, porém possuem custo
elevado.
Gadolíneo
Arteriografia
Venografia (flebografia)
Permite avaliar todo o fluxo sanguíneo de um membro, á medida que o contraste é administrado
em uma veia periférica, sendo conduzido até o coração.
Muito utilizado para identificar trombose venosa
profunda.
Mielografia
Avalia a medula espinhal e as raízes nervosas que irradiam dela. O contraste é injetado no líquor.
Vem caindo em desuso desde a introdução da TC e da ressonância magnética.
Técnicas intervencionistas
Outros exames
Princípio 1: Tempo
A dose de radiação é diretamente proporcional ao tempo, portanto esse deve ser o menor
possível.
Princípio 2: Distância
Controle da distância entre a fonte e o indivíduo. Portanto, a exposição dos indivíduos pode ser
reduzida por meio de equipamentos que permitam a manipulação à distância, áreas de acesso
restrito, luzes de advertência.
A dose de exposição varia com o inverso do quadrado da distância.
Princípio 4: Dispersão
Relacionada ao descarte do material radioativo. Sua liberação para o meio ambiente possui a
vantagem do baixo custo, porém possui a desvantagem de ser um ação poluente e
irreversível.
Princípio 7: Descontaminação
Roentgen [R]: Usada para a capacidade de um feixe de fótons ionizar o ar. Está relacionado
com a exposição.
Gray [Gy]: Mensura a quantidade de energia recebida por um meio. Está relacionada com a
dose absorvida. 1 Gv = absorção de 1 J por 1 kg de matéria.
Sievert [Sv]
Tomografia computadorizada
Muito utilizada para a avaliação do cérebro, coluna, assim como estudos abdominais e urológicos.
Componentes do tomógrafo
Características da TC
Janelas: recursos computacionais que permitem, após a obtenção da imagem, estreitar a escala de
cinzas, facilitando a diferenciação de estruturas com coeficientes de absorção parecidos.
Pixel
Matriz: conjunto de pixels distribuídos em linhas e colunas
FOV: campo de visão
Quando maior a matriz, maior o número de pixels, maior a resolução da imagem. Quanto maior o
campo de visão, menor a resolução.
Vantagens
Desvantagens
Evolução da TC
Fototerapia
Termografia
Radiação infravermelha.
Permite identificar a distribuição de calor pelo carpo; útil para casos em que não se sabe a origem do
processo inflamatório.
Utiliza ondas de radiofrequência, que interagem com o núcleo do átomo, sem alterá-lo.
Os átomos são submetidos a ação de um campo magnético externo, e seus núcleos tendem a se
alinhar de forma paralela ou anti paralela com o campo. Em seguida, uma segunda fonte emite
energia, que é absorvida pelos átomos, que passam para um estado excitado e invertem seu
alinhamento em relação ao campo magnético. Quando a segunda fonte é desligada, os núcleos
voltam ao seu alinhamento inicial com o campo magnético, emitindo um sinal de radiofrequência
igual ao que os excitou.
Componentes
Gantry ou portal;
Bobinas;
Mesa de exames;
DRY view;
Bomba injetora;
Sala de gradientes.
Contraste
Relaxamento T1: Reorientação em relação ao campo magnético. Tempo necessário para que
63% dos prótons retornem ao seu alinhamento inicial com o campo magnético.
Relaxamento T2: Reorientação em relação aos outros prótons. Tempo necessário para que o
vetor de magnetização transversa decaia a aproximadamente 37% do valor original.
Brilhante em T1 e Escuro em T2: Gordura, líquidos proteinógenos, sangue subagudo,
melanina.
Escuro em T1 e Brilhante em T2: Neoplasia, edema, inflamação, líquido puro e líquor.
Agente de contraste: Gd-DTPA (gadolínio ácido dietileno triamino peta acético – mais usado)
Pouca toxicidade e efeitos adversos quando comparado aos compostos iodados usados no raio X.
Ele diminui o tempo de relaxamento de T1, fazendo o tecido ficar mais brilhante.
Vantagens
Desvantagem
Portadores de marca passo jamais podem ser submetidos a uma IRM, pois o campo magnético
pode provocar sua falha.
Ecografia / Ultrassonografia
Funcionamento
As ondas são geradas por transdutores ou por sondas transdutoras. Eles convertem a energia
elétrica em energia mecânica e vice e versa (efeito pizielétrico). Esses transdutores são feitos de
cristais pizielétricos; quando é aplicada uma corrente nesses cristais, as moléculas polarizadas se
realinham, alterando as dimensões dos cristais. Essas mudanças rápidas de formato ou de
vibrações produzem ondas mecânicas que se deslocam para fora. Já quando as ondas mecânicas
chegam aos cristais eles emitem correntes elétricas. Sendo assim, eles funcionam tanto para
enviar quanto para receber ondas sonoras.
O formato da sonda determina seu campo de visão e a frequência das ondas, a profundidade de
penetração e a resolução da imagem.
Ecogenicidade: Termo usado na ultrassonografia para descrever o quanto que a estrutura (órgão,
tecido, líquido) deixa passar ou reflete a onda sonora em comparação a estruturas próximas.
Hipoecóicos: Ultrassom passa mais fácil por essas estruturas; reflete pouco. Imagem em tons de
cinza. Ex: Líquidos, cistos, tecido adiposo e tecidos pouco densos).
Anecóicos: Ultrassom passa muito fácil; não reflete. Imagem preta.
Hiperecóicos: Ultrassom não passa fácil; reflete mais. Imagem clara. Ex: Osso, cálculos biliares,
Artefatos
Sombra acústica: Ocorre em tecidos com alta ecogenicidade, resultando na redução importante
da amplitude dos ecos transmitidos, impedindo o estudo das estruturas posteriores àquele tecido.
Reforço acústico posterior: Ocorre em tecidos com baixa ecogenicidade, resultando em um
reforço acústico da estrutura posterior àquela hipogênica.
Vantagens
Desvantagens
Ultrassom Doppler
Se baseia no efeito doppler; quando o objeto que está refletindo as ondas se move há uma
alteração na frequência do eco: fica mais alta se estiver se aproximando e mais baixa se estiver se
afastando. (Lembrar daquele exemplo da ambulância que geral estuda no vestibular)
Muito usado para analisar o fluxo de sangue nas câmaras cardíacas e nas artérias.
Fluoroscopia
Os intensificadores de imagem são usados para converter uma imagem de baixa intensidade em
uma imagem minimizada de alta intensidade de brilho. Este dispositivo é responsável pela
transformação dos fótons de raios X em um sinal luminoso.
Imagem planar
O fluoroscópio consta de uma fonte emissora de raios X e uma tela fluorescente que capta as
imagens; o paciente fica posicionado entre as duas.
As imagens geradas pelo aparelho podem ser gravadas com alta qualidade e revistas posteriormente.
Pode ser necessário o uso de contraste radiopaco (iodo a frio ou sulfato de bário).
Usado em conjunto com outros procedimentos, como cateterismo.
Aplicações
Vantagens e desvantagens
Densiometria óssea
Utilizado para mensurar a densidade óssea mineral; detectar perda óssea; diagnóstico de osteoporose.
DEXA: técnica mais utilizada; utiliza feixes de raio x de alta e baixa energia.
Pontuação T ("T Score"): Comparação da DOM do indivíduo com à de adultos jovens saudáveis
do mesmo sexo.
Pontuação Z ("Z Score"): Comparação da DOM do indivíduo com pessoas normais da mesma
idade e sexo.
Mamografia
Baixo custo.
É feita a compressão da mama entre duas placas para melhorar a resolução espacial da imagem,
contraste das estruturas*, reduzir a dose de radiação e reduzir o efeito Compton (espalhamento).
O resultado é avaliado em categorias do BI-Rads (Breast imaging reports and data systems), desde 1
(sem risco) a 6 (solicitação de biópsia indicada para comprovação do tumor).
Radiobiologia
Estágio físico: Os fótons interagem com os átomos e moléculas produzindo radicais livres (perde ou ganha um
elétron e fica instável). Isso pode ocorrer de forma direta (compostos orgânicos) ou de forma indireta
(ionização de moléculas de água primeiro, produzindo radicais livres que então interagem com os compostos
orgânicos). Há a possibilidade ainda dos radicais livres formados pela radiólise da água se combinarem com
moléculas de oxigênio formando peróxidos e superóxidos, que também possuem poder lesivo.
Estágio químico: Reações e alterações das estruturas vizinhas, provocadas pela liberação de energia e radicais
livres no estágio físico. As modificações ocorridas nesse estágio podem levar a alterações bioquímicas,
metabólicas ou até genéticas.
Estágio orgânico: Sinais, sintomas e doenças. Expressão fenotípica do dano genético. Ex: Câncer, catarata.
Tempo de manifestação
o Agudos/imediatos: Até 2 meses após a exposição; expressam efeitos nas funções metabólicas. Ex:
Náuseas, vômitos, radiodermite.
o Tardio: Após um grande intervalo de tempo. Ex: Câncer.
Efeito da dose