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CURSO DE PSICOLOGIA
São Paulo
2017
AMANDA HELLEN CUNHA
São Paulo
2017
AMANDA HELLEN CUNHA – RA: 912207352
BANCA EXAMINADORA
Agradeço a minha querida orientadora de TCC1 Cibele Pejan por toda paciência, dedicação e
doçura que me inspirou ao longo do curso e que me ajudou no processo de finalização.
Agradeço ao querido professor José Rogerio que desde os primeiros semestres na disciplina de
Sócio Histórica foi uma inspiração para a minha vida profissional e por isso o escolhi para ser
o meu parecerista da parte escrita do presente trabalho.
Agradeço a todos os professores que fizeram parte da minha formação, e que me fizeram
sonhar, e acreditar que podemos fazer a diferença no mundo através de um olhar humanista de
uma escuta ativa e um coração aberto.
Ser Psicólogo
Ser psicólogo é uma imensa responsabilidade. Não apenas isso, é também uma notável dádiva.
Desenvolvemos o dom de usar a palavra, o olhar, as nossas expressões, e até mesmo o silêncio.
O dom de tirar lá de dentro o melhor que temos para cuidar, fortalecer, compreender, aliviar.
Ser psicólogo é um ofício tremendamente sério. Mas não apenas isso, é também um grande
privilégio.
Pois não há maior que o de tocar no que há de mais precioso e sagrado em um ser humano: seu
segredo, seu medo, suas alegrias, prazeres, inquietações.
Quero como psicólogo aprender a ouvir sem julgar, ver sem me escandalizar, e sempre acreditar
no bem. Mesmo na contra esperança, esperar. E quando falar, ter consciência do peso da minha
palavra, do conselho, da minha sinalização.
E que eu possa ao final ser agradecido pelo privilégio de ter vivido para ajudar as pessoas a
serem mais felizes.
O privilégio de tantas vezes ter sido único na vida de alguém que não tinha com quem contar
para dividir sua solidão sua angústia, seus desejos.
Alguém que sonhava ser mais feliz, e pôde comigo descobrir, que isso só começa quando a
gente consegue realmente se conhecer e se aceitar.
Walmir Monteiro
RESUMO
O presente trabalho teve por intenção analisar a influência da internet, e de suas redes sociais
na construção identitária social, bem como a sua influência no universo psicológico dos
indivíduos por meio do uso massificado das tecnologias de informação e comunicação tendo
como foco suas redes sociais. Para isto descrevemos aqueles aspectos patogênicos do ponto de
vista psíquico que por intermédio destes tipos de interações poderiam vir a se desenvolver,
situações estas com potencial de se destacarem com mais frequência no processo de
virtualização das relações. Em uma primeira etapa foram analisadas a distinção entre as formas
de interação virtual e face a face, a fim de compreender a ligação entre internet e identidade,
abordando aspectos psicológicos e como estes podem influenciar as novas maneiras de construir
relações sociais e novas visões de mundo. Em um segundo momento realizamos uma pesquisa
de opinião tendo como finalidade determinar o grau de instrução, sexo, e comportamento dos
usuários nas redes sociais bem como suas opiniões pessoais sobre a utilização das redes sociais,
utilizando-se a plataforma Survio.com foi elaborado um questionário online contendo 19
questões, totalizando 100 respostas ao final da pesquisa. O questionário foi apresentado ao
público através da rede social Facebook e divulgação através de e-mails. Com este estudo é
possível concluir que O papel das novas tecnologias que permeiam as relações sociais é de
suma relevância para a Psicologia considerando que essas tecnologias, como celular, tablets,
notebooks, está modificando as relações pessoais de uma maneira geral e compreender esse
impacto na sociedade é compreender o tipo de psicologia que essa sociedade está precisando.
The present work aimed to analyze the influence of the Internet and its social networks on the
social identity construction, as well as its influence on the psychological universe of individuals
through the mass use of information and communication technologies, focusing on their social
networks. To do this, we describe those pathogenic aspects from the psychic point of view that
through these types of interactions could develop, situations with the potential to stand out more
frequently in the relationship virtualization process. In a first step, the distinction between
virtual and face-to-face interaction was analyzed to understand the connection between the
Internet and identity, addressing psychological aspects and how these can influence the new
ways of building social relations and new worldviews. In a second moment, we carried out an
opinion survey to determine the level of instruction, sex, and behavior of users in social
networks as well as their personal opinions on the use of social networks, using the platform
Survio.com Questionnaire containing 19 questions, totaling 100 responses at the end of the
research. The questionnaire was presented to the public through the social network Facebook
and dissemination through e-mails. With this study, it is possible to conclude that the role of
new technologies that permeate social relations is of great relevance to psychology considering
that these technologies, such as cellular, tablets, notebooks, are modifying personal relations in
a general way and understanding this impact in the Society is to understand the kind of
psychology that society needs.
It is necessary to promote the awareness of Internet users, especially of social networks, to this
tool whose use is growing increasingly, can allow the integration of people, the inclusion of
people, the dissemination of new ideas and not becoming an instrument of Fragmentation of
the self, bullying, repression or even harm to mental and physical health.
Figura 1 ................................................................................................................................................ 18
Figura 2 ..................................................................................................................................................19
Figura 3...................................................................................................................................................20
Figura 4...................................................................................................................................................21
Figura 5...................................................................................................................................................21
Figura 6...................................................................................................................................................22
Figura 7...................................................................................................................................................22
Figura 8...................................................................................................................................................23
Figura 9...................................................................................................................................................24
Figura 10.................................................................................................................................................25
Figura 11.................................................................................................................................................26
Figura 12.................................................................................................................................................27
Figura 13.................................................................................................................................................29
Figura 14.................................................................................................................................................29
Figura 15.................................................................................................................................................30
Figura 16.................................................................................................................................................31
Figura 17.................................................................................................................................................32
Figura 18.................................................................................................................................................32
Figura 19.................................................................................................................................................33
Figura 20.................................................................................................................................................34
Figura 21.................................................................................................................................................34
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INTRODUÇÃO
Raquel Recuero (2009) afirma que Redes Sociais representam gente, interação, uma troca
social. Dentro de uma rede social cada usuário pode se expressar e definir quais grupos ou
pessoas podem fazer parte da sua rede de relacionamentos. De acordo com Souza e Quandt,
(2008), as Redes Sociais dizem respeito as estruturas sociais formadas por pessoas ou
organizações, essas por sua vez, partilham de interesses e/ou valores em comuns.
Quando uma rede de computadores conecta uma rede de pessoas, afirma Recuero (2009) temos
uma Rede Social. Basicamente as Redes Sociais na internet representam a mesma relação entre
os indivíduos como seres sociais, no entanto, através de computadores, o que exige uma
linguagem específica para uso desse ambiente. Dentro das redes sociais cada usuário se torna
um ator, onde pode representar uma pessoa, empresa ou grupos.
As redes sociais são ambientes virtuais ativos que permitem que os indivíduos interajam 24
horas por dia, sendo um espaço que proporciona a diversidade de linguagens, culturas, onde
pessoas veiculam imagens, informações, opiniões, valores, compartilhando conhecimentos de
todos os campos.
Pesquisas recentes comprovam que a internet está cada vez mais presente na vida dos
brasileiros. De acordo com o levantamento realizado pela agência internacional We Are Social,
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o brasileiro gasta por dia 5 horas e 26 minutos na internet via computador ou tablet e mais outras
3 horas e 46 minutos conectado através do celular. Logo, no Brasil, as pessoas permanecem
online 9 horas e 13 minutos por dia, o que coloca o País como a terceira nação mais conectada
do mundo. Para se ter uma ideia, atualmente o Brasil possui 276 milhões de conexões via
celular, o que comprova que o número de acessos pelos dispositivos móveis supera de longe o
total da população brasileira — estimada em 204 milhões.
O levantamento ainda apontou o forte crescimento dos acessos via celular e da importância das
redes sociais para a internet. No Brasil, o número de contas nas redes aumentou 15% desde
julho de 2014, totalizando 78 milhões de contas, ou seja, 39% da população. O Facebook é a
plataforma preferida dos brasileiros com 25% dos usuários, seguida pelo WhatsApp com 24%.
Somando os acessos de tablets, computadores e celulares 98 milhões de brasileiros possuem
contas nas redes sociais, contabilizando 47% da população.
A partir da popularização das novas tecnologias muitas problemáticas surgiram com relação ao
uso dos mesmos, um deles é a dependência tecnológica. Cada vez mais pessoas buscam ajuda
para o tratamento das dependências tecnológicas, devido a vários aspectos psicológicos como
baixo autoestima, fobias sociais, depressão, isolamento entre outros.
aquisição social onde, partindo do socialmente dado, processamos opções que são feitas de
acordo com nossas vivências e possibilidades de troca e interação. (VYGOTSKY,1989).
De acordo com Bauman (2005), assim, também, a identidade dos indivíduos passa a ser líquida,
diluída e não pré-determinada. Nos tempos atuais uma identidade sólida, solidificada seria
considerada uma repressão ou limitação a liberdade. Então alterar a identidade ou mesmo
qualquer aspecto dela, se tornou fácil e comum, porém a preocupação central seria qual das
identidades escolher e por quanto tempo permanecer com a identidade escolhida. Por assumir
uma forma de experimentação infinita em possibilidades, temos assim o conceito de
“Identidade Líquida”.
Para se compreender mais sobre identidade, através de Ciampa (1984) entendemos que a
identidade não é algo pronto, acabado e atemporal, mas sim algo que está em contínuo processo,
sendo a identidade considerada como movimento, desenvolvimento concreto e metamorfose
sempre em transformação. Fazendo uma comparação entre o conceito definido por Bauman
(2005) como “Modernidade Líquida” e o conceito de identidade destacado por Ciampa (1984),
compreendemos que a identidade pode ser entendida como mutável, alterável sempre estando
sujeita a mudanças, podendo ser considerada diluída, e não pré-determinada. O contato com a
rapidez de informações e as mudanças tecnológicas poderiam então exercer uma influência na
construção ou na mutação das identidades pessoais?
A partir desse raciocínio e estatísticas podemos refletir: De que forma os usuários de redes
sociais estão internalizando as aquisições sociais adquiridas através dos meios eletrônicos e
qual é o impacto gerado na vida off-line do usuário? Qual é o limite entre a utilização saudável
e patológica do uso das redes sociais através da internet? Qual é o impacto da utilização nas
relações cotidianas e na construção da identidade? Essas são algumas questões que este estudo
pretende responder ao final, fazendo uma análise das redes sociais mais utilizadas e de seus
impactos na vida off-line do usuário de uma forma geral.
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JUSTIFICATIVA
Segundo levantamento realizado pela agência We Are Social, o brasileiro gasta por dia 5 horas
e 26 minutos na internet via computador ou tablet e mais outras 3 horas e 46 minutos conectado
pelo celular. A pesquisa ainda apontou o forte crescimento dos acessos via celular e da
importância das redes sociais para a internet. No Brasil, o número de contas nas redes aumentou
15% desde julho de 2014, totalizando 78 milhões de contas, ou seja, 39% da população. O
Facebook é a plataforma preferida dos brasileiros com 25% dos usuários, seguida pelo
WhatsApp com 24%.
A partir das informações supracitadas, este estudo se torna relevante na promoção a saúde,
auxiliando a reflexão sobre o assunto que é escasso em pesquisas no Brasil, podendo servir de
incentivo a pesquisas futuras na área da Psicologia sobre este tema ainda pouco explorado e
salientando a relevância do assunto.
A partir dessa conjuntura, este estudo tem como objetivo refletir sobre a construção identitária
a partir da inclusão de ambientes virtuais como as redes sociais, (Facebook, Twitter, Whatsapp
e Instagram) no contexto da modernidade, buscando a compreensão do impacto da influência
cibernética, além de refletir sobre os aspectos psicológicos envolvidos, e nas novas maneiras
de construir relações sociais, novas visões de mundo, sinalizando pontos positivos e negativos
dessa utilização e indicando os limites de utilização entre o saudável e o patológico, podendo
servir de base para próximas pesquisas sobre o tema.
OBJETIVOS
OBJETIVO GERAL
Compreender a influência das redes sociais virtuais utilizadas por meio das tecnologias
de informação e comunicação na construção da identidade pessoal
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
MÉTODO
Para alcançar os objetivos propostos, realizamos uma pesquisa de levantamento bibliográfico e
documental contendo análise qualitativa de caráter descritivo. Para tanto, foi explorado o tema:
A influência das redes sociais na construção identitária e o seu impacto nas relações off-line,
com o qual buscamos compreender o que é a internet bem como sua evolução e também o que
são as redes sociais, bem como dissertar sobre a identidade social. Também foi realizada uma
pesquisa de opinião on-line contendo 19 perguntas sobre o uso das redes sociais,
disponibilizado através da plataforma Survio, no qual os participantes responderam as questões
formuladas e também houve espaço para a expressão por meio da escrita em algumas perguntas,
auxiliando assim no entendimento do comportamento dos usuários das redes sociais on-line
bem como seu comportamento sobre o uso da internet e redes sociais. Estes procedimentos nos
permitiram analisar o impacto no universo psicológico do uso massificado tanto da internet
como de suas redes sociais e descrever indícios de aspectos patogênicos desenvolvidos em
relação ao perfil de usuários de redes sociais para que pudéssemos avaliar meios de influência
da internet na construção da identidade social, sobretudo em relação ao impacto da mesma nas
relações concretas desenvolvidas fora da rede. Os artigos estudados foram pesquisados nas
bases de dados Scielo, Google Acadêmico, Lilacs, MedLine, usando as seguintes palavras
chave: identidade social, uso patológico da internet, redes sociais, psicologia e internet, e
Construção Identitária. O período de estudo pesquisado compreendeu desde 2010 até 2016.
Também realizamos visitas às bibliotecas Memorial e Vergueiro para consulta ao acervo físico.
O embasamento teórico para explanação teve como referência autores como: Raquel Recuero,
Jung, Emile Durkeim, Ciampa, Zymunt Bauman entre outros.
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Segundo Marcelo de Carvalho (2006) A internet que conhecemos hoje surgiu durante a Guerra
Fria, sendo criada com objetivos militares, para que as bases militares americanas se
conectassem e mantivessem a comunicação mesmo se os inimigos destruíssem outros meios de
comunicação. O nome da primeira versão internet teve o nome de ARPANET cujo sistema
funcionava da seguinte forma: as informações nessa transmissão de dados eram divididas em
pequenos pacotes. O ataque soviético não aconteceu, mas o departamento de defesa dos Estados
Unidos não imaginava na revolução que a internet iria trazer e que após 4 anos atingiria cerca
de 50 milhões de pessoas.
Nas décadas de 1970 e 1980 não havia mais a ameaça de um ataque, então o governo Estados
Unidos permitiu que pesquisadores de diversas universidades tivessem acesso ao ARPANET,
a partir daí a internet ganhou a função e destaque para o meio acadêmico, desta forma
professores e estudantes trocavam informações através do sistema e a revolução da internet
iniciava desta forma.
Somente a partir de 1990 que a população em geral começou a ter acesso a internet que
conhecemos hoje, quando Tim Bernes Lee desenvolveu a World Wide Web que conhecemos
como WWW e assim possibilitou a criação de sites, troca de imagens, sites mais dinâmicos
como afirma Marcelo de Carvalho.
Após isso uma empresa chamada Netscape criou o protocolo HTTPS (Hiper Text Transfer
Protocol Secure) que possibilitou o envio dos dados com maior segurança (criptogravados)
desta forma foi possível promover compras on line, transações bancárias e comerciais em geral
com maior segurança.
A história da internet no Brasil teve início no ano de 1988 quando algumas instituições do Brasil
tiveram contato com instituições dos Estados Unidos. O primeiro serviço de internet brasileiro
se chamava Alternex e foi aberto a população somente no ano de 1992 e foi se desenvolvendo
cada vez mais até os dias atuais se tornando um dos meios de comunicação mais utilizados.
A rede em um ambiente não militar se desenvolveu de forma rápida pois não somente os
pesquisadores mas também alunos, e amigos se uniram para aperfeiçoar a ponto de fazer a
montagem e construção de computadores uma grande diversão. Também com a internet jovens
que queriam divulgar informações deram a sua grande contribuição para que a internet como
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conhecemos hoje fosse possível. Assim afirma Manuel Castells (1999) que a internet é uma
criação cultural pois o interesse e engajamento da população participativa construiu e inovou a
internet como conhecemos como uma inteligência coletiva.
Logo podemos entender que a internet é a base estruturante de novas relações que compõe a
cibercultura conforme descreve Lévy (1999) como sendo um espaço para interações promovido
pela realidade virtual através da cultura informática.
Desta forma o indivíduo tem a sua disposição novos mecanismos de interação e composição de
uma identidade própria e múltipla, mudanças que interferem no pensamento humano, na
sociedade e em uma nova cultura produzida através da internet, a cibercultura.
Figura1
De acordo com o levantamento realizado pela agência internacional We Are Social, o brasileiro
está gastando por dia cerca de 5 horas e 26 minutos na internet também no computador ou tablet
e também 3 horas e 46 minutos conectado pelo celular. Ou seja, no Brasil, as pessoas
permanecem online por cerca de 9 horas e 13 minutos por dia, o que define o nosso País como
sendo considerada a terceira nação mais conectada do mundo. Para se ter uma ideia, na
atualidade o Brasil possui 276 milhões de conexões através do celular, o que comprova que o
número de acessos pelos dispositivos móveis supera o total da população brasileira que é
estimada em 204 milhões de habitantes.
O uso do celular para acessar a internet ultrapassou o uso do computador pela primeira vez no
Brasil. É o que aponta (Pnad) 2014 divulgado dia 6 de Abril de 2016, pelo Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística (IBGE). Mais da metade dos 67 milhões de domicílios brasileiros
passaram a ter acesso à internet em 2014 (54,9%). Em 2013, esse percentual era 48%. Mais de
60% dessas casas estavam na área urbana.
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O celular utilizado como ferramenta para navegar na rede era usado em cerca de 80,4% dos
domicílios com acesso à internet, já o computador para esse fim estava em cerca de 76,6%
desses domicílios e teve queda na comparação com 2013 cerca de (88,4%).
Figura 2
Scielo: O site encontrou 47 artigos de temas diferentes sendo nenhum deles relacionados a
influência da comunicação virtual no cotidiano. Foram utilizadas as palavras chaves: redes
sociais, influência das redes sociais, psicologia, relação homem e máquina
Lilacs: O site encontrou 50 artigos, porém nenhum que ligasse a Psicologia ao estudo da
influência da comunicação virtual no cotidiano do indivíduo.
A partir disso podemos compreender a relevância de que pesquisas com essas temáticas sejam
realizadas pela psicologia para ter um maior entendimento das relações humanas construídas
através das redes sociais e mediadas pela máquina e sua influência no universo psicológico.
Figura 3 - Gênero
21
Figura 4 - Idade
Figura 7 – Quanto tempo você passa conectado as redes sociais por dia?
23
Figura 9- Você acha que as redes sociais influenciam a opinião das pessoas?
25
Figura 11- Você já tomou alguma decisão baseada no conteúdo disponibilizado por
terceiros? Seja uma decisão de compras por propagandas ou posts pessoais?
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Figura 12 O conteúdo disponibilizado nas redes sociais pode afetar o seu humor ou
emoções no dia a dia?
28
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Figura 14- Você gosta de postar fotos suas nas redes sociais? Se sim como se sente em
relação a isso?
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Figura 16- Você fala sobre problemas particulares nas redes sociais?
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Figura 17 – Você acredita que relacionamentos concretos podem ser formados através
das redes sociais?
Figura 18- Qual você acredita ser o maior risco da utilização das redes sociais?
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Figura 19- Você já alterou o estilo visual ou comportamento nas redes sociais para se
sentir aceito ou ter mais amigos?
34
Figura 21- Você considera as redes sociais benéficas para você? Se sim porque?
35
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A maior parte dos participantes da pesquisa de opinião são do sexo masculino 54%, com faixa
etária entre 26-35 anos 42%, e grau de instrução como superior completo ou cursando 57%.
Entre as redes sociais prediletas, as que ficaram em evidência foram: Whatsapp com 50% e
Facebook com 32%.
36% dos usuários alegam permanecer conectados entre 1-3 horas nas redes sociais, 27% entre
3 -6 horas diárias, 20% entre 6-12 horas e 17% mais de 12 horas por dia.
Quando perguntado se os usuários já sentiram dificuldades em se desconectar das redes sociais,
63 % dos usuários responderam que não sentem dificuldades, e 37% responderam que sentem
dificuldades, expressando a sua opinião do motivo pelos quais estaria ligada essa dificuldade.
Dentre as respostas, alguns usuários afirmam que seria um vício por informação, outros não
sabem explicar o real motivo, e alguns usuários relataram que talvez estar sempre conectado
poderia preencher algum vazio existencial.
Quando perguntado se as redes sociais influenciam a opinião das pessoas, 79% dos usuários
responderam que sim, dentre os motivos principais estão o fato de que nas redes sociais
circulam muitas informações e muitas pessoas são influenciadas devido a não ter um nível
cultural mais elevado, também porque impõe padrões a serem seguidos, e também porque as
pessoas não costumam checar as fontes das informações veiculadas sendo assim influenciadas.
Quando perguntado se as redes sociais influenciaram suas opiniões alguma vez, 57%
responderam que não e 43% responderam que sim, dentre os motivos para tal influência estão:
porque algumas informações desconstruíram suas convicções iniciais, novos pontos de vista
que fazem com que haja uma mudança de opinião sobre o mundo, publicidade e propaganda
sobre promoções que induzem as compras, e também por analisar o que as outras pessoas
comentam nos comentários dos posts.
Quando perguntado se o usuário já tomou algum tipo de decisão baseada em algum post
presente nas redes sociais, 47 % dos entrevistados disseram que sim, e a maioria das respostas
se deve ao fato de impulsividade com relação a compra devido a publicidade nas redes sociais,
sendo produtos, indicações de viagens e também a credibilidade que alguns depoimentos trazem
e fazem a pessoa a tomar decisões baseadas nessas opiniões alheias.
Quando perguntado se o conteúdo presente nas redes sociais altera o humor e emoções no dia
a dia, 52% dos usuários responderam que sim, entre os motivos estão injustiças sociais
veiculadas, maus tratos a animais, vídeos engraçados, vídeos que retratam tragédias, notícias
políticas, além de posts virais podem afetar o humor.
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44% dos usuários utilizam as redes sociais para lazer e entretenimento, 34% acreditam que
relações concretas podem ser formadas através das redes sociais porem 37% acreditam porém
nunca tiveram a experiência.
Quando perguntado sobre qual é o maior risco na utilização das redes sociais 40% dos usuários
acreditam que seja a distorção de fatos, 25% invasão de privacidade e 35% divulgação de dados
pessoais.
Quando questionado se o usuário considera as redes sociais benéficas para si, 77% dos usuários
responderam que sim, e dentre os principais motivos estão: por ser uma grande fonte de
informação, por aproximar pessoas que estão longe bem como propiciar a possibilidade de
novas amizades, criação de um vínculo maior entre as pessoas, divulgação do trabalho.
A partir dessa pesquisa de opinião é possível perceber indicativos de que realmente as redes
sociais influenciam a maneira de pensar das pessoas e como é necessária a conscientização do
seu uso, e da relação homem máquina.
Sem dúvidas, essa relação homem máquina não substitui a relação face a face, podendo gerar
isolamento social, e não propiciar muitas vezes o desenvolvimento das relações sociais na vida
off-line através dessa pesquisa de opinião é possível notar que as pessoas são mais influenciadas
pela rede do que imaginam ser .É necessário refletir sobre esta nova forma de comunicação que
vem transformando a maneira de pensar das pessoas, e como esta ferramenta pode ser por um
lado um instrumento de dominação e por outro lado ser uma ferramenta revolucionária capaz
de transformar a consciência social das pessoas promovendo a emancipação humana.
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Segundo Raquel Recuero (2009). As redes sociais presentes na internet possuem alguns
elementos próprios, que são característicos do meio que servem para que a rede seja notada e
as informações sobre ela possam ser apreendidas. São eles: Atores, Conexões, Interação,
Relação e Laços Sociais, e o Capital Social, que explicarei brevemente abaixo.
Atores: Trata-se das pessoas que estão envolvidas na rede, segundo Raquel os atores que somos
nós indivíduos atuantes nas redes sociais, atuamos de forma a moldar as estruturas sociais,
através da interação e formação de laços sociais, através de construções identitárias do
ciberespaço. Ou seja, essa construção é feita através da nossa expressão pessoal na internet, da
narração do eu em um processo permanente de construção e expressão de identidade por parte
dos atores no ciberespaço, ou seja, dos usuários.
Sibilia (2003) chama de “Imperativo da Visibilidade” a necessidade atual da exposição pessoal.
No ciberespaço é preciso ser visto para existir, é preciso se constituir parte dessa sociedade em
rede, apropriando-se do ciberespaço e constituindo um eu nesse campo. É através dessas
percepções que são construídas pelos atores que os padrões de conexões são formulados.
Outro ponto a ser discutido é a percepção que os atores possuem de si mesmos. De acordo com
Donath (2000) uma grande parte do processo de sociabilidade está pautada nas impressões que
os atores percebem e constroem ao iniciar as interações no ciberespaço, logo essas impressões
são construídas e percebidas por eles.
Conexões: As conexões são construídas através dos laços sociais, que são formados através da
interação social, segundo Raquel (2009) podemos considerar as interações como um reflexo de
comunicação (comunicativo) entre o indivíduo e seus pares como um reflexo social. Logo,
estudar a interação social, é estudar a comunicação entre os atores sociais.
Interação: Como podemos compreender a interação social no ciberespaço?
Segundo Raquel (2009) as interações podem se dar de forma síncrona e assíncrona, sendo a
comunicação síncrona aquela que simula a interação em tempo real, ou seja durante a interação
podemos obter a resposta em tempo real ou quase real como no caso dos chats, ou sistemas de
mensagens como por exemplo whatsapp. Na comunicação assíncrona não conseguimos obter
a resposta em tempo real como no caso de e-mails, ou fóruns de discussão presentes na internet.
39
Analisando todas essas informações nós podemos chegar à conclusão de que para que sejam
estabelecidas as relações sociais é necessário um conjunto de interações pois uma relação
sempre irá envolver uma quantidade grande de interações, ou seja serão os padrões de interação
entre os usuários que irão definir uma relação social.
Laços Sociais: O laço social pode ser entendido como uma conexão entre os atores sociais
envolvidos, é através da interação social que são formados então os laços sociais e que podemos
denominar de laço relacional
Capital Social: Segundo Putnam (2000), o conceito está ligado a ideia de virtude cívica, de
moralidade e a sua sustentação através das relações de reciprocidade, englobando dois aspectos
fundamentais para a construção do valor social que são: O individual e o coletivo. O aspecto
individual vem do interesse do indivíduo em fazer parte de uma rede social com outros atores
sociais em seu próprio benefício. O aspecto chamado coletivo vem do fato de que o capital
social individual irá se refletir na coletividade com custos e benefícios. Para Putnam a confiança
vem da crença da reciprocidade, do consenso e senso cívico.
Através da discussão dos elementos que compõe uma rede social, percebemos que as interações
que irão acontecer entre os diversos atores sociais irão constituir os laços sociais que formarão
as conexões em rede, e esses laços poderão ser constituídos com intensidade mais forte ou mais
fraca devido a qualidade dessas trocas sociais, dessas interações e o capital social irá ser
construído e negociado entre os atores o que determinará então o aprofundamento dos laços
sociais.
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Identidade é um termo difícil para se definir, portanto para uma melhor compreensão, é
necessário dividi-lo para começar a entende-lo por partes. É algo dinâmico, instável, e também
que está sempre se construindo e exercendo uma influência no outro em um processo que
podemos considerar sempre como sendo continuo e também dialético. A identidade é
construída através das interações, em um processo cultural de interações.
Segundo Start Hall (2006) nós estamos vivendo em uma cultura instável, que está sempre se
transformando e essa instabilidade ocasiona uma perda de si do sujeito, essa perda de si é
chamada de deslocamento ou descentração do sujeito, e podemos entende-la como crise de
identidade que acontece nesse processo de incerteza do próprio indivíduo, incerteza do próprio
“eu” e da sociedade.
Essa crise de identidade pode ser o fator que faz muitos usuários a tentarem fugir dessa realidade
instável através da web que irá propiciar, favorecer com que eles se tornem protagonistas dentro
desse cenário virtual.
A partir desse cenário frágil e instável que o indivíduo sem uma estrutura sólida irá buscar um
local que lhe ofereça certa estabilidade, segurança e assim nesse cenário virtual irá em busca de
uma nova identidade ou até mesmo uma identificação momentânea o que lhe dará uma sensação
de maior segurança e estabilidade.
Segundo Garbin (2003) devido a sociedade fragmentada onde as instituições que eram
consideradas mais estáveis, e seguras como família, igreja, escola estão sendo enfraquecidas,
as pessoas, principalmente os jovens irão buscar na internet uma nova base mais estável para
si, e que irá de alguma forma estabelecer uma certa independência pessoal e construção de sua
identidade em uma sociedade que está em constante transformação.
Nessa busca de identidade, na busca de si mesmo estará presente a busca com o contato com o
próximo e a necessidade de pertencer a um grupo, a necessidade de pertencimento a uma
comunidade de pessoas semelhantes, que discutam assuntos em comum como música, política,
relacionamentos. Essas interações podem ser de concordância ou não definindo assim os pontos
de identificação em comum.
Podemos compreender a identidade através da internet como uma multiplicidade, com inúmeras
possibilidades de construção de identidade e também alternância dessa identidade.
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Berger e Luckmann (2000, p. 288, apud PAULA, J.R, 2006, p.11) consideram a identidade
um elemento central da realidade subjetiva ao estabelecer uma relação dialética com o mundo
social:
A identidade é formada por processos sociais. Uma vez
cristalizada, é mantida, modificada ou mesmo remodelada
pelas relações sociais. Os processos sociais implicados na
formação e conservação da identidade são determinados
pela estrutura social (p.288).
Segundo Levy (2006, p.21) a circulação de informações pode ser apenas um pretexto para a
confirmação de reciprocidade de uma relação, ou seja, a busca frenética de informações por
meio da web pode revelar na verdade uma necessidade do indivíduo de se relacionar mesmo
que por intermédio de uma máquina que irá suprir não só a necessidade de informações mas
também de interação com outros indivíduos. Através dessa reflexão podemos perceber que
mesmo que as mensagens trocadas e compartilhadas na web pareçam apenas um modo formal
de comunicação, elas escondem um sentido emocional que é a busca pelo outro e a busca por
si mesmo.
Segundo Primo (1999, p.65) a interação é vista como influências mútuas entre dois ou mais
fatores e cada fator altera o outro, a si próprio e também a relação existente entre eles sendo
uma relação dialética, ou seja, a pessoa que está interagindo na internet influencia e é
influenciada na constituição da identidade como afirma Levy.
Segundo Pallof e Pratt, (2002, p.46) afirma que as pessoas usam a internet para inventar novas
“personas” e para criar novas identidades, ou até fazer uma combinação entre elas, é o que ele
nomeia de Personalidade Eletrônica que é o que a pessoa se torna quando está conectado, on-
line.
Persona é o nome dado a máscara utilizada pelos atores no teatro grego identificando o
personagem interpretado, fazendo um paralelo a psicologia analítica, podemos compreender
que persona significa uma máscara irreal usada pelo indivíduo para que ele possa se adaptar ao
social.
Logo, a persona utilizada na internet constrói uma identidade virtual. Segundo Jung (1979), a
persona nada tem de real, tratando-se de um compromisso firmado entre o indivíduo e a
sociedade no qual ele está inserido, para a formação de “alguém perecer ser” sendo aceita essa
identidade aceta em desvantagem do real “eu” do indivíduo.
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Nas redes sociais presentes na internet como por exemplo Facebook, Intagram ou Twitter, os
usuários constroem perfis individuais que indicam características desse usuário, o objetivo
maior das redes sociais na internet é o de aproximar e integrar membros a fim de garantir
relações virtuais que podem ser profissionais, comerciais, de amizade, amorosas etc.
É interessante notar que outro ser é criado nesse processo, uma versão de si mesmo para
objetivos distintos, e a caracterização de seu perfil, de sua versão “virtual” está relacionada ao
que o usuário pensa ser positivo dentro desse campo virtual.
A internet como uma mídia exerce um poder influenciador na atitude dos usuários, porém trata-
se de uma troca social e cultural.
Bauman (2005) descreve como promessa de compromisso o compartilhar do “eu” que está
relacionado à aceitação social. Através da internet os indivíduos buscam o sentimento de
pertencimento, o “identificar-se com” na interação com identidades que parecem ser
semelhantes. Existe o desejo de construir quem se deseja ser.
Nesse processo o usuário é igual e diferente ao mesmo tempo, e existe a preocupação de
construção de uma identidade que deverá ser reconhecida pelos outros, dando-se um grande
valor social a comunidade que deseja ser inserido.
O internauta para ser aceito basta a assumir uma identidade, e sente-se livre para se expressar
de acordo com o que pensa ou sente ou de acordo com o personagem criado. Logo a formação
de um perfil na internet através das redes sociais possibilita a criação de uma persona com o
objetivo de aceitação.
2.1 As relações estabelecidas através das Redes Sociais e o impacto nas relações off line
2.2- O impacto no universo psicológico do uso massificado tanto da internet como de suas
redes sociais
As redes sociais possuem o poder de influenciar a opinião das pessoas, pois o compartilhamento
das informações é extremamente veloz, e isso causa verdadeiras revoluções, como temos
acompanhado nos últimos tempos as manifestações e mobilizações por meio de decisões
tomadas por governos, as greves e campanhas que foram disseminadas através do Facebook,
ou Twitter.
As redes sociais têm o poder de transformar o modo como a nossa sociedade se comporta,
porem existem aspectos positivos e negativos com relação ao uso excessivo. Alguns autores
criticam o uso excessivo da internet, e alegam que o seu uso excessivo pode causar isolamento
social.
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Existem diversos fatores que apontam os motivos pelos quais as pessoas estão passando cada
vez mais tempo conectados à internet nos mais diversos tipos de dispositivos, dentre eles estão:
a comodidade de fazer compras online ou se comunicar rapidamente com pessoas de todo o
mundo, não precisar sair de casa, ter bancos de dados disponíveis para pesquisa, e poder
conhecer diferentes pessoas através dos chats, além de suporte social realização sexual e criação
de persona que daremos um maior enfoque a seguir:
É possível perceber que a utilização da internet deixou de ser uma atividade ligada somente ao
trabalho e está se tornando um hábito doméstico, e com isso a internet traz grandes mudanças
no comportamento tanto individual como social das pessoas.
Infelizmente no Brasil não existem pesquisas na área, porém nos Estados Unidos, as pesquisas
na área de Psicologia comportamental sobre este tema, tiveram início na década de 90. O
primeiro autor a utilizar o termo dependência de internet foi Goldberg, em 1995, caracterizando
como uma categoria diagnóstica o uso patológico uso da internet.
Mais tarde Young (1996) iniciou um trabalho fazendo um estudo exploratório a fim de
comparar o uso excessivo, patológico da internet com o uso de drogas, se o vício em drogas
ilícitas seria similar ao uso excessivo da internet.
Young identificou em sua pesquisa dois tipos de usuário: dependentes e não dependentes, e
segundo a autora os usuários que se enquadraram como sendo dependentes do uso da internet
relataram um aumento no uso, com perdas significativas no rendimento do trabalho e vida
social.
O TDHA é um distúrbio neurológico que está relacionado com a atenção e hiperatividade, esse
distúrbio era frequente somente na infância, porém com o uso da internet o cenário está se
alterando. Segundo Bia Kunze, adultos passaram a ser atendidos nos consultórios psiquiátricos,
e os pacientes levam queixas de que antes conseguiam realizar suas tarefas normalmente, como
hoje se trabalha com o computador, o rendimento caiu a ao término do dia já não é possível
cumprir todas as tarefas estipuladas na lista. Alguns terapeutas afirmam que independente do
que o indivíduo esteja realizando ou tentando realizar alguma atividade, o indivíduo se encontra
em um estado de ansiedade, o que torna impossível se dedicar 100% a alguma atividade isto
tudo porque o indivíduo está sempre alerta esperando e checando por notificações das redes
sociais, e e-mails presentes na internet. Essas checagens estão cada vez mais presentes na vida
das pessoas. Estudos afirmam que a cada interrupção, o indivíduo irá levar em torno de 15
minutos para retomar o grau de concentração anterior.
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Atualmente é possível observar que as redes sociais não se limitam mais somente ao
relacionamento entre pessoas, mas também como fonte de pesquisa e notícias, sendo uma
ferramenta importante de participação e interatividade dos usuários, possibilitando não somente
o acesso a informação, mas também ferramentas para a produção da informação.
No caso especificado acima, a internet passa a ser um ambiente de colaboração, baseada na
interação dos usuários dinâmica em constante desenvolvimento e mudança, que produz e recebe
conteúdos de forma extremamente veloz.
A facilidade proporcionada pelo seu acesso, está fazendo com que cada vez mais pessoas
utilizem a ferramenta para que se mobilizem, publicando o que pensam e sentem, nesse sentido
podemos enxergar a rede como sendo palco para diversas manifestações e mobilizações, como
por exemplo manifestações contra reformas governamentais que temos acompanhado na mídia
ultimamente.
As mídias sociais como por exemplo Facebook, Twitter e Youtube estão sendo utilizadas para
a comunicação, organização contra as tentativas de repressão e censura que a mídia promove a
fim de manter a alienação sobre questões importantes a população.
Manifestações como temos acompanhado comprovam que as redes sociais não são utilizadas
apenas para informação e relacionamento, mas também como um meio para mobilizar e
promover mudanças na sociedade.
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Deste modo percebe-se que a mídia social tem o poder de potencializar a comunicação, dando
mais força as situações reais vivenciadas por todos nós. Partindo deste pensamento é possível
perceber como as redes sociais têm o poder de influência sobre o pensamento e comportamento
humano, sendo um tema relevante para pesquisas futuras em nosso País, porém é necessário se
pensar sobre como nós estamos significando o uso das tecnologias em nossas vidas e como as
relações sociais offline estão sendo afetadas.
Segundo Leontiev (1978) O homem não é visto como um mero objeto que se adapta as
condições da sociedade, mas sim que é reconhecido a partir de suas atividades exercidas, nas
relações que vai estabelecendo com os bens materiais e simbólicos que se apropria,
desenvolvendo e satisfazendo as suas necessidades assumindo assim a posição de sujeito nesse
processo de aquisição e aprendizagem.
Desta forma para que o homem possa viver bem e se humanize precisa criar condições de
apropriação dos bens materiais e simbólicos produzidos pela humanidade e para a sua evolução,
desta forma, ao longo do tempo o homem desenvolveu a tecnologia que possibilita ainda mais
a sua aprendizagem e desenvolvimento.
Ao mesmo tempo que esses recursos tecnológicos nos proporcionam uma gama infinita de
possibilidades e pontos positivos, oferecem também relações sociais cada vez mais
virtualizadas.
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Relações importantes como as de pais e filhos estão sendo se desfazendo devido ao impacto da
tecnologia que tem modificado essas relações que passam a ser consideradas arcaicas para dar
espaço as relações estabelecidas virtualmente a fim de serem controladas de acordo com quem
a está controlando.
O principal desafio da Psicologia neste século XXI é sem dúvidas a de proporcionar uma
reflexão a respeito do nível de significação que nós estamos atribuindo a tecnologia em nossa
vida diária, e qual é nosso papel diante dessa sociedade cada vez mais tecnológica, e de construir
um futuro diferente do atual que não relativize o homem frente a tecnologia, dando mais espaço
para as relações interpessoais offline.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A internet pode ser considerada um meio de comunicação em massa interativa, diferente das
mídias tradicionais por ter um alcance e poder de influência bastante abrangente. A
compreensão da ligação da cibercultura, tanto dos problemas como dos pontos positivos para a
sociedade é uma tarefa fundamental para a psicologia, especialmente nas formas decorrentes
de relacionamentos pessoais através dos meios de difusão eletrônica, que contribuem para a
formação de novas identidades.
Atualmente a cibercultura, possibilita a criação de novas identidades, que podem ser múltiplas,
podem ser projetadas, eletrônicas, e também fragmentadas. Essas diferentes identidades durante
a interação dos usuários, recriam a si mesmo e ao outro nesse processo. Como vimos no decorrer
da presente pesquisa a intensidade e qualidade das relações estabelecidas aumenta conforme
aumenta a frequência de interação entre os indivíduos.
A internet possui vários lados negativos como também positivos, dentre os positivos está o fato
de que a internet age no sentido de aproximar as pessoas que estão em diferentes regiões, fora
do tempo e espaço a que estavam submetidas anteriormente, construindo novas formas de
intercâmbio mediadas através do computador, além de promover a aproximação de pessoas
também contribui para a aquisição de conhecimentos diversos. Nesse sentido a rede fornece de
modo conveniente o crescimento de múltiplas identidades, identidade essa que na modernidade
se tornou móvel, múltipla, em constante processo de mudança.
Logo podemos considerar a internet um local tanto para a construção, quanto para a
reconstrução do eu, através das interações virtuais no ambiente cibernético.
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Toda esta "isolação" digital faz com que as pessoas apenas mostrem uma parte do que elas
realmente são, escondendo outros aspectos do seu verdadeiro eu. Em um mundo digital, as
pessoas podem demorar para responder, pensar no que responder, corrigir ou deletar o que iria
expor e isto fazendo com que o ponto de vista que uma pessoa tenha pela outra mude, se altere.
O papel das novas tecnologias que permeiam as relações sociais é de suma relevância para a
Psicologia considerando que essas tecnologias, como celular, tablets, notebooks, está
modificando as relações pessoais de uma maneira geral e compreender esse impacto na
sociedade é compreender o tipo de psicologia que essa sociedade está precisando.
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