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Visão Psico-Corporal da Tensão

Pré-Menstrual
Esse trabalho não foi apresentado em forma de conclusão
de curso na instituição , mas sim o Pré-Projeto deste
,tranquei no 10° Periodo, sou da turma de 2005.

Endi Costa Silva Mello de Almeida

Trabalho de Conclusão de Bacharelado apresentado no


10° período do curso de Psicologia da Faculdade de
Ciências Humanas FCH – CESMAC, como requisito
parcial para obtenção do título de Bacharel em Psicologia.

Orientadores: José Batista da Rocha, Carmem Rúbia,


Ricardo Maia , Claudio Jorge.
MACEIÓ - AL
Fevereiro de 2011
Dedico esse trabalho a Deus e a Humanidade, aos
Professores que me auxiliaram, o Cesmac, e
a minha Mãe que foi minha co-orientadora
,e a todos profissionais da área da saúde.

Grato

Endi Costa Silva Mello de Almeida


O amor, o trabalho e o conhecimento
são as fontes de nossa vida. Deveriam também governá-
la.”

Wilhelm Reich
RESUMO

O problema pré-menstrual é físico, e o mais importante


não é como foi originalmente provocada, e sim como pode
ser tratada, apesar de que é possível desenvolver um
tratamento mais eficaz se a origem for descoberta. O
assunto mais conhecido dessa origem é uma disfunção de
hormônios durante o ciclo pré-menstrual, isso atrapalha o
funcionamento normal do ciclo menstrual e produz os
sintomas desagradáveis. Vários tratamentos são relatados
como capazes de beneficiar, aliviando estados
psicológicos e físicos, que pra muitas mulheres, são
extremamente angustiantes ou dolorosos. A visão pico-
corporal neste trabalho de uma certa forma busca
encontrar a origem do problema do ciclo pré-menstrual,
mostrando a dinâmica social e sua influencia no psiquismo
e no corpo.

Palavras Chave: Visão Psico-Corporal, Problema Pré-


menstrual, Repressão Sexual, Couraça pélvica.

ABSTRACT

The problem is physical premenstrual, and most important


is not how it was originally brought, but as can be treated,
although it is possible to develop more effective treatment
if the source is discovered. The most common issue is a
known source of dysfunction of hormones during the
premenstrual cycle, it disrupts the normal menstrual cycle
and produces unpleasant symptoms. Several treatments
are reported as able to benefit, alleviating psychological
and physical states, which for many women, are extremely
distressing or painful. The peak-body view this work in a
way seeks to find the source of the problem of pre-
menstrual cycle, showing the social dynamics and its
influence on the psyche and body.

Keywords: Vision Psycho-Corporal, Issue Pre-Menstrual


Sexual Repression, Armor Pelvic Muscle.
SUMARIO

1-
INTRODUÇÃO......................................................................
............... 7
2- A Visão Psico-corporal : epistemologia da
pesquisa.......................... 8
3- Tensão Pré-Menstrual: genealogia de um
fenômeno......................... 17
3.1-
Menstruação.........................................................................
.......... 17
3.2- Pré-História do fenômeno e Inicio da
Civilização....................... 17
3.3- Historia do
fenômeno.................................................................... 19
3.4-
Sintomas...............................................................................
.......... 23
3.5-
Etiologia................................................................................
............. 24
4- A Tensão Pré-Menstrual na visão Psico-
Corporal................................25
4.1 Tese de Doutorado em Medicina de Clarissa Nogueira:
Conclusão.29
DETERMINANTES DA
SÍNDROME PRÉ-MENSTRUAL
ANÁLISE DE ASPECTOS
CLÍNICOS E EPIDEMIOLÓGICOS

4.2- Sociedades com ausência de repressão


sexual............................... 31
5-
CONCLUSÃO.......................................................................
................. 36
REFERENCIA.......................................................................
................. 37
INTRODUÇÃO

A presente pesquisa tem como foco complementar a


etiologia dos problemas relacionados ao ciclo pré-
menstrual, pois muito já foi descoberto, mas alguns pontos
ficaram em abertos, esta problemática se manifesta de
muitas formas diferente, dificultando um pouco o
diagnostico, é um tipo de problema que varia de grau e
sintomas. Muitas mulheres sofrem no ciclo que antecedem
a menstruação, dependendo do grau dessa problemática,
pode atrapalhar a vida da mulher e de quem convive com
ela. Infelizmente muitas dessas mulheres não são
compreendidas, nem muitas delas tem noção do que esta
acontecendo. Tornando um problema grave como algo
normal e rotineiro. É um tema que já vem sendo
observado a bastante tempo, foram desenvolvido
medicações que conseguem amenizar o sofrimento
dessas mulheres. A estrutura desse trabalho é mostrar
como acontece a dinâmica corporal da problemática pré-
menstrual, uma visão que aproxima de forma detalhada,
com começo meio e fim, um circulo completo entre corpo
mente e cultura. É intrigante o corpo voltar contra si, como
pode ser uma transformação bioquímica ao longo do
tempo que ofereça um mal estar a si, sem ter um por que
? sem que exista o constructo da problemática ?. Essa é a
busca da pesquisa feita nesse trabalho. Pois é do campo
da psicologia abordar temas, onde busque as raízes de
doenças nos aspectos emocionais. Escolhi esse tema ,
por que a bastante tempo que eu escuto essa conversa de
tensão pré-menstrual e que as meninas sofrem por isso, e
ela é mal explicada, depois na faculdade quando
explicaram assim de uma forma mais cientifica, era uma
explicação incompleta.
Meu objetivo é complementar , desmistificar , explicar com
exatidão o que acontece com as mulheres que sofrem de
TPM. Sei que muitos terapeutas corporais de uma certa
forma já sabiam, pois foi com base em livros que li de
Alexander Lowen, e fazendo terapia bioenergética, eu
compreendi, tenho convicção que o corpo não volta contra
si, muito pelo contrario, o corpo tem a sabedoria de
sobrepor diante dos problemas que lhe afrontam, então
rapidamente já se formou em minha mente o que estava
acontecendo com aquela problemática, eu precisava
comprovar, mas quem comprova verdadeiramente, é a
paciente, dentro de um processo terapêutico, ou dentro de
uma outra forma que possibilite a verdadeira revelação do
que se passa com ela mesma.

2 A Visão Psico-corporal : epistemologia da pesquisa

Freud ( 1856 — 1939) fundador da Psicanálise utilizava o


método de associação livre, para chegar a compreensão
do que estava por de trás da consciência ,ou o que estava
recalcado no inconsciente, pois foi essa umas de suas
descobertas, que principalmente, experiências , impulsos
relacionados a sexualidade, eram intolerantes na
consciência pela questão da sociedade reprimir essas
dinâmicas sexuais. Uma delas que foi mais uma
descoberta é o complexo de Édipo,onde a criança desloca
seus impulsos sexuais direcionado ao seu progenitor do
sexo oposto, quando acontece a proibição do incesto, e
outras repressões sexuais, como exemplo proibir
brincadeiras infantis com conteúdos sexuais, se origina a
neurose, perturbação sexual que se desenvolve na fase
adulta do individuo, perturbação essa que esta a nível
inconsciente, e por método da associação livre o individuo
era capas de abrir pouco a pouco as portas da consciência
até libertar o que estava recalcado no inconsciente,
recalque este que é feito pelo o que Freud chamava de
Ego, estrutura psíquica que se forma no bebê a partir do Id
com objetivo de auto controle e mediar ações internas e
externas do individuo e que é a cima de tudo um Ego
corporal,antes do Ego só existia o Id, estrutura psíquica
parte do inconsciente que impulsiona o individuo em busca
do prazer, como não é possível realizar todos os desejos
desse Id, e por estes conteúdos serem intolerantes na
consciência o ego reprime-o assim cristalizando-se uma
parte dele onde se origina o Super-Ego, responsável pelas
normas culturais da civilização e ideal de Ego. Essa
associação livre era feita de forma que o paciente ia
falando, e nessa fala acontecia atos falhos, partes dos
conteúdos inconscientes eram liberados sem que muitas
vezes o paciente percebesse, ou tinha o que se chama de
insight que tem o significado de tomada de consciência ou
compreensão, e assim era também interpretado pelo
psicanalista. Temos também na obra de Freud a Libido,
energia psíquica e vital para auto-preservação, que
também se dirige a sexualidade, na fase psicossexual
infantil, essa energia se organiza em determinadas áreas
do corpo relativo a idade que esta de acordo com cada
fase, temos a fase oral do nascimento aos 18 meses, anal
dos 18 meses aos 3 anos, fálica dos 3 a aproximadamente
6 anos, latência dos 6 ate a puberdade. O complexo de
Édipo acontece na fase fálica. (Gay 1989,)
Bom a obra de Freud é bastante vasta, o que quero deixar
aqui é o básico da psicanálise para que possamos
entender o que é neurose, fundamental para compreensão
do o objetivo desse trabalho, que tem como base a
abordagem corporal da Psicologia que praticamente tem
suas raízes na Psicanálise.
A historia da psicoterapia corporal é bem conhecida. Ela
começa nos idos dos anos 1920-26, quando o jovem e
entusiasta Wilhelm Reich (1897-1957) se encanta com as
teorias psicanalíticas de Sigmund Freud e acredita que
estas teorias sejam mais que uma mera metapsicologia ou
especulação filosófica. Reich enfatiza o aspecto
econômico-libidinal das teorias de Freud, desenvolve
técnicas de resistência e transferência na clínica,
estabelece o conceito funcional-etrutural de caráter e
aponta para o orgasmo como função de equilíbrio e saúde
física, emocional e social do ser humano.
Renegado pela Psicanálise e perseguido pelo Nazismo,
Reich consegue guarida na Noroega (1934) onde
finalmente reúne condições para desenvolver sua clínica
de abordagem psicorporal e pesquisas laboratoriais com a
bioenergia e a energia orgone.
Em 1940, Reich emigra para os Estados Unidos da
América do Norte, no afã de encontrar um mundo novo,
acolhedor de suas novas descobertas, aprofunda suas
pesquisas clínicas e laboratoriais, mas encontra
resistências à manipulação da chamada energia orgone. É
processado pelo FDA e morre na prisão em 1957.
Stolkiner (2008, p.15 )
A psicologia corporal é uma abordagem humana que
busca compreender todo ser vivo como uma unidade de
energia que contem em si processos paralelos: o
psiquismo (mente) e o soma (corpo). Dedica-se a estudar
as manifestações comportamentais e energéticas da
mente sobre o corpo e do corpo sobre a mente .
Tem por objetivo reencontrar a capacidade do ser humano
de regular a sua própria energia, e , por conseqüência ,
seus pensamentos e emoções , podendo alcançar uma
vida mais saudável. Reich Colaborador de Freud que, ao
romper com a psicanálise , criou sua própria Escola,
segundo a qual pensamento e moção são indissolúveis e
se influenciam mutuamente.
Foi com base nos trabalhos de Reich que diversos outros
cientistas continuaram com o desenvolvimento de estudos
e pesquisas . Aqui podemos encontrar uma ramificação
dessas escolas.
Neo-Reichiana : são aqueles que vieram depois de Reich
e que modificaram a proposta de trabalho psico-corporal
sem levar em conta o desbloqueio das couraças no
sentido céfalo-caudal ,estarei explicando isso mais
adiante. Também criaram a sua própria teoria e formaram
escolas independentes. Dentre essas escolas
consideradas neo-reichianas a que mais se destaca pela
sua seriedade e competência , é a de Alexander Lowen
(Estados Unidos), Chamada Análise Bioenergética. (Volpi
2004)
A Bioenergética é baseada no trabalho de Wilhelm Reiche.
Ele foi meu professor de 1940 a1952, e meu analista, de
1942 a 1945. Conheci-o em 1940, na New School for
Social Resarch, em Nova York, onde ministrava curso de
Análise de Caráter. Fiquei intrigado com a descrição
catalolgráfica desse curso, pois fazia referencia à
identidade funcional do caráter de uma pessoa com sua
atitude corporal ou couraça muscular. Esta couraça se
refere ao padrão geral das tensões musculares crônicas
do corpo. São assim definidas pois servem para proteger o
individuo contra experiências emocionais dolorosas e
ameaçadoras . São como escudo que protege contra
impulsos oriundos de sua própria personalidade, assim
como da investidas de terceiros (Lowen 1982, p. 13)
Como foi dito antes, através do trabalho de Reich surgiram
varias escolas, e citei Alexander Lowen, pela profundidade
de seu trabalho, onde ele descobre a importância do
“Ground” para dar significado a pés no chão, mostrando
que muitos indivíduos de nossa sociedade estão
desconectados com o chão e assim desconectado com a
realidade, então ele desenvolve técnicas e exercícios
corporais, para que o individuo possa se conectar com o
chão, e segundo ele é possível estar na realidade nesse
momento,esses exercícios desbloqueiam as couraças de
baixo para cima, diferente de Reich que fazia o
desbloqueio de cima para baixo(céfalo-caudal). Existem
três princípios básicos da bioenergética que é ,Ground
,Respiração e Vibração, Lowen aprofundou bastante o
trabalho de Reich. (Magalhães;Souza; Ribeiro 2005 , p.20)
Quero esclarecer de uma forma resumida o aparecimento
da abordagem corporal da Psicologia e partes importantes
do conteúdo teórico, que é o necessário para que
possamos compreender o foco da pesquisa.
Segundo Freud, o ponto de vista econômico esta ligado à
hipótese segundo a qual processos psíquicos consistem
na circulação e na repetição de uma energia pulsional
quantificável.
Ou seja, Freud fala de psiquismo, onde há uma
quantidade de energia pulsional, que circula e repete.
Segundo Reich o termo economia sexual refere-se ao
modo de regulação da energia sexual do individuo. A
economia sexual designa a forma por que um individuo
utiliza sua libido. Os fatores que determinam este modo de
regulação são de natureza psicológica, sociológica e
biológica. Reich (1827, p.266)
Reich fala de uma carga e descarga de uma energia
sexual, nível físico, não excluindo o psiquismo, onde essa
economia sexual se regula de forma psicológica,
sociológica e biológica.
Freud dizia que a neurose era uma perturbação sexual
(Cavalcanti 1992, p. 34)
A teoria Reichiana, diz que a neurose acontece pela
incapacidade de atingir o orgasmo (Cavalcanti 1992 , p.
35) .
Para Freud não interessa saber o que está acontecendo
no corpo do individuo e sim no seu psiquismo. Já para
Reich é importante a questão psíquica, mas o que esta
causando a neurose está a nível corporal, pela
incapacidade de descarregar completamente a energia
sexual.
Segue dois casos de pacientes mulheres, que mostra de
uma forma resumida de como é uma ótica, de uma
abordagem corporal.
O seguinte caso ilustra alguns dos problemas da mulher
moderna. Uma executiva com sessenta e poucos anos, a
quem chamaremos de Irene, veio para tratamento por
causa de uma reação depressiva subseqüente à sua
demissão de uma posição privilegiada dentro de uma
grande empresa. Precisava de ajuda e sabia disso, não
apenas por que havia a depressão mas também devido à
presença de vários fatores de risco para uma
coronariopatia. Era obesa, fumava demais, e o nível de
seu colesterol sanguíneo estava perigosamente elevado.
Estes problemas estavam refletidos no corpo de Irene.
Uma vez que tinha um peito muito inflado, sua respiração
era deficiente. Em pé, parecia estar suspensa pelos
ombros, não apoiada em suas próprias pernas. Seu
abdômen e sua pelve eram pesados e flácidos. Ela
tentava chupar a barriga para dentro mas o máximo que
conseguia era apertar a cintura e,com isso, havia pouca
ligação entre seu tórax e sua pelve. Suas pernas eram
finas e tinha um problema nos pés que lhe tornava
doloroso andar e ficar em pé. Irene tinha consciência de
suas tendências autodestrutivas. Sabia que fumar era
prejudicial e tinha tentado parar com hipnose, mas sua
eficiência tinha durado muito pouco. Seu médico particular
havia comentado que era urgente que perdesse peso mas,
a seu ver, era algo impossível fazer uma dieta. Numa
sessão admitiu: “ na noite passada saí e comprei biscoitos
e sorvete; comi tudo mas não devia ter feito isso.” Coitada
da Irene ! Realmente, estava sedenta de prazer. Tanto
física como emocionalmente, estava em mal estado.
A abordagem terapêutica da mudança de comportamento
é ajudar o paciente a compreender a dinâmica de sua luta
interna e expressar as sensações relativas à mesma. Irene
estava triste (achava sua vida um fracasso) e dolorida.
Estava divorciada há vários anos e tinha criado um filho
sozinha, sua primeira necessidade era sentir sua tristeza e
chorar. Em seu esforço para funcionar no mundo moderno
dos negócios em pé de igualdade com os homens, havia
suprimido a maior parte de seus sentimentos. Isso não era
muito difícil de conseguir: ajudei-a a respirar e a fiz depois
dar socos na cama e dizer “por que?”; isto trouxe algumas
lagrimas à tona. Ficou surpresa de se sentir tão bem
depois de chorar. Incentivei-a a dar chutes, em casa,
deitada na cama, e a fazê-lo com as pernas esticadas, de
barriga pra cima. Chutar é protestar, e Irene tinha muito
contra o quê protestar. Irene tinha sido filha única e muito
bonita; naturalmente, era o xodó do pai mas ele tinha
morrido quando ela estava com 5 anos. Seu mãe lhe disse
que ela precisava ser um soldado como o pai, o que, para
ela, ser forte com tristeza. Numa sessão de terapia
comentou: “ Sempre soube que havia dor dentro de mim.
Havia um aperto em minha garganta mas eu não
associava isto ao meu coração.” No momento que disse
essas palavras estava deitada no divã. Sugeri que
estendesse os braços e as mãos e falasse : “Papai,papai”.
Ao fazê-lo explodiu em soluços. “segurei essa dor tantos
anos”, comentou depois. “ Não sabia onde colocá-la!”
Esses acontecimentos iniciais modelaram o curso de sua
vida e determinaram seu destino. Embora a perda de seu
pai em pleno período edipiano tivesse sido um fator
importante, outras forças também estavam ativas. Destas,
a mais importante era a sensação de culpa que sentia
pelas vivências sexuais relativas ao pai. Pra ela, a morte
tinha vindo como punição por ela haver violado o tabu do
incesto, desejando-o. Também tinha medo de sua mãe, a
rival ciumenta, contra quem não tinha proteção, já que seu
pai se fora. O efeito desses primeiros anos de vida era
visível em seu corpo adulto e em seu comportamento. Ela
não continuava tentando só ser corajosa como sua mãe
havia exigido; ainda havia dissociado sua sexualidade e se
esforçava para adquirir auto-estima através do sucessos
que levassem a vencer na vida. Sentia-se obrigada a se
segurar pelo esforço de sua vontade. Quebrar , chorar, era
ficar de frente a uma profundidade de desespero pela
perda do pai que ela não conseguia suportar. Irene tinha
se casado duas vezes e se apaixonara profundamente
outras duas vezes. Infelizmente, nenhum dos casamentos
tinha sido com homens que amasse; nenhum dos homens
que havia amado quis casar com ela, esse roteiro havia
sido prescrito pelos acontecimentos de sua infância. Em
seu inconsciente, Irene equiparava os homens que ama
ao pai, que tinha sido tabu. Uma vez que o tabu
continuava influindo no que tangia ao amor profundo, ela
se casara com homens que não eram capazes de suscitar
nela uma paixão intensa. Seu impulso para ser
independente era uma parte importante de sua luta, pois
negava e combatia um desejo mais profundo de ser
cuidada. Seu receio era que, se permitisse ser dependente
e se entregasse plenamente ao um homem, ele o
abandonaria como fez seu pai. Em resultado disso ,
casou-se com homens em quem não podia confiar e que
dependiam de seu atendimento. Seu primeiro marido era
incapaz de ficar num emprego estável e seu segundo
casamento foi com um homem que se tornou maníaco-
depressivo e que precisou ser hospitalizado. Enquanto
esteve casada com eles, conseguiu preservar sua
independência ou pseudo-independência. Mas , ao lhes
permitir usá-la, sentiu-se vítima de uma armadilha e
deprimida. Segurando-se como fazia, Irene não podia
entregar-se ao amor ou ao sexo. Como muitas mulheres,
entregava-se sexualmente mas de modo muito submisso,
muito passivo. Só raramente é que experimentava um
clímax no ato sexual. Sem orgasmo, se beneficiava da
descarga que o sexo favorece. Quando Irene constatou,
pela terapia, que estava sendo usada pelo homem com
quem estava então envolvida, sua raiva cresceu. Bateu na
cama com uma raquete de tênis para da vazão à raiva por
ser traída. Ao mesmo tempo, começou a sentir raiva de
todos os homens, os que a tinham usado e os que tinham
deixado. Ficou até com raiva do pai por ter morrido num
momento em que ele era necessário. A tensão das costas
e ombros eram nítidas indicação da quantidade de raiva
que continha. Ela tinha as costas literalmente erguidas. Ao
tomar consciência da presença desse sentimento e ao ter
vontade de manifestá-lo ajudou-se muito. Quando deu
vazão à raiva, Irene reduziu a culpa e isso permitiu-lhe
entregar-se mais plenamente à sua sexualidade. Irene
tevê sorte de poder trazer sua raiva a tona antes de ficar
gravemente doente. (Lowen 1990, p. 51)
Eis aqui um caso. Claire é uma moça relativamente gorda,
com 27 anos de idade. Esta deprimida e se sente incapaz
de enfrentar o mundo. Contudo, é talentosa e acredita que
poderia se sair muito bem. O aspecto mais marcante de
seu corpo é o peso de seus quadris e coxas. Parecem
grandes, até possantes, mas desvitalizados. Embora
estranho, a metade das pernas abaixo dos joelhos é bem
torneada. Seu rosto é redondo e suave, a expressão
revela fraqueza e desamparo. Contudo, ela não é
destituída de atrativos. Claire passou antes por muitos
anos de terapia, parte dos quais com um terapeuta
bioenergético, que não conseguiu atingir seu problema.
E qual era seu problema? Em linguagem rasteira:
conseguir que ela soltasse a bunda. Esta expressão
significa ficar em pé e pôr-se em movimento, que era o
que precisava fazer. E também literalmente falando. Suas
nádegas pesadas eram uma âncora que a impedia de se
mexer. Estalada pela bunda. Segundo a interpretação
bioenergética, o peso e o tamanho de suas nádegas
representavam o acúmulo e a estagnação de energia.
Gordura é energia acumulada. No caso dela, era energia
associada a sensações sexuais que acumularam ao longo
dos anos e ficaram trancadas e presas na pelve. Mexer a
bunda ou a pelve é uma expressão sexual e será possível,
portanto, quando as culpas e ansiedades associadas a
esta manifestação forem removidas. Quando perguntei a
Claire a respeito de suas sensações sexuais ela me
respondeu: “ Se eu parecer sexual ou atraente, ou se
exibir quais quer sensações sexuais, isto me deixa aberta
a ser estuprada. Sinto-me culpada pela minha
sexualidade. As pessoas podem ver que me masturbo,
podem dizer que sou suja, perversa. Com homens, nunca
consegui dizer não, ficar firme para conseguir o que eu
quero. ” Se ela sai com um homem, deixa-se ser usada
sexualmente. Nesta altura de sua vida está com juízo
suficiente para manter-se afastada dos homens. Onde foi
que Claire arrumou essa sensação a respeito de si
mesma? O que lhe aconteceu durante essa meninice para
colocá-la numa tal posição? Evidentemente, é tarefa da
terapia ajudá-la a ter um certo insight deste problema, ver
o que a terapia no inicio de sua vida. Uma vez que ver é
função dos olhos, pedi a Claire que, enquanto estivesse
deitada na cama, abrisse os olhos ao máximo e olhasse
para o teto. Enquanto fazia isso, segurei sua testa com
minha mão esquerda e com dois dedos da mão direita fiz
pressão no occipito, no ponto oposto aos centros visuais
no cérebro. Este procedimento exerce um certo efeito na
liberação de bloqueios visuais. Ela teve uma reação
dramática. Gritou e disse que via seu pai. “ Ele está
debruçado em cima de mim, olhando-me como se eu
fosse um inseto, uma coisa. Sinto que sou um bebê
deitado num bercinho. Ele está olhando pra o meio de
minhas pernas, curioso. Eu não entendo por que ele esta
olhando pra mim daquele jeito. Tenho medo que ele vá
colocar seus dedos dentro de mim, e por isso fico quieta.
Não vou conseguir detê-lo por que ele é tão grande...
Sinto-me paralisada, mas também estou ansiosa.” Esta
imagem é significativa porque indica a raiz de seu
distúrbio. Desde bebê ela sente que pai tem um interesse
sexual por ela. Ele a considerava como um objeto sexual.
Isso se tornou muito evidente mais tarde. Claire fora filha
única. Como sua mãe reagia? Para saber dessa resposta,
pedi-lhe então que olhasse pra mim com olhos
arregalados. Ela assumiu a expressão de medo e disse
que meus olhos pareciam com os de sua mãe. “ Que
expressão você vê neles?” perguntei. “ Como se ela
quisesse me matar. Ela estava sempre me olhando desse
jeito. Nunca soube o que tinha feito para me odiar”. Em
pacientes do sexo feminino, o medo de ser morta ou
destruída pela mãe é um fenômeno comum. É a forma
específica da ansiedade de castração nas mulheres, ao
passo que no homem o medo se relaciona a uma lesão
cometida contra os genitais, pelo pai. As meninas
pequenas temem uma lesão nos genitais se o pai tentasse
ter relações com elas. Claire continuou a descrever sua
situação doméstica. “Dei trabalho. Quando mais velha, eu
sentia que o tinha tirado dela. Depois de eu ter treze anos,
meus pais nunca mais dormiram juntos. Ele rejeitou minha
mãe e se voltou pra mim. Tornei-me sua amante. Cuidei
dele.” Contudo, não havia relações sexuais entre pai e
filha. Ela comentou que seu pai era inconscientemente
obcecado com sexo. “ Ele olhava para mim de lado,
maliciosamente. Toda vez que um homem olha para meus
seios ou vagina com aquele olhar sinto vontade de matá-
lo.” Dei a Claire uma raquete de tênis e ela começou a
bater na cama com violência. A cada golpe dizia “Eu vou
te esmagar, mas antes mato você.” Perguntei-lhe a quem
mataria ela respondeu: “Os dois.” Claire estava tão repleta
de raiva suprimida quanto de sensações, sentia-se
deprimida e tinha ímpetos suicidas. Uma paralisia parecia
cometê-la e contra esta era preciso utilizar toda sua
vontade. A melhor maneira de combater essa paralisia era
conseguir que seu corpo se movimentasse um pouco,
especialmente a pelve. Ela se deitou no chão, sobre um
cobertor enrolado. Nesta posição, ela disse que se sentia
vulnerável. “ Sinto que vou ser estuprada por um bando
inteiro. Nunca tive um namorado quando era jovem.” Esta
foi a segunda vez na sessão em que Claire mencionou ser
estuprada. Fez-me pensar que seria alguma coisa por ela
desejada. Perguntei-lhe isso. Respondeu-me:” Gostaria
que terminasse logo com isso. Quero isso e tenho medo.”
Ela não estava se referindo a estupro; estava falando de
sexo. Estava se sentindo atormentada por suas sensações
sexuais e prestes a explodir mas também estava
paralisada pelo medo e não conseguia se mexer. Tinha
que ser feito para ela, para que conseguisse ter uma
descarga. Inconscientemente ela desejava ser estuprada.
Esta foi a situação em que Claire tinha vivido toda sua vida
excitada sexualmente pelo comportamento sedutor do pai
mas aterrorizada e incapaz de responder. Por conta de
sua própria culpa, o pai também a rejeitava. Toda vez que
ela se queixava a ele da atitude da mãe a seu próprio
respeito, ele lhe dizia: “ Ela é sua mãe, não iria te magoar.”
Mas sempre magoou. Ela era louca.” Quando fiz pressão
sobre os músculos tensos da articulação das coxas com a
pelve, Claire gritou. Algumas ondas vibraram em sua
pelve. Ela comentou: “ Estou com muito medo. Sinto que
vou derreter e que não vou conseguir me deter.” Indiquei-
lhe que seu medo da poderosa excitação sexual era que
ela cederia e teria relação sexual com seu pai. Ela
entendeu essa ansiedade. Repetimos o procedimento.
Mais uma vez, ela gritou de medo assim que toquei.
Depois começou a chorar, profundamente. Os soluços
atravessaram seu corpo e desciam até sua pelve, que se
movimentava para cima, a cada soluço, espontaneamente.
Cada soluço era um bombear de vida em seu corpo.
Estava chorando mansa e profundamente como uma mãe
que então encontrara um filho perdido. Ela estava
chorando porque havia (naquele momento) encontrado
sua sexualidade e, com esta, seu ser. A tensão findou com
Claire sentindo-se viva e esperançosa. Mas muito trabalho
seria preciso, na mesma linha, para manter o pulsar da
vida em seu corpo, permitindo-lhe que continuasse ligada
á própria sexualidade. Ela fora castrada pela perda
justamente desta vinculação. Felizmente, estava ciente do
que lhe acontecera e, portanto, foi possível termos uma
sessão dramática.
Quem compreende realmente o que acontece numa
sessão desse tipo é o paciente, que vivencia a dinâmica
problemática no corpo relacionado com sua historia de
vida. Mas quero transmitir uma noção de como funciona
essa abordagem corporal da psicologia.
Em seguida a ótica antropológica e fisiológica dos
problemas relacionados ao ciclo pré-menstrual, de uma
forma resumida para dar sequênsia , o que mostra a visão
psico-corporal dos problemas pré-menstruais.

3 Tensão Pré-Menstrual: genealogia de um fenômeno

3.1 Menstruação

Segue a explicação do que é e como acontece fisicamente


a menstruação.
A menstruação é uma hemorragia uterina provocada pela
expulsão do revestimento interno do útero, o endométrio,
pela ação contrátil da musculatura uterina, o miométrio,
sempre que uma ovulação não resulta em gravidez.
Coutinho (1996, p.83)

O ciclo menstrual pode ser subdividido em duas fases,


ocorrendo entre elas a ovulação: 1. proliferativa, com ação
predominante estrogênica, e 2.secretora ou
progestacional, que ocorre após a ovulação e é devida a
ação dos hormônios produzidos pelo corpo
lúteo(estrógeno e progesterona) (Aires 1999).

Berenstein (2001) afirma que na infância os estrógenos


estão em níveis baixos , e vão aumentando até a
puberdade quando aparece a progesterona que determina
a primeira menstruação ou menarca . A missão do
estrogênio é criar o ambiente interno para a reprodução.
Além dos efeitos internos, o resultado de sua presença
pode ser visto na pele típica feminina, cabelos , mamas
,genitais, tom de voz, emoções e pensamento; portanto,
ação feminina ou feminilidade.
Importante entender que o estrógeno e a progesterona
são hormônios responsáveis pelo ambiente interno para
reprodução, no entanto a sexualidade vai aumentando
gradativamente da infância até a puberdade determinando
a feminilidade.
3.2 Pré-História do fenômeno e Inicio da Civilização

Morando na floresta, comendo frutas, folhas e raízes, o


homem primitivo da paleolítica vivia em total liberdade,
comunicando-se com seus semelhantes por gestos e
grunhidos, mais ou menos como continuam a fazer os
macacos . As relações sexuais eram determinadas
naturalmente pela atratividade das fêmeas e pela
agressividade sexual dos machos, como continua a
ocorrer nos dias atuais com os primatas subumanos que
vivem em liberdade. As fêmeas humanas, sempre
disponíveis, tornavam-se especialmente desejáveis nos
dias que precedem e nos dias que ocorrem a ovulações,
exatamente como acontecem com as fêmeas de outras
espécies animais. Assim, a concepção
estava assegurada sempre que surgiam as primeiras
ovulações, em torno dos 18 anos, idade na qual as
mulheres, subnutridas como deveriam ser as pré-
históricas, começavam a ovular. Engravidando com as
primeiras ovulações, não teriam então a oportunidade de
menstruar regularmente, mantendo-se amenorréicas
(ausência de menstruação) durante a gravidez, como se
encontravam na infância e na adolescência. É provável
que os primeiros sangramentos tivessem contribuído para
despertar o interesse sexual dos machos pelas jovens,
anteriormente destituídas de atrativos sexuais. Também é
possível que a vida nômade, que exigia longas e
extenuadas caminhadas, contribuísse para inibir a
ovulação em mulheres com poucas reservas de gordura,
retardando o aparecimento da menstruação. Coutinho
(1996, p.26)
Então nestes momentos não haviam indícios de
problemas com a mulher antes da menstruação, já que era
difícil que ela menstruasse.
Lowen (1988). Os seres humanos civilizados têm,
geralmente, movimentos corporais restritos. Comparado
aos primitivos, seus quadris são muito mais presos, e a
musculatura pélvica, muito mais tensa.
A questão que surge é a seguinte : quais são os impulsos
bloqueados a nível da cintura ? A resposta, naturalmente,
é: Os impulsos sexuais (Lowen 1975).

Coutinho (1996) diz que antes da organização social as


fêmeas viviam sob constante influência da ação
reprodutora dos machos o que impediam a menstruação.
A situação da mulher só começou a mudar quando os
selvagens começaram a viver em grupos abandonado a
vida nômade ,foi quando começou a agricultura 8 mil anos
antes de Cristo no Oriente Médio. O surgimento da
civilização se deu aproximadamente 3,5 mil anos antes de
Cristo, na Mesopotâmia onde hoje fica o Iraque. A
liberdade sexual da vida selvagem já não era permitida, o
acasalamento obedecia regras surgindo assim a
oficialização do casamento. Ter filhos era um objetivo de
grande interesse social, a mortalidade era elevada,
consequência de guerras e epidemias. O casamento era
arranjado pelos pais desde a infância , na puberdade a
menina deixava sua família e era introduzida na família do
marido. Por causa da elevada mortalidade e encorajadas
pelos governantes, as mulheres casadas tinham filhos
sucessivamente, menstruando assim raramente.
É possivel perceber que a mulher já não tinha uma
liberdade, que supostamente havia na pré-história, ela
tinha que obedecer regras, de se casar, de ter que ir morar
na casa do marido e de ter filhos, significando que havia
um poder sobre elas, pois seu relacionamento sexual já
era determinado pelos pais.

3.3 Historia do fenômeno

Segue o que aconteceu com muitas mulheres em épocas


distintas, em regiões diferentes, para poder aproximar das
raízes dos problemas relacionados ao ciclo pré-menstrual,
esse histórico mostra o aparecimento desta problemática,

Além da função de parir novos egípcios e cuidar da casa,


as mulheres não valiam quase nada. Sendo ela uma
propriedade do homem , o adultério delas era condenado
e puído com a morte. Lins;Braga (2005 , p.229)

Os dados colhidos são importantes, pois servem de peças


de um quebra cabeça, hora, a mulher era tratada
praticamente como escrava, segundo o que esta escrito,
se segue com mais informações , o Papiro Ebers é um dos
tratados médicos mais antigos e importantes que se
conhece. Foi escrito no antigo Egito e é datado de
aproximadamente 1550 a.C.
A descrição de doenças e transtornos que incidem no
período menstrual foram encontradas nos papiros de
Ebers e Kahun (2000 a.C.). Trotula de Salermo (século XI)
e Von Feuchtersleben (século XIX) igualmente
descreveram o sofrimento das mulheres jovens no período
que antecede a chegada da menstruação (Mato, 2002
Apud Gislene C. Valadares et al 2006 ) .

Percebe-se o suposto encaixe dessa sequencia histórica,


O surgimento da civilização se deu aproximadamente 3,5
mil anos antes de Cristo, na Mesopotâmia onde hoje fica o
Iraque. A liberdade sexual da vida selvagem já não era
permitida, logo após, 2 mil a.C, surgem os problemas com
mulheres no ciclo pré-menstrual no Egito.

Hipócrates considerado pai da medicina, 460 anos antes


de cristo contemporâneo de Sócrates na Grécia Antiga
estava convencido do beneficio do sangramento da
menstruação , até recomendava sangramento provocado
para curar outras doenças. Coutinho (1996, p. 50)
No tratado “As Doenças das Virgens”, discípulos de
Hipócrates afirmavam que a retenção do sangue
menstrual poderia provocar alterações de comportamento,
delírios, alucinações e idéias suicidas ( Aalmeida, 1996
Apud Nogueira, 1998)
Se havia melhora da mulher depois da menstruação é por
que no período pré-menstrual ela não estava bem, aqui
podemos encontrar indícios de problemas pré-menstruais.
Entre 1600 a.c a 146 a.c na Grécia, o pai poderia vender a
filha como escrava ou prostituta caso perde-se a
virgindade mesmo por estupro. (Seixas 1998)
Os persas, sucessores dos assírios, só considerava
aceitável , a menstruação se não durasse mais de quatro
dias, mantida em quartos especiais , no fim de quatro dias
se a mulher estivesse sangrando recebia cem chibatadas
e era colocada no quarto por mais cinco dias se
continuasse menstruando recebia mais quatrocentas
chibatadas , porque estava sem duvidas possuída por um
mau espírito e estava sendo purificada pelas chibatadas.
Coutinho (1996, p.29)
Examinando o que foi escrito até agora é possível
compreender, que a mulher pode ter desenvolvido
problemas pré-menstruais pelo fato de ela ter diminuído o
fato de engravidar e de ter sido exposta a humilhações
relacionadas a menstruação.
Não é tão simples assim interpretar o que estava
acontecendo exatamente nesses momentos, o que parece
é que as mulheres se tornaram submissas aos homens,
provavelmente elas eram ameaçadoras. Mas que
ameaças poderiam ser essas ?
porque estava sem duvidas possuída por um mau espírito
e estava sendo purificada pelas chibatadas?
Existem afirmações na bíblia dizendo que a mulher
quando menstrua esta impura por sete dias (Levítico
15:19-24).
Diante de entrelaço de informações é necessário um
exame minucioso, pois com inicio da civilização foi quando
o problema do ciclo pré-menstrual. E na Grécia antiga? E
no Egito antigo ? será que a beleza da mulher também era
um produto de poder ? qual será o verdadeiro objetivo de
o homem inferiorizar a mulher e querer dominá-la ?
Antes do inicio da civilização não haviam esses
problemas.
Lowen no inicio deste capitulo fala que os primitivos
tinham movimentos mais livres, e o homem moderno é
mais contido, e que a pelve que é relacionada com a
sexualidade se tornou tensa comparado aos primitivos.
Por que os homem e as mulheres tiveram que se conter
sexualmente ?
E o homem com o sexo superior.
Na Índia, na época dos vedas*1, a mulher se exilava em
uma cabana durante a menstruação e até existiam casas
com duas entradas, uma para as mulheres que estavam
menstruadas e outra para as que não estavam. A
proibição de praticar o coito neste estado era terminante,
porque se admitia que restava virilidade, superioridade e
poder ao homem. Tais normas de condutas impostas com
todo rigor foram herdadas por ela durante séculos,
incidindo sobre sua
constituição psíquica e sedimentando em seu inconsciente
como defeitos arcaicos, ancestrais, que a levaram a sentir-
se tabu enquanto tivesse menstruando (Salerno 1964).

*1 Os Vedas é o livro mais antigo dos “Livros de


Conhecimento” Hindu.
A palavra “vedas” tem como tradução primária “sabedoria”.
3500 A.C.
Estamos diante de um fenômeno misterioso.
O ser humano perde uma parte de sua espontaneidade,
se torna contido, e modulado sexualmente, alterando a
natureza, e no meio dessa transformação, estariam
surgindo problemas que antecediam a menstruação.
Donoso e Marinovic (2000) Apud Gislene C. Valadares et
al 2006, citam algumas referências relacionadas à
menstruação e à psicopatologia, evidenciando sintomas
como obsessão, estados confusionais, ninfomania,
depressão etc. entre 1759 e 1840. Os autores
acrescentam uma das primeiras descriçõesl, datada de
1842, como caso de "insanidade" pré-menstrual (grifo do
autor). Segundo os mesmos cientistas, pesquisadores
franceses, a partir desta data, começaram a descrever o
período menstrual como um intervalo de tempo em que
ocorria clara alteração de tipo afetivo (depressão e mania),
assim como a existência de relação dessas alterações
com a ocorrência da psicose puerperal.
Em 1837, Pritchard, citado por Donoso e Marinovic (2000),
descreveu um quadro caracterizado por mau humor,
propensão a brigas e melancolia no período pré-
menstrual. Também autores alemães estudaram o tema,
e, em 1902, o texto Psychosis Menstrualis, de Krafft-
Ebing, classifica os casos segundo a sua associação
temporal com o ciclo menstrual. Posteriormente, em 1914,
Jolly, também citado por esses autores, realiza uma
extensa revisão de casos e propõe uma classificação
segundo a etapa do ciclo de vida da mulher em que
aparece o transtorno. (Donoso e Marinovic, 2000 Apud
Gislene C. Valadares et al 2006 ).
Frank (1931) Apud Nogueira (1998) descreve Tensão Pré-
Menstrual (TPM), para denominar o desconforto físico e
emocional das mulheres na ultima fase do ciclo menstrual.
Introduzido pela primeira vez na IXª versão da
classificação das doenças (CID), capítulo das doenças do
aparelho geniturinário, como Síndrome da Tensão Pré-
Menstrual (STPM),(OMS 1978 Apud Nogueira 1998).
É predominante nas catalogações bibliográficas e artigos
científicos, Síndrome Pré-Menstrual(SPM) proposto por
Dalton, 1953 Apud Nogueira 1998, na Medicina a definição
de síndrome é: “ um estado mórbido caracterizado por um
conjunto de sinais e sintomas que pode ser produzido por
mais de uma causa” (Nogueira 1998).
A partir do reconhecimento da SPM como doença, surgiu
uma série de questões éticas e legais relacionadas à
responsabilidade penal e à discriminação das mulheres
portadoras desse sofrimento. A SPM foi utilizada como
atenuante para crimes violentos e acidentes, esteve
envolvida em 50% das admissões de mulheres em
urgências psiquiátricas e 70% das hospitalizações de
mulheres deprimidas. Por outro lado, apesar do
reconhecimento da SPM como doença, esta continua vista
socialmente como motivo de chiste e depreciação
feminina, com muitas das mulheres portadoras de
sintomas severos queixando-se, com frustração e mágoa,
da falta de sensibilidade dos profissionais de saúde em
avaliar a doença, bem como da falta de opções
terapêuticas (Thys-Jacob, 1998; Parry, 1999 Apud Gislene
C. Valadares et al 2006 ).

3.4 Sintomas

A paciente portadora de SPM pode apresentar alterações


comportamentais (tensão, irritabilidade, flutuações do
humor, ansiedade, crise de choro, depressão, insônia,
etc), fadiga, hipersensibilidade das mamas, acne, aumento
de apetite, cefaléia, dor nas articulações, e etc. ( Gonzales
2005)
Os trabalhos de Dalton na década de 50, na Inglaterra, e o
trabalho de Cavalcanti em recife, no final dos anos 70,
mostraram indiscutível tendência de acidentes e violência
no período pré-menstrual, sendo que o brasileiro
encontrou 75% dos delitos,94% dos homicídios, 88% das
agressões, 94% dos acidentes de trânsito e 100% das
tentativas de suicídio nesse período (Cavalcanti & Leal,
1978 Apud Nogueira). O ciclo ovulatório se mantém de 10
a 14 dias até a menstruação. Sintomas pré menstruais são
comuns em mulheres de idade reprodutivas, 75 % das
mulheres com ciclos menstruais regulares apresentam
alguns sintomas de tensão pré-menstrual (Neto; Gauer;
Furtado 2003).
Neto; Gauer; Furtado (2003) afirmam que mais de 160
sintomas estão associados ao ciclo e são intensos o
suficiente para interferir nas atividades diárias, e que o
Transtorno Disfórico Pré-menstrual (TDPM) tem os
mesmos sintomas da (STPM) só que mais intensos e esta
presente em 3 a 5 % das mulheres, os autores afirmam
que mulheres com (TDPM) são mais sensíveis a os níveis
normais de progesterona e estrógeno , e que a serotonina
e o GABA*2 parecem estar envolvidos na etiologia da
(TDPM). O TDPM Tem sido definido como transtorno
psicofisiológico onde predominam tanto perturbações
somáticas quanto emocionais.
*2 GABA é o principal neurotransmissor inibidor no
sistema nervoso central dos mamíferos. Ele desempenha
um papel importante na regulação da excitabilidade
neuronal ao longo de todo o sistema nervoso.

3.5 Etiologia

Não tem etiologia definida, podendo ser originada de


desequilíbrio de estrogênio, progesterona , hipoglicemia,
excesso de aldosterona ou de prostaglandinas, níveis
séricos elevados de prolactina, fatores psicogênicos,
baixos de progesterona, níveis elevados de estrogênio,
aumento da atividade renina-angiotensina ou das
glândulas supra-renais, suspensão de endorfinas
endógenas, alterações centrais nas catecolaminas ou
deficiência vitamínica (Gonzales 2005)
Segundo Coutinho (1996) os sintomas da SPM são
causados pela retenção de água e sal gerado por
hormônios que preparam a mulher para a gravidez, que
quando não acontece a implantação os níveis de
hormônios diminui, como conseqüência, o sal, a água e os
produtos de anabolismo dos hormônios se acumulam nos
espaços extracelulares, provocando a SPM ( distensão
abdominal , cefaléia , cansaço e etc.)
Ballone (2008) afirma que os níveis hormonais são
normais entre mulheres com e sem TPM. Os níveis de
estrogênio aumentam nas três primeiras semanas do ciclo,
assim como aumentam também as endorfinas fisiológicas
(substâncias analgésicas produzidas pelo sistema nervoso
central). Esse aumento é potencializado pelo aumento do
hormônio progesterona seguido da ovulação. Além de sua
contribuição para a sensação de bem estar, as endorfinas
também aumentam as sensações de fadiga queixadas por
mulheres com TPM, Na quarta semana do ciclo os níveis
de estrogênio e progesterona diminuem, assim também
acontecem com as endorfinas, produzindo o aparecimento
dos sintomas da SPM. (Halbreich, 1981 Apud Ballone
2008).
4 A Tensão Pré-Menstrual na visão Psico-Corporal

Na investigação da origem dos traumas Freud estudou a


criança e descobriu que o início das neuroses está na
repressão sexual sofrida pelos indivíduos ainda na fase
infantil da vida (Nunes 2000).
Finalmente, os psicanalistas descobriram que os impulsos
sexuais ocorrem com regularidade em nossas próprias
crianças como caricatura do que se passa com adultos,
mas são reprimidos no período de latência, dos cinco até a
puberdade. (Kyrle 1996, p122)
Muitas formas de repressão e rejeição sexual acontecem
em nossa sociedade, temos a famosa intervenção do
incesto no complexo de Édipo, a forma como isso é feita
pode gerar problemas futuros ou não, linguagens que
distorcem a sexualidade pode estar implícito a rejeição e a
repressão, uma vez que a criança está num processo de
aprendizagem, maturação psicossexual e sem malicia,
carregam as informações, se perturbam com as
contradições desta linguagem em relação a sua própria
natureza, e assim nega a si mesma para se adaptar as
necessidades de uma sociedade neurótica com objetivo
de defesa.
Para a Menina , a puberdade se inicia com a primeira
menstruação , a menarca. Nessa época , surge uma
excitação sexual , proveniente das transformações do
organismo, revivescência poderosa da sexualidade
infantil.(Langer 1981 )
A menarca é uma expressão natural da feminilidade que
muitas vezes está fortemente reprimida desde criança, e
com o aparecimento da menstruação, a menina continua a
ser alvo da repressão.
Amaral (2003) Afirma que a partir da menarca, aparece
uma vigilância cada vez maior com relação os passos da
menina, e a cobrança da família (velada ou explícita) de
um comportamento à altura do novo status adquirido.
O novo comportamento inclui o modo de se sentar, vestir,
o manter-se distantes dos meninos, proteger sua “ virtude”
. Aparece com força a palavra de ordem que caracteriza
socialmente o papel da moça de família: o recato
(Bassanazi 1997 Apud Amaral 2003).
A menarca marca um passo importantíssimo na vida da
mulher. A menina revive na puberdade simultaneamente
todos os seus conflitos infantis e entra nos
correspondentes à maturidade sexual (Langer 1981).
Mas infelizmente não é possível para muitas meninas
vivenciar a menarca como uma transição saudável, é
intrigante o fato de o corpo voltar contra si, mas é assim
que acontece na TPM para quem não está sabendo o que
esta acontecendo realmente, é assim que acontece em
muitos lares quando a menarca aparece se mostrando
algo que não é bom.
Foi assombroso, em pleno século XXI, encontrar tantos
relatos de mulheres que não tinham sido orientadas sobre
a menstruação, e cuja reação, à vista do sangramento, foi
de perplexidade e horror, sentimentos de morte, de
ferimento. Ainda assim, muitas não contavam a ninguém,
guardando segredo, o que reveste a menstruação de tal
atributo, que a vergonha de expor supera até, mesmo o
medo da morte. (Amaral 2003, p. 54)
É assim que quando é surpreendida pela primeira
aparição de sangue em seus genitais, é cuidada e
submetida a uma quantidade de recomendações e
proibições, que convertem a vivência de uma função que
deveria ser algo natural e fisiológico, em outra que a
representa como um estado real de enfermidade (Salerno
1964).
Na menarca acontece uma poderosa bomba de hormônios
que estão relacionados com a feminilidade, naturalmente
um aumento da excitação sexual, será que podemos ver
com clareza o que está acontecendo com essas mulheres
que sofrem do mal da TPM?
Podemos compreender o por que de muitos autores da
área da medicina, afirmarem que a TPM está vinculada a
alterações hormonais , esses que aumentam o potencial
feminino, quando essas alterações também acontecem
com mulheres sem TPM . Estamos diante de um
contraste, em quanto os hormônios impulsionam as
mulheres para a espontaneidade feminina, o bloqueio
crônico na região genital que foi formado pela repetição
dinâmica da repressão sexual, impede o livre ar da
sexualidade, colocando a mulher dentro de uma tensão.
Reich (1926) denominou esses bloqueios musculares de
“Couraças Caracterológicas.” Uma boa definição de
couraça muscular de caráter é: Toda força que eu faço pra
não fazer o que eu quero, aquilo de que eu gosto, e aquilo
de que preciso (Gaiarsa 2004).
Esses hormônios responsáveis pela feminilidade e pela
menstruação estão em níveis alterados no ciclo pré-
menstrual, na verdade a couraça pélvica esta em
contraponto em relação as emoções e sentimentos que
essa alteração hormonal provoca, esses sentimentos e
emoções que estão relacionado com a sexualidade foram
reprimidos ao longo da historia da humanidade.
É esta condição cultural de repressão que leva de fato as
meninas a ignorarem a própria vagina, e a não fazerem
absolutamente nada com ela. Já não digo atividade
sexual, digo que elas não sabem sequer que a vagina
existe e fazem muito para continuar não sabendo e
sobretudo não sentindo .Sentir é perigoso.(Gaiarsa 1984)
Quando Gaiarsa diz que é perigoso a menina sentir a
vagina, é no sentido ameaçador, pois elas foram
reprimidas por isso repedidas vezes principalmente pelas
pessoas de quem elas esperavam amor e respeito, e o
jeito que elas fazem para não sentir é tencionando a
musculatura da região pélvica assim ela esta protegida de
forma inconsciente da ameaça de sofrer novamente .
Como estamos num capítulo onde falamos de uma
problemática que esta a nível do corpo, que também esta
relacionados com problemas psíquicos, eles estão ligados.
Os indivíduos neuróticos não conseguem ter uma vida
sexual saudável, por que sua espontaneidade sexual foi
bloqueada na infância e é essa a origem da neurose. A
questão é como o individuo pode conseguir bloquear sua
espontaneidade sexual, e por que não consegue mais
desbloquear. Esse bloqueio sexual infantil é feito de forma
repetitiva, gerando assim um bloqueio crônico, que tem
como objetivo de defesa, ou seja, evitar o evento
repressor, assim a potencia da sexualidade de um
individuo está em seu órgão genital, para que ele possa
bloquear sua espontaneidade sexual, naturalmente esse
bloqueio estará na região genital.
Somente ao nível da psicologia analítica do ego, é correto
considerar-se a neurose como produto “da antítese entre
um ego organizador e os elementos reprimidos e dele
dissociados”(Lowen 1958).
De fato, Freud postula, em “O ego e o id”, que “o ego é
primeiro e acima de tudo, um ego corporal”(Kupermann
2003).
A neurose é uma antítese entre o ego que é corporal com
os elementos reprimidos no inconsciente. Estamos falando
de repressão sexual, e a parte reprimida no corpo é o
genital , e naturalmente estes indivíduos não tem
consciência disso.
Uma forma que a mulher encontra para escapar desta
problemática é negando sua feminilidade onde o ponto
mais forte ou concentrado de sua feminilidade esta no seu
órgão genital, que na menstruação há uma afirmação
desta feminilidade, e no meio deste contraste se encontra
o sofrimento. Suponhamos que a qualidade da neurose
em contraponto a picos de hormônios que influenciam na
sexualidade determinará o nível desta TPM . A mulher
normalmente equilibrada admite sua menstruação, e isto é
justamente um índice de sua saúde psíquica. A neurótica
a rechaça, ou seja, não aceita sua feminilidade ; o
episódio menstrual significa para ela um acontecimento
anômalo, diante do qual, se contraria, se defende e reage
com ódio.(Salerno 1964)
Quanta energia possui uma pessoa,e que parcela é
utilizada na atividade sexual? A economia de energia ou
economia sexual de um individuo diz respeito ao equilíbrio
entre carga e descarga de energia ou entre a excitação
sexual e sua respectiva liberação. A couraça muscular ou
as tensões musculares crônicas servem para manter a
economia em equilíbrio, retendo a energia que não pode
ser descarregada.(Lowen p,14. 1982)
Estamos focando a carga e descarga dessa energia e
quando ela é direcionada para o sexo, a couraça serve
para reter essa energia que não pode ser descarregada,
podemos saber que descarregar essa energia sexual no
caso da mulher que estamos especificando, ela estará
colocando em risco ser rejeitada e reprimida, é certo que
esse mecanismo de defesa é inconsciente. Esta couraça
serve para protegê-la e manter o equilíbrio, mas ao
mesmo tempo é com a libertação dessa couraça que ela
poderá ser espontânea, o que seria o natural e o que foi
reprimido. Naturalmente no ciclo pré-menstrual essa
energia sexual aumenta ou fica alterada, como a mulher
que sofre de TPM, e está impedida de descarregar
totalmente essa energia ,ela entra em sofrimento.
As mulheres que tiveram relações sexuais satisfatórias
antes da menstruação geralmente declaram que não
sentem irritabilidade, dor ou cólicas. A tensão pré-
menstrual, expressão aplicada a essa condição, é criada
pela incapacidade de descarregar a excitação sexual que
se desenvolve nesse momento (Lowen 1970).
Nesta afirmação de Alexander Lowen precisamos
entender que esta incapacidade de descarregar a
excitação sexual se dar por uma tensão muscular crônica.
Então quando a mulher consegue ter uma relação sexual
satisfatória provavelmente não tem tensões musculares
severas ou nem uma que bloqueiem essa excitação
sexual e a descarga.
A Tensão Pré-Menstrual, está num conflito que acontece
tanto físico quanto psicológico , ou seja, o físico e o
psicológico não se separam, a mulher adulta quando esta
sofrendo os sintomas da TPM , esta vivenciando de forma
intensa um conflito que tem uma raiz na infância, que está
no contraponto entre a couraça pélvica causada pela
repressão da
sexualidade e a sexualidade ou feminilidade proveniente
dos hormônios responsáveis pela mesma, que se
encontram em níveis alterados no ciclo pré menstrual.

4.1 Tese de Doutorado em Medicina de Clarissa Nogueira


DETERMINANTES DA
SÍNDROME PRÉ-MENSTRUAL
ANÁLISE DE ASPECTOS
CLÍNICOS E EPIDEMIOLÓGICOS

A Síndrome Pré-Menstrual é condição mal definida e mal


compreendida, não havendo consenso na maioria dos
seus aspectos. Com o
objetivo de discutir seus determinantes, realizou-se estudo
descritivo de corte
transversal, sobre presença e intensidade de sintomas no
período prémenstrual
em 254 mulheres. Foram identificados quatro grupos: as
sem
sintomas, que corresponderam a 13,8%; as com forma
leve, 22,4%; as com
forma moderada, totalizando 20,5% e as identificadas
como forma grave, que
foram 43,8%. Utilizando-se análise por regressão logística,
odds ratio e testes
de confiança constatou-se associação da forma grave com
viver com
companheiro, ter sido submetida à ligadura tubária ou não
trabalhar fora.
Quanto a idade, cor, qualidade do relacionamento
conjugal, idade à primeira
gestação e à menarca, uso de anticoncepcionais
hormonais, atividade sexual e
suas disfunções, gestações, abortamentos, uso de
cafeína, tabagismo,
escolaridade e renda não houve diferenças significativas.
A forma grave foi
mais prevalente nas mulheres que têm dismenorréia ou
ciclo irregular. Os
antecedentes de doenças psiquiátricas, hipertensão na
gestação, asma,
alergias, calculose renal, convulsões e artrite não
mostraram diferenças. Entre
as com forma grave o sintoma mais relatado foi
irritabilidade (88%), seguido por
cansaço em 70,9%, depressão e cefaléia (61,8% cada
um), sendo que 94%
apresentavam mais de um sintoma e 76,4% associação de
sintomas físicos e
psíquicos. Poucas procuraram tratamento sendo que,
segundo as que o
fizeram, os profissionais disseram que não era nada.
Concluiu-se que a SPM
afetou quase a totalidade das mulheres, metade delas
intensamente,
geralmente por poucos dias, estando associada tanto a
condições biológicas
quanto psicossociais.( Nogueira 1998)
Análise de Regressão Logística - para estudar o efeito dos
vários
fatores de interesse sobre a ausência ou presença em
vários graus
de intensidade de sintomas pré-menstruais foram
ajustados modelos
de regressão logística. Estes ajustes consideraram como
resposta
(variável dependente) os graus leve, moderado, grave e
sem, e
como efeitos (variável independente) os vários fatores sob
estudo.
O Teste do X2 considerou significativos níveis de p até
5%.
tabelas de contingência, cálculos de odds ratio e de
intervalos de
confiança exatos para proporções. .( Nogueira 1998, p 30)
Este foi um estudo descritivo do tipo corte transversal
realizado em
mulheres em idade reprodutiva que se encontravam em
serviços de saúde para
atendimento ginecológico de rotina, não-ginecológico ou
acompanhantes de
pessoa a consulta.
Os sujeitos foram selecionados entre mulheres que
aguardavam
consulta na sala de espera do Ambulatório do Hospital de
Clínicas da
Universidade Estadual de Campinas e do Posto de Saúde
da Vila Costa e
Silva, no município de Campinas, no período de abril a
novembro de 1992. ( Nogueira 1998, p 24)
Das 254 mulheres entrevistadas, 35 (13,8%) negaram
sintomas no
período pré-menstrual e 110 (43,3%) declararam pelo
menos um sintoma
intenso resultando em algum dano à sua vida, que foram
classificadas como
forma grave. Outras 57 (22,4%) tinham forma leve, com
sintomas leves ou
moderados, enquanto 52 (20,5%) exibiram forma
moderada, pois declararam
pelo menos um sintoma intenso, mas sem causar danos. (
Nogueira 1998, p 31)
Analisando-se o estado marital, os dados mostraram
diferença
estatisticamente significativa na distribuição das formas
clínicas de SPM, havendo
maior prevalência de forma grave entre as com coabitação
com companheiro.
Conclusões
1. Quase a totalidade das mulheres admitiu manifestações
desagradáveis na
fase pré-menstrual, e metade delas identificou danos a
sua vida,
especialmente no desenvolvimento de tarefas e/ou no
relacionamento
interpessoal.
2. A SPM foi associada a fatores psicossociais, como ter
companheiro de vida
conjugal e trabalho exclusivamente doméstico, mas
também com fatores
biológicos como ter ciclos irregulares, ligadura tubária ou
dismenorréia.
3. A SPM não foi associada à idade, cor, gestações, idade
da menarca e
primeira gestação, antecedentes de abortamentos e de
hipertensão na
gravidez, calculose renal, asma, artrites, alergias, epilepsia
ou doenças
psiquiátricas.
4. A SPM não foi associada com atividade sexual e suas
disfunções, nem ao
uso de métodos anticoncepcionais hormonais.
5. A SPM não foi associada à ingestão de substâncias
cafeinadas ou
tabagismo.
6. A SPM não foi associada à qualidade do
relacionamento do casal, nível de
renda ou escolaridade.
7. O quadro clínico, de início impreciso ou desde as
primeiras menstruações,
foi composto por múltiplos sintomas, geralmente
associando irritabilidade ou
depressão, com dores abdominais ou cefaléia e edema,
atingindo, para a
maioria, até 7 dias.
8. Poucas mulheres procuraram tratamento por esta
causa. A maioria dos
profissionais, segundo as que procuraram, não considerou
que estava
diante de um problema a ser tratado. ( Nogueira 1998, p
81)

No item 4 desta conclusão: A SPM não foi associada com


atividade sexual e suas disfunções, nem ao uso de
métodos anticoncepcionais hormonais. Podemos
encontrar uma aparente antítese a visão psico-corporal da
TPM, se baseando pelo que afirmou Alexander Lowen: As
mulheres que tiveram relações sexuais satisfatórias antes
da menstruação geralmente declaram que não sentem
irritabilidade, dor ou cólicas.

4.2 Sociedades com ausência de repressão sexual.

Estudos sobre a sociedade matriarcal trobriandesa do


antropólogo Bronislaw Malinowski chegaram até Reich,
que passou a analisá-los e constatou que não havia
distúrbios sexuais nas crianças ou adolescentes e nem
dificuldades orgásticas nos adultos. a sociedade
trobriandesa, por ser matriarcal, não se
utilizava,praticamente, da repressão sexual e,
consequentemente, não havia “miséria sexual”. Neste
sentido, Reich concluiu que é a sociedade patriarcal que,
com a repressão sexual que lhe é característica, promove
o desequilíbrio energético (muita carga e pouca descarga),
produzindo estase (contenção energética ) e distúrbios
sexuais.

Na sociedade trobiandesa os jogos sexuais entre as


crianças eram consentidos e a única regra repressiva era
o tabu do incesto. Desse modo, as crianças podiam ter
muitas possibilidades de satisfação sexual. As crianças
cedo, tornavam-se independentes. Não existia coerção ou
uma disciplina sistemática. Rapazes e moças podiam ter
relações sexuais enquanto namoravam e isto não
significava um compromisso de ter relações
duradouras. Estas somente ocorriam quando o casal, após
a experiência do namoro decidisse por morar junto.
Homens e mulheres eram tratados com respeito e as
ultimas não eram tratadas como inferiores, como nos
sistemas patriarcais.( Câmara 2009, p 52)
Já em 1926 Malinowski contentava, em uma das suas
publicações, a natureza biológica do conflito sexual entre a
criança e os pais ( conflito de Édipo) descoberto por
Freud. Estava certo ao argumentar que a vinculação entre
as crianças e os pais muda com os processos sociais; que
era, por tanto, de natureza sociológica e não biológica. Em
suma, a própria família na qual a criança cresce é o
resultado de um desenvolvimento social. Entre os
trobriandeses, por exemplo, não é o pai mais o irmão da
mãe da criança quem determina a maneira como a criança
deve ser educada. Isso é uma característica importante do
matriarcado. O pai desempenha somente a função de
amigo dos filhos. O complexo de Édipo dos europeus não
existe entre os trobriandeses. Naturalmente a criança
trobriandesa também entra em conflito os tabus e
preceitos da família, mas essas leis de conduta são
fundamentalmente diferentes das dos europeus. Fora o
tabu do incesto entre irmão e irmã, não contem proibições
sexuais.
O principal trabalho de Malinowski, The sexual Life of
Savages, apareceu em 1929. Continha uma profusão de
documentos que tornavam absolutamente claro que a
repressão sexual era de origem sociológica e não
biológica. O próprio Malinowski não discutiu a questão no
seu livro, mas a documentação falava por si. No meu
ensaio “Der Einbruch der Sexual-moral” (segunda edição,
1934), tentei demonstrar a origem sociológica da negação
sexual, com base nos documentos etnológicos
disponíveis. Resumirei o que é importante para a presente
discussão.
As crianças trobriandesas não conhecem a repressão
sexual, nem há para elas segredo sexual. A vida sexual
das crianças trobriandesas desenvolve-se naturalmente,
livremente e sem interferências através de todos os
estágios da vida com satisfação sexual plena. As crianças
entregam-se à atividade sexual de acordo com a idade.
Apesar disso, ou melhor, precisamente por essa razão, a
sociedade trobriandesa, na terceira década deste século,
ignorava quais quer perversões sexuais, enfermidades
mentais funcionais, psiconeuroses e o assassínio de
origem sexual; não havia um palavra para “roubo”. Na sua
sociedade, a homossexualidade e a masturbação eram
encaradas como um meio incompleto e inatural de
satisfação sexual e como uma prova de perturbação da
capacidade de experimentar a satisfação normal. O estrito
e neurótico-obsessivo treinamento de anseio, que solapa a
civilização das raças brancas, é desconhecidas crianças
trobriandesas. Por isso, o trobriandês é espontaneamente
limpo, ordeiro, naturalmente sociável, inteligente e
trabalhador. O casamento monogâmico voluntario não
compulsivo, que pode, sem dificuldades, ser dissolvido a
qual quer hora, prevalece como forma social de vida
sexual. Não há promiscuidade.
A poucas milhas das ilhas de Trobriand, nas ilhas de
Amphlett, vivia uma tribo com um sistema patriarcal
baseado na autoridade da família. Todas as
características dos neuróticos europeus (desconfiança,
angustia, neuroses suicídios, perversões, etc.) já eram
evidentes nos nativos dessas ilhas.
A nossa ciência, que é tão exagerada na negação sexual,
conseguiu até anular a importância de fatos decisivos
colocando de lado a lado, e igualando-os, o importante e o
não importante, o lugar-comum e o extraordinário. A
diferença que acabo de descrever entre a organização
matriarcal e livre dos trobriandeses e a organização
patriarcal e autoritária da tribo que vive nas ilhas de
Amphlett tem mais peso para a avaliação da higiene
mental que as curvas e gráficos mais complicados e
aparentemente mais exatos do nosso mundo acadêmico.
Até que ponto uma população desfruta da sexualidade
natural? – essa é a questão fundamental básica da higiene
mental.
Freud afirmava que o período de latência sexual das
nossas crianças, entre as idades de seis a doze anos
aproximadamente, era de natureza biológica. Fui atacado
pelos psicanalistas por que verifiquei, em adolescentes
oriundos de vários estados da população, que não há
período de latência quando a sexualidade se desenvolve
de maneira natural. O período de latência é um produto
inatural da civilização. Agora Malinowski o confirmava. A
atividade sexual das crianças trobriandesas é continua;
varia, apenas com a idade. Não há período de latência. As
relações sexuais começam quando a puberdade exige. A
vida sexual dos adolescentes é monogâmica; a mudança
de companheiro se dá calmamente e de maneira pacífica,
sem violência ou ciúme. E , contrariando completamente a
nossa civilização, a sociedade trobriandesa proporciona os
meios de isolamento e higiene à sexualidade do
adolescente, conhecimento dos processos naturais. Há
apenas um grupo de crianças excluídas desse processo:
são as crianças reservadas para um casamento pré-
arranjado, economicamente vantajoso, com
um primo cruzado. Esse casamento traz vantagens para o
chefe e constitui o núcleo em torno do qual se desenvolve
uma ordem patriarcal. O casamento de primos cruzados
encontrou-se em toda parte onde a pesquisa etnológica
pôde provar a existência atual ou histórica do matriarcado
(cf. Morgan, Bachofen, Engels e outros). Exatamente
como nossas crianças são obrigadas a viver vida ascética;
demonstraram as mesmas neuroses e traços de caráter
nos neuróticos. O seu ascetismo tem função de torná-los
subservientes. A supressão sexual torna-se um
instrumento essencial de escravização econômica.
Assim a supressão sexual na criança pequena e no
adolescente não é uma pré-condição para o ajustamento
cultural, a socialidade, a atividade, e a limpeza, como
afirma a psicanálise, de acordo com a noção errônea
tradicional de educação. É exatamente o contrário. Com a
sua completa liberdade quanto à sexualidade natura, os
trobriandeses um alto estagio da agricultura. Mais
significativamente, por causa da ausência de impulsos
secundários, preservaram uma condição social que pode
parecer sonho para todo estado europeu de 1930 ou 1940.
Crianças saudáveis são sexualmente ativas de maneira
natural e espontânea. Crianças doentes são sexualmente
ativas de maneira inatural, perversa. Por isso, na nossa
educação sexual ou ascetismo mas a alternativa de
sexualidade natural e sã ou sexualidade perversa e
neurótica.
A repressão sexual é de origem econômico-social e não
biológica. A sua função é assentar o fundamento para uma
cultura patriarcal e autoritária e para a escraavidão
econômica, que encontramos especialmente pronunciada
no Japão, na China, na Índia e em outros países. Na sua
vida sexual, o período primitivo da humanidade foi fiel às
leis naturais. Empregando a energia da sexualidade
suprimida, o período intermediário da sociedade patriarcal
autoritária dos últimos quatro ou seis mil anos produziu a
sexualidade secundaria, perversa e distorcida do homem
moderno. ( Reich 1942 , p 197)

Mostrarei um pequeno trecho de uma sociedade patriarcal,


onde a mulher não tem problemas com a puberdade que
segundo Berenstein se da inicio com a primeira
menstruação, e que essas mulheres provavelmente não
tem problemas com a frigidez.
*3 Em sua convivência íntima com meninas e mulheres
jovens de três aldeias , chegou à conclusão de que a
puberdade não apresentava problemas especiais para
elas e que, além disso , a mulher parecia muito conforme
com o seu papel feminino , ainda que vivendo numa
sociedade patriarcal que deva mais direitos ao homem, do
que a ela. Estou plenamente de acordo com a autora
quando toma como índice desta conformidade com o sexo
o fato que a frigidez seja totalmente desconhecida entre as
samoanas. (Langer 1981 )
Mead conduziu estudo entre um pequeno grupo de
samoanos, numa aldeia de 600 pessoas na ilha de Tau —
na qual se familiarizou, viveu, observou e entrevistou
(através de um intérprete) 68 mulheres jovens entre os 9 e
os 20 anos.
Concluiu que a passagem da infância à adolescência na
Samoa era uma transição suave e não estava marcada
pelas angústias emocionais ou psicológicas, e a
ansiedade e confusão observadas nos Estados Unidos.
Como Mead esperava, este livro indispôs os ânimos de
muitos ocidentais quando apareceu pela primeira vez, em
1928. Muitos leitores americanos ficaram em choque pela
observação de que as jovens mulheres samoanas
adiavam o casamento por muitos anos enquanto
desfrutavam do sexo ocasional, mas que, uma vez
casadas, assentavam e criavam com êxito os próprios
filhos.
Parce que ambas sociedades que descrevi, vivem como
os humanos da pré-historia, liberdade sexual, liberdade
pra um compromisso monogamico, e ausencia de
disturbios sexuais e emocionais.

___________
*3 Marie Langer faz um comentário do livro “Adolescencia
y cultura en Samoa” de Margaret Mead que faz uma
descrição de uma sociedade diferente da nossa, onde ela
busca averiguar se os problemas da puberdade de nossa
sociedade são causados por fatores biológicos ou
consequência de fatores culturais.
Conclusão

No inicio da civilização algo aconteceu, pois o homem


começou a exercer seu poder sobre a mulher, e muitas
culturas carregam essa problemática que não faz parte da
cultura do corpo, muitas mulheres herdaram esses
problemas que se compõem em varias culturas, hoje ainda
existe civilizações semelhantes a da pré-história, onde não
demonstram os problemas que acontecem em nossa
civilização especificando a sexualidade. Com o surgimento
da civilização e sua continuidade, por um acaso nas
mesmas épocas e lugares distintos, surgiram problemas
com o ciclo pré-menstrual, há uma séria de fatores
químicos, que comprovam em partes a etiologia da TPM,
por que uma parte das mulheres tem as mesmas
alterações químicas e não apresentam o problema.
O fato desses hormônios alterarem o comportamento de
muitas mulheres, e como também as tenções musculares
crônicas que impedem a espontaneidade da mulher leva a
um ponto importante para ser observado , pois eles se
contrapõe, os dados clínicos é que nos revelarão
realmente as raízes dessa problemática, com a coragem
das mulheres que se dispõem a se tratar.
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