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CAPÍTULO I

DEPRESSÃO: O MAL DO SÉCULO

1. O que é depressão

A depressão é um transtorno comum, porém sério, que interfere na vida


do cidadão, podendo atrapalhar o desenvolvimento acadêmico, a vida pessoal e
profissional, seus afazeres são comprometidos, sofrem insônia, falta de apetite,
perda de peso e algumas de suas responsabilidades são negligenciadas, alguns
fatores como perda de alguém querido, desemprego, traição podem
desencadear mais rapidamente esse transtorno. Mas engana- se quem pensa
que toda pessoa depressiva demonstra ter esse distúrbio, algumas pessoas
levam uma vida normal, descontraída e escondem que estão doentes,
dificultando assim o diagnóstico.

O transtorno depressivo é um problema de saúde pública e necessita de


atenção especial, pois cada vez mais vem crescendo o número de pessoas que
comentem suicídio devido a esse transtorno, é necessário que se tenha um olhar
voltado a pessoas que demonstram qualquer sinal de que não está bem, pois
muitos pensam em depressão como “frescura”, “drama” e que logo passa e não
se atentam aos sinais de que tal pessoa precisa de ajuda e tratamento.

É uma doença que compromete o organismo como um todo,


comprometendo a forma como a pessoa vê o mundo, suas relações afetivas e a
sensação de prazer em certas atividades, que com o tempo vai diminuindo.

Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 800


mil pessoas comentem suicídio a cada ano, sendo assim essa é a segunda
causa principal de mortes entre pessoas com a faixa etária de 15 a 29 anos. Os
países mais pobres possuem maiores taxas de pessoas depressivas do que
países mais desenvolvidos, devido à falta de recursos para o sistema de saúde.
Com grande expressividade no
cenário mundial, a depressão tem
apresentado índices alarmantes nos
últimos tempos. Já chamada de “o mal
do século”, deve atingir entre 15% e
20% da população mundial, no mínimo
uma vez na vida. De acordo com a OMS
(Organização Mundial da Saúde), até o
ano de 2020, tende a ocupar o 2° lugar
entre as causas de ônus gerados por
doenças degenerativas e mortes
prematuras. (TEODORO,2010, p.15)

É comum que um mesmo indivíduo tenha mais de um distúrbio ao longo


de sua vida, como por exemplo, uma pessoa com ansiedade começa a ter um
perfil depressivo ou talvez uma pessoa com déficit e atenção que se torna um
usuário de drogas.

Nos tempos atuais, a depressão mostra-se como um dos grandes “vilões”


da humanidade. Todos nós conhecemos alguém que está passando ou já
passou por um processo depressivo e nem sempre é fácil de perceber que tal
pessoa está sofrendo.

Teodoro (2010, p.16) afirma que “Atualmente, os avanços em


neurociência têm possibilitado compreender melhor a relação mente-cérebro e
criar técnicas de intervenção mais eficientes”.

1.1. Depressão e saúde mental

Transtornos mentais são caracterizados por diversos pensamentos,


emoções e comportamentos que podem afetar a vida de um indivíduo e sua
relação com trabalho, estudo e sua interação com outras pessoas.
Existem diversos tipos de transtornos mentais como descreve o Manual
Diagnóstico e Estatístico (DSM-5), como por exemplo: ansiedade
(caracterizados por um conjunto de sentimentos como tensão, medo, mau
pressentimento, que algumas das vezes são desencadeados sem motivos
aparentes), esquizofrenia (provoca distúrbios na mente, causando alucinações,
delírios), transtorno bipolar (provoca oscilações repentinas de humor e
sentimentos).
CAPÍTULO II

DEPRESSÃO INFANTIL

2. Depressão na infância

Durante muito tempo, pensou- se que a depressão infantil não existia ou


que era algo raro na sociedade, esse pensamento se dá ao fato de que a maioria
das pessoas tem um pensamento errôneo de que toda criança é feliz ou que a
infância é a melhor fase da vida de toda pessoa. Estudos apontam que até a
década de 70, não acreditava- se que esse transtorno se desenvolvia em
crianças e adolescentes, apenas em 1970 foram criados os primeiros critérios
para que surgisse esse diagnóstico, elaborados por Warren Weinberg e seus
amigos, onde se considerava o desenvolvimento a doença em crianças e
adultos. A maioria das pesquisas são realizadas em adultos e os resultados são
utilizados para descrever também a depressão que acomete crianças e
adolescentes.

Dado ao reconhecimento de que a depressão é uma doença que acomete


crianças e adolescentes, vem crescendo a preocupação de profissionais da
saúde, pois tal transtorno pode comprometer tanto o desenvolvimento pessoal
quanto o social da criança.

Alguns fatores de risco para o desencadeamento da depressão infantil:

• Um dos pais que possuam transtorno depressivo: (filhos de


pais depressivos tendem mais a desenvolver esse transtorno do
que filhos de pais que não tem depressão);

• Abuso sexual: (uma criança abusada sexualmente tende a


desenvolver transtornos mentais e a depressão é um deles, pois
tal violência mexe com a saúde mental da vítima);
• Situações de violência, como brigas familiares: (presenciar
discussões familiares, episódios de agressões tendem a fazer com
que a criança se retraia ou até mesmo desenvolva um perfil mais
agressivo);

• Perda de algum dos pais, irmãos ou alguém íntimo: (a perda de


uma pessoa próxima é um dos principais fatores para
desencadeamento da depressão, tanto em adultos quanto em
crianças, o sentimento da perda pode trazer também um
sentimento de culpa, crianças depressivas tendem a se culpar mais
por problemáticas que acontecem a sua volta, até mesmo quando
são as vítimas);

• Possuir alguma doença crônica: (nesse caso o transtorno é


desencadeado pela necessidade de conviver com os sintomas da
doença, a falta de perspectiva de um futuro e a forte medicação);

• Problemas de aprendizagem (como déficit de atenção):


(crianças podem nascer com distúrbio de aprendizagem ou
desenvolver com o tempo, o sentimento de incapacidade pode
causar outros danos à saúde mental);

• Bullying: (o bullying pode ser um dos grandes vilões na vida de


qualquer pessoa, principalmente em crianças e adolescentes, que
estão na fase de desenvolvimento, trazendo um sentimento de
inferioridade em relação a outras pessoas).

Alguns sintomas podem passar despercebidos por pessoas que convivem


com uma criança depressiva, tanto no meio familiar quanto na escola, é
necessário que todos estejam sempre atentos a qualquer sinal, pois o
diagnóstico precoce e o início imediato do tratamento são essenciais para que a
doença não se agrave.
Em 1978 foi publicado pela primeira vez o Children’s Depression Scale
(CDS) em português “Escala de Depressão Infantil”, desenvolvido por Moshe
Lang e Miriam Tisher, tem por objetivo avaliar a depressão, ajudando na
elaboração do diagnóstico, juntamente com outros dados clínicos, nessa escala
as crianças podem se expressar respondendo algumas perguntas para avaliar o
nível de preocupação que se passa na cabeça delas, como por exemplo,
perguntas sobre problemas sociais, auto estima, culpa, preocupação com
doenças ou morte e são respondidas através dos comandos “certo”, “muito
certo”, “não sei”, “não tenho certeza”, “errado” ou “muito errado”. (LANG,
TISHER, 2004).

Essa escala vem sendo utilizada por diversos países e muito aproveitada
por psicólogos, para que melhor possam entender e diagnosticar a depressão
na infância.

2.1. Depressão e a escola

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