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1ª.edição
Rio de Janeiro
2008
© 2008 direitos reservados à Diretoria de Portos e Costas
______ exemplares
2
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO ............................................................................................................... 7
U N I D A D E 1 – S i s t e m a s d e P r o p u l s ã o p a r a n a v i o s ........................................ 13
U N I D AD E 2 – S i s t e m a d e P r o p u l s ã o a M o t o r D i e s e l . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51
3
PRO 01
2.14 – Os tipos de lubrificação existentes nos motores diesel marítimos ....................... 95
2.15 – A explicação do ciclo de operação dos sistemas de lubrificação dos motores
auxiliares (MCA) e propulsor (MCP) .................................................................... 99
2.16 – Os procedimentos de manutenção executados no sistema de lubrificação dos
motores diesel marítimos ..................................................................................... 102
2.17 – O funcionamento do lubrificador mecânico .......................................................... 103
2.18 – A lubrificação das cruzetas dos MCPs ............................................................... 105
2.19 – As principais anormalidades do sistema de lubrificação e a maneira de
solucioná-las ....................................................................................................... 106
2.20 – A necessidade de arrefecer os motores diesel ................................................... 109
2.21 – Os principais agentes arrefecedores ................................................................... 110
2.22 – Os componentes do sistema de resfriamento dos motores Diesel....................... 111
2.23 – O funcionamento do sistema de água de resfriamento dos motores auxiliares
(MCAs) e do propulsor (MCP).............................................................................. 115
2.24 – Os tipos de arrefecimento usuais da coroa do êmbolo ........................................ 116
2.25 – As principais anormalidades do sistema de arrefecimento e a maneira de
solucioná-las ........................................................................................................ 118
2.26 – Os procedimentos de manutenção efetuados nos componentes do sistema de
resfriamento dos MCAs e dos MCPs ................................................................... 120
2.27 – O sistema de combustível de um motor diesel .................................................... 121
2.28 – O funcionamento do sistema de transferência de óleo combustível ................... 124
2.29 – O funcionamento do sistema de purificação e de clarificação de óleo
combustível ......................................................................................................... 126
2.30 – Os tipos mais usuais de injeção de combustível ................................................. 129
2.31 – O funcionamento do sistema de injeção de combustível ..................................... 130
2.32 – Os componentes da bomba de injeção ............................................................... 131
2.33 – O princípio de funcionamento de uma bomba de injeção .................................... 134
2.34 – Como isolar uma bomba de injeção .................................................................... 136
2.35 – A finalidade da pulverização do combustível ....................................................... 138
2.36 – Os componentes de uma válvula de injeção ....................................................... 138
2.37 – O funcionamento de uma válvula de injeção ....................................................... 141
2.38 – Os testes que são feitos numa válvula de injeção ............................................... 142
2.39 – Os métodos utilizados na calagem de uma bomba de injeção no motor diesel ... 145
2.40 – O resfriamento de uma válvula de injeção ........................................................... 150
2.41 – Os cuidados a serem tomados com o sistema de injeção ................................... 152
2.42 – A queima do combustível nos cilindros do motor ................................................. 152
2.43 – O funcionamento do sistema VIT (Variable Injection Timing) ou ponto de
injeção variável ................................................................................................... 153
2.44 – Funcionamento de um sistema de injeção eletrônica para motores diesel .......... 156
2.45 – As vantagens da superalimentação .................................................................. 160
2.46 – O sistema de ar de lavagem e a superalimentação ............................................. 163
2.47 – Os métodos utilizados na limpeza do turbocompressor ...................................... 165
2.48 – O funcionamento dos sistemas de partida utilizados em motores diesel ............ 167
4
2.49 – O sistema de segurança do MCP ..................................................................... 173
2.50 – Preparando para colocar o MCP em funcionamento ......................................... 175
2.51 – Os cuidados básicos necessários durante o funcionamento do motor diesel ...... 178
2.52 – As diversas variáveis que influenciam no funcionamento do motor diesel .......... 180
2.53 – A finalidade da regulagem da velocidade do motor diesel .................................. 181
2.54 – Os principais tipos de regulador de velocidade para motores diesel ................... 182
2.55 – O motor diesel reversível e o motor diesel irreversível ........................................ 190
2.56 – O processo de reversão de marcha ..................................................................... 191
2.57 – Os tipos de manutenção usuais do motor diesel .................................................. 193
2.58 – A manutenção planejada de um motor diesel ...................................................... 196
Chave de Respostas das Tarefas e dos Testes de Auto-Avaliação da Unidade 2................ 201
U N I D A D E 3 – S i s t e m a d e P r o p u l s ã o d a T u r b i n a a V a p o r ............................. 211
U N I D A D E 4 – S i s t e m a d e P r o p u l s ã o d a T u r b i n a a g á s ................................ 255
5
PRO 01
6
AP RESE NT AÇ ÃO
Prezado Aluno,
Não desconsiderando a importância das outras máquinas, este trabalho deu uma maior
ênfase ao motor diesel, haja vista sua maciça presença a bordo dos navios mercantes, tanto
nos sistemas de propulsão quanto nos sistemas de geração de energia elétrica. Esperamos
que ao final deste Módulo você seja capaz de demonstrar habilidades pertinentes à condução
segura e eficiente dos diversos sistemas de propulsão dos navios mercantes.
BONS ESTUDOS !
7
PRO 01
8
Vamos dar início ao nosso estudo !
Este manual foi estruturado em quatro unidades de ensino, cujos conteúdos obedecem a
uma seqüência lógica. Procurou-se utilizar uma linguagem interativa para facilitar a
comunicação com o aluno e para que a aprendizagem seja significativa. Ao término de cada
subunidade, preparou-se um teste de auto-avaliação ou uma tarefa, cuja chave de resposta se
encontra no final de cada unidade de ensino.
2. Conteúdos da unidade
Leia com atenção o conteúdo, procurando entender e fixar os conceitos por meio dos
exercícios propostos. Se você não entender, refaça a leitura e os exercícios. É muito
importante que você entenda e domine os conceitos.
4. Auto-avaliação
São testes que o ajudarão a se avaliar, evidenciando o seu progresso. Realize-os, à
medida que aparecerem, e se houver qualquer dúvida, volte ao conteúdo e reestude-o.
9
PRO 01
5. Tarefa
Você coloca em prática o que já foi ensinado, testando seu desempenho de aprendizagem.
6. Exercícios resolvidos
São exercícios que o ajudarão a acompanhar o desenvolvimento passo a passo para a
solução da questão.
10
V II – S ímbolos utiliz ados
Existem alguns símbolos no manual para guiá-lo em seus estudos. Observe o que cada
um quer dizer ou significa.
Este lhe diz que há uma visão geral da unidade e do que ela trata.
Este lhe diz que há, no texto, uma pergunta para você pensar e responder a
respeito do assunto.
Este lhe diz que há uma tarefa a ser feita por escrito.
Este lhe diz que esta é a chave das respostas para as tarefas e o teste de
auto-avaliação.
11
PRO 01
12
U N I D AD E 1
S I S T E M AS D E P R O P U L S Ã O P AR A N A V I O S
13
PRO 01
Há cerca de 4.000 anos antes de Cristo, os micenianos e os egípcios já cruzavam o
Mediterrâneo e o Egeu com suas embarcações. Os fenícios e depois os gregos se
salientaram como grandes navegadores. Os fenícios, com o cedro abundante no monte
Líbano, construíram a primeira grande frota, com a qual comerciaram com os outros povos e
fundaram colônias tão distantes quanto Cartago, na costa da África.
Corinto, Atenas e Mileto foram cidades que floresceram sob o domínio dos mares pelos
gregos. O domínio do império romano deveu-se em grande parte à sua frota naval. Com a
queda de Roma, a marinha entrou em declínio e, durante toda a Idade Média, os segredos de
construção de navios ficaram restritos às cidades italianas de Pisa, Gênova, Florença e
Veneza. Bizâncio e o mundo muçulmano também continuaram com suas construções.
Os grandes navios a vela só vieram aparecer no século XV. Houve navio com área de
vela de até 3.000 m². Já imaginou ? E foram esses navios que propiciaram aos portugueses
as grandes descobertas de terras no século XVI, juntamente com os ensinamentos difundidos
pela Escola de Sagres em Portugal.
14
Máquina alternativa a vapor
A grande maioria das unidades mercantes de pequeno porte costuma apresentar o seu
sistema de propulsão constituído por um motor diesel irreversível, uma caixa de redução e
reversão de marcha, um eixo de transmissão e um hélice de passo fixo. A figura abaixo mostra
um sistema dessa natureza.
15
PRO 01
extrai energia do fluxo de gás quente produzida pela queima de combustível em seu interior,
apesar de seu rendimento inferior ao motor diesel, ainda é utilizada em alguns navios,
especialmente navios de guerra e aqueles que transportam gás natural. Abaixo podemos ver
uma turbina a gás seccionada.
Depois de termos tomado conhecimento dos diversos tipos de propulsão para navios,
vamos começar a nos aprofundar em cada um deles.
Nos dias de hoje, a Propulsão Elétrica vem se apresentando como uma das melhores
opções para preencher os requisitos deste binômio. Sua utilização em situações específicas
como a indústria de prospecção de petróleo é quase imbatível.
Você verá que o Sistema de Propulsão com Total Integração (em inglês Integrated Full
Electric Propulsion – IFEP), inicialmente usado, tem sido substituído pelo Sistema com PODs
ou Rabetas. Você vai estudar cada passo desta evolução até os dias de hoje.
V amos lá!
16
arma que incorporasse características furtivas sob o ponto de vista tático. O nascimento do
submarino ocorreu desta necessidade.
Até hoje, a complexidade em armazenar a energia gerada é o fator restritivo para a sua
utilização como meio comercial. Se no meio comercial fosse utilizado o mesmo princípio dos
submarinos, estaria fadado ao fracasso. O peso das baterias, o espaço utilizado e os gases
que exalam tornam sua utilização no campo do comércio marítimo proibitivo. Pelo menos por
enquanto.
Todos os estudos apontam para a propulsão elétrica como solução viável para essas
situações (Observe na figura 1.1 a propulsão elétrica em uma plataforma).
17
PRO 01
Como necessidade desta aplicação, temos a SOLAS (CONVENÇÃO INTERNACIONAL
PARA A SALVAGUARDA DA VIDA HUMANA NO MAR), a qual determina que os navios mercantes
com madres do leme maiores que 230 mm deverão ter um gerador de emergência e não um
conjunto de baterias para fornecer a energia de emergência de acionamento dessa máquina do
leme.
Em torno de 1970, sistemas com hélices na proa, BOW THRUSTER, e na popa, STERN
THRUSTER, foram incorporados, primariamente acionados por motores Diesel, passando
depois para acionamento hidráulico. Hoje, por razões de velocidade de resposta e por ocupar
menores espaços, são acionados eletricamente. Com isto as operações tornaram-se um pouco
mais seguras e rápidas.
Hoje, a integração dos vários sistemas a bordo (MCP, MCAS, máquinas do leme, em
apenas uma pequena planta de energia), libera espaços que poderão ser usados com carga
para as plataformas.
18
Tarefa 1.1
Vamos realizar agora uma tarefa sobre o histórico da evolução da propulsão Elétrica.
Responda.
Atualmente, o uso de corrente contínua para propulsão elétrica é restrito. As dragas são
exemplos de embarcações que trabalham com propulsão com instalações em corrente
contínua, muito utilizada devido às necessidades de manobrar em águas restritas como, por
exemplo, manobras portuárias.
quatro motores elétricos da propulsão (MEP), ARM, dois por eixo, localizados no
eixo propulsor entre o mancal de escora e o hélice.
chaves manuais; e
reostatos, todos com dissipação de calor muito grande, o que acaba por tornar-se
um entrave em operações em clima tropical.
19
PRO 01
A aceleração do eixo propulsor é obtida pela redução da resistência no seu reostato de
campo.
A tensão nos GEP era mantida pelos reostatos de campo ou pelos reguladores de
velocidade dos motores de combustão.
20
Desvantagens do Motor de Corrente Contínua (C.C.)
O uso continuado desse sistema, com o atrito entre a escova e o coletor, provoca o
desgaste da escova, gerando um centelhamento (SPARK). Como conseqüência, ocorre um
aumento do calor emanado, que pode avariar o coletor do motor.
Calor – a dissipação do calor gerado pela comutação das escovas do coletor acaba
por aumentar o calor ambiente, o que é minimizado com o uso de ventoinhas. Acontece que a
circulação do ar dentro de uma praça de máquinas é contaminada por umidade e poeira. Com
isto, uma grande quantidade de impurezas penetra nessas máquinas e as torna mais
vulneráveis a baixas de isolamento em seus campos. Isso pode levar até mesmo à quebra do
equipamento.
Limpeza do coletor é feita com materiais não abrasivos e não condutores. A limpeza
do isolante no espaço entre as teclas deve ser feita, evitando-se destruir o material que isola
uma tecla da outra.
Checagem da tensão da mola que mantém a escova faceando o coletor essa tensão
da mola poderá ser verificada na prática com o uso de uma folha de papel branco entre o
coletor e as escovas, girando o motor de forma manual e lentamente. O carvão deixará
marcado no papel branco o esboço da superfície de contato com o coletor, indicando aqueles
que estiverem desgastados.
minuciosa. O ajuste deve ser feito com a máquina circulando corrente e resultará em apenas
duas respostas possíveis: nenhum centelhamento ou quase nenhum centelhamento nos
contatos das teclas do coletor com as escovas.
Tarefa 1.2.1
Responda.
21
PRO 01
1.2.1.2) Quais são as principais manutenções efetuadas em um sistema de geração de
corrente continua?
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
Na figura 1.2.1.2 abaixo, observe o processo de deposição de liga de níquel nas teclas de
um coletor. Utiliza-se este mesmo processo para a limpeza destas teclas.
De acordo com a figura 1.2.1.3 abaixo, vemos as ferramentas usadas para a limpeza e
deposição dos coletores.
22
A aceleração é feita, ajustando-se o movimento do rebocador para aceleração lenta,
evitando-se choques no dispositivo de reboque, já que pode romper-se.
1 . 2 . 2 P r o p u l s ã o E l é t r i c a e m C o r r e n t e Al t e r n a d a ( C . A. )
Nas embarcações dessa espécie, os MEPs (Motores Elétricos de Propulsão) são motores
de indução em corrente alternada. A variação de velocidade é feita através de vários
chaveamentos eletrônicos que de modo isolado ou combinado vão atender às necessidades do
navio. Conforme o navio e a época da construção, esses artifícios variam desde mudanças na
amarração de campos múltiplos, como nos motores Dahlander, até o emprego de circuitos
eletrônicos e uma combinação desses métodos.
Além disso, é comum encontrar hélices de passo controlado (HPC) nas instalações ora
descritas, o que elimina a necessidade de variação na carga do MEP.
A variação de passo ainda permite a reversão sem precisar parar o MEP e inverter o
sentido da sua rotação, como é preciso fazer nos motores elétricos menores, por exemplo, nos
guinchos de atracação e molinetes dos ferros.
Ele alcançou e manteve sua posição em virtude de sua robustez, simplicidade e baixo
custo.
23
PRO 01
Motor gaiola de esquilo:
Este é o motor mais utilizado na indústria atualmente. Tem a vantagem de ser
mais econômico em relação aos motores monofásicos, tanto na sua construção
como na sua utilização. Além disso, escolhendo o método de arranque ideal, tem
um leque muito maior de aplicações.
O rotor em gaiola de esquilo é constituído por um núcleo de chapas
ferromagnéticas, isoladas entre si, sobre o qual são colocadas barras de alumínio
(condutores), dispostos paralelamente entre si e unidas nas suas extremidades
por dois anéis condutores, também em alumínio, que curto-circuitam os
condutores.
O estator do motor é também constituído por um núcleo ferromagnético laminado,
nas cavas do qual são colocados os enrolamentos alimentados pela rede de
corrente alternada trifásica. A vantagem deste rotor relativamente ao de rotor
bobinado é que resulta numa construção do induzido mais rápida, mais prático e
mais barato.
A principal desvantagem refere-se ao fato de o binário de arranque ser reduzido
em relação à corrente absorvida pelo estator.
Trata-se essencialmente de um motor de velocidade constante.
Quais são as três for mas de uso da corr ente alter nada como
pr opulsão?
conversores Síncronos;
cicloconversor; e
V amos estudá-los!
1.2.2.1 Convers ores S ínc ronos
1 Retificador.
1 Link.
1 Inversor.
Motores Síncronos.
Nesse sistema, tiristores são usados nos processos de retificação e inversão e são
arranjados de modo a prover redundância, ou seja, sistema de repetição, BACKUP tornando a
operação extremamente segura. Assim, não há necessidade de usar todos os braços de
energia.
24
Figura 1.2.2.1 – Conversor síncrono.
Acima, temos a figura 1.2.2.1 com uma planta básica, que nos mostra claramente o uso
desta forma de geração de corrente alternada.
25
PRO 01
Figura 1.2.2.2 – Cicloconversor.
Esse Sistema caracteriza-se por um link de corrente contínua, que é alimentado pelo
sistema de corrente alternada usando um grupo de DIODOS.
O nível de freqüências harmônicas geradas por esse sistema é inferior àquele gerado
pelo cicloconversor e é proporcional à velocidade do motor elétrico. A tensão de CA fornecida
ao motor é gerada pelo inversor através de partes da tensão de CC.
No caso desse navio, o controle em apenas um quadrante é necessário; mas, para que
haja o controle total nos quatro quadrantes, substituem-se os diodos do retificador por IGBTs
(Insulated Gate Bipolar Transistors).
26
O que são fr eqüências Har mônicas?
Tarefa 1.2.2
Com base no que você estudou sobre Propulsão Elétrica em corrente alternada,
responda.
densidade de energia;
máquina de alta potência para ser usada em propulsão; e
compatibilidade para uso em baixa velocidade – característica de um navio mercante.
27
PRO 01
O uso de certos materiais como o imã permanente demonstra que esse tipo é o que
melhor se ajusta a esta necessidade.
1 . 3. 2 M o t or es de I n d uç ã o Av a n ça d a
Tarefa 1.3
Responda.
1.3.1) Quais são os tipos de motores de propulsão elétrica usados em embarcações de 6500
toneladas (t) ou menos?
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
Importante:
1 . 4 P R OP U LS Ã O P OR P ODS
Atualmente, os motores que estão sendo construídos são de potência superior a 25 MW,
fornecendo energia para toda a propulsão. Com isto os PODs derrubam a supremacia do
28
sistema IFEP (propulsão elétrica de total integração), estudados anteriormente, em que os
motores elétricos não estão ligados diretamente aos hélices. Você verá que essa
independência de cada POD ajuda em muito na economia de combustível.
Na figura 1.4 abaixo, você pode ver uma planta com sistema de Pods.
Veja agora com mais detalhes o Sistema Azipod®. É um sistema com PODs, que
será estudado e enriquecerá seu conhecimento nesta área.
1 . 4 . 1 S i s t e m a AZ I P O D ®
No início da década de 90, surgiu o sistema de propulsão elétrica, no qual o MEP fica
instalado dentro do POD, portanto, dentro da água, e o POD tem movimento azimutal. Esse
sistema recebeu a denominação de AZIPOD®. O nome AZIPOD® corresponde a uma marca
registrada ou TRADEMARK.
29
PRO 01
Elimina a necessidade de longas linhas de eixo, bem como lemes, hélices laterais,
hélices de passo variável e engrenagens redutoras.
A unidade AZIPOD® tem um projeto flexível. Ela pode ser construída para empurrar ou
puxar, em águas livres ou em águas com gelos.
Atenção:
transformadores da propulsão;
sistema de controle; e
30
quadros de propulsão; e
O motor elétrico instalado no POD aciona diretamente um hélice propulsor de passo fixo
e é capaz de proporcionar o torque total em todas as direções e, do mesmo modo, nas baixas
rotações.
Na figura 1.4.1.2, você consegue verificar com clareza a excelente distribuição deste
sistema. Observe que todo o processo é extremamente simples.
1.4.1.3 Aplicação
1 . 4. 1. 4 P r op ul s ã o A Z IP O D ® s i m pl es e du pl a
31
PRO 01
Figura 1.4.1.4 – Propulsão AZIPOD® dupla.
Lançada como nova modalidade de propulsão, o modelo CRP AZIPOD® (CRP = Contra
Rotating Propellers). Foi projetado para altas velocidades e surge como solução competitiva
para navios de contêineres.
Conforme demonstram os testes com modelos, o CRP AZIPOD® tem uma eficiência
muito maior se comparado ao navio com a convencional linha de eixo.
Na figura 1.4.1.5, temos a imagem de como se opera este tipo de propulsão. Observe o
detalhe do hélice.
1 . 4. 1. 6 P r op ul s ã o A Z IP O D ® Co m pac ta
32
1 . 4. 1. 7 Co mp o ne nt es de u ma un i d ad e A Z IP O D @
Unidades principais:
As partes principais da propulsão AZIPOD® estão detalhadas nas figuras abaixo. Para
melhor visualização vamos relacioná-las.
SIGLAS NOMES
Observe, na figura 1.4.1.7.1, que o óleo hidráulico sofre um processo de tratamento para
retirada de impurezas que poderiam anular ou diminuir sua propriedade de acionar todo o
sistema.
33
PRO 01
Figura 1.4.1.7.2 – Unidades TRU, CAU, STU e AZU de um sistema Azipod®
Observe a figura 1.4.1.7.4 pata ter uma visão clara de uma sala de controle de uma
instalação de propulsão elétrica. A limpeza é sua grande característica.
34
Figura 1.4.1.7.4 – Sala de controle de uma instalação de propulsão elétrica.
Tarefa 1.4
1.4.1) Qual é a grande vantagem do sistema com Pods em relação ao sistema elétrico
tradicional?
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
1 . 5 O SI S TEM A S CHOTTE L
Este Sistema não operava integralmente elétrico, mas o fato de o motor principal acionar
o hélice e o sistema de governo, em Azimute, já agregava na época o grande avanço de
dispensar o conjunto máquina do leme.
35
PRO 01
Figura 1.5 – Sala de controle de uma instalação de propulsão elétrica.
O eixo longo entre o hélice e o motor principal foi eliminado, entrando em seu lugar a
propulsão elétrica.
Os quadros elétricos dos propulsores ficam posicionados perto do propulsor, o que reduz
em muito a extensão do eixo entre o motor principal e o hélice.
Ou seja, o sistema supervisório aciona o motor diesel do MCP programado para ser
acionado, verifica a geração do GEP, inclusive a excitação, fecha o disjuntor e distribui a carga,
para, em seguida, liberar o aumento da velocidade da embarcação. Todo esse processo leva
menos de 20 segundos para ser executado.
Na figura 1.5.1.1, você entenderá com facilidade e clareza uma planta deste modelo de
propulsão.
36
Figura 1.5.1.1 – Diagrama da planta elétrica de uma embarcação com propulsão elétrica.
37
PRO 01
Na figura 1.5.1.2, observe outro esquema de uma planta de divisão de carga com quatro
geradores.
Tarefa 1.5
Esse sistema encontra-se operando no Brasil nas embarcações tipo Ferry, em Salvador,
e consiste em vários motores com geradores. Os motores fornecem energia elétrica para todo
o navio, inclusive para os quatro MEPs, dois em cada ponta da embarcação, conforme as
figuras 1.6.1 e 1.6.2.
38
Figura 1.6.1 – Perfil do Ferry Baía de Todos os Santos.
Nas figuras 1.6.1 e 1.6.2, é mostrado o perfil do Ferry Baía de Todos os Santos, com
especial atenção às rampas de carga que existem nas duas extremidades da embarcação.
Veja com atenção a figura 1.6.3 dos motores de propulsão MEP destes Ferrys de
Salvador.
39
PRO 01
Na figura 1.6.4 abaixo, temos a visão de um dos PODs do ferry. Nesta foto, você verá
com clareza o mecanismo de transmissão do eixo.
Figura 1.6.4 – Baía de Todos os Santos: um dos quatro PODs do ferry dentro do navio.
Tarefa 1.6
1.6.1) Em que consiste o sistema de retificação e inversão usado nas embarcações tipo ferry
em Salvador?
____________________________________________________________________________
1 . 7 O US O D OS T H R US T E RS
Este equipamento nada mais é que um conjunto de motor e hélice colocado na proa ou
popa das embarcações. Sua finalidade é ajudar na movimentação nos momentos de
atracação/desatracação nos portos e em manobras laterais em plataformas de petróleo.
Estes motores acionadores de Thrusters, no início, eram motores Diesel. Hoje, por
razões já expostas, são motores elétricos.
A desvantagem desses Thrusters é que seu uso é esporádico. Assim, ele fica parado por
muitos dias ou semanas, sem uso, em local muito exposto à umidade. Isso pode acarretar
necessidade de maior manutenção.
Observe, na figura a seguir (1.7.1), um exemplo de QEP (Quadro Elétrico Principal), que,
em razão de toda a propulsão ser controlada por este quadro, passa a ser o local de maior
importância em uma praça de máquinas.
40
Figura 1.7.1 – Quadro Elétrico Principal.
Tarefa 1.7
Você acabou de estudar como é o uso dos Thrusters. Portanto, responda à questão
abaixo.
1 . 8 O D I S T R I B U I D O R D E C AR G A
Imagine que você tenha que dividir a carga manualmente entre vários geradores durante
uma manobra em que a rotação do hélice varie a todo momento.
41
PRO 01
Figura 1.8.1 – Distribuidor de carga.
Tarefa 1.8
Já na figura 1.8.4 temos todo o POD removido e colocado em um cavalete para inspeção.
Observe que ele foi retirado de forma inteiriça.
42
Figura 1.8.3 – Motor elétrico de propulsão. Figura 1.8.4 – POD removido.
1 . 9 O H É LI C E D E P AS S O C O N T R O L Á V E L
Este sistema incorpora uma tecnologia de resposta rápida com nível de ruídos e
vibrações perto do limite de zero. O propulsor SCHOTTEL de passo controlável (SCP) é um
produto da SCHOTTEL – Schiffsmaschinen GmbH. Trata-se de um propulsor que pode ser
utilizado em qualquer tipo de embarcação.
Seu princípio de funcionamento é simples. Dois hélices montados num mesmo eixo,
girando na mesma direção e aletas direcionais integradas ao propulsor. (Veja a figura 1.9.1.1).
43
PRO 01
Vantagens:
Um rotor aspira a água da parte de baixo da embarcação e a impulsiona para uma voluta.
Por possuírem as aberturas de saída de água na parte inferior bem na tangência da linha
do casco, ele se torna ideal para operações em águas rasas.
hélices de passo fixo ou hélices de passo controlável, para potências de até 1400kW.
44
Figura 1.9.3 – Propulsor transversal.
São tubulões fixos ou móveis que envolvem o hélice e organizam o fluxo da corrente de
descarga e, assim, possibilitam um ganho de tração de até 30%.
Tarefa 1.9
1.10 G E R AD O R D E E I X O
45
PRO 01
Figura 1.10.1 – Geradores de eixo acoplados aos Figura 1.10.2 – Geradores de eixo acoplados à
MCPs e hélice de passo variável. caixa de engrenagens e hélice de passo variável.
1.11 B AL AN Ç O E L É T R I C O
46
Quadro 1.11 – Planilha de Balanço Elétrico.
47
PRO 01
Consider ações Finais
No estudo desta unidade, você verificou que a propulsão elétrica como um todo já é
utilizada há algum tempo, ao contrário do que se pensava. À medida que o comércio marítimo
mundial caminhar para meios propulsivos mais ecologicamente limpos e silenciosos, mais a
Indústria marítima investirá na propulsão elétrica, tendo em vista as vantagens que este
sistema proporciona.
Muito bem! Você terminou com sucesso esta unidade. Agora, verifique o que
aprendeu realizando o teste de auto-avaliação.
T e s t e d e Au t o - A v a l i a ç ã o d a U n i d a d e 1
1) Marque V ou F:
1.1.e) ( ) Nos conversores assíncronos, tiristores são usados nos processos de retificação
e inversão e são arranjados de modo a prover redundância.
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C h a v e d e R e s p o s t a s d a s T a r e f a s e d o T e s t e d e Au t o - A v a l i a ç ã o
da Unidade 1
Tarefa 1.1
Tarefa 1.2.1
Tarefa 1.2.2
Tarefa 1.3
Tarefa 1.4
1.4.1) No sistema com PODs, os motores elétricos estão acoplados diretamente ao hélice ou
propulsor.
Tarefa 1.5
Tarefa 1.6
Tarefa 1.7
1.7.1) Usado em raros momentos, ficando parado por muito tempo e exposto à umidade.
Tarefa 1.8
Tarefa 1.9
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PRO 01
descarga, possibilitando um ganho de tração de até 30%.
1.1.a) V
1.1.b) F
1.1.c) V
1.1.d) V
1.1.e) F
2.1.a) É com base no conversor em modulação por largura de pulso (PWM), só que com mais
robustez. O sistema foi projetado para atender às mais rigorosas especificações da Marinha
americana e deve preencher exigências quanto ao choque, barulho e vibrações.
Parabéns! Por ter conseguido acabar mais uma unidade com êxito.
Continue sua viagem, máquinas a vante.
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