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               O MILAGRE  DO AQUI/AGORA

          Fomos ensinados desde criança a fazer tudo através do pensar. Como


resultado nossa mente está continuamente em atividade, nas vinte e quatro
horas do dia, mesmo durante o sono a mente permanece ativa, sonhando. O
pensamento tornou-se compulsivo. Não sabemos como parar de pensar, o que
é uma aflição, um contínuo vazamento da nossa energia vital.

          Esse pensar incessante nos impede de estar aqui/agora, nos rouba o
momento presente onde a vida está acontecendo. Mas não damos muita
importância ao problema porque quase todo mundo é assim, isso é
considerado normal.

          Isso causou uma divisão no nosso ser, uma esquizofrenia. Nosso corpo
está sempre aqui/agora, o pensamento, porém, está sempre em outro lugar.
Nunca estamos totalmente onde estamos. Nunca estamos totalmente
presentes no aqui/agora.

          Os místicos iluminados dizem que essa divisão é a fonte de todos os


nossos conflitos. Eles afirmam que não existe outro tempo, o agora é eterno.
Quando relembramos o passado, fazemos isso AGORA.

          Quando pensamos sobre o futuro, fazemos isso AGORA.

          Nos seus ensinamentos, Osho nos mostra que isso não tem que ser
necessariamente assim. A primeira coisa é observar essa divisão em você
mesmo. Tomar consciência do problema.

          Isso é o que fazemos aqui na comuna de Osho em Puna (India).

          Todas as meditações e grupos de terapias realizados pela Multiversity,


tem o aqui/agora como centro.

Segue a tradução de trechos de discursos de Osho sobre o


assunto:

          “Viver no presente é absolutamente a única maneira de viver. E


quando você vive no presente sem nenhum passado lhe puxando para
trás e nenhum futuro lhe arrastando para frente, quando sua energia
total estiver concentrada no momento, a vida toma uma tremenda
intensidade; ela se torna um caso de amor apaixonado. Você fica
aceso com sua própria energia. Você fica repleto de luz pois a uma
certa intensidade o fogo vira luz, intensidade torna-se luz.

          Este momento é dado a você, um presente gracioso de Deus ou


do todo
ou do que você quiser chamar; Tao, darma, logos. Este momento está
disponível para você: cante uma canção, viva-o em sua totalidade.
Esqueça o passado, esqueça o futuro, esse momento é tudo. Esse
momento tem que se tornar sua oração, seu amor, sua vida, sua
morte, seu tudo. É isso aí.

          O presente não tem nada a ver com tempo. Se você está
apenas aqui nesse momento, não existe nenhum tempo. Há um
imenso silêncio, quietude, nenhum movimento; nada está passando,
de repente tudo parou.

          Tem havido um grande mal-entendido entre vida e tempo. O


tempo é tido como tendo três modos: passado, presente, futuro - o
que está errado.

          Tempo consiste apenas de passado e futuro. É a vida que consiste do


presente.

          Portanto, aqueles que desejam viver, para eles não há outro
jeito senão viver esse momento. Somente o presente é existencial.

          O presente lhe dá a oportunidade de mergulhar fundo no


oceano da vida, ou de voar alto no céu da vida. Mas de ambos os
lados existem perigos - ´passado´ e ´futuro´ são as palavras mais
perigosas da linguagem humana.

          O corpo está sempre aqui/agora, a mente nunca está


aqui/agora; esse é todo o conflito. Você respira aqui-agora, você não
pode respirar amanhã e nem pode respirar ontem. Você tem que
respirar nesse momento, mas você pode pensar no amanhã e pode
pensar sobre ontem. Desse modo o corpo permanece no presente e a
mente prossegue saltando entre passado e futuro, e uma divisão
acontece entre o corpo e a mente. O corpo está no presente e a
mente nunca está no presente; eles nunca se acham, nunca se
encontram um com o outro. E por causa dessa divisão, surge a
ansiedade, a tensão, a angústia. Essa tensão é preocupação. A mente
precisa ser trazida para o presente porque nenhum outro tempo
existe”.

Meditação de Osho usando a respiração para descobrir o presente

 
Quando: Todo dia e/ou sempre quando você começar a pensar
demais no passado e no futuro.
Duração: 1 hora

   Observe Sua Respiração


   Basta sentar-se numa cadeira, relaxado, fique bem confortável e
feche seus olhos. Comece a olhar para a respiração. Não tente mudá-
la; apenas olhe, observe. Devido a sua observação, ela se torna cada
vez mais lenta. Se normalmente você respira oito vezes por minuto,
você começará a respirar seis, cinco, quatro, três ou duas vezes por
minuto.

   Dentro de duas ou três semanas você estará respirando uma vez


por minuto. Quando você estiver respirando uma vez por minuto a
mente está chegando mais perto do corpo. A partir dessa pequena
meditação chega o momento quando a respiração cessa por minutos.
Três ou quatro minutos passam e então uma respiração vem. Dessa
forma você está em sintonia com o corpo e você saberá pela primeira
vez o que o presente é.

   De outra maneira isso é apenas uma palavra; a mente nunca o


conheceu, a mente nunca experienciou o presente. Ela conhece o
passado, conhece o futuro, então quando você diz presente, a mente
entende alguma coisa entre passado e futuro, entre alguma coisa,
mas a mente não tem nenhuma experiência do presente.

   Portanto, todos os dias por uma hora, relaxe na respiração e deixe-a


ir. Ela prossegue automaticamente. Enquanto você caminha ela
continua automaticamente. Lenta, lentamente os intervalos surgirão e
esses intervalos lhe darão a primeira experiência do presente. Nesses
dias, subitamente a decisão irá surgir, seja ela qual for.

   É irrelevante qual decisão surge. A coisa mais importante é de onde


ela procede; não o que ela é, mas de onde ela procede. Se ela
procede da cabeça irá gerar miséria.

   Contudo se alguma decisão surge da sua totalidade, então você


nunca irá se arrepender nem por um só momento. Um homem que
vive no presente não conhece nada do arrependimento; ele nunca
olha para trás, nunca muda seu passado e suas memórias e nunca
prepara seu futuro.

   A decisão que procede da cabeça é uma coisa feia. A própria


palavra decisão significa ‘de-cisão’; ela lhe corta para fora. Não é uma
palavra boa. Simplesmente quer dizer que lhe tira da realidade. A
cabeça lhe corta continuamente para fora da realidade.

   Toda minha ênfase é sobre esse momento, porque esse momento


contém tudo. O agora é a única realidade – tudo mais é ou memória
ou imaginação. E até mesmo para o passado existir como memória, o
agora é necessário. Este não existe como passado; ele existe como
um pensamento no presente.

   Assim também é o caso com o futuro: o futuro não existe como


futuro, ele existe como imaginação no momento presente. Tudo que
existe, existe no agora. O agora é o único tempo que existe.

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