Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
---
Empregado do mês. Mas Dayton tem um lado secreto. Um lado sujo cheio de
Ele explora esse seu lado de uma única maneira. Durante três anos, ele
escreve cartas sobre ele para Max. Condenado à prisão perpétua pelo
Só que ele consegue sair da prisão. Ele encontra Dayton. E ele não vai se
contentar com nada menos do que aquilo que foi prometido nas cartas. Pena
que Dayton está longe de estar pronto para satisfazer Max. Ou a si mesmo.
POSSÍVEIS SPOILERS:
1
Alguém que já foi preso
Um grande obrigado a Rita por revisar e certificar-se
—Olá bebê. Papai está em casa. Sim ele está. Está com fome? Aposto que
sim. — Ele olhou para Cinnamon com um sorriso, ansioso para sentar-se para um
novo episódio de entretenimento gratuito fornecido pelo River Inn, onde vivia e
trabalhava.
Ele andou até a pequena cozinha ao lado da janela, seguido pelo miado de
seu parceiro de vida.
—Eu sei. Mas eu não consegui sair do trabalho mais cedo. Sim, Vanessa
foi uma cadela comigo e não me deixou sair. O que? Não é o meu trabalho servir
os convidados? — Ele abriu a pequena geladeira sob o balcão e pegou uma lata
aberta de comida de gato. —Exatamente, mas você vê, Vanessa quer pagar apenas
Dayton o recepcionista, mas ainda quer Dayton o faxineiro e Dayton o garçom.
Ela deveria me pagar três vezes mais, certo? — Ele se inclinou para a tigela e
acariciou as costas de seu gato faminto quando ele começou a devorar a carne. —
Bem, bebê, isso não vai acontecer no River Inn, posso garantir.
Ele pegou alguns marshmallows baratos que ele tinha pego na geladeira
da cozinha da pousada e caminhou em direção ao banheiro enquanto ele os
colocava em sua boca. Quando Dayton acendeu a luz, por um momento, todo o
pensamento evaporou de sua cabeça enquanto ele olhou para baixo e viu as gotas
de água fresca na pia.
Um homem ocupava todo o chuveiro com sua forma enorme. Seu pescoço
era duas vezes mais grosso do que o de Dayton, seus ombros e peito musculosos e
poderosos, mas a máscara de esqui preta cobrindo o rosto dele fez todos os
pensamentos coerentes evaporar do cérebro de Dayton.
O sangue sumiu do rosto de Dayton, e ele deu outro passo para trás,
gritando, mesmo antes de suas pernas conseguirem correr para a porta. O invasor
o agarrou pela parte de trás do pescoço e fechou sua boca com a mão, selando-a
com seu calor salgado. Todo o corpo de Dayton estremeceu contra o
desconhecido, e tentou empurra-lo para trás, sem efeito contra a força superior
do homem. Por que isso estava acontecendo com ele? Ele não possuía nada de
valor.
Teria Greg e seus amigos ficado entediados e falado sobre ele para um
estranho mal-intencionado?
—Se você gritar de novo, eu vou cortar sua língua. — sussurrou uma baixa
voz rouca, quando o homem apertou contra as costas de Dayton, transportando-o
para fora do banheiro. O sotaque sulista era tão estranho para os ouvidos de
Dayton que fez a sua mente torcer em busca de respostas.
Dayton estava prestes a implorar por sua vida, logo que o assaltante tirou
a mão de seus lábios, mas foi rapidamente substituída por... Uma bola de
borracha? Seus olhos se arregalaram antes da mordaça ser amarrada na parte de
trás de sua cabeça.
—Você vai ser um bom menino para mim, ou eu tenho que lhe mostrar
que não há como fugir? — O homem afastou os braços de Dayton com facilidade
apesar da luta de Dayton.
Dayton soluçou, mas com a morte certa fora do quadro, alívio inundou
seu corpo todo o caminho até seus ossos. Balançando a cabeça, ele olhou no
espelho acima da cômoda, estremecendo ao ver isso refletido. Dayton não era
pequeno ou magro, mas o volume maciço do estranho o fez perder a esperança de
ganhar uma luta e escapar desses braços grossos, fortemente tatuados.
Então, Dayton freneticamente tentou se virar para ver se ele podia ler as
letras nas juntas do homem também, mas antes que ele fosse capaz de fazer isso,
o estranho forçou sua cabeça para baixo até seu templo tocar a mesa do
computador. Uma das mãos do homem descansava na parte de trás da cabeça de
Dayton, mas alguns dedos estavam bem ao lado de seu rosto, e a escrita contou-
lhe tudo o que precisava saber.
As corajosas letras pretas sobre os nós dos dedos do homem eram 'uiche'.
Uma metade da palavra 'sanduíche'.
Max tinha sido prazer culpado de Dayton, uma fantasia suja que não
deveria crescer do jeito que tinha, nem entrar em sua vida do jeito que estava no
momento.
Oh Deus.
Se Max tinha estado no quarto o tempo todo, ele deve ter visto as dezenas
de fotos dele que Dayton havia coletado ao longo dos anos. O estômago de
Dayton torceu, e ele levantou a cabeça para olhar o enorme quadro de cortiça
cheio de fotos de Max, impressões de notícias e artigos recortados de revistas.
Havia também um poema que Dayton tinha escrito para Max, mas nunca ousou
enviar para ele, por medo de parecer extravagante. Havia até uma foto da prisão
onde Max ainda deveria estar.
O que Max pensava dele agora? De todas essas coisas presas à parede,
como se Dayton fosse algum louco assediador ao estilo Hannibal2? Ele não era.
Sua paixão não era nada disso! Mas não havia como negar que a cortiça era um
pequeno santuário para Max e a coragem cruel de seu crime.
2
é um célebre personagem de ficção criado pelo escritor Thomas Harris, que apareceu pela primeira vez no livro
Dragão Vermelho.
hotel tentando agradá-los, mesmo quando tratado com desrespeito. Esse segredo
era para ficar escondido em um armário tão profundo que mesmo provocadores
como Greg não pudessem trazê-lo para a luz.
Dayton tentou acalmar sua respiração, mas o fato de que era Max
segurando-o para baixo, não um completo estranho, não diminuiu sua ansiedade.
Talvez tornou a situação ainda pior, e Max era de fato um monstro como parte da
imprensa o retratava? Se ele tivesse escapado da prisão de alguma forma, com a
intenção de realizar suas fantasias com Dayton? Dayton tinha brincado com fogo
e estava prestes a se queimar severamente e não conseguir se recuperar?
Nenhuma das fotos que tinha visto jamais indicou que Max tinha uma presença
tão imponente. Ele era monumentalmente enorme, com bíceps do tamanho de
melões. Como Dayton poderia se proteger de alguém tão desequilibrado e forte?
—Você me disse que era loiro, Day. Você sabe o que meninos bonitos
como você merecem por mentir? — Max empurrou seus quadris contra a bunda
de Dayton.
—Você não vai a lugar nenhum. — A voz de Max estava ficando rouca, e
quando ele pressionou seu corpo contra a bunda de Dayton, novamente, a ereção
em suas calças era tão proeminente que o rosto de Dayton corou tão rápido que
ele não se atreveu a olhar para o espelho. —Eu me segurei para isso. Eu não
queria correr o risco de pegar alguma doença suja na prisão, por isso tudo o que
fiz durante anos foi sonhar com o seu doce buraco apertado. — O sussurro de tais
palavras sujas que misturavam a realidade com a ficção, fizeram seu sangue
correr para baixo de seu corpo, apesar do medo arranhando seu caminho em todo
o cérebro.
— Eu acho que você sabe quem eu sou, certo?— Max apertou os dedos
sobre o rosto de Dayton e obrigou-o a olhar para o quadro de cortiça cheio de
fotos do julgamento, um mugshot3, bem como algumas fotos de anos atrás,
quando Max ainda era um boxeador esculpindo seu caminho para a fama. —Eu
me pergunto se você é tão apertado quanto você me prometeu... — Sua outra mão
foi entre seus corpos e apertou a bunda de Dayton, como se Max fosse dono dele.
Dayton gemeu, suando em suas roupas de trabalho, ele não sabia se por
medo ou constrangimento sobre o quadro de cortiça e as sujas fantasias que ele
contou para Max. Ele fez uma última tentativa de levantar cautelosamente e, em
seguida, talvez rir da coisa toda como se fosse uma piada, mas Max pressionou
em suas costas com mais força.
—Oh, você gosta de lutar, não é?— Max deu uma risada rouca, mas os
olhos de Dayton foram atraídos para o espelho, onde ele viu Max tirando a
mascara para revelar um rosto bonito, corado. Mesmo sua barba escura estava
um pouco arrumada. —Lute o quanto quiser. Eu vou foder sua bunda com tanta
força que você precisará de um dia de folga amanhã. — A mão grande e quente
arrastou debaixo da camisa de Dayton como um rastro de fogo do inferno. O
tecido deslizou para fora da calça de Dayton, provocando sua virilha sensível, e
dando a Max acesso completo ao peito de Dayton. Max se atrapalhou com os
3
uma palavra usada na língua inglesa (sem tradução para o português) para se referir à foto que é tirada na
delegacia quando um meliante vai preso
botões no início, e com seus buracos pequenos, ele deu um gemido de frustração,
revirando os quadris contra o traseiro de Dayton.
Max rosnou.
Dayton lamentou e rolou seu rosto ardente contra a madeira com cheiro
de limão. Foi só agora que ele entendeu que não poderia fazer nada, Max iria
continuar com seu plano. Toda e qualquer resistência seria recebida com um
empurrão nas costas e uma atitude confiante, e terminaria com um pau na bunda
de Dayton. Mas a pior parte era que este não era realmente 'o plano de Max'.
Tudo o que tinha acontecido até agora era uma versão da fantasia da casa
invadida que Dayton tinha escrito para Max em muitos detalhes. Mesmo
algumas das palavras ditas tinham vindo da fantasia de Dayton.
Oh, Deus, será que Max tinha a intenção de dar a Dayton a opção dos
preservativos, ou ele foderia Dayton nu, como ele sempre tinha prometido em
suas cartas? Mesmo com o medo de doenças sexualmente transmissíveis e a
humilhação de ser fodido sem uma barreira para mantê-lo limpo, ele não podia
impedir seu corpo de aceitar essa ideia com ainda mais entusiasmo.
Ele não tinha feito sexo em mais de dois anos, e mesmo naquela época, o
sexo que tivera com seu último namorado não foi nada perto de seus desejos mais
escuros. Aqueles que só eram conhecidos por Max.
Era tão grande como Max lhe disse que era? Com certeza parecia assim, e
Dayton se contorceu, sem saber se ele queria escapar do toque ou empurrar de
volta contra ele. A superfície lisa da mesa estava embaçada com o calor de sua
respiração, e ele olhou para a montanha de músculos de pé atrás dele, a ponto de
violar seu corpo indeciso.
—Estou ficando louco apenas olhando para o que está em oferta. — Ele se
afastou, e mesmo que só por um momento ele parou de empurrar Dayton para
baixo, mas o que ele revelou quando tirou a camisa foi suficiente para manter
Dayton no lugar.
—É isso aí, slutboy5, empine essa bunda para mim, porque você estará
montando meu pau em breve. — O olhar lascivo de Max tornou-se tão intenso
que Dayton não aguentava mais e virou a cabeça, mas isso só mostrou-lhe Max no
mugshot no quadro de cortiça. Não havia maneira de fugir disso, não é?
4
5
Um homem feminino que segue respeitosamente as ordens de uma mulher masculinizada
Dayton sempre se considerou, um cara muito mediano e insignificante,
com a única coisa para destaca-lo do resto da multidão sendo a cor laranja na
cabeça, algo com o qual ele não sentia confiança. E, no entanto, ao longo dos anos
ele estupidamente manobrou um condenado em tal frenesi que ele veio todo o
caminho do Texas ate aqui, apenas para sentir o gosto dele. Parecia que Dayton
nunca iria aprender que quem brincava com fogo acabava com queimaduras.
—Foda-se, sim. — Max assobiou quando ele mais ou menos puxou para
baixo as calças de Dayton, juntamente com sua cueca, todo o caminho até os
joelhos. —Essa é uma bunda bonita. Esse buraco ainda esta com fome de pau?—
Ele riu e amassou as nádegas de Dayton, sem sequer uma pitada de timidez.
—Aposto que você vai ser tão apertado no meu pau. Eu vou ter que ir
devagar para que a diversão não acabe muito cedo. Caras provavelmente devem
formar uma fila todos os dias para preencher essa bunda. — O toque suave no
buraco franzido de Dayton o fez estremecer e gemer.
Se Max decidiu que era uma boa ideia aparecer na sua casa sem aviso
prévio e realizar essa fantasia, então como ele poderia entender que os gemidos
de Dayton e a cabeça sacudindo não faziam parte do ato? Afinal, no cenário de
invasão de domicílio que Dayton tinha escrito para Max, a vítima não estava
disposta. Ele estava amarrado e seria usado de acordo com o desejo do atacante.
Então, era isso. Pelo menos Dayton não seria assassinado ou esquartejado
hoje à noite. Mas isso não significava que ele estava disposto. O que Max estava
pensando? Mesmo quando Dayton havia descrito essa cena, ele não tinha
pensado realmente em colocá-la em prática. Agora, sua própria fantasia estava
sendo forçada nele, e era delicioso e fodido.
Pelo menos Max tinha uma mente própria, porque na fantasia, a vítima
era estuprada sem lubrificante para aliviar a dor, e quando os dedos de Max
voltaram provocando o buraco de Dayton, eles estavam escorregadios. Com o
peito de Max contra suas costas, separados apenas pelos braços algemados de
Dayton, ele sentiu o batimento cardíaco furioso do homem em cima dele. Ele
também sentiu o quão duros os músculos do peito de Max eram, e ele não pôde
evitar. Ele afrouxou as mãos que estavam fechadas em punhos para sentir os
cumes do abdômen de Max.
—Eu teria convidado meus amigos se eu soubesse quão doce é sua bunda.
— Max gemeu quando ele deslizou um polegar liso em Dayton, todo o caminho
até a junta.
Dayton ficou tenso, apertando o dígito, seu corpo ficando tão suado, de
repente, ele poderia provar o sal no lábio superior. Ele balançou a cabeça
novamente, resistindo e forçando suas coxas juntas, mas não adiantaria com
Max. E assim que ele começasse, ele não pararia até que ele tivesse o seu prazer.
Até que ele fodesse Dayton com tanta força que ele acabaria caindo no chão
depois. O invasor iria deixá-lo assim, violado para todo mundo ver.
—Eu espero que você aperte seu buraco desse jeito no meu pau, menino
bonito. — Max esfregou a testa contra a nuca de Dayton, agradando-o com sua
barba e com o dedo dentro de Dayton entrando e saindo em um ritmo furioso,
fazendo-o grunhir e gemer. Com o tamanho e a força de Max, Dayton sentia que
estava prestes a ser fodido por um touro no cio. Mas em vez de ter medo, Dayton
ofegava desesperadamente pelo nariz, e toda a sua virilha, incluindo seu ânus,
latejava em convite.
O polegar de Max saiu dele com um alto ‘pop’ embaraçoso, mas antes de
Dayton conseguir superar a vergonha de tal ruído, Max invadiu lhe novamente,
deslizando dois dedos desta vez, todo o caminho até os nós dos dedos. Ele apenas
os deixou lá e deu um tapa na bunda de Dayton com tanta força que Dayton
contraiu seus quadris, empurrando nos grossos dedos tatuados.
—Está certo. Mostre-me como você está ansioso. —Max riu e deu a bunda
de Dayton outro tapa, mas então ele forçou as coxas de Dayton abertas e alcançou
entre elas para agarrar o pênis de Dayton, escovando a mão contra as bolas
pesadas também. —Já está gotejando.
Houve um som agudo e Max tirou seus dedos, deixando o buraco vazio de
Dayton para congelar com o ar que parecia tão insuportavelmente frio contra a
carne quente e molhada.
—Eu estive esperando tanto tempo por isso... — Max gemeu e o som
estridente de uma fivela de cinto disse a Dayton exatamente o que estava por vir.
Tecnicamente, talvez ele pudesse ter lutado mais? Tentado alertar alguém? Mas
uma parte dele queria saber como era ser fodido por Max.
Então, algo grande e liso o cutucou, era o pau de Max empurrando além
das nádegas de Dayton, e pelo tempo que a picada empurrou o seu caminho para
ele, os músculos de Dayton desistiram de resistir e permitiram que Max
mergulhasse todo o caminho até suas bolas.
O gemido baixo de Max ressoou da orelha de Dayton para seu pau duro,
que já estava pingando pré sêmen.
Max agarrou seu quadril com uma mão e tirou quase todo o caminho em
um movimento suave. Dayton choramingou com suas entranhas tão vazias, mas
Max empurrou de volta para dentro dele, logo que a atenção de Dayton
escorregou. O poder por trás do impulso fez Dayton ficar na ponta dos dedos dos
pés em prazer impotente.
Max arrastou sua mão do quadril de Dayton para seu lado, então sob seu
corpo, tateando a barriga de Dayton. Seu braço era tão deliciosamente firme que
Dayton não teve escrúpulos e apenas deitou em cima dele desfrutando de como se
sentia contra a sua pele. Seu cérebro não estava mais funcionando corretamente,
incapaz de se concentrar em qualquer outro momento do que o presente, em que
Max estava transando com ele com tanta agressividade. Mas entre o lubrificante e
quão ansioso Dayton estava ao ser fodido por esse pau, não doeu.
—Eu vou gozar em sua bunda apertada, e você vai tomar o meu sêmen
como o puto por pau que você é. — Seus impulsos tornaram-se frenéticos, e a
sensação do suor de Max em sua pele e a púbis de Max contra sua bunda
enviaram Dayton em outro estado de consciência completamente.
Dayton curvou os ombros com vergonha. Ele não deve ficar excitado com
tais palavras vulgares, ele não deveria adorar ser o puto de Max tanto quanto ele
estava, mas ele não podia se controlar. Como se algo profundamente enraizado
nele desejasse a humilhação e a dor.
Ele gritou quando a mão de Max enrolou em torno de seu pênis, e ele não
precisou de muito mais, gozando quase que instantaneamente à mercê de seu
algoz. Seus quadris empurraram por vontade própria, montando o pau de Max.
Ele não gostaria que isso acontecesse, é claro, mas neste momento
transcendental entre o reino de suas fantasias mais escuras, a realidade de peso
de Max e o cheiro de seu suor, Dayton se permitiu saborear essa imagem.
Será que Max o deixaria assim? Ele tinha vindo todo o caminho ate
Montana para recriar essa fantasia sexual, e... E o quê? Por que ele estava fora da
prisão?
Mas em vez de se afastar, Max envolveu seu outro braço em torno de
Dayton também, e beijou o lugar que ele tinha acabado de morder.
Roupa farfalhou atrás de Dayton, e mesmo que ele tenha acabado de ser
fodido, só agora ele estava começando a se sentir demasiado exposto mais uma
vez.
—É bonito, seu gato. — Max disse naquela voz baixa e sexy que Dayton
tinha escutado em seu computador quando assistiu os fragmentos das notícias do
passado. Por um momento, Dayton pensou que o mundo tivesse virado de cabeça
para baixo, mas depois percebeu Max lhe pegou, apenas para levá-lo para a cama.
Eles rolaram sobre o colchão, nos lençóis limpos cobertos por um corpo quente.
Dayton, de fato, não tinha esperado isso, porque agora que ele poderia
realmente falar, não tinha ideia do que dizer. Suas calças ainda estavam
abaixadas, com as mãos algemadas, e sua bunda latejava da foda e os tapas. E, no
entanto apenas pensando sobre o que tinha acontecido o fez querer voltar no
tempo e fazer tudo de novo.
Sua mandíbula parecia frouxa e muito grande quando a bola foi puxada
para fora, lábios e queixo molhados com saliva, como se ele fosse uma criança
que ainda não sabia comer. Paralisado pela proximidade de Max, ele ficou
parado, esperando que isso tudo acabasse de alguma forma. Que Max fosse
libertar suas mãos e ir embora, satisfeito depois de gozar.
Mas Max não deixou Dayton esconder o rosto contra seu peito por muito
tempo e se afastou o suficiente para olhar nos olhos de Dayton, seu olhar ainda
escaldante com a mesma intensidade.
—Eu o quê? Por quê você está aqui? Sua sentença... —ele proferiu,
tropeçando nas palavras.
Max respirou fundo e colocou o braço nas costas de Dayton para puxa-lo,
abraçando-o no processo.
—Oh. — Dayton nem sabia para onde olhar, porque sempre que seu olhar
encontrava o belo rosto de Max, os nervos enrolavam em seu corpo, como arame
farpado. —Isso é... Incrível. Você deve estar tão feliz. — disse ele, sabendo que
soava bobo.
—Sim, e a primeira coisa que fiz foi comprar uma passagem de ônibus
para Montana.
Dayton ainda estava com falta de ar, mas usou suas mãos recém libertas
para puxar o lençol e cobrir os quadris. Oh, Deus, era o sêmen de Max que ele
sentia escorrendo? Ele não podia se dar ao luxo de manchar o lençol, porque era
apenas de limpeza a seco!
—E-eu meio que tenho mais delas agora do que costumava quando
começamos a conversar. — ele mentiu, cada vez mais autoconsciente a cada
segundo. Max iria ver agora todas as mentiras e meias-verdades que Dayton tinha
contado. Viver no hotel que trabalhava, pobre, com excesso de trabalho, e com
apenas um gato para lhe fazer companhia, Dayton era um ser humano patético,
não era digno de um homem como Max. —Então... Você realmente não fez sexo lá
dentro? Quero dizer, foram três anos. — ele choramingou, sentindo como se um
arranhão em seus ânus fosse fornecer um alvo fácil para todos os tipos de
doenças sexualmente transmissíveis. Não que Max parecesse imundo, ou
qualquer coisa, mas essas coisas não podiam ser vistas a olho nu.
Ele iria pegar alguma coisa, e ele iria revelar-se intratável. Isso era apenas
a sua sorte.
—Não. Masturbei-me com um cara quando eu fui preso, mas ele saiu
depois de alguns meses, e eu não queria arriscar pegar nada. E então eu recebi
suas cartas...
Oh Deus. As cartas.
Max suspirou, e apesar de seu rosto parecer mais bonito cada vez que
Dayton olhava para ele, seu sorriso se foi.
—Já ouviu falar em cavalheiro do sul? Esse sou eu, querido. Sim, eu usei
um preservativo.
Dayton rolou para suas costas, puxando o lençol ainda mais para cima. A
dor em seus músculos, que se sentira tão agradável há apenas cinco minutos
atrás, era agora um lembrete de mais um equívoco fatal em sua vida.
—Tudo bem. Eu devo ser capaz de convencê-la de que você é apenas isso.
—Ele respirou fundo e olhou para o perfil de Max. —Você não quer visitar a sua
família primeiro? Quero dizer... Estou feliz em conhecê-lo, — Não —mas isso é
tudo tão repentino.
Tão vergonhado ao ouvir isso, Dayton desviou o olhar. Ele havia escrito
isso. Foi fácil se apaixonar por um homem tão forte, tão pronto para enfrentar
qualquer coisa por si mesmo. Tinha sido fácil amar Max quando ele estava longe,
a sua interação sexual reduzida a letras aquecidas e conversas sujas por telefone.
Mas isso? Este não deveria acontecer. Nunca. Cumprir sua paixão nunca esteve
nos planos de Dayton, especialmente desde que todos os seus anteriores
relacionamentos da vida real acabaram com uma nota amarga.
—Então, é assim?
—Você estava apenas brincando com a minha cabeça? Você quer que eu
vá? Porque eu posso ir se não me quiser aqui!
Isso era exatamente o que Dayton queria. Bem, mais ou menos. Se Max
realmente estava dizendo a verdade, a culpa e decepção iriam deixar Dayton
insano. E em cima disso, Max lhe disse que tinha usado todo o seu dinheiro para
chegar aqui. Não, isso não era correto.
Max cruzou os braços sobre o peito, o que só o fez parecer maior com os
antebraços grossos flexionando os músculos.
—Então, você não gosta de surpresas, você não gosta que eu esteja aqui, e
você nem sequer queria dizer todas as coisas que escreveu para mim? Estou
entendo isso direito?
Max deu mais um passo para trás, o touro com longos chifres em seu
peito olhando para Dayton em acusação.
—Eu acho que... Não pensei sobre isso. Eu achei que você poderia... Eu
realmente não tenho para onde ir até conseguir me reerguer.
Dayton respirou fundo e puxou o lençol mais perto de seu peito, sentindo-
se culpado mesmo que a culpa fosse de Max. Como ele poderia simplesmente vir
aqui, reorganizando a vida de Dayton como uma bola de demolição?
—Eu posso... Eu vou ajudá-lo. Talvez Vanessa deixe você ficar comigo.
Max colocou as mãos nos bolsos jeans.
—Tem certeza que você não gosta de surpresas? Você parecia estar
gostando muito, muito mesmo...
—Você sabe, nós poderíamos ir falar com Vanessa assim que eu tomar
banho. Tudo bem?
Seu primeiro instinto foi o de escorregar para fora da cama e correr para o
banheiro, mas como poderia com Max assistindo? Por outro lado, se ele se
cobrisse com o lençol apenas para percorrer esses poucos passos, seria ainda
mais difícil. Por que foi tudo estava tão complicado, de repente? Ele não havia
pedido isso. Ele tinha aceitado estar aqui, sem sequer um dólar para poupar e
sem ninguém para abraçar. Bem, foi por isso que ele pegou Cinnamon.
—Está tudo bem, eu vou falar com ela sozinho, enquanto você estiver
bem em me deixar ficar aqui. É aquela com o cabelo maluco, certo?
A boca de Dayton torceu para cima, e ele mal conteve a risada em voz alta.
Ele nunca se atreveu a expressar sua opinião sobre Vanessa a seus colegas de
trabalho, apenas no caso de alguém realmente gostar dela, mas seu cabelo loiro
curto, com um pedaço comprido da franja esquerda contra seu rosto como uma
folha caída de uma rosa, era uma das poucas coisas que o divertiam na vida.
—É ela.
—Até logo.
—Agradável e lento.
Ele nunca tinha estado com um homem como Max, sempre escolhendo a
opção mais segura, o 'cara legal'. Não que ele tenha tido muitos namorados de
qualquer maneira. Nos últimos dois anos, o trabalho tornou-se muito agitado
para pensar sobre sua vida amorosa. Aos 24 anos, ele ainda tinha tempo para
isso. Mas, na verdade, estar em um relacionamento com Max era aterrorizante
não importa o quão sexy o homem era. Ele estaria tão imponente contra seu
tamanho, e as tatuagens, e o pau grosso que foi tão gostoso por dentro dele...
Dayton congelou, dilacerado por como era bom sentir. Max quebrou
casualmente as barreiras que tinham definidos na noite passada, mas Dayton
ainda corou como se alguém o tivesse jogado em uma banheira de água a
fervente. Ele agarrou o braço espesso assim que conseguiu se mover.
Mas a atenção de Max estava sobre ele e só ele, e que em si era um pouco
esmagador. Ele às vezes brincou consigo mesmo por ser um fanboy de Max, mas
agora que Max estava em sua cama, ele não tinha ideia de para onde ir a partir
daqui.
—Sim, nós estamos apenas abraçados. — disse Max, e seus dedos não
foram mais longe, mas não se afastaram tanto, casualmente descansando logo
abaixo do umbigo de Dayton.
—Depois de ontem, tudo parece lento. — Ele puxou a mão para fora da
calça de pijama de Dayton embora a tenha arrastado pelas costas de Dayton.
Dayton fechou os olhos e gemeu antes que pudesse se controlar. Ele rolou
para longe e pegou Cin, seu escudo contra os avanços intempestivos.
—Então, bebê está com fome... O que você quer hoje? Peru? Bife?— Ele
perguntou, andando até que ele estava perto o suficiente das cortinas para abri-
las. Com a janela de frente para as arvores, não havia nenhuma preocupação que
alguém pudesse vê-lo, mesmo que ele andasse nu.
—Como você vai ficar hospedado aqui, talvez você deva alimentá-lo hoje?
Assim ele se acostuma com você mais rápido?
Era difícil de acreditar o quão animado ele parecia sobre tal tarefa
mundana. Mas talvez depois de três anos sem animais de estimação, significasse
isso significasse algo para ele.
—Você tem roupas de reposição? Ou... Há alguma coisa que você precisa?
Max olhou para ele enquanto ele enchia a tigela de Cinnamon com a
comida que o gato estava tão ansioso para pegar que ele saltou dos braços de
Dayton.
Dayton não tinha certeza se era uma piada, então ele decidiu ignorar.
—Então... Você precisa do essencial. Vou perguntar ao redor se alguém
tem roupas do seu tamanho sobrando. Embora... Isso possa ser difícil. — disse
ele, olhando a imponente presença de Max. O marido da faxineira era um cara
alto. Talvez ela pudesse ajuda-lo.
—Sim, isso é legal... — A queda súbita de humor de Max fez Dayton ficar
atento, mas Max não olhou para ele, apenas acariciou as costas de Cinnamon,
parecendo mais normal, só um homem incrivelmente bonito.
O que pareceu ter funcionado, porque Max se virou para ele com um
pequeno sorriso, olhando Dayton da cabeça aos pés.
Dayton riu e caminhou até o micro-ondas para aquecer a água para o café.
—Eu não sou como um super fanboy, ou qualquer coisa assim. Mas
quando eu podia pagar, eu costumava comprar algumas revistas. Estou
investindo esse dinheiro na comida de Cin agora. — disse ele, sorrindo para o
gato, que estava muito interessado em sua comida para notar o seu nome ser
mencionado.
—Eu conheço um cara que você é um super fanboy...— Max sorriu e bateu
no quadro. Dayton precisava tirar essa coisa daqui, porque com Max realmente
vivendo aqui, estava ficando super estranho. —O que você gosta tanto sobre este
Max Curtis?
—Foi por isso que você começou a escrever para mim? Porque você tinha
tesão por mim?
Dayton endureceu no início, mas a inocência do abraço o fez relaxar
depois de alguns segundos. Era muito reconfortante ter alguém o segurando.
—Eu ajudei?
—Sim, isso me fez pensar que em algum lugar lá fora, havia um cara
bonito que cuidava de mim, mesmo depois da minha própria família me dar às
costas. — Suas mãos deslizaram para cima e para baixo no peito de Dayton. —
Deu-me a sensação de que havia algo para mim fora daquele lugar.
6
Personagem dos quadrinhos conhecido no Brasil como “O Justiceiro”
vinda em sua nuca, embora nenhum de seus ex-namorados tivesse usado cabelo
facial.
Era uma vergonha que Dayton não tivesse realmente feito nada, porque
ele estava amarrado, com Max fazendo todo o trabalho. E mesmo que ele não
estivesse amarrado, não poderia ter acontecido muita coisa, e ele precisava
encerrar essa conversa.
—Eu não sei o que você come no café da manhã. Tenho ovos e Poptarts 7.
Max beijou sua orelha, como se ele precisasse acentuar cada frase com
carinho.
Este foi mais um lembrete de que ele era agora... Vivia com um homem
que tinha passado alguns anos na prisão. Max poderia estar sofrendo de PTSD 8,
pelo que Dayton sabia, ou suas interações com as pessoas poderiam ser fora do
comum. O que Dayton faria se Max acabasse por ser mais do que ele poderia
lidar? Só de pensar nisso seu coração disparou em velocidade alarmante.
7
é um biscoito pré-cozido recheado produzido pela Kellogg
8
Post-Traumatic Stress Disorder ou Estresse pós-traumático
Mas, novamente, ele estava contente que, mesmo com seus recursos
limitados, ele poderia dar a Max algo que ele iria gostar. Como Poptart com sabor
de chocolate.
Max se afastou e agarrou um dos cafés que Dayton tinha feito. Ele fez uma
imagem tão bonita usando apenas cueca, com a luz da janela ao fundo, e o copo
na mão. Fez Dayton imaginar qual seria a sensação de realmente ter um cara
como ele ao redor todos os dias. Mas então ele percebeu a maneira intensa que
Max estava olhando para ele, e lembrou de todas as coisas sujas que Max tinha
prometido fazer com ele. Elas estavam, provavelmente, passando na frente dos
olhos de Max no momento.
—Não sei... Você poderia perguntar a ela, mas a pousada não está fazendo
tanto dinheiro, e um... Ela pode ser flexível com o pagamento de vezes. — disse
ele, mas isso era um grande eufemismo. Ele não tinha visto quase nenhum
dinheiro desde maio. —Mas... Você sabe, pelo menos eu tenho um lugar para
morar, e eu tenho um subsídio sobre a comida da cozinha.
A carranca no rosto de Max era a última coisa Dayton queria, então ele
rapidamente colocou os Poptarts na torradeira, esperando que fossem animar
Max.
—Ah, você sabe. Ela paga quando há lucros maiores. Dentro de um mês.
— Ou um ano.
—Isso não está certo. — Mas ambos sabiam que Max estava desesperado
por um trabalho onde ele pudesse começar o mais cedo possível.
Dayton deu um aceno curto. Ele confiou Vanessa no início, mas quando
notou que seus salários estavam cada vez menor, ele fez questão de anotar todos
os seus horários de trabalho em um caderno e a confrontou, ou melhor,
educadamente lembrou-a que algumas de suas horas de trabalho que está sendo
omitidas. Ambos agiram como se fosse apenas um erro, mas Vanessa disse a ele
que não podia se dar ao luxo de pagar-lhe por todas as horas extras do mês.
Max agarrou um Poptart assim que estava pronto, mas levou um tempo
para dizer qualquer coisa.
9
ONG onde prestam serviços e vendem produtos usados
O restaurante estava apenas meio cheio, à noite, apesar de ser um dos
únicos três na cidade. Não era nada novo para Dayton, porque os clientes tinham
sido drenados do River Inn e por um bar informal no centro da cidade. Pena que
Vanessa não conseguia entender por que seu gosto brega e preços razoáveis
assustavam as pessoas assim que viam outra alternativa.
Dayton desejou muitas vezes poder dizer a ela em palavras simples que
cupidos de gesso, rosas artificiais, e um piano que soava como um saco de gatos
batendo na parede, não só não agradava os habitantes locais como também
assustava os turistas. Aqueles que vieram aqui para conhecer o deserto e a
deliciosa comida simples, não receitas que fingiam ser culinária italiana, que
Vanessa alegava amar.
—Uh... Bem, eu não o vejo dessa maneira. — ele mentiu, não querendo
deixar Vanessa ficar muito desconfiada.
Ela suspirou profundamente e empurrou para trás uma longa mexa rosa
de cabelo para o lado de sua cabeça.
—Eu não posso acreditar nisso. Você o conhece desde a infância ou algo
assim? Você deve ver que ele é construído como um fuzileiro... — O olhar dela se
afastou. — Bem do seu gosto.
—Tudo bem, tudo bem. Eu posso ver que ele é bonito, mas ele é apenas
um amigo. Eu não quero que as coisas sejam estranhas.
Vanessa olhou para ele e voltou para o pequeno corredor entre a cozinha e
o restaurante.
Ela olhou para ele da maneira triste que o fazia se sentir culpado por pedir
seu próprio maldito salário.
—Eu sei. Nós realmente estamos nos virando agora, não é? — Ela
definitivamente não estava se ‘virando’, porque ele a tinha visto sair de uma loja
ontem, quando ele foi fazer compras com Max. Ela estava carregando muitas
sacolas de compras cheias de coisas, e sua coleção de bolsas estava sempre
crescendo.
—Eu sei. Preciso comprar sapatos novos para mim, para ficar mais
apresentável aos convidados. — mentiu Dayton. —E um portador do gato para
Cinnamon, para visitas no veterinário...
—Eu entendo, mas você ainda não me deu o pagamento dos últimos dois
meses. Isso é um pouco longo.
E como se isso não fosse ruim o suficiente para Dayton, seu arqui-
inimigo, Greg Culfer, entrou com os dois caras com quem ele saia desde o
colegial. Eles estavam aqui esta noite para assistir a um jogo de futebol na área do
bar, ou celebrar a morte de um veado, ou algo igualmente insano. Eles eram
barulhentos e fizeram um grande barulho ao entrar, perturbando os clientes que
vieram ter um jantar em paz.
Mas sem outro garçom para apoiá-lo, ele gravitou em torno da mesa mais
próxima do aparelho de televisão que ficava em cima de uma estátua de gesso, ele
sorriu.
—Só se eu tiver o veado em que atirei hoje assado! — O cara riu e recebeu
um tapinha de seus amigos.
Dayton deu uma risada educada, mesmo que apenas de ver seus rostos
fizesse algo dentro dele enrolar e desejar nunca ser encontrado.
Ele queria vomitar. Ele preferia nunca mais fazer sexo em sua vida ao
suportar o toque de Greg novamente, ou um dos seus amigos idiotas.
Com os pedidos restantes fora do caminho por agora, ele procurou refúgio
por trás das portas da cozinha, e até mesmo o ar abafado poderia acalma-lo. Max
estava ocupado cortar cenouras com proficiência surpreendente, então Dayton
tomou seu tempo admirando suas costas largas. Mas pensar sobre o que eles
tinham feito no outro dia, trouxe de volta as memórias do que Greg tinha feito.
Como era ele poderia confiar em alguém o suficiente para entregar a quantidade
de controle necessário para cumprir as suas fantasias mais secretas?
Ele estremeceu, abrindo os olhos para ver os tênis de Max tão perto de
seus próprios sapatos.
Max olhou para Kathy, o chef, que parecia estar em um mundo própria,
trabalhando em quatro panelas ao mesmo tempo.
—Vá, vá!
Dayton inclinou-se contra ele, grato que alguém percebesse que ele não
estava se sentindo bem, mesmo que ele não quisesse alarmar ninguém e ser um
incômodo. Certamente, um momento de má disposição poderia ser dispensado?
—Ok. — ele disse suavemente, endireitando-se para andar, mas Max já
tinha agarrado o braço de Dayton e o estava puxando.
—Porra, você está todo vermelho. — Max colocou a palma da mão contra a
testa de Dayton. —O que aconteceu? Você precisa esfriar? Vamos lá, eu sei de um
lugar.
Mas Max não parou aí, ele puxou Dayton para a sala fria onde todos os
produtos eram mantidos. A escuridão dentro instantaneamente envolveu Dayton
como um bloco de gelo em sua alma.
Max fechou a porta atrás deles e ligou uma pequena luz azul, iluminando
as prateleiras de metal cheias de comida.
Ele tinha comido todos na mesma noite, porque ele não podia sair com
seus amigos, e isso o deixou insuportavelmente triste.
Embora ele não tivesse amigos com que sair, já que todas as pessoas de
quem ele era próximo na escola secundária, tinham ido embora da cidade desde a
graduação.
—Não seja ridículo. Ninguém vai saber. —E como que para provar suas
palavras, ele colocou um na boca e mordeu com uma expressão satisfeita. Dayton
esteve se beliscando algumas vezes, ainda incapaz de compreender que Max
estava realmente aqui. —Sente-se, relaxe, e aproveite esse cheesecake. Não pense.
—Ela não vai. São oito horas. É o momento em que ela vai tomar um copo
de vinho e lamentar por seu gato. Kathy me disse.
—Eu não deveria estar rindo, mas sim... São oito horas. — Ele sorriu para
Max, lentamente relaxando no banco, apesar da parede fria atrás dele.
Ele murmurou para mostrar o seu apreço e olhou para cima, na mão
grande, cheia de veias, os antebraços tatuados. Com a doçura da bola derretendo
em sua boca, ele desejou que fosse um gato e pudesse se esfregar na coxa de Max.
Ele nem sabia o que estava fazendo, mas quando Max empurrou seus
dedos sujos com a crosta de biscoito nos lábios de Dayton, foi muito difícil
resistir. Seu rosto estava corado, mas ele colocou a língua para fora e lambeu o
polegar grosso, como se tivesse feito por acidente, embora a mente de Dayton já
estivesse inundando com imagens que ele definitivamente não deveria estar
pensando. Especialmente no trabalho.
—É isso aí. Isso é o que você precisa, não é? — O sussurro de Max era
como uma brisa de ar quente na sala fria, e a luz azul dentro o fazia parecer de
outro mundo, como se estivessem em um filme sci-fi, muito longe da realidade.
Dayton gemeu, e quando o polegar de Max empurrou em seus lábios, ele
abriu sem pensar e o chupou. Ele prendeu a respiração, e fechou os olhos com
vergonha, mas era tão delicioso. Talvez por isso alguns bebês tivessem tanta
dificuldade em abandonar a chupeta? A segurança de algo quente enchendo sua
boca era muito calmante para resistir.
—Você está me deixando duro. Você está fazendo isso de propósito, não é?
— A voz de Max estava rouca enquanto ele movia o polegar para trás e para frente
na boca de Dayton, o aperto em seu cabelo se intensificou. —Me provocando de
tal forma para que eu faça o que você é tímido demais para pedir?
—Então você vai me dar uma boa chupada, certo? Vá em frente, abra meu
jeans. —Sua respiração estava mais alta, e toda a sua atenção estava em Dayton,
como se ele realmente valesse a pena, como se um cara como Max não pudesse
encontrar alguém melhor do que ele.
Dayton abriu a boca, e dois dedos de Max deslizaram sobre sua língua. Ele
gemeu e o chupou com tanta força quanto podia. Se Max achava que poderia
provoca-lo assim, então ele também poderia ser provocado.
Ele colocou as mãos na frente das grossas coxas de Max e esfregou por
todo o caminho até chegar perto da virilha. Ele parou, como se tocar em um pau o
intimidasse. Talvez isso fosse verdade, porque isso parecia um passo muito
grande, e ele ainda não tinha certeza se era a coisa certa a fazer.
E ele não podia mentir para si mesmo, ele amava vigor. Suas fantasias
sujas eram sobre homens o obrigando à submissão sexual, mesmo que fosse em
última análise, para o prazer de Dayton. Um oficial de segurança depois de pegá-
lo furtando, um cara bêbado o fodendo a força em uma festa, um agente TSA10
fazendo uma investigação muito mais profunda do que deveria.
Max sabia tudo sobre essas fantasias, e se eles estavam tão em sincronia
como as cartas que tinham trocado sugeriram, ele saberia que a resistência de
Dayton era uma sugestão para dar um empurrão. Max apertou o pescoço de
Dayton com mais força e pressionou o outro polegar sob o lábio de Dayton,
traçando-o sobre as gengivas.
—Abra o meu jeans, vadio, ou vou fazer você engasgar no pau com tanta
força que você vai se arrepender.
Dayton vacilou, ao mesmo tempo com medo da ira de Max e ainda assim
se sentindo seguro. Foi uma combinação que endureceu seu pênis e fez querer
resistir com mais fervor, mesmo que ele se sentisse colado ao assento e não fosse
escolher estar em outro lugar.
Ele também era o cara que tinha matado três pessoas, mas Dayton
recusou-se a pensar nisso.
—Não é ciência de foguetes. Você põe o pau na sua boca suja e chupa.
10
Departamento de transporte dos Estados Unidos
Max estendeu a mão para seu jeans e desabotoou-o para mostrar a
Dayton seu pau duro já lutando contra o zíper. Mesmo quando ele não estava
mais segurando Dayton, a pura força de sua presença deixou Dayton colado ao
assento.
Ele engoliu em seco, não confiando em si mesmo para tocar Max ainda.
Ele falou em vez disso.
—Por que eu? Eu nunca fiz nada para você. Como você pode fazer isso?—
Ele perguntou, mas seu rosto estava se aproximando da virilha de Max,
desejando sentir seu cheiro.
Max gemeu e puxou sua calça jeans e cueca para baixo, provocando
Dayton ao mostrar apenas seus escuros pelos púbicos e a base de seu pau
pulsando na luz azul. Os ouvidos de Dayton pulsavam com o barulho do sangue,
era como se as palavras de Max viessem de trás de uma parede.
A excitação disso o fez abrir suas coxas ligeiramente para aliviar a pressão
em seu próprio pênis.
Max empurrou sua cueca para baixo o suficiente para o pau pular para
fora com toda a sua gloria, grosso, cheio de veias, com a cabeça escura e inchada,
implorando para ser chupado. Ele agarrou o rosto de Dayton com a mão enorme
e forçou seus lábios nele.
—Você vai me chupar ate eu estar seco, ou ao invés disso vou enfia-lo na
sua bunda.
—Não... Não faça isso, por favor. Eu vou me comportar. Vou engolir todo
o seu sêmen, se é isso que você quer...
Dayton teve que lutar para não estender a mão e deslizar sob a parte
superior do estomago de Max, mas essa pessoa não era mesmo realmente ele, era
um homem hetéro sendo chantageado para chupar o que o verdadeiro Dayton
pensava ser o pau mais glorioso que ele já teve o prazer de encontrar. Seus olhos
se fecharam enquanto ele saboreava o gosto dele em sua língua, e ele torceu suas
mãos no colo para resistir à tentação acariciar as bolas de Max. Esse momento
não era sobre isso.
—Isso não é bom o suficiente. — Max sussurrou. —Você vai chupar meu
pau direito, porra, ou você vai perder o seu emprego, entendeu?— Ele enfatizou
que com um impulso de seus quadris que empurrou a cabeça de seu pau na parte
de trás da garganta de Dayton. O modo como ele segurava a cabeça de Dayton no
lugar fez arrepios surgirem sobre a pele de Dayton.
Ele não tinha reflexo de vômito, e não tinha exatamente orgulho disso,
mas sabia que Max apreciaria.
—Foda-se, sim. — Max gemeu e puxou para trás apenas para bater de
volta na garganta de Dayton. —Eu sabia que sua boca suja poderia me chupar
como um sonho. — A respiração de Max estava irregular, e ver seu rosto corado
de excitação enviou faíscas por todo o corpo de Dayton.
Ele amava isso. Ele gostava de deixar outro homem empurrar tão
profundo nele enquanto apenas aceitava. Se ele ao menos conseguisse se livrar da
vergonha, esquecer tudo o que tinha aprendido, ele poderia se imaginar fazendo
isso o tempo todo, servindo um homem até que ele não fosse mais fisicamente
capaz.
E não importa o quanto ele quisesse negar, uma parte dele se divertia
muito com as palavras sujas e em ser forçado a chupar um homem. Desta forma,
ele estava livre para entrar no ato sexual e mesmo assim não seria aquele cara
que tinha concordado em fazer isso. Mesmo que ele realmente tenha concordado,
então ele não sabia por que o excitava tanto assim. Talvez fosse porque Max era
uma força da natureza e isso tornava tudo muito mais atraente para Dayton? Ou
talvez ele simplesmente amasse se sentir tão desesperadamente desamparado
que tudo o que ele podia fazer era seguir ordens e dar o seu corpo da maneira que
seu parceiro queria.
—Eu sabia. Você é um puto faminto por pau, não é? Continue. Bata uma.
Eu quero ver você gozar sabendo que meu sêmen esta em seu estômago.
A mão dele estava ligeiramente úmida e era tão gostosa ao redor de seu
pênis enquanto ele esfregava ao longo do comprimento, ele estava tão excitado
que poderia morrer se parasse agora.
Como se o recompensando por seguir suas ordens, Max empurrou a
cabeça de Dayton para que pudesse esfregar seu pau amolecendo em sua
bochecha. Mas o puxão no braço de Dayton veio como uma surpresa. Mas ele não
resistiu, nem parou de se masturbar quando Max agarrou sua mão e a colocou em
seu próprio abdômen.
Max sorriu e puxou Dayton do banquinho. Com os joelhos tão fracos, Max
teve que segurá-lo, Dayton não tinha energia para negar a Max um beijo. Ele
derreteu nele, sua cabeça mergulhando na carícia enquanto Max deslizava sua
língua contra a de Dayton, como se quisesse provar seu próprio esperma. Ele
gemeu baixinho, decidindo não ceder completamente, e não abraçar Max, mas
percebeu que ele já tinha feito isso. Com os braços fechados em volta dos ombros
de Max, ele provocou Max com toques gentis e submissos de sua língua.
A confiança de Max era tão irresistível que Dayton não tentou se afastar,
aceitou todas as lambidas, beijos e mordidas em seus lábios. A fome de Max por
contato fez Dayton se perguntar sobre o tempo que Max tinha passado na prisão
e como ele provavelmente não tinha beijado ninguém durante esses anos. Era
difícil não se sentir especial quando olhava para ele a partir dessa perspectiva.
Se Dayton nunca mais fosse beijado assim, ele não poderia se recuperar
de sua paixão por Max.
—Eu sei que eu nunca escrevi isso. — Max disse enquanto se afastava,
olhando nos olhos de Dayton como se ele pudesse ver dentro de sua alma. — Mas
eu também te amo. Eu sei disso agora.
Ele tinha feito uma armadilha para um animal que nunca deveria ter
saído da floresta, e agora que a gaiola estava cheia com sua presa, Dayton não
sabia o que fazer com ele.
—Eu sei. — Max sorriu dessa forma preguiçosa que o fazia parecer ainda
mais bonito. —É como comer o café da manhã, almoço e jantar de uma só vez.
Esse era o fim. Eles foram descobertos. Ele seria jogado nas ruas com
Cinnamon para cuidar.
Vanessa puxou tanto ar tão que Dayton temia que seus pulmões fossem
explodir.
A garganta de Dayton estava tão apertada que ele achou difícil falar. E
quando ele finalmente encontrou sua voz, o som apenas mostrou o que já tinha
acontecido aqui. Cru e rouco, soava como a evidência de seu crime.
—Eu sinto muito, Vanessa. Isso nunca vai acontecer de novo. Você sabe
que eu nunca...
—Eu não quero ouvir suas desculpas. Você vem me pedir dinheiro extra,
e então tira folga durante o resto da noite? Voltem ao trabalho, vocês dois. Eu não
posso fazer tudo sozinha neste hotel! E é melhor que isso não volte a acontecer!
Mesmo que ela soubesse que ele era gay já há bastante tempo, até agora,
ele tinha sido discreto, o que se esperava de uma pessoa gay. Ou assexuada. E
para aumentar a diversidade na pousada, ele ajudou Vanessa a escolher suas
roupas (no que ele nem sequer era bom). Mas com Max aqui, especialmente
vivendo em seu quarto, as coisas estavam ficando muito mais complicadas.
Ele tentou ler, mas com sua mente zumbindo como um ônibus escolar, ele
desistiu e apenas fechou os olhos, acariciando seu gato enquanto escutava
canções tristes dos anos 90. Ele estava tão cansado de tudo. Ele apostava que
Vanessa já tinha fofocado sobre ele para todos os outros funcionários, e que eles
iriam contar para seus amigos e familiares, e na próxima vez que Dayton fosse
fazer compras, os adolescentes o chamariam de chupador de pau.
Dayton congelou, era como se Max fosse uma pedra o achatando no chão.
Max nunca mencionou esse tipo de coisa. Na verdade, Dayton meio que esperava
que ele não estivesse em perigo, porque haviam enfermarias especiais para os
homossexuais nos dias de hoje, certo? Ele não poderia ter corrido tanto perigoso
lá. E ainda assim, as palavras de Max fizeram o coração de Dayton acelerar com
ansiedade, mesmo que estivesse muito atrasado para ter medo agora.
Max fechou a porta atrás dele e franziu a testa, pensando em sua resposta
por um tempo.
—Talvez. Eu tinha que estar lá cedo, então era uma merda, mas, por
outro lado, pelo menos eu era capaz de conseguir mais comida. — Ele bateu no
estômago.
—E se você fosse pego? Isso teria adicionado mais alguns anos a sua
sentença?
—Eu não fui pego. Você tem que se arriscar um pouco se você quiser
resultados.
Dayton se encolheu. Bravura era a coisa que ele mais admirava em Max,
mas agora que esse tipo de conduta estava tão perto dele, agora que poderia
deixa-lo em apuros, ele não tinha mais certeza dos seus sentimentos. Talvez
correr riscos simplesmente não fosse para pessoas como ele?
—Longo. Mas foi divertido trabalhar com Kathy. Ela é tão mal-humorada
que não consegui parar de provoca-la. De qualquer forma, você está pronto para
ir dar uma volta?
—Uma volta?
—Há uma caixa inteira de ovos podres na cozinha e Kathy disse que eu
posso ficar com eles. Ela me disse onde aquele idiota, Greg, mora. Vamos lá. —Ele
sorriu e se levantou com tanta energia que era difícil acreditar que ele tinha
trabalhado durante toda a tarde e parte da noite.
A almofada estava cutucando Dayton com seus fios soltos, mas ele a
manteve perto.
—O que? P-porquê?
—O que quer dizer? — Max pegou o casaco na cadeira. —Ele tratou você
como merda hoje, não foi? Kathy me contou tudo. Eu esmagaria o rosto dele se
eu não estivesse tentando me comportar.
—Não... Não, você não pode fazer isso! Ele vai saber que fui eu, e nós
seremos pegos, como fomos pegos hoje, e vão chamar a polícia. E eu vou morrer.
Eu vou. — ele mal conseguia respirar.
—Não, não está. Ela vai ficar nos observando agora. E ela pode reduzir
nossos salários como um castigo. E ela podia dizer às pessoas o que viu, e depois
todo mundo vai saber que tipo de pessoa eu sou!
Ele nunca esteve em um bar gay, mas ele tinha visto um monte deles na
TV.
—Eu não suporto esse tipo de stress. Greg é uma merda, mas fica tudo
bem quando eu simplesmente ignoro seus comentários. Esta é a realidade, e na
minha realidade, eu preciso comer e não ter ninguém me perseguindo porque eu
saí da linha!
—Então... Você não quer ir jogar ovo podre na casa dele? Você pode usar
minha mascara de esqui.
—Então você vai apenas deixa-lo livre depois da merda que ele disse para
você?— Max deu um passo mais perto, seu grande corpo enchendo toda a sala.
Era muito frustrante que, mesmo agora, descontente e franzindo a testa, ele
estava tão porra gostoso que Dayton só queria deitar na cama e lamber seu corpo
como uma sobremesa.
—Ele é um idiota. Você sabe o que mais era uma merda? A escola. Ele
costumava ser muito ruim naquela época, mas ele amadureceu. Piadas ruins
realmente não podem me machucar, podem? Quero dizer, eu preciso dar-lhe
algum crédito por ele ter mudado tanto. —Dayton disse, embora as palavras
parecessem vir da boca de outra pessoa.
—Eu disse que eu preciso de tempo. Por que você continua fazendo isso?
— Ele perguntou fracamente.
Max se afastou com um profundo suspiro, mas quando seus dedos
deixaram o rosto de Dayton, deixou uma enorme saudade.
—Cristo! O que você quer de mim? Nada que eu faço está certo. Você
parecia muito ansioso algumas horas atrás. Eu pensei que aquilo fosse ajudá-lo a
relaxar um pouco.
—Eu não posso relaxar. Não há nada além desse hotel me impedindo de
dormir na rua. E sim, eu gosto de você, mas tudo isso é demais. Eu não posso
fazer isso!
—Você passou três anos escrevendo para mim sobre o quanto você queria
isso.
Dayton não gosto da maneira como Max cerrou os punhos. Isso o fez
recuar contra a parede, perto da porta.
—Bem, talvez eu não esteja pronto. Eu entendo que você está... Faminto
por sexo, mas se você não pode esperar, talvez você deva encontrar outra pessoa.
— disse ele, ficando insuportavelmente triste, logo que as palavras passaram por
sua boca. Mas essa era a realidade, não era? Uma pessoa tinha necessidades
básicas, e se Max tinha sido privado por tanto tempo, como ele poderia se impor
sobre o homem enquanto negava constantemente o que ele queria?
—Bem! Se vamos devagar, não vamos á lugar nenhum! Você acha que eu
vim aqui apenas atrás de uma foda? É isso que você acha que eu sou? —Ele jogou
o quadro na mesa e começou a rasgar as fotos e recortes de notícias que Dayton
tinha reunido ao longo dos anos. —Eu não vou ter essa merda aqui, zombando de
mim enquanto você nem sequer me quer. Este maldito santuário precisa acabar.
—Não...
—Por quê? Assim você pode se masturbar por esse cara, enquanto me
trata de modo frio?
—Onde porra você está indo? Nós não terminamos nossa conversa.
Dayton estremeceu e fechou os olhos, se encolhendo por dentro enquanto
o medo se espalhava por cada polegada de carne em seu corpo.
Max ficou ali, olhando para ele, respirando com dificuldade, suas
bochechas coradas, mas nenhum soco veio. Ele soltou Dayton e ligeiramente o
empurrou.
—Fique com ele então. — ele rosnou e jogou a foto no quadro meio vazio.
Dayton se moveu para mais perto da porta, sem saber como lidar com
isso. Ele nunca tinha tido este tipo de briga com um namorado. Ele raramente
tinha um discursão, geralmente preferindo aceitar o que a outra pessoa queria a
ter que lidar com as consequências de um desacordo. Seus olhos deslocaram-se
para o quadro, onde ele tinha recolhido memórias por muito tempo, e viu-se de
luto por ele, como se fosse um amado animal de estimação que ele tinha acabado
de assistir ser dilacerado por um pit bull.
Max não disse mais uma palavra. Tenso e irritado, ele entrou no banheiro,
deixando Dayton ouvir apenas o som da água no chuveiro.
Não havia nada para fazer ou dizer, e ele saiu, tão absolutamente
miserável que ele não tinha certeza se queria voltar a esse maldito quarto nunca
mais.
O Inn estava tranquilo essa noite, então ele andou pelos corredores e,
eventualmente, foi em direção ao restaurante vazio. Ele conhecia o edifício muito
bem, sem nem sequer ligar a luz, mas quando ele entrou na sala grande cheia de
cadeiras e moldes de gesso de esculturas clássicas, a sensação de solidão o atingiu
como uma bigorna.
Max tinha sido um sonho que talvez nunca se tornasse realidade, mas ele
era alguém que Dayton tinha mantido em sua mente, nos piores momentos.
Agora que ele estava aqui, quebrando a vida já difícil de Dayton, esse pequeno
vislumbre de esperança para o futuro se desintegrou, deixando seu coração
desolado.
Guiado pela brilhante luz da lua, Dayton se aproximou de uma das janelas
altas e se sentou no chão ao lado dela.
Max tinha sido seu herói após saber da notícia que um boxeador matou
três homens quando eles o atacaram por ser gay. Eles estavam armados,
claramente preparados para causar danos permanentes ou mesmo matar Max,
mas ele se defendeu. E quando Dayton e Max começaram a trocar cartas, Max
acabou por ser mais do que um criminoso e um símbolo, a adoração de herói de
Dayton se transformou em algo muito mais profundo. Ele nunca tinha pensado
que eles realmente fossem se encontrar, realmente conversar cara a cara. E foi
essa certeza que deu a Dayton a coragem de se abrir sobre suas fantasias sexuais.
Era seu pequeno segredo sujo. Todo mundo que o via todos os dias no trabalho
pensava que ele era um cara pacato, um gay educado, o tipo que vivia
tranquilamente com seu gato, quando na verdade, ele levava uma vida dupla,
trocando cartas cada vez mais sujas com um condenado preso no Texas.
Ele olhou através dos pedaços de papel, alguns ainda estavam bem,
alguns rasgados, alguns amassados, e ele queria chorar, porque ele não tinha
levado a fita adesiva com ele. Isso era o quão baixo ele tinha caído. Inútil, preso
em uma cidade que não o queria, em um trabalho onde ele não era apreciado, e
com um homem que não o respeitava. Mas ele não tinha dado motivos para Max
respeita-lo, humilhando-se com representações gráficas de como ele queria ser
usado para o prazer de Max.
Agora que a realidade de suas fantasias estava ao seu alcance, ele desejava
apenas recuar para a previsibilidade da sua vida triste, de volta a um momento
em que as cartas de Max estavam lá para consolá-lo, mas nunca tiveram
demandas de intimidade ou reciprocidade. Trancado atrás das grades, Max era
um homem seguro para se fantasiar.
Ele puxou uma das cartas e a desdobrou, vendo as letras apertadas. Max
lhe tinha dito que não poderia conseguir papel sempre que queria, então ele
aprendeu a apertar as palavras em linhas pequenas.
—Talvez um dia se eu for liberado, você possa vir me receber do lado de fora?
É algo difícil, mas eu gosto de pensar que é possível. Eu iria atrás de você, mas talvez
eles não me deixem sair do estado por um tempo. Mas se puder, eu iria visitá-lo em sua
casa. Embora fossemos perder tanto tempo na viagem. Se você vier aqui, eu poderia
beijá-lo imediatamente. Foda, querido, poderíamos alugar um quarto em um motel e
não sairíamos de lá por uma semana. Eu te foderia pelo menos três vezes por dia, mas
você estaria me implorando por mais, não é?
Ele desejou estar com Max e realizar todas as suas fantasias com ele e
apenas flutuar nas ondas de paixão e amor e confiança.
Dayton obrigou-se a levantar-se. Ele não podia permitir isso. Ele tinha
estado nessa posição antes, e ele não deixaria Max sofrer esse tipo de coisa. Ele
iria cobrar seu dinheiro a Vanessa, e mesmo se eles realmente tivessem
terminado ele seria capaz de emprestar a Max algum dinheiro e ajudá-lo a se
reerguer.
Quando ele finalmente estava preparado para enfrentar Max, ele voltou
para seu quarto. Ele não estava pronto, mas quando ele estaria? Alguns
problemas simplesmente precisavam ser enfrentados, e se ele podia lidar com
Greg durante todos esses anos, ele poderia olhar Max nos olhos.
Dayton estava tão cansado que mal podia pensar, e ele estava grato por já
ter tomado um banho, por isso, tudo o que restava era a deslizar sob o edredom e
tentar adormecer. Mas ele não podia, não com a possibilidade de Max ficar
doente por causa do frio.
Ele tinha duas coisas quentes para se cobrir, e uma delas era um velho
saco de dormir que ele tinha desde que saiu de casa. A outra era o grande
edredom fornecido pelo hotel. Era muito maior e certamente acomodaria o
tamanho de Max com mais facilidade.
Talvez isso provasse sua boa vontade o suficiente para obrigar Vanessa a
pagar-lhe o seu próprio dinheiro. Então ele pegou as latas de tinta branca
armazenadas no porão, e pediu a Vanessa para comprar alguma com uma cor
mais interessante, para uma parede atrás da cama, e foi trabalhar.
Ele poderia ter pedido a Max para ajuda-lo a arrastar os móveis para o
meio da sala, mas eles quase não se falaram, e Dayton não ousava se aproximar
dele.
Seu braço estava começando a doer de mover o rolo para cima e para
baixo na parede, mas assim que o quarto estivesse terminado, com o novo
banheiro e a varanda com uma vista deslumbrante sobre o rio, ela poderia pedir
um excelente valor por ele o que por sua vez, ajudaria a pousada a ganhar mais
dinheiro. Vanessa continuava dizendo que, assim que os negócios melhorassem,
ela seria capaz de pagar-lhe por todas as horas extras. E ele poderia, enfim, sair e
fazer uma nova vida. Ele só precisava ser paciente e lidar com a suíte de lua de
mel primeiro.
Assim que Dayton canalizou sua fúria para pintar a parede mais rápido,
ele ouviu uma voz familiar atrás dele.
11
Dayton vacilou, surpreso com o agradável tom masculino que causou
arrepios em sua espinha. Ele apertou suas mãos no rolo e olhou para trás, feliz e
irritado por ter seu espaço invadido mais uma vez.
—Ah, sim. Mas se esta suíte ficar pronta logo, o hotel poderia finalmente
fazer um lucro decente, e Vanessa poderá me pagar.
—Você está brincando comigo? Ela ainda não pagou você? — Max entrou
no quarto coberto de plástico. —Espere. Você está dizendo que ela não está te
pagando por todo este trabalho?
—Então você se ofereceu para fazer isso de graça, no seu dia de folga, para
que ela possa ganhar mais dinheiro, apesar de você não estar sendo pago nos
últimos dois meses?— A carranca de Max aprofundou e seu lábio enrolou como se
ele estivesse com raiva de Dayton, quando nada disso era culpa dele.
Na verdade, era muito mais de que dois meses atrasados, mas Dayton não
mencionou para não parecer um perdedor ainda maior aos olhos de Max. Em
poucos dias, seu conhecimento da vida real de Dayton, foi provavelmente o
suficiente para Max perceber que Dayton não era nada parecido com o cara legal
e sexy com quem ele tinha se correspondido durante os últimos três anos. Doeria
menos se ele pudesse dar a Max o dinheiro para ir embora e começar uma nova
vida sozinho.
—Que tal ela mesma? Tudo o que a vejo fazer é caminhar pelo hotel, ou
beber vinho e comer cheesecake enquanto lamenta por seu gato.
—Você viu esta sala antes? Estava horrível. Ela pensou que pintar tudo de
preto e fúcsia poderia torna-la sexy. — disse Dayton, revirando os olhos. —Ela
herdou o dinheiro para a pousada de seus pais, ou algo assim, e ela não tem ideia
sobre qualquer coisa relacionada a este negócio.
—Cristo! Por que você esta defendendo ela? Ela tem que te pagar. É o
trabalho dela. Por que você se desvaloriza tanto?— Max não deixou Dayton pegar
o rolo de volta.
— Você não trabalha aqui há mais de cinco anos? Você tem muita
experiência. Você poderia ser um recepcionista em um hotel melhor, não esta
espelunca. Eu vi você lidar com clientes insatisfeitos algumas vezes, e Vanessa
tem sorte de ter você.
Dayton estremeceu.
—Não... Isso não é uma boa ideia. Eu não posso me dar ao luxo de ir para
a Flórida, e se eles me odiarem no meu primeiro dia? Eu não terei para onde ir.
Eu... Terei que dormir no parque, onde alguém pode me atacar. — Pelo menos na
Flórida, havia uma baixa probabilidade de morrer de frio, mesmo no inverno.
Ele deve ter olhado um pouco demais, porque Max franziu a testa para
ele.
—O que? Eu não vou sujar minha camisa de tinta, eu só tenho três. — Ele
pegou o rolo e começou a pintar a parede em movimentos rápidos e eficientes.
—Oh... Max, você não tem que fazer isso. Se Vanessa vê-lo trabalhar, ela
vai responsabilizá-lo se fizermos algo errado.
—Bem, nós não vamos, não é? Eu sei que eu não vou, mas ainda estou
muito chateado por você estar fazendo isso sozinho. Você não deveria fazer isso, e
mesmo achando que seja uma ideia estúpida ceder às exigências dela, eu não vou
deixar você aqui sozinho.
—Talvez você tenha razão. Mas ainda assim, obrigado. Ninguém nunca
me ajuda.
Max olhou para ele, parando por um segundo. Ele bagunçou o cabelo de
Dayton.
—Isso é uma merda. Você é um cara. legal Você merece isso.
Essa palavras fizeram Dayton perceber que ele estava em um mundo onde
não tinha que carregar tudo em seus ombros, Max estava lá para apoiá-lo quando
as coisas ficassem difíceis. Era um pensamento estranho, porque ele sempre
colocou Max na categoria paixão, que Max iria cumprir suas fantasias sexuais e
suprir suas necessidades emocionais. Ele realmente nunca pensou sobre como
seria o dia-a-dia com um cara como ele, mas Max era surpreendentemente
cuidadoso e gentil por baixo de seu exterior áspero.
—Eu sinto muito por não... Ter dando a atenção que você merece. — disse
ele.
—Como assim?
Oh, Deus, por que Max tem que ser sempre tão direto?
—Você sabe, uma cama quente para começar. Você não veio até aqui para
dormir no chão.
—Eu não disse a você? Esse é o meu castigo por destruir suas coisas.
—Oh, não se preocupe, está tudo colado. Não posso perder minhas fotos
favoritas, posso?
Dayton sorriu para ele, mesmo que a timidez estivesse puxando-o para
baixo e incitando-o a correr enquanto as mãos de Max estavam ocupadas.
—É isso o que você faz? Atrai homens com doces promessas sujas, para
que eles façam seu trabalho por você?
Dayton riu e deu um passo em direção a Max para ver seu belo perfil.
Estando tão perto dele fez a pele de Dayton formigar, ele estava hipnotizado pela
maneira que o bíceps de Max contraia na frente dele.
Max o olhou de cima para baixo como se estivesse lambendo sua pele.
—Eu posso ver um grande potencial inexplorado, você poderia até ganhar
algum dinheiro.
—Eu não posso fazer isso. Estou trabalhando, Max. Você está agindo tão
estranho hoje. Primeiro você se despiu, e agora isso? — Dayton perguntou e
levantou a bainha de sua camisa velha, apenas o suficiente para mostrar seu
umbigo a Max.
Max mordeu o lábio, sem nem mesmo piscar, e foi uma revelação ver o
efeito que Dayton tinha sobre um cara como Max. Claro, ele sabia que ele não era
feio, e ele tomava cuidado com o que comia para se manter em forma, mas ele
nunca se considerou particularmente 'sexy'. Atraente, talvez. Sensual? Na
verdade, não. E ainda assim ele conseguiu atrair alguém como Max, isso
despertou novos níveis de confiança que Dayton nunca soube que tinha.
Fazia quase uma semana, e em vez de estar decepcionado com o que ele
tinha encontrado em River Inn, Max não só tinha ficado, mas parecia mais do
que interessado em Dayton. Se fosse apenas sexo, Max poderia facilmente sair e
encontrar alguém com que transar todas as noites, mesmo nesta pequena cidade.
—Não pode culpar um cara por tentar. — Max lançou lhe um sorriso.
Dayton limpou a garganta e deslizou seu olhar no corpo de Max, direto
para o cós da calça jeans que pendia baixa em seus quadris. A trilha de cabelo
puxava Dayton como uma mosca, e só de lembrar da maneira que o pênis de Max
tinha empurrado para dentro de sua boca, o deixou salivando.
—Você vai arruinar seu jeans. — disse ele com uma voz tão rouca que ele
teve que limpar a garganta imediatamente. —Talvez eu deva cobrir você.
—Eu nunca iria sugerir qualquer coisa assim. — disse ele e pegou várias
folhas de papel da pilha.
—Você vai usar fita para colar jornal nas minhas calças? Eu não acho que
já tenha visito isso em revistas de decoração.
—É uma ideia original. — disse Dayton, parando tão perto de Max que ele
podia sentir sua fragrância mesmo sobre o aroma de tinta fresca. Ele hesitou por
um momento, mas depois ficou de joelhos, sentindo o calor subir em sua cabeça.
Esta era uma posição tão sugestiva, e ainda assim ele tinha assumido por sua
própria vontade!
Ele colocou o papel contra a coxa de Max e circulou com a fita, anexando
o papel fino no tecido grosso. Ele praticamente abraçou a perna de Max no
processo, e o silêncio repentino o encheu de emoção em vez de ansiedade. Talvez
ele devesse pelo menos convidar Max de volta para sua cama? Isso não faria mal
algum, e depois de todas as coisas que fizeram um com o outro, ele não deve ficar
envergonhado. Não havia nada de errado em um afago. Especialmente se esse
carinho envolvesse a dura ereção de Max contra sua bun...
—Você está bem aí em baixo? — Max riu, e só então Dayton percebeu que
não tinha se afastado.
Dayton chupou os lábios em sua boca e balançou a cabeça, cobrindo
ambas as coxas de Max. Sua cabeça flutuava sobre as lembranças, o aroma, e a
leveza em seu cérebro o fez querer dar um empurrão, tentando mandá-lo de cara
no tipo de situação que ele queria evitar.
—S-sim. — Ele disse antes de ficar de pé, cara a cara com Max.
Max concordou e Dayton não tinha certeza de quando ele se moveu para
mais perto.
—Deve ser verdade. Requer muita prática para ser tão bom em ajudar.
Será que foi demais? Será que Max interpretaria isso como um convite
para transar?
Dayton não tinha certeza se ele queria que fosse ou não. Mas ele não
estava arrependido. Ele gostou de ver os olhos de Max ficarem baixos.
—Eu sei que você não tem um reflexo de vômito quando está chupando. —
o sussurro estava tão cheio de excitação que Dayton não poderia interpretar as
palavras de qualquer outra maneira, além de um elogio.
O rosto de Dayton estava tão vermelho que suas bochechas pareciam dois
bifes, mas ele só desviou o olhar por um segundo para reunir seus pensamentos.
Vergonha e emoção se misturavam dentro de seu corpo, criando uma mistura que
fez seu pau se contorcer em suas calças.
—Seria uma pena não usar esse dom.— Max se inclinou e Dayton não
podia negar a si mesmo o beijo que estava por vir. Tudo parecia bom demais, e
ele era apenas humano.
A mão deslizando para baixo de seu quadril e em sua bunda, deveria ter
sido um alerta, mas só o fez se esfregar com mais força em Max. Ele ainda mal
podia compreender o que havia acontecido no dia que Max chegou. Quase parecia
um distante sonho molhado. Mas tinha sido real. Apesar de toda a incerteza e
ansiedade na época, ele conseguiu relaxar e permitir que a excitação o
controlasse, e Max lhe tinha dado o melhor sexo que já teve. A mão apertando sua
bunda era um lembrete de que isso poderia acontecer novamente.
Dayton relaxou contra ele, e o alívio foi tão visceral que ele mal conseguiu
permanecer de pé, se segurando apenas nos ombros fortes de Max. Aceitar Max
de volta? Ele nunca sequer sonhou em romper com Max. Ele pensou... Ele não
sabia o que ele estava pensando nos últimos dias, mas se Max pudesse beijá-lo
assim novamente, ele iria concordar com quase qualquer coisa.
—Sim...?
Dayton riu e olhou para ele, mais feliz do que ele tinha sido em um longo
tempo.
—Você pode dormir aos pés de minha cama, como Cin. — disse ele com
uma piscadela.
—Ok.
A espessa atmosfera asfixiante dos últimos dias foi embora com a brisa de
afeto renovado de Max para Dayton.
—Serio? Você vai me deixar dirigir seu carro? — Max sorriu. —Você tem
que saber algumas pessoas me chamam de Mad Max por uma razão.
Dayton riu.
Dayton apertou a mão de Max com mais força do que era necessário, e só
soltou quando um casal de convidados se aproximou do outro lado do corredor.
Dayton sorriu e cutucou Max, logo que eles estavam sozinhos novamente.
Era bom não estar sozinho. Ter alguém para ajuda-lo e... Bem, ter alguém tão
gostoso como Max. Dayton não podia acreditar na sua sorte. Um homem razoável
já teria fugido, mas Max ficou, como se ele realmente desejasse Dayton, e não
apenas a companhia de qualquer outro cara que fosse mais o tipo dele.
Vanessa olhou para eles por trás de uma parede de caixas e rapidamente
escondeu algo, mas o tilintar de garrafas e o cheiro de vinho era inconfundível.
—Oh, Dayton, é você. E Max. Como a reforma esta indo? Tudo pronto?—
Ela sorriu e se levantou de trás de sua mesa.
Dayton caminhou até ela, com as mãos nos bolsos, porque ele se sentia
muito mais relaxo do que o habitual. Havia uma energia se movimentando dentro
dele, e ele desejava terminar logo esse trabalho. Só mais uma camada de tinta.
Dayton tinha suas dúvidas sobre a eficácia de publicar esse tipo de coisa
em uma tentativa de atrair clientes, mas ele não disse isso em voz alta e sorriu.
—Oh. Bem... Eu pensei que este seria o seu pequeno projeto. Então, só
comprei os primeiros baldes de tinta.
—Ele está certo. Eu não vou lucrar com isso. Se você tivesse empregado
uma equipe profissional, teria lhe custado muito mais.
O olhar de Dayton vagou para sua nova bolsa de couro no balcão com o
preço ainda nela.
—Mas... Você não é pobre. Por que você não empresta o seu dinheiro para
o hotel?
Max gemeu e Dayton teve que se esforçar para não acariciar o braço dele
para acalmá-lo.
—Então, você está dizendo que todo esse trabalho foi em vão, porque não
podemos terminá-lo agora? E o quarto não poderá ser usado até que nós
terminemos as renovações? — Dayton cerrou os dentes. Ele não ficava com raiva
muitas vezes, mas isso era insuportável. Com Max ao seu lado, ele de repente se
sentiu capacitado para expressar sua queixa. —Mas eu devo empregar meu
dinheiro em seu negócio? É isso? Eu não vi um dólar dos salários que você me
deve há meses!
—Sim, claro que sim.— Vanessa assentiu com um sorriso largo. —Eu
tenho tudo escrito no meu caderninho. — Ela apontou para uma agenda rosa
esfarrapada. —Assim que o hotel tiver mais lucros, você será o primeiro a receber
o pagamento das horas extras em atraso. Você deve saber que é um tesouro para
nós do River Inn.
Dayton pegou em sua mão e sentiu o quão fino era em comparação com o
que era devido. Mas, talvez ele fosse surpreendido? Talvez estivesse cheio e notas
de cem dólares?
Dayton olhou para Max, completamente vazio, apesar do dinheiro que ele
tinha acabado de receber. Talvez ele pudesse comprar um pouco de chocolate
para aliviar a decepção deste dia? Porque ele com certeza não iria comprar a tinta
que faltava para Hotel de Vanessa com seu próprio dinheiro.
Mas o pesado braço estava ao redor de seus ombros antes que ele pudesse
sequer pensar direito.
—Day... Vai ficar tudo bem, não deixe que a sua atitude de merda atinja
você.
Dayton se inclinou para ele, ali mesmo no corredor onde alguém poderia
vê-los, e se agarrou na camisa de Max, apertando os olhos com força para não
deixar quaisquer lágrimas vazar, mas foi uma batalha perdida. Ele tinha
desperdiçado seu único dia de folga na semana fazendo um trabalho que
claramente apenas um capricho de Vanessa.
Max o abraçou com força, e isso só fez Dayton perceber que ele não teve
ninguém para conforta-lo assim há anos. Ele sempre evitou dizer a seus
namorados sobre seus problemas para que eles não o considerassem patético.
Mas a presença forte de Max estava lá para ele, e Max não ia a lugar nenhum só
porque Dayton mostrou sua fraqueza.
—Eu sei, você merece algo muito melhor. — Max beijou o lado de sua
cabeça, tão terno, apesar de sua vida como um boxeador e seu tempo de prisão.
Era um lado dele que ninguém mais conhecia. Apenas Dayton. —Nós vamos
pensar em algo. Vamos guardar dinheiro e ir embora daqui quando chegar a hora
certa.
—Ela parecia tão feliz. Como se pagar-lhe uma fração do que ela lhe deve
deveria ser visto como algum presente dos céus. —Max rosnou e puxou Dayton
mais apertado.
Dayton assentiu.
—Você não viu nem a metade. Ela apenas pega 'emprestado' nossos
salários para usá-los na manutenção, ou comprar enfeites, e depois nos diz que
ela não teve outra escolha. Ou que sua família agradece por nós do River Inn
sermos tão compreensivos mesmo quando nenhum de nós lhe deu permissão
para usar o nosso dinheiro. E ninguém pode sair, porque há tão pouco trabalho
por aqui .
Max suspirou e acariciou seu ombro.
—Vamos encontrar uma maneira. Por agora, vamos usar o tempo livre
que lhe resta hoje.
Mas quando Dayton abriu um olho, Max ainda estava longe de ser visto.
Ele olhou para o relógio, e rolou para suas costas, olhando para o teto.
Ainda era cedo, mas trabalhando na cozinha, talvez Max simplesmente precisasse
estar no trabalho mais cedo. E, além disso, eles não tinham conversado sobre
sempre acordar juntos, ou trocar um beijo de adeus na parte da manhã.
E ainda assim ele se sentia decepcionado por não ter recebido um.
A porta rangeu, e Dayton franziu a testa, surpreso ao ver Max entrar com
uma bandeja cheia de comida e com duas xícaras fumegantes.
Será que ele teria mesmo? Ele disse a Max que queria ir devagar. Mas o
que aconteceria se ele mudasse de ideia? Max não o forçaria a qualquer coisa que
ele negasse seriamente, isso se Dayton não fosse tão fácil de ser convencido.
—Eu espero que você esteja com fome.— Max caminhou até a cama e
baixou a bandeja com cuidado antes de se sentar. —Eu pensei em trazer o café
como um pedido de desculpas. Você sabe, por todos os problemas que causei na
última semana. Eu sei que posso ser um pouco agressivo.
Dayton olhou para ele por um longo tempo, tão surpreso que ele não sabia
o que dizer primeiro. Foi só então que sua fome despertou com tanta força, como
se houvesse algo picando seu estômago por dentro.
—Não... Eu quero dizer... Sim, você pode ser às vezes. — disse Dayton,
mas se aproximou e apertou o braço de Max. O gesto atencioso foi como um
amortecedor para suas inseguranças. —Mas está tudo bem. Eu sou neurótico, e
você está lidando com isso, então ...—
—Então, eu concordo que parar agora seria difícil para você se Vanessa
lhe deve dinheiro, porque você provavelmente nunca o veria novamente. Eu vou
ajudar o hotel ganhar mais dinheiro, eu vou até mesmo ajudar a terminar essa
suíte de lua de mel, assim que ela comprar mais tinta. Mas eu estive conversando
com Kathy, e o restaurante é a verdadeira questão. Ela é uma ótima cozinheira,
mas Vanessa a esta bloqueando. Precisamos fazer Vanessa aceitar uma mudança
no restaurante, e assim, ajudar o hotel a ganhar mais dinheiro. Aparentemente
vários moradores estão interessados em vir aqui para comer, mas precisamos de
nos livrar de seu cardápio estúpido.
Ele comeu mais algumas torradas, e cada mordida ele ficava um pouco
mais relaxado. Ele quase sentia que Max o estava observando, seu sorriso se
tornando mais amplo e seus olhos mais brilhantes a cada mordida que Dayton
dava. A comida não poderia ter sido misturada com erva daninha, poderia?
—Você deve ter pensado muito nisso. — disse ele lentamente, empurrando
um tomate cereja em sua boca e em seguida tomando um gole de café. Era um
bom dia, com o sol tão brilhante que ele quase sentia vontade de ir correr. Ele
teria feito exatamente isso, se não sentisse muito mais vontade de ficar com Max.
Dayton lambeu os lábios e olhou para a bandeja. Havia até mesmo uma
flor em um copo. Max deve tê-la pego no canteiro na frente do hotel, mas era
intenção que contava.
—Mas só depois disso. — disse ele no final. —E nós temos que ter um
plano reserva.
Max suspirou e fechou os olhos por um momento.
Dayton não podia ignorar como seu corpo vibrava com a maneira que
Max não parava de dizer 'nós'. Como se fosse a coisa mais óbvia no planeta, que
eles ficariam juntos.
—Qual trabalho você está procurando? Porque... Sabe, você disse que
estava à procura de emprego para nós dois. — disse ele, ainda pensando na
maneira como Max parecia tão genuinamente interessado em incluir Dayton em
seu futuro.
Max deu aos dedos de Dayton uma lambida antes de Dayton afastá-los, e
o arrepio que o gesto provocou foi direto para seu pau.
—Eu... Não posso ser exigente no começo, mas eu pensei em trabalhar nas
cozinhas. Especialmente se eu tiver boas referências de Vanessa. —Ele terminou
de comer e arrumou a bandeja. Dayton não conseguia afastar a sensação de que
havia algo Max não estava dizendo a ele. Não era comum que ele parecesse tão
incerto.
—Sim. Eu acho que pode ser uma boa ideia. A qualquer outra coisa que
você tenha pensado? — Dayton perguntou, suavemente acariciando o braço de
Max, enquanto o observava. Ele não queria se intrometer, mas ele ainda queria
saber o que estava acontecendo na cabeça de Max.
Não admira que ele estivesse preocupado. Dayton poderia imaginar que
em um esporte hiper masculino como o boxe, seria difícil fazer um retorno depois
de um passado como o de Max. Isso o deixou triste, pensar que Max poderia
nunca ter uma segunda chance, não importa o quão bom ele fosse ou quão
devotado ele estivesse.
—Sabe, eu nunca tive interesse em boxe, mas depois que eu ouvi falar de
você, eu assisti todos os vídeos que pude encontrar. Você é muito bom.
Isso fez Max sorrir, mas ele evitou olhar nos olhos de Dayton.
—Eu aposto que você ficou excitado com todo o sangue, suor e músculos.
— Ele cutucou o estômago de Dayton através dos lençóis.
—Eu acho que... Por um tempo eu realmente quis ser como você. — disse
ele.
Max rolou de lado, ficando de frente para Dayton com uma expressão
curiosa, enquanto acariciava o local onde ele tinha acabado de cutucar.
—Eu não sou um cara durão. Mas quando eu vi você... Me fez sonhar que
eu poderia ser tão confiante como você e desafiar as pessoas. Fazer as pessoas
respeitarem as minhas escolhas. — disse ele suavemente. —Eu imaginei que
poderia ser o tipo de pessoa que pudesse para as provocações de Greg. Mas eu
não sou esse tipo de pessoa.
Dayton não sabia do que ele estava falando. Tudo sobre Max era como nos
sonhos de Dayton. Eram suas próprias inibições que estavam no caminho de
libertar todo o potencial dessas fantasias. Melhor ainda, interagindo com Max
acabou por ser ainda mais gratificante na vida real enquanto Dayton descobria
lentamente o que irritava Max, o que o perturbava, e o que o fazia sorrir.
—Não diga isso. Você é exatamente como eu imaginei que seria enquanto
lia suas cartas. Você é... Incrível. — sussurrou Dayton, respirando mais rápido
apenas por causa da proximidade de Max.
—Oh sim? O que você mais gosta em mim, então? Eu preciso dessas
palavras doces como sobremesa depois do café. — Max sorriu, e seus lábios se
moveram para o pescoço de Dayton, mas sua mão continuava em cima do
edredom, acariciando Dayton através dele.
—Não. Eu sei disso porque você ainda está aqui. Eu não o assustei .
—Você acabou de dizer o porque fiz isso. Eu sou destemido. Será preciso
muito mais do que seus pequenos ataques para me assustar.
Isto era tão bom. Tão calmo. Não intrusivo. Ninguém no seu perfeito juízo
iria ver nada de ruim em tais doces beijos.
—Você tem que dizer se eu estou indo muito rápido, porque eu posso
continuar e continuar...— Max sorriu, e seus dedos mergulharam sob a parte
superior do pijama de Dayton. —Eu não sei o quanto é lento o suficiente para
você.
—Eu posso não ser estranho. — Max deslizou sua perna sobre as de
Dayton. —Eu posso te foder de uma forma perfeitamente normal.— ele
sussurrou, e apenas ouvi-lo dizer 'foder' foi o suficiente para Dayton.
Sim.
Não.
Talvez...
—Sim.
—Eu não tive muitos namorados, e nenhum deles foi a longo prazo. Eu
nunca conheci ninguém que me fizesse sentir que era o certo.
Dayton tocou o peito nu de Max assim que suas mãos estavam livres. Ele
se cuidava, e seu corpo era bonito, mas Max era lindo. Ele era o tipo de homem
que não se vê na vida real, apenas assiste no cinema. Ele ainda não podia
acreditar que ele estava aqui. Em sua cama.
O sorriso de Max era tão predatório, como se ele quisesse comer Dayton
vivo. Ele ergueu as mãos de Dayton aos lábios e beijou seus dedos.
Dayton deu uma risada nervosa, sem saber se ele gostava dessa expressão
de lobo e, ao mesmo tempo sentindo a excitação aumentar dentro dele.
—Eu sempre fui muito... Você sabe, normal. Então você me surpreendeu
quando nos conhecemos.
—Mas eu sou um bom menino. Você não gosta assim?— Ele perguntou e
lentamente puxou o pênis de Max para fora de sua cueca.
Max fez uma careta como se tivesse sido pego fazendo algo errado.
Dayton mordeu o lábio, olhando para o pau grosso na mão. Calor subiu
por seu peito e queimou suas bochechas por dentro e ele soltou o lábio,
abaixando o jeans nas pernas de Max. Sua mente estava escaldando em suas
próprias fantasias, com as memórias de seu encontro na sala fria adicionando
ainda mais tempero.
—Você sabe alguma coisa sobre carros?— Ele perguntou com um sorriso
bobo.
—Essa é a sua conversa?— Max riu, mas ele não parecia estar zombando
Dayton. —Eu acho que nós deveríamos ficar com o aqui e agora então. — Ele
puxou as calças de Dayton até os joelhos.
Dayton chutou a calça para fora e empurrou Max até ele estar espalhado
sobre o colchão. O sangue subiu à cabeça dele em um ritmo rápido, e ele esfregou
as mãos sobre as coxas grossas e fortes, mesmo que sua atenção estivesse no pau
duro balançando levemente.
—É tudo o que você pensou que seria?— A voz de Max estava ficando
rouca causando arrepios na espinha de Dayton. —Eu sou todo seu, querido.
Seguindo seus instintos, ele chupou uma das bolas de Max, brincando
com a pele solta. Ele não confiava em si mesmo para olhar para cima no início,
mas a curiosidade venceu, e ele olhou para o rosto de Max.
O rubor escurecendo as maçãs do rosto de Max era um indicador claro da
sua excitação, como se Dayton precisasse de qualquer outro sinal além do pau
duro esfregando em seu rosto. Sua respiração estava ofegante e ele estava
mordendo o lábio inferior quando seus olhares se encontraram. O afago
carinhoso no cabelo de Dayton era muito doce, e mesmo assim a sua mente
continuava lembrando-lhe das palavras sujas de Max, do puxão no seu cabelo, e a
foda brutal de seu rosto que o deixou com dor de garganta. Por que ele não podia
simplesmente desfrutar do momento e se concentrar em seu namorado (porque
Max era seu namorado, certo?) sendo agradável e acolhedor.
Ele acariciou a coxa de Max e achatou sua língua no pênis de seu amante
antes de esfrega-lo algumas vezes com a mão. Ele não queria pensar em si mesmo
dessa maneira, mas apenas o cheiro da excitação masculina o fez salivar, como se
ele estivesse de alguma forma predestinado a fazer sexo oral. Sua mandíbula
relaxou, e seu estômago revirou com o prazer de estar tão perto de virilha de Max,
mas sem o impulso vindo de seu parceiro, Dayton sentiu falta. Ele sabia o que
estava fazendo, é claro, mas chupar pau sempre era muito melhor com uma mão
forte empurrando-o para baixo até que seu nariz esfregasse contra o púbis.
No entanto, Max não estava forçando, e apesar de Dayton ter pedido por
isso, ele sentiu uma pontada de decepção que ofuscou o momento em que ele
abriu a boca e lentamente afundou mais. Era tão bom sentir o pau esfregando em
sua língua, fazendo cócegas enquanto espalhava sua essência amarga.
Ele choramingou de prazer quando Max moveu a mão para sua nuca.
—Quando eu te foder, não quero que você goze. — Max murmurou. —Eu
quero te chupar depois que eu terminar.
Dayton estremeceu, chupando mais forte o pênis de Max. Em sua mente,
a pesada mão quente estava apertando seus cabelos, alternando entre puxa-lo
para cima e empurrá-lo para baixo, além de seus limites, enviando toda aquela
grossura profundamente em sua garganta. Com um gemido suave, ele inclinou
seu pescoço para acomodar Max com mais facilidade, e ele pegou o saco, rolando
bolas de Max em seus dedos.
—Você é tão bom nisso. Mas a única maneira que quero gozar hoje é
profundamente. — ele hesitou —Em seu corpo.
—Ohh, sim... Sim, por favor, Max. — disse ele, puxando-o para mais
perto.
Estava tão claro que cada detalhe de seus corpos estava à vista, mas ele se
convenceu de que não se importava muito. Max era seu namorado, e as cartas
que eles trocaram antes, criou uma intimidade que tornava tudo isto ainda mais
normal. As pessoas faziam sexo com as pessoas que amavam. Era perfeitamente
normal querer Max depois do tipo de conexão que tinham forjado.
—Porra. Lubrificante.
Dayton estremeceu e esfregou o peitoral de Max com uma fome que não
podia expressar corretamente. Ele quase desejou que pudesse arrancar um
pedaço com os dentes e mantê-lo sempre dentro dele. Mas ele rolou para o lado,
balançando a mão para a mesa de cabeceira. Ele amava aquele momento antes da
penetração, quando o seu corpo estava tenso e tão completamente relaxado que
provavelmente poderia até mesmo aceitar um daqueles dildos gigantes que tinha
visto online.
Será que Max gostaria disso, que ele poderia querer usar brinquedos em
Dayton? Provocá-lo? Vê-lo se contorcer? Tirar fotos sujas? Dizer o quanto ele
sabia que Dayton estava gostando porque seu pênis estava duro?
Max gemeu e empurrou as pernas de Dayton mais para baixo outra vez,
mas seu olhar estava entre as coxas abertas de Dayton enquanto ele empurrava
um dedo lubrificado até a junta. Sendo observado desta maneira, em plena luz do
dia, só fez Dayton perceber que ele só tinha transado com seus namorados à
noite.
12
Point of View (Ponto de vista) estória narrada do ponto de vista do personagem
pênis, não importa o quão duro estava e o quanto doesse por um toque. Max não
queria que ele gozasse, e naquele momento Dayton estava pronto para dar a Max
qualquer coisa que quisesse.
Mas Max ficou sobre ele, seu pênis procurando alivio, os dedos
empurrando rapidamente, criando essa sensação de queimação que Dayton
secretamente ansiava.
—Isso significa que você está pronto para mim. — E com essas palavras,
ele tirou os dedos e não poupou um segundo para substitui-los por seu pau. A
cabeça empurrou diretamente no esfíncter de Dayton, enviando o seu cérebro em
sobrecarga sensorial.
Seu pênis estava sujando todo seu estômago com pré sêmen, e então Max
começou a trepar com ele em um ritmo animalesco e todos os pensamentos
evaporaram do cérebro de Dayton. A haste espessa entrava nele uma e outra vez,
acompanhada pelos grunhidos de Max. Ele agarrou os ombros fortes, deixando a
foda furiosa engoli-lo inteiramente.
Em seus sonhos, Max lhe daria um tapa na cara, não muito forte, apenas o
suficiente para Dayton sentir uma ardência. Para lembra-lo que ele não estava
aqui para gemer e se divertir. Ele estava aqui apenas para o prazer de Max. Para
servir Max com sua bunda e deixá-lo derramar seu esperma dentro dele se ele
assim desejasse. Se não, Max poderia gozar em seu rosto, ou em cima de sua
bunda. Em qualquer lugar que quisesse, desde que ele continuasse prendendo
Dayton.
O poder por trás do próximo impulso fez o própria pau de Dayton bater
contra seu estômago, e assim ele gozou. Calor explodiu por todo seu corpo,
limpando a sua mente e drenando suas bolas.
—Filho da puta impertinente. Disse para não gozar. — Mas ele parecia
mais divertido do que qualquer outra coisa, e a respiração ofegante no pescoço de
Dayton foi apenas outro gatilho para suas fantasias escuras onde um homem o
estava usando apenas para esvaziar suas bolas e depois sair.
—Sim, você quer minha porra quente no seu buraco apertado?— Ele
grunhiu, agarrando a cintura de Dayton e empurrando seu pênis em uma e outra
vez com impulsos irregulares.
—Sua bunda doce é tão gostosa. Eu não sei se eu quero ver você beber
meu sêmen ou se eu quero gozar dentro de você para que eu possa vê-lo vazar de
seu buraco.
—Talvez da próxima vez. — Max riu, e Dayton foi forçado a baixar suas
pernas quando Max saiu de dentro e deitou em cima dele como uma fera saciada.
—Esta tudo bem com você? Eu meio que me empolguei no final. Eu fiquei
com muito tesão, me desculpe. —Max aninhou seus quadris entre as pernas de
Dayton, ainda mantendo-o preso. —Mas quando você me disse para gozar, eu
porra perdi o controle. Não tenho transado nu há anos.
Dayton congelou, de repente tão rígido que parecia que suas costas iriam
quebrar.
—Eu... Bem... Você disse que eu poderia gozar dentro de você. Eu estava
perdido... No calor do momento. Eu não planejei isso essa manhã. Eu queria
apenas distrair você com coisas melhores.
Mas ainda assim, ele tinha prometido a si mesmo que nunca mais faria
isso.
Max riu.
—Eu não consigo me conter em torno de você, querido. Você foi meu
sonho molhado por tanto tempo que eu foderia você dez vezes por dia, se
pudesse. É difícil me concentrar em torno de você.
—Eu não acho que posso aguentar dez vezes por dia. A menos que
possamos dividir entre foda e sexo oral. — disse ele, feliz por não poder ver os
olhos de Max ainda.
—Nós vamos nos divertir muito juntos, amor. Eu sei que estou limpo, mas
podemos fazer o teste se quiser, e depois podemos transar sem camisinha o
tempo todo. Eu vou adorar te encher.
Dayton gemeu e fechou a boca, envergonhado por quão ansioso ele
parecia. Quem ele estava enganando? Ele queria que Max o deixasse sujo e
cansado demais para se mover.
—Talvez, sim.
Max deu a Dayton um beijo feliz e sem vergonha, passando as mãos nas
costas de Dayton. Sua confiança na cama era tão atraente e Dayton estava tão
atraído por isso. Talvez isso significasse que, no futuro, apenas talvez, ele pudesse
reunir a coragem e dizer a Max que ele de fato queria cumprir suas fantasias sujas
e, algumas vezes, ser tratado como nada além de uma vítima em uma invasão
domestica, ou um prostituto sequestrado e arrastado para a floresta.
Talvez.
No futuro.
Talvez.
—Então... Max. Ele é um pouco áspero. —Kathy ergueu as sobrancelhas e
olhou para Dayton da panela gigantesca de sopa de tomate que ela estava
mexendo.
—Você não acha? A julgar por seus exs namorados, eu não poderia
adivinhar que ele seria seu tipo.
—Bem, talvez? Eu não sei. Ele é uma boa pessoa. Eu pensei que você
gostasse dele também. — disse ele, de repente, com medo da resposta que ele
pode ter. E se Max tivesse sido desagradável com Kathy?
—Eu gosto. Ele xinga como um marinheiro, então fica divertido na
cozinha, mas eu realmente não iria deixá-lo sair com minha filha, se você entende
o que quero dizer.
A filha de Kathy não tinha nem mesmo oito anos, mas Dayton entendeu
bem que esse não era o ponto. E com Kathy sendo uns bons vinte anos mais velha
do que ele, às vezes ela agia como se fosse sua mãe.
—Por quê?
—Eu não sei. Ele é muito atencioso e gentil quando está comigo.
—Ele fala sobre você como se fosse um presente de Deus pra ele.
—E-ele fala?
—Viu? É exatamente o que quero dizer. Você está todo animado, e se ele
muda de ideia mais tarde? Pelo menos ele não vai deixar você com uma criança
como o inútil do meu ex-marido. Ele costumava me prometer à lua e as estrelas, e
depois fugiu com uma caminhoneira. Quer dizer, uma mulher, que dirige um
caminhão. Uma motorista de caminhão, pelo amor de Deus! Você consegue
entender essa merda?
Dayton conhecia essa história, é claro, e ele fez uma careta em simpatia.
Ele entendia onde ela queria chegar, mas todo relacionamento era um risco. O
que ia fazer? Esperar por um cara que tivesse certeza de que não iria deixá-lo? E
quem seria exatamente? Alguém inexistente?
—Não deu certo com os outros caras que namorei também. — lembrou
ele.
Ela jogou uma batata pro lado e amaldiçoou quando saltou fora da borda
da lata de lixo e caiu no chão.
—E ainda tenho que lidar com essa merda!
Não era esse o nome oficial, mas Dayton sabia qual era o prato. Vanessa
forçou Kathy a colocá-lo no menu depois de sua viagem ao Havaí. Ela teve a
'brilhante' ideia de adicionar frutas tropicais ao espaguete à bolonhesa normal. A
mistura era desagradável, mas Vanessa alegou que faria do River Inn um
'restaurante destinado13’.
—De qualquer forma, o que deu errado com aquele cara Jake? Ele não era
um legal? Não era ele que iria se tornar um advogado ou algo assim?—Kathy
parecia ansiosa para mudar o assunto de volta à vida amorosa de Dayton, apesar
de Dayton preferir comer uma batata crua.
O problema com Jake era que além de ser um legal, ele também era muito
chato.
—Entendi seu ponto. Aquele cara não conseguia entender uma maldita
piada.
Ele poderia ser neurótico, mas isso não significa que ele não quisesse
paixão em sua vida. O tipo de paixão que fazia seu coração acelerar e seu corpo
formigar. O tipo que sentia quando estava com Max.
—Então me conte. Como é que um cara como você, sem querer ofender,
conseguiu que um cara como Max, com aqueles peitorais e bíceps e todo aquele
corpo, viesse direto do Texas?
13
um lugar especial que as pessoas visitam durante uma viagem.
Se ela estava fazendo essa pergunta, Max não deve ter dito o porquê de ele
considerar Dayton um 'presente de Deus’. Será que ela sequer sabia que ele
passou os últimos três anos na prisão? Se ela não sabia, não seria Dayton que iria
contar a ela.
Obrigado, Kathy. Eu sabia que podia contar com você, ele pensou, mas
não verbalizou isso.
—Ah não! Querido, não foi isso que eu quis dizer. Eu só estou surpresa
que vocês dois estejam juntos. Ele é tão diferente de você. Mas dizem que os
opostos se atra...
Max invadiu a cozinha, batendo a porta contra a parede com tanta força
que o trinco fez amassou o gesso.
—Oi.
—O que você está fazendo aqui? Deixa pra lá. — acrescentou rapidamente
e olhou para Kathy. —Eu voltarei ao trabalho em quinze minutos.
Dayton pigarreou.
—Não é problema seu. — disse ele e saiu pela outra saída da cozinha, a
que levava para o quintal.
Dayton se endireitou.
—Isso não é ofensivo? Você brigou com Roger por causa desse tipo de
comentário no mês passado. — disse ele, embora seus pensamentos já estivessem
em Max.
Dayton não tinha certeza se era assim que funcionava. Max bateu a porta
de trás com tanta força que os talheres na bancada sacudiram.
Dayton não estava mais com fome, especialmente para a salada do lado
esquerdo em seu prato, então ele recolheu os restos de comida e bebeu sua água.
—Oh, que rápido. Minha pausa acabou. — ele mentiu, querendo fugir das
perguntas sobre sua vida amorosa.
—Pode dizer a Vanessa que sopa para a mostra estará pronta em uma
hora?
Tanto quanto ele gostava de Kathy, ela tinha o hábito de se intrometer nos
negócios de outras pessoas, às vezes um pouco demais. E o pior era que ele agora
tinha aumentado suas dúvidas. E agora havia a preocupação constante sobre a
festa de casamento, e o mau humor de Max ... O que mais poderia dar errado
hoje? Seria um terremoto nos planos para o River Inn?
—Vanessa, como você não verificou o seu histórico? Será que ele mentiu
para você sobre o seu passado? Esse tipo de pessoa têm o hábito de fazer as coisas
assim. — disse a senhora idosa com uma carranca profunda, acariciando o
Pomeranian14 em seus braços.
14
raça de cachorro de pequeno porte.
sua energia em um único sentido. Sra Bellona estava entre as pessoas
intrometidas que conhecia. Não importa o que ele fizesse, ela sempre encontrava
falhas ou coisas que poderiam ser melhoradas. E o pior era que, apesar de
constantemente reclamar sobre a qualidade da comida e o serviço no River Inn,
ela continuava vindo aqui como um fantasma que não abandona a casa.
—Eu não sei se eu posso ficar aqui esta noite, Vanessa, sabendo que a um
assassino sob o mesmo teto. Você sabia que ele também é homossexual?
Dayton poderia apostar o seu salário que a Sra Bellona estava agarrada
em sua bolsa.
—Eu- não estava ciente de nada disso. — No entanto, era uma mentira.
—Por favor, Sra Bellona, ele não tem acesso aos quartos, eu tenho certeza
que o seu está limpo com um cristal, como de costume.
—Não. Não esta noite, Vanessa. Estou muito abalada. — A voz da Sra
Bellona estava tremida, como quando ela tinha encontrado um chocolate de
menta em seu quarto depois de ela ter dito ‘explicitamente' para Vanessa que ela
estava de dieta.
Dayton ainda estava com as costas coladas à parede. Ele respirou fundo
duas vezes, preparou-se para o pior, e saiu de trás da parede com um pequeno
sorriso em seu rosto, como se não tivesse ouvido a conversa.
—Oi, Vanessa!
Vanessa olhou para ele e apertou os dedos no ombro de Dayton assim que
ele chegou perto o suficiente.
—Dayton ...
Ele se acalmou, e seu rosto formigava embora ele já soubesse que era
ruim.
—Sim, Vanessa?
—Max... Ele... Eu não acho que ele não é quem você pensa que é. — ela
sussurrou.
—Do que você está falando? Não há nada de errado com Max. Você não vê
como ele trabalha duro para tornar este hotel melhor?—, perguntou Dayton, e sua
voz ficou um pouco mais alta que seu volume habitual.
—Ele é inocente, é por isso que ele está livre. O que você teria feito se
alguém te atacasse e você tivesse uma arma?
Vanessa resmungou.
—Bem, ele não era um boxeador? Ele poderia ter apenas os nocauteado.
— disse ela, como se fosse tão fácil controlar a quantidade exata de força em um
soco.
—Oh Deus. Obrigada, Vanessa. Eu sabia que você iria entender. —ele
mentiu, mais do que pronto para acariciar seu ego de qualquer forma que
pudesse. — A maioria das pessoas veem apenas preto e branco, mas você
realmente vê todos os tons de cinza.
Seu largo sorriso de contentamento lhe disse que suas palavras tinham
funcionado.
—Exatamente! Max está indo muito bem na cozinha, ele ajudou com a
nova suíte de lua de mel, e ele tem sido educado comigo. Veja, Dayton, eu tenho
um bom coração.
—Você realmente tem. Alguém como ele realmente precisa de uma chance
para poder se reerguer. Ele tem sorte de tê-la como chefe. —Dayton disse, tão
aliviado que adoraria apenas sentar e tentar se acalmar por alguns minutos.
—Oh, eu não achei que deveria dizer. Eu meio que achei que você tivesse
conversado com ele sobre isso.
—Sim, vou precisar para ter uma pequena conversa com Max.
—Certo. Ele provavelmente estará disponível mais tarde. Oh, Kathy disse
que você poderá fazer a degustação em uma hora. Talvez você possa falar com
Max depois disso.
—Oh, sim, a degustação. Vamos ver o que ela preparou. Estou muito
nervosa com essa mudança.
Claro que ela estava. Ele suspeitava que Vanessa tivesse parado de
comprar a tinta para a suíte de lua de mel porque temia a mudança de cor (de
fúcsia e preto para cores mais neutras) iria afetar gravemente a rentabilidade de
uma sala que mal tinha sido usada nos últimos três anos.
—Eu acho que Kathy sabe o que está fazendo. A sopa tinha um cheiro
delicioso.
—Bom. Acho que preciso de uma bebida primeiro após a visita da Sra
Bellona. —Ela acenou para Dayton e saiu em direção a seu escritório.
—Nos vemos... Em breve. — disse Dayton e ficou no local até que ela
desapareceu de vista. Só então ele se virou e correu pelo corredor, passado um
par de visitantes, e foi para a cozinha.
Kathy enxugou os olhos enquanto cortava uma cebola e olhou para ele.
—O que houve?
Dayton engasgou, olhando ao redor. Ele precisava falar com Max. Deus,
deve ter sido tão terrível para ele ser descoberto assim, e por uma cliente como
aquela.
—Max?
Ela suspirou.
Ele olhou ao redor do quintal, mas quando ouviu grunhido de trás de uma
grande lixeira, ele acelerou.
Max estava de costas para ele, então ele não deve ter percebido que
Dayton estava lá. Ele continuou socando uma lixeira com caixas de papelão
dentro. A geringonça estava tomando soco após soco, e Max parecia tão tenso que
Dayton não tinha certeza de como abordá-lo.
O corpo de Max relaxou e durante o que pareceu uma eternidade, ele não
disse uma palavra.
—Mas você não é. Ela é uma senhora muito intrometida que sempre
procura algo para reclamar.
—Eu nunca quis matar ninguém. — disse Max com uma voz firme. —Eu
costumava ter um bom futuro pela frente. E mesmo que minha sentença tenha
sido anulada, isso sempre vai se arrastar atrás de mim.
—Eu sei. Você é um bom homem. Você não merece nenhuma merda
dessas.
—Será que sou mesmo? Talvez eu não seja. Talvez as pessoas como ela
tenham razão e eu nunca serei uma parte da sociedade novamente?— Max
apertou a mão de Dayton firmemente. —Ela me disse que eu posso continuar
trabalhando na cozinha. Desde que eu aceite trabalhar sem nenhum documento
que provando que eu estou trabalhando aqui, sem seguro de saúde, e ganhando
menos de um salário quase mínimo. Você merece alguém muito melhor.
Dayton girou para enfrentar Max e pegou a outra mão também.
Alguns anos atrás, quando ele tinha sido reprovado no ensino médio, foi
tirado do armário para seus pais e acabou falido e sem lar, o trabalho pareceu ser
uma dádiva de Deus, mas logo ele percebeu que Vanessa não era exatamente
caridosa. Ela o manteve preso enquanto segurava seu sustento, e ano após ano,
Dayton se viu mais enredado nessa bagunça do que ele queria.
Foi doloroso ver Max tão chateado, mas fez Dayton perceber o quão
autoindulgente sua paixão por Max era na maioria das vezes. Como ele gostava
da maneira que Max tentava fazê-lo feliz sem nunca perguntar o que Max queria.
Ele parecia estar tão centrado por fora, tão amigável e educado com as pessoas
que não tinha ocorrido a Dayton que ele poderia realmente estar lutando e
precisando de apoio.
—Eu não queria dizer isso, porque é apenas um sonho agora, mas eu
pensei que poderia me tornar um personal trainer, e dar aulas de boxe e merda
assim, mas como é que eu vou conseguir um certificado com um passado como o
meu? Quem vai querer treinar comigo? E porque isso importa se eu não posso
pagar qualquer um desses cursos, porque estou quebrado e sou patético? Eu
odeio não poder te dar nada depois de todos os anos que você passou me
mandando cartas, sem nunca falhar uma semana. — O rosto de Max estava
vermelho, e ele estava respirando com dificuldade, mas nunca parou de apertar
as mãos de Dayton.
Ele não podia compreender o quão terrível era para Max ter seu passado
tão facilmente descoberto. Não teria como varre-lo para debaixo do tapete.
Alguém sempre poderia enviar o passado de volta para ele como um soco
inesperado na parte de trás da cabeça.
Dayton se acalmou, e vergonha escorreu por seu corpo. Ele era realmente
inútil, não era? Ele tinha o que ele queria de Max, se afogando em sua atenção,
mas, em troca, tudo o que tinha dado para Max eram exigências. Não era assim
que os relacionamentos deveriam ser.
Max beijou o lado de sua cabeça, como se fosse Dayton quem precisava de
conforto.
—Você não é. Você está me ajudando muito mais do que deveria. Você é
tudo que eu desejei quando estava na prisão.
—O casamento será um sucesso. Ela vai nos pagar, e nós podemos ir onde
quisermos.
—Eu não pensei que ela fosse me tratar assim. Ela realmente é o diabo.
Dayton suspirou.
A noiva e o noivo ainda insistiram em tirar uma foto com ele, o que foi
realmente muito bom. Alguém tomou conhecimento de seu trabalho duro e
dedicação. Mas apesar de todos os elogios sobre o local, a comida, e até mesmo o
serviço, que Dayton coordenou completamente, ele já estava exausto. E a
recepção de casamento tinha começado há apenas duas horas. Como ele
conseguiria permanecer de pé até tarde da noite?
Todos os problemas que tiveram foram por causa das coisas que Vanessa
esqueceu de resolver apesar de Dayton a ter lembrado um milhão de vezes. Por
exemplo, colocar um aviso na porta e no site do River Inn que o restaurante
estava reservado para uma festa privada. Dayton tinha sido forçado a “escoltar”
pelo menos dez convidados para fora. Alguns foram compreensivos e viram que
não era culpa dele (mesmo que ele sentisse que fosse), mas alguns foram
abertamente hostis, por ele ter 'arruinado sua noite de sábado'.
Ele desejou poder beber um pouco de vodka para acalmar seus nervos,
mas estava fora de questão, por isso, respirou fundo, correu ao redor, e sorriu
para todos, apesar de estar morrendo por dentro. Um dos adolescentes que
estavam trabalhando saiu um pouco mais cedo, reclamando sobre seus pés
doloridos, e que o deixou ainda menos ajuda. Tanto, que Dayton teve que assumir
algumas das tarefas na cozinha.
Mas a noite piorou ainda mais quando viu três rostos familiares na porta.
Greg com seus amigos eram como as três cabeças de Cérberos. Claro que eles
viriam aqui para assistir ao jogo.
Dayton encostou-se à parede, muito cansado para lidar com esses três
cães ferozes. Não poderia haver apenas uma coisa boa numa noite tão
importante?
—Boa noite. — disse ele com o mesmo sorriso falso que ele usou todas as
outras vezes anteriores, quando ele foi forçado a afastar os clientes. Claramente,
Greg não tinha lido a informação que Dayton tinha colocado na porta mais cedo
para poupar-se, pelo menos, de alguns dos problemas. —Sinto muito, mas o
restaurante está reservado essa noite para um evento. — disse ele, tentando
convencer a si mesmo que era outra pessoa e que ele não precisava ficar tão
nervoso.
—Mas não houve nenhum aviso prévio. Legalmente falando, você tem
que nos servir.
—Esta na porta.
—Sim, mas nós só o vimos na porta quando chegamos aqui. Você deveria
ter deixado um anúncio colado durante toda a semana. — Greg disse com uma
carranca, e seus amigos balançaram a cabeça em silêncio.
—Eu sinto muito, mas você teria que falar sobre isso com a proprietária, e
ela não está disponível no momento. Sinto muito sobre esse inconveniente, mas é
um casamento, e outros hóspedes não são permitidos. — disse ele, olhando para
os dois gorilas aos lados de Greg na esperança de que eles tivessem mais decência
do que seu líder.
—Eu não sei sobre o que você está falando. — disse Dayton,
reflexivamente recuando, como se tivesse sido empurrado pela aura de Greg.
—Eu estou falando sobre um pequeno segredo que você não quer que
ninguém saiba. Se você quiser manter o seu emprego, é melhor encontrar uma
mesa onde possamos tomar algumas cervejas e comer a porra de um
hambúrguer.
Foi como se um tapete tivesse sido puxado de debaixo dos pés de Dayton,
e ele estava caindo, passando pelo chão, passando pela adega, caindo
profundamente no calor no centro da Terra, onde ele desejava ser consumido
pelo fogo.
Ele não tinha sido assim toda a sua vida. Ele costumava ser confiante e
despreocupado, e realmente, realmente amava estar perto de pessoas. Mas, uma
noite tinha sido suficiente para mudar tudo.
— Sério? Este lugar é enorme. Tenho certeza que você pode encontrar
uma mesa para três pessoas. E a cozinha está trabalhando para o casamento. Não
deve ser difícil nos servir algo.
Dayton olhou para trás quando os convidados do casamento começaram a
aplaudir no final do discurso.
—Sim, o que quer que seja. — Greg suspirou e revirou os olhos para
Patrick. Dayton odiava tanto isso, como uma dor física.
Ele estava aborrecido consigo mesmo por causa disso, mas ainda assim,
ele realmente gostaria de ver Greg sofrer. Quebrado e reduzido a lágrimas. Será
que isso fazia dele uma pessoa má?
15
Todos os menus estavam empilhados atrás da recepção, então ele pegou
três e voltou para os visitantes indesejados. Sua mente estava em pânico por ficar
sozinho com eles.
Assim como o esperado, foi exatamente o que Greg pediu, e só seu amigo
Tim resolveu mudar essa noite e pediu um pedaço de tomate.
Tim riu e apontou para duas jovens que deixaram o restaurante com
cigarros em suas mãos. Seus vestidos colados devem ter sido o que chamou a
atenção do idiota.
Seus amigos riram em voz alta, e Greg deu um soco no braço de Tim.
—Seu cachorrão!
—Ai credo.
—Fácil para você dizer. Já que o seu pau não gosta de boceta.
—Vamos, Elyssa. Eu não quero ouvir esses porcos.— Ela agarrou sua
amiga debaixo do braço e saiu, para voltar ao restaurante.
—Não, não...
—Ok, querido. Acalme-se. O que eles pediram? Vamos fazer e eles irão
embora um pouco depois. Onde eles estão sentados?
—L-lobby. — choramingou Dayton, encolhendo-se quando notou Kathy
erguendo as mãos com irritação. Sim, ele sabia que isso seria mais trabalho para
ela, e ela já estava com as mãos cheias. Ele merecia tudo isso.
Mas ele ainda disse Max o pedido. Não havia palavras para descrever o
quanto ele queria que Max o abraçasse, mas se ele fizesse isso não seria capaz de
voltar lá e lidar com toda a merda que seria jogada nele. Então, ele se recompôs e
voltou para o restaurante.
Dayton queria colocar o terceiro prato em seu braço, como sempre fazia,
mas Max o agarrou.
—Day, suas mãos estão tremendo. Eu não posso deixar você derrubar o
prato. Vamos entregar a comida, e nos livrar desses caras, ok?
—Qualquer outra coisa que eu possa trazer para vocês?— Perguntou Max.
Tim sorriu, ele estava sentado de uma forma que fez o denim do jeans se
agarrar em sua virilha. Dayton nem queria saber por que ele estava fazendo isso.
Ele realmente estava esperando que as mulheres voltassem para ouvir suas
idiotices?
Dayton olhou para ele. Max não deveria saber sobre isso. Ele deveria ter
ficado na cozinha e deixado isso com Dayton. E agora Max sabia exatamente o
quão patético Dayton era e o que todos pensavam sobre ele. Isso era insuportável.
—Com licença?
—Sim, eu entendi. — disse Max, e Dayton não gostou da tensão no ar. Ele
deveria ter insistido em trazer a comida sozinho. Max voltou sua atenção para
Greg. —Então, o que você quer dizer é que meu namorado não é homem o
suficiente para trazer a porra de um hambúrguer para você?
—Do que você o chamou?— Max rosnou e se inclinou sobre a mesa. Ele
agarrou o hambúrguer do prato de Greg e empurrou-o em seu rosto, fazendo
alguns pedaços cair na camisa de Greg e em seu colo, juntamente com o molho. —
Dê o fora daqui, Greg!
—Bem, você não será mais bem vindo se tudo o que você quer fazer é
desrespeitar a equipe, seu merda!— Max chutou a mesa, fazendo os pratos
chacoalhar.
Não importa como seu coração tinha disparado ao ver Greg recebendo o
que merecia, ele não poderia desfrutar da sensação, porque ele sabia que tudo
isso levaria ao desastre.
Greg ficou de pé, mas parecia estar com dificuldade para falar
normalmente após o soco.
—E-Eu não sou. — Dayton sussurrou, sentindo todos os olhares sobre ele.
—Eu não posso acreditar que ele acabou de dizer isso!— Gritou uma
delas.
—Isso não desculpa uma briga. Se eu disser algo que ele não goste, ele vai
me bater também? Que porra é essa?
Max se virou para ele, e tudo o que Dayton queria fazer era arrastar Max
de lá antes que Vanessa aparecesse.
—Max. Basta voltar ao trabalho, ok? Eu vou... Lidar com isso. — ele
sussurrou, embora a multidão parecesse se fechar em torno deles. Todas essas
pessoas poderiam sufocá-lo até a morte se chegassem mais perto.
—Eu não vou a lugar nenhum até que esses filhos da puta saiam!— Max
rosnou.
—O que é toda essa comoção?— A voz de Vanessa foi como uma facada
em Dayton.
—Não foi culpa dele. — disse ele e olhou para suas mãos. Foi um erro,
porque no momento em que ele viu o quanto elas tremiam, sua voz perdeu sua
firmeza também.
—O que quer dizer com não foi culpa dele?— Vanessa gritou.
Vanessa piscou.
—Eu lhe disse que era uma festa privada. Por que você permitiu a entrada
de outros clientes?— Perguntou ela a Dayton, e ele simplesmente não tinha uma
resposta para ela. Ele não podia dizer a ela a verdadeira razão. De jeito nenhum.
—Olhe para esta bagunça. — ele apontou para sua camisa. —Isto é
inacreditável. E o cara me deu um maldito soco!
—Sério? Não é minha culpa que você não consegue aguentar uma piada!
—Isso foi o bastante. Max, eu lhe dei uma chance antes.—Ela olhou ao
redor para os convidados, como se certificando-se que todos estivessem ouvindo.
—Mas você ofendeu e bateu em um cliente. Isso é indesculpável. Você está
demitido!
—Ele estava aqui o tempo todo e não fez nada! Ele estava envolvido.
—Eu não vou tolerar que minha equipe se comporte dessa maneira. Já é
suficiente. Dayton, vocês dois precisam arrumar suas coisas e ir embora. Esta
noite!
Dayton agarrou sua camisa, seu coração cada vez mais frenético.
Dayton deixou Max puxá-lo em pelo corredor que levava até a parte de
trás do hotel, em direção a seu quarto e longe dos rostos irritados. Sua mente
estava em um estado de caos completo, e tudo o que ele queria era deitar debaixo
do seu edredom, enrolar-se em torno de Cinnamon, e dormir para sempre. Mas
ele não podia. Ele tinha perdido tudo novamente.
O que ia fazer?
—Vamos ficar bem, Day.— Max acariciou seu ombro enquanto passava. —
Onde está o transportador de Cin?
—Ele não vai se perder. Ele vai ficar na caixa. Vou encontrar um lugar
para nós, então não se preocupe. —Max colocou tudo o que tinha em uma
mochila e começou a fazer um transportador para o gato. Desta vez, suas palavras
não tranquilizaram Dayton, e a raiva estava se acumulando dentro dele.
—Por que você não pôde apenas ficar em silêncio? Isso é o que você
deveria ter feito. O cliente tem sempre razão, mesmo quando estão sendo um
incômodo. — disse Dayton, jogando algumas calças jeans na mala. O desamparo
estava explodindo dentro de seu peito, e ele não conseguia encontrar uma
maneira de silenciá-lo.
—O que? Ele estava falando merda sobre você. E era o mesmo cara que
lhe deu um ataque de pânico há pouco tempo.
—E daí? Eu o conheço desde que éramos crianças. Ele sempre foi assim, e
agora ele conseguiu o que queria. Eu não tenho para onde ir e ninguém para me
ajudar, enquanto ele volta para casa com sua esposa e filho.
—M-mas você não é daqui. Vamos ter que dormir na floresta, e não temos
dinheiro. E eu não tenho comida, porque eu pegava no restaurante do hotel.
Então, sim, se você não pode dar ao luxo de fazer algo não faça! Você foi meu
herói por um minuto, e agora estamos sem-teto!
Max zombou.
—Eu não vou deixar ninguém insultar meu namorado na minha frente.
Isso é do caralho preto e branco para mim!
—Então, talvez... Isso não seja uma boa ideia, afinal.— ele terminou sem
rodeios.
—O que não é uma boa ideia?— Max perguntou, e apenas a sua presença
era como um alicate apertando a cabeça de Dayton. Não importa o quão agitadas
as borboletas no estômago de Dayton ficavam quando eles se beijavam, Max era
muito imprudente. Como Dayton pode ter acreditado que iria dar certo entre
eles? E agora, ele perdeu seu emprego e sua casa.
—Sermos namorados. — Dayton sussurrou, afundando lentamente no
colchão com uma sensação de desgraça caindo sobre seus ombros e descendo por
suas costas.
—Por que você quer desistir no primeiro obstáculo? Isso é tão injusto.
—E eu pensei que iria encontrar um cara de boca suja louco por sexo
selvagem.— A maneira como Max prendeu Dayton na cama com seu olhar fez o
estômago de Dayton doer.
Seus olhos arderam, e ele desviou o olhar após esse tapa verbal no rosto.
Ele não podia acreditar que Max tinha dito isso para ele, depois de ter prometido
dar-lhe tempo. Ele nunca poderia satisfazer Max. Ele nunca poderia se tornar a
pessoa com Max queria estar. Dayton não era assim. Ele nunca mais seria assim.
—Sabe o que me irrita mais? Que você não se importa o suficiente para
brigar comigo. É como se você não quer que a gente dê certo.
—Brigar, é?— Dayton deu uma risada triste, piscando para manter seus
olhos secos. Ele desejou nunca ter escrito a primeira carta para Max. Essa tinha
sido a ideia mais desastrosa em toda sua vida. —Mas você está certo. Eu te dei a
impressão errada.
Ele não tinha sido sempre assim. Há muito tempo atrás, ele teria dado a
Max tudo o que ele queria. Naquela época, talvez eles pudessem ter sido felizes
juntos. Mas da forma como ele estava agora, nervoso como um gato em um dia de
fogos e com medo de relaxar, ele não servia para alguém tão apaixonado e fiel.
Dayton só ia pelo lado seguro. Sempre. Porque sempre que ele se atrevia a sair de
sua zona de conforto, tudo ia a merda.
Assim como agora, quando ele estava a perder o lugar que chamava de
casa e estava tendo seu coração destruído em seu peito por Max, que saiu,
batendo a porta. Dayton desejou poder dizer a si mesmo que Max não sabia quão
difícil a vida poderia ser, mas foi Max quem passou mais de três anos na prisão
antes de finalmente ser inocentado. Foi Max cuja carreira no boxe foi destruída, e
cuja família tinha dado as costas. E, no entanto, com todas as probabilidades
empilhadas contra ele e sem dinheiro, ele ainda empurrou todos os problemas de
lado enquanto corria atrás do que ele queria.
Pena que parecia que ele não iria mais querer Dayton.
Dayton continuou embalando, mesmo que a única coisa que ele quisesse
era se enrolar em todos os edredons e cobertores que possuía. Ele conseguiu
embalar, mesmo que tivesse que deixar algumas pequenas coisas para trás por
falta de espaço no carro, e algumas coisas que não cabiam em sacos plásticos
porque ele nunca tinha viajado e não tinha malas grandes.
—Eu trouxe essa caixa para ele. — disse Max, evitando os olhos de Dayton
como a peste. —Será melhor do que a outra.
Dayton engoliu em seco, abraçando seu gato quase com muita força.
—Obrigado.
—Podemos ficar com Kathy por alguns dias até descobrirmos o que fazer a
seguir. Na pior das hipóteses, podemos ficar com dela por um pouco mais de
tempo do que o esperado.
Dayton olhou para cima, respirando profundamente.
—Isso é tão gentil da parte dela. — disse ele, sem saber o que fazer com o
constrangimento entre eles. Ele não podia acreditar quão fracassada essa noite
tinha sido. Especialmente desde que eles acreditavam que ela traria a
recompensa por seu trabalho duro.
Dayton olhou para suas mãos, que ainda estavam instáveis e fracas, e
acenou com a cabeça. Quando ele se aproximou da porta, não pode deixar de
olhar para trás na sala que tinha sido sua casa desde que tinha dezoito anos.
Amanhã, seria como se ele nunca tivesse vivido aqui.
Max não disse outra palavra a ele enquanto descia a escada com Cin
reclamando na caixa. Seus ombros estavam tão retos que parecia que poderiam
rachar a qualquer minuto.
Eles tinham terminado? Dayton não tinha certeza. E por que ele estava
ficando tão desesperadamente triste quando ele tinha sido o único a sugerir que
não deveriam mais ser namorados?
Ele se sentou no carro destruído, que agora estava cheio de todas as coisas
que possuía, e não pode deixar de contemplar a ferrugem no capô,
completamente dormente.
Max entrou no carro muito cedo, e Dayton foi tirado de River Inn, antes
que estivesse pronto.
—Você tem que conversar com ela. — Max disse, finalmente tirando
Dayton de seus pensamentos, mas ainda não estava olhando para ele. —Você tem
que mostrar a essa cadela o quanto você vale. Aposto que ela vai perceber o
quanto ela precisa de você e você terá o seu emprego de volta na próxima semana.
—Eu só quero que ela me pague o que me deve. Isso é tudo o que eu
quero. Eu não quero mais ficar aqui. — disse ele, observando as árvores passando
iluminadas pelo brilho do único farol.
—Ela vai ganhar muito dinheiro essa noite, e ela vai pagar o que deve a
você. — Max apertou o volante com tanta força que suas juntas ficaram brancas.
Culpa sufocou Dayton. Mesmo sabendo toda a verdade, Max ainda estava
preocupado com ele e se preocupava com o que aconteceria com ele.
Dayton se encolheu, mas ele não se atreveu a dizer nada mais. Max estava
certo. Nada faria as coisas entre eles dar certo, então eles dirigiram em completo
silêncio.
Kathy vivia a apenas quinze minutos de carro, em uma casa estilo fazenda
que lhes fez sinal com uma luz quente através das janelas.
Antes mesmo de estacionarem, uma jovem saiu e acenou para eles com
um sorriso.
Como Dayton deveria forçar um sorriso em seu rosto quando sua vida
estava caindo aos pedaços? Da maneira como ele sempre fazia no hotel quando
as coisas estavam indo para a merda. Da mesma forma que ele educadamente
tinha sorrido para piadas de Greg.
Max se apresentou para Jen tão bem, mas ele não falou muito enquanto
levava de forma eficiente as sacolas do carro para um pequeno quarto vazio com
nada além de um colchão de ar no chão. A ansiedade atacou Dayton pela segunda
vez quando a realidade de ser um sem-teto o acertou novamente.
Dayton não gostou nada quando viu Max retirar uma balaclava16 de sua
mochila. Ele iria procurar alguém para relaxar e esquecer seu ex-namorado que
não servia para nada, que nem conseguia realizar as fantasias que tanto
desejavam?
16
—Pode-se dizer que sim. — Max resmungou.
—Você sabe o que quero dizer. — ele murmurou quase sem abrir a boca.
—Bem, não é isso. Eu tenho alguns negócios inacabados. Não espere por
mim.
Dayton congelou, mas, em seguida, agarrou o braço de Max tão apertado
quanto podia.
—Por favor, não faça nada precipitado novamente. Ela vai saber se você
danificar alguma coisa no hotel, e você vai ser preso de novo...
—Eu não vou ser preso. Pare de se preocupar. De qualquer forma, não
arriscar o ser o seu pescoço novamente. Você vai ter um álibi. — ele disse
severamente, deixando Dayton mais ansioso. —E se eu voltar para a cadeia, você
será capaz de escrever cartas para mim de novo e tudo voltará a ser do jeito que
você quer.
Dayton ouviu Max fechando a porta atrás dele, e só então, quando ele
estava absolutamente certo de que ele estava sozinho, ele abriu a caixa e soltou
Cinnamon, ou pelo menos deu ao gato a opção de sair. Por um momento, o felino
apenas espiou, olhando para as paredes não familiares com os olhos arregalados.
—Eu sei, Cin. — sussurrou Dayton. —Eu sei, eu também estou com medo.
Dayton esperou por muito tempo, fingindo que estava dormindo, incapaz
de deixar os sonhos leva-lo. Somente quando ele se levantou para fazer xixi que
percebeu que Max tinha voltado, e que ele estava dormindo no sofá na sala de
estar.
Apesar de ter sido ele a rejeitar Max, Dayton se sentiu tão decepcionado.
Uma parte dele esperava que Max fosse deslizar debaixo das cobertas sobre o
colchão de ar e abraçá-lo apertado para que Dayton pudesse finalmente
adormecer.
Pelo menos Cin parecia estar indo bem, quando Dayton o viu na mesa da
cozinha em frente à Kathy, que estava tomando café da manhã com sua irmã e
Max.
Eles não o viram no início, e Dayton tentou ser ainda mais silencioso,
ouvindo a conversa animada no espaço acolhedor, decorado com ervas secas e
frescas, e panelas de cobre que Kathy provável utilizava.
—Juro por Deus. — disse Kathy, a boca cheia de ovos e bacon. —Foi um
desastre. Dois outros garçons foram embora, e a Sra “sou proprietária desse
hotel” teve que cuidar de tudo sozinha. Ela mandou tão mal nisso,
aparentemente. Porque ela veio para a cozinha chorar.
Max bufou.
Kathy riu.
—Em seus sonhos. Eu disse que ela tinha demitido os dois melhores
membros da equipe. Ela não ficou feliz comigo, mas se ela me demitisse também,
os convidados do casamento teria sido obrigados a comer sobremesas
congeladas.
—Boa jogada! — Jen fez um high five com sua irmã com um sorriso largo.
Max assentiu.
—Ela deveria ter protegido sua equipe, não ter ficado preocupada com
aqueles três idiotas.
Kathy acenou com a mão e empurrou uma cadeira para ele em convite.
—Tudo foi por água a baixo depois que vocês saíram. Eu acho que as
pessoas ainda se divertiram com a música, mas o serviço foi praticamente
inexistente.
—Bem, ela vai ligar para Dayton, quando perceber que não consegue
encontrar seus próprios sapatos sem a ajuda dele.— Max estendeu a mão e
acariciou Cin, deixando Dayton com saudade do toque de Max também.
—Você não merecia ser tratado daquela forma também. — Dayton disse
suavemente, comendo os ovos. Eles estavam deliciosos, macios e amanteigados, e
ele rapidamente mordeu uma fatia de pão também.
Max deu de ombros.
Kathy sorriu.
—Sim, mas você sabe como são as crianças pequenas. Se cansam tão
facilmente.
Dayton riu, pensando que Monica deve tê-lo confundido com algum
modelo da foto com uma vaga semelhança com ele, mas no momento em a boca
de Kathy caiu aberta e seus olhos se voltaram para ele, arregalados como pires, a
comida ficou presa em sua garganta.
Ele ficou de pé tão abruptamente a cadeira caiu para trás, mas ele não
esperou por ninguém e correu para a varanda com as pernas duras.
Dayton tentou respirar fundo, para responder a ele, mas sua garganta
apertou tão rapidamente que a inspiração fez um chiado doloroso.
Max acariciou suas costas com tanta calma que parecia ondas rolando
sobre a pele.
—Quem fez isso, o que quer que seja isso, não é sua culpa. Nós vamos
passar por isso. Assim que você voltar a respirar normalmente, vamos recolher
todos eles.
Dayton rolou para suas costas, e, finalmente, algo destravou em sua
garganta, deixando entrar ar o suficiente para deixa-lo lutando com a tontura.
—Elas não vão julgá-lo. Quer dizer, Monica nem sequer entende o que ela
viu, e Kathy... Ela vai entender que foi alguém tentando feri-lo. —Max acariciou o
cabelo de Dayton, observando-o atentamente. —Você quer... Me dizer do que se
trata?— A linha profunda de preocupação em sua testa fez Day soluçar.
Ele escondeu o rosto entre as mãos, revivendo aquela noite de anos atrás
mais e mais enquanto estava com suas pálpebras fechadas.
—Eu não sou assim. I-isso não é pornografia, ou algo assim. — ele
sussurrou.
Várias vezes, ele tentou falar, mas quando sua voz finalmente saiu, estava
crua e tão baixa que ele se perguntou se Max sequer o ouviu.
—Greg as tirou.
O silêncio que se seguiu fez Dayton reviver a humilhação daquele dia
outra vez. Ele não se importava que ele estivesse congelando na grama molhada
vestindo pijama. Seu corpo inteiro estava em chamas, e ele acolheu o ar fresco.
—Oh. — finalmente Max falou. —Você não me disse que ele era um ex. —
ele murmurou.
—Eu não vou a lugar nenhum. Será que ele... Te machucou?—Toda a sua
atenção e cuidado com Dayton, como se a briga de ontem não tivesse acontecido.
—Não faça isso. Por favor, não me deixe. — implorou Dayton, segurando o
rosto de Max com as mãos e rastejando ainda mais perto. Sentia-se tão patético, e
ainda assim a aceitação de Max deu-lhe uma sensação de calma que limpou sua
mente, pelo menos um pouco.
—Eu não vou. Isso... Isso é minha culpa. É sua vingança. — ele sussurrou,
apertando os lábios em uma linha fina. —Eu não sabia que ele tinha isso, Day...
—Eu estava tão furioso. Eu sei que você me disse para não ir, mas eu não
conseguia pensar direito. Eu joguei ovos na casa dele na noite passada.
Dayton suspirou, ainda segurando o rosto de Max nas palmas das mãos,
esfregando suavemente a barba espessa. A verdade veio à tona, e o chão não o
tinha engolido ainda. Poderia ter acontecido em algum outro momento, ele
supôs. Ele não podia controlar as coisas que estavam claramente fora de suas
mãos.
—Eu sei. Você fez o que achava certo, como você sempre faz. É só que sou
um covarde. — sussurrou Dayton.
—Você não é um covarde. Você sabia que ele poderia despejar essa merda
em você. Qualquer pessoa tem permissão para ter medo. Quando eu me entreguei
depois do ataque que acabou com aqueles três caras mortos, eu estava assustado.
Tudo na minha vida desmoronou naquela noite.
—Eu conheço essa sensação. Eu perdi tudo por causa deles. Meus pais me
obrigaram a sair de casa, então eu não pude terminar a escola. E sempre que eu
entrava Greg e seus amigos, eles me ameaçam com a publicação das fotos. Eles
gostavam de ter esse poder sobre mim. Não... Sexualmente. — ele disse
rapidamente. —mas eles me fizeram pagar para manter as fotos em segredo, me
obrigaram a fazer coisas para eles. E eu... Fiz.
Max o abraçou com tanta força, como se quisesse esconder Dayton dentro
de seu próprio corpo.
—Querido... Isso é horrível. Ameaça-lo com tal coisa... Eu não posso
sequer explicar o quão furioso estou agora. E você não queria denunciá-lo,
porque eles tinham as fotos?
Dayton empurrou sua cabeça sob o queixo de Max. Era muito mais fácil
falar sem ver seu rosto.
—É claro que fiquei muito excitado com todas aquelas fantasias. Você é o
cara mais sexy e mais pervertido que eu já conheci. — disse ele com um pequeno
sorriso. —Mas não é por isso que vim aqui. Claro, minhas bolas estavam azuis só
de pensar nas coisas que eu faria com você assim que saísse da prisão, mas suas
cartas... Elas me ajudaram a suportar a prisão e manter a minha sanidade. Todo
mundo se afastou de mim. Minha família não quis me visitar, e eu era realmente
próximo do meu treinador de boxe naquela época, mas ele também me
abandonou. E as outras cartas que recebi... Elas eram horríveis. Eram
principalmente fantasias sobre vingança ou completamente perturbadoras. Mas
você, você era tão doce e cheio de admiração, e eu senti uma conexão com você
quando você me escreveu. Você pode não ter me contado tudo sobre sua vida,
mas você também não mentiu. Bem, além do cabelo.
—Mas você sim. E você me quer. Eu nunca vou esquecer que sempre que
eu estava enlouquecendo naquela na prisão, eu me lembrava que não importa
como, sempre haveria uma carta sua na próxima semana. Cada uma delas
conquistou um pedaço do meu coração, e eu só tinha que vir encontrá-lo. Eu
nunca iria abusar de sua confiança.
Dayton sentia como se suaves nuvens de marshmallow o tivessem tirado
do chão.
—Porque eu sei quão doce e ansioso você é.— Max riu. —Eu não posso
suportar ver alguém te machucar.
—Eu prometi dar-lhe tempo, e eu vou. Eu não sabia que você tinha tanta...
Bagagem quando se trata de sexo. Você quer que eu recolha esses panfletos
enquanto você espera lá dentro?
Dayton suspirou, surpreso com o quão mais leve ele se sentia depois da
conversa que eles tiveram. Em vez de desgosto, Max ofereceu conforto e
compreensão que Dayton nunca tinha recebido... De ninguém. De repente, os
folhetos não pareciam tão catastrófico como ele acreditava antes, embora ele
tenha feito o seu melhor para não olhar para as fotos enquanto as recolhia.
Quando Max pegou outro panfleto, ele acenou no ar com uma carranca.
Dayton se retraiu.
—Mas... Assim outras pessoas veriam as fotos. — disse ele, olhando para
a pilha de papel em seus braços, todos virados para baixo para que ele não tivesse
que olhar para o seu eu adolescente tão humilhado.
—Eu entendo, não é culpa sua, mas minha filha encontrou isso na minha
varanda. Há alguém atrás de você, e eu não posso ter esse tipo de merda
acontecendo na minha casa. Então, eu sei que você sente muito. — ela virou-se
para Max. — e eu sei que não é culpa sua também, mas eu não posso deixar vocês
dois aqui.
—Oh. Eu... Claro, isso é compreensível. — disse ele, muito abalado para
ficar tão chateado quanto deveria. Será que ele teria que viver no parque de novo?
Pelo menos, desta vez ele teria Max com ele. E um carro.
Kathy suspirou.
—Eu posso dar a vocês um pouco de dinheiro, mas eu não tenho muito.
—Oh, claro. — disse ela, dando uma grande tragada em seu cigarro. Esta
situação não era confortável para qualquer um deles. —Vocês também podem
deixar Cinnamon conosco até encontrar um lugar seguro.
Dayton sentiu uma pontada de ansiedade sobre deixar para trás seu
animal de estimação. Eles não tinham se separado desde que ele adotou Cin, mas
Kathy estava certa. Um carro não era o ambiente certo para um gato.
Só então ele percebeu que não tinha soltado Max apesar de alguém estar
vendo.
A pilha de papel crescia no banco de trás quanto mais tempo eles
rodavam pela cidade. Já era tarde demais para recolhê-los sem serem vistos, por
isso Dayton puxou o capuz e esperou pelo menos permanecer invisível. Max
metodicamente juntou todos os cartazes, jogando o papel amassado no carro com
crescente frustração, mas, apesar de seus melhores esforços, o buraco negro
dentro do peito de Dayton só tinha ficado maior. Se ele estava pronto para uma
mudança tão grande em sua vida ou não, não havia nenhuma maneira que ele
pudesse ficar aqui e ir para as lojas sabendo a maioria das pessoas que ele
conhecia o tinha visto nessa posição tão comprometedora.
—Você está bem?— Max acariciou as suas costas e olhou para ele com
tanta ternura e atenção que o coração de Dayton derreteu.
Max suspirou, mas não poderia abraçar Dayton já que ele estava
dirigindo.
—Você vai passar por isso. São eles que deveriam ter vergonha por fazer
isso. Onde você quer que eu vá agora?
Greg poderia ser o culpado, mas era Dayton quem queria estar longe
daqui agora. Ele tinha que lidar com as consequências, e desde que ele tinha
descido tão baixo, ele poderia muito bem afundar ainda mais.
—Faça a próxima curva à direita. Onde esse Jeep vermelho esta indo. —
disse ele, apontando para o carro estacionado na esquina.
Quando Max fez o que lhe foi dito, e o coração de Dayton disparou, seu
peito doía quanto mais perto eles estavam da casa agradável no final da rua. Ela
não tinha mudado muito desde a última vez que ele esteve aqui, mas a cerca de
madeira era agora amarela em vez de branca, e a árvore que costumava ter um
balanço anexado a um dos seus galhos baixos não parecia mais ser utilizada para
esse propósito.
—Para onde estamos indo?— Max olhou para Dayton, e apesar de saber a
resposta, era difícil para Dayton responder.
Ele lambeu os lábios, afundando cada vez mais no banco quando ele
olhou para o cartaz pregado na porta da frente.
—Meus pais.
A julgar pela porta do carro sendo fechada atrás dele, Max deve ter saído
também, mas Dayton não ouvi quaisquer passos. E, no entanto, bastava saber
que Max estava lá, respeitando a decisão de Dayton, mas ainda cuidando dele,
para o coração de Dayton ficar um pouco mais leve. Apenas um pouco embora.
A porta da frente de sua antiga casa abriu, e sua mãe saiu em toda sua
glória. Seu cabelo branco parecia mais brilhante do que ele se lembrava, seu
corpo mais magro, mas de alguma forma mais imponente.
—O que você pensa que está fazendo aqui?— Ela sussurrou e começou a
caminhar em direção a Dayton com um pedaço de papel na mão, e Dayton não
precisava desdobra-lo para saber o que era. Seu estômago doeu.
Seus dedos mal se desdobraram para agarrar o cartaz preso à porta, e ele
o enfiou profundamente em seu bolso, assustado com a sua presença iminente.
Seu rosto não tinha mudado nem um pouco, como se ela tivesse sido
congelada no tempo do momento que ele passou pela porta de sua casa pela
última vez.
—Eu lhe fiz uma pergunta, Dayton. Você veio aqui para nos insultar com
mais disso?—Ela acenou com o cartaz no ar. —Você deveria ter vergonha de si
mesmo!
—Não fui eu. — disse ele em voz baixa, incapaz de olhar para longe dela,
apesar das palavras duras. Esta foi a primeira vez que ele ouviu a voz dela em
anos. A mesma voz que ele tinha ouvido ler histórias para ele dormir quando
ainda era um menino.
—Eu sei que é você. Fui eu que o encontrei desse jeito nojento.— Suas
bochechas estavam vermelhas, seus dedos tremendo, e Dayton não podia deixar
de se sentir culpado, apesar de saber que não era culpa dele, que ela deveria ter
escutado quando ele tentou explicar todos aqueles anos atrás. E que tinha Greg e
seus amigos que deveriam ter vergonha por machucá-lo, mesmo agora ao insulta-
lo com a memória daquele dia.
—Eu não os espalhei. — ele tentou, esperando que ela fosse acreditar, pelo
menos isso. —Eu não poderia ter feito isso e tirado essa foto. Você tem que
entender isso. — disse ele, surpreso por não estar mais com medo de vê-la.
Apesar de sua aparência jovem, ela era mais fraca e menor do que ele e não
poderia machucá-lo fisicamente. E como ela já tinha visto o panfleto, o seu medo
evaporou, substituído por uma sensação diferente. Ela não podia mais expulsá-lo,
porque ela já tinha feito isso. E, no entanto, ali estava ele, sobrevivendo.
—Quem é esse?— Ela estalou quando seu olhar de falcão derivou para
Max, que estava atrás do carro.
Dayton não esperava essa pergunta, já que estava tão distraído. É claro
que ela iria perguntar sobre qualquer homem que estivesse perto de Dayton,
porque os homossexuais não eram muito exigentes de acordo com ela. Dayton
queria olhar para Max, e depois confrontar sua mãe com um olhar, mas sua
determinação foi embora no momento em que ela se aproximou da cerca e olhou
para o portão.
—Esse é Max.
Sua mãe parecia ter ficado mais agitada, e ele não sabia se ela estava
tremendo de fúria fria ou impotência. Ela também deve ter entendido que já não
tinha mais qualquer poder sobre o filho que ela tinha expulsado anos atrás.
—O que é isso?— Ela assobiou. —Por que você veio aqui para me insultar?
Só posso esperar que os vizinhos não tenham visto isso!— Ela amassou o cartaz
na mão.
Ela se achava uma vítima, é claro. O mundo inteiro servia apenas para
perturbar seus valores sagrados que não valiam merda nenhuma já que ela não
teve escrúpulos em expulsa-lo da família.
—Eu fui atacado, e você não se importou. Você nunca quis ouvir o que
aconteceu. Eu sou seu filho, não um boneco que você pode jogar fora porque
quebrou o braço!
—Vá embora. — ela disse e se virou, mas Dayton não conseguia afastar a
sensação de que, pela primeira vez, ele tinha conseguiu transmitir sua própria
dor a ela.
—Talvez você deva parar de agir como criança. Agora eu sei que você não
vê nada além de si mesma. — disse ele sem fôlego.
Ser abandonado por seus pais quando ele mais precisou deles tinha
machucado tanto, como se ele estivesse prestes a morrer, mas de alguma forma
falar com ela agora lhe deu uma clareza que ele não tinha todo esse tempo. Max
estava certo. Nada disso tinha sido culpa dele. Tinha sido responsabilidade dela
ajudá-lo, e ela falhou.
Ela olhou para ele por cima do ombro, mas continuou andando.
—Eu vi muito claramente o que aconteceu, e você não negou suas
inclinações. Você não as negou, e agora você tem a audácia de vir aqui com... Esse
homem!
—Eu amo esse homem. E ele me ama mais do que você amou. Você é tão
fria que você poderia ser a maldita rainha do gelo. — sussurrou Dayton, corado e
nervoso, e ainda com raiva enquanto a seguia até a varanda.
—Mesmo? O que você vai dizer a eles?— Perguntou ele, mas não subiu os
degraus que levavam até a porta.
—Que você está me incomodando!— Sua voz tremeu como se ela fosse a
vítima aqui, e de certa forma, ela era. A vítima de sua própria mesquinhez, e seu
pequeno coração.
—Espero nunca mais vê-la novamente. — disse ele e correu de volta para
o carro, olhando para seus pés. Era quase como se ele olhasse para Max poderia
desencadear uma onda de emoção que ele não podia suportar agora.
—Ela mereceu. Esses idiotas te humilharam e ela não consegue ver isso?
Vamos relaxar em algum lugar antes de descobrir o que fazer depois. Eu acho que
você precisa de ar fresco.
Dayton assentiu.
—Eu não quero mais ficar aqui. Onde quer que eu vá, parece que as
pessoas estão olhando para mim. É... Horrível. — ele sussurrou, olhando para
Max. Foi assim que ele sentiu quando a mídia o atacou como um bando de
abutres?
—As coisas ficaram tensas com meu pai depois que eu disse a ele que eu
era gay, mas tudo desmoronou após o... Você sabe, o incidente. Papai me
incentivou a entrar no boxe quando eu era criança, minha mãe sempre odiou o
esporte, então você provavelmente pode imaginar que a vida em casa não era
muito boa. Mas depois dessa briga, ela concluiu que era um monstro sem
salvação. Mas eu precisei me defender... Eu precisei.—ele disse com convicção,
mas sua voz ficou ainda mais silenciosa.
Dayton engoliu em seco. Ele teria que ser menos egoísta de agora em
diante. O que quer que ainda estivesse escondido no passado de Max, Dayton
queria saber para proteger Max quando fosse necessário.
—Eu sei. Eu sei que você precisou. — disse ele, apertando o braço de Max
suavemente em uma expressão de apoio. —Sua família não tem ideia.
—Eu tenho dois irmãos, e as coisas não tinha sido boas entre nós depois
que eu saí, mas quando fui preso, meu pai os jogou contra mim. Nenhum deles
sequer foi me visita.— Ele apertou a mão de Dayton.
Dayton engoliu em seco, imaginando o quão solitário deve ter sido para
Max. Trancado com criminosos violentos, gay, e podendo passar a vida toda atrás
das grades. Deve ter sido muito pior do que ser jogado para fora de sua casa.
—Seria ruim se eu disser que se fosse assim eu ficaria triste por não ter
conhecido você?
—Você realmente quer dizer isso? Aposto que você já teve namorados
melhores antes de nos conhecermos.
Max riu.
—Foi diferente para mim, porque eu sempre corri atrás dos caras que eu
gostava. E com certeza, eu meio que fiz agora também, mas há três anos eu senti
que foi você quem me escolheu.
Dayton lambeu os lábios, encantado com essa ideia. Max estava certo. Foi
ele quem fez o primeiro movimento. Que realmente levou a conversa para outro
nível que não tinha certeza, foi ele quem se aproximou de Max. Foi à primeira vez
em toda sua vida ele tinha feito isso, e ao pensar em quão bem sucedido ele foi,
fez seu peito inchar de orgulho.
Dayton suspirou, mas ele não se sentia mais oprimido. Se este dia lhe
ensinou alguma coisa, foi que ele não precisava sentir vergonha. Foi uma
descoberta surpreendente. Confrontado com os cartazes, que o tinham
machucado porque eles o lembravam do momento em que sua vida havia
mudado, um momento em que ele tinha sido enganado e humilhado. Ele não
estava mais preocupado que as pessoas soubessem que ele era gay, porque
praticamente todo mundo sabia neste momento.
—Isto pode parecer super estranho, mas eu sinto que hoje foi meio
terapêutico.
—Oh? Como assim?— Max virou-se para Dayton em seu assento quando
ele parou o carro.
—E você não tem nada para se envergonhar. Você não permitiu que essas
fotos fossem tiradas. E não há nenhuma vergonha nas coisas que você deseja.
—Eu sei, mas eu acho que... Por causa das coisas que Greg fez, acho que é
difícil realmente me lembrar disso. — Ele respirou fundo. —É... Muito difícil ser
vulnerável de novo.
—Tão bonito, tão vulnerável e agora sem um lar... Quem sabe que tipo de
predador está à espreita? — Max prendeu Dayton no assento com seu olhar,
acariciando o rosto de Dayton com o polegar.
Seu toque era tão gostoso na pele quente de Dayton, e ele olhou para trás,
abrindo os lábios para respirar o ar fresco. Seus sentidos foram despertados para
os sons nítidos da floresta ao redor deles, mas acima de tudo ao toque firme, que
irradiava força e confiança, apesar de ser muito gentil. Dayton engoliu em seco,
incapaz de se afastar do olhar intenso que parecia concentrar-se somente nele,
como se ele fosse à pessoa mais interessante no mundo inteiro.
—Você acha?
—Só se você for para a floresta. — A voz de Max tinha aquele tom que
Dayton conhecia muito bem, e fez os cabelos em seus antebraços arrepiar.
Ele lambeu os lábios, ainda sem saber como agir, mas seu corpo já havia
entendido a mensagem por trás das palavras de Max, e ele abriu a porta do seu
lado do carro. O barulho zumbindo em seus ouvidos era tão alto que mal podia
ouvir a si mesmo, mas apesar do medo que sentia, ele saiu do carro e respirou a
brisa.
A batida repentina da porta do carro atrás dele o fez saltar, mas quando
ele pensou que Max também tinha saído, o motor ligou novamente, e Max saiu
com o carro, enviando uma nuvem de poeira aos pés de Dayton.
Encalhado na floresta, ele não tinha certeza de como agir no inicio. Ele
tinha certeza de que tudo isso era de algum plano que Max tinha formado em sua
cabeça, mas estar sozinho assim deixou Dayton paralisado, apesar da corrente de
excitação correndo através de seu corpo.
Então, ele ficou no estacionamento, observando as nuvens cinzentas
passar no céu, mas seus olhos estavam de volta na estrada logo que ouviu o
barulho de um motor. Momentos depois, Max se aproximou dele no carro.
Ele sabia o que era. Ele também sabia que agora era a sua vez de
continuar ou dizer não. Max aceitaria um não, Dayton tinha certeza disso. E, no
entanto, após os acontecimentos de hoje, Dayton não merecia relaxar? Não
poderia fazer exatamente o que ele queria com o homem que não iria trair sua
confiança?
—Entre.
Dayton sorriu, e entrou nisso mais fácil do que imaginava. A nota foi para
o seu bolso, e ele contornou o carro para se sentar ao lado de Max. Era seu
próprio veículo, e ele sabia disso, mas a presença Max exalava de alguma forma
algo estranho e perigoso. Dayton pôs a mão na coxa de Max e a esfregou,
imaginando o quão forte e musculosa era. Deus, Max era o cara mais gostoso que
ele já tinha visto.
O som de Max abrindo o zíper na calça jeans fez Dayton salivar como um
cão. Max tirou seu pênis que estava endurecendo mesmo sem qualquer
preliminar, e sentou-se, deslizando a mão para a nuca de Dayton.
—Se você queria que fosse rápido você deveria ter dito isso. — disse ele,
mas um trabalho era um trabalho, não importa o quão agradável era, e ele abriu a
boca sugando a metade do pau de Max. O gosto de Max era agradavelmente
salgado, se espalhando por sua língua, e ele relaxou sua garganta, balançando a
cabeça curtindo a forma como o pau duro estava imprensado entre o palato e a
língua.
Mas isso não parecia ser suficiente para Max. Ele puxou a nuca de Dayton
e obrigando a solta-lo.
—Cristo, uma coisa pior do que um puto que não faz anal é um puto que
se acha muito esperto. Agora é melhor lamber minhas bolas. — Sua respiração
estava ofegante, e Dayton espiou sob sua camiseta olhando os músculos que
estavam subindo e descendo por baixo do tecido.
Dayton endureceu, assim com seu pau. Abrindo ainda mais a boca, ele
olhou de onde estava chupando as bolas de Max direto para seus olhos cruéis. A
dualidade da emoção desencadeada por esta cena o estava deixando
surpreendentemente receptivo ao aperto forte em sua nuca.
—Primeiro você diz que não faz anal, e agora não vai se quer me fazer
gozar?— Sua mão agarrou a garganta de Dayton no momento em que tentou
recuar. —Você não vai a lugar nenhum até que você esteja com minha porra
pingando do rosto.
Ele empurrou Max de novo, mas Max agarrou sua mão e a torceu para
trás de suas costas. Max deve ter se inclinado sobre a transmissão, porque Dayton
conseguiu ficar mais perto da porta aberta, apenas para ser empurrado para
baixo. Max puxou o outro braço de Dayton, e apesar de Dayton começar a lutar
Max ainda conseguiu algemá-lo. O som de clique da fivela foi tão definitivo que
Dayton mal podia respirar.
—Agora vamos nos divertir um pouco. — disse Max entre uma respiração
irregular e outra, puxando seu corpo para cima.
Dayton não podia vê-lo da posição em que estava, de frente para a porta,
mas só de saber que Max estava lutando com ele com o pau duro saindo de seu
jeans aberto, fez a imaginação de Dayton correr solta. Afinal, a fantasia que
Dayton tinha dito a ele era exatamente assim, mas agora, parecia que eles sairiam
um pouco do script.
—Primeiro, vamos dar um passeio para onde ninguém possa ouvir seus
gritos. Eu não dirigi até aqui para que um merdinha como você não me dê o que
eu quero.
Dayton chorou, batendo no banco, mas Max torceu a mão em seu capuz
para mantê-lo no lugar. Ele não conseguia entender por que o medo e a fúria
dentro dele o deixavam tão excitado por Max, mas era assim, e ele já estava
sonhando com aquele incrível pau empurrando em lábios, forçando-o a chupa-lo.
Quanto mais uma vez ele tentava se afastar, mais forte Max o puxava e o
dobrava no banco. Max fechou a porta do lado de Dayton, e quando ele se
inclinou para fazer isso, ele colocou a mão na coxa de Dayton, deixando ainda
mais ansioso com o que viria. Max era tão gostoso, mas quando ele se
transformava nesse monstro, ele ficava tão mais delicioso que fazia Dayton
salivar e ficar tão duro só de pensar nele.
O trajeto pareceu levar uma eternidade, e Max, por algumas vezes colocou
a mão entre as pernas de Dayton, acariciando seu pau como se tivesse o direito de
fazer isso.
—Eu aposto que você abre as pernas para outros caras, mas você pensou
que poderia ser preguiçoso comigo. — disse Max e riu. —Não teve essa sorte, sua
cadela. Eu pego o que quero.
Dayton gemeu e tentou rolar para longe dele, mas Max agarrando-o pelo
pescoço o que o fez congelar no lugar e respirar através de seu nariz. O interior do
seu crânio já estava fervendo, e o jogo ainda nem tinha iniciado ainda.
—Eu vou aproveitar meu tempo com você. E você não vai me cobrar por
hora.
O carro parou, e Max tirou a mão. Sem outra palavra, Max deve ter saído,
a julgar pelo bater da porta do carro, e antes que Dayton percebesse, a porta do
seu lado abriu.
Não ser capaz de ver nada, além de fragmentos de luz obter através do
gorro grosso, só aumentou a sensação de confusão o que deixou os outros
sentidos de Dayton em alerta total.
Dayton tentou sentir seus arredores, não ser capaz de ver o deixou
hipersensível. O chão era macio sob seus pés, e ele podia claramente sentir a
vegetação rasteira o impedindo de afundar na lama. Não devia haver nenhuma
árvore à frente, porque Max não o estava guiando. Um campo aberto? O chão
estava ficando inclinado, então eles deviam estar em uma pequena colina.
Ele sentiu o suor acumular em suas costas a cada passo que ele dava. A
qualquer momento, ele poderia tropeçar e rolar pela colina, quebrar o pescoço ou
se machucar ao cair e bater em uma pedra ou um pedaço afiada de madeira. Cada
passo foi dado com a expectativa de cair, então ele endureceu os ombros e se
engasgou com o ar. Ele desejou poder fugir, mas com o solo desigual, ele não se
atreveu a se afastar de Max.
—Por aqui. — Max disse quando o solo tornou-se ainda mais inclinado.
Ele agarrou a parte de trás do moletom de Dayton, o puxou para o lado e depois
para frente, mantendo sua mão nele, como se Dayton não fosse nada mais que
um fantoche nas mãos de Max.
—Onde você pensa que está indo?— Max deu-lhe um tapa na bunda e
puxou-o para trás com tanta facilidade que Dayton ficou sem folego. Dayton não
era pequeno, mas se sentia impotente nos braços de Max. Essa sensação
combinada com o conhecimento de que Max não iria realmente machucá-lo, era
uma mistura Dayton não conseguia resistir.
—Eu acho que estamos longe o suficiente. — disse Max e puxou o gorro
fora dos olhos de Dayton. A luz brilhante o fez piscar, mas a pura paz da pequena
clareira entre as árvores frondosas fez o coração de Dayton se acalmar um pouco.
Deveria ter chovido há pouco tempo, porque o ar estava úmido e cheirava a
cogumelos e vegetação rasteira. O musgo tinha uma cor verde em contraste
chocante com os tons de outono das árvores, que ainda estavam densamente
cobertas com folhas.
Max sorriu e abriu o zíper das calças de Dayton sem a menor cerimônia.
—Ninguém vai ouvi-lo aqui, por isso vou remover a sua mordaça. Mas se
você gritar, eu vou te bater. Entendido?— A pergunta veio quando ele baixou o
jeans de Dayton o suficiente para expor a sua bunda e soltar seu pau
dolorosamente duro. Sua ereção era como uma bandeira da vergonha.
—E-eu sinto muito. Vou te chupar. Fui idiota e desrespeitoso. — disse ele
no final, apelando para o orgulho de Max. Seu personagem esperava que Max
esperasse para foder seu traseiro virgem mais tarde, mas Dayton queria
secretamente que o grande pau o dividisse pela metade.
—Oh, agora você quer chupar? Continue, implore por isso. Diga-me o
quanto você quer minha porra deslizando em sua garganta.
Ouvir Max dizer todas essas coisas sujas era uma coisa, mas dizê-las
mesmo quando estava dentro de um personagem, era outra. Só a perspectiva de
ser forçado a dizer isso fez as bochechas de Dayton corar.
Ele respirou fundo pelo nariz e olhou para seus pés, incapaz de dizer as
palavras. Mas bem, seu personagem era um prostituto. Ele provavelmente não
tinha escrúpulos, e a imundície lentamente rolou sobre a língua de Dayton.
—Eu vou te chupar até suas bolas estarem secas. — disse ele com um
sussurro.
—Eu não tomei café da manhã. Estou com tanta fome que vou beber tudo
que você me der. Por favor, me alimente.
As narinas de Max se abriram, e ele puxou seu pênis para fora da calça
jeans, lentamente o esfregando com sua mão. Ele não estava menos duro do que
quando Dayton o tinha chupado há meia hora.
—Ah, sim. Isso é exatamente o que quero. Chegue mais perto, puto. — E
quando Dayton se aproximou, Max esfregou a cabeça de seu pau sobre os lábios
de Dayton, deixando seu pré-sêmen como um brilho labial. —Lamba-o.
—É isso aí. Coloque esses seus lábios de chupar pau em torno dele. Eu
aposto que sua bunda já está apertando na esperança de que eu realmente te
foda.
—Não... Por favor, não faça isso. Eu te darei uma chupada gostosa. Eu
prometo.
Ele chorou com a emoção que de repente superou seu corpo, mas ele fez
como lhe foi dito e aceitou o pau duro, relaxando sua mandíbula e indo
profundamente, provocando-o com a borda de sua garganta quando ele apertou
seus lábios sobre ele, começando a chupar.
—É isso aí. É disso que estou falando. Empine a bunda para cima. Eu
quero vê-la enquanto fodo sua boca. — disse ele, mas não esperou por Dayton
cumprir. Ele forçou a cabeça de Dayton para baixo enquanto empurrava os
quadris para frente, empurrando seu pênis profundamente na garganta de
Dayton.
Dayton deu um suspiro, que foi abafado no momento que Max o impediu
de respirar. Com as mãos algemadas nas costas, submisso de joelhos e com essas
mãos fortes o segurando, ele não tinha chance de se defender, e seus olhos
lacrimejaram com a pura impotência.
—Eu amo isso. — ele sussurrou. —Me dê mais. Por favor, deixe-me beber
de seu pau.
Mas o sorriso cruel nos lábios de Max disse a ele que estava prestes a
acontecer antes de Max ainda disse uma palavra.
—Não. Eu vou foder a sua bunda, puto estupido. Você acha que pode me
atrair aqui e só oferecer um boquete? Está sem sorte. — Ele puxou o braço de
Dayton, forçando-o a se levantar, mas Dayton puxado com mais força e conseguiu
se soltar. Frenético, ele rolou sobre o musgo e levantou-se pronto para correr
para frente, apesar de sua calça estar perigosamente baixa.
Sua corrida patética, com as calças caindo, durou apenas alguns passos
antes de Max puxá-lo para o musgo macio. Apesar de Max bancar o bruto, ele
segurou a cabeça de Dayton quando eles caíram, o que combinou a segurança e o
medo em uma experiência perfeita.
—Onde você pensa que vai, hein? Vou foder sua bunda com tanta força
que você não será capaz de vendê-la nunca mais! — Sua respiração quente fez
cócegas na orelha de Dayton, e seu peso era uma tortura enquanto ele empurrava
Dayton para o musgo e folhas caídas. O pau de Max já molhado de saliva estava
esfregando entre as nádegas de Dayton, enviando-o uma sobrecarga de excitação.
—Não. Não, não, não, por favor, não. Não assim. — choramingou Dayton,
estremecendo de excitação e com o toque fresco do musgo úmido em seu pênis.
Sua mente estava em estado de alerta, observando cada estímulo, mesmo quando
Max se moveu e colocou o peso sobre ele. Mas, apesar da mendicância, ele abriu
suas coxas um pouco mais, sem palavras pedindo para que ele não tivesse
clemência.
—Não, por favor. Eu não faço isso. Eu não posso. Por favor, não faça isso.
— gritou Dayton, apertando suas nádegas com tanta força que o pênis de Max
deslizou entre elas e descansou no topo da rachadura. O menino mau nele queria
saber o quanto ele poderia excitar seu novo amante. Ele queria que o personagem
de Max ficasse irritado e impiedoso.
Max deslizou uma das mãos no pescoço de Dayton, e com a outra, ele
puxou as calças e cuecas de Dayton mais para baixo.
—Abra essa bunda, puto. — Max rosnou para ele e o obrigou a afastar
ainda mais as pernas enquanto os dedos lisos deslizavam entre as nádegas
apertadas sem hesitação. Este homem sabia exatamente o que ele queria, e ele
iria pegar se Dayton quisesse ou não. —Eu queria ser bom e pagar. Mas não, você
tinha que tornar tudo difícil para mim. Eu vou foder a sua bunda em um minuto,
e você vai se arrepender por não ter sido bom e me deixado fazer isso.
A curta risada foi à resposta que ele recebeu de Max para sua súplica.
—De jeito nenhum. Eu vou gozar dentro da sua bunda, e eu vou manter
meu pau lá até estar seco. Você vai sentir a minha porra durante dias.
Dayton gritou quando Max lambeu o lado de seu rosto, mas a mão
apertando ao redor de seu pescoço o fez se calar. Tenso como uma corda, ele
simplesmente se resignou a seu destino. As lágrimas ainda estavam caindo, e seu
pênis estava tão duro que ele tinha medo de gozar cedo demais e estragar a
diversão. Ele continuou se esfregando contra o musgo, e Max empurrou seu rosto
para baixo também. Normalmente, Dayton odiava ficar sujo, mas agora ele
aceitou de braços abertos, sem se importar se seu rosto estava cheio de lama, ou
se ele se seu jeans ficaria encharcado. Isso só estava acrescentando à sua absoluta
destruição sexual.
Dayton não ousou se mover quando Max parou por um momento, e ele
percebeu por que Max estava fazendo isso quando ele puxou as nádegas de
Dayton, expondo-o para o ar frio.
—Siiiim.— Max gemeu. —Um pequeno buraco bonito e macio. Bem do
jeito que eu gosto. Implore por meu pau, cadela, ou isso vai doer. — ele disse, e
esfregou a cabeça de seu pau para cima e para baixo na bunda de Dayton.
Dayton levantou os pés do chão, chocado com o quão real tudo parecia e
como ele estava assustado, apesar desta cena ser a personificação de seus sonhos
sexuais.
—Foi você que escolheu assim. — Max rosnou para ele e empurrou seu
pau escorregadio no buraco de Dayton com um impulso acentuado. Assim que ele
fez isso, ele descansou todo o seu peso em cima de Dayton novamente,
lembrando-o de como ele estava preso, ele estava com as mãos algemadas, calça
puxada para baixo, as pernas abertas, e não havia maneira de fugir do pau grosso
abrindo seu corpo e o usando da forma que queria. —Vá em frente, se contorça se
quiser, isso só está provocando meu pau ainda mais. — Max mordeu a orelha de
Dayton quando ele empurrou seu pênis ainda mais longe com outro impulso.
—Não... Eu não posso... Por favor, eu vou fazer o que quiser. — ele
proferiu, seu interior estava em chamas. Era tão gostoso sentir o pau grosso o
esticando e empurrando profundamente dentro de seu corpo. E não ser capaz de
respirar corretamente com o peso de Max descansando nas costas, de algum
modo só fez toda a experiência mais emocionante.
—Talvez eu fique com você. — Max continuou usando o seu doce veneno
no ouvido de Dayton. —Usar você até que não seja mais tão apertado. Aposto que
em um ano ou dois você iria aprender a me respeitar. Eu tenho uma cabana na
floresta. Eu vou te prender no porão e todos os dias irei lá para alimenta-lo com o
meu sêmen.
Talvez Max convidasse alguns amigos que gostariam de foder seu cativo?
Eles seriam impiedosos com ele. Ele iria dormir coberto de sêmen, e não teria
permissão para se limpar até de manhã.
—Sim, eu vou ficar com você. Este buraco é gostoso pra caralho para não
ser usado. —Max murmurou, e a maneira como ele empurrava seu pau no tornou
mais feroz. —Você está pronto para o meu sêmen? Vou vê-lo escorrer fora de sua
bunda. —Desta vez, ele mordeu a nuca de Dayton, mas era difícil se concentrar na
mordida quando outra sensação chamou sua atenção. Max deslizou a mão sob a
camiseta de Dayton, e a fria mão molhada fez Dayton gemer ainda mais alto
quando chegou ao seu mamilo.
Ele que já estava tão perto de gozar, não suportou mais, e sentiu seu
orgasmo sacudi-lo violentamente. Sua bunda apertou tão rapidamente que quase
parecia que queria arrancar o pênis de Max, mas o pau grosso nunca parou de se
mover, violando Dayton com cada impulso forte.
O cérebro de Dayton estava confuso, e tudo o que ele podia pensar era no
pau de Max e o sêmen que o encheria em breve. Seu próprio orgasmo estava
durando muito mais do que o habitual, os tremores ainda passando por seu
corpo, como se ele não conseguisse parar até Max gozar também.
Ele arqueou as costas com tanta força que quase empurrou Max de suas
costas, e sorriu, tão cansado que sentiu como se nunca fosse se levantar
novamente. Ele gostou de imaginar o sêmen de Max inundando seu buraco, mas
ele não sentia muito além do pau grosso, quente e incrível ainda enfiado dentro
dele. Ele não se lembrava da última vez quando ele tinha se sentido tão
completamente relaxado. Enquanto ele tivesse Max com ele, ele seria intocável,
mesmo para os demônios em sua própria cabeça.
—Até eu estar seco...— Max murmurou e puxou seu pênis para fora muito
cedo, deixando o buraco de Dayton com saudades da grossura de seu pau. Apenas
quando Max se levantou que Dayton lentamente se tornou consciente de seu
entorno novamente. Das folhas molhadas, o musgo macio, e o ar frio em sua
bunda e coxas agora expostas. —Aqui está a sua gorjeta. — disse Max e jogou a
nota de vinte, que Dayton tinha devolvido a ele antes, em seu rosto.
Mesmo com o rosto no musgo, Dayton podia sentir o olhar de Max sobre
seu corpo, e isso o fez relaxar ainda mais.
—Você vai ficar bonito no meu porão. — disse Max de forma lânguida. O
clique de um isqueiro veio como uma surpresa, porque Dayton só tinha visto Max
fumar uma vez.
Dayton olhou para trás, e, eventualmente, rolou para suas costas, fraco
demais para se sentar ainda.
—Você é tão gostoso que eu não quero desamarrar você. — Ele sorriu, e
não havia necessidade de uma palavra de segurança para compreender que o jogo
havia acabado.
Dayton nem sequer esperou um convite e rolou para mais perto de Max,
pressionando seu corpo no peito dele. Arrancado da falsa realidade do rapto, ele
sentiu como se estivesse de ressaca da experiência e ansiava pelos braços estáveis
de Max em torno dele.
Ele suspirou, seguro e satisfeito nos braços de Max. Eles estavam em seu
pequeno mundo, e ninguém mais podia vê-lo ou tocá-los.
—Não, querido. Eu sei que me esforcei, mas foi você quem me aceitou.—
Max beijou os lábios de Dayton.
Dayton inclinou-se, ansiando quase desesperadamente por todas as
palavras gentis e reconfortantes após deixar voluntariamente Max brutaliza-lo.
Foi o contraste mais doce que ele poderia imaginar.
—Talvez. Eu só... Eu não sei. Não foi tão difícil, porque você é uma pessoa
tão incrível.
—Eu quero que você se sinta seguro comigo. Isso me deixa muito
excitado. Eu sinto que tenho um propósito.
Dayton sorriu e esfregou o nariz de Max, tão feliz que seu peito mal podia
suportar.
—Entendo. Eu sei que você nunca vai me trair. Você controla tudo. Eu
posso relaxar quando eu estou com você, e a fantasia foi tão gostosa que eu só
queria provoca-lo mais e mais.
Ele acordou antes de seu alarme, então ele desligou-o, para não despertar
Max antes do tempo, e saiu do quarto assim que se vestiu.
—Eu sei, certo? É a segunda vez esta semana. Pelo menos o tempo está
decente. — disse ele, olhando através das janelas do triste salão com paredes nuas
e um tapete que provavelmente era dos anos 1980.
Era barato, ele lembrava a si mesmo a cada vez que o interior ou o cheiro
se tornava muito deprimente. Além disso, sem baratas ou percevejos, ele deveria
agradecer por ter essa sorte com a faixa de preço do lugar.
—Oh? Onde ele trabalha? Não há muitos empregos por aqui, há?—Tanya
suspirou alto. Ela já havia dito a Dayton que estava à procura de emprego há sete
anos. Talvez ela devesse se mudar ou diminuir suas exigências.
—Isso é legal. Ele tem o turno da noite ou algo assim? Porque está um
pouco tarde para quem trabalha em uma padaria. Eles não preparam as massas
às quatro da manhã?
—Oh, sim... Ele vai um pouco mais tarde. — disse ele, cada vez mais
confuso quanto seu cérebro bateu-lhe com a confirmação. Ela estava certa.
Quando ele era criança, eles tinham feito uma viagem de campo para a Padaria
Collins uma vez, e a senhora que tinha mostrado a padaria disse-lhes sobre quão
cedo eles começavam o trabalho lá. Ele sabia sobre isso, e nem sequer considerou
duvidar das palavras de Max.
Mas talvez Max estivesse fazendo algum tipo de trabalho que não exigisse
ir para lá tão cedo.
—Meu ex me disse uma vez que ele estava fazendo horas extras à noite na
lanchonete local. E algum tempo depois, descobri que ele estava mentindo e
transando com a minha irmã.
—Um conselho. Se você quiser continuar com o seu homem, é melhor ter
certeza que ele não está mentindo.
Dayton pigarreou.
—Não... Ele não faria isso. — ele disse, sem rodeios, mas sua mente
hiperativa estava cheia de perguntas. Por que Max não voltava com cheiro de
fermento ou baunilha? Ele tinha dito que normalmente trabalhava fazendo
cookies, e Dayton os tinha comido inúmeras vezes, então ele sabia quão intenso
seu aroma era. Por que Max voltava tão tarde? Por que ele nunca falava sobre
seus novos colegas de trabalho quando ele era tão sociável?
Dayton tinha certeza que Max não o estava traindo, não com a maneira
que ele sempre queria a atenção de Dayton depois de tomar um banho quando
voltava do trabalho, mas se não era isso, por que ele estava mentindo?
—De qualquer forma, eu vou me assegurar de que ele não faça isso. — ele
disse e desajeitadamente piscou para ela.
Como Dayton deveria perguntar sobre isso sem parecer que ele não
confiava em Max? Ele não queria parecer curioso, então o que ele poderia fazer?
As pessoas não deviam ser autorizadas a ter os seus segredos?
Com a cabeça cheia das piores respostas possíveis ele entrou no seu
quarto.
Max já estava se vestindo para sair e lhe deu um sorriso que fez Dayton
esquecer todas as perguntas que ele queria fazer. Acordar ao lado de Max todos
os dias era o bálsamo mais doce para a dolorosa vida de Dayton.
—Você merece isso. Acordando tão cedo para trabalhar em uma padaria.
— disse ele, tentando não parecer estranho. Talvez mencionar o horário e o local
de trabalho fizesse Max reconsiderar e contar a verdade?
—Eu sei que você procura emprego durante todo o dia, por isso não é
grande coisa. — Max beijou-o enquanto se aproximava e pegou o café da mão de
Dayton.
Dayton pigarreou.
—Bem, para começar, o proprietário do hotel que entrou em contato
comigo parece ter dezoito anos, e ele estava vestido como um emo. Eu estava
usando uma camisa e gravata, e ele tinha cabelo azul e estava usando um colar
com um pingente de unicórnio.
—Oh, meu Deus!— Ele começou a rir e tossir ao mesmo tempo. —Como
foi?
—Bem, ele me disse que ele está incapacitado, mas acrescentou que ainda
pode fazer sexo. Foi super estranho, especialmente quando seu namorado chegou
e percebeu o que ele estava falando. Na verdade, ele tapou a boca do outro com a
mão. —Dayton disse e esfregou o rosto.
—O que? Por que ele disse isso? Para qual trabalho você se candidatou?
Dayton suspirou e mordeu seu muffin. A geleia era tão falsa, e a manteiga
de amendoim muito salgada, mas ele sabia que isso era temporário.
—Pelo menos você descobriu que é um lugar amigável aos gays ...— Max
disse enquanto enxugava uma lágrima e mordia seu muffin.
—Sim, mas eles vão ir à falência com esse tipo de atitude. — Dayton disse,
enchendo a boca e observando Max. Ele não tinha ideia de como perguntar a ele
sobre o trabalho. —Então, o que você fará hoje?
—Talvez…? Eu não tenho certeza. Eu acho que eles fazem stars apenas na
sexta-feira.
—Ah não. Esqueci que deveria ajudar Tanya. Eu mando uma mensagem
para você mais tarde, ok?— Ele disse, dando um beijo suave na boca de Max. Para
seu plano funcionar, ele precisava sair daqui antes de Max.
—Certo. Eu vou avisar você quando estiver voltando para que possamos
jantar juntos.
O coração de Dayton amoleceu com o quão doce ele era. Ele tinha adotado
Cinnamon, porque se sentia tão solitário, jantando em frente à TV, e agora, Max
estava lá, se certificando que eles passassem algum tempo juntos. Foi tão
perturbador que por um momento Dayton esqueceu o que ele deveria fazer.
—Está bem, está bem! Estou indo!—Ela abriu a porta e o olhou de cima
para baixo. —Você está bem?
Dayton piscou, não tenho certeza de onde isso veio, mas ele precisava de
ajuda, e esperava que ela entendesse por causa de seu passado.
—Você está certa. Estou preocupado, e eu preciso saber onde ele vai. Pode
me ajudar?
Dayton suspirou e a seguiu quando ela correu para fora, ainda de pijama e
com algo enrolado em seu cabelo. Normalmente ele iria lembrá-la de se ajeitar
antes de sair do quarto, mas não desta vez. Hoje era sobre o que ele precisava.
Ficou aliviado ao ver seu carro ainda estacionado ao lado dos outros, mas
correu para o carro de Tanya e se esconder no caso de Max aparecer no pior
momento possível.
Mas, tão estressante quanto foi, tudo correu bem, e eles realmente
tiveram que esperar no carro por mais cinco minutos antes de Max sair.
—O que você acha que ele está realmente fazendo?— Tanya sussurrou do
banco do motorista, segurando o volante.
Dayton se abaixou ainda mais no banco de modo que seu rosto não fosse
visível.
—Tenho certeza que ele não esta me traindo, mas... Quem sabe ? Eu só
quero saber a verdade. — disse ele, observando Max dirigir para fora do
estacionamento.
—Quero dizer, o cara é muito gostoso. Aposto que ele poderia transar com
todos dessa cidade. Mas você disse que ele traz dinheiro para casa. Talvez ele
esteja servindo como um acompanhante. —Imaginação de Tanya estava correndo
selvagem, mas ela só seguiu Max uma vez que ele foi longe o suficiente para não
notá-los.
—Oh, Dayton, você não tem ideia do que as pessoas podem fazer mesmo
durante o dia.— Tanya assobiou. Dayton tinha medo de perguntar o que ela
queria dizer, porque isso poderia levar a uma de suas desconfortáveis sessões de
compartilhamento.
—E- uh, você sabe, assim que descobrir onde ele está indo, você não terá
que me esperar. Eu não quero ser um incômodo. — disse ele, agarrando o lado do
assento quando ela saiu do estacionamento e fez uma curva tão abrupta que por
um momento ele se preocupou com sua vida.
—Ele não faria isso. Ele é um cara decente. — disse ele à medida que
aceleravam ao longo da estrada e para a cidade natal de Dayton. Ele suspirou,
afundando cada vez mais no banco. A padaria não era para cá.
—Minha prima Stacie achava que seu marido era um homem bom. Ela
teve quatro filhos com ele. E o que ele fez depois de quinze anos juntos? Disse que
tinha que ir 'se encontrar', e ela então descobriu que ele se juntou a algum culto
em Virginia. Essas coisas acontecem, Dayton.
Dayton se agarrou no banco, seu corpo doendo todo. Ele não queria que
Max fosse um traficante de drogas, mesmo que o seu trabalho fosse ilegal era o
que lhes alimentado nas duas últimas semanas. Cada vez mais perturbado, ele
apenas acenava enquanto Tanya tagarelava incessantemente sobre as histórias
envolvendo os segredos dos membros de sua família.
Toda a sua família era bagunçada, ou se ele tinha perdido alguma coisa?
—Ha! Então este é o lugar. Aposto que ele se encontra com alguém no
hotel. Vamos pegá-lo em flagrante. —Tanya esperou no meio de uma rua vazia
por um tempo depois virou e entrou na mesma estrada que Max.
—Eu não sei. — sussurrou Dayton, drenado com toda a tensão emocional
de fazer algo assim para o homem que amava. Mas, se Max não confiava nele com
a verdade, o que ele estava fazendo?
Havia vários veículos que Dayton não reconhecia no lote quase vazio. E se
Tanya estivesse certa e por alguma razão inexplicável, Max estava o traindo com
alguém daqui?
A pior coisa era que ele sentia como se estivesse traindo a confiança de
Max. Ele mal falou com Tanya e virou a cabeça quando alguém que ele
reconheceu como um dos servidores temporários do casamento saiu do
restaurante com um cesto de roupa suja. Todo o lugar parecia antiquado e mais
dolorosamente deserto do que quando ele vivia aqui. Talvez fosse o choque de vir
aqui depois de algum tempo?
Dayton apenas ficou lá, chocou. O que era isso? O que Max estava fazendo
aqui? Eles haviam sido demitidos.
A voz de Tanya veio de trás dele como uma pedra atingindo-o na parte de
trás da cabeça.
—Viu só? Está vendo a expressão culpada em seu rosto?— Tanya apontou
para Max com um sorriso de satisfação.
Dayton acariciou seu rosto se sentindo tão entorpecido que estava com
medo de ter perdido a sensibilidade do corpo. Sua cabeça latejava, e ele não
conseguia sequer lembrar o nome da pessoa que o tinha trazido aqui neste
momento.
—Max...? O que...
Max deixou cair a faca e franziu os lábios.
—Eu... Eu... Por que você está aqui?— Perguntou Dayton, olhando para
ele com descrença. Isso tudo era muito confuso. —Por quê? Você disse que estava
trabalhando na padaria.
—Ha! Te disse!
—Mas ela demitiu você. Por que você mentiu para mim?
—Eu não sei quem você é, mas apenas pessoas autorizadas podem ficar
aqui. Você precisa sair antes que eu chame a segurança.
—Vamos conversar lá fora.— Ele não esperou por uma resposta e se virou
para sair pela porta dos fundos.
Dayton bateu seu rosto novamente, seguindo-o com as pernas trêmulas.
Ele não devia ter vindo aqui. Ele não deveria ter seguido Max. Agora Max estava
magoado e isso iria destruir seu relacionamento!
Dayton piscou, confuso sobre se este foi um ataque contra ele ou não.
—Mas o que? Como? Você me disse para não me preocupar, mesmo que
ela me pedisse para voltar depois do que aconteceu. — Ele engoliu em seco, mas
depois de esperar um momento, ele tocou no braço de Max e lentamente apertou
os dedos sobre ele.
—Porque você merece algo muito melhor, e se você ficar preso aqui
novamente, nós nunca mais conseguiremos sair. Mas eu não consegui encontrar
outra coisa em tão pouco tempo. Ela disse antes que não se importava que eu
trabalhasse aqui, desde que os clientes não me vissem, então eu vim pedir o meu
emprego de volta. — Max massageou a testa, mas não afastou a mão de Dayton .
—Não é culpa sua eu ter socado Greg. Você não merece sofrer por isso.
Embora eu não esteja exatamente arrependido.
E mesmo que Max tenha dito a Vanessa que não se rebaixaria a esse
emprego, e que ela não tinha o direito de humilha-los da maneira que fez. Dayton
se contorceu ao imaginar Max tendo que engolir seu orgulho para pedir o
emprego de volta e Vanessa se regozijando sobre isso.
Dayton ficou na ponta dos pés e abraçou Max tão forte quanto podia.
—Por que você não me contou? Você não confia em mim?— ele
perguntou, esfregando sua bochecha contra a pele quente e suada de Max. Ele
fechou os olhos, tão completamente aliviado que quase contou a verdadeira razão
para seguir Max. Ele não estava orgulhoso disso.
—Vamos. Isto é tão foda humilhante. Todos os dias ela me lembra sobre o
quão grato eu devo estar por trabalhar aqui. Eu não quero que você tenha a ideia
de voltar também. É o suficiente que um de nós suporte a merda que é isso.
—Eu sinto muito. Você está preso aqui por minha causa.
—Day... Você me deixou viver com você de graça. Você realmente fez a sua
parte. Eu queria recompensá-lo, mas era demasiado embaraçoso cont...
—O que é esse barulho no meu hotel?— Vanessa gritou. —Você não tem
permissão para estar aqui, Dayton! E aquela sua amiga quebrou o vaso que eu
trouxe da Itália!
Vanessa piscou, tão surpresa que ela não disse nada no começo.
—Ele só fica na cozinha, não é como se ele fosse socar um cliente de novo.
— ela resmungou.
—Ele também não tem nenhum acordo assinado, certo? Assim como ele
não tinha nada quando você o empregou antes. —,gritou Dayton, ficando em seu
rosto mais uma vez.
Vanessa lambeu os lábios, hesitando com a resposta dela. Era isso. É claro
que ela não tinha oficialmente empregado Max. Como da última vez, ela estava
evitando os impostos, e queria pagar-lhe menos do que era exigido legalmente.
—Ele está aqui em termos amigáveis. Isso é entre eu e Max. — disse ela no
final.
Dayton bufou.
—Em termos amigáveis? Não me faça rir. Quer saber? — Perguntou ele,
mergulhando a mão na bolsa em seu ombro para retirar o caderno velho onde ela
mantinha todos os seus registros. —Você vai pagar-lhe o salário mínimo que ele
ganhou nas duas vezes em que trabalhou aqui. E você vai me pagar tudo o que
você me deve até o final da semana. — disse ele, abrindo o caderno e mostrando-
lhe os números. Toda a sua prorrogação estava lá, com horas, datas e dinheiro
devido.
Vanessa deu um passo para trás, mas pela forma nervosa que ela
continuava esfregando as mãos, ele sabia que a tinha pego. Já era o suficiente. Ela
não iria sugar a felicidade de Max.
—Você sabe que os últimos meses têm sido difíceis para River Inn...
—Eu não me importo com o quanto sua pousada está ganhando. Você
empregar pessoas, e isso significa que você tem que pagá-las antes de si mesmo.
E se você não pode manter o Inn, então você deveria vendê-lo.—Ele fez um
círculo em torno do total de dinheiro que ela lhe devia e empurrou as páginas em
seu rosto. —Você vai concordar em nos pagar ou vou denunciá-la por não pagar
seus funcionários, e empregar pessoas ilegalmente. Kathy sabe, mas eu tenho
certeza que a noiva e o noivo, cujo número de telefone ainda tenho, de bom grado
podem confirmar que Max era um empregado, mesmo que ele não esteja em seus
livros.
O sorriso mal disfarçado disse a Dayton tudo o que ele precisava saber
sobre a opinião de Max sobre a situação. Max se inclinou mais perto e deu a
Dayton um beijo.
Dayton se encostou em Max, ainda não tendo certeza se ele não estava
sonhando. Por muito tempo ele permitiu que ela o tratasse como lixo quando
tudo o que precisava era uma convicção implacável. E uma pequena chantagem.
Tinha sido ótimo ver Max socar Greg, tê-lo visto proteger Dayton dos
comentários desagradáveis ou de Vanessa o fazendo trabalhar mais sem pagar
horas extras, mas, na verdade, ser o seu próprio herói? Ele estava gostando
muito.
—Eu imagino que percebeu que está demitido, Max. — Vanessa disse. —
Você pode agradecer ao seu namorado por isso. E eu só vou pagar por uma hora
de trabalho hoje.
—Nós vamos sair da cidade. Tenha uma boa vida, Vanessa. Espero que
você trate seus outros empregados melhor do que você me tratou. — disse ele e
virou-se, sentindo a raiva dela desencadeando atrás das costas quando ele saiu.
Como se fosse o chefe.
O peso do braço de Max sobre seu ombro era muito reconfortante, em vez
de empurra-lo para baixo. Assim que eles saíram pela porta da frente, Max riu e o
beijou novamente.
—Estou tão excitado agora. — ele sussurrou, sem acreditar que ele estava
fazendo tal comentário, mas com a adrenalina correndo através de seu corpo, ele
não se importava mais.
Dayton riu e o beijou de novo, se afastando quando seu telefone tocou. Ele
enfiou a mão no bolso, sabendo que não podiam foder aqui de qualquer maneira,
e agora era um momento tão bom quanto qualquer outro para deixar o River Inn
para sempre. Ainda acariciando as costas de Max, ele abriu seu e-mail e franziu a
testa.
—O que? Aquele que te contou sobre sua vida sexual? E se ele for um
serial killer?
Dayton olhou para ele, perplexo, em seguida, tocou sua bolsa com o
dinheiro que poderia proporcionar-lhes um bom começo.
—Ele merece. Eu não merecia ser tratado da maneira como ele me tratou,
então ele deve pagar. — disse Dayton devagar e olhou para Max. —Eu ainda era
menor de idade quando ele tirou as fotos. E não há uma data na imagem. Ele vai
pagar.
Dayton sorriu. Ao ver a reação de Max o fez relaxar sobre o assunto, e ele
acariciou o antebraço de seu homem.
Trabalhar aqui não era como no River Inn. Aqui, Max se sentia como se
ele fosse uma parte de uma equipe que ele respeitava, e estava animado para
fazer uma nova vida. Mesmo que ele não pudesse ser um boxeador profissional
novamente, treinar os hóspedes na uma praia durante a manhã não parecia tão
ruim.
17
Bed and Breakfast (Café e Cama): Alugar uma cama na casa de um habitante local, com direito a uma refeição
inclusa na diária, geralmente o café da manhã.
Max parou com o pedaço de frango ainda nas pinças quando ele olhou
para a última caixa com o que parecia ser... Arroz azul?
—Você sabe o quão louco Ryan está com a ideia idiota de menu azul. Eu
não posso servi-lo para os hóspedes, mas se ele quer comer comida colorida,
então tudo bem pra mim. Ele vai ficar feliz o resto da semana.
Certo. O menu azul. Ryan era tão bonito quanto era peculiar, e Max tinha
ouvido falar sobre a ideia mais recente de marketing. Comida azul, galinha azul,
batatas azuis, servidas com milho azul e uma sobremesa de blueberry18. Não fazia
sentido, e Ryan não conseguia entender por que todos os seus funcionários
continuavam dizendo que ninguém gostaria de comer frango azul.
18
Pelo menos ele era um cozinheiro profissional, por isso Max imaginou que fazer
as refeições loucas para Ryan não era entediante para ele.
—Vamos ver como isso vai. Não podemos servir isso para os hóspedes a
menos que seja Halloween ou algo assim.
Max gostava muito de viver aqui, então ele não apresou mais Dayton
sobre alugar um apartamento, mesmo que isso significasse que às vezes eles
precisavam estar disponíveis fora dos turnos normais. Ao trabalhar aqui, com
pessoas acolhedoras, ele não via dificuldade em fazer isso.
—Hora da minha pausa para o almoço. Vejo você em uma hora? — Ele
perguntou a Ryan, já andando em direção a Max.
E tão adoráveis.
—Mm, parece delicioso. — disse Dayton, tirando uma caixa das mãos de
Max e já caminhando para a porta traseira que levava à praia.
Max ficou meio passo para trás para poder olhar para a bunda de Dayton.
—Liam está planejando que os menus do almoço sejam embalados para
quando eu levar os nossos hospedes em uma caminhada mais longa na próxima
semana.
Max retirou seus chinelos e seguiu Dayton com os pés descalços sobre a
areia sedosa. Eles sentaram na “sua” pedra com os quadris tocando, observando
as ondas.