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Engenharia Bioquímica

Imobilização de biocatalisadores

Prof. Luciano Jacob Corrêa


Departamento de Engenharia
Universidade Federal de Lavras
GNE342 - Engenharia Bioquímica

Imobilização de biocatalisadores: Introdução

 O principal interesse em imobilizar uma enzima ou células é obter

um biocatalisador com atividade e estabilidade que não sejam

afetadas durante o processo.

 A imobilização consiste em confinar o biocatalisador em um suporte

que permite a sua separação ao final do processo.

 Possibilidade de reutilizar o biocatalisador!


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Imobilização de biocatalisadores: Imobilização de células

*Utilizar diferentes configurações e modos de


operação de biorreatores.
*Aumentar a estabilidade: uso prolongado.

* Restrições à transferência de massa.


* Perda de atividade durante o
processo.
* Custo adicional de suportes,
reagentes e da operação de
imobilização.
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Imobilização de biocatalisadores: Imobilização de células


 Suporte
 Imobilização é obtida através do contato de um material utilizado para a
imobilização com as células que se pretende imobilizar, sob condições
ambientais controladas.

 Material utilizado: suporte.

 Características do suporte:

 Toxicidade;
 Alta capacidade de retenção;
 Alta difusividade
 Resistência mecânica;
 Baixo custo.
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Imobilização de biocatalisadores: Imobilização de células


 Suporte

Sílica Alumina
PEG

Alginato Ágar Celulose


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Imobilização de biocatalisadores: Imobilização de células

 Metodologia

 Adsorção

 Ligação covalente

 Envolvimento
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Imobilização de biocatalisadores: Imobilização de células


 Metodologia

 Adsorção

 Forças de interação entre a superfície celular e a superfície do suporte


são complexas e envolvem múltiplas ligações.

 Limitação: influência das condições ambientais promovidas pelo


meio de cultivo na capacidade de retenção das células no suporte (pH,
força iônica, idade da população celular).

 Tipos de suporte: inorgânicos e polímeros sintéticos


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Imobilização de biocatalisadores: Imobilização de células


 Metodologia

 Ligação covalente

 Os suportes são funcionalizados para conter um grupamento químico.

 Limitação: potencial toxicidade do sistema

 Tipo de suporte: materiais inorgânicos.


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Imobilização de biocatalisadores: Imobilização de células


 Metodologia

 Envolvimento

 Confinamento físico de uma população celular em uma matriz polimérica


formadora de um gel hidrofílico.

 Poros da matriz são menores que as células.

 Método mais utilizado: baixa toxicidade, simples, alta capacidade de


retenção celular.

 Limitação: difusão intraparticular de substrato

 Tipo de suporte: polímeros naturais.


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Imobilização de biocatalisadores: Imobilização de enzimas

 Enzimas imobilizadas: são aquelas que tiveram sua mobilidade

restrita, por meio de confinamento físico e/ou mediado por reação

química, com retenção de atividade catalítica, permitindo sua

reutilização.

 O principal interesse em imobilizar uma enzima é obter um

biocatalisador com atividade e estabilidade que não sejam afetadas

durante o processo.
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Imobilização de biocatalisadores: Imobilização de enzimas


 Os processos de bioconversão enzimática têm sido bastante utilizados na
produção, transformação e valorização de matérias-primas.

Custos operacionais

Baixa produtividade
Desvantagens
Problemas de remoção da enzima

Variação na qualidade dos produtos

Alternativa: imobilização enzimática


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Livre Imobilizada
Instabilidade Reutilização

Rápida perda da
Maior estabilidade
atividade catalítica

Menor interferência
de inibidores

Separação da enzima
ao final do processo
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Imobilização de biocatalisadores: Imobilização de enzimas

*Maior estabilidade enzimática.


*Uso mais eficiente do catalisador através de
reutilizações.

* Restrições difusionais.
* Perda de atividade durante o
processo.
* Custo adicional de suportes,
reagentes e da operação de
imobilização.
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 Suporte

• Alginato
Polímeros • Agarose
naturais • Quitosana

Polímeros • Resinas acrílicas


sintéticos

• Alumina
Materiais • Sílica
inorgânicos • Vidro
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 Escolha dos métodos e suportes

 Estabilidade de fixação: a enzima deve estar bem fixa ao suporte.

 Estabilidade enzimática: a enzima não deve sofrer modificações


como desnaturação.

 Resistência mecânica: o suporte deve resistir a várias condições


desfavoráveis.

 Capacidade de carga: o suporte deve fixar um número elevado de


unidades enzimáticas por unidade de área.
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 Metodologia
MÉTODOS DE IMOBILIZAÇÃO
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 Metodologia

 Ligação cruzada

 Método que envolve o uso de agentes bifuncionais ou multi-

funcionais, em geral, glutaraldeído, que induzem a auto-

reticulação das enzimas, resultando assim na formação de uma

rede tridimensional de moléculas de enzima


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 Metodologia

 Ligação em superfície sólida: adsorção física

 Método simples que se baseia na adsorção física em

superfícies sólidas (alumina, carvão, argila, sílica gel) por

ligações iônicas, polares ou de Van der Waals.


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 Metodologia

 Ligação em superfície sólida: adsorção iônica

 Ligação de grupos com cargas opostas através de forças

eletrostáticas.

 Processo simples, suave e não deletério para a maioria das

enzimas.
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 Metodologia
 Ligação em superfície sólida: adsorção covalente

 A ligação covalente se dá pela reação de grupos reativos do

suporte, matrizes (vidro, cerâmica, polímeros sintéticos,

celulose, alumina), com os grupos funcionais da enzima ligação

de grupos - NH2 , -COOH, -OH, preferencialmente em baixa

temperatura e pH ótimo.
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 Metodologia
 Encapsulamento

 Oclusão em matrizes: podem ser géis (amido, sílica, alginato de

cálcio, agarose, PEG) ou fibras.

 Nos géis ocorre o aprisionamento da enzima nos espaços intersticiais

da rede polimérica (enzima confinada no interior de micelas.


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 Metodologia

https://www.youtube.com/watch?v=bw9iPvc5NwM
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 Metodologia

 Microencapsulamento

 A enzima é oclusa em membranas poliméricas de porosidade

de 300 µm (celulose, policarbonato, polímeros em geral),

semi-permeáveis esféricas de pequeno diâmetro.


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Imobilização de biocatalisadores: Imobilização de enzimas


 Curiosidade: TCC – Marina Letícia Alves Ferreira 2019/1

Título: Imobilização enzimática para o processo de produção do etanol de segunda geração

Principais resultados obtidos:

Produção de glicose:

 Método de alginato 3%: 19,75% a mais que a enzima livre


 Método de alginato 4%: 36,85% a mais que a enzima livre
 Método de adsorção: 38,69%: a mais que a enzima livre

Esferas de alginato após o


primeiro uso (Ferreira, 2019)
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Imobilização de biocatalisadores: Imobilização de enzimas

Geralmente, a presença do suporte próximo à enzima diminui a sua


atividade catalítica assim como diminui a sua afinidade pelo substrato.

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