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Atividade 7

Extração de óleo-de-copaíba
Seth Castilho Bittencourt - Eng. Florestal

Introdução
A copaíba ( Copaifera sp.) é uma planta endêmica da América do Sul e América Central.
Seu uso é comum dos povos autóctones da América, o nome copaíba vem da língua tupi
a partir do termo kupa'iwa.
Para os povos ameríndios e culturas ribeirinhas da amazônia a copaíba é de extrema
importância devido a seus princípios ativos medicinais, os efeitos antibióticos e anti-
inflamatórios são marcantes pela sua efetividade. Mas não é só para isso que a copaíba é
utilizada, sua madeira de qualidade também é um ótimo produto para a construção civil e
artesanato. Hoje no mundo com a crescente demanda por produtos de origens ecológicas
o óleo-de-copaíba vem tomando lugar no mercado fitoterapêutico e também na produção
de fármacos convencionais.
Quanto a seus favores ambientais, a copaibeira é uma ótima produtora de biomassa para
sistemas agroflorestais devido a sua alta concentração de lignina, que é de suma
importância na ciclagem nutricional de uma floresta. Além disso também é atrativa para
insetos e pássaros, devido a sua alta concentração de açucares é um deleite para
polinizadores e pássaros frugívoros.

Como cultivar a copaíba


Copaifera sp. é uma planta de estrato alto, fazendo parte da vegetação de florestas
ombrófilas e semidecíduas, plantas da espécie tem a estatura variando de 2 a 35 metros.
Devido a sua extensa dispersão pela América a copaíba pode ser encontrada em diversos
biomas como por exemplo a mata atlântica, amazônia e o cerrado.
Seu cultivo deve ser feito em solo fértil e rico em matéria orgânica. Para seu plantio são
utilizadas as sementes que após sofrerem a quebra de dormência demoram 10 a 12 dias
para germinarem e entrarem em pleno crescimento. Para atingirem estatura para manejo
e extrativismo em condições ideais podem demorar de 3 a 5 anos.
Como extrair o óleo da copaíba
Para a extração do óleo-de-copaíba são necessários conhecimentos práticos e teóricos sobre a
morfologia da planta. Primeiramente para saber se a planta está carregada de óleo deve-se observar
sua maturidade, o tronco da copaibeira deve ter no mínimo 120cm de circunferência. Para alcançar
o óleo deve ser feito um furo na altura media de 1,3m, o furo é feito utilizado o trado que
corresponde a uma broca larga de uso manual. O trado deve perfurar a planta até o cerne do tronco
onde serão encontrados os bolsões que armazenam o óleo.
Após a extração a incisão deve ser fechada para que a planta não entre em contato com patógenos
ou pragas, o furo feito pelo trado deve ser fechado com um galho da própria planta.
As copaibeiras demoram de 2 a 4 anos para regenerar seu tronco e seiva, assim sendo necessário
aguardar a regeneração natural para a próxima extração.
Após a extração o óleo deve ser tratado para remover impurezas indesejadas, para isso é feita a
filtragem e a envasilhação do produto.

Suporte para os agricultores


No cultivo da copaíba povos autóctones utilizam de métodos ancestrais para o extrativismo. Estes
métodos empiricamente comprovados como funcionais podem ser otimizados com as praticas
modernas de manejo agroflorestal.
Introduzindo consórcios com plantas diversificadas pode-se aumentar o repertorio da produção e o
vigor da área cultivada. Plantas com ciclos mais curtos que a copaíba podem ser cultivadas sob seu
dossel para aumentar a produção de biomassa, aprimorar os processos hídricos e nutricionais do
solo. Um exemplo de planta eficiente para a estratificação do sistema e uma melhora na
disponibilidade de potássio e água, é a bananeira. Qualquer que seja a variedade de banana, seu
cultivo propícia a entrada e disponibilidade de mais água no sistema e além disso é uma boa fonte
de subsistência e de renda.
Dentro da lógica agroflorestal abundância e biodiversidade são a chave para uma produção
consistente, então se forem consorciadas plantas de diferentes extratos a produção e a alimentação
dos produtores será aprimorada. Outras plantas nativas que podem ser consorciadas são a andiroba,
pupunha, cacão… Exemplos de plantas que não são nativas e podemos trazer para as entrelinhas
são cúrcuma, gengibre, outras plantas herbáceas arbustivas, variadas gramíneas para a produção de
biomassa, o café para a diversificação da produção … A lista de consórcios é gigante tudo depende
das ambições e condições do produtor.
Referencias bibliográficas
https://www.cepeas.org
Centro de Pesquisa em Agricultura Sintrópica
https://pt.wikipedia.org/wiki/Copaifera_langsdorffii
https://www.embrapa.br/documents/10180/13310826/ID19.pdf
https://www.alice.cnptia.embrapa.br/handle/doc/1120370
https://www.sitiodamata.com.br/copaiba-copaifera-langsdorffii
http://www.florestabilidade.org.br/site/programa-9-manejo-de-produtos-florestais-nao-madeireiros-
copaiba/
https://journals.sagepub.com/doi/full/10.1177/0030727021998063
Livro: Agricultura Sintrópica Segundo Ernst Götsch

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