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Cálculo Diferencial

e Integral II
Aplicações da Integral Definida
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Lívia Maria Figueiredo Lacerda

Pró-Reitoria Administrativa e Comunitária


Carlos de Oliveira Varella

Núcleo de Educação a Distância (NEAD)


Márcia Loch
Sumário
Aplicações da Integral Definida
Para início de conversa... ................................................................................. 4
Objetivo .......................................................................................................... 4
1. Área de uma Região Plana ......................................................................... 5
Referências .......................................................................................................... 13

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Para início de conversa... Objetivo
Neste capítulo, vamos abordar o problema da determinação de áreas de Efetuar cálculos e resolver problemas envolvendo aplicações da integral
regiões planas mais gerais, limitadas lateralmente pelas retas verticais definida.
x=a e x=b, superiormente por uma função contínua f e inferiormente por
outra função contínua g, definidas em um intervalo [a, b] e tais que g(x) ≤
f(x), em [a, b]. Dessa forma, vamos aprender a efetuar cálculos e resolver
problemas envolvendo aplicações da integral definida.

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δ de modo tal que f ( x ) + δ ≥ 0 para todo valor de x pertencente ao
1. Área de uma Região Plana intervalo [a, b]. Tem-se então 0 ≤ f ( x ) + δ ≤ g ( x ) + δ para todo valor
Sejam duas funções contínuas f ( x ) e g ( x ) definidas no intervalo de x pertencente ao intervalo [a, b]. É facilmente possível concluir
[ a, b] dos números reais de modo tal que f ( x ) ≤ g ( x ) para todo valor que a medida da área procurada entre as funções f e g é igual à área
de x pertencente ao intervalo [ a, b ] .. A nossa pretensão é obter o valor compreendida entre as funções f ( x ) + δ e g ( x ) + δ , limitada pelas retas
da medida da área compreendida entre os gráficos das funções f e g , x = a e x = b, conforme ilustrado na Figura 2.
limitadas pelas retas x = a e x = b, conforme ilustrado na Figura 1.

Figura 1: Área entre as funções f ( x) ( )


e g x ,,limitadas pelo intervalo [ a, b]..Fonte:
Elaborada pelo autor. Figura 2: Área compreendida entre as funções g ( x ) + δ e f ( x ) + δ . Fonte: Elaborada pelo autor.

De acordo com o Teorema de Weierstrass, o conjunto dado por f ([ a , b ]) Entretanto, a área desta última corresponde à diferença entre a área da
g ( x) + δ
é limitado pelos extremos do intervalo. Pode-se, então, definir um valor região limitada pelo gráfico de , as retas x = a e x = b e o eixo

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das abcissas, e a área da região limitada entre o gráfico de f ( x ) + δ , as
retas x = a e x = b e o eixo das abcissas. Já vimos que a área da região
sob um gráfico, limitado em um intervalo [a, b], é calculada por

Então, a área é calculada por

Aplicando as propriedades de integral definida no lado direito da


igualdade anteriormente apresentada, a área entre os gráficos é obtida
Figura 3: Área da região limitada pelas curvas y = f ( x ) e y = g ( x ) . Fonte: Stewart (2017).
por meio do cálculo da integral

Essa fórmula indica que A é a área da região limitada pelas curvas Um importante fundamento teórico no estudo do Cálculo Diferencial
= y f= ( x ) , y g ( x ) ,, sendo f e g funções contínuas, g ( x ) ≥ f ( x ) , e pelas e Integral é o Teorema de Weierstrass, que é enunciado da seguinte
retas x = a e x = b, para todo valor de x compreendido no interior do maneira:
intervalo [a, b]. Para o caso onde f ( x ) ≥ g ( x ) ,, a área é dada por

, Seja f uma função contínua no intervalo [a, b], então existirão c e d


pertencentes ao intervalo [a, b] tais que f ( c ) ≤ f ( x ) ≤ f ( d ) para todo
o que corresponde a dizer que
valor de x pertencente ao intervalo [a, b].
,
A Figura 4 retrata graficamente o que é elucidado pelo Teorema de
sendo f ( x ) > 0 e g ( x ) > 0,, conforme disposto na Figura 3. Weierstrass.

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Solução

Como o enunciado da questão já indica a posição das curvas, basta


aplicarmos a fórmula da área, com f ( x ) = e , g ( x ) = x , a = 0 e b = 1..
x

Portanto,

A Figura 5 apresenta o gráfico do Exemplo 1, cuja região sombreada


corresponde à área encontrada.

Figura 4: Demonstração gráfica do Teorema de Weierstrass. Fonte: Elaborada pelo autor.

O Teorema de Weierstrass está estritamente relacionado ao conceito de


máximos e mínimos visto no curso de Cálculo Diferencial e Integral I.

Vejamos alguns exemplos do cálculo de áreas.

Exemplo 1:

Determine a medida da área da região limitada superiormente pela


curva y = e e inferiormente pela função identidade y = x, limitada
x

lateralmente pelas retas x = 0 e x = 1.. Figura 5: Área entre os gráficos de y ( x ) = e e y ( x ) = x.. Fonte: Elaborada pelo autor.
x

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Exemplo 2:

Calcule a área da região R determinada entre os gráficos da reta y= x + 2


e da parábola y = x 2..

Neste exemplo, é importante que sejam feitos os gráficos, para que seja
possível obter importantes informações, como qual função está por cima
(ou por baixo) e os limites de integração.

Primeiramente, definem-se os limites de integração, que, além de serem


necessários para calcular a área, auxiliam na confecção do gráfico. Obter
os limites de integração, neste exemplo, significa obter os pontos onde
as funções se interceptam. Portanto,

.
Figura 6: Área entre os gráficos de y =x + 2, y = x2 , x =
−1 e x = 2..
Substituindo a segunda equação na primeira, tem-se Fonte: Elaborada pelo autor.

, Com as informações necessárias à disposição, pode-se calcular a área, de


modo que
que resulta nos pontos ( −1,1) e ( 2, 4 ) . A Figura 6 evidencia que o gráfico
de y= x + 2 está acima do gráfico de y = x entre os limites x = 0 e x = 1..
2

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Exemplo 3: Portanto, aplicando a fórmula da área,
Obtenha o valor da área da região limitada pelos gráficos das equações
y 2 = −4 x e x 2 = −4 y.
Antes de encontrar os limites de integração, é conveniente reescrever as
equações. A fronteira superior é a região do gráfico dada por

0
Para calcular a integral definida ∫ −4 − x dx basta efetuar a substituição
com limites −4 ≤ x ≤ 0.. A fronteira inferior, por sua vez, é dada por
u = − x,, de modo que du = −dx, e aplicar propriedades fundamentais da
, integral definida (como estudado no capítulo 3):
também limitada por −4 ≤ x ≤ 0, como mostra a Figura 7.

Segue-se que:

Exemplo 4:

Determine a área da região limitada


x 2 y − 3..
x y2 − 2 y e =
pelas equações =
2
Figura 7: Área da região entre as equações y = −4 x e x = −4 y.. Fonte: Elaborada pelo autor.
2

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Neste exemplo, os “papéis” de y e x se invertem. Contudo, a ideia da Como estamos analisando as funções seno e cosseno, elas possuem
solução é exatamente a mesma. Portanto, para encontrar os pontos de pontos de intersecção quando sen x = cos x, ou seja, nos pontos onde
intersecção, é necessário resolver x = π / 4,, já que a análise, neste exemplo, é feita considerando o intervalo
0 ≤ x ≤ π / 2.. A Figura 8 mostra que cos x ≥ sen x no subintervalo
0 ≤ x ≤ π / 4 e que cos x ≤ sen x no subintervalo π / 4 ≤ x ≤ π / 2.. Portanto,
. a área solicitada é dada por
Substituindo a segunda equação na primeira, obtém-se a equação
quadrática

cuja solução fornece os pontos de intersecção ( −1,1) e ( 3, 3).. Aplicando


a fórmula da área, desta vez integrando em relação à variável y, tem-se

Exemplo 5:

Determine a área da região delimitada pelas curvas


=y sen
= x, y cos
= x, x 0 e x = π / 2..
Figura 8: Gráfico das funções seno e cosseno na variável x. Fonte: Adaptada de Stewart (2017).

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Aplicando a propriedade da linearidade do intervalo de integração, cujas soluções fornecem os pontos de interseção ( −1, −2 ) e ( 5, 4 )..
Reescrevendo as duas equações, isolando x, pode-se observar a
disposição dos gráficos na Figura 9.

Exemplo 6:

y 2x + 6
Determine o valor da medida da área delimitada pela parábola =
e a reta y= x − 1..

Primeiramente, devem-se encontrar os pontos de intersecção entre as


duas funções:

.
2
Elevando a primeira equação ao quadrado e, em seguida, igualando y , 2
Figura 9: Região entre os gráficos de y= 2 x + 6 e y= x − 1,, escritas isolando x.
tem-se a equação quadrática Fonte: Adaptada de Stewart (2017).

Escrevendo as equações isolando x, temos:


,

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Como estamos calculando em relação a y, em vez de considerarmos
limites superior e inferior, serão observadas, agora, no sentido de “direita
e esquerda”. Temos, portanto Teria sido possível encontrar o valor da área no Exemplo 6 efetuando
a integração com relação à variável y em vez de usar x. Entretanto, tal
escolha tornaria a resolução muito mais complexa, pois seria necessário
dividir a região em duas e calcular as áreas A1 e A2 , conforme a Figura 10.

Figura 10: Exemplo 6 com a área calculada por meio da integração em


relação à variável x. Fonte: Adaptada de Stewart (2017).

O modo de resolução, conforme explicado no Exemplo 6, é


consideravelmente mais simples.

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A primeira dificuldade que encontramos é que nem sempre teremos em
mãos a informação de qual é o intervalo [a, b] que utilizaremos como Referências
limites superior e inferior dos intervalos no cálculo da integral definida, ANTON, H.; BIVENS, I.; DAVIS, S. Cálculo. 10 ed. Porto Alegre: Bookman,
tampouco qual das curvas fica por cima da outra. Os passos seguintes 2014.
resolvem essa questão: determinar as soluções da equação f ( x ) = g ( x ),
chamando de a o menor valor e de b o maior. STEWART, J. Cálculo. 4 ed. São Paulo: Cengage Learning, 2017.

Pelo teorema do valor intermediário, visto no capítulo anterior, é necessário


que, em todo o intervalo [a, b], uma das funções seja sempre maior ou
igual à outra. Deve-se, então, determinar qual delas é a maior, calculando
cada uma delas em ponto c∈( a, b ) e comparando os dois valores.

Uma vez que os gráficos se interceptam em somente dois pontos, a


região a ser considerada é aquela que fica abaixo da função que está por
cima, e acima da que está por baixo, sendo considerado somente o que
ocorre no intervalo [a, b].

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