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I – (Manhã/Você)

Acordo,

Certas e tantas vezes nem durmo.

Ergo-me sob o todo peso do que sinto

E tento não pensar em você.

Atravesso a manhã vertical

Fingindo para mim mesmo

Que consegui, me engando.

Mas, sigo.

Emergido nessa rotina

Ultrapasso caminhos, lugares.

Que aderiram novo sentido

Depois de você.

E nossos diálogos tão raros

Espreitam-me por onde passo

Em vão, sempre os refaço.

Esperando outro resultado.


II – (Tarde/Eu)

A tarde vem e abriga certas imagens,

Músicas, palavras desses momentos.

Com ele vem também um ar

Que sobra no rosto todo esse silencio.

É quando começo a questionar

Se o silencio transformar tudo em cinza?

Se essa ausência recolher teu sorriso?

O vazio transfigura minha alma

E sou tomado por uma inquietude doce

Que me obriga procurar algo que não sei.

Busco o mar, quando posso.

E por maior que esse seja

Ainda assim não me cabe.


III – (Noite/ Nós)

As noites quentes me cercam

Como quando por alguns segundos

Entrelaçamos nossos dedos

E sentia o calor da tua mão.

Junto a isso sou transportado

Por nossos esconderijos e segredos

Que não possuem grades ou muros

Senão teus olhos e meus olhos.

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