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DIREÇÃO ECONÔMICA

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INSTITUTO SETCEPAR DE
EDUCAÇÃO NO TRANSPORTE
Direção Econômica Revisão: 2 março/17

CONDUÇÃO ECONÔMICA

A condução econômica, também chamada de condução


inteligente, parte do princípio de que o motorista deve prestar
atenção a todos os componentes do veículo. Como ele é o
responsável em converter esta tecnologia em produtividade, ou
seja, operar o veículo de uma forma econômica.
O custo do combustível é um fator preponderante no
cálculo dos custos operacionais, uma vez que ele representa de
40 a 50% destes custos. Assim, é importante considerar
quaisquer fatores que possam afetar o consumo de
combustível. “Daria tudo que sei pela metade do que ignoro”
esta afirmação do filosofo Descartes, nos recorda que nunca
sabemos de tudo e que sempre é hora de aprender. Aproveite
as informações contidas neste manual para agregar ainda mais
conhecimentos sobre o tema “Condução econômica” e bons
estudos.

Conselhos de condução

1) Cor da fumaça
Verifique a cor de fumaça que saindo pelo
escapamento, bem como também se há fumaça saindo
pelo respiro do óleo do motor, abra a tampa de
abastecimento do óleo do motor, para verificar se a
fumaça em excesso provém dele.
Este procedimento simples pode verificar algum
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tipo de anormalidade, que se detectada a tempo, podem
prevenir danos/conseqüências maiores.
Principalmente se a cor da fumaça que sai do
escapamento for branca e densa ou escura demais.

2)
A

Velocidade
Respeite a velocidade de acordo com as condições da
estrada, do tempo, do tráfego e da carga (condições
adversas).

a) Resistência do ar
Enlone e amarre bem a carga
para se evitar o arrasto do vento.

b) Defletor de Teto
A instalação deste acessório reduz a resistência do
ar sobre a carreta e diminuindo ainda mais o consumo
de combustível
Defletor de Teto

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3) Observe qualquer barulho estranho vindo do seu
caminhão
Observe, e assim que possível pare e vá verificar a
causa. Procure identificar a causa e tente solucioná-la,
para evitar que ela aumente e se torne uma parada
imprevista em locais perigosos e distante do socorro,
agindo desta forma você evitará perda de tempo e
custos adicionais. Se não conseguir identificar a
anormalidade, procure por ajuda.

Lembre-se: A força (torque) do motor é atingida a


rotações intermediárias (entre 950 e 1450 RPM,
dependendo da motorização do veículo), e a potência
(velocidade) é conseguida após 1450 RPM até 1900
RPM.
Como dirigimos usando muito mais torque que
velocidade nos caminhões, procure observar esta regra
simples. É nesta faixa de rotação que encontramos a
melhor relação desempenho com baixo custo
operacional.

4) Início de operação
a) Primeiro passo:
Ao acionar o motor no início da operação, não eleve a
rotação de imediato. Mantenha a rotação na faixa entre
500 a 700 RPM pelo menos por 10 segundos. Esta faixa
permite o óleo alcance todas as partes do motor,
inclusive o turbo alimentador.

b) Segundo passo:
Após os 10 segundos de funcionamento mantenha a
rotação de forma constante e uniforme entre 700 e 1000
RPM, por aproximadamente 1 minuto. Com certeza que

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o melhor aquecimento e mais adequado se dará com o
veículo em movimento, pois todo o sistema será
lubrificado e receberá carga de forma parelha. Mantenha
rotações de torque, para que todos os componentes se
adéqüem ao esforço inicial. Já com o veículo em
movimento não eleve a velocidade nem a rotação a
níveis exagerados.

Algumas verificações
necessárias:
1) Pressão do óleo do
motor:
Pressão adequada situa-se
entre 1 a 6 bar de pressão.
Lembre-se que quente o
óleo afina, flui mais
facilmente e requer uma
pressão menor. Abaixo de
1 bar de pressão luz de aviso e cigarra começam a
manifestar-se. Não conduzir o veículo nestas condições.
Pare, e verifique se o problema não é apenas elétrico,
falta de óleo no cárter do motor ou vazamento (s). Caso
contrário peça ajuda.
Lembre-se que neste caso há risco de danos ao
motor.

2) Pressão de ar do sistema:
Pressão normal situa-se entre 7,5 a 9 bar de pressão.
Com 5 bar de pressão luz e cigarra avisam a
anormalidade, pois a pressão está baixa demais
p/condução. Não conduza o veículo nesta condição.

3) Temperatura do motor:
Trabalha entre 72/79 graus (abertura do termostato) até
100 graus centígrados. Lembre-se que num sistema de
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radiador de corpo selado a água não ferve nos 100
graus, mas bem acima disto (após 112 graus).
Acima da temperatura limite, para e verifique a causa
(ex.: termostato travado, falta de água no expansor,
outros). A temperatura média de trabalho do sistema de
arrefecimento é ao redor de 85º C.

4) Carga das baterias


Ao redor de 24 volts, com picos em carregamento. Baixa
carga, indica que as correias podem estar frouxas
(consumo é superior à carga fornecida). Alto nível de
carga, por muito tempo indica avaria no regulador de
voltagem com risco de degradação das baterias e
alguns componentes elétricos. A luz de carga de
baterias acionada no painel indica uma possível falha no
alternador e/ou correias.

5) O ponto mais adequado para se tirar um veículo da


imobilidade
É na faixa de torque (ao redor de 1000 RPM). Use a
primeira marcha para tirar o veículo da imobilidade, pois
mesmo vazio conjunto ainda pesa ao redor de 15.000
kg. Agindo desta forma pode-se prevenir patinamento e
desgaste na embreagem.

Sendo possível, e levando em conta as circunstâncias de


operação, rotação do motor e topografia, pule marchas

Pois desta forma estará otimizando sua condução


através da redução do número de marchas feitas, poupando o
sistema de transmissão, com redução nos custos operacionais
e no seu trabalho.

Relevos acidentados custam


combustível

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Use todo o espectro da faixa verde do conta-
giros

Ali estão as rotações mais adequadas à condução.


Mantenha o pé aliviado sobre o acelerador sempre que
possível. Em algumas situações de torque, manter o pé aliviado
ou totalmente pressionado tem o mesmo efeito no
desempenho, mas no consumo são totalmente contrários.
Lembre-se: rotação intermediária (torque) estável apresenta
alto grau de força, portanto evite trocar de marcha.

Calma com o acelerador e mantenha a velocidade


constante

Fatores que afetam o consumo de combustível

1) O Caminhão, pela sua constituição e


peso
Deve ser conduzido de forma constante e uniforme.
Evite variações bruscas na condução, velocidade e
frenagens. Obedeça aos seus limites.
Não se preocupe com a queda da velocidade em
subidas. Ela já é esperada pela condição do veículo.
Observe e siga atentamente a faixa verde do conta-
giros. Conduza de forma suave e regular. Você dirige
um veículo de aproximadamente 42.000kg e que a cada
explosão na cabeça de todo pistão gera 11 toneladas de

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força. Portanto, muita calma, tolerância e uniformidade
na condução.

Deixe a velocidade cair em subidas

2) Nunca se utilize do expediente de dar


piques no acelerador
Acelere de forma uniforme e constante

3) Ao se aumentar a velocidade em 10km/h


Aumenta-se aproximadamente 100 RPM no motor,
gerando 12% a mais no consumo de combustível (custo
operacional) e assim sucessivamente. Não conduza
mais rápido que o necessário. Os ganhos de tempo são
mínimos e os custos são maiores que os esperados.

4) Em descidas acidentadas e com


obstáculos
Usa-se a princípio a mesma marcha que se usaria para
a subida (marcha compatível), portanto, adéqüe a
marcha, use o freio-motor e o freio de serviço, nesta
ordem.
5) Não mantenha o veículo com o motor em
funcionamento quando parado
Se for parar por um longo período ou um tempo maior,
desligue o veículo. Desta forma estará se poupando
diesel e haverá uma sensível diminuição no desgaste do
motor. Evitando também a poluição do meio ambiente.

Calma com a acelerador e mantenha a velocidade


constante

6) Não dirija com o pé apoiado na


embreagem
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Mesmo um pequeno esforço já provoca desgaste
prematuro no conjunto. Não segure o veículo na
embreagem em aclives ou rampas, pois, ocasionará
danos ao conjunto da embreagem, com eventuais
patinamentos, trepidações e conseqüentemente
superaquecimento.

7) Não debrie duplamente ou acelere entre


as trocas de marchas
Isto não tem propriedade prática alguma, somente gera
desgaste prematuro e consumo excessivo de
combustível. Lembre-se que você dirige um veículo com
caixa sincronizada. Acelerar entre as marchas é como
acelerar no ponto morto, pois neste momento você está
desacoplando o sistema embreagem/volante do motor.

8) Não utilize a “banguela” (ponto neutro)


em declives
Além de ser proibido por lei é altamente inseguro. Use o
freio-motor acoplado a marcha compatível com a
descida e remova o pé do acelerador (neste momento
cessa a alimentação de diesel ao motor), o que leva o
consumo de combustível a zero.
Além de manter todo o conjunto motor/transmissão com
alto grau de lubrificação. Use o fator inercial dos
declives, não acelere nas descidas. É economia e
segurança (arrasto) certos.

9) Testes realizados com motoristas


diferentes
Mas dirigindo o mesmo veículo, nas mesmas condições
de peso e tráfego, revelaram que o consumo pode variar
em até 30%, dependendo apenas da forma como é
conduzindo este veículo.
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10) Reabasteça seu veículo após o período
de trabalho
Com o objetivo de evitar a condensação de água dentro
do tanque de combustível, é melhor completar o tanque
após o período de trabalho do que no início de um
próximo período. Quando o tanque está vazio, a água se
condensa na parte interna das paredes do tanque e
após certo tempo podem ocorrer problemas de corrosão
e água no combustível.

11) Ao encerrar seu percurso diário


Não há necessidade de resfriar o motor do seu veículo
por longos períodos. Após 60 segundos de
funcionamento a uma rotação média de 1000 RPM,
desligue o motor. Nunca acelere o motor antes de
desligá-lo. Além de um aumento na ingestão de diesel,
ao desligá-lo, você está cortando a alimentação de óleo
lubrificante aos componentes do motor que continuarão
a girar (ex: turbo) até a sua parada total, o que pode
acarretar, com o tempo, sérios danos.

12) Quando em frenagens


Freio com maior intensidade no início da operação e
após alivie gradualmente o poder de frenagem, isto
melhora consideravelmente o fator freio, dissipa melhor
o calor da frenada e evita espelhamentos nas lonas.
Lembre-se: quando se dobra a velocidade o percurso de
frenagem aumenta duas vezes.

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13) Se for possível e viável, mantenha os
tanques de combustível cheios após o
término do seu período de trabalho diário
Agindo desta forma, evita-se condensação de água no
interior dos tanques, evitando contaminação do diesel e
corrosão dos tanques. Drene periodicamente a água
que se acumula nos tanques de combustível através da
abertura do bujão inferior dos mesmos.
A condensação ocorre, principalmente devido as
grandes variações climáticas (temperatura), e através do
diesel submetido a altas pressões no sistema (esquema
significativamente). Quando ocorre o retorno do excesso
aos tanques, e em contato com o diesel mais “frio”,
ocorre o fenômeno da condensação.

14) Ao completar tanques de combustível


Complete primeiramente aquele que possua a
bóia/pescador, e somente após o outro. Agindo desta
forma evita-se a formação de bolhas de ar no tubo de
ligação entre ambos os tanques. Lembre-se de limpar o
alojamento da tampa antes de abri-la, evitando desta
forma a entrada de sujeira nos tanques contaminando o
óleo diesel. Verifique a estanqueidade dos tanques e
sistema diesel.

15) Excesso de troca de marchas


Realize o número mínimo de marchas, pois quando
pisamos na embreagem, o fluxo da força entre o motor e
a caixa de câmbio é interrompido, portanto, quanto mais
marchas do motorista pelo instinto, mais se estará

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consumindo, pense na real necessidade do que está
fazendo.

16) Guiar com previsão


Muitas vezes temos que parar o veículo, realizar de
marchas ou até mesmo freá-lo sem necessidade, pois
deixamos de lado o guiar com previsão. Estes
comportamentos afetam a média (km/l), pois são
atitudes realizadas sem uma pré-avaliação de suas reais
necessidades.

Algumas dicas sobre direção econômica:

 Uma técnica correta de condução permite não


somente economizar combustível, como também
reduzir o desgaste dos componentes do veículo.
 Não deixar o motor trabalhar desnecessariamente em
marcha lenta. Em paradas, o motor deve ser
desligado.
 Pressionar o pedal do acelerador somente o
necessário e efetuar as mudanças de marchas com a
rotação correta do motor.
 Quando o veículo é conduzido em velocidade
constante, somente parte da potência do motor é
utilizada consumindo apenas o combustível
necessário. Toda vez que se pressiona
desnecessariamente o pedal do acelerador resulta
num aumento de potência do motor e,
conseqüentemente, aumento do consumo de
combustível. Este aumento de velocidade e consumo
desnecessários, possivelmente tem que ser anulados
por meio de frenagem. Recomendamos assim, manter
uma velocidade uniforme sempre que possível.

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 O regime de rotações onde o motor tem o menor
consumo de combustível é indicado pelo tacômetro.
Portanto sempre que possível, manter a rotação
dentro desta faixa.
 Nas subidas, não reduzir de marcha enquanto o
ponteiro do tacômetro não estiver na faixa indicada.
 Considerar que em subidas sempre haverá redução
na velocidade. Aliviar o acelerador antes do topo e
não acelerar se a seguir houver uma descida.
 Altas velocidades implicam em alto consumo de
combustível, devido ao aumento da resistência do ar.
Duplicando a velocidade do veículo, quadruplica-se a
resistência do ar ao avanço.
 Os pneus radiais têm baixa resistência do rolamento,
mas a pressão de ar deve ser verificada
freqüentemente. Com a pressão de ar correta, os
pneus têm maior durabilidade.
 Verificar regularmente o alinhamento das rodas, tanto
do cavalo mecânico como da carreta.
 Escolher as melhores estradas, evitar subidas,
estradas mal pavimentadas e aquelas que exijam
seguidas paradas. Nas descidas utilizar o freio motor.

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FONTE DE PESQUISA

 Código de Trânsito Brasileiro


 Manual de Veículos (caminhões Scania, Volks)
 Manual Transporte Coletivo Tecnodata
 Revistas do Segmento
 Internet, tais como: site Denatran, Dnit, Detrans, Antt,
Antc, etc.
 Apostilas Centronor
 Material didático da Fabet

Desenvolvimento: João Paulo Andrade Neto

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