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1 - Thomas Poell, David Nieborg, José Van Dijck e Nick Srnicek discutem a
complexidade do fenômeno “Plataformização”, que começou no universo web e
hoje envolve as micros e macros instituições, assim como a cultura, o mercado e
a economia globais e suas mudanças contínuas invisíveis para a maioria, porém
inexoravelmente impactantes para essa mesma maioria. (2,0 pontos)
Respostas:
A) Para os autores, a plataformização é uma espécie de mudança do paradigma
visto das práticas e imaginações culturais, uma vez que, a mesma invade esses
meios, mudando suas estruturas, seus processos econômicos e
governamentais, ou seja, a plataformização encontra vários caminhos para
correr entre a sociedade, uma vez que a mesma acumula para si os dados das
pessoas para utiliza-los como mercadoria, conectando diversos grupos de
usuários em uma só rede social, como por exemplo, o Instagram, ou uma outra
rede social para serviços de mobilidade, como o Uber. Como é um efeito em
massa, tende a se dissipar ainda mais dentro da sociedade, atingindo uma
gama ainda maior de pessoas, uma vez que no meio digital não há restrições
de limite físicas ou espaciais. Outra forma de chamar atenção de quem utiliza, é
que as plataformas são muitas vezes gratuitas, o que atrai o usuário, o qual
deixa seus dados como forma de pagamento para a empresa muitas vezes sem
saber. Por último, ainda vale citar a característica de moldar o mercado, pois, o
mesmo pode filtrar os dados para saber quais produtos são interessantes para
a sociedade, e depois vender essas informações para os vendedores, gerando
lucro em cima dessa informação.
Para finalizar, no meu entendimento, a plataformização é definida nos textos
como algo derivado do desenvolvimento tecnológico e social, relacionando isso
tudo como um grande mercado que pode ser visualizado dentro desse novo mundo
de informações.
B) Os ganhos coletivos no meu ver de acordo com os textos, ficam por parte da
facilidade gerada no mercado uma vez que as plataformas entregam todos os
tipos de informações e dados, além de serviços cada vez mais variados, que
vão desde entrega de dados pessoais para empresas que tem interesse sobre
as informações dos usuários para diversos tipos de estudos comerciais, como
para os próprios usuários quando adquirem comida em uma plataforma como o
Ifood. Já os pontos negativos, ficam também no campo das informações, uma
vez que, como pode se verificar no texto, muitas vezes ferramentas baratas e
com baixo nível de segurança são ofertadas às pessoas de forma gratuita para
que sejam apenas testadas, ou, como em beneficio para grandes países ou
empresas detentoras de forças, como no caso do empréstimo da tecnologia de
reconhecimento facial dada pela China ao Zimbábue, ou como o fornecimento
de internet pela Google ou Facebook para países subdesenvolvidos com o
intuito de garantir o máximo de “mineração” de dados possível para gerar lucro
para elas mesmas.
Concluindo, a plataformização pode ser vista de maneira positiva para todos, desde
que seja utilizada de maneira correta, mas também pode ser uma arma que prejudica
os subdesenvolvidos quando aplicada nas mãos erradas.
Respostas:
A) A Dataficação é um fenômeno recente que utiliza de ferramentas ou
plataformas online para registrar e coletar ações, comportamentos e
opiniões além de outros acessos dos indivíduos que fazem o uso dessas
“plataformas” (Facebook, Instagram, Twitter, Weibo, etc.) com o intuito de
transformar essas informações cotidianas postadas em seus perfis, em
dados que podem ser analisados e metrificados para serem comercializados
por empresas, ou, para serem utilizados pelo Estado, com intuito de fazer
análises quantitativas ou qualitativas desses dados.
Sua utilização não tem uma direção única, uma vez que, essas
informações filtradas são utilizadas de diversas maneiras pelos seus
possuidores. Não à toa, a frase “Os dados são o novo petróleo”, evidencia esse
novo comércio, onde se pode descobrir novos polos de consumidores de
produtos para as empresas, que já fazem uso desse tipo de análise há muitos
anos, como também para os governos, que passaram a utilizar esses dados
para poder ter evidências de diversos setores da sociedade em base desses
dados, proporcionando a oportunidade de realizar mudanças positivas para as
sociedades onde isso é aplicado de maneira que beneficie a evolução de seu
povo, ou negativas, onde o Estado se utiliza desses dados para prejudicar ou
marginalizar os povos menos favorecidos.
B) Utilizando como base o Case citado no enunciado, fica nítido que a
dataficação pode causar um impacto gigantesco dentro da cultura social de
um povo e também em seu desenvolvimento, pois, como observado nos
comentários do Case, o sistema chinês passa a utilizar de uma espécie de
“crédito” de bom comportamento para os habitantes de sua sociedade,
onde, por base de análises de suas contas, compras, tempo passado na
internet, ou qualquer outro tipo de dado que possa ser considerado
relevante para o Estado, é determinado se a pessoa tem mais ou menos
responsabilidade, como é visto em um trecho dos comentários que diz:
"Alguém que joga videogame durante dez horas por dia, por exemplo, seria
considerado uma pessoa ociosa. Alguém que compra fraldas com
frequência, por outro lado, deve ser pai (ou mãe) e seria considerado uma
pessoa com um sentido de responsabilidade", disse Li Yingyun, diretor de
Tecnologia da Sesame à revista chinesa Caixin, em 2015.
Sendo assim, o Estado se vale desses dados para decidir quais as
pessoas que podem frequentar os melhores ambientes, quais filhos podem
frequentar as melhores escolas, quais os empregos que podem ser buscados
pelas pessoas com maior ou menor pontuação, ou seja, o governo passaria a
controlar totalmente quais as pessoas que teriam acesso a informação de
qualidade, viveriam uma vida de mais qualidade, e praticamente aboliria a
oportunidade de crescimento de uma pessoa nascida em condições inferiores,
uma vez que a mesma frequentaria os locais “periféricos” dentro da sociedade
apenas por ter nascido em uma família com a pontuação social baixa.
Finalizando, o governo teria controle total da liberdade de seus cidadãos por
meio de um grande sistema complexo de dataficação, podendo gerar uma
mudança brusca de comportamento cultural de todos que ali residem, seja para
buscar uma melhor pontuação de maneira justa, ou para a exclusão total de
certas populações negligenciadas.
Respostas:
Referências Bibliográficas:
SRNICEK, Nick. Platform Capitalism. Cambridge: Polity Press, 2017. (Capítulo 2 - Capitalismo
de Plataforma).
“Os principais modelos de plataforma foram reduzidos para três” - [Entrevista concedida ao
DigiLabour]. Outubro de 2019. Newsletter DigiLabour #35 - Edição Especial.
VAN DIJCK, J. NIEBORG, D. POELL, T. Plataformização. Revista Fronteiras – estudos
midiáticos 22(1):2-10 janeiro/abril 2020 Unisinos – doi: 10.4013/fem.2020.221.01
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10.14763/2019.4.1428
Vídeo: O plano chinês para monitorar – e premiar – o comportamento de seus cidadãos. BBC
Mundo, 20 novembro 2017.
Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/internacional-42033007 .
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Seaver, N. (2017). Algorithms as culture: Some tactics for the ethnography of algorithmic
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