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FACULDADE GIANNA BERETTA

PÓS-GRADUAÇÃO EM URGÊNCIA E EMERGÊNCIA


MÓDULO ASPECTOS ÉTICOS EM SAÚDE/ÉTICA, BIOÉTICA E EXERCÍCIO PROFISSIONAL
DA ENFERMAGEM
PROFº. ROSÁRIO MARQUES
ALUNA: YALLÊM MELO SOEIRO ARAÚJO

Inicialmente, vale observar o que a Constituição determina sobre os direitos do


paciente em seu artigo 196: 

“A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido


mediante políticas sociais e econômicas que visem à
redução do risco de doença e de outros agravos e ao
acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua
promoção, proteção e recuperação”.

No artigo 198 de nossa atual constituição vigente é constituído o SUS (Sistema


Único de Saúde) juntamente com a lei 8.080 de 19 de setembro de 1990 que ressalta
em seu artigo II que a saúde é um direito fundamental do ser humano, devendo o
Estado prover as condições indispensáveis ao seu pleno exercício.

Inclusive segundo o artigo 194, é necessário equidade e universalidade de


atendimento, e o bem-estar social (da forma como for) é objetivo da ordem social
segundo o artigo 193.

Conforme artigo 5, inciso XIV, da Constituição Federal e no artigo 6º, inciso III
do Código de Defesa do Consumidor – CDC, citado no artigo “Relação médico-
paciente: o respeito à autonomia do paciente e a responsabilidade civil do médico pelo
dever de informar”, Pereira, Paula Moreira (2010):

“O poder de autodeterminação do paciente, componente de


sua dignidade, pode ser sintetizado na expressão
“consentimento informado ou consentimento livre e
esclarecido”, expressão máxima do princípio da autonomia,
atrelada ao seu direito de informação. A preocupação não
está adstrita apenas ao dever de cuidado, de abstenção e de
informação do médico, mas também ao direito de o paciente
escolher um tratamento específico, de ser objeto de
experimentação, de recusar um tratamento, de dispor de
seu corpo”.

No artigo “Ética, direitos dos usuários e políticas de humanização da atenção à


saúde” de Antônio, Paulo (2008):
“No Brasil, além das bases constitucionais relativas a
direitos individuais, coletivos e sociais, a legislação
infraconstitucional referente ao setor de saúde traz
diretrizes e normas que se referem, de forma direta ou
indireta, à humanização da atenção em saúde, tais como a
preservação da autonomia das pessoas na defesa de sua
integridade física e moral, à igualdade da assistência à
saúde, sem preconceitos ou privilégios de qualquer espécie,
e o direito à informação das pessoas assistidas sobre sua
saúde (Lei federal 8080/90, art. 7º, III, IV e V)”.
A consolidação da saúde como direito social e fundamental da pessoa humana,
e dever do estado é uma conquista do brasileiro (e/ou naturalizado) e a instituição do
SUS é um avanço no quesito saúde. Na verdade, o SUS é uma referência como
sistema de saúde no cenário internacional porem nós brasileiros sabemos que os
desafios são muitos, e na prática, muitas pessoas que necessitam destes serviços
sofrem com a escassez de recursos e de profissionais especializados.
Com a promulgação da constituição de 1988, se instituiu o SUS (Sistema Único
de Saúde) que passou a oferecer a todo cidadão brasileiro acesso integral, universal e
gratuito a serviços de saúde. É considerado hoje um dos maiores e melhores sistemas
públicos de saúde pois beneficia milhões de brasileiros não só com atendimentos, mas
também com campanhas de prevenção e vacinação anualmente.
Humanizar na atenção à saúde é entender cada pessoa em sua singularidade,
tendo necessidades específicas, e, assim, criando condições para que tenha maiores
possibilidades para exercer sua vontade de forma autônoma. Segundo Rech (2003), é
tratar as pessoas levando em conta seus valores e vivências como únicos, evitando
quaisquer formas de discriminação negativa, de perda da autonomia, enfim, é
preservar a dignidade do ser humano.
Porém os desafios são muitos, e cabe não só a sociedade, mas também ao
governo a criação de estratégias para a manutenção de seu funcionamento garantindo
a eficiência de seus serviços e a disposição de recursos necessários para sua
atuação.
Dessa forma, faz-se indispensável mencionar também que não podemos
confundir a falta de prestação de serviços por parte do estado, com a Omissão de
Socorro (prevista no Código Penal brasileiro) que em diversas ocasiões é uma escolha
do profissional. Segundo o artigo 135 do nosso Código Penal Brasileiro estará
caracterizado a omissão de socorro quando o agente:
“Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem
risco pessoal, à criança abandonada ou extraviada, ou à
pessoa inválida ou ferida, ao desamparo ou em grave e
iminente perigo; ou não pedir, nesses casos, o socorro da
autoridade pública”.
Desta forma, destaca-se a importância reconhecida concedida pelo
ordenamento jurídico brasileiro à temática de promoção da saúde, com a criação não
só de pilares básicos sociais a serem atingidos, mas também com a instituição de
conselhos e órgãos que deverão cumprir estas demandas.
“Se o paciente procurou os órgãos e obteve uma negativa do procedimento,
sem nenhuma outra alternativa, ele pode buscar a Defensoria Pública e a
Justiça. ”

Todo paciente tem direito a ser atendido de forma atenciosa e respeitosa, tem
direito à sua dignidade preservada, ao sigilo ou segredo profissional, de conhecer a
identidade dos profissionais envolvidos em seu tratamento, à informação de maneira
concisa e clara, numa linguagem acessível. Possui também o direito de recusar
tratamento e de ser informado sobre as consequências de sua escolha, sem que seus
desejos alterem a qualidade dos serviços que lhe devam ser prestados.
DIREITOS DO PACIENTE:
Todo paciente tem direito a Autonomia para tomar as decisões relacionadas à sua
saúde. Pode consentir ou recusar procedimentos médicos; Consultas - paciente tem
direito ilimitado à realização de consultas, exames e internações, seja em hospitais
públicos ou particulares conveniados ao SUS. Pela lei, não há um prazo máximo de
espera, apenas para boa parte dos pacientes com câncer, que devem ter seu
tratamento inicial em até 60 dias após o diagnóstico; - tribunais têm entendido que
nos casos em que o cidadão não consegue se dirigir ao local onde o atendimento
será prestado em razão de sua condição de saúde, o SUS deve se responsabilizar
pelo transporte/alimentação; Acompanhantes - Se o paciente internado for menor de
18 anos de idade, o mesmo tem assegurado um acompanhante – um dos pais ou
responsável – e a cobertura de suas despesas, entre outros.

DIREITOS DO PACIENTE E LEGISLAÇÃO

A saúde é um direito presente em documentos de referência internacional.


Posso citar como exemplo a Declaração Universal dos Direitos Humanos da
Organização das Nações Unidas (ONU). Entre as legislações nacionais, temos
o respaldo da Constituição Federal, que citei acima, para normas como a Lei
8080/90.

1. Receber pronto atendimento em caso de emergência


Situações em que há risco à vida devem ser atendidas imediatamente, seja em
instituições públicas ou privadas. O mesmo raciocínio se aplica caso o paciente esteja
sentindo dores fortes ou sintomas de eventos graves, como AVC e infarto.
2. Cuidados humanizados
Acolher significa praticar a escuta ativa. Ou seja, dando a atenção necessária para
que o paciente se sinta confortável na clínica, consultório ou hospital.
Em outras palavras, implica em oferecer atendimento humanizado para amenizar o
desconforto que o doente já está sentindo. Esse estreitamento na relação médico-
paciente e com outros profissionais de saúde ajuda, inclusive, a qualificar o
diagnóstico e chegar ao tratamento mais adequado.
Afinal, quem se sente ouvido tende a compartilhar detalhes sobre sua condição de
saúde, que podem ser importantes para identificar uma doença.
3. Ser chamado pelo nome
Dentro da política de incentivo ao acolhimento, a legislação deixa claro que todo
paciente deve ser chamado pelo seu nome e sobrenome civil. Essa medida serve
para valorizar cada indivíduo atendido, evitando que seja identificado por um número
de registro, características físicas ou comportamentais.
4. Solicitar um acompanhante
De forma geral, a lei prevê que crianças e idosos sejam sempre acompanhados por
um responsável. Porém, pacientes adultos também podem fazer essa solicitação.
Basta informar aos profissionais de saúde que você será acompanhado pela pessoa
escolhida.
Outra situação em que é aceito acompanhante é durante o parto, quando a gestante
pode requisitar a presença de um familiar, parente ou amigo.
5. Não ser abandonado pelo médico
O paciente tem direito ao monitoramento até que esteja curado. Entre outros.
A intimidade e a privacidade do trabalhador são asseguradas
pela Constituição Federal e por demais normas, tanto do direito brasileiro como
internacional. Assim, o empregador não pode exigir de seu empregado ou do
candidato a emprego nenhum exame capaz de detectar doenças ainda que graves ou
mesmo declaração sobre ser portador ou não da doença. Além disso, o empregado
que no curso do contrato de trabalho descobrir ser portador de HIV ou outra doença
grave não possui a obrigação de revelar isso à empresa.

A inviolabilidade de dados, prevista no artigo 5º, XII, da Constituição, uma


garantia constitucional, é correlata ao direito fundamental à privacidade, previsto no
artigo 5º, X, da Constituição.

DEVERES DO PACIENTE SE SOMAM AOS DIREITOS

A garantia dos direitos ao paciente depende do cumprimento de deveres. Principais


obrigações do paciente, segundo a já citada Portaria 1820/09:

 Prestar informações sobre sua condição de saúde, compartilhando


queixas, histórico de doenças crônicas e procedimento anteriores
 Apresentar documentos como o prontuário médico e imagens de exames
radiológicos que estiverem sob sua guarda
 Confirmar o entendimento referente a explicações prestadas por profissionais de
saúde
 Caso tenha dúvidas, pedir por mais esclarecimentos
 Seguir as recomendações e tratamentos combinados com o médico
 Avisar se houver complicações em seu quadro de saúde
 Assumir a responsabilidade caso se recuse a realizar procedimentos, exames,
tratamentos e recomendações da equipe de saúde
 Seguir as normas de convivência e bem-estar dentro de clínicas e hospitais, como não
fumar e não ingerir bebidas alcoólicas
 Respeitar funcionários dos estabelecimentos de saúde, bem como outros pacientes e
acompanhantes 
 Não dificultar a aplicação de medidas sanitárias.

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