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Manutenção de Ar Condicionado

Split

SENAI ITAJAI/SC
SUMARIO

1. CHEKLIST DE FERRAMENTAS PARA INSTALAÇÃO......................................................... 1


2. EVACUAÇÃO DO SISTEMA .......................................................................................................... 1
2.1 Bomba de vácuo .......................................................................................................................... 2
2.1.1 Dicas:.................................................................................................................................... 2
3. CICLO DE REFRIGERAÇÃO .......................................................................................................... 3
3.1 Ciclo Teórico de Refrigeração por Compressão de Vapor ...................................................... 4
4. COMPRESSOR .................................................................................................................................. 5
4.1 Compressor Alternativo ............................................................................................................. 6
4.2 Compressor de palhetas (rotativo) ............................................................................................ 8
4.3 Compressores scroll.................................................................................................................... 9
4.4 Principio de funcionamento ..................................................................................................... 10
4.5 Temperatura de Descarga do Compressor ............................................................................. 11
4.6 Falhas no compressor, sobre corrente..................................................................................... 12
4.7 Falta de tensão no compressor ................................................................................................. 13
4.8 Verificação das resistências dos bobinados............................................................................. 14
6. EVAPORADORES ........................................................................................................................... 15
7. DISPOSITIVOS DE EXPANSÃO ................................................................................................... 16
7.1 Tipos de dispositivos de expansão ........................................................................................... 16
7.1.1 Tubo capilar............................................................................................................................... 16
7.2 Falha no motor ventilador do condensador ............................................................................ 18
8.1 Viscosidade................................................................................................................................ 19
8.2 Miscibilidade ............................................................................................................................. 20
8.3 Resíduos de carbono ................................................................................................................. 20
8.4 Umidade .................................................................................................................................... 20
9. FALHAS DE CAPACITORES ........................................................................................................ 21
10. FALHAS NO MOTOR VENTILADOR COM CABO FEEDBACK DA EVAPORADORA .. 23
11. FALHA DE FUNCIONAMENTO NA VÁLVULA REVERSORA .......................................... 24
12. FALHA DE SENSORES (E5/E 6) ............................................................................................... 26
13.1 Tabela de Resistência x Temperatura para Sensores de Temperatura ................................ 27
13.2 Procedimento para testes: ............................................................................................................ 28
13.2.1 Teste 1 ................................................................................................................................ 28
14. TESTE 2 - BRASAGEM .............................................................................................................. 29
14.1 Temperatura Adequada ............................................................................................................... 30
14.2 Materiais Adequados Para Brasagem ......................................................................................... 30
14.3 Vantagens Da Brasagem .............................................................................................................. 30
14.4 Desvantagens Da Brasagem ......................................................................................................... 31
14.5 Preparação Da Junta.................................................................................................................... 31
14.5.1 Juntando Tubos Do Mesmo Tamanho ................................................................................ 31
14.5.2 juntando tubos de tamanhos diferentes (1/4’’ e 3/8’’, etc.) ................................................. 31
14.5.3 Cortar E Escarear ..................................................................................................................... 31
14.5.3 Alargamento De Tubos ....................................................................................................... 32
14.6 Tipos De Chama ........................................................................................................................... 33
14.7 Material De Adição................................................................................................................... 33
14.8 Exemplos De Varetas Para Brasagem......................................................................................... 33
14.9 Preparação Para Brasagem ......................................................................................................... 34
14.10 Brasagem Na Prática .................................................................................................................. 34
14.11 Dicas para Fazer a Brasagem .................................................................................................... 34
14.11 Brasagem Com Nitrogênio ......................................................................................................... 35
15. FLANGEAMENTO ...................................................................................................................... 36
15.1 Instalação ...................................................................................................................................... 36
16. CONEXÕES DA UNIDADE CONDENSADORA..................................................................... 37
16.1 Importante .......................................................................................................................................... 38
17. CONEXÕES DA UNIDADE EVAPORADORA ....................................................................... 40
18. SUSPENSÃO E FIXAÇÃO DAS TUBULAÇÕES DE INTERLIGAÇÃO .............................. 40
18.1 Importante .................................................................................................................................... 41
19. SUPERAQUECIMENTO ............................................................................................................. 41
19.1 Importante .................................................................................................................................... 42
21.1 Temperatura de retorno e insuflamento ................................................................................. 42
21. TESTE DE VAZAMENTO .......................................................................................................... 43
21.1 Atenção .......................................................................................................................................... 44
22. MANUTENÇÃO PREVENTIVA ................................................................................................ 44
22.1 Sugestão De Plano De Manutenção Preventiva Em Condicionador De Ar Split. ................ 44
22.1.1 Plano Mensal ........................................................................................................................... 44
22.1.2 Plano trimestral........................................................................................................................ 45
22.1.3 Plano semestral ........................................................................................................................ 45
22.1.4 Plano anual ......................................................................................................................... 46
23. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..............................................................................................47
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1. CHEKLIST DE FERRAMENTAS PARA INSTALAÇÃO

Quadro 1: Checklist de ferramentas para instalação.

2. EVACUAÇÃO DO SISTEMA

Um vácuo perfeito é a ausência total de pressão, isto só é encontrado fora da terra no espaço sideral.
Qualquer espaço que contenha um gás a uma pressão menor que a da atmosfera, é considerado
como estando em condições denominadas de vácuo parcial. Portanto qualquer valor de pressão
medido abaixo da pressão atmosférica e acima do vácuo absoluto é considerado vácuo parcial.

Os sistemas de refrigeração podem conter até 50 ppm ou 12 gotas de água e até um máximo de
1,5% de gases não condensáveis (nitrogênio, ar, ...) no fluido frigorifico. Gases não condensáveis
reduzem a transferência de calor no sistema de refrigeração. Água acima do recomendado no
sistema provoca:

• Parada do fluxo do fluido frigorifico na válvula capilar;

• Ferrugem, corrosão, alteração do lubrificante;

• Multiplica o efeito prejudicial dos ácidos.


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2.1 Bomba de vácuo

Uma bomba de vácuo não serve para recolhimento do fluido frigorifico. Um compressor de sistema
de refrigeração não serve como bomba de vácuo! Uma bomba de vácuo remove a água (umidade)
e os gases não condensáveis de um sistema de refrigeração antes da carga de fluido frigorífico. A
conexão de uma bomba de vácuo a uma linha pressurizada pode danificar a bomba e liberar fluido
frigorífico para a atmosfera – o que é crime ambiental!

Um sistema adequadamente evacuado deve ser evacuado a 500 Mícron. Nota: O vácuo deve ser
detectado por meio de um vacuômetro. Compressores de sistemas de refrigeração não podem ser
utilizados como bomba de vácuo. Pois não atingem o valor de vácuo necessário. Bombas de vácuo
de um e dois estágios estão disponíveis. Com bombas de vácuo de dois estágios as pressões de
vácuo finais podem ser obtidas.

2.1.1 Dicas:

• Novos fluidos frigoríficos requerem uma bomba de vácuo de dois estágios;

• Verifique por pontos de congelamentos na parte externa do sistema (especialmente nos


dispositivos de controle) durante a evacuação, indicando que há formação de gelo no sistema.
Nota: Use uma pistola de calor para aquecer estes pontos;
• Para cumprir com a exigência de um conteúdo de ar residual permissível de 1,5%, em volume,
todo o sistema deve ter uma pressão residual de 500 Mícron;
• Se possível, o circuito sempre deve ser evacuado em ambos os lados, isto é, os lados de alta e
baixa pressão;
• Use óleo de bomba de vácuo limpo;

• Obrigatoriamente troque frequentemente o óleo da bomba de vácuo para um ótimo


desempenho;

• Óleo branco (tipo leite) é saturado com água, o que limita a capacidade da bomba de vácuo de
remover água (umidade) do sistema;

• Remova os núcleos da válvula dos encaixes de acesso e mangueiras, isto reduzirá o tempo de evacuação
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em pelo menos 20%;

• Use mangueiras curtas de diâmetro grande par conexão da bomba de vácuo;

• Aqueça o sistema com uma pistola de calor, para ajudar as moléculas de água a se deslocarem
para a bomba de forma mais rápida, ajudando a alcançar um vácuo melhor e complete;

• Sempre depois da abertura de um sistema, o mesmo deve ser completamente evacuado antes
da carga;

• É muito importante que os filtros secadores sejam trocados depois de cada reparo (caso haja no
sistema);

• Antes da evacuação do sistema deve realizar um teste de pressão (N 2 + espuma de sabão).

3. CICLO DE REFRIGERAÇÃO

Figura 1: Ciclo de refrigeração.


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3.1 Ciclo Teórico de Refrigeração por Compressão de Vapor

Refrigeração é a remoção de calor, logo pode-se dizer que o processo de evaporação e condensação
são utilizados na obtenção da refrigeração. O termo evaporação é usado em refrigeração indicando
que o líquido está “fervendo”, ou seja, em ebulição. Um líquido ao evaporar, retira calor de uma
fonte, porém após toda a massa líquida ter mudado de estado físico, a extração de calor torna-se
muito reduzida.

A temperatura de vaporização de um líquido depende da pressão a que este líquido se encontra


durante a mudança de estado físico. A refrigeração mecânica por meio de vapores consiste na
produção contínua de líquido frigorígeno, o qual, por vaporização, nos fornece a desejada retirada
de calor do meio a refrigerar.

Um sistema de refrigeração mecânica por meio de vapores, somente terá seu funcionamento
contínuo se a vaporização for contínua; para que a vaporização seja contínua, o líquido vaporizado
deve ser novamente condensado. Isto se consegue fazendo a vaporização em recinto fechado, no
qual a pressão é mantida num valor desejado e constante, aspirando continuamente o vapor formado.

O vapor então comprimido, pode ceder calor ao meio ambiente, através de um trocador de calor
(condensador) apropriado, condensando-se novamente. O líquido obtido, pode ser colocado à
pressão de vaporização, compatível com a temperatura de refrigeração desejada. Assim sendo, o
ciclo de refrigeração é um sistema fechado por onde circula um fluido refrigerante de modo a
manter continuamente sua vaporização no local em que se deseja o resfriamento do meio. Ciclo de
refrigeração é composto basicamente de um compressor, um condensador, um dispositivo de
expansão e um evaporador.
5

,
Figura 2: Ciclo teórico de refrigeração por compressão de vapor.

Processo 1 - 2: Ocorre no compressor, o refrigerante entra no compressor à pressão do evaporador


(Po). O refrigerante é então comprimido até atingir a pressão de condensação (Pc) e, ao sair do
compressor está superaquecido à temperatura T2, que é maior que a temperatura de condensação
TC.
Processo 2 - 3: Ocorre no condensador, sendo um processo de dissipação de calor, do refrigerante
para o meio de resfriamento, à pressão constante. Neste processo o fluido frigorífico é resfriado da
temperatura T2 até a temperatura de condensação TC e, a seguir, condensado até se tornar líquido
saturado na temperatura T3, que é igual à temperatura TC. Processo 3 - 4: Ocorre no dispositivo
de expansão, sendo uma expansão irreversível, desde a pressão PC, até a pressão de vaporização
(Po).
Processo 4 – 1: Ocorre no evaporador, sendo um processo de transferência de calor a pressão
constante (Po), consequentemente a temperatura constante (To), desde vapor úmido, até atingir o
estado de vapor saturado seco. O calor transferido ao refrigerante no evaporador não modifica a
temperatura do refrigerante, e sim seu estado físico.

4. COMPRESSOR

O compressor é um dos principais componentes do sistema de refrigeração, sua função é aumentar


a pressão do fluido refrigerante e promover a circulação desse fluido no sistema. Os principais tipos
de compressores utilizados são: alternativo, centrífugo, de parafusos, palhetas e Scroll. A escolha
do tipo de compressor depende essencialmente da capacidade da instalação, que pode ser dividida
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em pequena capacidade (< 2,5 TR), média capacidade (entre 2,5 e 75 TR) e grande capacidade (>
75 TR), da temperatura de vaporização e do fluido frigorífico utilizado. O símbolo TR é a tonelada
de refrigeração, um termo comumente utilizado em refrigeração que corresponde a energia
necessária para liquefazer, aproximadamente, uma tonelada de gelo em 24 horas (1,0 TR = 3,53
kW = 3024 kcal/h).

De acordo com as características do processo de compressão, os compressores utilizados em


refrigeração podem ser classificados como máquinas de deslocamento positivo ou máquinas de
fluxo. O compressor de deslocamento positivo aumenta a pressão do vapor de fluido refrigerante
pela redução do volume interno de uma câmara de compressão através de uma força mecânica
aplicada. Os compressores alternativos, de parafusos, de palhetas e Scroll são de deslocamento
positivo. O único compressor classificado como máquina de fluxo em sistemas de refrigeração é o
centrífugo. Nesse tipo de compressor, o aumento de pressão se deve, principalmente, a conversão
de pressão dinâmica em pressão estática.

Dependendo da concepção de construção, os compressores podem ser classificados como


herméticos, semi-herméticos e abertos. No compressor hermético tanto o compressor propriamente
dito, quanto o motor de acionamento é alojado no interior de uma carcaça, possuindo como acesso
de entrada e saída apenas as conexões elétricas do motor. Esse tipo de compressor opera
predominantemente com refrigerantes halogenados e o vapor de fluido refrigerante entra em
contato com o enrolamento do motor, resfriando-o. São geralmente utilizados em refrigeradores
domésticos e condicionadores de ar com potências da ordem de 30kW.

Os compressores semi-herméticos são semelhantes aos herméticos, porém, permitem a remoção do


cabeçote, tornando possível o acesso às válvulas e aos pistões, facilitando os serviços de
manutenção. Nos compressores do tipo aberto, o eixo de acionamento do compressor atravessa a
carcaça permitindo o acionamento por um motor externo. Esse tipo de compressor é adequado para
operar com amônia, podendo também utilizar refrigerantes halogenados.

4.1 Compressor Alternativo


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Os compressores alternativos são os mais utilizados em sistemas de refrigeração, se encontram em


estágio de desenvolvimento bastante avançado e são amplamente utilizados em sistemas de
pequena e média capacidade. São fabricados com capacidades que variam desde uma fração de TR
até cerca de 200 TR (de 1 a 700kW). Os refrigerantes HCFC-22, HFC-134a, HFC-404A, HFC-
407A e HFC-407C são frequentemente utilizados com esses compressores em sistemas de ar
condicionado para conforto e processos, enquanto o refrigerante R-717 (amônia) é utilizado em
sistemas de refrigeração industrial.

Os compressores alternativos podem ser:

• De simples ou duplo efeito;

• De um ou mais cilindros;

• Abertos, herméticos ou semi-herméticos;

• Horizontais, verticais, em V, em W ou radiais.

Durante a expansão do êmbolo, gás refrigerante é aspirado pela válvula de admissão, que pode
estar localizada no próprio êmbolo ou no cabeçote. Durante a compressão, o êmbolo comprime o
refrigerante, empurrando-o para fora através da válvula de descarga, localizada normalmente no
cabeçote do cilindro.

Figura 3: Princípio de funcionamento de um compressor alternativo.

Quando o compressor possui um virabrequim que atravessa a carcaça de maneira que um motor
externo possa ser acoplado ao seu eixo, ele é denominado “compressor aberto”. Nesse tipo de
8

compressor deve ser previsto um selo de vedação para evitar fugas de gás refrigerante ou infiltração
de ar externo, quando a pressão do sistema for inferior à atmosférica. Para evitar esse tipo de
problema pode-se alojar o motor e o compressor dentro da mesma carcaça, nesse caso tem-se um
compressor hermético. A grande maioria das aplicações de pequeno porte utiliza esse tipo de
compressor.

Compressores herméticos de grande capacidade possuem cabeçotes removíveis, permitindo a


manutenção das válvulas e dos êmbolos. Tais compressores são denominados semi-herméticos. Há
compressores que apresentam molas na parte que fixa as sedes das válvulas de descarga,
funcionando como segurança do compressor ao abrir passagem para gotículas de líquido.

4.2 Compressor de palhetas (rotativo)

Os compressores de palhetas podem ser classificados em dois tipos básicos:

• Compressor de palheta simples;

• Compressor de múltiplas palhetas.

A figura 4 apresenta um compressor de palheta simples. Nesse tipo de compressor a linha de centro
do eixo de acionamento coincide com a do cilindro, porém, é excêntrica em relação ao rotor, de
maneira que, o rotor e o cilindro permanecem em contato à medida que gira. Uma palheta simples
acionada por mola, divide as câmaras de aspiração e descarga.

Figura 4: Compressor de palheta simples.


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O HCFC-22 é o refrigerante mais utilizado nesse tipo de compressor e os refrigerantes HFC-407C


e HFC-410A são seus substitutos. A figura 5 apresenta compressores de múltiplas palhetas. Nesses
compressores o rotor gira em torno do próprio eixo, que não coincide com o eixo do cilindro. O
rotor possui duas ou mais palhetas que permanecem em contato com a superfície do cilindro pela
ação da força centrífuga. Devido ao movimento rotativo os compressores de palhetas apresentam
menor ruído em relação aos alternativos.

Figura 5: Compressores de múltiplas palhetas.

4.3 Compressores scroll

O compressor Scroll foi inventado em 1905 pelo engenheiro francês Léon Creux. Na época, a
tecnologia disponível não era avançada o suficiente para permitir a fabricação de um protótipo,
devido à, principalmente, problemas de vedação. Para um funcionamento efetivo, o compressor
Scroll requer tolerâncias de fabricação muito pequenas, que foram atendidas apenas a partir da
segunda metade do século 20, com desenvolvimento de novas tecnologias de máquinas operatrizes
e processos de manufatura.
O princípio de funcionamento do compressor Scroll, baseado num movimento orbital,

difere fundamentalmente do tradicional compressor a pistão, baseado num movimento alternativo,


apresentando diversas vantagens como:

• Eficiência de 5 a 10 % maior que um compressor alternativo de igual capacidade;

• Ausência de válvulas;
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• Menor quantidade de partes móveis em relação a um compressor alternativo;

• Operação suave e silenciosa

• Baixa variação de torque com consequente aumento da vida útil e redução de vibração;

Figura 6: Compressor Scroll e componentes.

4.4 Principio de funcionamento

Para realizar o trabalho de compressão, o compressor Scroll possui duas peças em forma de espiral,
conforme figura, encaixadas face a face uma sobre a outra. A espiral superior é fixa e apresenta
uma abertura para a saída do gás. A espiral inferior é móvel, acionada por um motor com eixo
excêntrico.

Figura 7: Espirais do compressor Scroll


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A sucção do gás ocorre na extremidade do conjunto de espirais e a descarga ocorre através da


abertura da espiral fixa. A espiral superior possui selos que deslizam sobre a espiral inferior atuando
de maneira semelhante aos anéis do pistão de um compressor alternativo, garantindo a vedação do
gás entre as superfícies de contato das espirais.

Figura 8: Sucção e descarga nas espirais.

Figura 9:Processo de compressão em um compressor Scroll.

4.5 Temperatura de Descarga do Compressor

Temperaturas de descarga do compressor excessivamente alto podem deteriorar o óleo de


lubrificação, resultando em desgaste excessivo e redução da vida útil das válvulas, especialmente
das válvulas de descarga. De maneira geral quanto maior a razão de pressões, maior a temperatura
de descarga. O refrigerante utilizado também influencia a temperatura de descarga do compressor,

a amônia, por exemplo, apresenta altas temperaturas de descarga exigindo compressores com
cabeçotes refrigerados a água.
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4.6 Falhas no compressor, sobre corrente

Verificações:

a) Verificar a tensão de alimentação no equipamento e no compressor;

b) Verificar a carga de refrigerante. Excesso de refrigerante poderá causar o aumento de pressão de


descarga aumentando a temperatura e a corrente do equipamento;

c) Testar o capacitor do compressor;

d) Verificar a vazão de ar no condensador, pois a baixa vazão provoca o aumento da pressão de descarga
e consequentemente da corrente do compressor.

e) Verifique: sujeira no aletado, curto-circuito de ar, hélice quebrada e o funcionamento do motor


do condensador.
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4.7 Falta de tensão no compressor

Figura 10: Diagrama elétrico da condensadors.

• Medir a tensão de alimentação, de acordo com o procedimento descrito no teste Tensão de


Alimentação no ponto de alimentação do equipamento, com o mesmo desligado;
• Ligar o equipamento via controle remoto ou botão de emergência e, após o time aguarde (3 min),
medir a tensão na borneira da evaporadora;
• Medir a tensão na borneira da condensadora;
• Caso exista no sistema, componentes entre a borneira da condensadora e o compressor (relé ou
contatora), medir a tensão na saída deste componente;
• Medir a tensão no compressor no momento da partida entre os bornes C (comum) e R (marcha);
• Medir a tensão no compressor no momento da partida entre os bornes C (comum) e R (marcha).
No momento da partida a tensão não deve ser menor que a tensão nominal menos 10%.
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4.8 Verificação das resistências dos bobinados

Com equipamento desligado e os cabos desconectados do compressor, medir a resistência ôhmica


entre os bornes.

Figura 11: Teste elétrico do compressor.

Um compressor monofásico possui dois bobinados, um de marcha e outro de partida. Na figura abaixo
o exemplo mostra os valores obtidos na medição de um compressor, entre os bornes C -R (bobinado de
marcha), C - S (bobinado auxiliar / partida) e R-S (soma dos dois bobinados);

Figura12: Teste de resistência do compressor.

Um compressor trifásico possui três bobinas de igual valor e os bornes são representados por L1, L2 e
L3. Nos compressores que possuem protetor térmico interno, a medição das resistências dos
bobinados devem ser feita com o compressor na temperatura ambiente (25ºC). Se o protetor térmico
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tiver atuado não será observado valor de resistência entre o borne C e os demais R e S.

5. CONDENSADOR

Os condensadores a ar devem ser instalados elevados, com relação ao nível do solo, para prevenir
acumulação de sujeira sobre as serpentinas. Deve-se sempre garantir que existam aberturas
adequadas e livres de qualquer obstrução para entrada de ar frio e para a saída do ar quente. As
entradas de ar devem ser localizadas longe do lado de descarga do ar para evitar a aspiração de ar
quente pelos ventiladores (curto-circuito do ar).

Devido à grande quantidade de ar manejada por estes condensadores eles geralmente são bastante
barulhentos. Assim, quando da sua instalação devem ser levadas em consideração as normas locais,
que definem os níveis máximos de ruído permitidos. Em algumas situações, especialmente dentro
de zonas residências em centros urbanos, deverão ser empregados sistemas para controle da rotação
dos ventiladores (motores de duas velocidades ou inversores de frequência), os quais atuariam no
período noturno, reduzindo a rotação dos ventiladores, e consequentemente o ruído emitido por
estes condensadores.

Em sistemas que usam válvulas de expansão termostáticas, a pressão de condensação deve ser
mantida relativamente constante. Temperaturas ambientes, isto é, temperaturas de entrada do ar no
condensador muito baixas podem resultar numa pressão de condensação tão baixa que as válvulas
de expansão dos evaporadores não operarão corretamente. Em climas moderados, o controle da
operação dos ventiladores (liga-desliga) pode manter a pressão de condensação dentro dos níveis
fixados em projeto, garantindo a correta operação das válvulas de expansão. Em climas mais frios,
podem ser necessários outros sistemas automáticos para controle da pressão de condensação.

6. EVAPORADORES

Tomam o nome de resfriadores os dispositivos das instalações de refrigeração onde o calor é


retirado do meio. Esta retirada pode ser feita diretamente pelo fluido refrigerante ou indiretamente
por meio de um fluido intermediário (geralmente água e salmoura). No primeiro caso, a
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refrigeração é dita de expansão direta e, no segundo, indireta.

Os resfriadores onde se dá a evaporação do fluido refrigerante tomam o nome de evaporadores ou


resfriadores de expansão direta, enquanto que aqueles que funcionam com o fluído intermediário
tomam o nome de resfriadores de expansão indireta.

7. DISPOSITIVOS DE EXPANSÃO

Em um sistema de refrigeração, o dispositivo de expansão tem a função de reduzir a pressão do


refrigerante desde a pressão de condensação até a pressão de vaporização. Ao mesmo tempo, este
dispositivo deve regular a vazão de refrigerante que chega ao evaporador, de modo a satisfazer a
carga térmica aplicada ao mesmo.

7.1 Tipos de dispositivos de expansão

7.1.1 Tubo capilar

O tubo capilar é um dispositivo de expansão utilizado em qualquer equipamento de refrigeração de


baixa capacidade. Como é ocaso dos refrigeradores, freezers, aparelhos de ar condicionado do tipo
janela e Split. Formado pôr um tubo de cobre maleável de grande comprimento e diâmetro reduzido
em relação à linha de líquido. Sua função é provocar a queda de pressão no fluido refrigerante que
vem do condensador em alta pressão. Dentro dessa função, o capilar pode ser considerado como o
componente responsável pela diferença de pressão entre o condensador e o evaporador.

Figura 13: Dispositivo de Expansão Capilar.


A queda de pressão provocada no fluido refrigerante pelo tubo capilar se deve ao seu reduzido
diâmetro e grande comprimento. No momento de entrar no capilar, o fluido repentinamente ganha
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velocidade e perde pressão. A pressão cai continuamente durante o trajeto pois existe o atrito com
as paredes internas e as curvas do tubo capilar. Em caso de substituição do capilar, as dimensões
devem ser respeitadas, pois são definidas para cada tipo de equipamento, em função de sua
capacidade frigorífica e temperatura de trabalho.

Nos sistemas de maior porte a expansão vai ser realizada por “PISTON” em vez de ser por tubo
capilar. Na figura a seguir ilustra melhor de como deve ser realizada a montagem do orifício capilar.

Figura 14:Exemplo de Sentido PISTON.

Recomenda-se instalar o kit próximo a unidade condensadora para evitar ruído de expansão no
ambiente, porém pode ser instalado próximo a unidade evaporadora sem restrições.

O SENTIDO DA SETA NO CORPO TEM QUE ESTAR APONTANDO PARA A LINHA DE


LÍQUIDO QUE VEM DA UNIDADE EVAPORADORA.
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Figura 15: Componentes do PISTON.

7.2 Falha no motor ventilador do condensador

O motor do ventilador do condensador possui a função de provocar a convecção forçada para garantir
a troca de calor necessária à condensação do fluído refrigerante no seu interior. Nos sistemas FR (só
frio) o motor do ventilador sempre entra junto com o compressor, portanto tem-se somente um sinal de
saída e o diagrama característico está disposto no exemplo da figura 16. Nos sistemas C R (ciclo
reverso), o motor do ventilador pode ser desligado e o compressor manter-se funcionando, por isso,
tem-se uma saída para o compressor e uma saída específica para o motor do ventilador, conforme o
exemplo mostrado na figura 16.

Figura 16: Diagrama da ligação da condensadora.

Procedimento de teste:
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• Medir a tensão de alimentação, no ponto de alimentação do equipamento, com o mesmo


desligado;
• Ligar o equipamento via controle remoto ou botão de emergência e, após o time aguarde (3
min), medir a tensão na borneira da evaporadora;
• Medir a tensão na borneira da condensadora entre o borne N e o borne referente ao sinal do
motor da condensadora;
• Verificar o funcionamento do capacitor;

• Com o equipamento desligado e os cabos do motor desconectados, verificar se não tem nenhum
dos bobinados interrompidos, utilizando um multímetro em uma escala de resistência; realizar
esta verificação com o motor frio, pois os mesmos possuem protetores térmicos internos;

• Verificar se existe fuga dos bobinados para a carcaça, colocando-se uma ponteira do multímetro
na carcaça (local sem tinta) e outra em cada terminal do motor. Não deve ter continuidade em
nenhuma posição;

8. ÓLEO LUBRIFICANTE

A função básica dos óleos lubrificantes em compressores é diminuir o atrito entre as partes móveis
e as estacionárias, evitando desgaste prematuro das peças, aquecimento excessivo do motor e
manutenção do nível de ruído em valores satisfatórios. As características de lubrificação
permanecerão satisfatórias por toda a vida útil do compressor, quando as temperaturas e pressões
de operação são adequadas e quando o sistema está isento de contaminantes. Devido as suas
características especiais, os óleos lubrificantes para refrigeração devem receber tratamento diferente
dos outros lubrificantes.

8.1 Viscosidade

A viscosidade do óleo diminui com o aumento de temperatura. O lubrificante flui através do


sistema junto ao fluido refrigerante, ficando sujeito a altas e baixas temperaturas. A viscosidade do
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óleo diminui com o aumento da temperatura. Quando submetido a altas temperaturas, a viscosidade
deve ser tal que permita o fluxo entre superfícies em contato, formando entre elas uma película
protetora. Quando submetido a baixas temperaturas, a viscosidade não deve aumentar a ponto de
permitir o acúmulo de óleo no evaporador, o que prejudica a troca de calor e o retorno do
lubrificante ao compressor.

8.2 Miscibilidade

A viscosidade do óleo diminui a medida em que aumenta sua solubilidade com o gás refrigerante.
A completa miscibilidade permite ao lubrificante fluir através do sistema junto ao gás, garantindo
bom retorno ao compressor.

8.3 Resíduos de carbono

Os óleos são passíveis de decomposição através do calor. Portanto, ao se especificar um óleo, deve-
se levar em consideração as temperaturas normais de trabalho do compressor, a fim de evitar a sua
carbonização, principalmente na placa de válvula. Do contrário, os resíduos carbonosos
favorecerão a formação de borra que pode provoca obstrução no sistema, além da deficiência na
lubrificação ocasionada pela decomposição.

8.4 Umidade

O óleo para refrigeração deve possuir teor de umidade inferior ou igual ao especificado pelo
fabricante, a fim de evitar formação de sedimentos, ácidos ou mesmo congelamento da umidade
no interior do sistema. A umidade reage com o óleo e o fluido refrigerante formando ácidos que
além de decompor o óleo lubrificante, corroem o isolamento elétrico do estator do motor elétrico
do compressor. As consequências disto são trancamento mecânico, por falta de lubrificação e curto
circuito por falta de isolamento elétrico. Para uma lubrificação adequada é necessário saber qual
produto utilizar e sua aplicação, deste modo garante o bom funcionamento do compressor e não
prejudica a vida útil do equipamento.
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Hoje com a diversidade de equipamentos e fluidos refrigerantes é muito importante estar atento a
compatibilidade dos óleos lubrificantes, usar um óleo inadequado pode gerar graves problemas tais
como:

• Formação de ácidos;

• Corrosão;

• Lubrificação insuficiente;

• Carbonização do óleo;

• Danos ao compressor.

Abaixo segue um quadro que ajudará escolher uma opção mais adequada:

Quadro 2: Óleos para compressão.

9. FALHAS DE CAPACITORES

Os capacitores utilizados nos equipamentos da linha residencial são do tipo permanente (de marcha ou
22

fase), são projetados para ficar ligados ao circuito permanentemente mesmo depois do sistema ter
adquirido sua rotação normal, e sua principal função é aumentar o fator de potência. A capacitância é
expressa em Microfarads e a tensão de ruptura (tensão acima da qual se rompe o dielétrico do capacitor)
é dada em Volts (em corrente alternada). Por exemplo, 40 µF - 440 VCA.São utilizados capacitores
simples ou duplos (conjugados). Os capacitores duplos alimentam simultaneamente o compressor
(borne H) e o motor do ventilador (borne F).

Figura 17: Especificação do capacitor.

Figura 18: Esquema de capacitores.

Procedimento de teste

a) Através de uma inspeção visual, verificar se o capacitor possui deformações. Se isso acontecer o
capacitor deverá ser trocado;
b) Utilizando um multímetro analógico na escala de resistência ôhmica (Ohm x 100) encostar as
ponteiras do multímetro nos bornes do capacitor, sendo que nos capacitores duplos uma ponteira
deverá obrigatoriamente ser encostada ao borne C e a outra no borne H, quando se quiser testar
o capacitor do compressor, ou no borne F quando se quiser testar o capacitor do motor do
ventilador. O ponteiro do multímetro deverá se movimentar para o nível mais baixo da escala e
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voltar lentamente. Este comportamento indica que o capacitor está descarregando;


c) Se o ponteiro não se movimentar indica que o capacitor está aberto e deverá ser trocado.

d) Ainda utilizando o multímetro, encostar uma das ponteiras em um dos bornes e a outra na
carcaça. O ponteiro não deverá se mover, mas se isto acontecer indica que o capacitor está em
massa e deverá ser trocado. Repetir o teste em todos os bornes;
e) O fato de o capacitor estar descarregando (ver item b) não indica que o mesmo está bom. Para
se ter certeza que o capacitor está funcionando bem é necessário utilizar um capacímetro,
instrumento que mede a capacitância. Encoste as ponteiras do capacímetro nos bornes do
capacitor e verifique o valor da capacitância em µF (exemplo 40 µF).

Figura 19: Capacímetro.

10. FALHAS NO MOTOR VENTILADOR COM CABO FEEDBACK DA


EVAPORADORA

O motor ventilador contém dois cabos sendo um de feedback e o outro de alimentação e capacitor.
No cabo de feedback contém os fios, Vcc (positivo), GND (negativo) e Vout (saída de sinal),
utilizando corrente de 5v apenas. No cabo de alimentação temos os fios, positivo, negativo e o de
capacitor, utilizando uma corrente de 220v.

Com o multímetro deve-se medir sua resistência ôhmica no cabo de alimentação em até 2k Ω por
ter uma resistência baixa. Intercalando as medições dos fios entre os mesmos. Deve-se obter dados
em todos eles, mas com uma certa oscilação de cada um. Um motor ventilador com defeito não lhe
dará dados na leitura.
24

Figura 20: Teste de motor ventilador.

Na verificação do cabo de feedback, pode-se obter uma fonte de até 4,5 v utilizando pilhas para
teste ou utilizando a própria placa do equipamento para testar. Com a fonte adaptada deve-se usar
o positivo do multímetro com o positivo do cabo, e o outro no cabo de saída de sinal. Utilizando a
placa, apenas, deve-se plugar corretamente e também deve-se usar o positivo do multímetro com o
positivo do cabo, e o outro no cabo de saída de sinal, por fim deve-se girar o motor ventilador e
verificar se o fio de saída (Vout) fornecerá dados com o multímetro e, se sim, está tudo certo se
não, há defeito.

Verifique também se a saída de sinal da placa está mandando correte de alimentação corretamente
para o cabo de feedback utilizando o multímetro na opção 20 v em VC (corrente continua) e está
saindo uma corrente aproximada de 5v.

11. FALHA DE FUNCIONAMENTO NA VÁLVULA REVERSORA

A válvula reversara tem a função de alterar o fluxo de refrigerante e, com isso, a função dos trocadores
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de calor, fazendo o sistema ceder calor para o ambiente interno e retirar calor do ambiente externo.
A válvula reversora possui duas posições: sistema operando para refrigeração (FR) e sistema
operando para aquecimento (CR). Uma bobina solenoide é responsável por esta reversão de ciclo, sendo
que, para o nosso mercado a bobina fica desenergizada em refrigeração e energizada para o aquecimento.

Figura 21: Funcionamento da válvula reversora.

Procedimento de Teste:

a) Ajustar o controle remoto para funcionamento em aquecimento;

b) Medir a tensão na borneira da evaporadora, entre o borne N e 3 para os equipamentos de


09/12/18, borne correspondente à saída da válvula de reversão; Se não houver tensão a placa da
evaporadora não está liberando tensão;

c) Medir a tensão na borneira da condensadora, entre o borne N e 3 para os equipamentos de


09/12/18; se a placa da evaporadora estiver enviando tensão e não estiver chegando na placa da
condensadora o problema é no cabo de interligação;
d) Medir a tensão na bobina;

e) S e tiver chegando tensão, verificar se a bobina está imantando;

f) S e tiver imantando verificar se o ciclo está mudando.


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12. FALHA DE SENSORES (E5/E 6)

Sensores de Temperatura transformam uma grandeza física (Temperatura) em uma grandeza elétrica
(Resistência Ôhmica), baseado no princípio que os metais variam sua resistência à passagem de corrente
elétrica à medida que varia a temperatura a que estão sujeitos.

Os sensores utilizados nos equipamentos são do tipo NTC (Negative Temperatura coeficiente), ou
seja, a resistência ôhmica apresentada é inversamente proporcional à temperatura. Quanto à
aplicação, os sensores podem ser de ambiente (medem a temperatura do ar) e os de serpentina ou de
descarga (medem a temperatura do tubo onde são fixados).

13. FERRAMENTAS PARA TESTE:

a) Multímetro com escala Ohmímetro correspondente ao valor do sensor a ser aferido.

b) Termômetro para verificação das temperaturas correspondentes as resistências fornecidas pelo


fabricante
c) Recipiente para isolamento de variação de temperatura indesejada no procedimento de aferição.
d) Tabela com relação de TEMPERAT URA X RESISTÊNCIA fornecida pelo
fabricante.
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13.1 Tabela de Resistência x Temperatura para Sensores de Temperatura

Quadro 3: Resistência x Temperatura.


28

13.2 Procedimento para testes:

13.2.1 Teste 1

a) Desconectar o sensor da placa;

b) Identificar a característica do sensor (todos os sensores desta linha de produtos são NTC
25ºC – 10KΩ) - Verificar qual a temperatura no bulbo do sensor;

c) utilizando um multímetro, ajustado para uma escala que atenda a característica do sensor,
medir a sua resistência ôhmica;

c) Verificar na tabela ou curva do sensor (ver quadro 4), se o valor de resistência medida,
corresponde à temperatura do bulbsensor.

Figura 22: Teste de sensor.

Quadro 4: Sensores de resistência Ôhmica.

Resultados Possíveis:
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Utilizando como exemplo um sensor de temperatura NTC 25ºC – 10KΩ, pode-se obter os seguintes
resultados de medição:

• Se a temperatura no bulbo sensor estiver 25ºC e a resistência medida for 10 KΩ, o sensor está
Bom;
• Se a temperatura no bulbo sensor estiver 25ºC e a resistência medida ficar fora da faixa, mas
com valores próximos (15KΩ, por exemplo), o sensor está descalibrado e deve ser trocado;
• Se a temperatura no bulbo sensor estiver 25ºC e a resistência medida ficar muito acima da faixa
(100 KΩ, por exemplo), o sensor está Aberto e deve ser trocado;
• Se a temperatura no bulbo sensor estiver 25ºC e a resistência medida ficar muito abaixo da
faixa (1 KΩ, por exemplo), o sensor está em curto e deve ser trocado.

A função Auto Diagnóstico dos equipamentos indicará “Falha no Sensor” somente quando
estiver Aberto ou em Curto. Quando existir mau contato no conector do sensor, o valor de resistência
ôhmica será alterado e a placa entenderá um valor errado (uma informação errada resultará uma ação
errada).

Figura 23: Teste de resistência do sensor.

14. TESTE 2 - BRASAGEM

A brasagem é a união de metais através da utilização de calor e um metal de adição, cuja


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temperatura de fusão é superior a 450 ° C, mas inferior ao ponto de fusão dos metais a serem
unidos.

14.1 Temperatura Adequada

O metal base (são os metais a serem unidos) na brasagem o metal base não é derretido como no
processo de soldagem convencional, mas a região do metal base a ser unida deve atingir uma
temperatura adequada, permitindo a ligação molecular com o metal de adição.

• Temperatura de trabalho até 450°C = Solda fria;

• Temperatura de trabalho acima de 450ºC = Brasagem;

• A temperatura de trabalho é definida no processo de brasagem quando o metal de adição é


completamente derretido.

14.2 Materiais Adequados Para Brasagem

• A maioria dos aços;

• Latão;

• Cobre;

• Ferro;

• Bronze.

14.3 Vantagens Da Brasagem

• É fácil de aprender;

• Você pode unir praticamente quaisquer metais semelhantes e diferentes

• A linha de junção pode ter boa aparência;


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• A resistência da junção é forte o suficiente para a maioria das aplicações de refrigeração e ar


condicionado.

14.4 Desvantagens Da Brasagem

• Uma junta mal brasada tem aparência semelhante a uma junta de boa qualidade, e pode ter uma
resistência mecânica baixa;

• Em aplicações especiais os efeitos da junção de metais diferentes em longo prazo, pode precisar
ser examinado.

14.5 Preparação Da Junta

14.5.1 Juntando Tubos Do Mesmo Tamanho

• As folgas devem estar dentro da faixa de 0,05-0,20 mm; e o comprimento de junta


sobreposta deve ser pelo menos, igual ao diâmetro do tubo (+ 3 mm). Alinhamento correto
dos tubos macios de cobre recozido, antes de fazer a junção;

• Utilize ferramentas de alargamento e expansão de tubos adequados.

14.5.2 juntando tubos de tamanhos diferentes (1/4’’ e 3/8’’, etc.)

• Certifique-se de que o comprimento do tubo de menor diâmetro, seja, pelo menos 1,5 vezes
o diâmetro do tubo fêmeo.

14.5.3 Cortar E Escarear

Figura 24: Escareamento.


32

O EXCESSO DE PRESSÃO DURANTE O CORTE DEIXA REBARBAS

14.5.3 Alargamento De Tubos

• Expanda o diâmetro de uma extremidade do tubo de cobre macio para permitir que o lado
de outro tubo se encaixe. Processos de alargamento precisam de tempo para viabilizar uma
preparação adequada.
• Soquetes expansores e alargadores de impacto são utilizados.

• Os tubos são finalmente brasados para fazer uma junta eficiente e à prova de vazamentos.

Figura 25:União com alargamento.

Folgas excessivas entre as juntas podem causar espaços vazios no interior das mesmas.

ERRADO CORRETO

Figura 26: Brasagem.


33

14.6 Tipos De Chama

• Chama neutra (3200ºC) possui a mesma quantidade de acetileno (C2H2) e oxigênio (O2)
na mistura;
• Chama redutora (3000ºC) possui maior quantidade de acetileno (C2H2) e oxigênio (O2) na
mistura;
• Chama oxidante (3400ºC) possui maior quantidade de oxigênio (O2) do que acetileno
(C2H2) na mistura.

Figura 27: Tipos de chama.

14.7 Material De Adição

• Utilização de material de adição de cobre-fósforo apenas para juntas de cobre / cobre (fluxo
não necessário);
• Para cobre / latão ou cobre / bronze, fluxo é sempre necessário.

14.8 Exemplos De Varetas Para Brasagem

• 2 % de prata para sistemas de temperatura média de até -20°C, (temperatura de trabalho


710 °C);
• 5 % de prata para sistemas de temperatura média de até -40°C, (temperatura de trabalho
710 °C);
• 15 % de prata para sistemas de temperatura média de até 70°C, (temperatura de trabalho
34

710 °C).

14.9 Preparação Para Brasagem

Junte todos os materiais necessários para a brasagem. Isto inclui peças, tubos, fluxo, solda,
dispositivos de fixação, ferramentas de manuseio e equipamentos de segurança. Limpe as peças
para remover todo o óleo, ferrugem, ou outras substâncias contaminantes. Use uma escova de
aço, se necessário, para remover qualquer ferrugem. Organize as peças a serem brasada.
Ferramentas de fixação devem estar disponíveis no local de brasagem.

14.10 Brasagem Na Prática

• Acenda e ajuste a chama (não utilize isqueiro);

• Aplique a chama no local a ser brasado, aquecendo todo o volume das partes a serem
brasada.

• Passe a chama sobre a superfície da peça e tente evitar o sobreaquecimento que pode derreter
a superfície.

• Aplique o material de adição na linha de união. Não aplique a chama diretamente sobre a
vareta (material de adição), deixe a temperatura das peças (metal base) derreter a vareta.
Continue o aquecimento das peças, até o material de adição (vareta) derreter e fluir para
dentro da junta (bolsa).

• Adicione material de adição suficiente para garantir uma boa linha de união. Isso requer um
pouco de prática. Ao finalizar, desligue a chama.

14.11 Dicas para Fazer a Brasagem

• Sempre use óculos e luvas;

• Sempre purgue a tubulação a ser brasada com nitrogênio durante a brasagem;

• Proteja as válvulas de serviço com panos úmidos ou materiais dissipador de calor;

• Use apenas varetas recomendadas para as juntas a serem brasada;


35

• Nunca sobreaqueça o metal base;

• Aplique o calor de maneira uniforme em ambos os tubos;

• Mantenha uma distância mínima entre as juntas.

14.11 Brasagem Com Nitrogênio

O ciclo de refrigeração deve estar limpo, seco e hermeticamente selado. Umidade e sujeira
danificam o compressor e causam falhas gerais ao sistema. Para evitar qualquer um destes
problemas o uso de nitrogênio é obrigatório, sendo prescrito por todos os fabricantes de
compressores e equipamentos. O uso de nitrogênio é um padrão técnico aprovado em todas as
áreas de instalação, serviço e manutenção do setor de refrigeração e ar condicionado. Nitrogênio
como gás de proteção para brasagem de tubos de cobre (fluxo de N2 aprox. de 0,2 bar) para
evitar a formação de sujeira no interior do tubo.

Figura 28: Brasagem com nitrogênio.


36

15. FLANGEAMENTO

Figura 29: Flangeadores

Figura 30: União flangiada.

15.1 Instalação

Cortar o tubo de interligação no tamanho apropriado com um cortador de tubos.

Figura 31: Cortador de tubo.

É recomendado cortar aproximadamente 30 mm ou 40 mm a mais que o tamanho estimado.


Remover as rebarbas das pontas do tubo de interligação através de uma ferramenta apropriada
37

(Escariador / rebarbador), tendo em conta que uma rebarba no circuito de refrigeração pode
causar sérios danos ao compressor. Este procedimento é muito importante e deve ser feito com
muito cuidado.

Figura 32: Escariamento.

Quando estiver retirando a rebarba, assegure se que o extremo do tubo esteja voltado para baixo,
para evitar que alguma partícula caia no interior do tubo.

16. CONEXÕES DA UNIDADE CONDENSADORA

Remover a porca da conexão da unidade e ter certeza de colocá-la no tubo de interligação. Fazer
o flangeamento no extremo do tubo de interligação com um flangeador.

Figura 33: Tubo de ligação pronto para ser conectado.

Certifique-se que o flange cobrirá toda área em ângulo do nipel, encostando o flange neste, olhe
o detalhe desta conexão na figura 34.
38

Figura 35: União flangeada da condensadora.

16.1 Importante

Colocar um tampão ou selar o tubo flangeado com uma fita adesiva para evitar que pó ou
partículas sólidas possam vir a entrar no tubo antes deste ser usado. Tenha certeza de colocar
óleo de refrigeração nas superfícies em contato entre o extremo flangeado e a união, antes de
conectados entre si. Isto é feito para evitar perdas de refrigerante.

Para obter-se uma boa união, manter firmemente unidos entre si o tubo de interligação, com o
flange, e a conexão da unidade (observando a respectiva linha - expansão ou sucção), enquanto
se faz um leve rosqueamento manual da porca.

Figura 36: Operação de união do tubo de interligação na condensadora.

Logo em seguida apertar firmemente de maneira a garantir que haja uma perfeita vedação entre
a porca e o flange.
39

Figura 37: Operação final de união do tubo na condensadora.

Utilize sempre duas chaves para fazer o aperto final, para evitar danos por torção das válvulas
da unidade. O procedimento e os cuidados para a tubulação da linha de sucção são exatamente
os mesmos utilizados para a interligação da linha de expansão

Figura 38: Válvulas da condensadora.

Figura 39: Esquema das válvulas a condensadora.


40

17. CONEXÕES DA UNIDADE EVAPORADORA

O procedimento para fixação das tubulações de interligação nas conexões da unidade


evaporadora é similar ao efetuado nas conexões da unidade condensadora. Remover a porca do
tubo da evaporadora e ter certeza de colocá-la no tubo de interligação.

Para obter-se uma boa união, manter firmemente unidos entre si o tubo de interligação e o tubo
da unidade evaporadora (observando a respectiva linha expansão ou sucção), enquanto se faz um
leve rosqueamento manual da porca. Logo em seguida apertar firmemente de maneira a garantir
que haja uma perfeita vedação entre a porca e o flange.

Utilize sempre duas chaves para fazer o aperto final (conforme tabela de torques), para evitar
danos por torção nas tubulações da unidade.

Figura 40: União do tubo de interligação na evaporadora.

18. SUSPENSÃO E FIXAÇÃO DAS TUBULAÇÕES DE INTERLIGAÇÃO

Procure sempre fixar de maneira conveniente as tubulações de interligação. Isole-as utilizando


isolante térmico (tubo de isolação blindado ou não) e após passe fita de acabamento em torno.
41

Figura 41: Exemplo de tubulação.

18.1 Importante

As tubulações de sistemas de climatização e refrigeração, eles oferecem total eficiência apenas


quando são adequadamente isolados. Em instalações de ar condicionado, o isolante térmico
para os canos de cobre deve garantir o controle da condensação e a conservação de energia, por
isso é necessário que seja produzido com material resistente a temperaturas muito baixas ou
muito altas. Utilize sempre em conformidade com o diâmetro do tubo de cobre.

19. SUPERAQUECIMENTO

Superaquecimento é uma faixa de trabalho de rendimento e segurança para o sistema de


refrigeração. Com ele é possível garantir que boa parte do evaporador terá fluído evaporando e
garantir que este fluído chegue somente na forma gasosa (vapor) no compressor.

Tsucção = TEMPERATURA DE SUÇÃO - Lida diretamente na linha de sucção utilizando-


se de um termômetro. Obs.: Isolar a ponta de prova do termômetro com polipropileno fixando
com fita isolante.

Tevap = TEMPERATURA DE EVAPORAÇÃO - Obtida utilizando a pressão lida no


manômetro de baixa e consultando uma tabela de pressão X temperatura de saturação do R22,
42

também chamada de tabela de propriedades termodinâmicas do R22. A faixa ideal de


superaquecimento é de 5° a 7°C e a aceitável é de 4° a 9°C.

19.1 Importante

Caso a máquina não seja nova, antes de fazer o círculo AS, é necessário realizar a limpeza dos
filtros de ar da evaporadora e dos trocadores de calor, sob risco de alteração dos resultados
obtidos.

RECOMENDA-SE:

Se SA for menor do que 5°C - Retirar refrigerante da linha. Se SA for maior do que 7°C -
Adicionar refrigerante da linha.

20. TESTE DE RENDIMENTO

21.1 Temperatura de retorno e insuflamento

Essa medição é utilizada para avaliar o equipamento quanto a capacidade de resfriamento. Em


condições normais de funcionamento (velocidade média, modo resfriar). A diferença de
temperatura entre retorno e insuflamento não pode ser menor do que 8°C. Recomenda-se que a
diferença (∆T) seja entre 10°C e 18°C.

Figura42: Entrada e saída de ar.


43

Onde:

Tbseco = Temperatura de bulbo seco

Tamb = Temperatura ambiente

Tevap = Temperatura da evaporadora

Exemplo:

Tbseco: Tamb - Tevap = 25°C - 12°C = 13°C, logo esta máquina foi corretamente
dimensionada para o ambiente a qual foi instalada de acordo com os parâmetros descritos
acima.

21. TESTE DE VAZAMENTO

Para realizar o teste de vazamento, não abra as válvulas de serviço da unidade externa. Retire
o tampão da válvula scharaider e instale um manifold com manômetro de alta pressão. Instale
a mangueira de serviço do manifold no regulador de pressão de um cilindro de nitrogênio.
Pressurize o sistema até atingir 1,38MPa (200 psi).

Procure vazamentos em pontos suspeitos, como soldas e conexões. Se houver vazamentos,


elimine-os e repita a operação.

Figura 43: Injetando nitrogênio no sistema.


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Obs.: Não utilize o fluído refrigerante contido na unidade condensadora para teste de
vazamento. Nunca libere fluído refrigerante na atmosfera.

21.1 Atenção

• Nos produtos que utilizam o fluído refrigerante R410A, a adição de carga deve ser feita
obrigatoriamente na fase líquida.
• Verifique as instruções existentes no cilindro de fluído refrigerante.

•Em caso de remoção de fluido refrigerante do sistema, jamais o libere na atmosfera. Utilize
uma bomba de recolhimento apropriada.

22. MANUTENÇÃO PREVENTIVA

Para manter o bom funcionamento, atender as exigências legais e preservar as condições


aparelho aumentando sua vida útil, é imprescindível apresentar ao cliente um plano de
manutenção preventiva.

Obs.: A garantia do produto não cobre os serviços de manutenção preventiva.

22.1Sugestão De Plano De Manutenção Preventiva Em Condicionador De Ar Split.

22.1.1 Plano Mensal

a) Limpar a grade frontal;

b) Limpar os filtros de ar;

c) Limpar a parte externa da unidade condensadora;

d) Verificar o funcionamento do controle remoto e a operação do aparelho;

e) Verificar a drenagem da água.

f) Eliminar os pontos de sudação no isolamento das tubulações (condensação de água).


45

g) Preencher o relatório com cópia para o cliente, documentando todas as atividades da


manutenção.

22.1.2 Plano trimestral

a) Medir a tensão da rede, corrente nominal de funcionamento, temperatura de insuflamento e


retorno do ar na unidade interna, temperatura externa e pressão de sucção;

b) Executar os itens da manutenção mensal;

c) Eliminar possível mau contato no cabo de alimentação, disjuntores e pontos de interligação


elétrica;
d) Limpar as bandejas de drenagem;

e) Limpeza da ventoinha com aspirador de pó (escova) ou lavagem;

f) Verificar e eliminar pontos de condensação de água no chassi;

g) Verificar as condições das serpentinas do evaporador e condensador (se necessário, executar


o item de manutenção semestral ou anual);
h) Eliminar possíveis ruídos anormais;

i) Verificar se há fuga de energia para a carcaça do aparelho;

j) Verificar e eliminar possíveis pontos de vazamento de fluído refrigerante (conexões e


válvulas);
k) Preencher o relatório com uma cópia para o cliente, documentando todas as atividades da
manutenção;

22.1.3 Plano semestral

a) Executar os itens de manutenção trimestral;

b) Testar capacitores com um capacímetro obedecendo à tolerância de + ou - 5%;

c) Verificar as condições dos filtros, e substituilos se necessário;

d) Eliminar pontos de obstrução por sujeira nas aletas do condensador;

e) Preencher o relatório documentando todas as atividades da manutenção fornecendo uma


cópia ao cliente;
46

22.1.4 Plano anual

a) Executar todos os passos anteriores;

b) Desmontar a unidade condensadora para limpeza em oficina ou no próprio local quando


possível;

c) Verificar a isolação elétrica do compressor e do motor do ventilador com um megômetro.;

d) Retirar a ventoinha da unidade interna para limpeza. Obs: cuidado para não remover os
acessórios de balanceamento;

e) Limpar e higienizar o evaporador e bandeja de drenagem;

f) Eliminar pontos de ferrugem. Se necessário, pintar e aplicar produtos anti-corrosivos (unidade


externa);

g) Substituir isolações térmicas danificadas das tubulações;

h) Executar testes de funcionamento do equipamento com preenchimento do “CTI”;

i) Preencher o relatório com cópia para o cliente, documentando todas as atividades da


manutenção.
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23. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

SENAI Departamento Nacional;. Refrigeração e climatização residencial. Brasília (DF):


SENAI/DN, 2015. 97 p.

WYLEN, V. Fundamentos da Termodinâmica. 2. Ed. São Paulo: Blucher, 2018.

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