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CONTABILIDADE

BÁSICA

Fabiana Tramontin Bonho


Oficina contábil: DRE
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

 Realizar lançamentos contábeis.


 Elaborar uma demonstração do resultado do exercício.
 Sintetizar dados e informações sobre fatos contábeis.

Introdução
A demonstração do resultado do exercício (DRE) tem por finalidade
proporcionar informações sobre o desempenho econômico de um pe-
ríodo. É uma representação gráfica estruturada, em determinada data,
composta pelas receitas e pelos ganhos no período, independentemente
da sua realização em moeda, e os custos, as despesas, os encargos e as
perdas, pagos ou incorridos, correspondentes a essas receitas e a esses
rendimentos.
Neste capítulo, você vai aprender como realizar lançamentos contábeis
e a elaborar uma DRE, além de estudar conceitos e informações sobre
os fatos contábeis.

Lançamentos contábeis
O artigo 187 da Lei nº. 6.404/1976 (Lei das Sociedades por Ações) instituiu
a demonstração do resultado do exercício (DRE). No atual Código Civil
Brasileiro, a DRE corresponde ao “resultado econômico”, cujo levantamento
é obrigatório segundo o artigo 1.179.
A DRE tem como objetivo principal apresentar de forma vertical e sintética
o resultado apurado em relação ao conjunto de operações realizadas num
determinado período — normalmente, de doze meses.
De acordo com a legislação mencionada, em especial o artigo 187 da
Lei nº. 6.404/76, as empresas deverão discriminar na DRE (BRASIL, 1976,
documento on-line):
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 a receita bruta das vendas e dos serviços, as deduções das vendas, os


abatimentos e os impostos;
 a receita líquida das vendas e serviços, o custo das mercadorias e ser-
viços vendidos e o lucro bruto;
 as despesas com as vendas, as despesas financeiras, deduzidas das recei-
tas, as despesas gerais e administrativas e outras despesas operacionais;
 o lucro ou prejuízo operacional, as outras receitas e as outras despesas;
 o resultado do exercício antes do imposto sobre a renda e a provisão
para o imposto;
 as participações de debêntures, empregados, administradores e partes
beneficiárias, mesmo na forma de instrumentos financeiros, e de ins-
tituições ou fundos de assistência ou previdência de empregados que
não se caracterizem como despesa;
 o lucro ou prejuízo líquido do exercício e o seu montante por ação do
capital social.

Segundo o § 1º do mesmo artigo, serão computados em obediência ao


princípio da competência:

 as receitas e os rendimentos ganhos no período, independentemente de


sua realização em moeda; e
 os custos, despesas, encargos e perdas, pagos ou incorridos, correspon-
dentes a essas receitas e a esses rendimentos.

Os lançamentos contábeis que dão forma à DRE são os pertencentes às


contas contábeis de resultados. Assim, a demonstração elenca os ganhos e
gastos para produzir o rendimento do ano.
Primeiramente, são expostas as receitas de vendas ou prestações de serviços
deduzidas, os valores de impostos, devoluções e cancelamentos de vendas ou
serviços, entre outras perdas de faturamento que caracterizam dedução da
receita, resultando na receita líquida. A seguir, veja um exemplo de lançamento.
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Os primos Carlos, Paulo e Marildo resolveram organizar uma empresa de prestação


de serviços e a denominaram Primos Cia. Ltda. A empresa foi criada e desenvolveu
diversas operações, para as quais você deverá resolver os lançamentos contábeis,
conforme as informações a seguir.
a) Em 10/01/2011, houve a integralização do capital social em moeda corrente no
valor de 50.000,00.
b) Em 15/01/2011, a empresa comprou um imóvel no valor de R$ 10.000 pagos à vista.
c) No dia 16/01/2011, a empresa recebeu R$ 1.000,00 devido a uma prestação de serviço.
d) Em 18/01/2011, foram pagos R$ 500,00 referentes ao aluguel de um estande.
e) No dia 22/02/2011, foi feito um pagamento de R$ 150,00 referente a publicidade
e propaganda.
f) No dia 25/01/2011, foi feito um pagamento de energia elétrica no valor de R$ 50,00.
g) No dia 26/02/2011, a empresa recebeu R$ 4.500,00 por prestação de serviços.
h) No dia 30/01/2011, foi feito um pagamento de salário no valor de R$ 1.000,00.
Vamos à solução:

C – Capital social – 50.000


a
D – Caixa – 50.000

D – Imóvel – 10.000
b
C – Caixa – 10.000

C – Receita serviço – 1.000


c
D – Caixa – 1.000

D – despesa de aluguel – 500


d
C – Caixa – 500

D – Despesa publicidade e propaganda – 150


e
C – Caixa – 150

D – despesa energia elétrica – 50,00


f
C – Caixa – 50,00

C – Receita – 4.500
g
D – Caixa – 4.500

D – Despesas salário – 1.000


h
C – Caixa – 1.000
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No exemplo da empresa Primos Cia. Ltda., verifica-se um lucro no valor


de R$ 3.800,00. Assim, a partir da contabilização dos lançamentos contábeis,
realiza-se o relatório, conforme mostra o Quadro 1.

Quadro 1. Relatório de lançamentos contábeis

DRE da empresa Primos Cia. Ltda.

( + ) Receitas 5.500

Receita de prestação de serviços 5.500

( – ) Despesas (1.700)

Despesa com aluguel de estande (500)

Despesa com publicidade (150)


e propaganda

Despesa com salário (1.000)

Despesa com energia elétrica (50)

Resultado – lucro líquido 3.800


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A demonstração do resultado do exercício (DRE) traz uma série de informações que


servem de suporte para os gestores tomarem suas decisões estratégicas. Para tanto,
a DRE deve ser analisada, principalmente, de duas formas.

 Análise horizontal
A análise horizontal é o instrumental que calcula a variação percentual ocorrida de
um período para outro, buscando evidenciar se houve crescimento ou decréscimo
do item analisado. Por meio da análise dos dados que mostram se houve aumento ou
diminuição do elemento analisado, pode-se confrontar os dados extraídos e efetuar
as correlações necessárias. Assim, por exemplo, se houve aumento da produção e das
vendas, deverá ter havido um crescimento relativamente proporcional do consumo
de materiais.
Dessa forma, conforme o tempo passa, a variação dos saldos dos demonstrativos
contábeis vai apontar se uma empresa está crescendo, se está mantendo-se em um
patamar ou mesmo encolhendo em seus resultados.
Nessa análise, o que se busca é a comparação dos resultados para os mesmos
elementos, considerando exercícios ou períodos distintos. Por exemplo, uma empresa
pode estar interessada em saber se um determinado produto está sendo lucrativo, ou
não, e se vale a pena manter suas vendas e investir em melhorias. Para esse objetivo, a
análise horizontal vai dizer se há potencial de mercado, ou não, conforme os resultados
das vendas e da incidência de impostos.
 Análise vertical
A análise vertical da demonstração de resultados conduz à apresentação da estrutura
de custos e despesas em relação ao total das receitas líquidas. Sendo assim, ela conduz
à avaliação da lucratividade, representada pela relação entre o lucro e as vendas,
passando pela relação entre custos e despesas e as receitas de vendas.
No caso da análise vertical, o que se busca é relacionar um elemento do DRE com
a categoria que integra. Na linha do exemplo anterior, é possível comparar os resultados
financeiros de uma determinada mercadoria com os resultados de outras, similares
ou não.

Fonte: Cavalcante (2017, p. 23).

Elaboração de DRE
A DRE é um relatório contábil completo das demonstrações contábeis apre-
sentados no final do exercício. Também é considerada como uma ferramenta
para analisar se o negócio em questão está sendo lucrativo ou se está trazendo
prejuízo.
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A evidenciação da DRE retrata uma ferramenta contábil que tem caráter


de economia, isto é, está relacionada com a riqueza da empresa. A DRE deve
seguir a seguinte estrutura:

 (+) receita de vendas brutas;


 (–) deduções da receita;
 (=) receita líquida;
 (–) custos das mercadorias vendidas;
 (=) lucro bruto;
 (–) despesas operacionais;
 (=) lucro operacional;
 (+–) resultado não operacional;
 (=) lucro antes de impostos sobre a renda;
 (–) impostos;
 (=) resultado líquido ou lucro ou prejuízo líquido.

Veja, no Quadro 2, um exemplo de DRE elaborada referente à empresa ABC.

Quadro 2. Exemplo de DRE

Empresa ABC — DRE

Receitas com vendas R$ 40.000

(–) Impostos sem vendas (R$ 7.200)

(=) Receita operacional líquida R$ 32.800

(–) CMV (R$ 24.600)

(=) Lucro operacional bruto R$ 8.200

(–) Despesas com salários (R$ 2.000)

(=) Lucro operacional líquido R$ 6.200

Fonte: Muller (2009, p. 46)

Assim, o valor a ser obtido pela DRE representa o resultado líquido da


organização no período analisado. Em outras palavras, descobre-se, depois de
analisar todas as transações financeiras, se a empresa deu lucro ou gerou prejuízo.
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Diferentemente do balanço patrimonial, no qual as informações são cumuladas ao


longo do tempo e as mutações patrimoniais da sociedade são registradas desde a sua
constituição, as informações constantes da DRE são reiniciadas a cada exercício social,
não havendo vinculação com o demonstrativo do exercício anterior.
Portanto, na DRE, situam-se as chamadas “contas de resultado, que são receitas,
despesas e custos”, que permitem o controle dos elementos que aumentam ou di-
minuem a situação patrimonial líquida, as quais, depois de analisadas, irão resultar na
conta “lucro ou prejuízo líquido do exercício”, por meio da qual é aferido o resultado
final a cada exercício (COSTA, 2018, p. 65).

Fatos contábeis: conceitos e informações


Segundo Azevedo (2015, p. 35), de acordo com a legislação brasileira, em
especial o artigo 187 da Lei nº. 6.404/76, alterada pelas Leis nº.11.638/07 e
nº. 11.941/09, a apuração do resultado do exercício apresentada anualmente
deve detalhar:

 A receita bruta das vendas de produtos e serviços, as deduções


(descontos) das vendas, os abatimentos e os impostos
■ Receita operacional bruta: é a somatória de todas as vendas ou os
serviços que foram efetuados e que tenham sido faturados, ou seja,
que tenham gerado a emissão de uma nota fiscal em determinado
período, obedecendo ao princípio contábil da competência.
■ Deduções da receita bruta: são representadas pelas contas de de-
voluções (vendas canceladas), abatimentos, descontos comerciais
e impostos incidentes sobre vendas de produtos ou serviços. Para
efeito de análise, as receitas não são demonstradas de forma líquida,
ou seja, registram-se as receitas na forma bruta e, em separado, suas
respectivas deduções.
■ Devoluções ou vendas canceladas: correspondem à anulação de
valores registrados como receita, decorrentes do cancelamento de
vendas, devoluções totais ou parciais, quebras ou avarias na merca-
doria vendida, pela não concretização da entrega dos produtos ou
pela má qualidade na prestação de serviço.
■ Abatimentos: também conhecidos como descontos incondicionais,
são concedidos ao cliente quando, após a entrega do produto, esse
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apresenta defeito de qualidade, caracterizado por quebras ou avarias,


por exemplo. Esses descontos não podem ser confundidos com des-
contos financeiros ou com descontos de preço de venda (promoções).
■ Impostos incidentes sobre vendas de produtos e prestação de serviço:
também serão deduzidos da receita bruta, pois são os que guardam
proporcionalidade com o preço da venda efetuada ou do serviço prestado.
São exemplos de impostos incidentes sobre o faturamento: IPI — Im-
posto sobre Produtos Industrializados (União); ICMS — Imposto sobre
Operação Relativa à Circulação de Mercadorias e sobre Prestação de
Serviços de Transporte Industrial e Intermunicipal, de Comunicação e
Energia Elétrica (estado); ISSQN — Imposto sobre Serviços de Qualquer
Natureza (município).
 A receita líquida das vendas de produtos e de serviços, o custo das
mercadorias vendidas ou dos serviços prestados e o lucro bruto.
■ Receita operacional líquida: constitui a base de cálculo para análise
das receitas efetivamente realizadas pela empresa em determinado
período. Evidencia o valor da venda líquida de bens e serviços oriundo
da atividade da empresa, subtraindo as deduções incidentes sobre a
receita bruta (faturamento).
■ Custo das Mercadorias Vendidas (CMC)/Custo dos Serviços Pres-
tados (CSP)/Custo dos Produtos Vendidos (CPV): os custos a serem
atribuídos como CMV, CSP ou CPV no exercício devem ser corres-
pondentes às receitas de vendas dos produtos e serviços reconhecidos
como tal no mesmo período, obedecendo ao princípio da competência.
Deduzindo a receita líquida do custo das mercadorias vendidas, será
gerado o lucro bruto ou resultado bruto.
■ Lucro bruto ou resultado bruto: de acordo com o artigo 187, item II, da
Lei nº. 6.404/76 (BRASIL, 1976, documento on-line), deve ser computado
na DRE o custo das mercadorias e dos serviços vendidos ou prestados no
exercício, que, deduzido das receitas correspondentes, gera o lucro bruto.
 Todas as despesas operacionais, como as despesas com as vendas,
as financeiras, as deduzidas das receitas, as despesas gerais e as
administrativas.
■ Despesas operacionais: segundo a Lei das Sociedades por Ações, as
despesas operacionais correspondem ao esforço financeiro necessário
para que a empresa possa funcionar, ou seja, financiar suas atividades
de vendas, produção e prestação de serviços. Constituem as despesas
pagas ou incorridas no período (princípio da competência). Não
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estão relacionadas a elas aquelas alocadas na fabricação de produtos


ou na prestação dos serviços, pois essas compõem os custos das
mercadorias ou dos serviços.
■ Despesas de vendas: têm a função de registrar as despesas com a
comercialização dos produtos, mercadorias ou serviços para atender
aos objetivos da empresa. Exemplos: despesas com pessoal de vendas,
administrativo interno de vendas, propaganda e publicidade, etc.
■ Despesas administrativas: representam os gastos pagos ou incorri-
dos necessários para arcar com despesas para a gestão ou direção
da empresa. Sua função é registrar, em cada conta específica, as
despesas com a administração do negócio para atender aos objetivos
da empresa. Dentre as despesas mais comuns, temos: honorários da
administração, salários e encargos do pessoal administrativo, etc.
 O lucro ou o prejuízo operacional, as outras despesas e as receitas.
■ Resultados financeiros líquidos: o artigo 187 da Lei nº. 6.404/76
(BRASIL, 1976, documento on-line) define como despesas operacio-
nais as despesas financeiras deduzidas das receitas, ou seja, as recei-
tas financeiras deverão ser compensadas das despesas financeiras.
■ Receitas financeiras são receitas geradas em função de:
– descontos obtidos;
– juros recebidos;
– rendimentos de aplicação financeiras (fundos de investimento,
por exemplo).
■ Despesas financeiras: são caracterizadas por serem despesas decor-
rentes da necessidade de capital de giro ou do financiamento do ativo:
– juros pagos;
– descontos concedidos;
– despesas bancárias, tais como: IOF, manutenção da conta corrente,
dentre outras.
■ Outras receitas e despesas operacionais: são as chamadas atividades
acessórias do objeto social da empresa. São compostas por itens que
não são provenientes da atividade fim da empresa, tais como:
– participação nos resultados de coligadas e controladas pelo método
de equivalência patrimonial;
– dividendo e rendimentos de outros investimentos;
– amortização de ágio ou deságio de investimentos;
– vendas diversas que não correspondem à atividade fim da empresa
(venda de sucatas).
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 O resultado do exercício antes do imposto de renda e a provisão


para o imposto.
■ Resultado operacional antes do IR (Imposto de Renda) e da CSLL
(Contribuição Social sobre o Lucro Líquido) (lucro ou prejuízo): o
resultado obtido até este ponto da DRE constitui base de cálculo
da provisão para IR e da provisão para contribuição social. Caso
o resultado obtido seja negativo, caracterizando prejuízo em sua
movimentação, não haverá incidência de IR e CSLL.
 Participações e contribuições.
■ Participações de empregados, debêntures, partes beneficiárias e
administradores, mesmo na forma de instrumentos financeiros, e de
fundos ou instituições de assistências e previdência de empregados,
as quais devem ser calculadas e deduzidas após a apuração do resul-
tado depois do Imposto de Renda e da CSLL. Essas participações,
normalmente, estão previstas no estatuto da empresa
 O lucro ou o prejuízo líquido do exercício e o seu montante por
ação do capital social.
■ Resultado líquido do exercício (lucro ou prejuízo): o resultado líquido
corresponde ao resultado final do exercício “à disposição” dos pro-
prietários (sócios ou acionistas), que, apoiados em determinações
legais e estatutárias, determinam a forma como será feita a sua
distribuição. O saldo remanescente integrará o patrimônio líquido da
empresa na conta lucros ou prejuízos acumulados. Caso o resultado
apurado no período seja prejuízo, esse também deverá compor o
balanço patrimonial na conta de lucros ou prejuízos acumulados,
porém, reduzindo o patrimônio líquido da empresa.
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AZEVEDO, M. C. (Org.). Estrutura e análise das demonstrações financeiras. Campinas:


Alínea, 2015.
BRASIL. Lei n° 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Diário Oficial [da] República Federativa
do Brasil, Brasília, DF, 17 dez. 1976. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/
LEIS/L6404consol.htm. Acesso em: 29 jan. 2019.
CAVALCANTE, F. Demonstrações contábeis: elaboração e análise. Aracaju: CRCSE, 2017.
COSTA, L. A. Introdução a contabilidade. Rio de Janeiro: FGV DIREITO RIO, 2018.
MULLER, A. N. Contabilidade básica: fundamentos essenciais. São Paulo: Pearson, 2009.

Leituras recomendadas
BÄCHTOLD, C. Contabilidade básica. Curitiba: Instituto Federal do Paraná, 2011.
PADOVEZE, C. L. Sistemas de informações contábeis. São Paulo: Atlas, 2002.
TESSARI, O. A. Contabilidade básica. Centro Universitário Leonardo da Vinci. Indaial:
Grupo Uniasselvi, 2010.
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