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"O PAINEL DO GRAU DE APRENDIZ MAÇOM"

GRANDE ORIENTE DO PARANÁ


A.’.R.’.G.’.B.’.L.’.S.’. Estrela de Bandeirantes, nº 8
Oriente de Bandeirantes - PR
A.'.M.'. Francisco Carlos Marcone
29/11/2013 da E.'.V.'.

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O PAINEL DO GRAU DE APRENDIZ MAÇOM

1 - INTRODUÇÃO

Em primeiro lugar quero pedir aos irmãos a compreensão pelas falhas


que o presente trabalho apresentar, principalmente por estar ainda aprendendo
e descobrindo a cada dia o significado das Alegorias e Símbolos Maçônicos,
principalmente aqueles contidos no Painel da Loja de Aprendiz Maçom do
R.'.E.'.A.'.A.'..

Decorridos 9 meses da minha iniciação, neste período de aprendizado


em Loja, procurei refletir, pensar e buscar entendimento sobre tudo o que
aprendi em Loja sempre buscando aplicar estes ensinamentos na minha
convivência com meus familiares, amigos, irmãos e com todos de uma forma
geral.

Entendo que nada é por acaso em nossas vidas e que tudo tem um
propósito e que devemos tirar proveito dos bons e também dos maus
momentos que passamos, pois tudo nos é concedido pelo G.'.A.'.D.'.U.'., e em
primeiro lugar agradecido a Ele sou e também aos IIr.'. mais instruídos na Arte
Real, que têm me propiciado uma oportunidade de aprender sobre os Augustos
Mistérios da Ordem Maçônica.

Estes ensinamentos devo praticar incessantemente no sentido de um


aperfeiçoamento ético e moral, procurando a verdade, a justiça, o
conhecimento, o amor ao próximo, a fé, a esperança, a caridade, a
temperança, entre tantas outras virtudes, sempre buscando vencer minhas
paixões, submetendo minha vontade e fazendo constantes progressos na
Maçonaria, procurando corrigir meus defeitos e buscando a tolerância na minha
convivência com meu próximo e para isto perseverar sempre é primordial e
nunca desistir frente as dificuldades encontradas para a prática destas e outras
inúmeras virtudes.

Virtudes que caracterizam os Homens Livres e de Bons Costumes.

Não é fácil o caminho a ser trilhado na busca do aperfeiçoamento


humano, por isso perseverar sempre na prática das virtudes é essencial para a
busca da felicidade. Como disse um velho mestre "é muito mais feliz aquele
que muito mais amou".

Tudo isto no intuito de desbastar as arestas da Pedra Bruta que sou,


buscando sempre o constante aperfeiçoamento como ser humano, buscando
libertar meu espírito de preconceitos, paixões e vícios num trabalho de
aperfeiçoamento continuo, visando a transformação do meu eu interior de uma
Pedra Bruta para uma Pedra Polida, atingindo com isto as condições espirituais
e morais que são requeridas a um bom Companheiro.

2 - O PAINEL DO GRAU DE APRENDIZ

O Painel é um dos mais antigos Símbolos da Maçonaria e como relatam muitos


trabalhos e livros a explicação da existência do Painel em Loja remonta aos
primórdios da Ordem e tem como objetivo representar os mais importantes
Símbolos da Maçonaria.

No passado o Painel era desenhado a giz ou a carvão no chão dos


locais onde se realizavam as reuniões e com o passar do tempo, à medida que
as oficinas passaram a utilizar um espaço de reunião privativo para tal
propósito, os desenhos no chão foram substituídos por tapetes, bordados ou
pintados e com os mesmos motivos que anteriormente eram traçados no chão.
Os trabalhos da Loja eram abertos à vista do tapete do grau
devidamente desenrolado e exposto no chão do recinto.
Algumas Lojas tinham tapetes específicos para cada grau, enquanto
outras, notadamente por razões econômicas, utilizavam um único tapete no
qual apareciam todos os símbolos de todos os graus.
Evidentemente, conforme o grau do trabalho executado os símbolos
apropriados eram mostrados e estudados.
Por  Painel do Grau entendemos o Quadro que a Loja apresenta por
ocasião da abertura dos trabalhos, existindo um para cada grau da Maçonaria:
o da Loja de Aprendiz, o da Loja de Companheiro e o da Loja de Mestre.
A sua colocação na Loja indica que continua viva toda a simbologia que
orienta os trabalhos dos maçons.
No Painel do Grau de Aprendiz, objeto desta peça de arquitetura, estão
desenhados os Símbolos Maçônicos abaixo enumerados mas não detalhados
com rigor, visto o detalhamento ser um trabalho rico, minucioso e extenso,
onde para tanto necessário é uma peça de arquitetura em separado para o
estudo de cada um destes Símbolos.

O Painel Simbólico do Grau de Apr.'.M.'. contém os seguintes Símbolos:


 O Esquadro;
 O Nível;
 O Prumo;
 A Pedra Bruta;
 A Pedra Polida;
 A Prancheta;
 O Compasso;
 O Sol, a Lua e as Estrêlas;
 O Maço e o Cinzel;
 As três Janelas;
 A Corda com sete Nós;
 Os três Degraus;
 O Pórtico e o Delta; e
 As Colunas B e J e as Romãs.

Conforme descrito acima o Painel do Grau de Aprendiz do R.'.E.'.A.'.A.'. tem 19


(dezenove) Símbolos, e todos os elementos relacionados apresentam os
seguintes Simbolismos, ressalvando que muitas outras interpretações são
possíveis inclusive no estudo de outros Ritos Maçônicos:

Jóias Móveis:
O Esquadro, o Nível e o Prumo: são consideradas Jóias Móveis por que
representam o V.'.M.'., o Prim.'. e o Seg.'. VVig.'. que administram a L.'..
O Esquadro é a Jóia do V.'.M.'. e representa a Retidão, a Moralidade e a
Igualdade de direitos e deveres;
O Nível é a Jóia do Prim.'.Vig.'. e simboliza a igualdade entre todos os IIr.'. da
face da Terra;
O Prumo é a Jóia que distingue o Seg.'.Vig.'. representa a pesquisa
aprofundada do Conhecimento, da Verdade, do Equilíbrio, a Prudência e a
Retidão.

Joias Fixas:
A Pedra Bruta, a Pedra Polida e a Prancheta.
São Fixas pela importância dos seus Simbolismos para as LL.'..
A Pedra Bruta representando o Apr.'. M.'. , simboliza o homem na sua infância
ou estado primitivo, sem instrução, rude e despolido, com as paixões
dominando a Razão e que nesse estado se conserva até que pela instrução
Maçonica adquire uma educação superior e com as ferramentas recebidas ele
próprio talhará, por sí mesmo, a sua Pedra Bruta, tornando-se mais perfeita
possível.
A Pedra Polida representa o Companheiro Maçom.
A Prancheta representa o Mestre Maçom.

O Compasso:
Simboliza a Justiça e está relacionado também a idéia de totalidade, de limites
infinitos e perfeição. É um instrumento de uso dos Mestres e juntamente com o
Esquadro, representam a medida justa que deve presidir todos os atos e ações
do verdadeiro Maçom. O Compasso e o Esquadro depositados sobre o Livro da
Lei, na posição do Grau de Aprendiz simbolizam que a materia prepondera
sobre o Espírito.

O Sol, a Lua e as Estrêlas:


O Sol e a Lua representam o antagonismo da natureza: dia e noite; afirmação e
negação; claro e escuro; calor e frio; amor e ódio. Representam também o
horário em que os Maçons trabalham: do meio dia, quando o Sol está no
Zênite, à meia noite, quando o Sol esta no nadir. As Estrêlas, juntamente com o
Sol e a Lua, decoram a Abóbada Celeste da Loja, representando o Universo.
Sete Estrelas representam o número de IIr.'. ncessários para uma
Sessão.
Representam também a Universalidade da Maçonaria.

O Maço e o Cinzel:
O Maço, vibrado com a mão direita, lado ativo, representa determinação
moral e a Vontade executiva que deverá ser devidamente canalisada para que
resulte em boas obras. É também a Energia, a Contundência, a Força e a
Decisão necessários para que o Aprendiz possa desbastar sua Pedra Bruta.
O Cinzel, assim como o Maço é um instrumento do Aprendiz Maçom,
que se aplica sobre a pedra com a mão esquerda, lado passivo,
correspondente à receptividade, simbolizando o Discernimento, a Inteligência,
que dirige a Vontade.
Quando representados juntos, simbolizam que devem atuar
harmonicamente para atingir os objetivos visados.
Não se deve confundir Maço ou Malho, com Malhete.

As três Janelas:
As três Janelas dispostas uma no Oriente; uma no Sul e outra no
Ocidente representam o V.'.M.'., o Prim.'.Vig.'. e o Seg.'.Vig.'.
Representando também os locais por onde a Luz (da sabedoria, da força
e da beleza) pode adentrar ao Templo.
Não há janelas na Coluna do Norte porque dali o sol não brilhará, isso
atesta e confirma que a representação do templo como sendo o de Salomão
está correta e independe do hemisfério em que a Loja está reunida.

A Corda com sete Nós:


A corda que aparece no Painel tem sete nós dados com a mesma
conformação daqueles que aparecem na Corda de 81 nós que está localizada
no interior da Loja, no alto das paredes, junto ao teto e a acima das 12 Colunas
Zodiacais e simboliza a Cadeia de União.
Seus Nós de uma laçada dupla sem pretensões de amarrar coisa
alguma, demonstram apenas as diversas ‘nuances’ que podemos experimentar
em nossas vidas sem, todavia afastarmo-nos do todo (a corda).
Os sete nós referem-se às sete artes e ciências liberais que são: Lógica,
Gramática, Retórica, Aritmética, Música, Geometria e Astronomia, que
embasam o aprendizado daqueles que querem fazer parte da Sublime
Instituição Maçônica (daqueles que pretendem fazer parte da coletividade
representada pela Corda de 81 nós).
Há ainda aqueles que consideram os sete nós como a soma dos 4
elementos às 3 virtudes (Fogo, Ar, Terra, Água + Fé, Esperança e Caridade).
As duas Borlas pendentes da corda simbolizam a Justiça e a Equidade
que devem pautar o comportamento de um Maçom.

Os três Degraus:
Representam a idade do Aprendiz Maçom.
Para a Escola Mística, simbolizam os esforços que deverão ser
empreendidos para alcançar os três planos onde se manifesta o Ser Humano
ou o Ternário Humano: Corpo, Alma e o Espírito.
Podem também ser identificadas com as três virtudes cardinais que
devem ser trabalhadas: Fé, Esperança e Caridade que polarizam todas as
outras virtudes humanas.

O Pórtico e o Delta:
O Pórtico representa a entrada do Templo de Salomão.
É o umbral da Luz, a porta que se deve passar na busca do
Aperfeiçoamento e da Verdade.
O Delta, similar a um Triângulo Eqüilátero, figura considerada perfeita
por possuir seus ângulos e lados iguais, é um dos símbolos mais importantes e
antigos por representar a Trindade Divina.

As Colunas B e J e as Romãs:
Elas são ornamentais pois não sustentam o Templo.
As Colunas B e J sinalizam os dois solstícios (de verão e de inverno), ou
seja demarcam a posição do Sol nessas duas datas, astronomicamente muito
importantes (o auge do verão e o auge do inverno).
Assim sinalizado, é fácil perceber o caminho do Sol alternando sua
posição entre as duas colunas solsticiais, Trópico de Câncer (coluna "B") e o
Trópico de Capricórnio (coluna "J"), passando a linha do Equador entre elas e
estendendo-se até o Delta no Oriente.
Essas Colunas balizam e orientam a COLUNA DO NORTE (B) e a
COLUNA DO SUL (J) dos templos.
Restringido ao Grau de Aprendiz a Coluna "B" é denominada BOOZ ou
BOAZ, significando em força, com força ou solidamente.
Sobre essas colunas as Romãs, semiabertas simbolizam o conceito de
união entre os IIr.’., a Fraternidade que deve existir entre todos os homens e,
especialmente, entre os Maçons.
No R.'.E.'.A.'.A.'. a Coluna "B" presidida pelo Prim.'.Vig.'. sentam-se os
AApr.'. e a Coluna "J" sob responsabilidade do Seg.'.Vig".'., ficam os CComp.'..

3 - CONCLUSÃO:
O Painel utilizado no Grau de Aprendiz está repleto de Símbolos
destinados aos ensinamentos desse primeiro Grau da Maçonaria Simbólica.
Ensinamentos que nunca deverão ser abandonados até mesmo pelos
Maçons detentores de outros Graus, pois, independentemente do grau de
aperfeiçoamento que tenha sido atingido, nunca conseguiremos atingir a
Perfeição do G.'.A.'.D.'.U.'..

4 - REFERÊNCIAS:
PUSCH, Jaime. ABC do Aprendiz. Ed. do Autor. Tubarão SC, 1981
GOP, Ritual de Aprendiz Maçom do RIT.'.ESC.'.ANT.'.AC.'., 2012
TROLHA, Xico. Instruções para Loja de Aprendiz do R.'.E.'.A.'.A.'.. Londrina;
ed. Maçônica "A Trolha", 2010.
CAMINO, Rizzardo. Os Painéis da Loja de Aprendiz. Londrina; ed. Maçônica "a
Trolha", 2013
O PRUMO, revista. GOSC. Florianópolis, edição Maio/Junho de 2013.
A TROLHA nº 2, Coletânea de Trabalhos de Autores Diversos. Londrina. Ed.
Maçônica A Trolha, Julho de 1994.
ASLAN, Nicola. Grande Dicionário Enciclopédico de Maçonaria e Simbologia.
Ed. Maçônica A Trolha. Londrina, Fevereiro de 2012.
TROLHA, Xico. Simbolos Maçônicos e Suas Origens. Ed. Maçônica "A Trolha",
Londrina, Julho de 2009.
ALVES, Derly Halfeld. Peças de Arquitetura. Ed. Maçônica "A Trolha".
Londrina, outubro de 2008.

Bandeirantes, 29 de Novembro de 2013 da E.'.V.'.

A.'.M.'. Francisco Carlos Marcone, que recebeu a Luz em 01/03/2013.

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"O verdadeiro trabalho do Aprendiz é, afinal, o de se aperfeiçoar a ele


próprio. Incessantemente. Incansavelmente. Interminavelmente. Ou melhor, só
terminando no exato momento em que deixa esta dimensão do Universo e
passa ao Oriente Eterno."

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