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TRABALHO DE

DIREITO
PROCESSUAL
CIVIL IV

ALUNO: GUSTAVO ADÃO COSTA SOARES

PROFESSOR: ROGÉRIO MENDES FERNANDES

TURMA: 8º ALFA UNIATENAS


CAUTELARES NO CPC/73

A Tutela Cautelar é decisão definitiva (exauriente, malgrado com eficácia temporária)


que garante os futuros efeitos da tutela definitiva satisfativa, tendo sua eficácia
temporária, é sempre não-satisfativa e conservativa, pois se limita a assegurar a futura
satisfação de uma pretensão cognitiva ou executiva.

Cautelares em espécie no CPC de 73

Arresto é a medida de apreensão de bens que tem por fim garantir futura execução por
quantia certa. Ele incide sobre bens indeterminados e seu efeito principal é a afetação
do bem apreendido enquanto a decisão não for modificada ou revogada.

O arresto terá lugar quando:

• O devedor sem domicílio certo intenta ausentar-se ou alienar os bens que


possui, ou deixa de pagar a obrigação no prazo estipulado;
• Quando o devedor, que tem domicílio se ausenta ou tenta ausentar-se
furtivamente, ou quando ele caindo em insolvência, aliena ou tenta alienar bens
que possui; contrai ou tenta contrair dívidas extraordinárias; põe ou tenta pôr os
seus bens em nome de terceiros; ou comete outro qualquer artifício fraudulento,
a fim de frustrar a execução ou lesar credores;
• Quando o devedor, que possui bens de raiz, intenta aliená-los, hipotecá-los ou
dá-los em anticrese, sem ficar com algum ou alguns, livres e desembargados,
equivalentes às dívidas.

Para a concessão do arresto é necessário a existência de prova literal da dívida líquida


e certa (para efeito de concessão de arresto, também e considera prova da existência
do débito, a sentença, líquida ou ilíquida, pendente de recurso, condenando o devedor
ao pagamento de dinheiro ou de prestação que em dinheiro possa converter-se),
juntamente com a prova documental ou justificação nas hipóteses mencionadas
anteriormente.

Sequestro é a medida que visa garantir execução para a entrega de coisa, ou seja, sua
incidência é sobre bens determinados.

O juiz, a requerimento da parte, poderá deferir o sequestro:


• de bens móveis, semoventes ou imóveis, quando Ihes for disputada a
propriedade ou a posse, havendo fundado receio de rixas ou danificações;
• dos frutos e rendimentos do imóvel reivindicando, se o réu, depois de
condenado por sentença ainda sujeita a recurso, os dissipar;
• dos bens do casal, nas ações de separação judicial e de anulação de
casamento, se o cônjuge os estiver dilapidando.

Ademais, no que couber as regras referentes ao arresto, aplica-se ao sequestro.

Caução consiste em um valor depositado como garantia para o cumprimento de


obrigação ou indenização de possível dano.

Se divide em:

Real, o objeto da garantia pode ser utilizado no pagamento da obrigação. Os exemplos


mais clássicos são: cheque caução, hipoteca, poupança caução e penhor.

Fidejussória, por sua vez, é uma garantia pessoal. É uma fiança dada por alguém, que
assume o compromisso de cumprir com as obrigações mantidas em contrato. Dessa
forma, tem sentido distinto da garantia real, em que um bem é considerado caução.

O CPC de 73 traz consigo, que quando a lei não determinar a espécie de caução,
esta poderá ser prestada mediante depósito em dinheiro, papéis de crédito, títulos
da União ou dos Estados, pedras e metais preciosos, hipoteca, penhor e fiança.

A caução ainda, pode ser prestada pelo interessado ou por terceiro. Adiante, o CPC de
73, em seu artigo 829, traz consigo elementos que devem estar presentes na inicial
daquele que for obrigado a prestar a caução, qual seja:

Art. 829. Aquele que for obrigado a dar caução requererá


a citação da pessoa a favor de quem tiver de ser prestada,
indicando na petição inicial:

I - o valor a caucionar;

II - o modo pelo qual a caução vai ser prestada;

III - a estimativa dos bens;

IV - a prova da suficiência da caução ou da idoneidade do


fiador.

Em seu artigo 830, indica que ocorrerá a citação do agente que ficou obrigado a prestar
a caução:

Art. 830. Aquele em cujo favor há de ser dada a caução


requererá a citação do obrigado para que a preste, sob
pena de incorrer na sanção que a lei ou o contrato cominar
para a falta.

Assim, o requerido será citado para, no prazo de 5 (cinco) dias, aceitar a caução,
prestá-la, ou contestar o pedido.

Da Busca e Apreensão é um procedimento que visa a busca (procura) e apreensão


de coisas e/ou pessoas, com o objetivo de se garantir a eficácia de um processo
principal. Ora possui natureza cautelar, sendo satisfativa.

No CPC de 73, preceitua que o juiz pode decretar a busca e apreensão de pessoas
ou de coisas. O requerente em sua petição inicial, deverá expor de forma
fundamentada as suas razões para a imposição da medida supracitada,
juntamente com a ciência (localização) de estar a pessoa ou coisa no local
designado.

A justificação prévia correrá em segredo de justiça (caso seja indispensável), provando


o bastante o alegado, a expedição do mandado conterá:

• A indicação da casa ou do lugar em que deve efetuar-se a diligência;


• A descrição da pessoa ou da coisa procurada e o destino a Ihe dar;
• A assinatura do juiz, de quem emanar a ordem.

Havendo resistência ao cumprimento do Mandado de Busca e Apreensão, poderiam os


dois oficiais de justiça arrombar as portas externas ou internas que fossem necessárias
ao cumprimento do mandado, sem que para isso houvesse necessidade de autorização
judicial específica para o arrombamento (sendo necessária a autorização judicial
apenas na hipótese de força policial para auxiliar os oficiais de justiça).

Ao final da diligência, lavrarão os oficiais de justiça auto circunstanciado, assinando-o


com as testemunhas.

Exibição versa sobre a necessidade de acesso ao documento ou coisa de titularidade


própria, ou ainda que de terceiros, pela demonstração do legítimo interesse sobre o seu
conteúdo, desde que, é claro, seja previamente comprovada a existência de relação-
jurídica entre as partes.

Como procedimento preparatório, cabe a exibição judicial:

• De coisa móvel em poder de outrem e que o requerente repute sua ou tenha


interesse em conhecer;
• De documento próprio ou comum, em poder de cointeressado, sócio,
condômino, credor ou devedor; ou em poder de terceiro que o tenha em sua
guarda, como inventariante, testamenteiro, depositário ou administrador de bens
alheios;
• Da escrituração comercial por inteiro, balanços e documentos de arquivo, nos
casos expressos em lei.

Da Produção Antecipada de provas tem como objetivo antecipar determinados meios


de provas diante da impossibilidade de a parte aguardar o momento oportuno para sua
produção, que normalmente se dá na audiência de instrução e julgamento. Podendo
consistir em interrogatório da parte, inquirição de testemunhas e exame pericial. É dever
do requerente, justificar de maneira resumida a necessidade da antecipação e
mencionará com precisão os fatos sobre que há de recair a prova.

Irá ocorrer o interrogatório da parte ou a inquirição das testemunhas antes da


propositura da ação, ou na pendência desta, mas antes da audiência de instrução
quando:

• Se tiver de ausentar-se;
• Se, por motivo de idade ou de moléstia grave, houver justo receio de que ao
tempo da prova já não exista, ou esteja impossibilitada de depor.

Quando se tratar de inquirição de testemunhas, serão intimados os interessados


a comparecer à audiência em que prestará o depoimento. Já o exame pericial só
é possível quando houver fundado receio de que venha a tornar-se impossível ou
muito difícil a verificação de certos fatos na pendência da ação.

Alimentos Provisionais são aqueles estipulados em outras ações que não seguem o
rito especial previsto na Lei de Alimentos (Lei 5.478/1968), visando manter a parte que
os pleiteia no curso da lide.

Sendo cabíveis:

• Nas ações de desquite e de anulação de casamento, desde que estejam


separados os cônjuges (nesse caso, a prestação alimentícia devida ao
requerente abrange, além do que necessitar para sustento, habitação e
vestuário, as despesas para custear a demanda);
• Nas ações de alimentos, desde o despacho da petição inicial;
• Nos demais casos expressos em lei.

Mesmo que a causa principal esteja pendente de julgamento no tribunal, irá ser
processado no primeiro grau de jurisdição o pedido de alimentos provisionais.
Do Arrolamento de Bens tem a finalidade de conservar bens sobre os quais incide o
interesse do requerente da medida, como, por exemplo, do cônjuge para resguardar sua
meação na partilha; do herdeiro em relação aos bens da herança; do sócio em relação
aos bens sociais etc. Tal conservação se faz com o arrolamento, ou seja, com a
“listagem” dos bens e seu depósito, que pode recair sobre a pessoa do possuidor.

Distingue-se o arrolamento das medidas de arresto e sequestro. No arresto, faz-


se a constrição de bens indeterminados, bastantes para garantir futura execução
por quantia certa. No sequestro, a constrição recai sobre bem determinado que
esteja sendo objeto de disputa ou que venha a ser disputado. Já no arrolamento,
a constrição incide sobre bens indeterminados, não litigiosos, com o exclusivo
intuito de conservá-los, até a resolução de demanda que com eles se relaciona.

Irá se proceder ao arrolamento de bens, sempre que existir um fundado receio de


extravio ou de dissipação de bens. Podendo fazer o requerimento todo aquele que tenha
interesse na conservação dos bens. O interesse do requerente pode resultar de um
direito já constituído ou que deva ser buscado e declarado em ação própria. Quando se
tratar de credores, só lhes serão permitidos requerer arrolamento nos casos em que
tenha lugar a arrecadação de herança.

Da Justificação que tem por finalidade a formação de uma prova a ser utilizada em
processo futuro. No processo de justificação, o juiz não se pronuncia sobre o mérito da
prova, tendo sua atuação limitada à verificação da observância das formalidades legais.
Uma vez que o magistrado não fará a análise do mérito da prova a fim de declarar se
existe ou não a dependência econômica, resta evidenciada a ausência de utilidade da
presente justificação.

No CPC de 73, sua aplicabilidade se restringe ao agente que pretenda justificar a


existência de algum fato ou relação jurídica, seja para simples documento e sem caráter
contencioso, seja para servir de prova em processo regular. Devendo este, expor em
uma petição circunstanciada o seu requerimento. No processo de justificação não se
admite defesa nem recurso. A justificação será afinal julgada por sentença e os autos
serão entregues ao requerente independentemente do resultado.

É essencial ainda, a citação dos interessados (salvo hipóteses previstas em lei),


quando não puder ocorrer a citação pessoalmente dos mesmos, irá ocorrer a
intervenção do Ministério Público.

A justificação consistirá na inquirição de testemunhas sobre os fatos alegados,


sendo facultado ao requerente juntar documentos. É lícito por parte do
interessado, contraditar as testemunhas, reinquiri-las e manifestar-se sobre os
documentos, dos quais terá vista em cartório por 24 (vinte e quatro) horas.

Dos Protestos, Notificações e Interpelações

Notificação: Consiste na cientificação que se faz a outrem para que junto a ele produza
algum efeito prático ou jurídico, incidente sobre relação jurídica preexistente entre
promovente e promovido.

Interpelação: É apenas uma espécie de notificação, identificada pela referência a uma


prestação que o promovente reclama do interpelado.

Protesto: É ato judicial de comprovação ou documentação de intenção do promovente.


Revela-se, por meio dele, o propósito do agente de fazer atuar no mundo jurídico uma
pretensão, geralmente, de ordem substancial ou material.

No CPC de 73, se manifestavam como:

Art. 867. Todo aquele que desejar prevenir


responsabilidade, prover a conservação e ressalva de
seus direitos ou manifestar qualquer intenção de modo
formal, poderá fazer por escrito o seu protesto, em petição
dirigida ao juiz, e requerer que do mesmo se intime a
quem de direito.

Veja que, os três instrumentos se prestam à manifestação de vontade por parte do


requerente, cada um com sua finalidade específica.

A notificação se destina informar a outra pessoa acerca de seu propósito. Exemplos


Lei 8245/91, o art. 27 que prevê a notificação para que o locatário exerça seu direito de
preferência em caso de venda do imóvel.

A interpelação destina-se a exigir que o destinatário faça ou deixe de fazer algo. O


código civil traz expressa previsão da interpelação judicial art. 525, nos casos de venda
com reserva de domínio, visando a constituir em mora o comprador.

Protesto judicial é a função de documentação residual de qualquer pretensão que não


verse sobre cumprimento de obrigações entre os sujeitos de determinada relação
jurídica (notificação), nem sobre exigência de prestações devidas ao promovente
(interpelação).

Da Homologação do Penhor Legal é a ratificação do ato do penhor legal (é um direito


real de garantia concedido por lei a alguns credores, sobre coisas móveis, em situações
especiais), que visa o reconhecimento de uma situação jurídica preestabelecida de
forma a atestar-lhe a regularidade.

O CPC de 73, aduz que:

Art. 874. Tomado o penhor legal nos casos previstos em


lei, requererá o credor, ato contínuo, a homologação. Na
petição inicial, instruída com a conta pormenorizada das
despesas, a tabela dos preços e a relação dos objetos
retidos, pedirá a citação do devedor para, em 24 (vinte e
quatro) horas, pagar ou alegar defesa.

Parágrafo único. Estando suficientemente provado o


pedido nos termos deste artigo, o juiz poderá homologar
de plano o penhor legal.

Da Posse Em Nome do Nascituro tem por finalidade permitir à mulher provar que está
grávida, garantindo-se, com isso, os direitos do nascituro. Essa finalidade esgota-se
com a constatação da gravidez, e não há qualquer decisão a respeito da paternidade,
que deverá ser objeto de ação autônoma.

Nesse sentido, o CPC de 73 diz:

Art. 877. A mulher que, para garantia dos direitos do filho


nascituro, quiser provar seu estado de gravidez, requererá
ao juiz que, ouvido o órgão do Ministério Público, mande
examiná-la por um médico de sua nomeação.

§ 1 o O requerimento será instruído com a certidão de óbito


da pessoa, de quem o nascituro é sucessor.

§ 2 o Será dispensado o exame se os herdeiros do falecido


aceitarem a declaração da requerente.

§ 3 o Em caso algum a falta do exame prejudicará os direitos


do nascituro.

Do Atentado é o ato voltado a corrigir, separar a reparar a situação fática, retornando-


a ao status quo (estado anterior). A medida é consequência da violação dos deveres
das partes.

O CPC de 73, trata o atentado como:

Art. 879. Comete atentado a parte que no curso do


processo:

I - viola penhora, arresto, seqüestro ou imissão na posse;

II - prossegue em obra embargada;


III - pratica outra qualquer inovação ilegal no estado de fato.

A sentença, que julgar procedente a ação, ordenará o restabelecimento do estado


anterior, a suspensão da causa principal e a proibição de o réu falar nos autos até a
purgação do atentado. Poderá ainda, condenar o réu a ressarcir à parte lesada as
perdas e danos que sofreu em consequência do atentado.

Do Protesto e da Apreensão de Títulos

Protesto é a manifestação de inconformismo. No caso do protesto de títulos, temos


que o credor, para que fique registrado que agiu em tempo oportuno, cobrando seu
devedor e este, o devedor, não pagou, registra seu protesto perante o Tabelião de
Protestos de Títulos. Sendo assim, um ato formal e solene pelo qual se prova a
inadimplência e o descumprimento de obrigação originada em títulos e outros
documentos de dívida. Tendo como principais funções: Garantir o direito de regresso
contra os Intervenientes no título; evitar ou interromper a prescrição.

O CPC de 73, regulou que o ‘’protesto de títulos e contas judicialmente verificadas


far-se-á nos casos e com observância da lei especial.’’

Apreensão de títulos tem como objetivo imediato apreender título que se encontra na
posse de alguém que o recebeu para praticar determinado ato cambial (apor aceite) e
apresente dificuldade de devolução. O CPC de 73 preceitua que: O juiz poderá ordenar
a apreensão de título não restituído ou sonegado pelo emitente, sacado ou
aceitante.

De Outras Medidas Provisionais

Ademais, conforme as cautelares discorridas acima, dependendo do caso em análise o


juiz poderá ordenar ou autorizar, na pendência de uma ação principal ou antes da
propositura da mesma:

• Obras de conservação em coisa litigiosa ou judicialmente apreendida;


• A entrega de bens de uso pessoal do cônjuge e dos filhos;
• A posse provisória dos filhos, nos casos de separação judicial ou anulação de
casamento;
• O afastamento do menor autorizado a contrair casamento contra a vontade dos
pais;
• O depósito de menores ou incapazes castigados imoderadamente por seus
pais, tutores ou curadores, ou por eles induzidos à prática de atos contrários à
lei ou à moral;
• O afastamento temporário de um dos cônjuges da morada do casal (separação
de corpus);
• A guarda e a educação dos filhos, regulado o direito de visita que, no interesse
da criança ou do adolescente, pode, a critério do juiz, ser extensivo a cada um
dos avós;
• A interdição ou a demolição de prédio para resguardar a saúde, a segurança ou
outro interesse público.

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