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ESTUDO DO LIVRO
DE APOCALIPSE
A LU Í Z I O A . S I LVA
Editado e publicado no Brasil por:
VINHA Editora
Av T-7, 1361 Setor Bueno CEP: 74.210.260
Goiânia – GO – Brasil
Telefone: (62) 3534-8850
sac@vinhaeditora.com.br
Exceto as de outra forma indicadas, as citações bíblicas foram extraídas da Bíblia Sagrada, Edição Revista e Atualizada
(RA), trad. João Ferreira de Almeida, Sociedade Bíblica do Brasil (SBB), São Paulo, SP, 1993.
Direitos reservados. É proibida a reprodução total ou parcial da obra, de qualquer forma ou por qualquer meio sem a
autorização prévia e por escrito do autor. A violação dos Direitos Autorais (Lei nº 9610/98) é crime estabelecido pelo
artigo 48 do Código Penal.
Impresso no Brasil
Printed in Brazil
2011
Sumário
Visão geral 5
Apocalipse 1.1-11 — Introdução 15
Não temas as coisas que tens de sofrer. Eis que o diabo está para lançar
em prisão alguns dentre vós, para serdes postos à prova, e tereis tribula-
ção de dez dias. Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida. (Ap 2.10)
6 Esboço do estudo do livro de Apocalipse
Apocalipse foi escrito em 95 ou 96 d.C. Provavelmente na ilha de Patmos pelo Apóstolo João.
A interpretação do livro
1. Preteristas
Estes crêem que a maior parte do livro já se cumpriu entre a Igreja e Roma, com a vitória
da Igreja no final.
2. Históricos
Estes declaram que as profecias envolvem todo o período da história da Igreja.
3. Futuristas
Asseveram que a maior parte das profecias ainda se cumprirão. Apenas parte dos capítulos
2 e 3 se cumpriram.
Vi s ã o g e r a l 7
O conteúdo do livro de Apocalipse inclui todo o governo soberano de Deus sobre a história
desde a ascensão de Cristo até a Nova Jerusalém. A história desse governo é contada por meio
de grupos de itens: sete selos, sete trombetas e sete taças.
Os primeiros quatro selos abrangem a história do mundo da ascensão de Cristo até a Sua
volta (6.1-8). Nesses quatro selos, vemos quatro cavalos e cada um deles com um cavaleiro. O
cavaleiro do primeiro cavalo é a pregação do evangelho, do segundo é a guerra, do terceiro é a
fome e o do quatro é a morte.
O quinto selo fala do clamor dos santos martirizados (6.9-11). No final desta era os santos
martirizados clamarão a Deus por vingança. O sexto selo abrange o tempo da grande tribulação
(6.12-17). Naqueles dias Deus derramará a sua ira sobre a terra.
As sete trombetas são o conteúdo do sétimo selo e também nos falam da grande tribulação.
As quatro primeiras trombetas são o julgamento sobre a terra, o mar, rios, sol, lua e estrelas
(8.7-12). [E A QUINTA TROMBETA?] A sexta trombeta mostra o que realmente será a
grande tribulação.
A última trombeta é a mais complexa de todas. Ela inclui tudo desde o fim da grande tri-
bulação até a eternidade. Ela consiste no reino eterno de Cristo, o julgamento dos mortos, a
recompensa dos santos e a destruição de satanás, o Anticristo, o falso profeta e todos os seus
seguidores. Na sétima trombeta estão incluídas as sete taças que são o término da grande tri-
bulação (15.1-16.21).
O estilo do livro
Um novo na fé pode concluir que o livro tem símbolos em demasia e por isso seja difícil de
entender. Mas não há tanta dificuldade como se pensa.
Além desses símbolos o que temos é a Palavra de Deus clara e direta. Embora muitas vezes a
cena descrita envolva anjos e seres viventes, eles deveriam ser entendidos como descrições reais.
Há cerca de trinta símbolos, mas a metade deles o próprio livro explica: 1.20; 4.5; 5.6; 8.3,4;
12.9; 16.13; 17.12;15;18; 19.8; 21.9,10.
8 Esboço do estudo do livro de Apocalipse
Quanto ao mistério das sete estrelas que viste na minha mão direita e
aos sete candeeiros de ouro, as sete estrelas são os anjos das sete igrejas,
e os sete candeeiros são as sete igrejas. (Ap 1.20)
Então, vi, no meio do trono e dos quatro seres viventes e entre os anci-
ãos, de pé, um Cordeiro como tendo sido morto. Ele tinha sete chifres,
bem como sete olhos, que são os sete Espíritos de Deus enviados por
toda a terra. (Ap 5.6)
Os dez chifres que viste são dez reis, os quais ainda não receberam
reino, mas recebem autoridade como reis, com a besta, durante uma
hora. (Ap 17.12)
Falou-me ainda: As águas que viste, onde a meretriz está assentada, são
povos, multidões, nações e línguas. (Ap 17.15)
A mulher que viste é a grande cidade que domina sobre os reis da terra.
(Ap 17.18)
Então, veio um dos sete anjos que têm as sete taças cheias dos últimos
sete flagelos e falou comigo, dizendo: Vem, mostrar-te-ei a noiva, a es-
posa do Cordeiro; e me transportou, em espírito, até a uma grande e
elevada montanha e me mostrou a santa cidade, Jerusalém, que descia
do céu, da parte de Deus. (Ap 21.9,10)
A salvação nunca se baseia no mérito humano, mas na graça de Deus (Is 55.1; Jo 4.10; Ef
2.8,9; Tt 3.5; Ap 22.17). A recompensa, por outro lado, não é um presente, mas é obtida por
boas obras (Rm. 4.4; 1Co 3.8; Cl 3.23-25; Ap 22.12).
Para os pecadores o alvo deve ser a salvação, mas, uma vez salvos, o alvo deve ser a recompen-
sa. Podemos ilustrar esta situação da seguinte maneira: Um homem rico resolve pagar a escola
10 Esboço do estudo do livro de Apocalipse
para que pessoas pobres possam estudar. Ele faz isso graciosamente e a única exigência é que as
pessoas se matriculem.
Este ato de se matricular é de graça e representa a salvação que nos foi concedida de graça.
Mas uma vez que estamos na escola somente receberemos o diploma se estudarmos arduamen-
te e chegarmos até o fim do curso. A escola é de graça, mas o diploma exige trabalho duro.
Os três julgamentos
Para compreendermos apropriadamente o livro de Apocalipse precisamos saber o que a
Palavra de Deus ensina sobre o julgamento do homem por Deus. Ela menciona três julgamentos:
1. O número um
O número um fala de harmonia e unidade
Mostra um relacionamento de unidade
Deus é a fundação. Tudo começa nEle. Ninguém precede a Deus por isso o número
um representa o Deus absoluto
Vi s ã o g e r a l 11
2. O número dois
Deus é três em um e um em três. Dentro da trindade o Filho é a segunda pessoa. O
número dois é o número do Senhor Jesus.
Ele é chamado de segundo homem (1Co 15.47)
Ele tem duas naturezas: Deus e homem
Sua obra tem dois estágios: sofrimento e glória
O sacrifício do pecado em Levítico 5.7 era com dois pombos ou rolas — simbolizando
o número da salvação
Dois é um número de adição, ajuda e comunhão (Ec 4.9-12)
Também dois é um número de testemunho
O testemunho de dois é verdadeiro (Dt 17.6; 19.15; Mt. 18.16; 2Co 13.1; 1Tm 5.19)
Os discípulos são enviados a testemunhar de dois em dois (Mt. 10)
Os pães do testemunho no tabernáculo são dois
Durante a grande tribulação haverá duas testemunhas (Ap 11.3)
Jesus, a segunda pessoa da trindade, é o fiel e verdadeiro (Ap 1.5; 19.13)
O numero dois pode também ser divisão, diferença e contraste
3. O número três
Três é um número completo. É o número da trindade, o Deus triúno.
O homem completo é espírito, alma e corpo
A família completa é pai, mãe e filho
Três é também o número da ressurreição. O terceiro dia
Jonas ficou três dias no ventre do peixe
Mas também simbolisa o Deus triúno. A fórmula do batismo é em nome do Pai, do
Filho e do Espírito Santo
Jesus foi tentado três vezes e orou três vezes no Getsêmane
Pedro negou a Jesus três vezes e Este perguntou-lhe três vezes se O amava
1João 5.8 fala de três testemunhas
12 Esboço do estudo do livro de Apocalipse
4. O número quatro
É o número do mundo. O número da criação
Quatro elementos — terra, ar, água e fogo
Quatro ventos - (Ap 7.1)
Quatro estações, quatro direções, quatro impérios mundiais do livro de Daniel de
Nabucodonosor a Jesus
Os quatro evangelhos registram a história de Cristo no mundo
Na parábola do semeador o coração tem quatro confissões
O julgamento do mundo tem quatro aspectos — guerra, fome, doença e terremoto
5. O número cinco
É o número incompleto e da responsabilidade do homem diante de Deus
Cinco virgens néscias e cinco prudentes (Mt 25.2)
Cinco dedos são a metade dos dez
A consagração de Arão e a purificação do leproso envolvia cinco unções em cinco
partes do corpo
O Senhor usou cinco pães para alimentar cinco mil
Davi usou cinco pedras para vencer Golias
O quinto reino será o reino de Cristo. Para entrar nele temos de assumir compromisso
e responsabilidades
Há cinco ofertas em Levítico simbolizando a obra de Cristo e a responsabilidade humana
6. O número seis
É o número do diabo (Dn 3.1; Ap 13.18). Mas também é o número do homem caído
em rebelião contra Deus e unido com o diabo
O homem foi criado no sexto dia. O homem pode trabalhar seis dias por semana (Êx
23.12)
Um escravo somente o era por seis anos
A história humana tem cerca de seis mil anos
O sexto selo fala da ira do Cordeiro sobre a humanidade
As medidas do giangete Golias eram seis: seis côvados de altura, seis dedos na mão e
no pé (1Sm 17.4-7)
A estátua de Nabucodonosor era sessenta côvados por seis côvados [60x6] (Dn 3.1-3)
O anticristo é 666
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7. O número sete
É o número da perfeição no tempo
É o sábado (Gn 2.1-3)
Enoque é o sétimo depois de Adão (Gn 4.17)
Depois que Noé entrou na arca houve sete dias de graça (Gn 7.4)
Jacó serviu Labão por sete anos
No Egito houve sete anos de fome e abundância
O Candelabro tem sete lâmpadas
O sangue era aspergido sete vezes no pecador — a perfeita redenção
O sétimo ano era do descanso — o perfeito descanso
Durante a festa dos pães asmos uma oferta de holocausto era feita por sete dias — a
perfeita consagração
A festa dos tabernáculos durava sete dias — a perfeita glória
A luta contra Jericó foi com sete sacerdotes, usando sete trombetas, marchando sete
dias — a perfeita vitória
Naamã mergulhou sete vezes no Jordão — a perfeita verdade
Jó teve sete filhas — a perfeita bênção
Jesus falou sete palavras na cruz
Sete diáconos serviam as mesas
Sete parábolas do reino em Mateus 13
Sete festas em Israel
Sete igrejas no Apocalipse
Apocalipse é um livro de sete: sete Espíritos, candelabros, lâmpadas, chifres, olhos,
trombetas, pragas, ais. Ao todo o livro usa o sete conquenta e seis vezes
8. O número oito
É o número da ressurreição
É o primeiro dia da semana
Oito pessoas saíram da arca
A circuncisão é no oitavo dia
Davi era o oitavo filho
O leproso era purificado no oitavo dia
As primícias eram trazidas no oitavo dia
O sacerdote trabalhava no oitavo dia da consagração
A transfiguração foi no oitavo dia
14 Esboço do estudo do livro de Apocalipse
9. O número dez
É o número da perfeição no mundo
Equivale a cinco vezes dois — é a total responsabilidade diante de Deus
Dez virgens, dez pragas no Egito, os dez servos de Lucas 19.13 e os discípulo oraram
dez dias.
Mas o diabo tentou frustrar o propósito de Deus e o homem caiu. A história de como Deus
resgatou os homens, a redenção, e a sua conclusão é contada em Apocalipse. No último livro,
na conclusão, vemos que Deus nos fez reino e sacerdotes (Ap 1.6).
Apocalipse também é importante porque vemos ali a conclusão de Deus a respeito da ser-
pente. Descobrimos porque Deus tem tolerado satanás agir na Terra. Apocalipse é, portanto, a
conclusão dos quatro tópicos principais:
O propósito de Deus
A redenção do homem
A igreja
O destino de satanás
A revelação (v. 1)
O livro de Apocalipse é a conclusão, a completude e a consumação da revelação do Senhor
em toda a Bíblia. A maioria das verdades são semeadas em Gênesis. Os outros livros, especial-
mente o Novo Testamento, desenvolvem, mas Apocalipse é a conclusão máxima.
Apesar do livro revelar muitas coisas, a revelação básica é do Senhor Jesus, da Sua pessoa. Em
Apocalipse 1.13-16, Ele é o sumo-sacerdote no meio das igrejas, cuidando delas e julgando-as.
Ele é o leão-cordeiro no trono de Deus. Ele é o ser vivente no meio dos vinte e quatro anciãos
(Ap 5.1-6).
Como o primeiro verso de Apocalipse diz, o livro é uma revelação de Jesus Cristo. Somente
neste livro podemos ver Cristo como o sumo-sacerdote cuidando das igrejas (1.13-16), como o
Cordeiro que foi morto, como o Leão da tribo de Judá (5.1 - 6.1). Cristo aqui possui sete olhos
(5.6) e uma espada afiada sai de Sua boca (1.16).
O filho varão será arrebatado para o trono de Deus e depois disso o dragão perseguirá o resto
da mulher. Depois que o filho varão é arrebatado, satanás é expulso dos céus.
da grande tribulação (14.4). No Velho Testamento as primícias não eram levadas para o celeiro,
mas levadas para o templo (Ex. 23.19).
A messe estará amadurecida perto do fim da grande tribulação. A perseguição será como o
forte sol que vai amadurecer a colheita dos santos (14.15),
A dedicatória às igrejas - v. 4 a 8
A saudação de João envolve as três pessoas da trindade:
O que era, é e será (referindo-se a Deus);
Da parte dos sete espíritos de Deus (referindo-se ao Espírito Santo);
A fiel testemunha, o primogênito dos mortos, o soberano dos reis da Terra (referindo-
-se a Jesus Cristo).
Se comparar o verso 8 veremos que Jesus é Deus pois ele é o Alfa e o ômega.
a) O aspecto secreto
Cristo virá como ladrão
Quando o Senhor vier como ladrão ele virá para buscar coisas preciosas, o seu tesouro precioso.
Eis que venho como vem o ladrão. Bem-aventurado aquele que vigia e
guarda as suas vestes, para que não ande nu, e não se veja a sua vergo-
nha. Ap. 16.15
Então, dois estarão no campo, um será tomado, e deixado o outro; duas estarão trabalhando
num moinho, uma será tomada, e deixada a outra. Portanto, vigiai, porque não sabeis em que
dia vem o vosso Senhor. Mas considerai isto: se o pai de família soubesse a que hora viria o
ladrão, vigiaria e não deixaria que fosse arrombada a sua casa. Por isso, ficai também vós aper-
cebidos; porque, à hora em que não cuidais, o Filho do Homem virá. Mt. 24.40 e 41
Em hora desconhecida
Nenhum ladrão diz de antemão a hora de sua chegada, por isso será em hora desconhecida
- 3.3, Mt. 24.36 e 42, 25.13.
Mas a respeito daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos dos céus,
nem o Filho, senão o Pai. Mt. 24.36
Portanto, vigiai, porque não sabeis em que dia vem o vosso Senhor.
Mt. 24.42
Vigiai, pois, porque não sabeis o dia nem a hora. Mt. 25.13
Ap. 12.5 diz que o filho varão foi arrebatado até o trono de Deus. Nós veremos mais tarde
que esse filho varão são os crentes vencedores.
Ap. 2.28 diz que virá como a estrela da manhã, mas Ml. 4.2 fala que virá como o sol. Se qui-
ser ver a estrela da manhã você deve estar acordado bem cedo quando todos estão dormindo.
Mas com respeito ao sol não precisamos fazer coisa alguma.
Mas para vós outros que temeis o meu nome nascerá o sol da justiça,
trazendo salvação nas suas asas; saireis e saltareis como bezerros soltos
da estrebaria. Ml. 4.2
b) O aspecto às claras
Será visto por todas as tribos da terra.
Não existe muita clareza se a terra mencionada em Apocalipse 1.7 se refere a todo o planeta
ou apenas a Israel. Baseados em Zacarias 12.10 é provável que se refira apenas a Israel.
Eis que vem com as nuvens, e todo olho o verá, até quantos o traspas-
saram. E todas as tribos da terra se lamentarão sobre ele. Certamente.
Amém! Ap. 1.7
No seu aspecto secreto ninguém sabe quando será o tempo, mas no segundo aspecto os
sinais são perfeitamente claros na Palavra de Deus. Será quando soar a última trombeta (a
sétima). Sabemos que a última trombeta marcará o final da grande tribulação (18.1 I Ts. 4.16,
I Cor. 15.52) e que o Anticristo vai de manifestar antes da vinda do Senhor (II Ts. 2.1-4 e 8).
Virá nas nuvens (Ap. 1.7, 14.14, Mt. 24.30; Zc. 14.4, At. 1.11-12).
De acordo com Atos 1.11-12, o Senhor virá da mesma maneira que subiu ao céu. Uma vez
que ele subiu do monte das Oliveiras é de lá que ele virá (Zc. 14.4).
E lhes disseram: Varões galileus, por que estais olhando para as alturas?
Esse Jesus que dentre vós foi assunto ao céu virá do modo como o vistes
subir. Então, voltaram para Jerusalém, do monte chamado Olival, que
dista daquela cidade tanto como a jornada de um sábado. At. 1.11-12
Naquele dia, estarão os seus pés sobre o monte das Oliveiras, que está
defronte de Jerusalém para o oriente; o monte das Oliveiras será fendido
pelo meio, para o oriente e para o ocidente, e haverá um vale muito
grande; metade do monte se apartará para o norte, e a outra metade,
para o sul. Zc. 14.4
22 Esboço do estudo do livro de Apocalipse
Ele virá com os santos vencedores para estabelecer seu reino sobre a terra (19.11-21,
17.13-14, 16.12-16, Zc. 14.3, 5, II Ts. 2.8)
Estar em Jesus por sua vez é participar do seu sofrimento. O nome Jesus denota um homem
de dores Is. 53.3.
Era desprezado e o mais rejeitado entre os homens; homem de dores e que sabe o que é
padecer; e, como um de quem os homens escondem o rosto, era desprezado, e dele não fizemos
caso. Is. 53.3
Estar em Jesus é ser participante daquilo que ele passou quando estava na terra.
Sofrer por Cristo.
Reinar com Cristo.
Perseverar até o fim.
Capítulo
1
A VISÃO DE JESUS GLORIFICADO
APOCALIPSE 1.12-20
1) Como sumo-sacerdote
No verso 13, pela roupa concluímos que as vestes talares eram as roupas de um sacerdote -
Ex. 28.33-35.
As vestes, pois, que farão são estas: um peitoral, uma estola sacerdotal,
uma sobrepeliz, uma túnica bordada, mitra e cinto. Farão vestes sagra-
das para Arão, teu irmão, e para seus filhos, para me oficiarem como
sacerdotes. Ex. 28.4
Os seus olhos são como os das pombas junto às correntes das águas,
lavados em leite, postos em engaste. Ct. 5.12
Sai da sua boca uma espada afiada, para com ela ferir as nações; e ele
mesmo as regerá com cetro de ferro e, pessoalmente, pisa o lagar do
vinho do furor da ira do Deus Todo-Poderoso. Ap. 19.15
No entanto a voz de Cristo hoje é para corrigir e para cortar aquilo que é contra o seu mover.
O meu amado é alvo e rosado, o mais distinguido entre dez mil. Ct. 5.10
Capítulo
2
AS SETE IGREJAS
APOCALIPSE 2 E 3
Do ponto de vista histórico essas sete igrejas existiram literalmente e os problemas e virtudes
mencionados aqui eram reais e as cartas certamente foram úteis na sua edificação.
Todavia a natureza do livro é profecia. Na Ásia havia mais que sete igrejas, porque João
mencionou apenas sete?
É porque as sete representam todas as outras.
Desde que há uma igreja na terra, há um candeeiro no céu. Havia mais de sete igre-
jas na terra, assim deveria ter mais de sete candeeiros no céu. Entretanto, João viu
apenas sete no céu. Isto mostra que por ser profecia essas sete igrejas são simbólicas
e representativas.
Cada Igreja é uma representação profética. Os mestres concordam que cada uma das sete
igreja representa um determinado período da história da Igreja desde primeiro século até a
volta do Senhor.
Cada carta começa com uma revelação do Senhor, recebem repreensões ou elogios e termina
com uma palavra aos vencedores.
Obras é diferente de labor. Trabalhar é algo bom, mas laborar é fazer com encargo.
Isto mostra que havia e ainda pode haver apóstolos além dos doze.
Por mais de mil anos não tem havido igrejas em Éfeso. O candeeiro foi removido. Hoje há
igrejas em Roma, Corinto ou Tessalônica, mas não há em Éfeso.
Os nicolaítas não são encontrados na história. Por ser uma profecia devemos então atentar
ao significado das palavras.
Nikao - conquistar, estar sobre.
Laos - povo, comum, secular.
Nikolaikos significa aquele que domina sobre o povo.
As sete igrejas 29
Na época de Éfeso havia apenas o comportamento e não o ensino dos nicolaítas que veremos
mais adiante.
Precisamos lembrar que na igreja não há clero e leigos. Todos são sacerdotes. O sacerdócio
é universal. Ex. 19.5-6 mostra a intenção original de Deus de ter uma nação de sacerdotes.
Sabemos que o povo recusou por isso o Senhor separou os levitas, Ex. 32.25-29.
No Novo Testamento o projeto de Deus é concretizado como diz I Pe. 2.9 e Ap. 1.5-6.
Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de pro-
priedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele
que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz. I Pe. 2.9
g. A recompensa. v. 7
A grande questão não é o que a Árvore da vida é, mas se você quer seguir a intenção original
de Deus lá no Édem.
2. Igreja de Esmirna
Do ponto de vista profético Esmirna representa a Igreja do segundo e terceiro século. A
igreja perseguida pelo império romano.
A palavra Esmirna vem de mirra e significa sofrimento. Esta igreja representa a igreja sob perseguição.
a. Tribulação e pobreza. v. 9
A tribulação é o meio que Deus usa para que possamos experimentar o poder da
sua ressurreição.
A pobreza da igreja era apenas material, pois espiritualmente o Senhor diz que eles
eram ricos.
O que é o judaísmo?
O templo - nós hoje não possuímos templos.
A lei - Hebreus 8.10 diz que a lei era exterior, nós hoje temos a lei interior do Espírito.
O sacerdote - na igreja todos são feitos sacerdotes.
As promessas - as nossas promessas são superiores. Hb 8.6.
30 Esboço do estudo do livro de Apocalipse
d. A coroa da vida
Fiel até ao ponto de morrer e fiel até a morte chegar.
O dano da segunda morte mencionado no verso 11 se refere ao prejuízo que alguns crentes
terão por ocasião do tribunal de Cristo. Embora a segunda morte não tenha poder sobre nós,
podemos vir a sofrer algum dano semelhante.
3. Igreja de Pérgamo
A igreja de Pérgamo é a igreja do quarto século, o período em que a igreja se uniu ao Império
romano sob Constantino.
A palavra Pérgamo significa altura ou elevação. É a época de Constantino em que a igreja foi
elevada pelo imperador a religião oficial.
Antipas. “Anti” significa contra e “pas” significa tudo. Não que ele é do contra só para con-
trariar, mas que ele fica do lado de Deus e se opõe a todas as coisas do mundo.
b. A doutrina de Balaão.
No Novo testamento temos três aspectos de Balaão:
O caminho de Balaão - II Pe. 2.15 significa aceitar dinheiro para profetizar.
O erro de Balaão - Jd.11 pensar que Deus estava irado com o seu povo.
A doutrina de Balaão - Nm. 31.15-16 é o casamento com o mundo, a indiferenciação.
c. Idolatria e prostituição
São as duas coisas que Deus mais abomina. Parece que a idolatria está também ligada ao dinheiro.
d. Nicolaítas
Nesse contexto estão unidos a Balaão. Parece-nos a presença de um clero remunerado.
Em Éfeso havia a obra dos nicolaítas, mas aqui está a doutrina. Houve um avanço.
e. A espada da boca
Fala do julgamento de Cristo.
Diz a história que nas votações era usada uma pedra com o nome da pessoa. Sendo assim o
maná é o nosso desfrutar do Senhor e a pedra o fato de sermos eleitos.
4. Igreja de Tiatira
A igreja de Tiatira refere-se ao período da idade média. O governo do papado de Roma.
As igrejas de Éfeso, Esmirna e Pérgamo passaram, mas as próximas Tiatira, Sárdes, Filadelfia
e Laodicéia continuam até a volta do Senhor.
Na Bíblia o sete é sempre três mais quatro. Sempre que há um grupo de sete coisas eles
poderão ser divididos em dois grupos com três e quatro partes.
Estas quatro últimas formam um grupo separado porque somente elas mencionam a volta
de Jesus.
a. A revelação do Senhor. v. 18
Olhos de fogo e pés de bronze. Tanto o fogo como o bronze simbolizam o julgamento e o
juizo de Deus na Bíblia.
32 Esboço do estudo do livro de Apocalipse
c. A mulher Jezabel. v. 20
Quem era Jezabel? A esposa de Acabe que seduziu o povo de Israel a adorar a Baal em I Rs.
16.30-32. Em Apocalipse 17 a mulher é a igreja, por uma questão de coerência a mulher aqui
deve significar a própria igreja de Tiatira, ou seja, a igreja católica. Prostituição na Palavra de
Deus é um símbolo de idolatria. Assim como Jezabel a igreja Católica matou muitos homens
de Deus. Assim como o Senhor conservou sete mil nos dias de Elias ele também deve conservar
em nossos dias. O verso 24 deve se referir a isto.
e. A recompensa
A recompensa para os vencedores de Tiatira é reinar sobre as nações.
Malaquias 4.2 diz que Jesus é o sol da justiça e Apocalipse 22.16 diz que Jesus é a estrela da
manhã. Mateus 24.30 diz que todo olho verá a volta de Jesus e Apocalipse 3.3 e 16.15 dizem
que o Senhor vem como o ladrão. Dai concluímos que a volta de Jesus é diferente do arreba-
tamento. O arrebatamento é oculto, numa noite quando somente a estrela da manhã pode ser
vista e a na sua volta Jesus virá como o sol da justiça.
5. Igreja de Sardes
Sardes significa remanescente.
Aponta para as igrejas protestantes corretas na ortodoxia, mas frias em seu coração para com
o Senhor.
O Senhor diz que as obras não são inteiras e completas. Não basta abrir a Bíblia e ter a
doutrina precisamos ter o Senhor e a igreja.
d. Ser confessado.
Uma coisa é não ter o nome apagado, outra coisa é ser confessado. Ter o nome escrito é
salvação, mas ser confessado é a honra da recompensa.
6. Igreja de Filadelfia
Filadelfia significa amor fraternal.
Assim como Tiatira saiu de Pérgamo e Sardes saiu de Tiatira; Filadelfia saiu de Sardes.
O protestantismo foi uma reação ao catolicismo. Filadelfia aponta para os pietistas dos sécu-
los 18 e 19 que foram uma reação ao protestantismo morto, frio e formal.
Somente Esmirna e Filadelfia não são repreendidas. Elas são as igrejas que o Senhor aprova.
Ambas têm o problema dos judeus.
Ambas têm provas.
Ambas recebem a Coroa.
a. A revelação do Senhor
O santo e verdadeiro. O que tem as chaves de Davi.
b. A condição da Igreja
Tem pouca força
Não negaste o meu nome.
A Sinagoga de Satanás.
Guardaste a Palavra da perseverança.
34 Esboço do estudo do livro de Apocalipse
c. A recompensa
Ser guardado da hora da tribulação. Nesse contexto de Apocalipse deve referir-se à
grande tribulação.
Os judaizantes são humilhados.
Eles tinham a Palavra e o testemunho. O Senhor manda que eles conservem o têm
para que ninguém roube a coroa deles.
7. Igreja de Laodicéia
Laodicéia vem de duas palavras:
Laos - povo comum
Dicéia - costume ou opinião.
Deve significar, portanto, costume ou governo do povo. Esta é a igreja dos últimos dias.
a. A revelação do Senhor
O Amém, a testemunha fiel e verdadeira.
b. A condição da igreja.
Não é frio nem quente.
Pobre, cego e nu.
c. O remédio de Deus
Ouro para te enriquecer. O ouro simboliza a natureza de Deus.
Vestiduras brancas. Elas nos falam de obras de justiça. Ap.19.7.
Colírio para os olhos. Nos falam de revelação da Palavra pelo Espírito.
e. A recompensa
Sentar-se no trono com o Senhor. Ser um vencedor não é ser alguém extraordinário; é ser
alguém normal dentro do padrão do Senhor.
Capítulo
3
OS QUE VIVEM DIANTE DO TRONO
APOCALIPSE 4
É do trono que procedem todas as coisas de Deus. O trono é o centro do universo. Desse
trono Deus governa e age.
O trono desmonta as estruturas da vida humana. Ninguém brinca com Deus depois de ver
o trono.
Desde os dias de Davi se pergunta: “quem subirá ao monte do Senhor?”. Sl. 24.3-6.
Podemos ver Apocalipse pelo menos três categorias de seres que habitam diante do trono de
Deus: os anjos, os seres viventes e os 24 anciãos. Creio que estudar suas características nos ajuda
a perceber como podemos viver também diante do trono de Deus .
Além disso Apocalipse diz que a medida de homem é mesma medida de anjo.
2. Os anjos
Apocalipse declara que são três tipos de seres que vivem diante do trono. Os anjos, os seres
viventes e os 24 anciãos.
Em Apocalipse 2 e 3 o anjo da igreja pode também ser o líder ou o pastor. Não fica claro,
por isso podemos fazer aplicações usando anjos como exemplo.
Os anjos são criaturas que vivem diante do trono por isso eles são para nós uma ilustração
para aqueles que desejam entender como é a vida diante do trono de Deus.
Vamos ver o trabalho dos anjos em Apocalipse e ver como se relacionam conosco.
a. São mensageiros à igreja e às nações - Ap. 1.1 e 14.6 — Os anjos não pregam o evangelho,
mas têm um papel vital na evangelização do mundo. Compare com I Pe. 1.12 onde se diz
que nós também somos mensageiros.
b. São testemunhas. 3.5 — Nós também fomos feitos testemunhas de Deus.
c. Eles seguram as forças que destroem a terra. 7.1 — Isto certamente se relaciona com o
poder da intercessão dos santos.
d. Eles são seladores de homens. 7.3 — Isto tem a ver com o batismo e com a confirmação
na fé.
Os que vivem diante do trono 37
e. Eles anunciam os juizos de Deus. 8.2, 14.1-13 e 16.1-21 — Isto se relaciona com a nossa
missão profética.
f. Eles declaram os oráculos e mistérios de Deus. 10.1-14 — Isto tem a ver com o ensino da
Palavra de Deus.
g. Eles são guerreiros das batalhas espirituais. Ap. 12.7 — Nós também confrontamos o
mundo espiritual através da oração intercessória.
h. Eles guardam as portas da cidade santa. Ap. 21.12 — Isto tem a ver com o pastoreio e
o guardar o rebanho de Deus. O ministério dos anjos é um modelo indispensável para
aqueles que querem viver na presença de Deus segundo a sua vontade.
3. Os seres viventes
A grande característica dos seres viventes é o trabalho sacerdotal. A razão de existir deles é o
Deus, o culto e o trono.
Eles possuem olhos em todos os lados. Isto nos mostra a visão em quatro dimensões. Vs. 6 e 8
Ver para frente - é a visão da realidade em volta, do futuro.
Ver para trás - vê o inimigo, vê o passado, avalia o que fez.
Ver ao redor - lê o jornal, vê a sociedade.
Ver para dentro - vê a alma nua.
21.1 O número quatro simboliza a criação. Os seres viventes também são um símbolo de uma
espiritualidade integral.
O leão - a força.
O novilho - o sacrifício.
O homem - a inteligência.
A águia - a objetividade.
A menção de santo três vezes e três tempos verbais apontam para a triunidade de Deus.
Pode ainda apontar apara o que há de vir. A dimensão da volta de Jesus tem de ser viva em
nós. II Timóteo 4.8 fala que temos de amar a vinda do Senhor.
4. Os 24 anciãos
Esses seres são governantes do universo. As autoridade submissas ao trono.
4
A REVELAÇÃO DO TRONO DE DEUS
APOCALIPSE 4
Há um trono no centro do universo e esse trono deve estar no centro de nossas vidas. Todo
mover de Deus na história aconteceu porque alguém viu o trono.
Não há como servir a Deus sem temor e tremor. É só depois de contemplar o trono que
podemos ter temor e tremor genuínos. Todas as coisas de Deus somente podem ser obtidas a
partir do trono.
João diz que há “alguém no trono”. Ele é alguém porque é pessoa, diferente da nova era que
crê em algo, que é coisa, impessoal.
João também diz que ele é “semelhante”. Tal é o temor de João que ele não ousa a falar de
Deus a não ser usando comparações.
40 Esboço do estudo do livro de Apocalipse
Antes de conhecermos o trono precisamos conhecer aquele que se assenta sobre o trono. Ele
não pode ser explicado ou definido, mas pode ser conhecido na intimidade do coração.
Porei nas nuvens o meu arco; será por sinal da aliança entre mim e a
terra. Gn 9.13
Aqueles que possuem a revelação do trono de Deus são homens comprometidos com a
salvação e a redenção da humanidade.
Estas vozes, relâmpagos, trovões e terremotos apontam também para o juizo de Deus. Tal
percepção nos assombra e produz temor e tremor diante de Deus.
Adiante dele vai um fogo que lhe consome os inimigos em redor. Sl. 97.3
Essas sete tochas de fogo são os sete Espíritos de Deus. São sete para indicar que é pleno
e absoluto.
Se, porém, andarmos na luz, como ele está na luz, mantemos comunhão
uns com os outros, e o sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo
pecado. I Jo. 1.7
Jesus disse que esse fluir tem de vir do interior. Mas Apocalipse diz que o Rio sai do trono.
Logo concluímos que quando o trono está posto no interior dali o rio vai fluir. Tal rio é de fogo.
5
O CORDEIRO-LEÃO
APOCALIPSE 5
Aponta para um testamento ou aliança — Era costume antigo antes da morte de al-
guém se escrever um testamento na presença de sete testemunhas que selavam o livro
até a morte do testador. O testamento é a vontade do testador, mas nesse caso Deus,
sendo o testador não pode morrer e não se achou ninguém digno de abrir o livro.
É o livro do governo de Deus na história — A abertura dos selos nos mostra que o
próprio Apocalipse é esse livro. Os sete selos são na verdade o conteúdo do próprio li-
vro. Assim podemos dizer que o livro e a redenção e os selos são o livro do Apocalipse.
O fato de ser Cristo digno de abrir o livro mostra que sem a redenção a história é um enigma.
44 Esboço do estudo do livro de Apocalipse
Não achar ninguém digno significa que não havia ninguém apto para desvendar o mistério
do propósito de Deus e realizar a redenção.
O anjo falou do Leão, mas João viu o Cordeiro. Quando o Senhor é retratado como o Leão
o alvo é mostra-lo como lutador forte contra o inimigo.
Para o inimigo Ele é o Leão, mas para nós ele é o Cordeiro. Embora os anjos não precisem de
redenção, precisam de alguém para derrotar o inimigo de Deus, pois um dentre eles tornou-se
o inimigo de Deus.
Há dois problemas no universo: o diabo e o pecado. Como Leão ele resolveu o problema do
Diabo e como Cordeiro ele resolveu o problema do pecado. Jesus tinha de ser o Leão-Cordeiro.
Judá, teus irmãos te louvarão; a tua mão estará sobre a cerviz de teus
inimigos; os filhos de teu pai se inclinarão a ti. Judá é leãozinho; da
presa subiste, filho meu. Encurva-se e deita-se como leão e como leoa;
quem o despertará? Gn. 49.8-9
Em nosso conceito ele é descendente de Davi, mas aqui se diz que Cristo é a raiz de Davi,
indicando que Davi é proveniente dele.
Por outro lado a Bíblia também diz que Cristo é o renovo de Davi indicando que ele tam-
bém veio de Davi.
Do tronco de Jessé sairá um rebento, e das suas raízes, um renovo. Is. 11.1
Eis que vêm dias, diz o SENHOR, em que levantarei a Davi um Renovo
justo; e, rei que é, reinará, e agirá sabiamente, e executará o juízo e a
justiça na terra. Jr. 23.5
Quando João viu o Cordeiro ele havia acabado de ser morto. Isso indica que essa cena no
céu aconteceu logo após a ascensão de Cristo.
O Cordeiro-Leão 45
d. Ele venceu.
O Leão da tribo de Judá venceu a Satanás o inimigo de Deus. Ele removeu esse impedimen-
to para o cumprimento do propósito de Deus.
São os sete Espíritos de Deus. Zc. 3.9, 4.10. Os olhos de Cristo são para sondar e julgar. Eles
são como faróis de carro, tudo o que olham eles também iluminam.
Porque eis aqui a pedra que pus diante de Josué; sobre esta pedra única
estão sete olhos; eis que eu lavrarei a sua escultura, diz o SENHOR dos
Exércitos, e tirarei a iniqüidade desta terra, num só dia. Zc. 3.9
Pois quem despreza o dia dos humildes começos, esse alegrar-se -á ven-
do o prumo na mão de Zorobabel. Aqueles sete olhos são os olhos do
SENHOR, que percorrem toda a terra. Zc. 4.10
O fato de terem as taças mostra que eles nos ajudam em nossas orações. Quando nós ora-
mos de forma prevalecente tais orações enchem as taças e então os anciães jogam estas orações
misturadas com incenso sobre a terra e há relâmpagos, vozes, trovões e terremoto.
46 Esboço do estudo do livro de Apocalipse
Os anjos são mensageiros que executam as ordens de Deus, mas o trabalho deles depende
de nossas orações.
Em seu cântico dizem “os” mostrando que não fazem parte da igreja.
6
OS SETE SELOS
APOCALIPSE 6
Aquele livro que estava na mão de Deus-Pai e que ninguém podia abrir é agora aberto pelo
Cordeiro. O livro é a história do governo de Deus da ascensão de Cristo até a sua volta. Num
sentido amplo é o próprio livro de Apocalipse a partir do capítulo seis.
Os primeiros quatro selos são anunciados pelos quatro seres viventes que representam a cria-
ção. Os quatro primeiros selos consistem numa corrida de quatro cavalos e seus cavaleiros. Os
cavaleiros não são pessoas reais, mas coisas personificadas. O primeiro cavaleiro é o evangelho,
o segundo a guerra, o terceiro a fome e o quarto é a morte.
Após a ascensão de Cristo estas quatro coisas começaram a correr o mundo e vão continuar
até Cristo voltar.
Até a volta do Senhor o evangelho sempre prevalecerá. Isto significa que por mais que haja per-
seguição e resistência a igreja sempre estará aqui e a mensagem do evangelho sempre será pregada.
48 Esboço do estudo do livro de Apocalipse
O arco só tem valor com a flecha. Aqui o arco está sem a flecha indicando que ela já foi
atirada para destruir o inimigo. Na cruz a flecha foi atirada no coração do inimigo. A vitória já
foi ganha. Um arco sem flecha também pode simbolizar a paz.
A balança aqui é usada para simbolizar a escassez. Todas as vezes em que há escassez há
também inflação e carestia, dai se dizer o preço dos produtos no verso 6.
A fome sempre segue a guerra; assim o cavalo preto segue o cavalo vermelho.
Os sete selos 49
Durante estes vinte séculos estas quatro coisas tem marcado a história da humanidade. A
pregação do evangelho, a guerra que produz fome e a morte. Esses cavaleiros estão numa corri-
da e os três últimos fazem com o primeiro vença. Onde há guerra, fome ou morte o evangelho
é sempre bem sucedido.
Enquanto os quatro primeiro selos acontecem quase simultaneamente, os outros três não
são assim. Os três últimos são consecutivos.
a. O martírio
O quinto selo fala daqueles que foram martirizados desde o primeiro século até a vinda de
Cristo. Enquanto o primeiro cavaleiro sai para anunciar o evangelho sempre há muito martírio
dos santos fiéis.
Sabemos que o mundo jaz no maligno e onde quer que o evangelho seja pregado os poderes
malignos serão confrontados. Assim é um fato que o evangelho confronta e há retaliação ma-
ligna. A retaliação é o martírio dos santos de Deus.
b. O clamor
Vemos que as almas estão debaixo do altar. Isto é uma figura dos sacrifícios oferecidos sobre
o altar no Velho Testamento. Quando um sacrifício era oferecido no altar o seu sangue descia
até a base do altar.
Sabemos que a vida da carne está no sangue (Lv. 17.11). O fato das almas dos mártires esta-
rem debaixo do altar indica que para Deus eles foram oferecidos como sacrifício sobre o altar,
e que seus sangues e suas vidas foram derramados lá.
Em figura sabemos que o altar estava no átrio e o átrio simboliza a terra. Assim seus sangues
foram derramados sobre a terra.
50 Esboço do estudo do livro de Apocalipse
Porque assim como esteve Jonas três dias e três noites no ventre do
grande peixe, assim o Filho do Homem estará três dias e três noites no
coração da terra. Mt. 12.40.
Jesus morreu e foi para o Paraíso como diz Lucas 23.43, mas se lemos Atos 2.27 ficamos
sabendo que ele foi também ao inferno ou Hades.
Quando morremos não vamos para o céu ainda, mas primeiramente para o Paraíso. Somente
iremos para o céu depois da ressurreição. Baseado em II Coríntos 12.2-4 ficamos sabendo que
o paraíso é também chamado de o terceiro céu.
Filipenses 1.23 fala de estarmos com Cristo no Paraíso. Mesmo hoje estamos em Cristo.
Naturalmente sem esse corpo teremos maior comunhão com Cristo. Mas somente estaremos
no céu depois da ressurreição quando receberemos o corpo glorificado.
Os sete selos 51
c. A aprovação de Deus
Após aguardarem por um longo período, próximo ao fim desta era os santos martirizados
clamarão por vingança diante de Deus. Cada um dos santos martirizados recebeu uma veste
branca indicando que o sacrifício deles foi aceito diante de Deus. Eles deveriam repousar até o
número deles fosse completado. Isto se refere a aqueles que serão martirizados durante a grande
tribulação (20.4).
O sexto selo ainda não é a grande tribulação propriamente dita, é apenas uma advertência
para os homens para que se arrependam e se voltem para Deus. Joel diz que haverá um sinal no
céu antes da grande tribulação.
Este mesmo sinal também precederá a vinda do Senhor como diz Mt. 24.29-30 e Lc. 21.25-
26. Parece então que estes sinais no céu vão acontecer duas vezes.
A grande tribulação começa no sétimo selo que inclui as sete trombetas. Como resposta à
advertência de Deus os habitantes da terra se esconderão nas cavernas e nos penhascos. Esta é
a atitude da consciência deles os acusando diante de Deus.
O sexto selo portanto é uma advertência e servirá de sinal também do começo da grande
tribulação propriamente dita que abrangerá as sete trombetas incluídas no sétimo selo.
Capítulo
7
UM PARÊNTESE
APOCALIPSE 7
No livro de Apocalipse existem vários parênteses e o capítulo sete é um deles. Observe que o
sétimo selo é retomado no capítulo oito. O capítulo oito é portanto a continuação do capítulo seis.
Vimos que o sexto selo é uma advertência de Deus da tribulação que está vindo. Mas antes
disso ocorrer Deus selará os seus dois povos: os judeus e a igreja.
Desde o começo do mundo tem havido calamidades naturais, mas a partir do sexto selo as
calamidades serão sobrenaturais, Deus mesmo estará derramando sua ira sobre a terra.
a. A marca
O Senhor manda que eles aguardem até que todo servo de Deus fosse selado. É interessante
que o anticristo também fará uma marca, mas antes disso Deus mesmo marcará os seus.
54 Esboço do estudo do livro de Apocalipse
Os israelitas são selados antes das quatro primeiras trombetas que atingem a terra, árvores,
mar, rios e hostes celestiais.
Não sabemos que marca será está, mas é algo que será reconhecido pelos anjos enviados para
julgar a terra. Esta é a maneira de Deus preservar seus escolhidos enquanto executa seu juizo.
Embora eu ame a Israel, preciso reconhecer que eles estão em incredulidade. Eles ainda se
apegam à sua velha religião. Eles na verdade estão em rebelião contra Deus.
As profecias indicam que eles continuarão assim até ao último dia. Deus, todavia, permane-
ce fiel à sua aliança com o povo de Israel. Ele cuidará de Israel por causa da sua aliança.
b. O número
Assim como não podemos saber como será a marca, também parece difícil afirmar se esse
número 144.000 é literal ou simbólico. Aponta para mil dúzias de dúzias. Minha opinião
pessoal é que nesse ponto se refere ao um número literal.
Podemos no entanto estar certos de que se refere a Israel e não a Igreja. O remanescente dos
judeus será salvo.
Deus preserva os judeus através de um selo, mas os santos redimidos da igreja serão arrebatados.
Deus possui dois povos sobre a terra: os judeus e a igreja. Os judeus serão preservados, mas
ficarão aqui na terra, enquanto os vencedores serão arrebatados.
As vestes brancas aqui aponta para a purificação que receberam por meio do sangue do
Cordeiro como diz o verso 14. As vestes estão no plural indicando as vestes de salvação e os
atos de justiça (Ap. 19.8).
Os ramos de palmeira são uma alusão à festa dos tabernáculos onde o povo se alegrava na salva-
ção de Deus. Assim vemos que essa multidão vai desfrutar de uma eterna festa dos tabernáculos.
É interessante que o verso 15 diz que Deus estenderá sobre eles o seu tabernáculo, ou seja,
a sua habitação e comunhão.
A grande tribulação aqui não pode significar o grande e terrível diz do Senhor porque este
ainda não começou. Começa no sétimo selo. Deve apontar para as tribulações que passam todo
aquele que serve a Deus fielmente.
Além disso a grande multidão aqui se refere a todos os vencedores de todas as épocas e não
somente aqueles que serão salvos durante a grande tribulação propriamente dita.
56 Esboço do estudo do livro de Apocalipse
d. De pé diante do trono
Isto se refere claramente ao que Jesus disse em Lucas 21.36, o que indica claramente o ar-
rebatamento. Isto nos mostra que o arrebatamento dos crentes vencedores acontecerá antes da
grande tribulação.
Acautelai-vos por vós mesmos, para que nunca vos suceda que o vosso
coração fique sobrecarregado com as conseqüências da orgia, da embria-
guez e das preocupações deste mundo, e para que aquele dia não venha
sobre vós repentinamente, como um laço. Pois há de sobrevir a todos os
que vivem sobre a face de toda a terra. Vigiai, pois, a todo tempo, oran-
do, para que possais escapar de todas estas coisas que têm de suceder e
estar em pé na presença do Filho do Homem. Lc. 21.34-36
e. A vida na eternidade
Podemos ter um vislumbre da vida na eternidade nesse trecho do capítulo sete. Nós vemos que:
Serviremos ao Senhor dia e noite no seu santuário. v. 15 - Esse serviço será um serviço
sacerdotal de adoração e ministração diante do trono.
Deus estenderá sobre nós o seu tabernáculo . v. 15 - A habitação de Deus será a
nossa habitação. Num sentido amplo podemos dizer que Deus mesmo será a nossa
habitação.
O Cordeiro nos pastoreará e nos guiará às fontes das águas vivas. v. 16 e 17 - Pastorear
aqui significa alimentar. Naquele tempo nada nos faltará (Sl. 23.1). Além disso bebe-
remos das fontes das águas da vida que é o próprio Deus.
Não teremos fome nem sede e nem calor. v. 16 - Debaixo do pastorear de Deus nada
nos faltará e nunca mais sentiremos qualquer necessidade.
Deus nos enxugará dos olhos toda lágrima. v. 17 - Lágrimas são um sinal de insa-
tisfação. As águas da vida são para a satisfação. Deus tirará as águas das lágrimas de
insatisfação e nos dará as águas vivas que nos saciarão.
Nesse capítulo vemos como Deus cuida do seu povo. Quando estiver prestes a julgar a terra
ele selará o seu povo terreno, os judeus e arrebatará o seu povo celestial.
Capítulo
8
AS SETE TROMBETAS
APOCALIPSE 8 E 9
O sétimo selo é composto de sete trombetas. Estas trombetas são o conteúdo do sétimo selo.
Os primeiros quatro selos não são consecutivos, mas simultâneos. O quinto selo e o sexto selo são
consecutivos. O sétimo selo são as sete trombetas. Alguns pensam que as sete trombetas sucedem
os sete selos, mas isso é um equívoco, na verdade as sete trombetas são o conteúdo do sétimo selo.
A sétima trombeta inclui as sete taças ou flagelos. O mesmo acontece com as taças. Elas não
sucedem as trombetas, mas elas são o conteúdo da sétima trombeta.
A sétima trombeta encerrará esta era e introduzirá o reino, o novo céu e a nova terra.
solenidade. O céu se torna silencioso para indicar que algo grave está para acontecer. É o fim
da era da tolerância para a era da ira de Deus.
2. A primeira trombeta. v. 7
O julgamento sobre a terra. É a terça parte e não um terço da terra, indicando provavelmen-
te uma região específica.
É possível que Deus use coisas naturais para executar esse juízo da primeira trombeta. Assim
é possível que se trate aqui de uma assombrosa chuva de meteoritos que vai incendiar e devastar
um terço do planeta.
O fato é que a terça parte dos animais marinhos morrerá e a terça parte das embarcações
será destruída.
As sete trombetas 59
a. A grande tribulação.
Acontecerá na segunda metade da septuagésima semana de Daniel (Dn. 9.27). Será um
período de:
Três anos e meio (Dn. 7.25, 12.7, Ap 12.14), ou
Quarenta e dois meses (Ap. 11.2, 13.5) ou
1260 dias (Ap. 11.3, 12.6).
Nos primeiros três anos e meio haverá paz e o Anti-Cristo dominará. A grande tribulação
será a segunda parte da semana.
São sete semanas ou 49 anos para a reconstrução de Jerusalém.
São 62 semanas ou 434 anos até a morte do Ungido.
Uma semana separada das demais onde o Anti-Cristo fará um acordo com os judeus.
Na primeira metade ele será amigável, mas na segunda metade ele se estabelecerá
como Deus, erigindo uma imagem de si mesmo e obrigando o povo a adorar. Isto é
60 Esboço do estudo do livro de Apocalipse
6. A quinta Trombeta
Antes do anjo tocar a quinta trombeta uma água no céu proclama com grande voz três “ais”.
Esses três aos sãos as últimas três trombetas.
a. A queda de Satanás
Quando a Bíblia atribui características humanas as coisas inanimadas isto sinaliza para um
símbolo. Nesse caso a quinta trombeta começa com um anjo caindo do céu. Anjos são compa-
rados a estrelas (Jó. 38.7, Ap. 12.4). Satanás como o arcanjo era a estrela da manhã (Is. 14.12).
Em Lucas 10.18 vemos o julgamento sobre ele, mas em 12.9-10 vemos a execução daquele
julgamento. O abismo é o lugar da habitação dos demônios (Lc. 8.31). No capítulo 12 ficamos
sabendo quando Satanás será lançado na terra. Isto acontecerá quando for arrebatado o filho
varão que representa os santos vencedores. Hoje Satanás habita as regiões celestiais, mas na
quinta trombeta ele será lançado na terra.
b. Os gafanhotos
Nas primeiras quatro trombetas haverá uma explicação natural para as calamidades e não atin-
girá o homem diretamente. Pela descrição dos gafanhotos podemos concluir que são demônios.
Eles ferroam como escorpiões. Na Bíblia os escorpiões simbolizam demônios (Lc. 10.19).
Não tocam na erva verde como escorpiões normais, mas nos homens. E somente nos
homens que não possuem o selo de Deus sobre si.
A sua descrição com rostos como de homens e coroas na cabeça.
Os cabelos como de mulheres e os dentes como de leão.
Possuem couraças.
Têm sobre como rei o anjo do abismo cujo nome é Abadom ou Apolion.
Portanto as últimas três trombetas não são naturais e sim sobrenaturais. A duração desta
praga será de cinco meses. Os homens vão desejar a morte, mas esta fugirá deles. Com a terra
parcialmente escura, as fontes de água danificada, os mares atingidos e parte da terra destruída
como vemos nas primeiras quatro trombetas, um tipo de praga assim torna a vida na terra
intensamente angustiante.
é baseado na redenção de Cristo. É porque os homens não crêem na redenção que Deus envia
seu juizo.
Hora, dia, mês e ano pode ser referir a uma data específica ou a um período de um ano, um
mês e um dia. Pessoalmente creio que se refere a um período de tempo de treze meses, um e
uma hora.
Os anjos presos
Gênesis 6.2-4 fala a respeito de uma união entre homens e anjos que produziram seres cha-
mados nefilins. Podemos apresentar alguns argumentos para este ponto de vista.
Deus não chama homens de filhos no Velho Testamento.
O único filho de Deus foi adão e ninguém se torna filho de Deus por descendência.
Jó 1.6 e 2.1 diz que os anjos são filhos de Deus.
Judas 6-7 fala a respeito dos anjos presos, de como eles vieram a existir e quando
serão soltos.
9
A VISÃO DO ANJO
APOCALIPSE 10
Estas duas inserções acontecem entre a sexta e a sétima trombeta. Como acontece com o
capítulo 7 que é uma inserção entre o sexto e o sétimo selo.
De Adão a Cristo tudo foi desvendado. Mas nesse tempo da graça tudo é um mistério.
A encarnação de Cristo - As pessoas não entendem como Deus pôde se fazer ho-
mem, elas preferem pensar que Cristo era apenas um homem, mas ele era Deus e
isto é um mistério.
O próprio Cristo - ainda hoje muitos não sabem como se posicionar a respeito de
Cristo: se ele era um bom homem, um mestre ou um enganador. Cristo é um mistério
que será desvendado naqueles dias.
O reino dos céus - a maneira como Deus opera hoje por meio de seu povo é um
grande mistério.
O habitar interior de Cristo - o mundo pensa que somos loucos quando dizemos que
temos Cristo habitando dentro de nós, por que isso é um mistério.
O mistério que estivera oculto dos séculos e das gerações; agora, toda-
via, se manifestou aos seus santos; aos quais Deus quis dar a conhecer
qual seja a riqueza da glória deste mistério entre os gentios, isto é, Cristo
em vós, a esperança da glória; Cl. 1.26-27
A ressurreição dos santos - não sabemos como corpos que forma queimados, destruídos,
comido por feras poderão ressuscitar, mas naqueles dias esse mistério se completará.
Eis que vos digo um mistério: nem todos dormiremos, mas transfor-
mados seremos todos, num momento, num abrir e fechar de olhos, ao
ressoar da última trombeta. A trombeta soará, os mortos ressuscitarão
incorruptíveis, e nós seremos transformados. I Cor. 15.51-52
E também por mim; para que me seja dada, no abrir da minha boca, a
palavra, para, com intrepidez, fazer conhecido o mistério do evangelho.
Ef. 6.19
Ora, àquele que é poderoso para vos confirmar segundo o meu evan-
gelho e a pregação de Jesus Cristo, conforme a revelação do mistério
guardado em silêncio nos tempos eternos. Rm. 16.25
É esta experiência amarga que produz lágrimas de desejo de mudança e isto por sua vez nos
abre as fontes das águas da vida. Tal fonte é o Espírito fluindo para nos curar (7.17).
Depois de comer o livro João é estimulado a continuar profetizando. Assim podemos dizer
que a partir do capítulo 11 uma nova seção é iniciada no livro de Apocalipse.
Capítulo
10
AS DUAS TESTEMUNHAS
APOCALIPSE 11
Os capítulo anterior e o onze são uma inserção entre a sexta e a sétima trombetas. NO ca-
pítulo 10 temos uma visão de Cristo vindo para tomar posse da terra e no capítulo 11 temos a
revelação das duas testemunhas.
As duas testemunhas
Ao ponderarmos sobre esta visão três coisas devem ser consideradas:
1. O tempo
O espaço de tempo abrangido por essa profecia são 42 meses ou 1260 dias (v. 2 e 3) que são a se-
gunda parte da septuagésima semana de Daniel, ou seja, a grande tribulação (Dn. 12.7, 7.25, 9.27).
Quando o Anticristo fizer uma aliança com Israel começa a septuagésima semana. No meio
da semana ele quebrará o acordo (Dn. 9.27), perseguirá os judeus e os forçará a interromper a
adoração a Deus (Ap. 13.7, Dn. 7.21, 8.11-12).
70 Esboço do estudo do livro de Apocalipse
2. O lugar
É a cidade de Jerusalém (Dn 9.27, Ap. 13.7). Jerusalém será entregue aos gentios, principal-
mente ao Anticristo.
3. As pessoas
Durante esses 42 meses, haverá duas testemunhas na cidade de Jerusalém. Elas são as duas
oliveiras e os dois candelabros que profetizarão vestidas de pano de saco (3 e 4). Estas duas
testemunhas são Moisés e Elias.
Se temos uma vara para medir isto significa medição com punição. Medir significa santificar,
preservar e possuir (Nm. 35.2,5, Ez. 45.1-3, 20, 48.8, 12 e 15). A cidade santa só pode indicar
Jerusalém (Is. 50.1, Mt. 27.53). Além disso se diz no verso 8 que nela o Senhor foi crucificado,
portanto só pode indicar Jerusalém.
As duas testemunhas
Todos os estudiosos da Bíblia concordam que uma das testemunhas é Elias. Mas com rela-
ção à outra há divergências: alguns dizem ser Enoque, outros Moisés. Alguns crêem que sejam
Enoque e Elias porque ambos não morreram e Hb. 9.27 diz que ao homem está ordenado
morrer uma vez.
Dizem que não poderia ser Moisés porque assim ele morreria duas vezes. Mas o que dizer de
Lázaro que morreu duas vezes e outros que foram ressuscitados como o soldado com os ossos
de Eliseu, o filho de viúva de Naim e Êutico com Paulo? Cremos que as duas testemunhas são
Elias e Moisés pelos seguintes motivos:
Foram Moisés e Elias que apareceram a Jesus.
As obras das duas testemunhas são semelhantes a Moisés e Elias. Compare 11.5-6 com
Ex. 7.17,19; Ex. 9.14, Ex. 11.1, II Rs. 1.10-12, I Rs. 17.1 e Tg. 5.17.
Moisés transformou água em sangue e Elias fez descer fogo do céu, e isto está de acor-
do com o ministério das duas testemunhas (11.5-6).
Moisés e Elias representam a lei e os profetas (Lc. 16.16) e ambos testificam por Deus.
A lei foi dada por meio de Moisés e Elias é o principal dos profetas.
A missão de Elias foi predita. Ml. 4.5 e Mt. 17.11.
As duas testemunhas 71
As duas oliveiras e os dois candelabros são mencionados em Zc. 4.3, 11-12 e 14. Eles
são dos dois filhos do óleo que estão diante de Deus.
1. Vestidas de saco - v. 3
Os sacos são símbolo de pesar (II Sm. 3.31). Eles não pregarão o evangelho das alegria, mas
profetizarão vestidas de luto, advertindo o povo a fugir da adoração do Anticristo.
Hoje não podemos ferir aqueles que se levantam contra nós. Nem podemos matar ou quei-
mar pessoas em nossas pregações, mas as duas testemunhas terão esse poder.
Fechar o céu para que não chova assemelha-se a Elias (I Rs. 17.1 e Lc. 4.25), e ferir a terra
com pragas e converter água em sangue é parecido com Moisés (Ex. 7.17, 19, 9.14 e 11.1).
A besta aqui é o Anticristo, que subirá do abismo (17.8) e do mar (13.1). Ela fará guerra às
duas testemunhas e aos santos (13.7). É também chamado de homem da iniqüidade (II Ts. 2.3).
No final desta era a cidade de Jerusalém se tornará como Sodoma (Is. 1.9-10, 3.9 e Jr. 23.14)
e como o Egito (Ez. 23.3, 8, 19 e 27). O texto nem mesmo a chama pelo nome, mas a cidade
onde o Senhor foi crucificado.
Depois de ressuscitados serão arrebatados, mas também seu arrebatamento é diferente da-
quele predito em I Ts. 4.17.
A sétima trombeta
Quando a sétima trombeta soar muitas coisas acontecerão. Essa soará por um período de
tempo, e este durará pela eternidade. Em cada uma das seis trombetas anteriores apenas um
item aconteceu, mas na sétima muitas coisas acontecerão como vemos no verso 18. Estas coisas
podem ser resumidas assim:
A ira de Deus consistindo nas sete taças (15.1 e 16.1-21)
O último ai para os moradores da terra (8.13, 9.12 e 11.14)
A destruição dos destruidores da terra (v. 18).
O reino eterno de Cristo (11.15-17).
O julgamento dos mortos (v. 18).
O galardão dos profetas e santos (II Cor. 5.10).
A ressurreição e arrebatamento dos santos ( I Cor. 15.23, 52, I Ts. 4.16-17).
Assim a sétima trombeta inclui todas as coisas desde o fim da grande tribulação até a eter-
nidade futura.
A ressurreição.
O galardão.
A destruição da grande Babilônia (17.1 a 19.6).
As bodas do Cordeiro (19.7-9).
A destruição do Anticristo, do falso profeta, de Satanás e seus seguidores (19.11 a 20.3).
O reino milenar (20.4-6)
O julgamento final dos mortos e de Satanás (20.7-20, 11-15)
O novo céu e a nova terra e a Nova Jerusalém pela eternidade (21.1 a 22.5).
Capítulo
11
A MULHER E O DRAGÃO
APOCALIPSE 12
Apocalipse relata as coisas do fim dos tempos. Há um total de 22 capítulos neste, mas ao fi-
nal do capítulo 11 podemos dizer que todas as coisas terminaram (10.7 e 11.5). Não podemos
considerar os últimos onze capítulos como um continuação dos onze primeiros.
As visões dos selos e das trombetas são baseadas na autoridade do trono e na lembrança do
Pacto. O arco-íris é o sinal da aliança. O trono é o lugar onde Deus exerce autoridade, mas o
templo é o lugar onde Deus habita. A Arca é a expressão do próprio Deus. O fato do santuário
se abrir significa que Deus, por ser fiel a si mesmo, efetuará o seu eterno propósito.
74 Esboço do estudo do livro de Apocalipse
Alguns dizem que é Maria a mãe de Jesus, outros dizem que simboliza Israel. Mas segundo
a Bíblia não pode ser nem Maria nem Israel. Vejamos os argumentos:
Uma vez que essa visão é revelada no céu, essa mulher é totalmente do céu. Nem Maria
nem Israel têm esta posição.
Após essa mulher dar à luz o filho varão, ela foge para o deserto. Se dissermos que a
mulher é Israel e o Filho, Cristo, isto não corresponde a fatos reais da história.
A dispersão de Israel não foi por causa da ascensão de Cristo e no verso 17 se diz que
os seus descendentes têm o testemunho de Jesus.
Enquanto esta mulher estava sofrendo para dar à luz ao filho varão ela encontra o
dragão. Esse dragão tinha sete cabeças e 10 chifres. É no capítulo 17.7-12 que vemos
o significado e se refere a coisas do futuro, portanto não pode se referir a Israel, Maria
ou a Jesus.
No verso 7 a 9 se diz que Satanás foi expulso para a terra. Baseado em Efésios 6 sabe-
mos que isso ainda não aconteceu, pois a nossa guerra ainda é nas regiões celestes. Isso
mostra que não se refere a eventos da época de Jesus.
Após a mulher dar a luz ao filho o dragão a persegue. Muitos vêm nisso Maria. De
fato Maria fugiu para Egito depois de dar à luz a Jesus, mas não após a sua ascensão.
O verso 17 fala do restante da descendência da mulher. Isto não pode ser Maria. Além
do mais estes descendentes têm o testemunho de Jesus. O povo de Israel guardou os
mandamentos de Deus, mas não o testemunho de Jesus.
Há alguns que dizem que a mulher é Israel baseados em Gênesis 37.9. De acordo com esse
texto José teve um sonho onde “o sol, a lua e onze estrelas se curvavam para ele”. Visto que a
mulher está vestida do sol e tem lua nos pés e uma coroa de doze estrelas, parece corresponder
ao sonho de José.
O verso 12.17 nos diz que a mulher é constituída de dois grupos: os que guardam os man-
damentos de Deus e o testemunho de Jesus. Claramente se refere aos judeus, que guardam os
mandamentos, mas também se refere a igreja, que guarda o testemunho de Jesus.
Assim podemos afirmar que a mulher aponta para a totalidade do povo de Deus na história:
os patriarcas, os judeus e a Igreja.
Em toda a Bíblia o povo de Deus é representado por uma mulher (Is. 54.5, Jr. 3.14, Jr.
31.32, Os. 2.19-20). Por outro lado Jesus é sempre o noivo (Mt. 9.15, Jo. 3.29, II Cor. 11.2).
A descrição da mulher
Existe uma correlação interessante entre a mulher de Apocalipse 12 e Eva no capítulo 3 de Gênesis.
A mulher e o dragão 75
Somente uma mulher encontrou a serpente no Velho Testamento e esta mulher foi
Eva em Gênesis 3. E somente uma no Novo Testamento, a mulher de Apocalipse 12.
Ambas as mulheres foram perseguidas por uma serpente.
As dores de parto de Gênesis 3 estão também aqui em Apocalipse 12.
Ambas as mulheres produzem uma semente para o cumprimento do propósito de
Deus. (Gn. 3.15).
Podemos certamente ver que esta mulher de Apocalipse 12 é aquela mulher que Deus havia
proposto em sua vontade eterna para o cumprimento de seu propósito em relação ao inimigo.
Vejamos a descrição que é feita da mulher:
1. Vestida de sol
O sol se refere ao Senhor Jesus (Lc. 1.78-79). Mateus 4.13-16 diz que Jesus veio como uma
grande luz para iluminar os que estavam em trevas. A igreja composta de todos crentes também é
simbolizada pelo sol. Esta igreja brilha coletivamente com a glória de Deus (Fl. 2.15, II Cor. 3.18).
Podemos concluir que esta mulher representa os santos de todas épocas: os patriarcas, a lei
e a graça. Ela é um sinal de todo o povo de Deus de todas as eras.
O filho varão
No verso 2 diz que está grávida. Estar grávida é figurativo. Significa que a mãe e o filho são um,
que a condição da mãe é a condição da criança. Podemos dizer que o filho está incluído na mãe.
76 Esboço do estudo do livro de Apocalipse
Se a mulher é um sinal então o filho varão também tem de ser um sinal, não pode ser
literal.O filho significa uma parte da mulher. Indica que está unido a ela intimamente. No que
se refere à sua união eles são um, mãe e filho, mas no tocante ao futuro eles têm um futuro
diferente. O filho é arrebatado ao trono enquanto a mulher foge para o deserto.
O filho varão não se refere a Jesus pois isto não teria sentido. O Filho varão se refere aos
santos vencedores de todas as épocas.
1. O exemplo de Israel
Deus escolheu a nação toda para serem sacerdotes diante dele, mas por adorarem o bezerro
de ouro foram rejeitados e a tribo de Levi foi escolhida (Ex. 19.6). Assim a tribo de Levi repre-
sentava todo o Israel no cumprimento da vontade de Deus.
2. O exemplo de Gideão
A responsabilidade da guerra era da nação toda, mas a maioria eram preguiçosos e medrosos
então somente 300 homens foram escolhidos. O que os vencedores fazem é como se toda a
igreja o fizesse e toda a igreja também é beneficiada.
O grande dragão
1. A descrição.
A descrição de 12.3 é a mesma de 13.1. O alvo do diabo é ter autoridade. A diferença entre
a Besta e o dragão é que em um a coroa está na cabeça e no outro nos chifres.
Grande - a serpente foi condenada a comer do pó da terra. Sabemos que a carne hu-
mana é feita do pó, assim a comida da serpente é pecado da carne. Depois de séculos
se alimentando ela se tornou grande como um dragão.
Vermelho - o vermelho nos fala de sangue. O dragão se tornou vermelho por c a u s a
do sangue dos justos.
A mulher e o dragão 77
Com sete cabeças - as sete cabeças são sete reinos. 13.1 e 17.10-11.
Dez chifres - são os dez reinos debaixo do governo do Anticristo. Dn. 2.42-44. São
equivalentes aos dez dedos da estátua de Nabucodonosor.
O dragão arrasta a terça parte das estrelas do céu. Isto é uma referência aos anjos que se-
guiram a Satanás na sua queda. As estrelas do céu representam anjos (Jó 38.7, Is. 14.12).
Chamado de diabo - significa acusador. Jó 1.9, 2.4-5 e Zc. 3.1-2.
O diabo nos acusa diante de Deus e nos difama diante dos homens. O diabo acusou a Jó
(Jó 1.9 e 2.4-5) e a Josué (Zc. 3.1-2) e agora nos acusa diante de Deus de dia e de noite (Ap.
12.10). Não pense que o diabo apenas nos acusa diante de Deus, mas ele também difama a
Deus para nós. Pensamentos do tipo: o teu Deus onde está? São provenientes do diabo.
4. Sua perseguição
Lançado na terra. v. 13
Tendo pouco tempo. v. 12
Com grande fúria. v. 12
Perseguindo a mulher.
Lançando água como um rio. Água aqui é exércitos. Is. 8.7-8, 17.12-13, Jr. 46.7-9,
47.2-3 e também Ap. 16.3 fala de perseguição.
O arrebatamento do filho varão é para derrubar a Satanás. II Ts. 2.6 fala a respeito de al-
guém que impede ou detém o Diabo. Certamente não é o Espírito Santo e portanto deve se
referir aos santos vencedores.
12
O ARREBATAMENTO
APOCALIPSE 12
1. A necessidade
Ser arrebatado é ser levado à presença de Deus. Se desejamos ser levados à sua presença
precisamos estar em sua presença hoje.
Acautelai-vos por vós mesmos, para que nunca vos suceda que o vosso
coração fique sobrecarregado com as conseqüências da orgia, da embria-
guez e das preocupações deste mundo, e para que aquele dia não venha
sobre vós repentinamente, como um laço. Pois há de sobrevir a todos os
que vivem sobre a face de toda a terra. Lc. 21.34-35
d. Destruição como dor de parto sobrevirá sobre os que falam de segurança e paz
A grande tribulação virá de forma repentina e abrupta como as dores de parto para a mulher
grávida. E isto acontecerá quando estiverem falando de paz e segurança.
Quando andarem dizendo: Paz e segurança, eis que lhes sobrevirá re-
pentina destruição, como vêm as dores de parto à que está para dar à
luz; e de nenhum modo escaparão. I Ts. 5.3
e. O diabo descendo sobre a terra com grande ira como um ai para a terra e o mar
Outra necessidade do arrebatamento é que o diabo descerá à terra com grande ira. Nessa
época ele saberá que seu tempo é curto e fará o possível para atormentar o homem.
O arrebatamento 81
Por isso, festejai, ó céus, e vós, os que neles habitais. Ai da terra e do mar, pois o diabo desceu
até vós, cheio de grande cólera, sabendo que pouco tempo lhe resta. Ap. 12.12
Não estamos aguardando esses terríveis eventos, estamos aguardando o arrebatamento para
sermos livres dessas perseguições.
2. As promessas
Nesse ponto chegamos às promessas relativas ao arrebatamento dos vencedores.
a. Para prevalecer e para escapar de todas essas coisas e permanecer de pé diante do Filho
do homem
Se vigiamos e oramos então escaparemos de todas as coisas que devem suceder e estaremos
de pé diante do Filho do Homem.
Vigiai, pois, a todo tempo, orando, para que possais escapar de todas
estas coisas que têm de suceder e estar em pé na presença do Filho do
Homem. Lc. 21.36
3. Os fatos
a. Um sendo tomado e outro sendo deixado
Nossa vigilância não significa que vamos deixar de trabalhar ou estudar, mas que enquanto
fazemos estas coisas seculares ainda estaremos com o nosso coração em Deus.
Os dois que estarão no campo serão a mesma coisa por fora, mas interiormente serão diferentes.
4. O momento
e foram dadas à mulher as duas asas da grande águia, para que voasse
até ao deserto, ao seu lugar, aí onde é sustentada durante um tempo,
tempos e metade de um tempo, fora da vista da serpente.
5. O lugar
a. Para permanecer de pé diante do Filho do homem
O lugar para onde os vencedores serão arrebatados é para estarem diante do Filho do Homem
nos céus.
Vigiai, pois, a todo tempo, orando, para que possais escapar de todas
estas coisas que têm de suceder e estar em pé na presença do Filho do
Homem. Lc. 21.36
Nasceu-lhe, pois, um filho varão, que há de reger todas as nações com cetro
de ferro. E o seu filho foi arrebatado para Deus até ao seu trono. Ap. 12.5
84 Esboço do estudo do livro de Apocalipse
6. As condições
a. Vigiar e orar sempre
Existe um preço que precisamos pagar se desejamos participar do arrebatamento dos vence-
dores. A primeira condição é vigiar e orar.
Vigiar e orar não significa que somente oremos e não trabalhamos. Significa que enquanto
trabalhamos temos um espírito de oração.
Vigiai, pois, a todo tempo, orando, para que possais escapar de todas
estas coisas que têm de suceder e estar em pé na presença do Filho do
Homem. Lc. 21.36
Cingido esteja o vosso corpo, e acesas, as vossas candeias. Sede vós seme-
lhantes a homens que esperam pelo seu senhor, ao voltar ele das festas de
casamento; para que, quando vier e bater à porta, logo lha abram. Bem-
aventurados aqueles servos a quem o senhor, quando vier, os encontre
vigilantes; em verdade vos afirmo que ele há de cingir-se, dar-lhes lugar
à mesa e, aproximando-se, os servirá. Quer ele venha na segunda vigília,
quer na terceira, bem-aventurados serão eles, se assim os achar. Sabei, po-
rém, isto: se o pai de família soubesse a que hora havia de vir o ladrão, vi-
giaria e não deixaria arrombar a sua casa. Ficai também vós apercebidos,
porque, à hora em que não cuidais, o Filho do Homem virá. Lc. 12.35-40
1. O fato
De acordo com Apocalipse 14 existem dois arrebatamentos: dos vencedores e da maioria dos
crentes. O arrebatamento da maioria dos crentes é chamado de ceifa.
2. As pessoas arrebatadas
a. Os santos ressuscitados
Os santos ressuscitados e os que estiverem vivos naqueles dias participarão do arrebatamento
da maioria dos crentes.
Ora, ainda vos declaramos, por palavra do Senhor, isto: nós, os vivos, os
que ficarmos até à vinda do Senhor, de modo algum precederemos os
que dormem. I Ts. 4.15
Cada um, porém, por sua própria ordem: Cristo, as primícias; depois,
os que são de Cristo, na sua vinda. I Cor. 15.23
86 Esboço do estudo do livro de Apocalipse
Ora, ainda vos declaramos, por palavra do Senhor, isto: nós, os vivos,
os que ficarmos até à vinda do Senhor, de modo algum precederemos
os que dormem. Porquanto o Senhor mesmo, dada a sua palavra de
ordem, ouvida a voz do arcanjo, e ressoada a trombeta de Deus, descerá
dos céus, e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro; depois, nós, os
vivos, os que ficarmos, seremos arrebatados juntamente com eles, entre
nuvens, para o encontro do Senhor nos ares, e, assim, estaremos para
sempre com o Senhor. I Ts. 4.15-17
3. O momento
a. Na última trombeta
O momento do arrebatamento da maioria dos crentes será por ocasião da última trombeta,
a sétima, que será no final da grande tribulação.
Assim aqueles que ensinam que todos os crentes serão arrebatados antes da grande tribula-
ção estão em absoluto desacordo com a palavra de Deus.
Mas, nos dias da voz do sétimo anjo, quando ele estiver para tocar a
trombeta, cumprir-se -à, então, o mistério de Deus, segundo ele anun-
ciou aos seus servos, os profetas. Ap. 10.7
Ali está claro que antes do arrebatamento da maioria dois santos o Anticristo vai estabelecer
a sua marca e forçar a adoração de sua imagem na grande tribulação.
E foram dadas à mulher as duas asas da grande águia, para que voasse
até ao deserto, ao seu lugar, aí onde é sustentada durante um tempo,
tempos e metade de um tempo, fora da vista da serpente.
4. O lugar
A maioria dos crentes será arrebatada para os ares para encontrarem com Cristo, enquanto
os vencedores serão arrebatados para diante do trono de Deus, para estarem de pé diante do
Cordeiro de Deus.
5. A condição
A condição para o arrebatamento da maioria dos crentes é que a seara esteja madura. Para
participarmos desse arrebatamento basta apenas crer no Filho de Deus como Senhor e salvador.
Outro anjo saiu do santuário, gritando em grande voz para aquele que
se achava sentado sobre a nuvem: Toma a tua foice e ceifa, pois chegou
a hora de ceifar, visto que a seara da terra já amadureceu! Ap. 14.15
Capítulo
13
O ANTICRISTO E O FALSO PROFETA
APOCALIPSE 13
Para compreendermos melhor o texto de Apocalipse 13 temos de ver o que o restante da Palavra
de Deus diz a respeito do Anticristo. Para isso temos de entender um pouco a profecia de Daniel.
14
A GRANDE TRIBULAÇÃO NA ÓTICA DE DEUS
APOCALIPSE 14
O capítulo 14 trata de coisas que estarão acontecendo durante a grande tribulação e no final.
Os 144.000 são da Igreja ou Israel? O número é literal ou simbólico? Parece-nos que há uma
relação entre 7.3 e 14.1, por isso pode referir-se a Israel. Mas nesse caso é minha convicção de
que se refere à igreja.
As primícias serão os vencedores que serão arrebatados antes da grande tribulação. Essas
primícias são o filho varão. O capítulo divide-se em:
As primícias são antes da Grande tribulação.
As quatro vozes são durante a grande tribulação.
A ceifa é por ocasião da volta do Senhor
A vindima é logo depois da volta do Senhor.
Sabemos que o número sete simboliza a completude para essa era, mas o número doze é a
completude para a eternidade. É por isso que na Nova Jerusalém tudo é constituído por 12:
Doze fundamentos.
Doze nomes de Apóstolos. 21.14
Doze portas
Doze anjos
Doze nomes de tribos. 21.12
Doze pérolas. 21.21
Doze meses com 12 frutos. 22.2
Sua altura é 144 côvados ou 12 vezes 12. 21.17
Sua dimensão é 12 mil estádios. 21.16
São comprados de toda a terra
Comprados dentre os homens
Em pé no monte Sião. Hb. 12.22
Cânticos que só eles podem cantar. Cânticos falam de experiências na Bíblia. Esse cântico
possui três características:
Ruído de muitas águas.
Com a solenidade do trovão.
Com a beleza do canto e da harpa.
Não tocaram em mulheres. A virgindade aqui é simbólica dos vencedores. Mt. 19.11-12 e I
Cor 7.7, 34 e 37. Assim como a prostituição da grande Babilônia não é literal, mas simbólica,
indicando a idolatria.
A Palavra diz em Apocalipse 14.4 que nos redimidos entre os homens não foi achada men-
tira, significando o estar totalmente desvinculado do diabo, o pai da mentira. Eles são irrepre-
ensíveis e seguem o Cordeiro aonde quer que Ele vá.
As quatro vozes
Logo após o arrebatamento vem a grande tribulação e na ótica celestial quatro coisas devem
acontecer. Vejamos:
E será pregado este evangelho do reino por todo o mundo, para teste-
munho a todas as nações. Então, virá o fim. Mt. 24.14
O evangelho eterno é diferente do evangelho da graça (At. 20.24) que é pregado pela igreja.
O conteúdo básico é arrependimento e fé (At. 20.21) para perdão e regeneração (Lc. 24.47 e
Jo. 1.12).
A vindima
Será no final da grande tribulação. O lagar da cólera de Deus é o Armagedon. 16.12-16,
19.11-21, Jl. 3.9-16, Is. 63.1-6, Zc. 14.4-5. Esse será o julgamento das nações vivas. At. 10.42,
At. 17.31 e II Tm. 4.1. O julgamento dos mortos será na segunda ressurreição no final do
milênio. Ap. 20.11-15.
O julgamento dos vivos será de acordo com a maneira como trataram os crentes durante a
perseguição do anticristo. Mt. 25.35-39. O julgamento será de acordo com o evangelho eterno
pregado na primeira voz e de acordo com a marca da besta como advertida pela segunda voz.
Os povos que restarem serão as nações sobre quem reinaremos.
Pela dispensação da lei os judeus serão sacerdotes no milênios.
Pela graça seremos reis.
Pelo evangelho eterno ele ganhará os gentios para serem cidadãos do reino milenar.
Capítulo
15
AS SETE TAÇAS
APOCALIPSE 15 E 16
Apesar de haver uma similaridade entre as taças e as trombetas, aquelas não são uma repeti-
ção destas. As sete taças são acontecimentos incluídos na sétima trombeta. O capítulo 15 é uma
continuação natural do capítulo 11.
Mas o terceiro ai não se menciona na sétima trombeta. Por isso cremos que as sete taças são
o conteúdo da sétima trombeta e constituem o terceiro ai.
1. A cena no céu.
Uma cena no céu é revelada em três ocasiões:
As sete taças 99
Nas duas primeiras cenas o centro é o trono, mas a partir de 11.19 o centro é o Tabernáculo
celestial e a Arca.
O trono fala da soberania de Deus para julgar todas as coisas, mas a Arca fala do estabele-
cimento do reino. Só Salomão pôde edificar o templo e colocar a Arca lá dentro pois nos seus
dias se cumpriu a vitória sobre todos os inimigos ao redor e houve paz.
As trombetas são o resultado da oração dos mártires em 6.9-11 e dos santos em 8.3-6. As
taças serão o resultado do louvor dos vencedores.
O templo é cheio e ninguém pode entrar (15.8). Isto significa que ninguém pode entrar no
templo para orar para aplacar a ira de Deus.
Lucas 2.1 na versão revista e corrigida diz “toda a terra habitada”. Que terra é esta? Todo o
planeta? Certamente não. Parece-nos que o império do anticristo não será planetário.
Todo o mundo aqui se refere apenas ao império romano. Podemos também concluir que
as taças serão derramadas somente sobre o império romano restaurado nos últimos dias, e que
será o império do anticristo.
A primeira e a quinta taças são específicas ao império do anticristo. A primeira praga é trans-
formar em câncer a marca da Besta.
100 Esboço do estudo do livro de Apocalipse
Esta taça é o ajuntamento para o Armagedom. O alvo do inimigo é destruir Israel (Zc.
14.12) e lutar contra Cristo e o seu exército. Para isso ele usará os exércitos humanos. (17.12-
14 e 19.11-19). Mas Cristo derrotará a todos eles (Ap. 19.20-21, Zc. 14.3 e 12-15, 12.4 e 9) e
salvará a Israel (Zc. 12.3-8, 14.4-5 e Jl. 3.14-17). O Armagedom é o pisar do lagar em 14.17-
20, Is. 63.1-6 e Jl. 3.9-14.
16
A GRANDE BABILÔNIA
APOCALIPSE 17 E 18
A grande prostituta
Nesse texto nós temos duas mulheres:
A mulher sentada sobre as águas - o verso 18 diz que a mulher é a grande cidade e o
verso 15 diz que as águas são as nações. O verso 9 nos sugere que a cidade é Roma.
A prostituta sentada sobre a besta - esta é a Babilônia religiosa.
O verso 16 diz que a prostituta será destruída pelo Anticristo. Por isso dizemos que a prosti-
tuta não é a cidade de Roma, mas outra coisa que também está associada a esta cidade. Quem
é a Prostituta? Historicamente só existe uma figura que se encaixa: a igreja Católica. Vejamos:
a. No verso 4 diz que ela se veste de vermelho — Nós sabemos que o vermelho abunda
no catolicismo.
b. Apesar de crerem em Jesus estão cheios de abominações — O verso 4 fala do cálice de ouro.
O ouro aponta para Deus, ou seja, exteriormente existe algo de cristão, mas por dentro só
há abominação. A aparência exterior é a da Nova Jerusalém.
c. É chamada de a mãe das prostituições — A igreja católica foi a que mais se prostituiu
na história:
102 Esboço do estudo do livro de Apocalipse
1. O nome - 17.5
A Babilônia possui dois aspectos, o material e o religioso. Aqui se refere à Babilônia religiosa
e não à material do cap. 18. É a mãe das meretrizes - os grupos denominacionais saíram da
igreja católica. Se um grupo tem algo de catolicismo então é uma meretriz filha.
Assim como Roma muitas igrejas visam o lucro e o ganho e esse é sinal da prostituição. As
abominações são os ídolos (Dt. 7.25-26).
2. No deserto - 17.3
Um lugar sem vida e sem fontes de Deus.
5. Vestida de púrpura
A púrpura significa autoridade e dignidade (Jo. 19.2-3). Os cardeais usam o vermelho.
A grande Babilônia 103
Esses são os materiais com os quais a Nova Jerusalém é edificada, mas a Babilônia é
apenas adornada.
A igreja católica tem algo de Deus na aparência, mas por dentro é só sujeira. O ouro simbo-
liza a natureza de Deus.
A besta escarlate
Já vimos que a besta é o império Romano ressurgido e é também o próprio Anticristo.
Era, não é e está para vir. Isto significa que já veio, mas que no momento não existe, todavia
voltará a existir no futuro.
É a mesma cor do dragão em 12.3. Isto indica que eles são um em natureza a aparência.
Como foi com os césares que se chamaram a si mesmo de deus assim será com o Anticristo.
O verso 9 explica que as sete cabeças são sete montes. Historicamente é Roma a cidade que
está edificada sobre sete montes.
São também sete reis. Pode ser que se refere aos sete impérios que se sucederam na história
antiga: Egito, Assíria, Babilônia, Pérsia, Grécia, Roma e o sétimo será o império do Anticristo.
O oitavo é também ele, mas ressuscitado pelo diabo.
Os sete reis têm sido também identificados com os países do mercado comum europeu. O
problema é que eles hoje são quinze. Pode ser ainda sete diferentes tipos de governo com um
número maior de países.
104 Esboço do estudo do livro de Apocalipse
Nos versos 16 e 17 vemos que no final o próprio Anticristo e os reis destruirão a Igreja cató-
lica, a grande Babilônia. Não está claro se isso será no começo ou no final da grande tribulação.
Mas será algo extraordinário e um grande sinal da volta de Jesus.
A Babilônia material
A Babilônia possui três aspectos:
O literal - Gn. 10
O religioso - Cap. 17
O material - Cap. 18
A dificuldade em compreender esse capítulo é que às vezes os dois últimos sentidos se misturam.
1. A aparição de Cristo - v. 1 e 2
Como 7.2, 8.3 e 10.1 aqui se refere ao Senhor Jesus. Isto pode significar que a destruição da
Babilônia material deve acontecer na vinda de Cristo.
Apocalipse 14.8 e 18.1 falam da queda. Parece que a Babilônia religiosa cairá no começo da
grande tribulação e a material no final.
a. Os dois aspectos - Ap 18.3 — O aspecto religioso é a prostituição e o aspecto material é
o comércio.
b. Chamado para a separação - Ap 18.4 — Nesse caso deve envolver sair nos dois aspectos,
o religioso e o material.
c. O orgulho e a destruição - Ap 18.6-8 — Esta cidade pensa de si mesma indestrutível, mas
a destruição virá num único dia.
d. O choro sobre a cidade - Ap 18.9-19 — Nesse texto vemos que o julgamento de Deus
sobre ela é por causa dos santos, apóstolos e profetas. Pelas indicações parece se tratar da
cidade de Roma.
Capítulo
17
AS BODAS DO CORDEIRO E O ARMAGEDOM
APOCALIPSE 19
As Bodas do Cordeiro - v. 1 a 10
O alvo de Cristo não é simplesmente remover pecados, mas produzir a noiva. Em Gênesis
2 se diz que para Adão não se achou uma companheira idônea. Cremos que o mesmo se
aplica a Cristo. Nós temos de ser feitos noiva idônea antes do casamento. Esse casamento
será a união do redentor com os redimidos. Estamos aqui sendo preparados para sermos a
noiva do Cordeiro.
A festa das bodas é mencionada depois da destruição da Grande Babilônia porque ela é uma
imitação maligna da noiva.
Ambas têm ouro, pérola e pedras preciosas.
Ambas têm algo de Deus e Cristo representado pelo ouro.
Ambas têm algo da Bíblia.
106 Esboço do estudo do livro de Apocalipse
I Cor. 3.15 declara que é possível ser salvo e não ter recompensa ou galardão.
De acordo com Mateus 25.1-13 as cinco virgens néscias não foram admitidas na festa das
bodas. Os que sofrerão dano em I Cor. 3.15 não vão participar da festa.
O tribunal de Cristo não é para determinar salvação e sim a o galardão de cada crente.
4. A prontidão da Noiva - v. 5 a 7
De acordo com Mt. 22.11-12 o texto de Apocalipse 19.8-9 deve se referir aos vencedores
que teceram as suas vestes nupciais. Aqui nesse contexto a noiva se refere aos vencedores ao
passo que em Ap. 21.2 se refere a todos os santos.
O texto de Apocalipse 21.2 se refere à noiva depois do milênio quando todos os crentes já
terão atingido a maturidade e assim farão parte da noiva por ocasião do casamento.
As bodas do Cordeiro e o Armagedom 107
a. O Linho finíssimo
Essa roupa é feita de atos de justiça. Para sermos salvos recebemos a justiça de Cristo (Fl. 3.9;
I Cor. 1.30). A nossa primeira roupa foi uma roupa de salvação (Gl. 3.27).
Para recebermos o galardão não basta termos as vestes de salvação, precisamos também
manifestar a justiça de Cristo em atos de justiça. O linho fino indica a nossa vida vencedora.
b. As Vestes de justiça
Na parábola do filho pródigo temos a roupa para salvação (Lc. 15.22). Mas na parábola
das bodas temos a Roupa nupcial (Mt. 22.11-12, Ap. 3.4-5 e 18). Segundo o costume judeu
ninguém podia ir a uma festa de casamento sem uma veste nupcial. Algumas vezes o próprio
pai da noiva providenciava roupas apropriadas para seus convidados.
Se desejamos estar na festa nupcial do Cordeiro precisamos viver por Cristo e também vivê-
-lo em nosso viver diário.
Em Apocalipse 3.4-5 o Senhor diz que os vencedores andam de vestes brancas junto
com ele. Essa é a veste para as bodas. Também em 3.18 o Senhor advertiu a igreja de
Laodicéia a comprar vestes brancas. Assim a ênfase de Apocalipse é na segunda veste e não
nas vestes de salvação.
Aconselho-te que de mim compres ouro refinado pelo fogo para te en-
riqueceres, vestiduras brancas para te vestires, a fim de que não seja
manifesta a vergonha da tua nudez, e colírio para ungires os olhos, a fim
de que vejas. Ap. 3.18
A veste recamada de ouro é a salvação, pois o ouro aponta para a natureza de Deus.
A veste bordada representa o trabalho do Espírito Santo para tecer em nós o caráter
de Cristo.
Nós não precisamos apenas de salvação, precisamos também do galardão. Não basta a jus-
tificação precisamos também da aprovação (Ap. 17.14). A justificação é para salvação, mas a
aprovação é para o galardão.
O verso 9 diz que é bem-aventurado quem é convidado para a ceia das bodas. Só vencedores
serão convidados e não todos os salvos. As cinco virgens néscias ficarão de fora da recompensa.
Não está claro na Palavra de Deus quanto tempo durará as bodas do Cordeiro. As bodas em
si será curta, mas a festa que a segue deverá durar mil anos, baseado em Mateus 22.
No milênio os crentes vencedores vão reinar com Cristo e esta será a recompensa. Seremos
co-reis e também a noiva. Embora sejamos salvos precisamos ainda tornarmo-nos vencedores
para receber o reino como galardão.
1. O guerreiro
a. Num cavalo branco
O cavaleiro do primeiro selo em 6.2 também cavalga num cavalo branco, mas não é Cristo,
mas aqui se trata do próprio Senhor. O branco indica aquilo que é puro e aprovado. Enquanto
luta contra o inimigo o Senhor mostra a sua pureza e justiça montado num cavalo branco.
As bodas do Cordeiro e o Armagedom 109
Vemos, todavia, aquele que, por um pouco, tendo sido feito menor que
os anjos, Jesus, por causa do sofrimento da morte, foi coroado de glória
e de honra, para que, pela graça de Deus, provasse a morte por todo
homem. Hb. 2.9
Hoje conhecemos aspectos do Senhor e do seu caráter, mas a vida eterna é conhecer o
Senhor (Jo. 17.3). Ninguém pode dizer que conhece o Senhor completamente, pois sempre
poderemos conhecê-lo um pouco mais.
2. O exército - v. 14
Alguns crêem que os exércitos aqui apontam para os anjos, mas eu creio que se referem aqui
aos crentes escolhidos em 17.14, que virão para pelejar e para assumir o reino com Cristo.
Esse exército vem vestido de vestes de linho finíssimo, é a mesma descrição dos crentes
vencedores em 19.8, por isso creio que esses exércitos são os crentes salvos vencedores. A veste
nupcial também é uma veste de combate. O linho finíssimo nos qualifica para a guerra.
3. Os inimigos - v. 19
O verso 19 diz que são os reis da terra, seus exércitos, a besta e o falso profeta. Os reis são
principalmente os 10 reis que seguem o Anticristo em 17.12-14. Os exércitos incluem os 200
milhões de 9.16 e 16.12. Veja também Jl. 3.9-12, Zc. 14.2-3, 12-15, Is. 63.1-6, Zc. 13.8-9,
14.4 e 12, Is. 2.2-3 e Zc. 8.20-23.
Capítulo
18
O REINO E OS JULGAMENTOS
APOCALIPSE 20
O reino milenar
No Velho testamento há muitos versículos que se referem ao reino milenar.
Eu, porém, constituí o meu Rei sobre o meu santo monte Sião. Pede-
me, e eu te darei as nações por herança e as extremidades da terra por
tua possessão. Com vara de ferro as regerás e as despedaçarás como um
vaso de oleiro. Sl. 2.6,8 e 9
Não haverá mais nela criança para viver poucos dias, nem velho que não
cumpra os seus; porque morrer aos cem anos é morrer ainda jovem, e
quem pecar só aos cem anos será amaldiçoado. Eles edificarão casas e
nelas habitarão; plantarão vinhas e comerão o seu fruto. Não edificarão
para que outros habitem; não plantarão para que outros comam; por-
que a longevidade do meu povo será como a da árvore, e os meus eleitos
desfrutarão de todo as obras das suas próprias mãos. Não trabalharão
debalde, nem terão filhos para a calamidade, porque são a posteridade
bendita do SENHOR, e os seus filhos estarão com eles. E será que,
antes que clamem, eu responderei; estando eles ainda falando, eu os ou-
virei. O lobo e o cordeiro pastarão juntos, e o leão comerá palha como
o boi; pó será a comida da serpente. Não se fará mal nem dano algum
em todo o meu santo monte, diz o SENHOR. 65.20-25
Assim diz o SENHOR dos Exércitos: Ainda sucederá que virão povos
e habitantes de muitas cidades; e os habitantes de uma cidade irão à
outra, dizendo: Vamos depressa suplicar o favor do SENHOR e bus-
car ao SENHOR dos Exércitos; eu também irei. Virão muitos povos
e poderosas nações buscar em Jerusalém ao SENHOR dos Exércitos e
suplicar o favor do SENHOR. Assim diz o SENHOR dos Exércitos:
Naquele dia, sucederá que pegarão dez homens, de todas as línguas das
O reino e os julgamentos 113
Para que se aumente o seu governo, e venha paz sem fim sobre o trono
de Davi e sobre o seu reino, para o estabelecer e o firmar mediante o
juízo e a justiça, desde agora e para sempre. O zelo do SENHOR dos
Exércitos fará isto. Is. 9.7
os coxos saltarão como cervos, e a língua dos mudos cantará; pois águas
arrebentarão no deserto, e ribeiros, no ermo. A areia esbraseada se trans-
formará em lagos, e a terra sedenta, em mananciais de águas; onde ou-
trora viviam os chacais, crescerá a erva com canas e juncos. E ali haverá
bom caminho, caminho que se chamará o Caminho Santo; o imundo
não passará por ele, pois será somente para o seu povo; quem quer que
por ele caminhe não errará, nem mesmo o louco. Ali não haverá leão,
animal feroz não passará por ele, nem se achará nele; mas os remidos an-
darão por ele. Os resgatados do SENHOR voltarão e virão a Sião com
cânticos de júbilo; alegria eterna coroará a sua cabeça; gozo e alegria
alcançarão, e deles fugirá a tristeza e o gemido. Is. 35.6-10.
Leia ainda: Sl. 72.1-17, Is. 12.1-5, Is. 16.5, Is. 32.1-2, Is. 40.9-11.
1. O aprisionamento de Satanás - v. 3
Logo depois do Armagedom Satanás será preso para que venha o reino de Cristo.
Essas nações serão restauradas, mas não regeneradas e no final do milênio Satanás será solto
e elas serão testadas.
c. A primeira ressurreição
Não vos maravilheis disto, porque vem a hora em que todos os que se acham nos túmulos ouvi-
rão a sua voz e sairão: os que tiverem feito o bem, para a ressurreição da vida; e os que tiverem
praticado o mal, para a ressurreição do juízo. Jo. 5.28-29. A palavra de Deus nos ensina que
haverá duas ressurreições. A primeira é chamada de ressurreição da vida e a segunda de ressur-
reição do juizo. Da primeira ressurreição participarão apenas os salvos e acontecerá antes do
milênio por ocasião da volta do Senhor
A segunda ressurreição, ou a ressurreição do juizo acontecerá no final do milênio e nela
todos os homens ressuscitarão para o dia do juizo.
Anda que será o tempo do reinado do Príncipe da Paz ainda haverá imperfeições. As imper-
feições serão abolidas quando chegarem o novo e a nova terra.
É incrível pensar que depois de ter o próprio Senhor como rei a humanidade ainda se rebe-
lará, mas é exatamente isso que acontecerá. Eles cercarão Jerusalém e marcharão sobre a terra,
mas o fogo de Deus cairá sobre eles e os consumirá.
2. O julgamento
Será na ressurreição dos ímpios ou segunda ressurreição. Jo. 5.28-29 e I Cor. 15.23-24.
Mateus 12.36 também fala do juízo.
I Cor. 15.26 fala que a morte é o último inimigo a ser vencido e o lago de fogo é a grande
lata de lixo do universo.
Capítulo
19
NOVO CÉU, A NOVA TERRA
E A NOVA JERUSALÉM
APOCALIPSE 21
Para alcançar esse propósito Deus tratou com o homem de diversas formas chamadas dis-
pensações. Podemos dizer que ao final de tudo terá havido sete dispensações.
Inocência - da criação até a queda.
Consciência - da queda até o dilúvio.
Governo humano - do dilúvio até Abraão.
Patriarcas - de Abraão até Moisés (Rm. 5.14).
A lei - de Moisés até Cristo (Jo 1.17).
A graça - da vinda de Cristo até a sua volta (At. 3.20-21).
O reino - Por mil anos depois da vinda de Cristo (Ap. 11.15 e 20.4-6).
118 Esboço do estudo do livro de Apocalipse
Através da última dispensação Deus completará a sua obra e então virão novos céus e nova
terra. Na última dispensação o Senhor vai aperfeiçoar a Israel e os restantes da Igreja que não
foram aperfeiçoados.
Um ponto difícil de explicar aqui é: onde estarão as nações quando os elementos se desfize-
rem? Sabemos que na nova terra as nações ainda continuarão existindo (21.24).
Nós sabemos que quando Jesus expulsou os demônios do gadareno os demônios entraram
nos porcos e depois se lançaram no mar. No princípio quando Satanás foi lançado na terra esta
se tornou em trevas, sem forma, vazia e cheia de água, retratando assim a morte e o caos.
O fato do mar deixar de existir mostra que Satanás e todos os seus seguidores malignos
foram tratados e não serão encontrados no novo céu e na nova terra.
Pois eis que eu crio novos céus e nova terra; e não haverá lembrança das
coisas passadas, jamais haverá memória delas. Is. 65.17
4. Um lugar de justiça
No novo céu e na nova terra tudo será correto, justo e apropriado.
Nós, porém, segundo a sua promessa, esperamos novos céus e nova ter-
ra, nos quais habita justiça. II Pe. 3.13
5. A Nova Jerusalém - v. 2
Depois de serem arrebatados aos céus todos os santos redimidos estarão na Nova Jerusalém.
Esta por sua vez descerá do céu quando houver uma nova terra. Isto indica que a nossa habita-
ção eterna não será o céu, mas a Nova Jerusalém que vai descer do céu.
O fato de ser a Noiva parece indicar que é um símbolo. A cidade aqui representa a Igreja glo-
rificada. Todavia, não podemos afirmar que tal cidade não exista fisicamemente. Esta cidade será
a noiva de Cristo e também o Tabernáculo de Deus para a sua habitação com o homem (v. 3).
Para Cristo será a Noiva para deleite e satisfação.
Para Deus será a sua habitação e expressão de si mesmo.
Tanto no Velho como no Novo Testamento, Deus compara o seu povo com uma esposa (Is.
54.6; Jr. 3.1; Ez. 16.8; Os. 2.19; II Cor. 11.2; e Ef. 5.31-32).
Além disso o seu povo também é chamado de sua habitação eterna (Ex. 29.45-46; Nm. 5.3;
Ez. 43.7 e 9; Sl. 68.18; I Cor. 3.16-17; 8.19; II Cor. 6.16 e I Tm. 3.15).
7. O vencedor - v. 7 e 8
Aqui difere do sentido dos capítulos 2 e 3 porque aqui representa todos os filhos que foram
restaurados durante o milênio.
120 Esboço do estudo do livro de Apocalipse
A nova Jerusalém - v. 9 a 27
Trata-se da composição de todos os remidos. É algo vivo, um edifício vivo. Na Bíblia temos
duas obras de Deus:
A criação - na criação temos os materiais.
A edificação - na edificação temos o modelamento desses materiais.
As pedras devem simbolizar os santos. Podemos ver algumas ocasiões que ilustram esse princípio:
No sonho de Jacó em Gn. 28.17 temos a casa de Deus, Betel, e a pedra com o óleo
indicando a forma como a igreja é edificada.
Em Mateus 16 Simão é transformado em Pedro e em I Pe. 2.4-5 o próprio Pedro diz
que todos nós somos pedras espirituais.
Em I Coríntios temos os materiais da edificação do edifício.
A Nova Jerusalém é chamada de noiva e esposa. A noiva se cumpriu no milênio, mas será
esposa por toda a eternidade.
Sabemos que a aparência de Deus é descrita como sendo semelhante á pedra de Jaspe (4.3).
Assim também é a aparência da Nova Jerusalém. Isto é assim porque a Nova Jerusalém é o
Novo céu, a nova terra e a nova Jerusalém 121
cumprimento do propósito eterno de Deus de ter o homem à sua imagem e semelhança, com
a sua glória para representa-lo.
3. A cidade
Tem o nome das doze tribos nas portas indicando que os judeus foram a porta de entrada
no reino.
Sobre as muralhas estão o nome dos doze apóstolos indicando que a obra da igreja é o ali-
cerce, a proteção e a separação da cidade.
5. A aparência da cidade
A aparência da cidade é de jaspe (v. 18 e 4.3). Comparando com 4.3 vemos que a aparência
da cidade é a mesma de Deus. Isto significa que a cidade é para a expressão de Deus.
Capítulo
20
O TRONO DE DEUS E DO CORDEIRO
APOCALIPSE 22
Na primeira seção do livro (1.1 a 11.9) o trono de Deus é o centro, e na segunda seção o
templo de Deus é o centro (12.1 a 26.21).
No verso 17 diz que o rio é de graça. Mas precisamos entender que apesar de ser de graça ele tem
um preço à maneira de Deus. Precisamos nos arrepender e nos submeter à sua autoridade (21.27).
2. A árvore da Vida
a. A árvore da Vida cresce nos dois lados do rio — Isto indica que é semelhante a uma videira
que cresce para os lados. E ela também acompanha o rio. Gênesis 2.9 fala da árvore da
Vida. O caminho foi fechado (Gn. 3.22-24), mas hoje nos foi aberto por Cristo (Hb.
10.19-20). Em 2.7 se diz que o vencedor comerá dela e na eternidade todos os remidos
vão comer dela.
b. Produzindo 12 tipos de frutos, um por mês — O número doze indica perfeição e comple-
tude para a eternidade. Esses frutos serão o nosso alimento para a eternidade. A menção
de mês indica que ainda haverá sol e lua na Nova Jerusalém. As nações são curadas pelas
folhas. A primeira menção de folhas na Bíblia foi quando Adão e Eva fizeram cintas indi-
cando obras humanas. Os três elementos básicos desse texto são:
O trono
O rio da vida
Árvore da vida
Capítulo
21
CONCLUSÃO
APOCALIPSE 22.6-21
A Palavra diz em que o Senhor vem sem demora (Ap 7;12;20). Embora o livro tenha sido
escrito vinte séculos atrás, cremos que a volta do Senhor está próxima. Se estava próxima na-
queles dias, muito mais hoje. Seremos bem-aventurados se guardarmos as palavras da profecia
(Ap 1.3; 21.7).
O livro de Daniel foi selado, mas Apocalipse está aberto e nós podemos desfrutar da
sua revelação.
Continue o injusto fazendo injustiça, continue o imundo ainda sendo imundo; o justo con-
tinue na prática da justiça, e o santo continue a santificar-se. E eis que venho sem demora, e co-
migo está o galardão que tenho para retribuir a cada um segundo as suas obras. (Ap 22.11,12)
O texto acima citado é uma promessa do Senhor aos crentes. Ele promete recompensar de
acordo com as obras de cada um.
126 Esboço do estudo do livro de Apocalipse
4. Advertência final
Eu, a todo aquele que ouve as palavras da profecia deste livro, testifico:
Se alguem lhes fizer qualquer acréscimo, Deus lhe acrescentará os flage-
los escritos neste livro; e, se alguém tirar qualquer coisa das palavras do
livro desta profecia, Deus tirará a sua parte da árvore da vida, da cidade
santa e das coisas que se acham escritas neste livro. Aquele que dá teste-
munho destas coisas diz: Certamente, venho sem demora. Amém! Vem,
Senhor Jesus! A graça do Senhor Jesus seja com todos. (Ap 22.18-21)
Ao final deste trecho o Senhor diz: “Certamente, venho sem demora”. Se queremos ser uma
igreja de vencedores, precisamos ansiar cada dia mais a volta do Senhor Jesus.
Que o Senhor estabeleça o Seu reino de justiça. Que venha o reinado do Príncipe da Paz.
E que sejamos uma geração, um povo, uma nação de homens e mulheres de Deus que sabem
que é a noiva. Que nós sejamos todos os dias mais apaixonados por Jesus, para podermos dizer:
Maranata! Vem Senhor Jesus!