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Elisangela Soares de Almeida

Modos de vida dos povos tradicionais territorializados no Paraná -


indígenas, quilombolas e faxinalenses - em múltiplas escalas, trabalhados
em sala de aula por meio das Danças Circulares.

Curitiba
2016
Elisangela Soares de Almeida

Modos de vida dos povos tradicionais territorializados no Paraná -


indígenas, quilombolas e faxinalenses - em múltiplas escalas, trabalhados
em sala de aula por meio das Danças Circulares.

Material Didático-Pedagógico –
Caderno Pedagógico, apresentado
ao Programa de Desenvolvimento
Educacional – PDE, da Secretaria
Estadual de Educação do Paraná –
SEED.
Orientadora: Prof.ª Drª Ângela
Massumi Katuta
IES: Universidade Federal do
Paraná – UFPR – Setor Litoral

Curitiba
2016
Ficha para Identificação – Produção Didático-Pedagógica:

Título: Modos de vida dos povos tradicionais territorializados no Paraná -


indígenas, quilombolas e faxinalenses - em múltiplas escalas, trabalhados em
sala de aula por meio das Danças Circulares.

Autora: Elisangela Soares de Almeida

Geografia
Disciplina/área (ingresso no PDE)

Escola de implementação do Colégio Estadual Nossa Senhora


Projeto e sua localização: Aparecida – Ensino Fundamental e
médio (EJA).

R: José Osires Baglioli, 430. Xaxim

Município da escola Curitiba – PR

Núcleo Regional de Educação Curitiba

Professor-orientador Ângela Massumi Katuta

Instituição de Ensino Superior Universidade Federal do Paraná – Setor


Litoral

Relação interdisciplinar Artes

Resumo Trabalhar com os alunos o


reconhecimento de suas origens traz o
viés da experimentação (pesquisa-ação)
em sala de aula. Através de pesquisas e
levantamentos e a consequente
compreensão dos modos de vida dos
povos tradicionais - indígenas,
quilombolas e faxinalenses -
territorializados no Paraná, os alunos
serão motivados a compreendê-los e
sistematizar seus conhecimentos
através das danças circulares,
compondo coreografias que mantenham
vivas as representações e memórias
dessas coletividades. Posteriormente,
irão dança-las, como forma de
transmissão da geograficidade desses
povos para toda a comunidade escolar.

Palavras-chave Decolonização; geograficidade, povos


tradicionais; danças circulares

Formato do material didático Caderno Didático

Público Alunos do 9º ano do ensino


fundamental.
SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO............................................................................................................................. 7
UNIDADE I ................................................................................................................................... 10
Geograficidade – A Geografia da Vida de cada um..................................................................... 10
Atividade 1 .............................................................................................................................. 13
Entrevista com familiares – minhas origens. .......................................................................... 13
Atividade 2 .............................................................................................................................. 14
Meu bairro – Identificando meu atual território de vida ........................................................ 14
Atividade 3 .............................................................................................................................. 16
UNIDADE II .................................................................................................................................. 17
Somos realmente um continente independente? ...................................................................... 17
Atividade 1 – Analisando a canção! ........................................................................................ 20
Atividade 2 .............................................................................................................................. 21
Relato dos vencedores e dos vencidos ................................................................................... 21
Atividade 3 .............................................................................................................................. 22
WIPHALA: Bandeira dos povos Aymarás e Quíchua............................................................... 22
UNIDADE III ................................................................................................................................. 25
Povos tradicionais presentes no Paraná e Brasil......................................................................... 25
Complexo Hidrelétrico Tapajós .......................................................................................................... 26
Megaprojetos do Tapajós: ilusões por trás das promessas de desenvolvimento ..................... 26
ATIVIDADE 1 ............................................................................................................................ 29
O Povo Brasileiro ..................................................................................................................... 29
ATIVIDADE 2 ............................................................................................................................ 30
Nova cartografia Social............................................................................................................ 30
UNIDADE IV ......................................................................................Erro! Indicador não definido.
Povos Indígenas, Quilombolas e Faxinalenses: territórios de vida e re-existência presentes no
Paraná! ........................................................................................................................................ 32
Povos Indígenas:...................................................................................................................... 32
Guarani ................................................................................................................................ 34
KAINGANG ........................................................................................................................... 35
XETÁ .................................................................................................................................... 36
ATIVIDADE 1 – Presença indígena no PR................................................................................. 37
ATIVIDADE 2 – Kakané Porã .................................................................................................... 38
COMUNIDADES REMANESCENTES DE QUILOMBOS - (CRQ) ................................................... 39
ATIVIDADE 1 – Presença quilombola no PR ............................................................................ 41
ATIVIDADE 2 – Comunidades Quilombolas ............................................................................. 43
ATIVIDADE 3 – Presença negra em Curitiba ............................................................................ 44
COMUNIDADES FAXINALENSES:.............................................................................................. 46
ATIVIDADES 1 .......................................................................................................................... 48
UNIDADE V .................................................................................................................................. 49
Danças Circulares e Criações Coreográficas ................................................................................ 49
ATIVIDADES – criando coreografias ........................................................................................ 53
DESCRIÇÃO DOS PASSOS BÁSICOS UTILIZADOS NAS DANÇAS CIRCULARES: .......................... 56
REFERÊNCIAS: .............................................................................................................................. 58
Figuras: .................................................................................................................................... 61
VÍDEOS: ................................................................................................................................... 64
MÚSICAS:................................................................................................................................. 65
ANEXO I ................................................................................................................................... 66
7

APRESENTAÇÃO
Viver o e no espaço, na compreensão de suas múltiplas escalaridades,
aparece como uma possibilidade de construção do saber geográfico, a fim de
que se possa transformá-lo ou mantê-lo em favor das resistências. Perceber-se
como parte e protagonista na (re) produção desse espaço traz a consciência da
responsabilidade de cada um para atuar no processo de democratização social
e consequentemente, dos territórios onde vivem as pessoas. “Na medida em
que os homens, dentro de sua sociedade, vão respondendo aos desafios do
mundo, vão temporalizando os espaços geográficos, [...] pela sua própria
atividade criadora” (FREIRE, 1986, p. 33).
A invasão e formação sócio espacial da América Latina, dentro do
contexto da colonização europeia, traz a falsa crença do que é evoluído,
moderno, civilizado, ou seja, o que tem as referências do continente europeu
ou, nos dias atuais também, da cultura estadunidense. Assim, brasileiros,
latino-americanos, assumem um modo de vida que não é seu, desconhecendo
(ou ignorando) suas origens e aquelas dos povos originários que constituíram a
nação brasileira.
Nesse contexto, somos constantemente surpreendidos por grupos de
pessoas que reivindicam o seu lugar no mundo. Muitas vezes, esses grupos,
se apresentam como novos, até por terem, de certa forma, comparados aos
povos atuais, modos de vida transformados em exóticos pela mídia
hegemônica e não abordagem dos mesmos nas escolas. GONÇALVES (2001,
p. 220) traz essa temática dizendo que não são povos novos, e sim que: “[...]
esses sujeitos põem em debate outras questões [...]; eles tiveram que se forjar
em situações assimétricas de poder, mas que nem por isso se anularam e,
mais do que resistir, R-Existiram, se reinventaram na sua diferença.” E
acrescenta: “ [...] são novas formas de significar nosso estar-no-mundo, de
grafar a terra, de inventar novas territorialidades, enfim de geo-grafar.”
(GONÇALVES, 2001, p. 226). E essa busca do re-existir em seus territórios de
vida, se dá no e com a (re) produção do espaço geográfico.
8

As comunidades tradicionais entram na contramão desse contexto


dominador e alienante. São experiências desafiadoras dessa re-existência
frente ao sistema vigente em todo o Brasil. No estado do Paraná, há diversas
experiências de povos tradicionais. Segundo o Projeto Nova Cartografia Social
(http://novacartografiasocial.com/) e a Rede Puxirão (Rede Puxirão, 2008, p.5)
existem várias comunidades de povos tradicionais, distribuídas em todo o
estado, que possuem modos de vida e saberes sobre seus ecossistemas
distintos. Dentre essas, abordaremos os povos indígenas, as comunidades
remanescentes de quilombos (CRQ) e as comunidades faxinalenses.
Analisando o mapa a seguir, pode-se verificar uma grande concentração
de comunidades quilombolas e faxinalenses na região metropolitana de
Curitiba e municípios próximos. Isso despertou meu interesse em focar meus
estudos nesses dois povos por serem os mais próximos da realidade de
nossos alunos, a despeito de certamente poucos terem conhecimento disso.
As comunidades indígenas também serão estudadas por serem os povos
originários de nosso país e também pelo fato de existirem terras indígenas em
Curitiba (bairro Tatuquara – Kakané Porã) e região metropolitana de Curitiba.

Figura 1: Populações Tradicionais no Paraná


Fonte:
<https://www.google.com.br/search?q=Mapa+das+comunidades+tradicionais+do+Par
an%C3%A1&espv=2&biw=1366&bih=589&tbm=isch&imgil=x95YiuK51aipRM%253A
%253Bk5avyar2jqcZDM%253Bhttps%25253A%25252F%25252Fconfins.revues.org%
25252F11000&source=iu&pf=m&fir=x95YiuK51aipRM%253A%252Ck5avyar2jqcZDM
%252C_&usg=__nPxHkbOVyrtq4fQvOdfvoc_dwLE%3D&ved=0ahUKEwjS3ebiu7rPA
hXIFJAKHXUvAjoQyjcIPQ&ei=eh_wV9K4OcipwAT13ojQAw#imgrc=x95YiuK51aipRM
%3A>. Acesso em: 01/10/2016.
9

Dispondo de registros dessas coletividades, os alunos serão motivados a


tematizar esses modos de vida dos povos tradicionais através das danças
circulares, compondo coreografias que mantenham vivas essas
representações. Posteriormente, irão dança-las, como forma de transmissão da
geograficidade (tema abordado na Unidade I desse caderno) para toda a
comunidade escolar.
Assim, o presente Caderno Pedagógico tem como objetivo: Conhecer e
compreender os modos de vida dos povos tradicionais - comunidades
indígenas, comunidades remanescentes de quilombos e faxinalenses -
presentes no Paraná, na perspectiva do trabalho realizado pelo Projeto Nova
Cartografia Social da Amazônia, a fim de, posteriormente, tematizá-los na
escola e, coreografá-los, através das danças circulares.
Desse modo, pretende-se trazer à tona a reflexão das experiências dos
espaços de vida de cada aluno, sabendo que são expressões de aspectos
culturais de seus antepassados (em alguns casos, de povos tradicionais), em
uma realidade amplamente globalizada.
10

UNIDADE I

Geograficidade
– A Geografia
da Vida de
cada um

OBJETIVO: Investigar as ancestralidades étnico-culturais de cada aluno,

A realidade globalizada na qual estamos inseridos, onde distância e


tempo são minimizados, transações econômicas ditam as regras de
convivência social e política e, culturas locais estão ameaçadas, leva-nos a
pensar que, identidades e experiências tradicionais cada vez mais perdem
seus lugares na representação de um povo. Tudo parece tão igual e global!
Por isso é importante conhecer a definição de Geograficidade que,
segundo Moreira (2004, p. 32) é:

“[...] a condição espacial da existência do homem em qualquer


sociedade.”

Assim, questionamos: Por que as coisas estão nesses lugares? Como eu


percebo e vivencio esses elementos nesses lugares? Pessoas de origens
étnico culturais distintas, percebem e organizam os lugares de forma
diferenciadas?
11

Despertar o olhar
geográfico sobre essas questões
no espaço de vida de cada um é
fundamental para que a realidade
seja melhor interpretada e
concebida. É necessário mudar o
foco: no lugar de história de vida,
<http://www.pavconhecimento.pt/roteiro2_biodivers
dizer, geografias de vidas!
idade/pt/home.html>

GONÇALVES (2001) faz uma interessante reflexão sobre essa análise


geográfica:
[...] a sociedade no seu devir histórico não é a-geográfica. A
expressão, por certo, causa um certo estranhamento, embora seja
natural dizer-se que o espaço que vivemos está impregnado de
história. É como se fosse natural falar da historicidade do espaço
geográfico e não de uma geograficidade da história. Poderíamos, à
guisa de provocação epistemológica, afirmar que se a história se faz
geografia é porque, de alguma forma, a geografia é uma
necessidade histórica [...] (p. 229).

Entender a geograficidade vai além de apenas perceber o espaço da


natureza ou fazer a dicotomia entre espaço físico e humano. “[...] Homens e
mulheres só se apropriam daquilo a que atribuem uma significação [...]”
(Gonçalves, 2001, p. 230). Assim, cada sociedade representa um modo próprio
de se estabelecer em um espaço, o qual é construído, dia-a-dia, pelas ações
humanas, dando significado ao seu estar ali. Por isso, não tem como haver
separação entre o geográfico e o social. “[...] O ser social é indissociável do
estar.” (Gonçalves, 2001, p. 233). As imagens a seguir demonstram um pouco
isso. Observem os diferentes modos de estar no mundo por meio das
habitações dos sujeitos fotografados, por exemplo. Cada moradia tem
características próprias ligadas à materialidade da existência dos grupos
Guarani, Faxinalense e Quilombolas. Assim, diferentes modos de habitar
indicam culturas e origens distintas de ser e estar no mundo.
12

Tribo Araça-i
(Guarani)
Figura 2:
Piraquara - PR
<https://www.google.com.br/search?q=indios+gu
aranis+no+parana&biw=1366&bih=638&source=l
nms&tbm=isch&sa=X&ved=0ahUKEwiUppecs8L
PAhVGf5AKHZ38ACMQ_AUIBygC#imgdii=ogUs
xQJNPKixJM%3A%3BogUsxQJNPKixJM%3A%3
BCkjiKgcJUly8NM%3A&imgrc=ogUsxQJNPKixJ
M%3A>. Acesso em: 15/08/16

Faxinais em
Quitandinha e
Mandirituba – PR
Figura 3:
<http://g1.globo.com/pr/parana/noticia/201
4/08/projeto-ambiental-revitaliza-faxinais-e-
beneficia-familias-na-grande-curitiba.html>.
Acesso em: 18/11/16

Comunidade
Quilombola Palmital
dos Pretos – Campo
Largo/PR.
Figura 4:
Fonte: <http://quilombospr.blogspot.com.br/>
Acesso em: 15/05/16
13

Atividade 1
Entrevista com familiares – minhas origens.
Saber de onde viemos e de quem descendemos, ou seja, nossa
ancestralidade, explica em parte, quem somos. Por isso, cada aluno deverá
realizar uma entrevista sobre as origens de sua família, registrando a sua
ancestralidade e ascendência. Se possível, entrevistar pelo menos quatro
integrantes para que se consiga o maior número de dados possíveis,
priorizando: pai, mãe, avós e bisavós (paternos e maternos), tentando chegar
nas mais antigas gerações que encontrar.

ATENÇÃO PROFESSORES: importante ter o cuidado e


sensibilidade ao propor essa atividade aos alunos por sabermos
que existem novos formatos de núcleos familiares e também
pelo fato de alguns serem adotados.

a) Entrevista:
1) Onde você nasceu? (cidade, estado e/ou país) _________ Em que ano?
_____________________________________________________________
2) Sabe dizer onde seus pais e avós nasceram (maternos e paternos)?
Tem referência de gerações anteriores a seus avós? O que faziam?
__________________________________________________________
3) Sobre sua etnia, sabe qual é? _________________________________
4) O que você lembra de sua infância e do (s) lugar (es) onde a viveu?
____________________ Cite-os: ______________________________
5) Se você nasceu em outra cidade, por que se mudou para cá? ________

A tabulação dos dados das questões 1 e 2 deverá ser feita em um mapa


político do Brasil, onde uma legenda deverá ser criada junto com os alunos,
com símbolos e cores diferenciadas para cada questão, destacando:
- os locais de origem que cada um relatou e
- a data de nascimento (para poder fazer um comparativo das transformações
ocorridas nesse local).
14

Observação: O relato das memórias deverá ser arquivado para ser usado em
uma atividade posterior, na Unidade 5.

Figura 5 - Mapa político do Brasil


Fonte: <http://www.espacoeducar.net/2008/02/atlas_08.html>. Acesso em: 10/07/16

PROFESSOR (a): importante ficar atento caso houver pais


(e/ou parentes) nascidos em outros países. Será necessário
ter em mãos um mapa-mundi.

Visualizando o mapa com as respostas vindas dos alunos, façam um


gráfico, tabulando os dados. Em seguida, organizem uma roda de conversa
para conversarem sobre os resultados obtidos e como essas informações
podem ser observadas e sentidas pelos alunos,

Atividade 2
Meu bairro – Identificando meu atual
território de vida
A correria do dia-a-dia, muitas vezes, não nos permite vivenciar
plenamente o local em que moramos. Construir um olhar apurado de nosso
espaço de vida, de nossa casa e quintal, nos permite senti-lo como parte
constituinte de nosso jeito de ser, nossa cultura.
15

Alunos reunidos em pequenos grupos, usando como critério, a


proximidade de suas casas (vizinhos). Assim a visualização das
geograficidades em comum se dará coletivamente.
Utilizando o laboratório de informática do colégio (ou os seus aparelhos
celulares, com a devida autorização da direção da escola) visitar o site da
prefeitura municipal de Curitiba (<http://www.ippuc.org.br/>) e pesquisar sobre
a origem do bairro em que moram.
Nessa pesquisa, abordar:
- As características geográficas de cada lugar;
- Como o bairro se encontra organizado? Teve um planejamento urbano ou
resultou de uma ocupação espontânea? Como ele se apresenta em seu uso do
solo?
- De onde vieram seus moradores?
Após, cada um escreverá a percepção que tem de seu bairro: O que eu
mais gosto nele? O que eu acho que poderia melhorar? Se fosse para escolher
um símbolo para representa-lo, o que seria? Como são as pessoas que moram
nele, eu as conheço? Como me relaciono com meus vizinhos?

Em uma folha de sulfite, que terá um desenho de um pé, colocar o


resultado de sua pesquisa e a sua percepção geográfica do lugar onde vive.
Montar um mural com todos os pés produzidos, fazendo uma reflexão dessa
montagem a partir da afirmação de Leonardo Boff:

“A cabeça pensa a partir de onde os pés


pisam. Para compreender é essencial
conhecer o lugar social de quem olha.”
Boff, L. Disponível em:
<https://pensador.uol.com.br/frase/MTI5ODU
4OA/>. Acesso em: 01/10/2016.

Figura 6
16

Atividade 3
A frase a seguir foi dita por Ailton Krenak, considerado um dos principais
nomes da luta pela causa indígena no Brasil.
Faça uma reflexão relacionando-a com a importância de vivermos a
nossa geograficidade.
“Por isso que os nossos velhos dizem: “ Você não pode se esquecer de
onde você é e nem de onde você veio, porque assim você sabe quem é e
para onde você vai”. Isso não é importante só para a pessoa do
indivíduo, é importante para o coletivo, é importante para uma
comunidade humana saber quem ela é, saber para onde ela está indo.”
(Fonte: <https://pib.socioambiental.org/pt/c/no-brasil-atual/narrativas-indigenas/narrativa-
krenak>. Acesso em: 29/09/2016)

_______________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________

Ao final dessa unidade podemos perceber a importância de identificar


nossa ancestralidade e as geograficidades em que estamos inseridos.
Conhecê-las nos auxiliam na compreensão do ser e estar no mundo.
Na próxima unidade vamos aprofundar essa temática com as reflexões
acerca do processo de como ocorreu a chamada “colonização” na América
Latina e as suas consequências sócio-econômicas-culturais provocadas em
nossa geograficidade.
De que forma as nossas raízes ancestrais convivem e divergem com
essa imposição cultural colonizadora europeia?

Vejamos!!!
17

UNIDADE II

Somos realmente
um continente
independente?

OBJETIVO: Compreender e identificar a colonialidade do poder na América


Latina.

A história e a geografia são contadas, geralmente, pela versão do


vencedor. No caso do processo de colonização realizado em nosso continente,
o modo de vida ideal é aquele pautado na cultura europeia. LIMA, citando
Mignolo, reforça que a colonização “[...] diz respeito não somente à conquista
territorial; inclui a colonização do espaço e do tempo dos povos colonizados, ao
suprimir suas histórias e narrativas a fim de criar e impor a própria narrativa
ocidental.” (2014, p. 7). Assim, “[...] a universalidade pretendida pelo
pensamento moderno europeu se fez abdicando do espaço geográfico
concreto de cada dia, lugar da coexistência do diverso [...]” (GONÇALVES,
2001, p. 219).
Mesmo nas denominações que o nosso continente e país recebeu,
foram criadas pelo colonizador, por exemplo, América e Brasil.
18

No caso do Brasil,
Os povos originários do nosso país
chamavam a terra onde habitavam de
Pindorama. Em tupi-guarani significa
“terra das palmeiras”. Terra livre de
males.
Figura 7:
Fonte: Fonte:
<http://www.suapesquisa.com/historiadobrasil/nomes_do_b <http://blogs.piraidigital.com.br/es
rasil.htm>. Acesso em: 21/11/2016. peranca/2016/04/08/3215/>.
Acesso em: 21/11/16

“[...] Outro nome logo surgiu a partir das


primeiras extrações de pau-brasil das
florestas. Os navegantes começaram a
denominar o território de Brasil por causa
dessa árvore que durante as três primeiras
décadas foi o principal motivo de viagens
dos portugueses à região encontrada por
Cabral. Portanto, o nome Brasil fixou-se no
imaginário dos viajantes e dos
colonizadores e prevaleceu sobre as outras
nomenclaturas.”
Fonte:
Figura 8: <http://brasilescola.uol.com.br/historiab/origem
Fonte: <https://www.todamateria.com.br/ciclo- -nome-brasil.htm>. Acesso em: 21/11/16
do-pau-brasil/>. Acesso em: 20/11/16

Outras denominações, como: Novo Mundo, Terceiro Mundo, Mundo


Subdesenvolvido, etc, trazem embutidas, ideias, respectivamente, de que a
região não existia antes do descobrimento, de atraso e desvalorização das
culturas locais, com suas geograficidades, ou seja, a maneira de estar e ser no
mundo dos povos originários, denominados de índios. Em uma falsa crença
que elas não só são diferentes, mas inferiores. E para reforçar, “[...] esse
continente novo vai ser nomeado América pelo conquistador em homenagem a
si próprio [...]”. (GONÇALVES, 2006, p. 153)
Dentro desse contexto, surgem pensadores da América Latina que
elaboram uma teoria conhecida como Teoria da Decolonização. Entende-se
por Decolonização, um movimento epistemológico, “[...] constituído no final dos
anos 90, formado por intelectuais latino-americanos, situados em diversas
19

universidades das Américas”. (BALLESTRIN, 2013, p. 89). O grupo traz a


proposta de:
- Renovação crítica e utópica das ciências sociais na América Latina
no século XXI;
– A radicalização do argumento pós-colonial no continente por meio
da noção de ‘giro decolonial’, oferecendo releituras históricas e
problematizando velhas e novas questões para o continente;
- Defende a opção decolonial – epistêmica, teórica e política para
compreender e atuar no mundo, marcado pela permanência da
colonialidade global nos diferentes níveis de vida pessoal e coletiva.
(BALLESTRIN, 2013, p. 89).

É importante perceber e conceber o espaço latino-americano sob outro


viés, que não seja pela ótica do colonizador europeu, identificando riquezas
culturais, organizações políticas, concepções espaciais e modos de estar e ser
no mundo a partir dos povos originários, construindo dessa forma um olhar
geográfico sobre essas geografias a serem (re) conhecidas.
O uso do termo ‘Decolonização’ é defendido por Catherine Walsh que,
segundo ela:

[...] pode ser entendido como um simples desarmar, desfazer ou


reverter o colonial. [...] passar de um momento colonial a um não
colonial. [...] pôr em evidência que não existe um estado nulo da
colonialidade, e sim, posturas, posicionamentos, horizontes e projetos
de resistir, transgredir, intervir, crer e incidir. [...] (2013, p. 25)

É trazer a memória coletiva para o nosso continente de “[...] estar, ser,


pensar, olhar, escutar, sentir e viver com sentido o horizonte de (s) colonial.
(WALSH, 2013, p. 25)
“Identificação e superação da colonialidade do poder, do saber e do ser
apresenta-se como um problema desafiador a ser considerado pela ciência e
teoria política a ser estudada no Brasil.” (BALLESTRIN, 2013, p.90). Estamos
tão marcados por essa cultura europeizada que nem percebemos esses traços
incrustados em nós. Os saberes de nossos povos originários e tradicionais são
vistos como exóticos e não, como nossos.
20

Atividade 1 – Analisando a canção!


O compositor e cantor pernambucano Antônio
Nóbrega traz na canção Chegança, um relato do
“descobrimento do Brasil” pela visão dos que
habitavam a terra.
De um modo alegre, sua música questiona o modo
como aconteceu o processo colonizador no país.
Leia com atenção a letra da canção a seguir e a
Figura 9:
Fonte: escute, através do link abaixo:
<http://www.adorocinema.c
om/personalidades/person
alidade-91573/>. Acesso Fonte: <https://youtu.be/vIwP2TsKee4>
em: 22/11/16

Chegança Logo sonhei


(Antônio Nóbrega)
Que estava no paraíso
Onde nem era preciso
Sou Pataxó Dormir para se sonhar
sou Xavante e Cariri Mas de repente
Ianonami, sou Tupi Me acordei com a surpresa:
Guarani, sou Carajá Uma esquadra portuguesa
Sou Pancaruru Veio na praia atracar
Carijó, Tupinajé De grande-nau
Potiguar, sou Caeté Um branco de barba escura
Ful-ni-o, Tupinambá Vestindo uma armadura
Me apontou pra me pegar
Depois que os mares dividiram os E assustado
continentes Dei um pulo da rede
quis ver terras diferentes Pressenti a fome, a sede
Eu pensei: "vou procurar Eu pensei: "vão me acabar"
um mundo novo Me levantei de borduna já na mão
lá depois do horizonte Ai, senti no coração
levo a rede balançante O Brasil vai começar.
pra no sol me espreguiçar"
Eu atraquei Fonte: <https://www.letras.mus.br/antonio-
Num porto muito seguro nobrega/68957/>. Acesso em: 22/11/16

Céu azul, paz e ar puro


Botei as pernas pro ar
21

Após ouvir a música e acompanhar a letra da canção, vamos fazer uma


História em quadrinhos. De forma resumida, em apenas quatro quadrinhos,
represente através de desenhos, os conflitos de interesses que a canção
apresenta.

Atividade 2
Relato dos vencedores e dos vencidos
Para manter a supremacia sobre os povos dominados, vários métodos
foram (e são) usados. Ainda hoje temos a presença do discurso do colonizador
nos livros didáticos, produções áudio-visuais, musicais, artes plásticas, etc. De
modo sutil, essas informações são impostas e pacificamente aceitas como
verdadeiras.
A seguir temos a pintura de Vitor Meireles (1860) retratando a primeira
missa rezada no Brasil, logo após o suposto descobrimento.
Procure encontrar nessa imagem ideias que remetem ao discurso do
colonizador.

Figura 10:
Fonte:
<https://www.google.com.br/search?q=primeira+missa+no+bras
il&espv=2&biw=1366&bih=589&source=lnms&tbm=isch&sa=X&
ved=0ahUKEwi8xraihrXPAhUCHZAKHeM6CMoQ_AUIBigB&dp
r=1#imgdii=grDy7txHtsQb3M%3A%3BgrDy7txHtsQb3M%3A%3
BLhPvzo44-uu0DM%3A&imgrc=grDy7txHtsQb3M%3A>.
Acesso em: 03/05/16
22

Atividade 3
WIPHALA: Bandeira
dos povos Aymarás e
Quíchua.

A Wiphala é uma bandeira que simboliza a resistência e as diversidades


dos modos de vida dos povos andinos. Sua origem gera controvérsias, mas o
que se sabe é da sua existência há mais de “[...] 2000 anos, onde foram
encontrados restos de tecidos, onde hoje são os países Equador, Peru e
Bolívia, datadas desse período” (IPJ, 2002, p. 32). Portanto, a mesma é muito
anterior a qualquer outra bandeira dos países que compõem as Américas. Essa
bandeira simboliza os modos de vida, a cultura dos povos originários, que
viveram muito antes do processo de invasão ou colonização.
A estrutura e composição das cores da Wiphala como emblema cultural
andino, constitui uma forma simétrica e orgânica. A formação das sete cores do
arco-íris “[...] é o reflexo cósmico que representa a organização do sistema
comunitário e harmônico dos Qhishwa Aymará. É a expressão das relações
sócio-econômicas na reciprocidade e solidariedade humana” (IPJ, 2002, p.32).
Entre esses povos não havia necessitados, pessoas que passassem fome ou
frio. Diferentemente dos colonizadores cujo modo de produção (capitalista) e
cultura se baseava na mercantilização da terra e de tudo que nela exista.
A Wiphala tem quatro lados iguais e sete cores em igual proporção que
representam a igualdade na diversidade dos povos andinos. Cada cor traz um
significado:
23

Vermelho Pachamama. A Madre Tierra. O mundo material, visível.


Laranja É o assumir a responsabilidade e compreender a magnitude de ser pessoa,
quando a dualidade (homem – mulher) se completam.
Amarelo A reciprocidade e a complementariedade. A energia que une toda a forma de
existência.
Branco Tempo e espaço. Lugar e época. A história cíclica. Uma forma de vida em
harmonia com todo o universo.
Verde A vida e dinâmica do mundo interior.
Azul A dimensão do espaço de cima. A força ou energia cósmica. O espírito que
anima tudo.
Violeta A comunidade. O horizonte de saber viver em harmonia com a Madre Tierra e
equilíbrio com tudo que existe.
Disponível em: <http://biblioteca8de14.blogspot.com.br/>. Acesso em: 29/09/2016.

a) Agora, cada um é convidado a reproduzir no quadrado a seguir, a


bandeira do Whipala, experimentando o exercício de transcrever a
igualdade de forma diversa, pensando e refletindo no significado das
cores, dadas pelos povos originários andinos.

Figura11: Bandeira do Wiphala


Fonte: <http://espiritu-
viajero.com/2015/07/01/wiphala-historia-
significado-bandera/>. Acesso em: 02/07/16
24

b) Vamos comparar a bandeira do


Wiphala com a bandeira do
Brasil:

Figura 12: Bandeira Nacional do Brasil:


Fonte: <http://www.opanal.org/estados-
miembros/>. Acesso em: 22/11/16

- Quando ela foi criada? Em que situação histórica?


- Qual o real significado de suas cores e estrelas?
- A frase: “Ordem e Progresso” remete qual ideia?
- Essa bandeira realmente representa a população brasileira e sua diversidade
cultura, assim como a Wiphala era (e é) para o povo Andino? Ou sua
representatividade se relaciona apenas à interesses econômicos? Comente.
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25

UNIDADE III

Povos tradicionais
presentes no
Paraná e Brasil

OBJETIVO: Identificar os povos originários latino-americanos, em especial, os


do Brasil e os presentes no Paraná e seus modos de vida.

Estudando especificamente o nosso país, percebemos vários grupos


que procuram (re) existir em suas geograficidades, frente a essa realidade
colonialista abordada na unidade anterior. Essas populações são denominadas
de povos tradicionais que são.

[...] grupos culturalmente diferenciados e que se reconhecem como


tais, que possuem formas próprias de organização social, que
ocupam e usam os seus territórios e recursos naturais como condição
para a sua reprodução cultural, social, religiosa, ancestral, e
econômica, utilizando conhecimentos, inovações e práticas gerados e
transmitidos pela tradição. (BRASIL, Decreto Federal nº 6.040 de 7 de
fevereiro de 2000, Rede Puxirão, s.p.)

As populações tradicionais, de modo geral,

[...] ocupam a região há muito tempo e não têm registro legal


de propriedade privada individual da terra, definindo apenas o
local de moradia como parcela individual, sendo o restante do
território encarado como área de utilização comunitária, com
seu uso regulamentado pelo costume e as normas
compartilhadas internamente. (ARRUDA, 1999, p. 80).

“Durante séculos, estes povos sofreram incontáveis expropriações e


com isso perderam, para as indústrias farmacêuticas, de cosméticos, agrícola,
entre outras, seus conhecimentos milenares [...]”. (BERTOLDI, 2014, p.561).
26

Um exemplo desse processo da expropriação de saberes tradicionais


pode-se ver citado no site do grupo de Organização de Direitos Humanos -
“Terra de Direitos”. (http://terradedireitos.org.br/tag/complexo-hidreletrico-
tapajos/). Infelizmente é apenas um exemplo, entre tantas situações ocorridas.

Complexo Hidrelétrico
Tapajós
11/02/16

Megaprojetos do Tapajós: ilusões por trás das promessas


de desenvolvimento

No altar do modelo desenvolvimentista, os sacrifícios e retrocessos para a


biodiversidade e para os povos e indígenas e comunidades tradicionais não têm limites.
O chamado “Complexo Hidrelétrico Tapajós”, que prevê a construção de sete usinas no
Oeste do Pará, impacta diretamente comunidades tradicionais, entre quilombolas,
ribeirinhos, pescadores artesanais, extrativistas e cerca de dois mil quilômetros de
território indígena, principalmente da etnia Munduruku.

As expropriações ocorrem em todos os aspectos: de território, de seus


saberes e de suas vidas. Essa situação se torna um agravante quando, em
épocas de exploração desenfreada de recursos naturais para gerir e manter o
grande capital, essas terras se encontram em locais estratégicos para esse fim.
Conflitos de interesses aparecem e as lutas pela defesa de seus territórios de
vida acabam se tornando uma preocupação diária e desgastante para esses
povos.

Os saberes tradicionais, associados à biodiversidade significam ricos


acervos em perigo de extinção, que devem ser protegidos
principalmente em razão das políticas culturais homogeneizantes, da
ausência de recursos estruturais para a permanência, experiência,
valorização e compreensão/identificação pelas novas gerações e,
inclusive, pelas crescentes dificuldades de transmissão e
continuidade que também decorrem dos efeitos da globalização
cultural [...] (BERTOLDI, 2014, p. 566).
27

Há um grande conflito de interesses em torno dos territórios desses


povos. São áreas de grande valor mineral, hídrico, agrícola ou que se tornaram
APA´s (Áreas de Proteção Ambiental). Constantemente esses povos veem
ameaçados o seu modo de vida pela cobiça do grande capital (empresas e
grandes proprietários de terra). “Não se trata de algo novo. Desde sempre o
principal fator mobilizador para as lutas e rebeliões, tanto indígenas como
camponesas, foi a defesa de sua terra; e, no fundo, a Mãe Terra, mãe fecunda
e fonte de vida.” (ALBÓ, 2015, p. 4)

Caro aluno: Observando a charge ao


lado, explique:
- Por que o filho faz esse comentário
ao seu pai?
-Quais são os interesses antagônicos
(econômicos, políticos) presentes
nessa imagem?
- Quais as saídas possíveis para as
populações afetadas por essas
ações?
Figura 13:
Fonte:
<https://centrodeestudosambientais.wordpress
.com/tag/charge/page/2/>.
Acesso em: 24/08/16

Conhecer esses povos contribui para que seus saberes tradicionais


sejam preservados e mantidos vivos na memória coletiva de um país, e
promovendo um “[...] respeito à diversidade cultural e à criatividade humana”
(BERTOLDI, 2014, p.562). É somente com a coabitação entre grupos sociais
distintos que estes podem, por meio de contatos, diálogos e trocas se
organizarem para melhor conviverem no planeta.
Um importante instrumento de estudo que pode ser utilizado é a Nova
Cartografia Social. Projeto coordenado pelo antropólogo professor Dr. Alfredo
Wagner, que iniciou com o título: Nova Cartografia Social da Amazônia, no
período de 2005 a 2009, e teve como objetivo “[...] dar ensejo à auto-cartografia
dos povos e comunidades tradicionais da Amazônia.” (Fonte:
28

<http://novacartografiasocial.com/apresentacao/>). Em outras palavras, essa


cartografia promove a autoafirmação dos povos, bem como ajuda a divulgar
suas formas de vida, seus direitos e a necessidade de reconhecimento dos
seus territórios de vida. Ou seja, auxilia para que possam ter o direito de existir
como sempre o fizeram.
Além de possibilitar o conhecimento dessas áreas na perspectiva dos
povos originários esse trabalho também veio a fortalecer os movimentos
sociais aí presentes por proporcionar o protagonismo dos moradores no
descrever e cartografar suas realidades, seus desafios, desejos, direitos,
modos de estar e ser nos territórios. É um instrumento de autoafirmação social.
Em 2006 esse projeto expandiu para além do território amazônico em direção a
outras realidades brasileiras, sendo intitulado de Nova Cartografia dos Povos e
Comunidades Tradicionais do Brasil.
Tal projeto revelou um Brasil diverso e belo, detentor dos mais variados
saberes. Um país muito além do que se conhece, destacando as tradições
populares como possibilidades de modos de existências possíveis, além do
imposto pelo capital globalizante.
No Paraná, essas populações passam por várias situações de “[...]
invisibilidade social, cercada pelo estigma de um passado que as associam ao
atraso e à pobreza." (Rede Puxirão, 2008, p.5). Organizados em um grande
movimento social, denominado Rede Puxirão dos povos e Comunidades
Tradicionais, que reúne povos tradicionais: indígenas, faxinalenses,
benzedeiras, benzedores, curadores e curandeiras, costureiras e cozedeiras de
rendiduras e parteiras, pescadores artesanais, comunidades de religiões de
matriz africana, ilhéus, quilombolas, cipozeiros, “[...] lutam pelo reconhecimento
das suas identidades étnico e coletiva.” (Rede Puxirão, 2008, p.5).
29

ATIVIDADE 1
O Povo Brasileiro
Trata-se de um vídeo que ajuda a elucidar várias dúvidas sobre a
formação do povo brasileiro, baseado na obra do antropólogo
Darcy Ribeiro. Ele encontra-se dividido em matrizes étnicas. É
interessante assistir e estudar uma de cada vez.

Fonte:
<https://youtu.be/wfCpd4ibH3c>
(vídeo completo)
Figura 14

1) Assista o vídeo: O Povo Brasileiro, capítulo 4. Nele, Darcy Ribeiro chama


esse novo povo que se forma, após a chamada colonização brasileira, de
cultura de retalhos, um “ninguém”. Por que ele usa esses termos? Você
concorda com ele? Explique.
Capítulo 4: <https://youtu.be/KH6JaVAz5LI>
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________

PROFESSOR (a): Por ser um vídeo muito extenso,


recomenda-se que você o assista por completo, para ter ideia
do conteúdo apresentado. Para os alunos, o ideal é passar
apenas o capítulo 4, de aproximadamente 26 minutos, que
faz um breve resumo de como se deu, inicialmente, a
formação do povo brasileiro.
30

ATIVIDADE 2

Nova cartografia
Social

Figura 15 –
Fonte: <http://novacartografiasocial.com/apresentacao/>.
Acesso em: 09/07/16

1) Para identificar e localizar as mais diversas populações tradicionais


presentes no Brasil, utilizaremos a Nova Cartografia Social:
<http://novacartografiasocial.com/apresentacao/>

- Em um primeiro momento, fazer uma visita ao site da Nova Cartografia Social


conhecendo as contribuições que esse instrumento de pesquisa nos fornece;
- Escolher um fascículo para fazer uma leitura mais detalhada (de preferência,
as que se relacionam às regiões paranaenses, como os exemplos que
seguem);

Figura 16 Figura 17 Figura 18


Fonte: Fonte: Fonte:
<http://novacartografiasocial.c <http://novacartografiasocial.co <http://novacartografiasoci
om/apresentacao/> m/apresentacao/> al.com/apresentacao/>
31

- Fazer uma análise do modo como cada comunidade cartografou seu território
de vida, como os descreveu e como se autodenomina e as simbologias usadas
na legenda;
- Em um segundo momento, em duplas, (seguindo a orientação de fazer com
um colega que more próximo de você), fazer um mapa, seguindo o exemplo da
cartografia social, da região onde vocês moram.

PROFESSOR (a): É importante que você já tenha


feito essa visita pelo site da Nova Cartografia Social
e esteja familiarizado (a) com o conteúdo que ele
traz.
Você também pode se aprofundar assistindo ao
vídeo do You Tube, no Canal Futura, onde o Prof.
Dr. Alfredo Wagner faz explanações mais detalhas
de como se deu o processo de construção e
funcionamento desse projeto.
<https://youtu.be/TwcnSZe85pA>
32

Povos Indígenas, Quilombolas e


Faxinalenses: territórios de vida e
re-existência presentes no Paraná!
OBJETIVOS: Localizar, geograficamente, as comunidades de povos
tradicionais do Paraná, em estudo: indígenas, quilombolas e faxinalenses;
- Conhecer e compreender os modos de vida e identidades desses povos
tradicionais e as suas relações com seus territórios de vida.

Dentre as populações tradicionais presentes no Paraná esse trabalho


será focado nos povos Indígenas, Comunidades Remanescentes de Quilombos
e Comunidades Faxinalenses.

O NUPAUB (Núcleo de apoio à pesquisa sobre Populações Humanas em Áreas Úmidas Brasileiras),
da USP, traz em sua biblioteca virtual, várias produções interessantes sobre os povos que habitam
localidades que, periodicamente, sofrem inundações. Seja curioso e visite o site:
<http://nupaub.fflch.usp.br/apresentacao>

Povos Indígenas:

No Paraná há, atualmente, “[...] três etnias indígenas: os Guaranis,


Kaingang e os Xetás. A maioria vive nas 17 terras demarcadas pelo governo
federal” (Museu Paranaense, 2016, s. p.). Segundo dados do IBGE (Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística), “[...] do censo de 2010, indicam que
25.915 indivíduos se declararam indígenas no Paraná, sendo que desse total,
12.509 vivem em aldeias e os demais, estariam localizados, sobretudo, nos
grandes centros urbanos.” (Povos Indígenas Paranaenses, 2016, s. p.).
Em seu passado, os povos indígenas presentes em terras paranaenses,
tiveram seus territórios ocupados ou usados como rota de passagem na
33

conquista do oeste brasileiro e o Paraguai. “Essa guerra iniciou-se nas


primeiras décadas do século XVI com as expedições portuguesas e
espanholas cruzando a região em busca de metais, escravos, e de uma rota
para o Paraguai e Peru.” (MOTA, 1996, p. 188). Geralmente, os conquistadores
usavam como rotas, os próprios caminhos utilizados pelos indígenas (conforme
é visualizado no mapa abaixo, com o Caminho do Peabiru). Esses
acontecimentos não se deram de forma pacífica e amigável. “Alianças foram
estabelecidas e rompidas, de ambas as partes, fidelidades foram
sacramentadas e traições meticulosamente planejadas.” (MOTA, 1996, p.
1910).

Figura 19: Rota do Caminho do Peabiru, segundo Maack


Fonte: <http://www.jws.com.br/2016/08/memoria-o-caminho-do-peabiru/>. Acesso em: 17/09/16

Atualmente, esses povos passam por conflitos relacionados: “[...] ao


acesso a seu território tradicional, deficiência ao atendimento à saúde e
deficiência na execução da política de educação diferenciada de acordo com a
cultura de cada povo.” (Rede Puxirão, 2008, p. 13). O confinamento dessas
populações em restritas áreas denominadas de reservas indígenas “[...] trouxe
o desafio de adequar à organização social, [...] processo que limita
drasticamente as possibilidades de reprodução do sistema social indígena.”
(AZEVEDO et al, 2008, p. 17).
Cada povo indígena possui uma identidade própria. Os colonizadores
europeus que aqui chegaram os massificaram, passando a falsa ideia de que
34

todos são índios, sem especificidades, pensamento que perdura até os dias
atuais, haja vista a forma como foram delimitadas as terras indígenas.
Mesmo sendo os povos mais antigos de nosso estado, pouco se sabe
sobre suas culturas Na maioria das vezes ainda se tem uma imagem
estereotipada e preconceituosa, de não civilizados, que só existem em tribos,
isolados de tudo e de todos. Isso faz com que as pessoas que hoje vivem em
grandes centros urbanos, já sem nenhuma ligação com seu passado longínquo
familiar, se reconheçam descendentes desses ou, sabendo de suas origens,
não se manifestem ou assumam sua ancestralidade.
A seguir, são explanadas características de cada povo para nos auxiliar
na compreensão de seus modos de vida.

Guarani

Figura 20
Fonte:
<https://www.google.com.br/search?q=indios+guaranis+no+parana&biw=
1366&bih=638&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=0ahUKEwiUppecs8L
PAhVGf5AKHZ38ACMQ_AUIBygC#imgdii=ogUsxQJNPKixJM%3A%3Bo
gUsxQJNPKixJM%3A%3BCkjiKgcJUly8NM%3A&imgrc=ogUsxQJNPKixJ
M%3A>. Acesso em: 30/09/16

Pertence à família linguística “[...] Tupi-Guarani. A palavra para o


Guarani na atualidade assume relevância cosmológica e religiosa,
representando importante elemento na elaboração da identidade étnica.”
(BAPTISTA, 2012, p. 10).
Antes da vinda dos europeus, habitavam desde o litoral paranaense até
o oeste do estado, nas margens do rio Paraná. “Nos séculos XVIII e XIX os
Guaranis que habitavam o interior foram utilizados como mão-de-obra servil na
atividade de pecuária ou reunidos pelo Governo em reservas indígenas”
(Fonte: Museu Paranaense, 2016, s.p.). Outros conseguiram fugir para o litoral.
“Os 3.208 Guaranis vivendo em aldeias fazem do Paraná o estado com a maior
35

população desta etnia de todo sul e sudeste [...]” (Caderno Guarani, 2016, s.
p.).

Na realidade, pode-se falar de um grande ‘território guarani’, e assim


o viram os antigos conquistadores europeus e os colonos que os
conheceram. Essa identidade se fundamenta num ‘guarani reko’, um
modo de ser e proceder, com características próprias. Seu território, o
solo que se pisa, é um tekoha, o lugar físico, o espaço geográfico
onde os Guarani são o que são, onde se movem e onde existem.
(AZEVEDO et al, 2008, p.10)

Sua economia é baseada na reciprocidade “[...] mediante a qual


comunicam seus bens, dando e recebendo dons gratuitos." (AZEVEDO et
al,2008, p 12). Promovem festas para partilhar os excedentes produzidos
através da agricultura (são bons agricultores) e principalmente, para renovar os
laços de amizade e celebrar o trabalho realizado em comum. O canto e a
dança são marcas culturais muito fortes para esse povo.
Por serem grandes agricultores, pode-se dizer que um dos maiores
problemas enfrentados pelos Guarani, além de seus territórios invadidos e
saqueados, é o esgotamento de suas terras e devastação das florestas. “A
mata, a água e outros elementos do ambiente são espaços ocupados por uma
série de seres espirituais, com os quais os Guarani necessitam interagir para
reproduzir seu modo de vida.” (AZEVEDO et al, 2008, p. 13).

KAINGANG

Figura 21
Fonte:
<http://tabajaramarques.blogspot.com.br/2014_12_01_archive.html
.>. Acesso em: 16/08/16
Povos do tronco linguístico Macro-Jê. “São caracterizados como
sociedades sociocêntricas que reconhecem princípios sociocosmológico
dualistas, apresentando um sistema de metades”. (BAPTISTA, 2012, p.10).
36

Esses princípios “[...] operam sobre uma estrutura social baseada na


articulação de unidades sociais territorialmente localizadas, formadas por
famílias entrelaçadas que dividem responsabilidades cerimoniais, sociais,
educacionais, econômicas e políticas.” (Povos Indígenas no Brasil/kaingang,
2001, s. p.).
Habitavam as regiões de campos e florestas de Araucárias. “No século
XIX a atividade tropeira e a expansão das fazendas de gado sobre os campos
gerais de Guarapuava e Palmas” (Museu Paranaense, 2016, s. p.) atingiu os
territórios Kaingang. Atualmente vivem em aldeamentos organizados pelo
governo.

A concepção de descendência mantém-se operante entre os


Kaingang. O próprio critério de identidade étnica passa pelo conceito
de descendência paterna. Ser Kaingang significa ser filho de pai
Kaingang. Nas terras indígenas Kaingang há um número significativo
de indivíduos classificados como mestiços (filhos de casamentos
entre Kaingang e branco), misturados (filhos de pais de duas etnias
indígenas, como de Kaingang com Guarani ou Kaingang com
Xokleng), indianos (brancos casados com mulheres Kaingang que
vivem incorporados como membros da comunidade da esposa), ou
cruzados (estes, segundo os próprios Kaingang, são definidos como
aqueles filhos de mãe índia e pai branco e que não falam a língua
nativa). (Povos Indígenas no Brasil/kaingang, 2001, s. p.).

XETÁ

Figura 22
Fonte:
<http://www.museuparanaense.pr.gov.br/modules/conteudo/c
onteudo.php?conteudo=97>. Acesso em: 08/10/16
Pertencentes ao tronco linguístico Tupi-Guarani. Ultima etnia a ter
contato com o governo do país.
Foram contatados em 1949 e em 1976 se encontravam dizimados. O
território ocupado pelos Xetás fica onde hoje atualmente é chamado
de Serra dos Dourados, a terra onde estavam distribuídos era objeto
37

de desejo e de cobiça para o plantio de café, do qual a colonização


não poupou a floresta, seu povo e sua cultura. Os Xetás foram os
últimos caçadores e coletores das etnias paranaenses, por isso a
floresta e o território são tão importantes à sua sobrevivência.
(BAPTISTA, 2012, p. 10).

Além da expansão da cafeicultura, a ocupação do território Xetá também


se deu “[...] pela implantação e implementação das fazendas e criação de gado
e agricultura e as ações das companhias de colonização e imigração que
obtinham terras do governo a baixo custo, loteavam-nas [...]” (Povos Indígenas
no Brasil/Xetá, 1999, s.p.).
Ouvindo relatos de alguns sobreviventes Xetás que hoje moram na
aldeia urbana Kakané Porã, situada na periferia sul de Curitiba (bairro Campo
do Santana), que abriga também famílias de Guarani e Kaingangs, há uma
profunda lamentação de que, juntamente com o desaparecimento de seu povo
e território, também sua língua materna e traços culturais se perderam. Hoje
restam apenas os depoimentos dos mais velhos, que ainda resistem e
repassam essa memória coletiva, de forma oral. Essa é uma marca que hoje
caracteriza o povo Xetá.

ATIVIDADE 1 – Presença indígena no PR


Observe o mapa a seguir, dos povos indígenas presente no Paraná.
- Com auxílio de um atlas, que contenha o mapa político do estado do Paraná,
identifique os municípios onde as terras indígenas se encontram.
- Pesquise: essas localidades são as mesmas de sempre? Por que hoje essas
populações se encontram nessas regiões? Que interesses há para que se
mantenham (e as mantenham) ai?
38

Figura 23:
Fonte: <http://www.indigena.mppr.mp.br/modules/noticias/article.php?storyid=16>. Acesso em:
02 ago. 2016

ATIVIDADE 2 – Kakané Porã


Você sabia que dentro da cidade
de Curitiba existe uma terra
indígena?
Sim!!!!
É a aldeia Indígena Urbana
Kakané Porã, situada no bairro
Campo do Santana, região sul de Figura 24:
Curitiba. Fonte:
<http://www.bemparana.com.br/noticia/254772/aldei
a-indigena-de-curitiba-luta-para-preservar-cultura>.
Acesso em: 04/11/16

Acesse o link que se segue e leia a reportagem do CGN Uol que relata como
se deu a criação desse aldeia.

<http://cgn.uol.com.br/noticia/173796/curitiba-tem-primeira-aldeia-indigena-
urbana-do-sul-do-pais>

Após ler essa reportagem, responda:


39

1 – O que você acha dessa alternativa (aldeia urbana) encontrada pelo governo
de integrar os povos indígenas?
2 – São três etnias diferentes partilhando de um mesmo espaço. Pesquise se
essa convivência é tranquila? Como você imagina que se dê essas relações?
3 – Quais os desafios que esses povos enfrentam para preservar a sua cultura
e terem uma vida digna dentro de uma cidade, como Curitiba?

PROFESSOR (a): Se você é da região de Curitiba seria muito


interessante marcar uma aula de campo na tribo Kakané
Porã com seus alunos. Eles são muito receptivos e gostam de
passar seus conhecimentos para os visitantes. E além do mais,
também estaríamos ajudando-os financeiramente, na compra
de seus artesanatos (uma das poucas fontes de renda desses
povos)
Se você não é de Curitiba, pesquise se há povos indígenas em
sua região e se há possibilidade dessa visita.
Ações como essa auxiliam a desmitificar o “folclore” que temos
referente aos povos indígenas.

COMUNIDADES REMANESCENTES DE
QUILOMBOS - (CRQ)

No decorrer da versão hegemônica da história da formação populacional


do estado do Paraná, a presença negra teve um caráter de invisibilidade,
destacando os imigrantes europeus como principais personagens constituintes.
Mas não foi bem assim. A população africana (e seus descendentes) sempre
esteve presente, contribuindo na economia do estado, na condição de
escravizados, trazendo consigo, marcas culturais que hoje também os
caracterizam.
“Chegaram africanos ao Paraná ao menos até 1855, em geral pelo Porto
de Paranaguá. Contudo, acredita-se que o mais comum era a aquisição de
40

escravos negros nos principais centros de comércio de gado [...]”. (MACHADO,


2008, p. 50). Esses negros escravizados vinham de “[...] Guiné, Angola e
Moçambique.” [...] (CPT, 2010, p. 12).
A presença negra no Brasil e no Paraná acompanha o desenvolvimento
dos ciclos econômicos. Inicialmente, com a exploração mineral, no litoral. Após,
nos campos gerais, acompanhando o trajeto dos tropeiros, onde fazendas e
povoados foram surgindo e utilizando mão-de-obra escrava nos trabalhos com
a pecuária. “[...] A média seria de 20 escravos em cada fazenda, no caminho
das tropas.” [...] (SANTOS, 2001, p. 32). Com o ciclo da erva mate, “[...] pode-
se dizer que durante a fase de extração e transporte e de beneficiamento eram
utilizados homens livres e escravos.” (SANTOS, 2001, p. 41). Isso foi verificado
na região de Curitiba.
Dentro dessa trajetória pelo estado, é que hoje temos a presença das
Comunidades Remanescentes de Quilombos (CRQ), principalmente nas
regiões onde se desenvolveram mais fortemente os ciclos econômicos do
Paraná. Destacam-se em número de comunidades os municípios de
Adrianópolis, Lapa, Guarapuava e Castro.

Desde a expansão europeia, iniciada no século16, foi se construindo


a ideia de que civilização é sinônimo de europeização dos costumes.
[...] Felizmente alguns traços desses outros modelos civilizatórios
sobreviveram, a despeito da desvalorização de que foram vítimas as
etnias e os povos que os criaram. [...] Nos quilombos brasileiros,
pontos geográficos de resistência, a musicalidade, a união e a fé
estabeleceram um panorama civilizatório diferenciado. Alguns
resquícios de africanidade ainda são perceptíveis nas comunidades
negras tradicionais do Paraná, também denominadas Terras de
Preto, ainda que modificados pela dominação europeia e pela própria
mistura dos diferentes povos africanos escravizados. (GOMES
JUNIOR, 2008, p. 61).

Segundo o Grupo de Trabalho Clóvis Moura, “[...] o Paraná possui mais


de 86 comunidades, sendo 36 Comunidades Remanescentes de Quilombo
auto reconhecidas e certificadas pela Fundação Cultural Palmares” (Grupo de
Trabalho Clóvis Moura, 2016, s. p.).
41

ATIVIDADE 1 – Presença quilombola no PR

No mapa abaixo está representado as comunidades remanescentes de


quilombos presente no Paraná:

Figura 25: População negra e quilombola no Paraná.


Fonte: <http://www.itcg.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=32>. Acesso em:
09/09/16

 Onde estão localizadas a grande parte das CRQ no Paraná? Por


quê?
 Como se apresenta os aspectos físicos-naturais nessa parte do
estado? Tem alguma relação com a presença das CRQ nesses
lugares? Responda essa questão comparando com o mapa a seguir:
42

Figura 26
Fonte: <https://cartografiaescolar.wordpress.com/mapa-mundi-3d/>. Acesso em:
23/10/16

 Você conhece alguma dessas CRQ ou pelo menos já tinha ouvido


falar nelas? Comente.
 Compare o mapa acima, com a localização das CRQ e o mapa a
seguir, sobre a presença dos principais grupos étnicos europeus no
Paraná. Há alguma coincidência de lugares entre a presença de
ambos? Como você entende esse processo?
43

Figura 27:
Fonte: <http://gralhaazulcultural.blogspot.com.br/2015/08/a-colonizacao-paranaense-as-
diversas.html>. Acesso em: 05/09/16

ATIVIDADE 2 – Comunidades Quilombolas


Pesquisando no site do Grupo de Estudos Clóvis Moura, faça um quadro
para cada CRQ, seguindo o modelo abaixo, sobre as suas principais
características. Com esses dados poderemos traçar um perfil de cada
realidade apresentada nessas comunidades e conhece-las melhor.
Endereço do site: <http://www.gtclovismoura.pr.gov.br/>

Comunidade Remanescente de quilombo (CRQ)

Localização (município)

Como surgiu?

Base econômica atual

Como preservam sua cultura


44

ATIVIDADE 3 – Presença negra em Curitiba

Em Curitiba mesmo possuindo uma significativa população negra, a


cidade ainda carrega o estigma de cidade europeia. Marcos e símbolos na
cidade que manifestam a presença negra são menos evidenciados e
valorizados. Lançando um olhar geográfico pela cidade, podemos perceber que
não é bem assim. Existem referências que trazem a presença do povo negro.
As imagens a seguir trazem essas marcas da presença negra na cidade.
Observe com atenção e responda, para cada uma
 Você conhece esses lugares?
 Em que bairro da cidade elas se encontram? Por quê?
 Que referências elas trazem da presença negra em Curitiba?
 Faça uma pesquisa e escreva sobre cada uma delas.
45

1 - Igreja do Rosário 2 - Estátua do Homem Nú

Figura 28
Fonte: Figura 29
<http://familiapetroski.blogspot.com.br/2011/1 Fonte: <http://specialparana.com/lista-
2/igreja-de-nossa-senhora-do-rosario- conheca/curitiba-pr/>. Acesso em: 17/10/16
de.html>. Acesso em: 17/10/16
3 - Túmulo Maria Bueno 4 - Maria Lata d´água

Figura 30
Figura 31 Fonte:
Fonte:
<http://jornalggn.com.br/noticia/campcamp-da-
<https://blogdomaizeh.wordpress.com/2012/0
sabesp-de-racionamento-de-agua-foi-
1/>. Acesso em: 17/10/16
barrada>. Acesso em: 17/10/16
5 - Praça Zumbi dos Palmares 6 - Sociedade Treze de Maio

Figura 32
Fonte: Figura 33
<http://grupomourasantos.com/site/fotos.php? Fonte: <https://kekanto.com.br/biz/sociedade-
o=4C308416AD53ACDCD38780BB7108D61D treze-de-maio-2/fotos/252326>. Acesso em:
&id=391>. Acesso em: 17/10/16 17/10/16
46

Trago como sugestão de vídeo, para aprimorar o conhecimento sobre a presença negra
em Curitiba, o documentário: “Sob a Estrela de Salomão”. Ele narra a história da
Sociedade Treze de Maio e a participação do negro na cidade.
Disponível em: <https://youtu.be/wzKQY9Tr_Gs>

COMUNIDADES FAXINALENSES:

Os faxinais “[...] são comunidades tradicionais que possuem um sistema


alternativo de produção, em que os moradores têm a posse de seus bens, dos
animais e de suas plantações, mas a terra é coletiva”. (Rede Puxirão, 2016,
s.p.).
Segundo a Articulação Puxirão dos Povos Faxinalenses, é difícil fazer
um levantamento exato do número de faxinais presentes no estado do Paraná.
“Há cerca de dez anos, quando foi aprovado o decreto estadual 3.446/97,
reconhecendo a existência dos faxinais, o Paraná tinha 152 comunidades. Hoje
esse número caiu para menos de um terço.” (Fonte: Rede Puxirão, 2016, s. p.).
A maioria dessas comunidades se encontra na região centro-sul do estado do
Paraná, conforme é possível ver no mapa abaixo:
47

Figura 34: Povos tradicionais no Paraná.


Fonte: <http://quilombolasdepalmas.blogspot.com.br/>. Acesso em: 14/10/16

No Paraná, uma grande dificuldade de se estudar essa população é o


fato de haver uma “[...] invisibilidade social dos agentes faxinalenses”. (SOUZA,
2008, p. 03). Mesmo entre eles há a necessidade de uma “[...] construção da
identidade étnica” (SOUZA, 2008, p. 3), para que a existência desse grupo
social permaneça e lute por seu território de vida. Essa situação traz como
consequência também, o fato de que os faxinais pouco sejam conhecidos entre
os moradores das grandes cidades, no caso Curitiba.
Em estudos elaborados pela rede Puxirão, verificou-se:

A relação dos faxinalenses com o poder público municipal e as


instituições estaduais define-se pelo desconhecimento, preconceito e
arbitrariedades relatadas em dezenas de atos de violação dos
portões e mata-burros, onde as prefeituras agem em muitas situações
favorecendo interesses contrários a permanência do uso comum [...].
(SOUZA, 2008, p. 08).

Sob o ponto de vista econômico, os faxinais contrariam o modelo de


produção capitalista em detrimento da produção tradicional, ou seja, há
permanentemente nesses locais um conflito entre os modos de produção.
Nesse aspecto aparece o conceito de territorialização “[...], ou seja, o processo
48

de reorganização social decorrente de situações de conflito territorial,


envolvendo povos e comunidades tradicionais que historicamente se
contrapuseram ao modelo agrário exportador [...]” (SOUZA, 2008, p. 17).

ATIVIDADES 1

A figura abaixo mostra de modo simplificado, o funcionamento de um faxinal.

Figura 35: Funcionamento simplificado de um faxinal.


Fonte: <http://revistagloborural.globo.com/Revista/Common/0,,ERT168649-18283,00.html>.
Acesso em 13/09/16

 Assista à reportagem no link: <https://youtu.be/xk5XQBsDNRI> e


compare o desenho de um faxinal apresentado acima? O que tem de
diferente, no desenho e no vídeo, com relação ao espaço de cria?
 O que você acha de interessante nesse sistema de produção agrícola e
seu estilo de vida?
 De que forma esse sistema, em forma de faxinais, se opõe aos sistemas
agrícolas baseados na monocultura?
 Você conhece algum faxinal? Já tinha escutado falar de sua existência.
Comente.
49

UNIDADE V

Danças
Circulares e
Criações
Coreográficas
Objetivos: - Coreografar as experiências culturais dos povos tradicionais em
estudo, a partir da compreensão dos alunos.

PROFESSOR (a): Esse capítulo foi elaborado


especialmente para você. Ele traz orientações
específicas sobre as danças circulares para o seu
trabalho em sala de aula.
O conteúdo – Danças Circulares - pode ser algo
novo então te apresento conceitos básicos dessa
prática. Sugiro que você busque, em sua cidade,
por grupos e experiências de danças circulares antes
de começar esse trabalho com os alunos, para se
sentir mais familiarizado (a) com a temática.
Você também poderá conversar com professores
das disciplinas de arte e/ou educação física. Talvez
eles poderão te auxiliar e contribuir com o trabalho.

A dança é uma manifestação cultural de um povo. O corpo traz as


memórias e identidades de seus antepassados. Por isso, essa forma de
conhecimento deve (e precisa) ser mais utilizada em nossas escolas, como
recurso didático- pedagógico, em especial, as danças circulares.
Bernhard Wosien (bailarino alemão), considerado o “pai das danças
circulares”, na década de 70, com seus alunos, descobriu essa riqueza cultural
50

através de visitas a campo, em países do leste europeu, no período pós-


guerras.
Segundo WOSIEN: “A arte popular nasceu da
comunidade social, autóctone. Ela surge na região, nas
casas e nos campos das famílias, nos lugares comuns
a toda a comunidade.” (2000, p. 109).

Ele tinha a preocupação de não deixar cair no esquecimento, práticas


culturais desses povos, que com suas danças tradicionais, reproduziam o
cotidiano através de suas coreografias bem significativas. Dançavam: a alegria
das colheitas, o solstício de verão (em países de invernos rigorosos), o
movimento dos astros no céu (sol, lua, estrelas), as cerimônias religiosas
(casamentos, nascimentos, falecimento, etc.), o planejamento e construção de
suas cidades, a realidade no seu mundo do trabalho, etc.
Veja a seguir a ligação que B. Wosien faz entre a dança e o espaço:

Figura 36 – A dança e o espaço, segundo Wosien


Fonte: <http://shojoedaijo.blogspot.com.br/2015_08_01_archive.html>. Acesso em: 07/09/16

Como você compreende essa relação: dança e geografia?


_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
A dança circular traz como diferencial das demais práticas dançantes, o
fato de ser realizada em círculo, sendo, na maioria das vezes, de mãos dadas.
O trabalho em círculo se beneficia da sabedoria de todos. O círculo simboliza a
51

liderança partilhada, igualdade, e inclusão. Promove o foco, a responsabilidade


e a participação de todos. “Muito além de uma representação geográfica, os
círculos são uma forma de estabelecer uma conexão profunda entre as
pessoas [...]” (PRANIS, 2010, p. 10). Os círculos criam, “[...] de forma
intencional, um espaço onde todos os aspectos da experiência humana
recebem reconhecimento e são bem-vindos.” (PRANIS, 2010, p. 45).
As imagens abaixo trazem como mensagem a importância de se
vivenciar a prática da dança, de forma circular, como um instrumento de
vivência da cultura de paz entre nós.

Figura 37 Figura 38
Fonte: Fonte:
<https://www.slyzor.com/i/negopanther>. <http://ospontosdevista.blogs.sapo.pt/bob-
Acesso em: 06/10/16 marley-no-facebook-se-todos-nos-665113>.
Acesso em: 06/10/16

Motivados por essas palavras, crie você também, uma frase e um desenho que
representem a importância do “dar as mãos” na promoção de uma cultura de
paz e partilha da sabedoria popular

Perceber, conhecer, vivenciar o espaço geográfico de diferentes povos,


para valorizar e construir o “seu espaço”, seu lugar no mundo, nessa época de
52

globalização cultural é uma demanda atual no continente Sul-Americano.


Compartilhar essa herança cultural, rememorando gestos e valores, recriando
vínculos afetivos e identitários de culturas tradicionais latino-americanas e,
especificamente a brasileira, se faz necessário em época em que as diferenças
são desrespeitadas.
Somado ao exposto, é importante também ultrapassar o enfoque de as
danças circulares serem apenas utilizadas como meras apresentações, em
Semanas Culturais, para tornarem-se instrumento de percepção, compreensão
espacial, ambiental e cultural. Entendendo o espaço, segundo SANTOS (1988,
p. 26), “[...] como um conjunto indissociável de que participam, de um lado,
certo arranjo de objetos geográficos, objetos naturais e objetos sociais e, de
outro, a vida que os preenche, anima, ou seja, a sociedade em movimento.” E
esse movimento sendo representado através de coreografias criadas por eles
mesmos. “É preciso dançar essas danças, para descobrir isso; é preciso se
tornar presente para nos apropriarmos delas [...]” (WOSIEN, 2000, p. 109).
Atualmente, com o crescimento rápido das cidades, o auge da
industrialização e a ação do grande capital, fez com que as experiências
comunitárias, de expressões culturais, fossem reprimidas e,
consequentemente, esquecidas.
Por isso, conhecer as experiências dos diversos países latino-
americanos, mas principalmente, de nosso estado - Paraná, identificando esse
grande mosaico de cores, sons e sabores; passos, ritmos e experiências de
vida, que despertam a imaginação e a criatividade, experimentando tudo isso,
através das danças circulares é uma forma de fortalecer a memória de nossa
cultura.
53

ATIVIDADES – criando coreografias

1 – Identificando os modos de vida dos povos em estudo

PROFESSOR (a): nessa atividade você pode


fazer a pesquisa dos povos: indígenas, quilombolas
e faxinalenses em todas as turmas ou, para cada
sala, um povo específico.

A proposta é de que se comece a aula com uma roda de conversa.


* Depois de tudo que já estudamos, vale a pena perguntar aos alunos:
- Vocês já conheciam os povos tradicionais e originário que estamos
estudando?
- Já tiveram a oportunidade de conhecer (ou visitar) o território de vida deles?
Por acaso, alguém tem laços familiares com esses povos?

Vamos trocar algumas

ideias...
54

2 - Para nos ajudar a conhecer como vivem esses povos, vamos usar dos
recursos disponibilizados no youtube.
Veja os vídeos que nos ajudarão a visualizar o dia-a-dia dessas comunidades,
presentes no Paraná.

POVOS
Dia-a-dia Educação
<https://youtu.be/0vdY34XLOr0>

Kaingang
<https://youtu.be/8mq0bbF0RtY> Indígenas
Guarani – S. Miguel do Iguaçu
<https://youtu.be/Zcpnqm4Azmw>

MEU PARANÁ
<https://youtu.be/6zeZ3fLfPSw>

Quilombolas no PARANÁ Quilombolas


<https://youtu.be/THvMpTNc3jY>

GLOBO RURAL Faxinalenses


<https://youtu.be/xk5XQBsDNR>

PROFESSOR (a): Esses são apenas algumas


sugestões de vídeos disponíveis no YouTube, Há
muitos mais! Caso você tenha tempo para
aprofundar mais o assunto, vale a pena pesquisar
e acrescentar.
55

3 – Criando coreografias!!!
Essa atividade vai necessitar que alguém (seja você, professor de geografia,
ou de outra disciplina, ou um aluno) que tenha alguma noção musical, tempo
rítmico. Não que seja imprescindível mas que, com certeza, facilitará o
trabalho.
Vamos organizar essa atividade por etapas:
a) Após estudar os modos de vida das comunidades em estudo (indígenas,
quilombolas e faxinalenses), fazer um levantamento das principais
características presente no seu cotidiano;
b) Identificar gestos e movimentos corporais que representem esses
modos de vida;
c) Realizar uma coleta de sugestões de músicas que retratem e/ou
identifique cada povo;
d) Selecionar as músicas mais representativas;
e) Assistir, via YouTube, danças circulares já existentes, para servir de
inspiração para a criação coreográfica.
OBSERVAÇÃO: aqui deixo livre para que a pesquisa seja iniciativa dos
próprios alunos. É só pedir no YouTube por danças indígenas e negras.
Das comunidades faxinalenses não há registro.

f) Agora, em grupo ou a turma toda, tentar encaixar esses movimentos dos


modos de vida dos povos com as músicas selecionadas. Escolher uma e
trabalhar os movimentos em cima dela;

No link a seguir está um vídeo didático com os passos básicos das danças
circulares. Ele auxiliará na composição coreográfica. Escolha os passos que
encaixem com o ritmo musical escolhido.
Link: <https://youtu.be/WqOeNAUFp80>
56

DESCRIÇÃO DOS PASSOS BÁSICOS


UTILIZADOS NAS DANÇAS CIRCULARES:

No anexo I você encontrará uma descrição detalhada das anotações e


simbologias coreográficas utilizadas nas danças circulares, segundo o
professor e focalizador de danças circulares, William Valle. É uma linguagem
coreográfica. Se você se sentir familiarizado com ela, poderá descrever a
coreografia criada com seus alunos, utilizando essas descrições (ou parte
delas). Caso contrário, não tem problema. Simplesmente descreva
detalhadamente cada passo e movimento. O registro das coreografias é
importante para que não ocorra o esquecimento e que fique para a
posteridade.
Utilizando as informações contidas no Anexo I, trago as descrições dos
passos básicos mais utilizados nas danças circulares contidas no vídeo.
IMPORTANTE: Na linha de cima está informado o pé utilizado. Na linha
abaixo, o movimento que se faz com esse pé.

1) Passo-passo, balança-balança: D . E . bal-bal


f f

2) Passo – junta – passo: D . E . D : E . D . E


f j f f j f

3) Passo lateral: D . E (pode-se começar com o pé esquerdo)


l j

4) Passo de ciranda: E . D . E . D
f v t v

5) Passo de trança: D . E . D . E (pode-se começar com o pé E)


xf l xt l (pode-se começar abrindo lateralmente
e depois, cruzando);

6) Meia trança: E . D (pode-se começar com o pé D e/ou xt)


xf l

7) Passo Iemenita: E . D . E : D . E . D
t j f t j f
57

g) Ensaiar e dançar com a turma toda!

IMPORTANTE: As danças circulares não trabalham com a proposta de realizar


apresentações. Ela motiva para que todos dancem, compondo a grande roda,
celebrando cada coreografia.
Aqui vem o desafio de que, após ter as coreografias prontas e ensaiadas, a
turma convide e focalize (ensine) a (s) dança (s) para todos do colégio.

Figura 39: (Foto: Angela Amazonas)

h) Fazer com a turma um momento de avaliação do trabalho realizado,


identificando as potencialidades e as fragilidades do resultado obtido.

Figura 40
Fronte: <http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=24644>. Acesso em:
21/11/16
58

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direitos sobre os recursos naturais. Cadernos IHU ideias. Ano 13, nº 225,
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2000.
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Figuras:
1 – Mapa das comunidades tradicionais:
Disponível em:
<https://www.google.com.br/search?q=Mapa+das+comunidades+tradicionais+d
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RM%253A%253Bk5avyar2jqcZDM%253Bhttps%25253A%25252F%25252Fcon
fins.revues.org%25252F11000&source=iu&pf=m&fir=x95YiuK51aipRM%253A
%252Ck5avyar2jqcZDM%252C_&usg=__nPxHkbOVyrtq4fQvOdfvoc_dwLE%3
D&ved=0ahUKEwjS3ebiu7rPAhXIFJAKHXUvAjoQyjcIPQ&ei=eh_wV9K4Ocipw
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2 – Tribo Araca – i (Guarani). Piraquara - PR


Disponível em:
<https://www.google.com.br/search?q=indios+guaranis+no+parana&biw=1366&
bih=638&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=0ahUKEwiUppecs8LPAhVGf5AK
HZ38ACMQ_AUIBygC#imgdii=ogUsxQJNPKixJM%3A%3BogUsxQJNPKixJM%
3A%3BCkjiKgcJUly8NM%3A&imgrc=ogUsxQJNPKixJM%3A.>. Acesso em:
15/08/16.
3 – Faxinais em Quitandinha e Mandirituba – PR
Disponível em: <http://g1.globo.com/pr/parana/noticia/2014/08/projeto-
ambiental-revitaliza-faxinais-e-beneficia-familias-na-grande-curitiba.html.>.
Acesso em: 18/11/16.
4 – Comunidade Quilombola Palmital dos Pretos. Campo Largo – PR.
Disponível em: <http://quilombospr.blogspot.com.br/.>. Acesso em: 15/05/16.

5 – Mapa político do Brasil


Disponível em: <http://www.espacoeducar.net/2008/02/atlas_08.html.>. Acesso
em: 11/07/16.
6 – Leonardo Boff
Disponível em: < https://pensador.uol.com.br/frase/MTI5ODU4OA/>. Acesso
em: 01/10/2016.

7 – Pindorama
Disponível em: <http://blogs.piraidigital.com.br/esperanca/2016/04/08/3215/.>.
Acesso em: 21/11/16.
8 – Pau – Brasil
Disponível em: <https://www.todamateria.com.br/ciclo-do-pau-brasil/.>. Acesso
em: 20/11/16.
9 – Antônio Nóbrega
Disponível em: <http://www.adorocinema.com/personalidades/personalidade-
91573/>. Acesso em: 22/11/16.

10 – Primeira missa no Brasil


62

Disponível em:
<https://www.google.com.br/search?q=primeira+missa+no+brasil&espv=2&biw
=1366&bih=589&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=0ahUKEwi8xraihrXPAhU
CHZAKHeM6CMoQ_AUIBigB&dpr=1#imgdii=grDy7txHtsQb3M%3A%3BgrDy7t
xHtsQb3M%3A%3BLhPvzo44-uu0DM%3A&imgrc=grDy7txHtsQb3M%3A>.
Acesso em: 03/05/16.
11 – Bandeira Wiphala
Disponível em: <http://espiritu-viajero.com/2015/07/01/wiphala-historia-
significado-bandera/>. Acesso em: 02/07/16.
12 – Bandeira do Brasil
Disponível em: <http://www.opanal.org/estados-miembros/>. Acesso em:
22/11/16.
13 – Charge Estudo ambiental
Disponível em:
<https://centrodeestudosambientais.wordpress.com/tag/charge/page/2/>.
Acesso em: 24/08/16.
14 – O povo brasileiro – Darcy Ribeiro
Disponível em:
<http://cineaprendizagem.blogspot.com.br/2010_09_01_archive.html.>. Acesso
em: 07/09/16.
15 – Nova Cartografia Social
Disponível em: <http://novacartografiasocial.com/apresentacao/>. Acesso em:
18/04/16.
16 – Nova Cartografia Social – fascículo 5
Disponível em: <http://novacartografiasocial.com/apresentacao/>. Acesso em:
18/04/16.
17 – Nova cartografia Social – fascículo 11
Disponível em: <http://novacartografiasocial.com/apresentacao/>. Acesso em:
18/04/16.
18 - Nova Cartografia Social – fascículo 3
Disponível em: < http://novacartografiasocial.com/apresentacao/>. Acesso em:
18/04/16.
19 – Mapa do Paraná. Rota do caminho de Peabiru, segundo Maack.
Disponível em: <http://www.jws.com.br/2016/08/memoria-o-caminho-do-
peabiru/>. Acesso em: 30/07/16.
20 – Guarani
Disponível em:
<https://www.google.com.br/search?q=indios+guaranis+no+parana&biw=1366&
bih=638&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=0ahUKEwiUppecs8LPAhVGf5AK
HZ38ACMQ_AUIBygC#imgdii=ogUsxQJNPKixJM%3A%3BogUsxQJNPKixJM%
3A%3BCkjiKgcJUly8NM%3A&imgrc=ogUsxQJNPKixJM%3A>. Acesso em:
30/09/16.
63

21 – Kaingang
Disponível em:
<http://tabajaramarques.blogspot.com.br/2014_12_01_archive.html.>. Acesso
em: 16/08/16.
22 – Xetá
Disponível em:
<http://www.museuparanaense.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?cont
eudo=97>. Acesso em 08/10/16.
23 – Mapa: Presença indígena no estado do Paraná
Disponível em:
<http://www.indigena.mppr.mp.br/modules/noticias/article.php?storyid=16>.
Acesso em: 22/08/16.
24 – Tribo urbana Kakané Porã
Disponível em: <http://www.bemparana.com.br/noticia/254772/aldeia-indigena-
de-curitiba-luta-para-preservar-cultura.>. Acesso em: 20/11/16.
25 – População negra e comunidades quilombolas no estado do Paraná
Disponível em:
<http://www.itcg.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=32>.
Acesso em: 09/09/16.
26 – Mapa físico do Paraná – relevo
Disponível em: <https://cartografiaescolar.wordpress.com/mapa-mundi-3d/>.
Acesso em: 23/10/16.
27 – Feira das nações – algumas nacionalidades que imigraram para o Paraná
Disponível em: <http://gralhaazulcultural.blogspot.com.br/2015/08/a-
colonizacao-paranaense-as-diversas.html>. Acesso em: 05/09/16.
28 – Igreja do Rosário
Disponível em: <http://familiapetroski.blogspot.com.br/2011/12/igreja-de-nossa-
senhora-do-rosario-de.htm>. Acesso em: 17/10/16.
29 – Estátua do homem nu
Disponível em: <http://specialparana.com/lista-conheca/curitiba-pr/>. Acesso
em: 17/10/16.
30 – Túmulo de Maria Bueno
Disponível em: <https://blogdomaizeh.wordpress.com/2012/01/>. Acesso em:
17/10/16.
31 – Maria Lata d´água
Disponível em: <http://jornalggn.com.br/noticia/campanha-da-sabesp-de-
racionamento-de-agua-foi-barrada>. Acesso em: 17/10/16.
32 – Praça Zumbi dos Palmares
Disponível em:
<http://grupomourasantos.com/site/fotos.php?o=4C308416AD53ACDCD38780
BB7108D61D&id=391>. Acesso em: 17/10/16
33 – Sociedade Treze de maio
64

Disponível em: <https://kekanto.com.br/biz/sociedade-treze-de-maio-


2/fotos/252326>. Acesso em: 17/10/16.
34 – Áreas estratégicas para conservação da biodiversidade e povos
tradicionais
Disponível em: <http://quilombolasdepalmas.blogspot.com.br/>. Acesso em:
14/10/16.
35 – Esquema de um faxinal
Disponível em:
<http://revistagloborural.globo.com/Revista/Common/0,,ERT168649-
18283,00.html>. Acesso em: 13/09/16.
36 – Bernhard Wosien
Disponível em: <http://shojoedaijo.blogspot.com.br/2015_08_01_archive.html>.
Acesso em: 07/09/16.
37 - Danças circulares
Disponível em: <https://www.slyzor.com/i/negopanther>. Acesso em: 06/10/16.
38 – Danças circulares I
Disponível em: <http://ospontosdevista.blogs.sapo.pt/bob-marley-no-facebook-
se-todos-nos-665113>. Acesso em: 06/10/16.
39 – Foto: Angela Amazonas
40 – Dança circular no mundo
Disponível em:
<http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=24644>.
Acesso em: 21/11/16.
41- Mafalda se equilibrando
Disponível em: <http://www.tudodesenhos.com/d/mafalda-se-equilibrando-
sobre-globo-terrestre>. Acesso em: 10 out. 2016.

VÍDEOS:
- Faxinais do Paraná. Globo Rural. Disponível em:
<https://youtu.be/xk5XQBsDNRI>. Acesso em: 22/10/16.
- Indígenas no Paraná: Disponível em: <https://youtu.be/0vdY34XLOr0>.
Acesso em: 30/10/16.
- Guarani – São Miguel do Iguaçu. Disponível em:
<https://youtu.be/Zcpnqm4Azmw>. Acesso em: 24/10/16.
- MEU PARANÁ – QUILOMBOLA. Disponível em:
<https://youtu.be/6zeZ3fLfPSw>. Acesso em: 19/10/16.
- Passos básicos das Danças Circulares. Disponível em:
<https://youtu.be/WqOeNAUFp80>. Acesso em: 16/11/16.
65

- Povo Kaingang – vídeo festival cultural. Disponível em:


<https://youtu.be/8mq0bbF0RtY>. Acesso em 04/09/16.
- Quilombolas no Paraná. Disponível em: <https://youtu.be/THvMpTNc3jY>.
Acesso em: 07/10/16.
- RIBEIRO, D. O Povo Brasileiro. Disponível em:
<https://youtu.be/wfCpd4ibH3c>. Acesso em: 05/10/16.
- Sob a estrela de Salomão. Disponível em: <https://youtu.be/wzKQY9Tr_Gs>.
Acesso em: 29/10/16.

MÚSICAS:
Nóbrega A. Chegança. Disponível em: <https://youtu.be/vIwP2TsKee4>.
Acesso em: 21/11/16.
66

ANEXO I
Le g e nd a – 1 a pa rt e : ( s eg u ndo Wi lli a m V al le )

D : p é d ir e i to ; E: p é e s qu er do

v : vol t ar o p e so do co r po p ar a o p é i nd ic ado OU r e p - r ep o siç ão

f : p a s so p ar a fr e n t e

t : p a s so p ar a tr á s

b : b a t er o p é no ch ão

ba l : b al a nço

l : p a s so l at er al

e sc : e sco v ar o c h ão co m o p é

j : tr a z er o p é p ar a j u nt o do ou tr o

p : p ulo

lv : l e v a nt ar a p er n a

mpt: er g u er o s c alc a n har e s e m m e i a - po n t a

fl : fl e x io n ar jo e lho s

ch : l e v e c hu t e

c : coloc ar o c alc a nh ar no ch ão

chx : c hu t e cr u z a do à fr e n t e

xf : cr u z ar a p er n a n a fr e n t e d a ou tr a

xt : cr u z ar a p er n a a tr á s d a ou tr a

pf : col o c ar a p o nt a do p é n a fr e n t e do co r po

pt : col o c ar a p o nt a do p é atr á s do cor po

pj : c olo c ar a po nt a do p é ju n to do o u tr o p é

pl : colo c ar a po n t a do p é ao l a do do o utr o p é

px f : cruzar a perna à frente da outra, colocando a ponta do pé junto do outro

toq : to qu e

· : no l ug ar
67

Legenda – 2 a parte:

: Frente voltada para o centro. : Frente voltada para fora.

: Passos para dentro com a frente : Passos para fora com a frente
voltada para o centro. voltada para o centro.

: Passos para a D com a frente : Passos para a E com a frente


voltada para o centro. voltada para o centro.

: Passos para a E com a frente : Passos para a D com a frente


voltada para fora. voltada para fora.

: Passos para a D com a frente : Passos para a E com a frente


voltada para a D. voltada para a E.

: Passos para a E com a frente : Passos para a D com a frente


voltada para a D. voltada para a E.

: Passos e frente voltados em : Passos e frente voltados em


diagonal para a D e para dentro. diagonal para a E e para dentro.

: Passos e frente voltados em : Passos e frente voltados em


diagonal para a E e para fora. diagonal para a D e para fora.

: Passos em diagonal para a D e para : Passos em diagonal para a E e para


fora, com a frente voltada fora, com a frente voltada
para o centro. para o centro.

: Passos em diagonal para a E e para


: Passos em diagonal para a D e para dentro, com a frente voltada
dentro, com a frente voltada para o centro.
para o centro.

: Giro individual no sentido horário. : Giro individual no sentido anti-hor

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