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Coração de Fogo

I Ato

Cena 01
Gaia– Há muito tempo atrás, na Terra, seres extraordinários andavam juntos da espécie
humana. Mas aos poucos homens e mulheres ao ponto que aumentavam seus
conhecimentos, aumentavam também sua maldade. Assim tentaram nos escravizar para
usar nossos poderes. Então, fomos nos afastando geração por geração, até que não
tivessem certeza da nossa existência. Mas um dia um sopro de menina, em seus sonhos,
pingou ideias de ancestralidade mágica e quis semear um novo acordo provando nossa
existência e promover a paz entre todos. Mas ela sabia que precisaria encontrar o
coração de fogo, somente através dele, conseguiria fazer com que todos nos vissem.
Atenção, anciões! Ergam seus bastões e vamos nos preparar, que a nossa poeira se
renove!
Os anciões fazem movimentos de dança tribal com os bastões, seus corpos
rejuvenescem.

Golem – Dizem que ela se aproxima!


Tatux – Não entendo como pode chegar aqui no portal terra.
Geb – Há algo de diferente com esta menina!
Tatux – Escavando lá do outro lado do mundo até aqui, posso garantir, ela chegará em
nós!
Golem – Vamos ficar preparados! Não sabemos o que ela quer! Desde que o mundo é
mundo, o ser humano não tem harmonia com nada! Nossas irmãs, as árvores, outro dia
pelos transmissores de suas raízes disseram que está cada dia pior para elas, para a
água, para o ar!
Geb – Pobre homem, pensa que é tão poderoso e não é nada, ainda não sabe de nada!
Tatux – Vocês conseguem sentir? Ela se aproxima e vem como nós, tatus, por baixo da
terra! Ela consegue respirar sem nenhum problema! Nenhum humano consegue! Como
ela pode?
Gep – Cuidado, aí vem ela! Prontidão!
Marina – Cof, cof, cof! Ohh, calma, venho em paz! Sei da existência de todos vocês!
Em sonho tudo me foi anunciado... Paideia, Golum, Geb e Tatutati. Vocês são iguais ao
meu sonho! Eu sou Marina e quero trazer a harmonia entre a humanidade e os seres
mágicos. Olhem só, como estou diferente! Eu não sou assim! Eu sou...
Gaia – Essa é a sua forma pelo elemento terra!
Golem – A cada elemento que você conhece, sua forma muda. Ficará a “original”
quando chegar ao elemento ar, em “Ares”.
Gaia – Nos diga, então, Marina, como você realizará o que foi anunciado em seu
sonho?
Marina - Eu preciso da ajuda de vocês para encontrar o coração de fogo!
Todos – O coração de fogo?! Como você sabe da existência dele?
Cena 02
Marina – Tudo me foi anunciado em sonho. Era uma noite bem azul, eu adormeci um
sono leve... Acordei com uma luz dizendo a minha missão. Encontrar o coração do
fogo e trazer a paz entre todas as criaturas deste mundo!
(Enquanto ela fala, a cena do sono é reproduzida).
Geb – Mas para conseguir o coração de fogo você precisará de muita coragem. Terá de
passar por muitas provas! Me diga, há quanto tempo que você não come?
Marina – Como são hospitaleiros! Estou faminta! Vim me arrastando por quilômetros e
quilômetros, não sei se fazem horas ou dias que ando empurrando terra! Estou com
muita, muita, muita fome!
Golem – Sua fome é necessária para a busca do coração de fogo.
Tatux- Eu não queria estar na sua pele.
Geb – Se ela for, eu vou! Vou ajudar na missão!
Gaia – Existe uma mesa farta e nela uma criatura terrível do mundo mágico. Ela usava
a mesa para atrair crianças, depois matava a todos que ali chegavam. Esta criatura tem a
chave do portal água.
Golem – Você terá de chegar no portal das águas para pegar um arco de violino feito de
águas marinhas.
Marina – Como assim? Violino, mesa farta, portal das águas... Não estou entendendo
mais nada!
Tatux – Você precisará pegar a chave do portal das águas.
Geb – Na mesa farta da morte!
Golem – Mas, você precisa chegar lá faminta! Pegar a chave do portal e resistir a fome!
Sair sem tocar em nada!
Gaia – Nada! Nada! Nada!
Golem – Se a criatura acordar, você não voltará!
Geb – E ainda destruirá com a paz do nosso mundo!
Tatux – Eu sou boa em mostrar caminhos, cavo buracos profundos! Vou com você!
Golem – Eu também vou. Não deixarei que você coma nada! Tem uma cara de quem
come até as pedras mais resistentes deste mundo!
Gaia – Eu vou também, faz tempo que não acontece nada por aqui!
Geb – Eu vou, já que sou o chefe dos guerreiros, minha presença é muito importante!
Marina – Esta chave, vai abrir uma porta mágica?!
Gaia – Não, ela não permitirá que você não morra afogada, caso passe pela mesa da
fartura.
Marina – Quem vai comigo?
O grupo se reúne e Marina espera.
Grupo- Todos nós!
Tatux – Vamos, é por aqui!

Cena 03

Referencia ; Cena de O labirinto do Fauno

Uma mesa com comidas e bebidas. Uma criatura sem olhos está como se dormindo na
ponta da mesa. Um monte de sapato de criança está ao lado da mesa.
Tatux- Chegamos.
Golem – Meu antigo inimigo, de tantas batalhas. Ele está bem magro. Deve estar
faminto. Vamos rápido!
Marina – Qual é a chave? Onde ela está?
Gaia – É aquela rosquinha em frente ao prato dele.
Marina – Rosquinha de salmão? Ecaaaaa!!
Geb – É uma iguaria do nosso mundo!
Tatux– Delícia!
Marina – Eu prefiro as uvas, que tem na mesa...
Gaia – Você não pode preferir nada!
Marina – Humm... Uma fome, chega estou com água na boca...
Golem – Pegue logo a rosquinha de salmão e vamos embora, sua gulosa!
Marina – Só um pouquinho dessa comida não fará mal algum...
Geb – Fará, sim! Guerreira, temos que saber a hora de recuar!
Marina – Vir aqui, com todas essas comidas e pegar uma rosquinha de salmão?
Ridículo.
Geb – Como chefe dos guerreiros eu ordeno, pegue logo e vamos embora!
Marina – Tá bom, tá bom... (Pega a rosquinha).
Quando todos se viram ela pega uma uva. A criatura desperta.
Geb – Não! Ele acordou! Vão! Eu o distraiu! Que bafo podre, você tem!
Golem – Olá, faminto! Lembra de mim! Você acordou mais logo dormirá!
Gaia – Venha, Marina, por aqui!
Marina corre e paga mais uva.
Marina – Já que ele acordou mesmo!
Grupo – Corre, Marina, deixa de ser gulosa!!
Tatux corre por baixo das pernas da criatura. Lhe dá uma rasteira e ele caí.
Golem - Com a força das sementes que alimentam os seres!
Tatux_- E a força das raízes!
Ged – A proteção dos escudos de pedra e metal!
Gaia – Volte ao sono profundo e espere o dia que pó voltará a ser!
A criatura volta para o lugar que estava sentado no canto da mesa.
Marina – Posso pegar mais uma uvinha?
Grupo – Não!
Saem de cena.

Cena 04
Marina – Desculpa, gente, nunca imaginei que isso fosse possível. Mas hoje está
mesmo um dia bem atípico.
Gaia – Vocês humanos tem que aprender muito com os seres mágicos e mesmo com os
seres da fauna, aqueles que vocês tem acesso.
Ged – Se não fôssemos grandes guerreiros corajosos, habilidosos, espertos, fortes e
astutos, nenhum de nós havia escapado.
Golem – Para mim foi até bom. Fazia tempo que eu não tinha uma boa briga para
animar meus antigos instintos de terra quente!
Tatux – Mas quem derrubou ele? Quem foi? Quem foi? Foi a Tatux aqui!
Marina - Ahnnn, estou com baita preguiça para cavar tudo de volta! E uma baita fome!
Vou comer esta rosquinha de salmão!
Gaia – Não!! A rosquinha de salmão você vai comer quando estiver ainda com mais
fome... Escute! Quando estiver em apuros, com certeza estará loguinho, chame por
Tállasa, uma antiga conhecida minha. Mas vamos cuidar da sua ida e não como esta
rosquinha!
Marina - Como assim?
Golem – Para você chegar no portal das águas vai precisar da rosquinha de salmão...
Tatux – Você não precisa cavar buracos, não precisa escavar e escavar...
Geb – Há uma pequena fonte...
Gaia – Você navegará nela, até alcançar o fundo do mar e chegar ao portal das águas!
Marina – Fundo do mar? Eu vou morrer afogada!
Ged – Não vai não!
Tatux – Vc saberá como agir.
Golem – Sua forma mudará novamente!
Marina – Calma, é muita informação: agora que estou me acostumando com essa forma
terra, eu terei uma forma água? E vou ao fundo do mar, sem CO2 e não morrerei?
Golem – Exatamente, está ficando esperta!
Tatux– Foi uma alegria, Marina!
Ged – Você alegrou o nosso dia! Está decretado! Hoje será o dia da Marina!
Gaya – Gente, ela precisa ir! Escute, Marina : Você irá buscar um arco de violino,
precisará pegar com a rainha das algas.. Mas ela não lhe dará facilmente.
Marina – E o que tem sido fácil, não é?
Godum – Você precisará convencer aos seres do mundo das águas, como aconteceu
conosco.
Gaya– É hora de ir, Marina! Eu não sei se quero que você encontre o coração de fogo.
Marina – Oxe, Gaya! Por quê?
Gaya – Ainda não é o momento de você saber, então, até! Invoco a vida da terra!
Ged – Invoco a força da rocha!
Tatux – Invoco a leveza do pó!
Golem – Invoco a magia que transforma!
Gaya – Você terá lá, uma ajuda muito especial e precisará! Os seres da água não são tão
legais como os seres da terra, sabe como é, somos pé no chão!
Marina – Amigos, vocês realmente são incríveis! Obrigada por tudo!Espero ver a todos
em breve! Ged, Golem, Tatux e Gaya ; Muito obrigada, vocês moram bem aqui, dentro
do meu coração, adeus!!

Grupo : Pequena fonte! Jorre!


Uma luz azul indica a fonte.
Marina, faz com o corpo como se subisse num barco e começa a remar.
Os seres da terra fazem uma coreografia e vão saindo do palco. Entram os barquinhos
de papel.

II Ato
Cena 05
Barquinhos de papel são usados em movimentação indicando as águas. A menina vem
corporalmente remando no barco entre os barquinhos de papel.
Marina –Hum... Ainda bem que esta forma também é bem bonitinha! Estou diferente,
de novo! Aiiiiiiiiiiiiii, uma fome danada! A galera lá da terra é legal, mas não me
ofereceram nenhum um lanchinho! Me disseram para só comer esta rosquinha de
salmão com muita fome... A hora é esta...
Marina morde a rosquinha de salmão. Ela perde o remo. Os barcos se movem
rapidamente. Ela começa a afundar e se desespera. De repente percebe que não está sem
oxigênio.
Marina – Então era pra isso que a rosquinha de salmão servia... Respiro agora como um
peixe! Hum... Então aqui é o portal das águas! Como eu vou conseguir um arco de alga?
O fundo do mar é imenso, bem perigoso! Gente, aquilo que vem ali, é um... Coletivo de
peixe é... Cardume!
Os peixes caminham pelo palco, em cardume. Se separam e se juntam
harmoniosamente!
Rainha dos Peixes – Procurem! Se espalhem! Há uma intrusa em nosso mundo!
Marina procura se esconder no grupo.
Rainha dos peixes – Ahnn, sinto um cheiro muito ruim, cheiro fedido de humano!
Marina – Ahn, não! Não sou obrigada a ouvir de uma peixe metida que eu sou fedida!
Por favor!
Todo o cardume se abre e ela fica no meio.
Marina – Glub, glub!
Rainha dos Peixes – Zomba de nós? Você descobrirá que o mar não tá pra peixe! Alô,
peixarada! Leva ela pra rainha das águas!
Marina – Gaia disse que eu teria uma ajuda! De Tálassa! Tálassa! Tálassa! Tálassa! Me
ajude!
Rainha dos Peixes – Espera! Você falou em quem?
Marina – Tálassa!
Rainha dos Peixes – Não, não. Antes.
Marina – Gaia, Gaia me disse para chamar Tálassa! Vocês bem que poderiam ter uns
nomes mais fáceis!
Rainha dos Peixes – Espero não me arrepender! Grande Tálassa, venha até nós!
O cardume abre e fecha e cria um caminho para Tálassa entrar.
Tálassa – Quem me chamou? O que houve?
Rainha dos Peixes – Ela.
Marina – Eu, Marina! Foi Gaia que me mandou! Lá do elemento Terra.
Tálassa – O que você procura? Nos afastamos dos homens há muitos anos, nos
transformamos em ledas e mitos. O que você busca?
Marina – Pode soar engraçado mas eu vim nas águas em busca de um arco para
encontrar o coração de fogo!
Tálassa – É muito poder! Para que você quer?
Marina – Para que haja paz entre todos. Harmonia.
Tálassa – Ingênua criatura... Preciso consultar madame Caravela. Ela é nosso oráculo.
Rainha dos Peixes – Ela já está aqui!
Madame Caravela – Tássala, quanto tempo... Eu sabia que iria me chamar. Então,
você é Marina?
Marina – Você é boa mesmo! No meu mundo teria um canal cheio de seguidores!
Madame Caravela – Vocês humanos são muito vaidosos. Mas eu sei o que você quer,
Tássala! Pode acompanhar ela! mAs devo lhe dizer que a rainha das algas está cada dia
mais preocupada! Sua filha adotiva, a sereia Mara, foi atrás de machucar ostras para
encontrar pérolas e foi uma confusão dos sete mares!
Marina – Pérolas? E ela conseguiu?
Madame Caravela – Claro que não! Não é este o processo! A sereia Mara é muito
jovem, tem somente 1220 anos, ainda não entende nada da vida! E você, Marina,
quantos anos tem?
Marina – 12 anos.
Todos riem muito.
Rainha dos Peixes – pelas escamas de todos os peixes, você só pode estar brincando!
Tássala – Não, rainha dos peixes!
Madame Caravela – O tempo dela é diferente do nosso! Tássala, Marina, vocês vão
precisar da ajuda das irmãs água marinhas, do peixe elétrico, rainha Arraia. Todos são
importantes!
Marina – Tudo isso para pegar um pedaço de pau!!??
Rainha Arraia – Vejo, que se trata de uma jovem prepotente! Achei que quando
chegasse o dia, fosse uma outra forma, não a humana!
Tássala – Psiuuuuuu, Rainha Arraia!
Marina – Dia de quê? Quem é você?
Rainha das Arraias - Sou a rainha das arraias! Mestra em disfarces e combates em
prol do equilíbrio da vida marinha. Sua espécie muito atrapalha os meus serviços!
Nisto entra a tartaruga Tata, engasgada, bem rápida.
Tata – Cof, cof, cof!! Me ajuda aqui! Cof! Cof!
Rainha dos peixes – Novamente? Você só vivi engasgada, criatura marinha!
Tata – Ahnnnnnnn! (cospe uma tampinha de plástico). Eu pensei que fosse alga
marinha da Noruega, as mais saborosas, no ponto de sal! Mas era uma tampinha de
garrafa! Outro dia em engoli a tampinha, ruim foi na hora de sair!
Todos – Ninguém quer saber disso, Tata! Para onde vocês vão? Posso ir junto?
Criaturas Marinhas – Não!
Marina – Pode! Achei você muito simpática! Sabe que também estou sempre faminta!
Fui no elemento terra, vim pro elemento água e ninguém me oferece um lanchinho! Se
bem que... Eu gosto mesmo é de sushi e sashimi, mas aqui este não deve ser um bom
assunto!
Rainha dos peixes – Não é mesmo! Então, me despeço de vocês! Vou continuar
vasculjhamdo o mar, espero não encontrar outras figuras destas!
Tata – Você só sabe me ofender! Eu sou legal, sabia? Naquele dia você ficou rindo
quando eu cheguei em ganchada numa rede de pescar!
Rainha dos Peixes – Hahahahaha, foi engraçado demais! Mas desta vez eu estava
falando desta menina estranha e fedorenta que respira embaixo d´água!
Marina – Uma peixe falando que sou fedorenta! Realmente um dia atípico!
Rainha das Arraias – Tássala, é melhor a gente ir!
Tássala – Águas marinhas, peixe elétrico, venham!
As águas marinhas chegam e o peixe elétrico.
Águas vivas (duas ou três meninas juntas) – Tássila! Rainha das arraias! Nós águas
marinhas viemos para a missão! Estamos completamente a sua disposição! Adiantamos
que não será fácil.
Peixe elétrico – Eu peixe elétrico, presente! É sempre bom encontrar vocês, estava com
saudade! Alguém quer me dar um abraço?
Marina – Um peixe frito não seria nada mal!
Todos correm.
Peixe elétrico – Eu só queria um abraço!
Cena 06
Rainha das Algas – Como ela pode fazer isso? Aprendeu com Ariel a ser rebelde!
Quando eu adotei a Mara era uma sereia bebe, a coisa mais fofinha de todas as águas!
Ela estava vagando perdida nas ondas. Foi o encontro da minha vida! Mas eu não estou
dando limites! Vejam só! Ela achou de ferir as ostras porque queria uma calda de
pérolas!
Tássala – Rainha das algas!
Rainha das Arraias – Saudações irmã!
Rainha das Algas – Hoje eu não estou para visitas, mesmo que visitas ilustres! Preciso
encontrar a Mara! Aquela sereia de calda escaldada, está ferindo as ostras!
Tássala – Isto é muito grave!
Marina – Eu poderia ficar com uma pérola?
Tata – Não fala isso, Marina!
Rainha das Algas – Uma humana! O que ela faz aqui? Ela fede! Como está respirando?
Àguas Vivas – Vossa majestade, ela nos foi mandada por Gaia. Procura o...
Peixe Elétrico – Coração de Fogo!
Rainha das Algas – Interessante! Então, eu já sei o que vocês querem! Vocês querem
que eu faça um arco de algas.
Rainha das Arraias – Exatamente!
Tata- Que legal, então, como a senhora já entendeu o problema irá fazer? Vai fazer
agora?
Águas Vivas – Vai fazer agora, agorinha, neste momento?
Peixe elétrico – Já estou aqui para fazer a minha parte! Sei que precisa dos serviços de
um peixe elétrico esperto e elegante!
Tássala – Calma, calma, calma! Então, rainha das algas, o que precisamos fazer?
Rainha das arraias – Você nunca faz nada para ninguém de graça!
Marina – Até aqui no fundo do mar é assim?
Tássala – O que você quer?
Águas Vivas – Podemos ajudar vossa majestade, sabemos dançar, cantar e encantar!
Rainha das Algas – Vão buscar Mara. Cuidado para ela não machucar vocês também.
Da última vez, ela jogou a rede em tata só para rir da pobre coitada!
Tata – Foi uma humilhação dos sete mares!
Marina – Trazer uma sereia rebelde? Será fácil!
Todos – Você não sabe o que diz!
Cena 07
Música de sereia.
Mara – Quero ser a criatura mais bonita de todas! As pérolas vão me ajudar! (olha um
bauzinho cheio de pérolas). Quero que a minha calda de sereia seja todo de pérola.
Minha mãe, a rainha das algas, irá colar todas em mim. Ela sempre acaba fazendo o que
eu quero!
Choro ao fundo. Aparece uma ostra.
Ostra – Mara, você nos tem machucado cotidianamente, já não basta? Você já tem
pérola suficiente para mais cinco mil anos das suas escamas!
Mara – Ainda é pouco! Vocês deveriam me agradecer, estou dando uma serventia a
vocês! Vocês são feias, destoam das criaturas marinhas! Só nasceram para sofrer
mesmo, então deixem de mimimi e produzam, produzam pérolas!
Ostra – Minhas filhas não suportam mais tanta humilhação e distrato! Não iremos mais
fazer isso! Chega, Mara, Chega!
Mara –(canto de sereia) – Ousa me desafiar?
A ostra fica se segurando para não sair na correnteza.
Ostra – Tudo bem, Mara! Tudo bem!
Rainha das Arraias – Mara, o que você está fazendo?
Tata – Pega ela, rainha das arraias, ela é uma sereia kids muito má!
Aguas Viva – Vamos fazer uma revolução contra esta opressora! Que nenhum animal
marinho seja escravo de criaturas má, má, marinhas como você!
Mara – Estão bem corajosas!
Tássala – Mara, já chega!
Mara – Olha só a famosa “Tassala” li sobre você no livro de História Marinha e será
uma honra lhe vencer!
(toca a música do Led Zepelin, como canto de sereia). Todas as criaturas vão para um
lado e para o outro.
Rainha das Arraias – Se baixem ao meu comando! Agora!
Tássala ergue um braço e todos se recompõem.
Mara – Compreendo, entendi... É bem poderosa... Mas o meu “golpe” o “Canto da
Sereia” é também muito poderoso!
Todos correm para um lado e para o outro.
Marina – Eu que achei que sereias fossem fofinhas e legais! Esta parece mais uma
bruxa! E é uma pirralha!
Águas Vivas – Mara, qual a razão de tudo isso? Sua mãe está preocupada com você !
Mara – A minha mãe? (vai baixando os braços).
Peixe Elétrico – Sim ela está muito preocupada!
Marina – Mãe é mãe até no fundo da água.
Rainha das Arraias – Ela está inconsolável...
Mara – Eu só queria fazer algo muito importante para minha mãe ter orgulho de mim.
Tássala – Ela terá mais orgulho de você, se você consertar os erros que está fazendo,
libertar as ostras e voltar para assumir o trono das algas.
Peixe Elétrico – Eu sou elétrico mas você é energia pura, hein Mara! Já pensou tudo
isso a favor e não contra? Mara, liberte as ostras!
Àguas Vivas – Nós éramos amigas, Mara. Esqueça esta história de ter suas lindas
escamas cobertas por pérolas!
Marina – Se bem que é muito fashion, uma calda toda de pérola! Mas não as custas do
sofrimento alheio, não é?
Mara – Puxa, estou com vergonha! Ostra! Eu as liberto! Me perdoem!
Ostra – Obaaaaaa, vou avisar a todas e vamos embora agora para o nosso lugar! Que
nenhuma criatura seja escrava em nome da produção! Nem, no mar, nem na terra e nem
no céu!
Tata – Está certíssima dona Ostra!
Águas Marinhas – Final feliz!!
Tássila – Ainda não. Precisamos levar a Mara para a mãe, ela precisa fazer o arco!
Marina – Já ia esquecendo! Vamos com a gente, Mara?
Mara – Vamos!

Cena 08
Rainha das Algas – Será que é ela? Será que ela sabe o que é encontrar o “Coração de
fogo”?
Madame Caravela – Tudo será como tem que ser. Ainda tão jovem. Lá vem, não
vamos mais falar neste assunto!
Rainha das Algas (para o grupo que chega) – Hum, foi uma boa aventura, não é ?
Mara, vamos ter uma looongaaa conversa!
Madame Caravela – Vimos tudo o que aconteceu!
Rainha das Algas – Obrigada! Ainda bem que vocês trouxeram a minha filha! Mara,
minha filha sereia!
Tássala – Agora, você precisa cumprir o combinado!
Rainha das Arraias – Fazer o arco!
Tata – Eu nunca vi ninguém fazendo um arco! Mas para que serve um arco?
Águas vivas – É um arco musical. Mas ele não pode ser usado aqui. Aqui embaixo o
som é diferente e não teria o mesmo resultado!
Marina – Como é? Daqui eu ainda não vou embora?!
Peixe Elétrico – Não, senhora! Terá de levar o arco até o elemento ar, onde o som se
propaga como o necessário, para conseguir o coração de fogo.
Rainha das Algas – venha aqui, Marina... Águas vivas a ajudem!
Àguas vivas – Ainda existe muito mistério nas águas que a espécie humana não
conhece. Aqui, neste baú, existem um caules de algas. Você terá apenas uma chance
para encontrar o caule correto e nós sabermos que você é merecedora do coração de
fogo.
Marina – Então está bom! Eu acho que o arco é este aqui! (Ela começa a vasculhar no
baú).
Rainha das Algas – Encontrou?
Marina se direciona para um lado. A rainha das algas demonstra preocupação. Ela muda
o sentido e pega o arco que ainda está entre o a terra e o mar.
Marina – O caule para um arco tão especial, só pode estar entre a terra e o mar, para
então chegar ao ar!
Rainha das Algas – Exatamente! Perfeito! Aqui está! (A rainha das algas molda o
arco). Peixe Elétrico: é com você!
O peixe elétrico aquece o arco.
Marina – E agora? Como eu vou para o elemento ar?
Tata – Essa eu sei! Toma, como dessa frutinha! Você ficará igual a mim e transitará
livremente entre o mundo das águas e o mundo dos ares!
Marina – Ahnnn, estou morrendo de fome! É salgada! Que estranho!
Tata – É uma delícia!
Marina – Obrigada, amigos do mar! Obrigada! Nunca mais comerei peixe, juro!
Todos vocês estarão para sempre em meu coraçãoooooooooo!!!
As criaturas do fundo do mar se movimentam enquanto Marina se afasta.
As luzes se apagam.
III ATO
Ares
Cena 09
As borboletas entram pela parte de baixo, elas vem dos dois lados da plateia.
Fazem partitura e ações relacionadas ao vento. Marina estará no centro do palco as
“esperando”.
Marina – Que lugar é este? Olha, voltei a minha forma original! Foi legal ter mudado,
mas eu já estava com saudade de mim mesma! Quem será que deve ser o rei, rainha, o
dono da coisa toda? Com certeza deve ser um pássaro! Que borboletinhas mais
fofinhas!
As borboletas ficam olhando para ela, desconfiadas.
Cécias – Eii, eii... Meninaaa!
Marina – Me chamo Marina. Quem é você?
Cécias – Sou uma deusa, responsável pelos ventos do Nordeste. Tenha cuidado, você
pode ofender as Borboletas! A Rainha das borboletas é muito vaidosa!
Marina – Borboletas são insetos!
Cècias – Xiiiii...
Rainha das Borboletas – Somos insetos, sim! E você? Humana! Tem noção do quanto
que vocês fedem?
Marina – Eu não entendo vocês dizendo o tempo todo que eu sou fedorenta! A rainha
dos peixes disse a mesma coisa. Nossa, senti uma saudade dos amigos que conheci!
Meu coração até aqueceu!
Som de coração.
Cécias – Olha só, o ritmo do seu coração!
Marina – O que é isso? O som do meu coração?
Euterpe – Olá, sou eu!
Marina – E você é...
Cécias – Minha amiga, a deusa da música, Euterpe!
Marina – Realmente, hoje é um dia atípico.
Euterpe – Gosto de fazer esta brincadeira, aumentar o volume do coração dos outros. E
por falar em coração, você está a procura do “coração de fogo”?
Marina – Sim... Muitas criaturas mágicas e seres estão me ajudando. Mas comida que é
bom, nada. Estou morrendo de fome!
Rainha das Borboletas – Uma coisa é certa: se você está tendo apoio das criaturas
mágicas, deusas e ainda conseguiu chegar aqui... É por que você encontrará o coração
de fogo. Eu não sei se isso é bom ou ruim.
Marina – Por qual razão, Rainha das Borboletas? Haverá paz, só pode ser uma coisa
boa...
Cécias – Cada coisa no seu tempo.
Euterpe – (mudando de assunto, propositalmente). Então, Marina, você sabe cantar?
Marina – Tem uma música do meu mundo, de uma animação do cinema “Isolados”, eu
gosto.
Euterpe – Podemos cantar juntas?
Marina – E você conhece?
Euterpe – Esquece que sou a deusa da Música? Vamos cantar a capela, comece.
Cantam “isolados”.
Marina – Toca aqui, Euterpe! Na minha terra a gente poderia fazer um clip!
Euterpe – Acredito que sou uma pop star. Mas por enquanto, precisamos de sua ajuda,
em outra coisa.
Marina – Uowwwww... Lá vamos nós... Então, vocês estão precisando de que?
Cécias – A rainha das Borboletas assumiu a liderança aqui em Ares porque a abelha
rainha não está conseguindo reinar.... Ela não consegue fazer o canto das abelhas e
assim, não direciona a colmeia.
Marina – E pegue inseto! Eu pensei que os pássaros governassem os “Ares”!
Rainha das borboletas – Você não entende, mesmo, não é? As borboletas
desempenham um importante papel nos ecossistemas atuando como polinizadoras, fonte
de alimento e como indicadoras do bem-estar do ecossistema. Embora não tão eficientes
quanto as abelhas, as borboletas têm um papel fundamental polinizando as flores que se
abrem durante o dia!
Marina – Entendi, desculpa.
Rainha das Borboletas – Você ainda não entendeu... Vou chamar alguém aqui. Por
favor, descubram se o sábio pode vir .
Cena
Sábio – Então, qual a dúvida?
Marina – Como assim? Você é um borboleta?
Sàbio – Uma borboleta macho. Mas eu não sei se sou um sábio chinês que sonha ser
uma borboleta!
Marina – Como assim?
(Música do Sábio Chinês).
Marina – Então, se você não sabe quem você é, como pode ser um sábio?
Sábio – Justamente por isso, menina Marina. Você também não sabe quem você é. Está
percorrendo os portais, da terra, água e chegou ao vento, em busca de algo que você vai
se surpreender muito quando encontrar.
Rainha das Borboletas – Meu nobre sábio, voltando ao assunto, explica para a ela a
importância da polinização.
Sábio – Pois não... Sentem-se por favor, vamos ao minuto do conhecimento. A
polinização é o transporte de pólen de uma flor para a outra. É através desse processo
que as flores são fecundadas, dando início ao desenvolvimento de frutos e sementes.
Você gosta de abobrinha, de melancia e de maracujá?
Marina – Eu gosto muito!
Sábio - Então você gosta do que as abelhas fazem. Esses e muitos outros vegetais não
existiriam ou seriam muito diferentes sem a polinização feita por esses pequenos
insetos. As berinjelas, por exemplo, seriam menores que maçãs.
Marina – As abelhas são assim tão importantes?
Sábio - As abelhas são pequenas no tamanho, mas de uma importância gigante para
toda a vida na Terra. Sem as abelhas, não perderíamos só o mel e os produtos agrícolas.
A produção de animais para consumo humano também sofreria grandes perdas, já que
esses bichos são herbívoros. A vida selvagem de uma forma geral sofreria sem elas: a
vegetação seria drasticamente reduzida e, assim, a vida como um todo.
Rainha das borboletas – Como uma Rainha que sabe trabalhar em parceria eu fui
estagiar na Colmeia. Mas a abelha rainha, não estava conseguindo fazer o seu canto. Me
passou a coroa da Colmeia e daqui dos Ares. Mas é muita coisa, não estou dando conta,
porque eu também preciso de um tempo para ser linda e voar por aí encantado os meus
súditos.
Marina – Então, vamos lá: Para que este arco?
Rainha das borboletas – O arco das algas! Só ele toca o meu violino!
Sábio – Se a rainha das borboletas tocar para a abelha rainha, com certeza, ela irá cantar
novamente!
Marina – Nossa, o canto da abelha deve ser lindo!
Euterpe – você irá se surpreender...
Marina – Seu violino está aí?
Rainha das Borboletas – Aqui!
Cécias – Nós só precisamos ter cuidado com os ciumentos pássaros!
Marina – Ciumentos!?
Cércia – Assim, como você, eles não entendem que não são os reis aqui do nosso
mundo, Ares. Vivem fazendo confusão, principalmente as irmãs Carcará!
Marina – Mas elas são ruins?
Rainha das Borboletas – Não, só estão um pouco perdidas.
Beija flor – Olá, amigos! Uma menina por aqui! Eu conheço, você, seu nome é Marina!
Sempre me deixa uma flor na janela!
Marina – Você é fêmea!
Beija flor – Você também!
Marina – Verdade (risos).
Cércia – Ótimo, você ter chegado! Precisamos ir a Colmeia, o quanto antes, caso as
“Carcarás” apareçam, você nos ajuda.
Beija Flor – Será uma honra, meus nobres amigos! Uma aventura! Quanto tempo eu
não passava por uma! Hoje amanheci bem disposta!
Marina – Pois, vamos!
Rainha das Borboletas – Cércia – Vou deixar você no comando de Ares. Quando
voltar espero não ter mais o peso da coroa. Euterpe o que está fazendo?
Euterpe está fazendo uma movimentação sonora.
Euterpe – Vendo se consigo nos fazer viajar pelos ares através do som. Só preciso que
todos cantem...
(todos cantam desafinados e a rainha da borboleta toca mal).
Euterpe – Parou! Também existe a pausa musical, melhor eu tentar na pausa! Rainha
das Borboletas, eu espero que você toque melhor que isso. Já sei! Aumentando
novamente o volume do coração de Marina!
(tum tum, tum tum).
Euterpe – E lá vamos nós!

Cena
Catiane Carcará – As borboletas estão vulneráveis! A rainha não é organizada e forte
como a abelha rainha.
Carlila Carcará – Eu tenho uns medos destas suas ideias! Você só nos coloca em
roubada! Da última vez a gente terminou no lixão humano, saímos de lá corridas pelos
urubus.
Catiane Carcará – Cale-se! Dias de glórias requerem momentos difíceis! Mas já
passou!
Carlila Carcará– E teve aquele dia que você resolveu brigar com os pombos e eles
saíram mirando e você ficou cheia... de... Cheia de cocô! Hahahahahahaha.
Catiane Carcará – Eu só não mato você e como porque eu prometi pra mainha e
painho. Estou planejando como nós vamos dominar o mundo e você só fica falando
bobagem!
Carlila Carcará – Tá, bom, tá bom... Então qual o plano...
Catiane Carcará – Eu estava por aí hoje pela manhã e ouvi que o arco das algas
chegou. A rainha das borboletas vai tocar para a abelha rainha... Se a abelha Rainha
voltar será muito mais difícil eu conquistar o Reino de Ares.
Carlila Carcará – Eu já acho bem difícil, mesmo com as borboletas no comando,
sabe?
Catiane – Eu quebro a promessa que eu fiz para nossos pais!
Carlila Carcará – Esqueceu que agora você só come frutas?
Catiane Carcará – É que minhas penas ficam mais brilhosas... Voltando e pare de me
interromper! Elas estão voando como ondas sonoras... É só a gente aparecer no
percurso!Aí vem elas! Agoooora!
Cena
Música Carcará
Euterpe – Meninas, irmãs Carcarás, o que vocês querem?
Catiane Carcará – Dominar o mundo! Mas começando pelos Ares.
Marina – Ai, ai, ai! Sabe, Catiane Carcará, já ouvi muito falar em você e não vou
deixar que nos atrapalhe e saia vitoriosa!
Carlila – Nem se preocupe, ela não vai sair vitoriosa, ela nunca consegue e ainda
garante minhas risadas!
Catiane Carcará – Pois vocês verão, hoje eu triunfarei!
Carlila – Esta eu quero ver! Você nunca consegue nada!
Catiane Carcará – EU só queria que alguém acreditasse em mim e visse que eu posso
fazer coisas legais, bem legais!
Marina – Claro que sim, Catiane Carcará! Venha conocso!
Catiane Carcará – Como assim?
Carlila – É mesmo, como assim?
Marina – Junte-se a nós. Vamos fazer com que a Abelha rainha volte a reinar, será
melhor para todos, apara a vida de todos. Inclusive a de vocês? Voces sabem a
importância das abelhas?
Catiane e Carlila se reúnem .
Catiene – Muito obrigada, Marina, você nos ensinou muito hoje. Nós vamos com você!
Marina – Eu sempre soube que Carcarás são super inteligentes!
Rainha das Borboletas – Ali, está a Colmeia, vamos entrar!

Cena
Abelha Rainha – O que aconteceu comigo? O som que eu produzia era tão bonito!
Rainha Borboleta – Amiga, precisamos que reaja!
Abelha Rainha – Sem o som as abelhas não produzem e eu simplesmente não consigo!
Aqui na Colmeia ia tudo muito bem, até que eu não consegui mais fazer o canto das
Abelhas!
Rainha Borboleta – Abelhinha, precisamos de você! Coloca esse ferrão para lá!
Abelha Rainha – Ahn, desculpa, você sabe que eu não uso o ferrão, somente se
provocada, mas percebo que estamos entre amigos.
Teléspis – E se a borboleta tocar para vossa majestade?
Abelha Rainha – Não há como. Ela precisaria do arco feito pela rainha das algas e nós
não pudemos ir no fundo das águas.
Marina – Mas eu pude! (apresenta o arco).
Sábio – Toca, Rainha das Borboletas, toca!
Rainha das borboletas pega o violino, o arco e toca uma música. A abelha vai se
animando.
Abelha rainha – Que coisa mais linda! Muito obrigada amigos! Estou com uma
vontade imensa de produzir o canto das abelhas!
Marina – Deve ser a música mais bonita de todos os tempos!
Som de zumbido de abelha.
Marina – Então, é isto? Eu não acredito que é este zumbido chato!
Sábio – Marina, cada um sabe a dor e delícia de ser quem é! Ou não sabe!
Marina – Na verdade, você me confunde!
Telespis – As abelhas percebem o mundo e os enxergam diferente da gente! Inclusive o
mundo sonoro! Marina, anuncie que a reainha está de volta, por favor!
Marina – Que honra! (Se dirigindo a plateia) Seres de Ares: A Abelha Rainha está de
volta!
Abelha Rainha - Gostaria de agradecer a todos pela compreensão. Mas já estamos, eu e
toda a colmeia, de volta a nossa produção. Agora, preciso ir, há muito trabalho
acumulado! Obrigada a todos!
Todos- Salve a Abelha Rainha!
Cena Final
(O som do coração de Marina).
Marina - Agora que todos estão bem, gostaria de, finalmente, saber onde está o coração
de fogo. A paz é imprescindível entre os homens, entre os homens e os seres mágicos. A
paz trará tempos de tolerância, amizade, respeito e abundância. Basta que eu encontre o
coração de fogo.
Sábio - Marina, é chegada a hora.
Telespis - O coração de fogo... Escute ele.
(Tum, tum, tum, tum)
Marina - Mas este é o meu coração!
Cécis - Exatamente, Marina. O coração de fogo bate dentro de você! A cada prova
conquistada nós íamos confirmando o que antes era dúvida, para que algo muito ruim
não acontecesse.
Beija flor- Somente alguém com o coração de fogo conseguiria nos ver, ouvir e sentir.
Marina - Por isso eu sempre escutava ele batendo aquecido.
Beija flor - Exatamente.
Marina - Então, está tudo resolvido! Teremos paz!
Sábio - Marina, há uma última prova.
Cécis- O sacrifício final.
Telespis - Ao som de uma cantiga de Ninar..
Sábio - Você adormecerá para sempre. E a paz existirá. Mas você tem escolha. Pode
simplesmente adormecer e acordar como se tudo isso fosse um sonho.
Marina - Eu só tenho 12 anos! E nem comi nada, vou dormir para sempre morrendo de
fome!
Cécis - A escolha é sua.
Marina - Quem vai cantar para mim? Vamos fingir que eu vou dormir e acordar
amanhã. Fica mais fácil... Adeus meus amigos. Não acredito que seja um grande
sacrifício em nome da paz. Só lamento porque eu queria brincar num mundo melhor...
Catiane Carcará - Eu posso ir no seu lugar! Eu posso!
Marina - Não pode. É aqui dentro que o coração de fogo bate. Mas obrigada, viu?
Bejja flor (entrega a ela uma flor) - Leve um tantinho de mim com você, minha
amiga.
Marina (depois de abraçar beija flor) - Não vou me despedir... Melhor que este
momento passe logo.
Sábio - Sem despedidas é melhor.
Marina - Venha Telespis, me canta uma canção de Ninar?
Telespis senta no chão. Marina deita em seu colo. Todos vão se retirando devagar.
Telespis canta (música Mercedes Lulaby). Marina vai adormecendo e derruba a flor.
Aos poucos todos os personagens voltam para o palco. Cada um com uma vela, vão
colocando ao redor do corpo adormecido de Marina.
Silêncio
Som do coração de Marina em volume crescente.
Marina acorda. Todos gritam de alegria.
Sábio - Como eu disse, nada de despedidas. Por seu amor ser imenso e verdadeiro ele
salvou a você e também a nós!
Marina - Eu sinto e sei! Viva a paz entre todos!
Todos - Viva Marina!
Todos- Viva a paz!
Fim

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