(Shanks e Hodder, 1995:06). As arqueologias chamadas interpretativas, referidas no plural segundo preferência dos autores Shanks e Hodder (op.cit.), são relacionadas a um processo contínuo na construção do conhecimento, sujeito a diferentes subjetividades e particularidades do pesquisador, como autor no presente, nas suas maneiras de sentir, abordar e conduzir o tema de estudo. Como pontuam Shanks e Hodder (idem) e Hodder (1991), o arqueólogo deve ser considerado sujeito atuante e responsável pela construção interpretativa do passado. A interpretação é multifocal, isto é, um mesmo passado pode ter múltiplas interpretações; estas podem ser resultado de diferentes intenções, desejos e necessidades a partir da consideração do arqueólogo enquanto subjetividade comprometida na construção do passado. A interpretação como um processo contínuo, não tem final e nem uma avaliação definitiva de como foi o passado. Sendo assim, relacionando contextos e materiais arqueológicos com contextos e dados históricos, discursos e práticas, construí uma possibilidade interpretativa sobre quatro unidades domésticas, inseridas em âmbito local, mas em sintonia com o que vinha ocorrendo em nível nacional e internacional.