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Ademais, as velhas oligarquias da região aurífera perderam terreno para os

emergentes grupos de cafeicultores do sul e da Zona da Mata mineiras. Estes grupos irão
pressionar politicamente o poder legislativo do Estado a fim de que este aprove e decrete
o projeto da mudança da capital para suas regiões. O crescimento econômico e a ascensão
das elites agrícolas mineiras faz com que seus representantes políticos ganhem força e
reivindiquem, através de propostas ou projetos de leis apresentados ao legislativo, a
mudança da capital para cidades como Juiz de Fora e Barbacena, focos do novo eixo
econômico de Minas Gerais. Perdendo poder econômico, as elites políticas ouropretanas
perdem também força política, e Ouro Preto corre o risco de perder seu status de capital
(Barreto, 1996; Martins, 1980). Assim, os grupos políticos representantes da Zona da
Mata mineira e do sul de Minas, que desfrutavam de uma ascensão econômica por conta
da cafeicultura, reivindicavam para si o direito de ter em suas plagas a honra da nova
capital republicana. Cidades como Juiz de Fora e Barbacena representavam o prestígio de
uma economia em crescimento, o que desbancava e desautorizava politicamente a
decadente região mineradora; este prestígio mereceria os préstimos de um centro
políticoadministrativo,
os quais não caberiam continuar na “decrépita” Ouro Preto.

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