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Jonas 1

1. Introdução
a) Porque o livro de Jonas?
 Muito mais do que historinha de criança, revela acerca de Deus. O
personagem principal é Deus;
 Foi citado duas vezes por Jesus (Mt. 12:38);
 Enorme relevância teológica (Rm. 9 ao 11 contado)
 Ajuda a entender o caráter multiétnico do amor de Deus no AT.
b) Quem foi Jonas?
 Filho de Amitai, tribo de Zebulom, cidade de Gate-Hefer no Reino do Norte
(2 Rs. 14:23-25);
 Veio depois de Eliseu (próximo de Amós e Oseias) inclusive Oseias
profetizou o ressurgimento dos Assírios e seu domínio sobre Israel com
castigo pela frieza espiritual (Os. 11:5) motivo de relutância de Jonas;
 Viveu durante o reinado de Jeroboão II em uma época que Israel estava
desfrutando de prosperidade econômica e nacional apesar da idolatria;
 Profetizou vitória contra Assíria (herói nacional);
 Único profeta enviado para pregar em país distinto (pagão);
 Um crente que lutava contra o senso de justiça, desejo de vingança e sua
natural falta de perdão.
c) Propósitos:
 Mostra a obediência de toda criação em alcançar os propósitos de Deus,
todos se curvas, Jonas é o único no cenário que reluta em obedecer;
 Fala da soberania de Deus, seu governo, sua autoridade sobre a criação e fala
do amor de Deus por essa criação, especialmente pelos povos. Como age em
misericórdia e rejeita o particularismo;
 Fala da necessidade de arrependimento. Foi escrito para dizer a nação de
Israel que ela precisava se arrepender da idolatria que praticava no tempo de
Jeroboão II e se voltar para Deus.
2. Exposição – A desobediência de Jonas (caps 1-2)
A. A comissão do profeta (1:1-2)
Partícula de Transição
Deus comissionando o profeta que saísse do seu lugar e fosse para outro, onde esse outro
não é o que Jonas esperava que Deus quisesse dele, já que um lugar de extrema maldade.
 (1:1) Veio a palavra do Senhor a Jonas,
A aparição é diferente dos livros proféticos porque aqui não é oráculos e sim uma
narrativa de um momento em que Deus chegou ao profeta Jonas. (Semelhante livro de
Reis – históricos);
a) Jonas, filho de Amitai – Mesmo de 2 Rs.
 (1:2) Dispõe-te, vai à grande cidade de Nínive e clama contra ela, porque a
sua malícia subiu até mim.
“Levanta-te”, tinha de sair de Israel para ir a Nínive. É muito comum esse tipo de chamado
(Ex.: Abraão, sai de tua terra e vai para a terra que te mostrarei)
a) Grande cidade de Nínive – Nessa época era capital da Assíria e estava
em declínio. Eram famosos pela questão armamentistas e por serem
cruéis na dominação dos povos (retiravam peles e levavam presos em
argolas presas dentro da boca ligada por corrente).
b) Malícia – Palavra traduzida é mau, porque o seu mau subiu a Deus.
B. A desobediência de Jonas (1:3) Resposta dele ao que Deus diz.
 (1:3) Jonas se dispôs, mas para fugir da presença do Senhor – talvez ele
pensava que se fugisse de Israel estaria fugindo da zona de atuação de Deus
(pois eles achavam que Deus era um Deus somente de Israel) era uma
concepção comum na região de Israel.
a) Para Társis - extremo oposto, se localizava na Espanha, viagem longa e
difícil.
b) E, tendo descido a Jope, achou um navio que ia para Társis; pagou pois,
a sua passagem e embarcou nele, para ir com eles para Társis, para longe
da presença do Senhor.
“Descido” – progressão (técnica literária), indica decadência do profeta
“Achou”, ... Tinha uma palavra de Deus e quatro circunstâncias (saúde,
dinheiro, barco, vaga)
Partícula de transição
O que ocorreu dentro do barco quando ele tentava fugir da presença de Deus. Do
v. 4-17 está em formato quiástico (técnica literária do hebraico) ocorre em vários tipos de
literatura hebraica.
A) Introdução (4)  B) Enfrentando a tempestade (5,6)  C) Procurando a causa
(7-10) B’) Acalmando a tempestade (11-15)  A’) Conclusão (17)
C. As consequências da desobediência (1:4 – 2:10)
 (1:4) Mas, o Senhor lançou sobre o mar um forte vento, e fez-se no mar uma
grande tempestade, e o navio estava a ponto de se despedaçar.
a) “Mas” – Apresenta Deus não respeitando a decisão de Jonas;
b) “Senhor” - o sujeito da oração;
c) “Ponto de se despedaçar” – de se quebrar
d) O versículo faz paralelo com 17 mostrando a decisão de Deus em
interromper os planos e o controle sobre a natureza.
ENFRENTANDO A TEMPESTADE
 (1:5) Então, os marinheiros, cheios de medo, clamavam cada um ao seu deus
e lançavam ao mar a carga que estava no navio, para o aliviarem do peso
dela. Jonas, porém, havia descido ao porão e se deitado; e dormia
profundamente.
a) Os marinheiros são os sujeitos;
b) “lançavam” Progressão de acontecimentos, Deus lançou ao mar um forte
vento, marinheiros lançaram ao mar a carga e depois o próprio Jonas é
lançado no mar. Completo controle de Deus para Jonas chegar no fundo.
 (1:6) Chegou-se a ele o mestre do navio e lhe disse: Que se passa contigo?
Agarrado no sono? Levanta-te, invoca o teu deus; talvez, assim, esse deus se
lembre de nós, para que não pereçamos.
a) O suj. é o mestre do navio
b) Jonas passa a ser repreendido por um pagão, ordem semelhante a de Deus
c) Não se sujeitou a ordem de Deus, mas agora se sujeita ao capitão
Partícula de transição
Centro da narrativa (7-10)
PROCURANDO A CAUSA
 (1:7) E diziam uns aos outros: Vinde, e lancemos sortes, para que saibamos
por causa de quem nos sobreveio este mal. E lançaram sortes, e a sorte caiu
sobre Jonas.
a) “Lancemos sortes” – costume do Antigo Oriente
b) Deus cuidadosamente trabalhou para que Jonas fosse descoberto
 (1:8) Então, lhe disseram: Declara-nos, agora, por causa de quem nos
sobreveio este mal. Que ocupação é a tua? Donde vens? Qual a tua terra? E
de que povo és tu?
a) Perguntas biográficas tentando entender quem era Jonas e qual sua
relação com o problema.
 (1:9) Ele lhes respondeu: Sou hebreu e temo ao Senhor, o Deus do céu, que
fez o mar e a terra.
a) O Deus que ele servia era capaz de dominar o mar e a terra
 (1:10) Então, os homens ficaram possuídos de grande temor e lhe disseram:
Que é isto que fizeste! Pois sabiam os homens que ele fugia da presença do
Senhor, porque lho havia declarado.
a) O temor já não era em relação ao temporal, mas a Deus
b) Descobriram que a causa do problema foi a desobediência do profeta.
ACALMANDO A TEMPESTADE
 (1:11) Disseram-lhe: Que te faremos, para que o mar se nos acalme? Porque
o mar se ia tornando cada vez mais tempestuoso.
a) Descobriram, mas não sabiam o que fazer
 (1:12) Respondeu-lhes: Tomai-me e lançai-me ao mar, e o mar se aquietará,
porque eu sei que, por minha causa, vos sobreveio esta grande tempestade.
a) Decadência pela desobediência.
 (1:13) Entretanto, os homens remavam, esforçando-se por alcançar a terra,
mas não podiam, porquanto o mar se ia tornando cada vez mais tempestuoso
contra eles.
a) Não queriam jogar Jonas com medo de matar o servo de Deus, mas, o
mar ficava pior.
 (1:14) Então, clamaram ao Senhor e disseram: Ah! Senhor! Rogamos-te que
não pereçamos por causa da vida deste homem, e não faças cair sobre nós
este sangue, quanto a nós, inocente; porque tu, Senhor, fizeste como te
aprouve.
a) Por meio da ruína do profeta, povos clamaram a Ele.
 (1:15) E levantaram a Jonas e o lançaram ao mar; e cessou o mar da sua fúria.
a) Mais um passo da decadência
 (1:16) Temeram, pois, estes homens em extremo ao Senhor; e ofereceram
sacrifícios ao Senhor e fizeram votos.
a) Personagem principal é o Senhor, mostra a salvação dos marinheiros,
Deus conduziu as circunstâncias para salvar esses homens.
3. Aplicação
a) A soberania divina se estende a quaisquer elementos da criação, tanto aquilo
que não possui vontade (vento, peixe) quanto aquilo que possui vontade
(Jonas, os marinheiros)
b) A desobediência a Deus sempre nos levará a um estado mais e mais decadente
c) Somos bastante seletivos com quem a gente acha que deve se converter
quando na verdade Deus é quem tem o completo controle dessas situações e a
sua vontade que prevalece.

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