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Memorex OAB – Exame XXXIV – Rodada 05

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ÍNDICE

ÉTICA .................................................................................................................................... 4
FILOSOFIA DO DIREITO ........................................................................................... 16
DIREITO CONSTITUCIONAL .................................................................................... 18
DIREITOS HUMANOS .................................................................................................. 31
DIREITO INTERNACIONAL....................................................................................... 34
DIREITO TRIBUTÁRIO ............................................................................................... 37
DIREITO ADMINISTRATIVO .................................................................................... 43
DIREITO AMBIENTAL.................................................................................................. 54
DIREITO CIVIL ............................................................................................................... 56
ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE ................................................ 65
CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR ............................................................. 69
PROCESSO CIVIL .......................................................................................................... 73
DIREITO EMPRESARIAL ............................................................................................ 86
DIREITO PENAL ............................................................................................................. 91
PROCESSO PENAL....................................................................................................... 102
DIREITO DO TRABALHO .......................................................................................... 114
PROCESSO DO TRABALHO...................................................................................... 124

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ÉTICA

DICA 01
LEI DE ABUSO DE AUTORIDADE - ARTIGO 20 DA LEI 13.869/2019

O Impedimento da entrevista pessoal


e reservada,

06 meses a 02 anos
Sem justa causa,
DETENÇÃO + MULTA

Do preso com seu advogado.

Incorre na mesma pena quem impedir:


Preso,
Réu solto,
Investigado,

De se comunicar com seu advogado ou defensor, pessoal e reservadamente,


antes e durante audiência, com exceção:
Interrogatório,
Audiência por videoconferência.
DICA 02
LEI DE ABUSO DE AUTORIDADE - ARTIGO 32 DA LEI 13.869/2019

A autoridade que negar ao interessado ou seu advogado:


Autos de investigação preliminar,
Termo circunstanciado,
Inquérito
Qualquer procedimento investigatório de infração penal/civil/adm.
Obtenção de cópias.
Terá sua pena de detenção + multa, no período de 06 meses a 02 anos.
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Do artigo em descrição, cabe o fato de que em casos de acesso a peças relativas a
diligências em curso ou que indiquem a realização de diligências futuras, exigindo total
sigilo, a autoridade poderá negar ou impedir o acesso.
DICA 03
DA ADVOCACIA PÚBLICA

A advocacia pública compreende aos advogados públicos que atuam nos seguintes
órgãos: Advogados da União, procuradores federais, procuradores da fazenda nacional,
Estado, Município e do Distrito Federal, bem como entidades da administração direta e
fundacional.
Estão obrigados à inscrição na OAB para exercício de suas atividades.
Sujeitam-se ao mesmo regime que o Advogado que presta advocacia privada, sendo,
EAOAB, CED, e Regulamento Geral, podendo, assim, integrar qualquer órgão da OAB,
desde a Presidência a Membro da Comissão (Art. 9º RG)
DICA 04
DOS ÓRGÃOS DA OAB
Os órgãos da OAB compreendem em: Conselho Federal, Conselhos Seccionais,
Subseções, Caixas de Assistência dos Advogados.

O Fundamento legal dos órgãos da OAB está amparado:


Artigo 44 a 67 EAOAB;
Artigo 44 ao 127 do Regulamento Geral;
Artigo 70 s 72 Código de ética e disciplina.

Alguns pontos relevantes sobre os órgãos:

Dotado de Personalidade Jurídica própria.


CONSELHO FEDERAL Órgão Supremo.
Ultimo grau recursal.
Sede na Capital.

CONSELHOS SECCIONAIS Dotado de Personalidade Jurídica própria.


Jurisdição nos Estados, DF e territórios.

AS SUBSEÇÕES Partes autônomas dos Conselhos


Seccionais.

CAIXAS DE ASSISTÊNCIA Dotado de Personalidade Jurídica própria.


DOS Criadas pelos Conselhos Seccionais.
ADVOGADOS São criadas a partir de 1.500 inscritos.

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DICA 05
DO CONSELHO FEDERAL E SUA COMPOSIÇÃO
O Conselho Federal, órgão SUPREMO da OAB, tem sua fundamentação nos artigos 51 a
55 EAOAB.

A sua composição se dá:

CONSELHEIROS FEDERAIS São os integrantes das delegações


de cada unidade federativa. *

EX-PRESIDENTES São participantes na qualidade de


membros honorários vitalícios.

*Cada delegação é formada por 03 Conselheiros Federais.


O Conselho Federal também conta com as Comissões Permanentes e as Comissões
Temporárias, designadas pelo Presidente para auxílio do próprio Conselho.
DICA 06
DA ATUAÇÃO DOS ÓRGÃOS INTERNOS DO CONSELHO FEDERAL

O Conselho Federal tem sua atuação efetivada por intermédio dos seus
órgãos, sendo:

Conselho pleno;
1. Órgão especial do conselho pleno;
2. Primeira câmara;
3. Segunda câmara;
4. Terceira câmara;
5. Diretoria;
6. Presidente do conselho federal.

Cada órgão mencionado acima será presidido e composto por seu ou seus
representantes, na respectiva ordem:

1. Presidente do Conselho Federal;


2. Vice-Presidente do Conselho Federal;
3. Secretário Geral do Conselho Federal;
4. Secretário Geral Adjunto do Conselho Federal;
5. Tesoureiro do Conselho Federal;
6. Presidente, Vice PR., Secretário Geral e o Secretário Adjunto, Tesoureiro.
7. Presidente da OAB no Brasil.

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Tal composição se encontra fundamentada nos artigos 64 e seguintes do Regulamento
Geral do EAOAB.
DICA 07
DA ESRUTURA E FUNCIONAMENTO DO CONSELHO FEDERAL
O Presidente do Conselho Federal tem direito ao voto de qualidade nas deliberações
do Conselho, sendo que em caso de empate nas votações, ele determinará através de seu
voto.
Em regra, será um voto por delegação.
A delegação não pode exercer seu voto em matérias de interesse próprio da unidade
que representa.
No exercício de sua função, o conselheiro federal representará os interesses
nacionais da Advocacia, e não os seus.
DICA 08
DIREITO A VOZ E VOTO DOS MEMBROS DO CONSELHO FEDERAL
Conselheiros Federais Titulares e Conselheiros Federais Suplentes serão eleitos, com
direito a voz e voto.
Ex-Presidentes do Conselheiro Federal são membros honorários vitalícios com
direito a voz.
Presidentes dos Conselhos Seccionais e Detentores da Medalha Rui Barbosa, são
convidados e possuem direito a voz.
Para a escolha da diretoria do Conselho Federal, cada membro terá direito a um voto,
com exceção dos membros honorários vitalícios.
DICA 09
DA COMPETÊNCIA DO CONSELHO FEDERAL

A competência do Conselho Federal da OAB, esta regulamentada no artigo 54 do


EAOAB, sendo:

Representar, em juízo ou fora dele, interesses individuais ou coletivos da


advocacia.

cumprimento efetivo às finalidades da OAB; zelar pela valorização da advocacia, pela


independência e dignidade dela.

Representar com exclusividade os advogados brasileiros em eventos e órgãos


internacionais.

Editar, alterar o regulamento geral, código de ética e disciplina e provimentos.

Adotar medidas que assegurem funcionamento dos conselhos seccionais e


constatar grave violação no regulamento geral ou no Estatuto da advocacia,

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Julgar em grau de recurso decisões dos conselhos seccionais

Elaborar lista sêxtupla para cargos nos tribunais, sendo em âmbito nacional ou
interestadual.

ajuizar ação direta de inconstitucionalidade, ação civil pública, mandado de


segurança coletivo e mandado de injunção.

dispor sobre a identificação dos inscritos na OAB.

Autorizar a respeito da oneração ou alienação dos bens Imóveis da OAB.


Através de autorização de maioria absoluta das delegações.

Participar de concursos públicos em todas as suas fases com abrangência nacional


ou interestadual.

DICA 10
DA INTERVENÇÃO DO CONSELHO FEDERAL EM CONSELHO SECCIONAL.

O Conselho Federal poderá intervir nos conselhos seccionais quando constatar


grave violação:
Do Estatuto da Advocacia e da OAB;
Do Regulamento Geral.

Para a intervenção é preciso:


aprovação 2/3 das delegações,
Garantia de amplo direito de defesa do Conselho Seccional,
Nomeação de diretoria provisória
DICA 11
DOS CONSELHOS SECCIONAIS.

Os Conselhos Seccionais, são compostos por:

Presidente

Vice-Presidente
DIRETORIA
CONSELHO
SECCIONAL Secretário-Geral

Secretário-Geral Adjunto

Tesoureiro

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Outros membros:

Conselheiros Seccionais;

Ex-Presidente do Conselho Seccional;

Presidente do Instituto dos Advogados;

Presidente do Conselho Federal;

Conselheiros Federais da Delegação.

O número de Conselheiros Seccionais é proporcional ao número de inscritos nos


quadros da OAB, com total de até 80 membros.
DICA 12
NOMEAÇÃO DOS MEMBROS DO CONSELHO SECCIONAL

DIRETORIA:

Presidente, Vice-Presidente, Secretário-Geral, Secretário-Geral Adjunto,


Tesoureiro

Os membros da diretoria irão compor o conselho seccional por meio de eleição.


Os Conselheiros Seccionais, com o número máximo de 80 membros, serão eleitos.
Ex-Presidentes do Conselheiro Seccional são membros honorários vitalícios.

Serão convidados a composição do Conselho Seccional:


Presidente do Instituto dos Advogados;
Presidente do Conselho Federal;
Conselheiros Federais da Delegação.
DICA 13
DIREITO A VOZ E VOTO

É direito dos membros do Conselho Seccional:

Presidente

DIREITO A VOZ E VOTO Vice-Presidente

Secretário-Geral

Secretário-Geral Adjunto
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Tesoureiro

Conselheiros Seccionais

Ex-Presidente do Conselho Seccional

Presidente do Instituto
dos Advogados
Direito a VOZ apenas.
Presidente do Conselho
Federal

Conselheiros Federais da
Delegação

DICA 14
DA COMPETÊNCIA DO CONSELHO SECCIONAL

Fundamentado em seu artigo 58 do EAOAB, o Conselho Seccional tem competência


privativa para:

Criação da Subseção e da Caixa de Assistência dos Advogados.

Intervenção nas Subseções e na Caixa de Assistência do Adv.

Fixar tabela de honorários

Realizar Exame de Ordem

Fixar valor de Anuidade

Determinar com exclusividade, critérios para trajes do advogado

Eleger lista sêxtupla para cargos nos tribunais, no âmbito de sua competência.

Definir ou indeferir inscrições do advogado ou estagiário.

Participar de elaboração de concursos em sua jurisdição.

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DICA 15
DOS BENS MÓVEIS E IMÓVEIS PERTECENTES A OAB
O patrimônio dos órgãos da OAB é constituído de bens imóveis, móveis e valores
adquiridos e que serão adquiridos.
A alienação e oneração dos bens depende de aprovação do Conselho Federal ou
Conselho Seccional.
A diretoria do órgão tem competência para decidir pela aquisição dos bens.

EXAME DE ORDEM XXVIII – ANO 2019.


Em certo local, pretende-se a aquisição de um imóvel pelo Conselho Seccional
respectivo da OAB, para funcionar como centro de apoio em informática aos advogados
inscritos. Também se negocia a constituição de hipoteca sobre outro bem imóvel que já
integra o patrimônio do Conselho Seccional.
De acordo com o caso narrado, com fulcro no disposto no Regulamento Geral do
Estatuto da Advocacia e da OAB, assinale a alternativa correta:
A aquisição do imóvel é decisão que compete à Diretoria do Conselho Seccional; já a
constituição da hipoteca dependerá de autorização da maioria dos membros efetivos do
Conselho Seccional. (CORRETA)
De acordo com os artigos 47 e 48 do Regulamento Geral do Estatuto da advocacia e da
OAB, a aquisição dos bens, compete à diretoria do órgão tomar decisão. A respeito
da hipoteca, cabe autorização da maioria dos membros do respectivo Conselho
Seccional.

DICA 16
DAS SUBSEÇÕES
Fundamentada nos artigos 60 e 61 do EAOAB e artigos 115 a 120 Regulamento Geral do
EAOAB.
As Subseções são criadas por meio de resolução pelo Conselho Seccional que fixa
sua área territorial.
A quantidade mínima de advogados para criação da Subseção 15 advogados.
As Subseções não possuem personalidade jurídica, podendo compreender um ou mais
municípios ou parte de um município, desde que tenha 15 advogados domiciliados.
O Conselho da Subseção será criado se a Subseção possuir mais de 100 advogados.
A Subseção será responsável por receber e enviar os documentos de inscrição dos
Advogados e Escritórios de Advocacia para o Conselho Seccional.
DICA 17
DO CONFLITO DE COMPETÊNCIA DAS SUBSEÇÕES

O artigo 119 do Regulamento Geral preceitua que os conflitos entre:

Duas Subseções distintas,

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Uma Subseção e o Conselho Seccional,
Serão resolvidas pelo próprio Conselho Seccional, cabendo recurso ao Conselho
Federal.

QUESTÃO FGV, 2016.


As Subseções X e Y da OAB, ambas criadas pelo Conselho Seccional Z, reivindicam a
competência para desempenhar certa atribuição. Não obstante, o Conselho Seccional Z
defende que tal atribuição é de sua competência.
Caso instaurado um conflito de competência envolvendo as Subseções X e Y e outro
envolvendo a Subseção X e o Conselho Seccional Z, assinale a opção que relaciona,
respectivamente, os órgãos competentes para decidir os conflitos.
O conflito de competência entre as subseções deve ser decidido pelo Conselho Seccional
Z, cabendo recurso ao Conselho Federal da OAB. Do mesmo modo, o conflito entre a
Subseção X e o Conselho Seccional Z será decidido pelo Conselho Seccional Z, cabendo
recurso ao Conselho Federal da OAB. (CORRETA)
COMENTÁRIO: No caso em tela, ocorrem dois conflitos, sendo:
- Subseção X e Subseção Y;
- Subseção X e Conselho Seccional Z.
Ambos conflitos serão julgados pelo CONSELHO SECCIONAL Z, cabendo recurso ao
CONSELHO FEDERAL.

DICA 18
DA COMPETÊNCIA DA SUBSEÇÃO

Em seu território, compete às Subseções:

Dar cumprimento às finalidades da OAB;

Velar pela dignidade, independência e valorização da advocacia;

Representar a OAB, perante os poderes constituídos;

Desempenhar atribuições de sua competência ou por delegação do Conselho Seccional.

A criação da Caixa de Assistência será no território com mais de 1.500 inscritos, por
intermédio do Conselho Seccional.
DICA 19
SOBRE O CONSELHO DA SUBSEÇÃO E SUA COMPETÊNCIA.
O Conselho da Subseção será criado se a Subseção possuir mais de 100 advogados.

A competência do Conselho da Subseção será para exercer as funções e atribuições do


Conselho Seccional, e ainda:
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Editar Regimento Interno;
Editar resoluções no âmbito de sua competência;
Instaurar e instruir processos disciplinares;
Emitir parecer prévio a respeito de pedido de inscrição do advogado e estagiário nos
quadros da OAB para o Conselho Federal.
DICA 20
DA CAIXA DE ASSISTÊNCIA DOS ADVOGADOS
A Caixa de Assistência aos Advogados possui personalidade jurídica própria e está
fundamentada em seus artigos 62 do EAOAB e artigos 121 a 127do Regulamento Geral.

A PERSONALIDADE JURÍDICA DA CAIXA É


ADQUIRIDA COM A APROVAÇÃO E REGISTRO
CAIXA DE
DO SEU PRÓPRIO ESTATUTO.
ASSISTÊNCIA

DESTINA-SE A PRESTAR ASSISTÊNCIA AOS


INSCRITOS DO CONSELHO SECCIONAL
VINCULADO.

ATENTE-SE: A aprovação e registro do estatuto da caixa de assistência aos


advogados se dará pelo Conselho Seccional.
DICA 21
ALGUMAS ATRIBUIÇÕES DA CAIXA DE ASSISTÊNCIA
A Caixa de Assistência poderá promover a seguridade Complementar, em benefício ao
advogado.
O Conselho Seccional será competente para fixar contribuição obrigatória devida
por seus inscritos para promover a seguridade Complementar.

COMPOSIÇÃO DA DIRETORIA DA CAIXA DE ASSITENCIA:

Composta
DIREITORIA
de 05
DA CAIXA
MEMBROS
.

Após as deduções obrigatórias, caberá a caixa metade da receita das Anuidades


recebidas pelo Conselho Seccional.

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DICA 22
DA EXTINÇÃO OU DESATIVAÇÃO DA CAIXA

Nos casos de EXTINÇÃO ou O PATRIMONIO SERÁ


DESATIVAÇÃO da caixa de INCORPORADO AO CONSELHO
SECCIONAL RESPECTIVO.
assistência

Nos casos de DESCUMPRIMENTO DAS O CONSELHO SECCIONAL pode


FINALIDADES da caixa de assistência INTERVIR na caixa, mediante
2/3 dos seus membros.

DICA 23
DA MEDALHA RUI BARBOSA
O Conselho Federal confere às grandes personalidades da advocacia brasileira a
Medalha Rui Barbosa com intuito de homenagear e prestigiar a advocacia.

A medalha será concedida uma vez, no prazo do mandado do Conselho, pelo período
de 03 anos.

A entrega e a homenagem ao honrado será realizada em sessão solene.

A respeito da Medalha Rui Barbosa, a OAB tem cobrado:


O detentor tem direito a VOZ nas sessões do Conselho Federal.
Fundamento legal: Artigo 152 CED.
DICA 24
CONFERÊNCIA NACIONAL DA ADVOCACIA
É o órgão máximo consultivo do Conselho Federal, amparado pelos artigos 145 a 150
do Regulamento Geral.
A reunião tem como objetivo o estudo e o debate das questões e problemáticas a
respeito das finalidades da OAB e o congraçamento da classe.
A conferência se dará trienalmente, no 2º ano do mandato.

OUVINTES – ESTUDANTES DE DIREITO


Participantes
da Conferência CONVIDADOS
Nacional da
Advocacia
EFETIVOS – ADVOGADOS, ESTAGIÁRIOS INSCRITOS, MEMBROS DOS
ÓRGÃOS DA OAB

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DICA 25
DA INCONSTITUCIONALIDADE DA SUSPENSÃO ADVOGADO REALIZADA PELO
CONSELHO

De acordo com o Supremo Tribunal Federal tornou-se INCONSTITUCIONAL a


SUSPENSÃO do advogado decorrente ANUIDADE NÃO PAGA.
O artigo 34, inciso XXIII do Estatuto da Advocacia, prévia a suspensão do advogado
dos quadros da OAB. O prazo seria de 30 dias até quitação da dívida com a OAB.
Tal medida foi derrubada pelo STF.
Este assunto é bem atual, podendo ser cobrado pela OAB.

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FILOSOFIA DO DIREITO
DICA 26
AUGUSTO COMTE

Augusto Comte nasceu na França, em 1798, e é visto como organizador da


sociologia moderna, sendo inclusive o primeiro a usar o termo sociologia. Ele era
bastante radical e chegou a que propor que fossem criados templos positivistas, com o
intuito de cultuar uma nova “religião da humanidade”, baseada no materialismo científico,
ideia que não foi bem aceita.
“A moral consiste em fazer prevalecer os instintos simpáticos sobre os impulsos egoístas”
(Augusto Comte).
Augusto Comte acreditava que a sociedade passasse por fases ou estados e que, nesse
sentido, atravessaria de um estado mais atrasado ou primitivo para um mais avançado,
como se houvesse uma linha de progresso entre o início e o final.
DICA 27
JOSÉ ORTEGA Y GASSET

Escritor de “A rebelião das massas”, o espanhol nascido em Madrid, dizia que toda
sociedade está e deve estar dividida entre a maioria, que é inculta, e que tem como futuro
obedecer, e a sua minoria, que sabe dos fatos, e sendo assim, tem autoridade para
mandar.

Ideias de José Ortega sobre o bibliotecário: Segundo Ortega y Gasset, os mais graves
atributos negativos nos livros são:
Já há livros em demasia.
Mas não só de fato existem livros em demasia, como também são produzidos de modo
constante e em abundância torrencial.
Por outro lado, o bibliotecário do futuro terá que orientar o leitor não especializado na
selva selvaggia dos livros, ser o médico, o higienista de suas leituras.
DICA 28
JOHN AUSTIN

Considerado por muitos doutrinadores como, o inglês autor da Teoria dos Atos de
Linguagem foi o primeiro jurista a tratar da teoria da lei de maneira analítica, tratando o
direito de forma separada da moral e dos costumes, lhe conferindo certa autonomia.
E mais: Para ele, a jurisprudência é uma investigação de cunho filosófico acerca do
fenômeno do direito, vendo a lei um fenômeno independente da moral.
Por fim, falar de John Austin é falar do positivismo, pois para ele o positivismo é a mais
forte corrente da Teoria Geral do Direito.
“A lei é uma regra estabelecida para a conduta de um ser inteligente por um ser
inteligente tendo poder sobre ele” (John Austin).

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DICA 29
EUGEN EHRLICH

Nascido em uma região que hoje pertence à Ucrânia, mas na época pertencia à Áustria,
Eugen afirmava que que as fontes de autoridade do direito são plurais. E mais: Ele
utilizava a expressão direito vivo, fazendo ver que a base do direito não está na lei,
mas na própria sociedade
“Querer aprisionar o direito de uma época ou de um povo nos parágrafos de um código
corresponde mais ou menos ao mesmo que querer represar um grande rio num açude: o
que entra não é mais correnteza viva, mas água morta e muita coisa simplesmente não
entra” (Eugen Ehrlich).
DICA 30
KARL MARX

O alemão Karl Marx foi o criador socialismo moderno, pregando o desenvolvimento e


a evolução do ser humano, via da tecnologia. Também pregou a luta de classes, na qual
os trabalhadores devem opor-se à ideologia das chamadas classes dominantes, havendo
assim um antagonismo das classes.
E mais: Para ele, a sociedade ideal deveria ser sem classes.
Condenava a sociedade capitalista e defendia a socialista, vendo inclusive o Direito e o
Estado como duas espécies de superestruturas para servir aos dominadores.
“Hegel faz notar algures que todos os grandes acontecimentos e personagens históricos
ocorrem, por assim dizer, duas vezes. Esqueceu-se de acrescentar: a primeira vez como
tragédia, a segunda como farsa” (Karl Marx).
IMPORTANTE: A mais-valia é o termo utilizado por Karl Marx em alusão ao processo
de exploração da mão de obra assalariada que é utilizada na produção de mercadorias.
E mais: Escreveu vários livros, dentre eles o mais famoso é “o manifesto comunista”.
Vamos ver um trecho a seguir:
“As acusações contra o modo comunista de produção e de apropriação dos produtos
materiais têm sido feitas igualmente contra a produção e a apropriação dos produtos do
trabalho intelectual. Assim como o desaparecimento da propriedade de classe equivale,
para o burguês, ao desaparecimento de toda a produção, também o desaparecimento da
cultura de classe significa, para ele, o desaparecimento de toda a cultura. A cultura, cuja
perda o burguês deplora, é, para a imensa maioria dos homens, apenas um adestramento
que os transforma em máquinas.”

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DIREITO CONSTITUCIONAL
DICA 31
SISTEMAS DE CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE

SISTEMA JUDICIAL

Matriz Americana Matriz Austríaca

Juízes realizam o controle difuso de Órgão específico dotado de legitimidade


constitucionalidade. O controle era afeto a para a análise de adequação.
casos concretos, via incidental e seus efeitos
Realizam um controle concentrado de
são ex tunc e inter partes.
constitucionalidade, realizado de modo
direto pela via principal, com efeitos
erga omnes e ex nunc (não retroage).

SISTEMA POLÍTICO

Matriz Francesa

Órgão político chamado “Conselho de Constitucionalidade”, composto por 9


membros e os ex-Presidentes da República, com mandato de 9 anos.
Realiza um controle prévio e depende de provocação para atuar.

DICA 32
ESPÉCIES DE INCONSTITUCIONALIDADE

Inconstitucionalidade formal: envolve um vício no processo de produção da lei/ato


normativo (vício nomodinâmico).

Formal Orgânica: descumprimento e normas de competência legislativa.

Formal por Descumprimento de Pressupostos Objetivos: violação de pressuposto


expresso, ex.: Medida provisória sem vigência ou relevância.

Formal Propriamente Dita: inobservância das normas do processo legislativo.

Vício formal subjetivo: na fase de iniciativa.

Vício formal objetivo: nas fases constitutiva ou complementar.

Inconstitucionalidade material: o conteúdo da lei ou ato normativo está em


desconformidade com a norma constitucional ou contém um desvio de poder ou excesso
do poder legislativo.
Aplicação dos princípios da proporcionalidade (adequação + necessidade +
proporcionalidade); princípio da proibição do excesso e princípio da proibição da
proteção insuficiente.
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DICA 33
EVOLUÇÃO DE CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE NO BRASIL

Constituição de 1824 Não havia nada assemelhado aos modelos


atuais de controle de constitucionalidade.

Influenciado pela matriz americana, a


Constituição Provisória de 1890 introduziu o
controle difuso por via de exceção,
Constituição de 1891 materializando no decreto 848/1890.
A magistratura federal poderia intervir em
espécie e por provocação da parte na guarda
e aplicação da Constituição.

Manteve o controle difuso, mas com algumas


alterações.
- Cláusula de Reserva de Plenário: a
declaração de inconstitucionalidade só
poderia ser feita pela maioria absoluta de
seus membros.
Constituição de 1934
- Atribuiu ao Senado Federal a competência
para suspender execução de leis ou aos
normativos quando declarados
inconstitucionais pelo STF, conferindo efeito
erga omnes a essas decisões.
- Representação Interventiva a cargo do
PGR, em caso de ofensa aos princípios e o
STF declarava a inconstitucionalidade da lei
interventiva.

Constituição de 1937 Houve retrocesso. Após a declaração de


inconstitucionalidade pelo STF, o Presidente
da república tinha a prerrogativa de
submetê-la ao Congresso Nacional,
invocando interesse nacional, para validação
da inconstitucionalidade com aprovação de
dois terços dos membros de cada Casa.

Constituição de 1946 Controle de Constitucionalidade deixa de


sofrer interferência do executivo e
Legislativo, volta a ser difuso.
Restaura a competência do Senado.
EC 16/1965: estabelece o controle
concentrado e abstrato de leis ou atos
normativos federais e estaduais.

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Constituição de 1969 Manteve o controle difuso e concentrado via


ADI Interventiva e ADI genérica.
Permitia o controle de constitucionalidade de
atos normativos municipais diante das
Constituições Estaduais.

Constituição de 1988 Controle difuso continua nos termos clássicos


(reserva de plenário + atuação do Senado
Federal), mas há uma ampliação do controle
concentrado surgindo novas ADIs e o PGR
perde o monopólio da legitimidade de
propositura.
Criação da ADPF e da possibilidade de
declarar inconstitucionalidade de uma norma
por omissão, via mandado de injunção ou
por ADI por omissão.

DICA 34
MOMENTOS DE CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE

CONTROLE PREVENTIVO: é a exceção no Brasil. Ocorre antes do aperfeiçoamento


da lei ou ato normativo, violando o projeto de lei ou projeto de emenda constitucional.

Legislativo: apreciação de PL e PC pelas Comissão de Conselho e Justiça e pelo


plenário das Casas Legislativas.

Executivo: veto jurídico ao projeto de lei pelo Chefe do Poder executivo.

Judiciário: Impetração de Mandado de Segurança por parlamentar para garantir o


devido processo legislativo constitucional para sanar vício formal.

CONTROLE REPRESSIVO: após a edição da lei ou ato normativo. Via de regra é


realizado pelo Poder Judiciário no ordenamento jurídico brasileiro.

Legislativo: sustação, pelo Congresso Nacional, de lei delegada que exorbitar seus
limites (art. 49, V, CF);

Senado Federal suspender, no todo ou em parte, norma declarada inconstitucional pelo


STF em controle difuso;

Congresso Nacional entender que Medida Provisória seja sem vigência ou relevância.

Executivo: Chefe do executivo deixa de aplicar administrativamente norma por


entender ser inconstitucional e ajuizar ADI.
DICA 35
CONTROLE DIFUSO-CONCRETO

Características:

Realizado por todos os juízes;


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Via de exceção;

Em um caso concreto;

Modo incidental;

Inspiração americana.

Parâmetros de Controle:

Norma pós 1988 frente à Constituição em vigor (parâmetro tradicional);

Norma anterior a 1988 perante à atual constituição (juízo de recepção ou não


recepção);

Norma antes de 1988 em face da Constituição anterior em vigor à época de edição do


ator.
DICA 36

CLÁSULA DE RESERVA ATUAÇÃO DO SENADO


SÚMULA VINCULANTE
DE PLENÁRIO FEDERAL

A declaração de A decisão do STF em sede Confere efeito erga omnes.


inconstitucionalidade de controle difuso-concreto
afeta apenas ao pleno ou ganhará efeito vinculante.
órgão especial do Requisitos: 8 ministros;
Tribunal, que, por reiteradas decisões sobre a
maioria absoluta, decide, A decisão do senado que matéria objeto da súmula;
sob pena de nulidade suspende a lei controvérsia judicial ou entre
absoluta da decisão. inconstitucional é definitiva, o Judiciário e o executivo.
assim como a suspensão.

Efeitos: inter partes e ex STF poderá, de ofício ou


tunc. Procedimento: solicitação mediante provocação, com
do Presidente do STF ao decisão de dois terços dos
Senado; representação do ministros, aprovar súmula
Mitigações, art. 949, PGR ao Senado; elaboração que terá efeito vinculante a
CPC: de resolução da própria CCJ partir da publicação em
do senado. imprensa oficial.
Quando o plenário do
tribunal já tiver decidido
pela inconstitucionalidade
O ato administrativo ou
da norma; quando o
decisão que contrariar
plenário do STF já tiver
súmula, caberá Reclamação
analisado a
ao STF.
inconstitucionalidade.

Súmula Vinculante 10, STF: viola a cláusula de reserva de plenário a decisão de


órgão fracionário de tribunal que, embora não declare expressamente a
inconstitucionalidade e lei ou ato normativo do Poder Público, afasta sua incidência, no
todo ou em parte.

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Memorex OAB – Exame XXXIV – Rodada 05
DICA 37
CONTROLE ABSTRATO

Competência do STF em face de lei ou ato


normativo estadual ou federal.

Legitimados Universais: Presidente da


República; Mesas do senado ou Câmara dos
deputados; Conselho Federal da OAB e
partidos políticos com representação no
Congresso.
ADI
Legitimados Especiais: Governador; Mesa
da Assembleia Legislativa; confederações
sindicais e entidade de classe de âmbito
nacional.

Participação do AGU em defesa da lei/ato.

Possibilidade de audiência pública ou amicus


curiae.

Objeto: ato normativo federal.

Mesmos legitimados da ADI e competência


exclusiva do STF.

Características: causa de pedir aberta;


impossibilidade de intervenção de terceiros,
ADC exceto amicus curiae; mesmos efeitos da
ADI; possibilidade de modulação de efeitos;
decisão irrecorrível e não cabimento de ação
rescisória.

STF afasta a obrigatoriedade de citação do


AGU nos processos de ADC.

Objetivo: evitar ou reparar lesão à preceito


fundamento previsto na CF.

Caráter subsidiário: quando houver


qualquer outro meio capaz de sanar a
ADPF lesividade, este deverá ser utilizado.

Não cabe ADPF em face de: atos


presidenciais; substituição de embargos em
execução; questionar norma anterior a 88
ante à constituição da época; normas
originárias e súmulas vinculantes.

Pode ser interposta em caráter incidental ou


como ação autônoma.

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Memorex OAB – Exame XXXIV – Rodada 05

Utilizada em caso de descumprimento de


súmula vinculante,

Responsável pela interpretação ou


RECLAMAÇÃO CONSTITUCIONAL reinterpretação da decisão proferida em
controle de constitucionalidade abstrato.

Não pode ser utilizada como substituta de


recurso ou de ação própria que analise a
constitucionalidade e norma.

Em caso de ato ou omissão da administração


pública, se faz necessário o esgotamento da
via administrativa.

DICA 38
CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE - AÇÃO DIRETA DE
INCONSTITUCIONALIDADE (ADIN)
A Ação Direta de Inconstitucionalidade, também conhecida como Ação Direta de
Inconstitucionalidade Genérica é um instrumento utilizado no chamado controle direto
da constitucionalidade das leis e atos normativos, exercido perante o Supremo Tribunal
Federal brasileiro.
Prevista pela Constituição Federal, esta ação visa a declaração da inconstitucionalidade de
lei ou ato normativo federal ou estadual perante a própria Constituição. Sua competência
originária é do Supremo Tribunal Federal e seu procedimento está previsto na Lei nº
9.868/99.
Se a arguição pela inconstitucionalidade versar sobre lei estadual ou municipal
perante a Constituição Estadual, terá por competência originária o Tribunal de Justiça
do Estado em questão.
DICA 39
CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE - AÇÃO DIRETA DE
INCONSTITUCIONALIDADE (ADIN) - COMPETÊNCIA PARA PROPOSITURA
De acordo com a Constituição Federal, podem propor a ação direta de
inconstitucionalidade e a ação declaratória de constitucionalidade:

Presidente da República;

A Mesa do Senado Federal;

Mesa da Câmara dos Deputados;

A Mesa de Assembleia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito


Federal;

Governador do Estado ou Distrito Federal;

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Procurador-Geral da República;

O Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;

Partido político com representação no Congresso Nacional;

Confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional.

DICA 40
CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE - AÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE
POR OMISSÃO
Prevista no artigo 103 da Constituição Federal, tem por objetivo suprir uma omissão
dos poderes constituídos que deixaram de elaborar normas para regulamentar a
possibilidade de exercício de determinado direito previsto na Constituição Federal.
Declarada a inconstitucionalidade por omissão de medida para tornar efetiva norma
constitucional, será dada ciência ao Poder competente para a adoção das providências
necessárias e, em se tratando de órgão administrativo, para fazê-lo em trinta dias. Assim
sendo, quando a omissão for:

Administrativa: o órgão competente será cientificado para que providencie a edição e


complementação dela.

Legislativa: o Congresso Nacional deverá ser comunicado da mora, mas não será
estipulado nenhum prazo para a elaboração da norma complementadora que, de certa
forma, é considerada indispensável para o exercício do direito previsto, porém não
aplicado por falta de previsão legal pela Constituição Federal.

ATENÇÃO!

A omissão pode ser total ou parcial, sendo total quando não houver uma norma
regulamentadora possibilitando o exercício de determinado direito e parcial quando a
norma apenas possibilitar parte do exercício do direito previsto na CF.

DICA 41
CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE - AÇÃO DIRETA DE
INCONSTITUCIONALIDADE INTERVENTIVA
Deve ser proposta quando há a necessidade de haver a decretação da intervenção
federal ou até mesmo estadual, pelos Chefes do Executivo, por não terem sido
observados alguns princípios essenciais estabelecidos pelas Constituições Federal ou
Estadual.
A ADIN interventiva visa resguardar os princípios sensíveis: forma republicana; sistema
representativo e regime democrático; direitos da pessoa; autonomia municipal; prestação
de contas da administração pública, direta ou indireta; aplicação do mínimo exigido da
receita resultante de impostos estaduais, na manutenção e desenvolvimento do ensino e
da saúde.

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DICA 42
CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE - ADIN INTERVENTIVA FEDERAL
O objeto desta ação é a lei ou ato normativo estadual ou distrital que não respeita os
princípios sensíveis estabelecidos pela Constituição Federal, isto é, quando a lei estadual
se contrapor a:
Forma republicana, sistema representativo e regime democrático;

Direitos da pessoa humana;

Autonomia municipal;

Prestação de contas da administração pública, direta e indireta.


Aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais,
compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do
ensino e nas ações e serviços públicos de saúde.

ATENÇÃO!

A legitimidade ativa para propor esta ação é do procurador geral da república e o


Supremo Tribunal Federal é o detentor da competência para julgá-lo.

DICA 43
CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE - ADIN INTERVENTIVA ESTADUAL
A ADIN Interventiva Estadual, por sua vez, deve ser impetrada quando a lei municipal
desrespeitar os princípios indicados na Constituição Estadual e, por isso, o Estado
necessita intervir, servindo também como pressuposto desta intervenção. A competência
para o julgamento desta ADIN é do Tribunal de Justiça do Estado que teve os
princípios de sua Constituição desrespeitados, devendo ser proposta pelo Procurador
Geral de justiça, conforme prevê a Constituição Federal.
DICA 44
CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE - ARGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE
PRECEITO FUNDAMENTAL
Prevista na Constituição Federal, a arguição de descumprimento de preceito fundamental
é de competência do Supremo Tribunal Federal, o qual deve apreciá-la e julgá-la.
Esta ação será sempre subsidiária, ou seja, não pode ser admitida se houver outro meio
válido para sanar a lesividade.

ATENÇÃO!

Só poderá ser proposta se não for cabível uma ADIN, mandado de segurança, recurso
extraordinário, ação popular, entre outros.

Têm legitimidade ativa para propor esta arguição todos os elencados no artigo
103 da Constituição Federal, sendo estes:

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Memorex OAB – Exame XXXIV – Rodada 05

→ o Presidente da República;
→ a Mesa do Senado Federal;
→ a Mesa da Câmara dos Deputados;
→ a Mesa de Assembleia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal;
→ o Governador de Estado ou do Distrito Federal;
→ o Procurador-Geral da República;
→ o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;
→ partido político com representação no Congresso Nacional;
→ confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional.

Os demais interessados podem solicitar a propositura desta arguição mediante


representação ao Procurador Geral da República, porém sendo facultativo. E esta ação
pode ser proposta:
Para reparar ou até mesmo evitar lesão a um preceito fundamental decorrente de ato
ou omissão do poder público;
Quando for importante salientar o fundamento da controvérsia constitucional sobre
lei ou ato normativo federal, estadual ou municipal anteriores à Constituição Federal.
DICA 45
DEFESA DO ESTADO

Estado de Exceção: situação de crise institucional, na qual a CF prevê a possibilidade


de adoção de certas medidas para garantir a ordem social e a soberania do Estado, em
caso de necessidade, temporariedade e obediência exata dos comandos
constitucionais.

Necessidade: é imprescindível que essa medida seja adotada, desde que não exista
outra forma menos gravosa de solucionar a situação.

Temporariedade: a medida adotada deverá ter prazo determinado para que seja
reestabelecida a ordem. Em caso de guerra declarada, contudo, existe a possibilidade que

Obediência: os estados de exceção só se legitimaram se em observância às normas


constitucionais.
DICA 46
ESTADO DE DEFESA

Busca preservar ou reestabelecer a ordem pública ou a paz social.


O decreto que determinar a medida indicará o local em que ele irá ocorrer, posto que
ocorre em local restrito e determinado.

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Memorex OAB – Exame XXXIV – Rodada 05
Pressupostos: existência de uma grave instabilidade institucional ou calamidades de
grandes proporções na natureza.
Não poderá ter prazo superior a 30 dias, sendo permitida a prorrogação apenas uma
vez por 30 dias, desde que demonstradas as razões que justificarem a sua decretação.
DICA 47
ESTADO DE SÍTIO
O Presidente requer ou solicita ao Congresso Nacional a autorização para decretar o
estado de sítio.

Hipótese de estado de sítio:

→ Comoção grave de repercussão nacional ou ineficácia das medidas tomadas durante


o estado de defesa;

→ Situação de guerra ou necessidade de repelir agressão armada.

As seguintes medidas poderão ser adotadas no estado de sítio:

→ obrigação de permanência em determinada localidade: estado controla o ir e vir


do cidadão.

→ detenção em edifício não destinado a criminosos comuns: é possível que uma


escola pública se torne presídio.

→ restrições ao sigilo de correspondência e comunicações, bem como restrições


à liberdade de imprensa, salvo pronunciamentos parlamentares difundidos a partir da
Câmara ou do Senado, desde que devidamente liberados pelas respectivas Mesas;

→ suspensão da liberdade de reunião;


→ busca e apreensão e domicílio;
→ intervenção nas empresas de serviço público: visa garantir a continuidade dos
serviços públicos.

→ requisição de bens, públicos ou particulares.

DICA 48
SEGURANÇA PÚBLICA

É dever do Estado, mas direito e responsabilidade de todos.

Guarda Municipal não é órgão da segurança.


O rol dos órgãos de segurança pública é taxativo, logo, os Estados–membros e o DF não
podem criar ou nele incluir outros órgãos, como o Departamento de Trânsito, Política
Penitenciária ou Instituo Geral de Perícias.

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Memorex OAB – Exame XXXIV – Rodada 05
DICA 49
POLÍCIA CIVIL

Súmula Vinculante nº 39: Compete privativamente à União legislar sobre


vencimentos dos membros das polícias civil e militar e do corpo de bombeiros militar do
Distrito Federal.
A Polícia Civil é dirigida por delegado de polícia de carreira.
Não é possível equiparar os ganhos do Delegado de polícia Civil ao subsídio dos
promotores de justiça.
Tem a função de polícia judiciária e a apuração de infrações penais.
DICA 50
POLÍCIA PENAL
Presente na União, nos Estados e no Distrito Federal vinculado ao órgão que administra o
sistema penal e responsável pela segurança dos estabelecimentos penais.

Polícia Penal Federal é vinculada ao Departamento Penitenciário Nacional – DEPEN.

Polícia Penal Estadual e do Distrito Federal é vinculada à Secretaria de Segurança


Pública, Secretaria de Justiça ou Secretaria de Administração Penitenciaria.
EC 104/2019: o preenchimento do quadro de servidores das polícias penais será feito,
exclusivamente, por meio de concurso público e por meio da transformação dos cargos
isolados, dos cargos de carreira dos atuais agentes penitenciários e dos cargos públicos
equivalentes.
DICA 51
POLÍCIA MILITAR

Força auxiliar e reserva do Exército.

Principal função é de preservar a ordem por meio da prevenção da prática de crimes.

STF: Edital de concurso público não pode estabelecer restrição a pessoas com
tatuagem, salvo situações excepcionais em razão de conteúdo que viole valores
constitucionais.
As forças policiais devem ser instituições regulares e permanentes, não se admitindo a
contratação temporária.

DICA 52
POLÍCIA FEDERAL

Instituição policial mantida, organizada pela União.

ATRIBUIÇÕES DA POLÍCIA FEDERAL

I - apurar infrações penais contra a ordem política e social ou em detrimento de

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bens, serviços e interesses da União ou de suas entidades autárquicas e empresas
públicas, assim como outras infrações cuja prática tenha repercussão interestadual ou
internacional e exija repressão uniforme, segundo se dispuser em lei.

II – prevenir e reprimir o tráfico de drogas e entorpecentes, o contrabando e


descaminho, sem prejuízo da ação fazendária e de outros órgãos públicos nas áreas de
suas respectivas competências.

III – exercer funções de polícia marítima, aeroportuária e a de fronteiras.

IV- exercer, com exclusividade, as funções de polícia judiciária da União.

STF: Viola a CF a atribuição ao militar de atendimento à delegacia em cidade que


não haja delegado.

DICA 53
GUARDAS MUNICIPAIS

Assim como o DETRAN, não é órgão de segurança pública.


Tem como função a proteção dos bens, serviços e instalações dos municípios,
conforme as disposições legais.
Inexiste qualquer previsão constitucional que vincule a criação de Guarda Municipal com a
quantidade de habitantes no Município.
STF: a atribuição às guardas municipais do exercício de poder de polícia de trânsito,
inclusive para imposição de sanções administrativas legalmente previstas, é
CONSTITUCIONAL.

ATENÇÃO!

Informativo 1.007 do STF: O art. 6º, III e IV, da Lei nº 10.826/2003 (Estatuto do
Desarmamento) somente previa porte de arma de fogo para os guardas municipais
das capitais e dos Municípios com maior número de habitantes. Assim, os integrantes
das guardas municipais dos pequenos Municípios (em termos populacionais) não
tinham direito ao porte de arma de fogo. O STF considerou que esse critério escolhido
pela lei é inconstitucional porque os índices de criminalidade não estão
necessariamente relacionados com o número de habitantes.
Assim, é inconstitucional a restrição do porte de arma de fogo aos integrantes de
guardas municipais das capitais dos estados e dos municípios com mais de 500.000
(quinhentos mil) habitantes e de guardas municipais dos municípios com mais de
50.000 (cinquenta mil) e menos de 500.000 (quinhentos mil) habitantes, quando em
serviço.
Com a decisão do STF todos os integrantes das guardas municipais possuem direito a
porte de arma de fogo, em serviço ou mesmo fora de serviço. Não interessa o
número de habitantes do Município.

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DICA 54
FORÇAS ARMADAS

As Forças Armadas são compostas pelo: Exercito + Aeronáutica + Marinha.


O Presidente da República exerce o comando sobre as Forças Armadas. Sendo ele o
detentor de competência privativa para legislar sobre as matérias relacionadas às Forças
Armadas, tais como leis que modifiquem ou fixem os efetivos.
Só é possível a cumulação de cargos se da área da saúde.
DICA 55
DIREITO DE GREVE

Ao militar são proibidas a sindicalização e a greve.


Para o STF, os servidores que atuam na segurança pública também não podem exercer
o direito de greve.
Contudo a Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Ferroviária Federal, Policia
Civil e Polícia Penal têm direito de associação sindical.

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DIREITOS HUMANOS
DICA 56
FEDERALIZAÇÃO DOS CRIMES COMETIDOS COM VIOLAÇÃO DOS DIREITOS
HUMANOS
Ocorre um deslocamento da competência, o chamado Incidente de Deslocamento de
Competência para a Justiça Federal.
Na hipótese de grave violação de direitos humanos, o procurador geral da república,
objetivando assegurar o cumprimento de obrigações decorrentes de tratados
internacionais de direitos humanos dos quais o brasil seja parte, poderá suscitar, perante
o superior tribunal de justiça, em qualquer fase do inquérito ou processo,
incidente de deslocamento de competência para a Justiça Federal.
O Brasil assumiu compromissos no âmbito internacional e precisa cumpri-los, sob pena de
ser responsabilizado.
DICA 57
POLÍTICA NACIONAL DE DIREITOS HUMANOS
Foram criados em decorrência de uma recomendação feita na Conferência Mundial
de Direitos Humanos em Viena.

Apenas o Programa Nacional de Direitos Humanos 3 (PNDH -3) está em vigor.

1º Programa Nacional de Direitos Humanos, por meio do Decreto nº. 1.1903, de


maio de 1966: identificação dos principais obstáculos à promoção dos direitos humanos
no país; a execução, a curto, médio e longo prazo.

2º Programa Nacional de Direitos Humanos, Decreto nº 4229, de 13 de maio de


2002: concepção de direitos humanos como um conjunto de direitos universais,
indivisíveis e interdependentes; identificação dos obstáculos, difundir o conceito de
direitos humanos, entre outros.

3º Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH3), por meio do Decreto nº.


7.037, de 21 dezembro de 2009, está estruturado em 6 (seis) eixos orientadores.

A Conferência Mundial de Direitos Humanos de Viena de 1993 reafirmou os princípios da


indivisibilidade e universalidade dos Direitos Humanos, já previstos na carta da ONU e na
Declaração Universal de Direitos Humanos (DUDH).

O Brasil foi um dos primeiros países a acolher a recomendação, no governo de


Fernando Henrique foi estabelecido o primeiro programa e direitos humanos em 1996.
DICA 58
GRUPOS VULNERÁVEIS E OS DIREITOS HUMANOS
No âmbito nacional e no internacional, existem Convenções gerais ou específicas
voltadas para grupos especiais, que necessitam de um tratamento diferenciado.

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Memorex OAB – Exame XXXIV – Rodada 05
A Constituição Federal, no art. 68 do ADCT prevê a propriedade definitiva das terras
ocupadas por comunidades quilombolas, devem ser emitidas pelos Estados, em prol dos
remanescentes quilombolas, por razões históricas e necessidade de manutenção desses
grupos.

Além dos quilombolas, outros grupos merecem a proteção seja por razões históricas,
por causa da vulnerabilidade ou até mesmo por conta da discriminação, é o caso das
pessoas com deficiência, idosos, mulheres, crianças, LGBTQIA+ e os índios.
DICA 59
PESSOA COM DEFICIÊNCIA

O presente grupo necessita de uma proteção especial para concretizar os valores


decorrentes da dignidade humana, inclusive foi sancionado o Estatuto da Pessoa com
Deficiência (Lei nº 13146/2015), norma importantíssima para a inclusão da pessoa com
deficiência.
A Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, em seu art.1º
trouxe o conceito de pessoa com deficiência, como aquelas que têm impedimento de longo
prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, que interação com diversas
barreiras, podem obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade com
as demais pessoas.

A pessoa com deficiência possui pela capacidade civil.

Hoje, a pessoa com deficiência deve ser aceita como eles são e as barreiras deve sem
eliminadas para que possuam as mesmas oportunidades em relação as demais pessoas.

Ao longo do texto constitucional, foram estabelecidas diversos direitos e


proibição da discriminação, a saber:

Proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e critérios de admissão do


trabalhador portador de deficiência;

A lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos para as pessoas portadoras
de deficiência e definirá os critérios de sua admissão;

É vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados para a concessão de


aposentadoria aos abrangidos pelo regime de que trata este artigo, ressalvados, nos
termos definidos em leis complementares, os casos de servidores: I portadores de
deficiência.

A assistência social será prestada a quem dela necessitar, independentemente de


contribuição à seguridade social, e tem por objetivos: IV – a habilitação e reabilitação
das pessoas portadoras de deficiência e a promoção de sua integração à vida
comunitária; V – a garantia de um salário mínimo de benefício mensal à pessoa
portadora de deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover à
própria manutenção ou de tê-la provida por sua família, conforme dispuser a lei;

O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de: III -
atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência,
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preferencialmente na rede regular de ensino;

A lei disporá sobre normas de construção dos logradouros e dos edifícios de uso
público e de fabricação de veículos de transporte coletivo, a fim de garantir acesso
adequado às pessoas portadoras de deficiência.

Além da Constituição, a Lei 10.048/2000 trouxe a prioridade de atendimento as


pessoas com deficiência e a Lei 10.098/200 estabeleceu critérios para a promoção da
acessibilidade da pessoa com deficiência.

DICA 60
IDOSOS
Os idosos também necessitam de proteção especial, desde a Declaração Universal de
Direitos Humanos e no Protocolo San Salvador já existia a previsão da proteção.
A Constituição, em seu art. 203, em seus incisos I e V, estabeleceu que a assistência
social, tem como objetivo a proteção da velhice e que deve ser garantido um salário
mínimo ao idoso que comprovem não possuir meios de prover o próprio sustento; além
disso, trouxe no art. 229, o dever de assistência dos filhos maiores e no art.130, o
amparo do idoso pela família, a sociedade e o Estado.
OBS: Uma pessoa é considerada idosa se possuir idade igual ou superior de 60
anos, mas a gratuidade no transporte público é assegurada aos maiores de 65 anos.

→ O Estatuto do Idoso (Lei 10741/2003) regula os direitos asseguradas as pessoas


idosas, prevendo a proteção integral; os direitos básicos e prioridades; a possibilidade de
prestação dos alimentos para o idoso, além das medidas protetivas.

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DIREITO INTERNACIONAL
DICA 61
SOLUÇÃO PACÍFICA DE CONTROVÉRSIAS INTERNACIONAIS
O objetivo é sempre a solução das controvérsias, pois o conflito deve ser evitado, para
que não gere um desejo de vingança de um Estado para o outro. O uso da forma só em
último caso.
O rol do mecanismo de solução pacífica é exemplificativo e não existe hierarquia entre
eles, cada caso deve ser observado e aplicado o meio mais adequado.

A Constituição prevê como princípio que rege as relações internacionais, a solução


pacifica dos conflitos.

A ONU trouxe em seu capítulo VI, art.33.1, alguns métodos para solução da
controvérsia, que podem ser agrupados em ter grupos, os diplomáticos, políticos e
jurisdicionais.
DICA 62
MEIOS DIPLOMÁTICOS
Os meios diplomáticos são mais utilizados no âmbito internacional, possuem um
desgaste político e econômico menor se comparado com os demais.

São considerados, como meios diplomáticos:

Negociações diretas: Forma mais simples, são negociações estabelecidas sem a


presença de um terceiro, podem ser feitas por meio de nota ou presencialmente, podem
ser bilaterais ou multilaterais. O resultado pode ser a desistência (um Estado renuncia à
sua reinvindicação), aquiescência (um Estado reconhece a reivindicação do outro) ou
transação (Estados fazem concessões recíprocas).

Bons ofícios: É a tentativa amistosa de um ou vários Estados de abrir negociações das


partes interessadas ou reatar as negociações rompidas. Existe a presença de um
terceiro como intermediário, mas sem apresentar posição ou proposta de solução.

Mediação: É a interferência de um ou mais Estados, em outro Estado para buscar a


solução da controvérsia. O mediador participa ativamente, mas não impõe sua vontade.

Conciliação: Definição aproximada da mediação, mas com atuação mais formal e


solene, estabelecida por uma comissão de conciliadores e a proposta de solução não é
vinculante.

Comissões internacionais de inquérito ou de investigação: São comissões para


facilitar a solução do conflito, tem principal função a de investigar a controvérsia, mas
sem apontar a responsabilidade.

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DICA 63
MEIOS JURISDICIONAIS

São mais complexos, as decisões são obrigatórias e podem ser semijudiciais ou não
judiciários, que é a arbitragem e meios judiciários, que são os tribunais internacionais.

Na arbitragem, o árbitro apresentará um laudo arbitral de natureza obrigatória,


podendo em caso de inobservância, o Estado ser responsabilizado.
O laudo é definitivo, mas modificável, para o estabelecimento da arbitragem e necessário
ter compromisso arbitral ou cláusula arbitral ou compromissória.
No Brasil, a Lei n.9.307/1996 dispõe sobre a arbitragem.

Os Tribunais Internacionais são compostos de juízes independentes, com investidura


anterior a controvérsia e que subsistirá após a solução da mesma, os componentes não
serão escolhidos pelos litigantes.

A Corte Internacional de Justiça é o principal órgão judiciário da Organização


das Nações Unidas, integrada por 15 juízes para um mandato de nove anos, possui dois
tipos de competência, a contenciosa, relacionada as previsões da Carta da ONU ou
tratados em vigor; a outra é a consultiva, que consiste na emissão de pareceres
consultivos sobre questões jurídicas, a pedido dos órgãos da ONU e das organizações
internacionais do sistema ONU.
O Tribunal Penal Internacional foi estabelecido a partir do Estatuto de Roma, possui
objetivo de julgar acusados dos crimes mais graves e de preocupação internacional,
formado por dezoito juízes, dos quais três compõem a presidência do tribunal.
Tribunal Internacional sobre Direito do Mar foi criado pela Convenção das Nações Unidas
sobre o Direito do Mar, possui a função de julgar as controvérsias relativas à interpretação
e aplicação da Convenção e demais regras que com ela não sejam incompatíveis.
Corte Interamericana de Direitos Humanos foi criada em 1979, com sede em São José, na
Costa Rica, julga casos de violação dos direitos humanos ocorridos nos países que
integram a OEA e que reconheçam sua competência, composta por sete juízes eleitos pela
Assembleia Geral da OEA e suas sentenças são definitivas e inapeláveis.

Ainda é possível a existência de mecanismos mistos, que combina a arbitragem +


tribunal, que é caso do sistema de solução de controvérsias do Mercosul e a solução de
controvérsias da Organização Mundial do Comércio.
DICA 64
DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO – NOÇÕES GERAIS

O Direito internacional privado serve para solucionar os conflitos de lei no espaço.


Possui incidência nas relações jurídicas de direito privado com conexão
internacional, possibilita aplicação do direito estrangeiro, por meio da aplicação direta.
A lei estrangeira é aplicada para resolver o caso concreto, sua aplicação pode ser direta do
direito estrangeiro, que ocorre quando, a lei estrangeira é aplicada no caso concreto na
jurisdição brasileira ou quando a lei brasileira é aplicada em outra jurisdição. Também
pode ser indireta do direito estrangeria, quando há necessidade a realização de diligências
ou a execução da sentença no Brasil.
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Memorex OAB – Exame XXXIV – Rodada 05
No Brasil, a legislação responsável pela apresentação dos critérios, foi a Lei de Introdução
às normas do Direito Brasileiro (LINDB), ao lado de alguns artigos da Constituição Federal
e do Código de Processo Civil.
DICA 65
APLICAÇÃO DIRETA DE DIREITO ESTRANGEIRO

A Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro (LINDB) estabelece a possibilidade


do juiz aplicar outra legislação que não a brasileira para a solução de conflito de
leis no espaço.
Vale lembrar que o ônus da prova e vigência da lei estrangeira será da parte que a
invoca, podendo o juiz, no caso de desconhecimento da lei estrangeira, exigir a prova.

O juiz deve primeiro qualificar o caso concreto, biscar na lei elementos de conexão e
por último, definir o direito aplicável ou solucionar o conflito apresentado.
São vários os elementos de conexão que são os direitos pessoais, os reais, também existe
a presença do direito penal e também das obrigações.
O art.7º da LINDB é rico em elementos de conexão, além dele também existem elementos
nos arts. 8º ao 11.

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DIREITO TRIBUTÁRIO

DICA 66
LANÇAMENTO TRIBUTÁRIO

Legislação material aplicável ao Lançamento Tributário: refere-se à lei aplicável


no momento do lançamento.

Lançamento de obrigação de pagamento de multa (infrações): aplica-se a


legislação mais favorável ocorrida entre o momento do fato gerador (infração) e o
momento do lançamento, resguardando-se ainda o direito do contribuinte a aplicação da
legislação mais benéfica até o trânsito em julgado/extinção do crédito.

Lançamento de obrigação de pagar tributo: aplica-se legislação vigente do


momento de ocorrência do fato gerador, ainda que posteriormente essa legislação seja
modificada ou revogada. Art. 144. CTN O lançamento reporta-se à data da ocorrência do
fato gerador da obrigação e rege-se pela lei então vigente, ainda que posteriormente
modificada ou revogada.

Legislação referente ao procedimento: aplica-se legislação vigente quando do


lançamento. Ocorre quando o contribuinte outorga maiores garantias ao crédito ou são
ampliados os poderes de investigação das autoridades administrativas, aplicam-se as
regras procedimentais em vigor ao momento do lançamento. Art.144 CTN § 1º
Aplica-se ao lançamento a legislação que, posteriormente à ocorrência do fato gerador da
obrigação, tenha instituído novos critérios de apuração ou processos de fiscalização,
ampliado os poderes de investigação das autoridades administrativas, ou outorgado ao
crédito maiores garantias ou privilégios, exceto, neste último caso, para o efeito de
atribuir responsabilidade tributária a terceiros.
DICA 67
LANÇAMENTO TRIBUTÁRIO

Estabilidade do lançamento: após efetuar o lançamento a autoridade administrativa


deve comunicar ao sujeito passivo sobre sua ocorrência para que ele possa pagar ou
contestar o tributo/multa/etc. A partir desse momento também o lançamento não pode
ser mais alterado (fica estável).

EXCEÇÃO:

Impugnação do sujeito passivo: o lançamento pode ser alterado quando


impugnado pelo sujeito passivo. STJ entende que o lançamento é nulo quando não
abre prazo para que sujeito exerça seu direito de defesa ou resistência à pretensão do
fisco.

Recurso de ofício/remessa oficial: ocorre quando, em processo administrativo fiscal,


a autoridade julgadora concorda total ou parcialmente com a impugnação realizada pelo
sujeito passivo (desconstitui o crédito totalmente ou parcialmente). Nesse caso, haverá
recurso de ofício para a autoridade superior. É a chamada "remessa necessária" ou
"reexame necessário”.

Iniciativa de ofício da autoridade: ocorre quando verificado um vício no ato


praticado, tem a Administração Tributária o poder-dever de corrigi-lo,
independentemente de provocação do particular.

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DICA 68
LANÇAMENTO TRIBUTÁRIO - MODALIDADES DE LANÇAMENTO
O CTN traz três modalidades de lançamento. Para diferenciar uma modalidade da outra se
deve observar o grau de participação do sujeito passivo para a formação do crédito do
tributo. Sujeito passivo nunca lançará sozinho, pois é ato privativo da autoridade
fazendária (art.142 CTN).

Lançamento de ofício/direto: É aquele que não há participação do sujeito passivo.


A autoridade administrativa calcula o valor do tributo, pois ela já tem informações
necessárias para o cálculo (alíquota e base de cálculo). Nessa modalidade não há
obrigação acessória imputável ao sujeito passivo.

Lançamento por declaração/misto: Modalidade em que há participação do sujeito


passivo ou terceiro e sujeito ativo (Fazenda). Fazenda Pública não tem conhecimento da
base de cálculo, conhecendo somente a alíquota, assim, pede-se ao sujeito passivo que
declare a base de cálculo (MATÉRIA DE FATO) (participação do sujeito passivo de 50%).
Depois de declarada, a Fazenda irá calcular o tributo e requerer o pagamento.

Lançamento por homologação/autolançamento: Modalidade em que o sujeito


passivo calcula sozinho o montante devido do tributo e posteriormente realizar o
pagamento. Após o trâmite, se correto o valor, a Fazenda homologará o pagamento.
DICA 69
LANÇAMENTO TRIBUTÁRIO

O lançamento de ofício poderá ocorrer de diferentes formas:

Originário: Fazenda, ao identificar ocorrência do fato gerador, deve calcular


imediatamente o montante devido a título de tributo.

Subsidiário/suplementar: Ocorre nas outras modalidades de lançamento quando


sujeito ativo age ilicitamente/falha, assim, subsidiariamente, a Fazenda irá calcular o
tributo devido. Esse cálculo da Fazenda pode ser:

Feito sobre o valor real: ocorre quando autoridade fazendária consegue detectar
exato valor da base de cálculo. Ex.: pessoa deixou de declarar uma das suas fontes de
renda, em cima dessa omissão irá calcular.

Lançamento por arbitramento: técnica utilizada pela Fazenda para apurar o valor
de bens, direitos e serviços. Nesse caso Fazenda irá desconsiderar participação do
sujeito ativo (porque ele é omisso ou suas declarações não merecem fé) e, por não
possuir elementos suficientes para deduzir montante devido do tributo, arbitrará o valor
mais próximo que corresponda à realidade. Procedimento de arbitramento tem que ser
motivado, isto é, dizer por que teve que optar pelo arbitramento, e o valor também tem
que ser estabelecido a partir de critérios fundamentados.

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DICA 70
LANÇAMENTO TRIBUTÁRIO
No lançamento por declaração, a Fazenda pode não aceitar a declaração, sob o
fundamento de que aquela não corresponde à realidade. Se isto ocorrer a Fazenda
arbitrará o valor devido do tributo, realizando lançamento de ofício subsidiário.
Quando é só questão de valor desatualizado, o sujeito passivo não irá ser multado, porque
não cometeu nenhuma irregularidade. Quando a declaração é divergente da situação
fática, o sujeito passivo pode retificar o valor declarado, para aumentar a arrecadação
do tributo. Entretanto, se a retificação for para reduzir/excluir o valor do tributo, deve
comprovar erro que se funde a declaração e a retificação deve ser feita antes da
notificação do lançamento. Autoridade fazendária deve apurar erros e ratificar de
ofício.
DICA 71
LANÇAMENTO TRIBUTÁRIO

No lançamento por homologação esse ato poderá ser feito de forma expressa
ou tácita:
Expressa: declaração da Fazenda declarando a concordância com valor declarado.
Tácita: Ultrapassado o prazo de cinco anos para homologação expressa, ocorrerá à
homologação tácita. Prazo de 05 anos conta do fato gerador. Lei COMPLEMENTAR pode
fixar outro prazo.
Exceção: ocorrida fraude, simulação, etc. contam-se os 05 anos da data do primeiro
dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado. Prazo
é decadencial, pois se perde o direito de constituir o crédito.
DICA 72
LANÇAMENTO TRIBUTÁRIO

ERRO NO LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO: No lançamento por homologação, o


contribuinte poderá, percebendo que deixou de pagar ou se não declarou inteiramente o
tributo, complementar o pagamento, valor que será considerado na apuração pela
Fazenda.

Se a pessoa apura um determinado valor de tributo abaixo do devido e paga em


conformidade com esse valor por ela apurado, a Fazenda pode homologar essa quantia, e
calcular a diferença, e sobre o valor apurado da diferença incidirá juros, correção e multa
(lançamento subsidiário de ofício).
Se a receita entender que houve apenas uma demora em realizar o pagamento todo,
incidirá somente a multa moratória.

Se entender que houve dolo por parte do contribuinte, haverá a incidência da multa
punitiva.
Se pessoa não declara e não paga, não há o que a fazenda homologar, assim, o Fisco terá
que realizar o lançamento de ofício.

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DICA 73
LANÇAMENTO TRIBUTÁRIO

Prazo para lançamento: o prazo para realizar o lançamento tem natureza


decadencial, pois se refere ao tempo para o exercício de um direito potestativo, qual seja,
o direito de constituir o crédito tributário. Esse prazo decadencial é de 05 anos. Ou
seja, nesse caso Fazenda perderá o direito de fazer o lançamento se ultrapassado o prazo
de 05 anos, contado na forma do art.173 do CTN.
Art. 173. CTN O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extingue-se
após 5 (cinco) anos, contados: I - do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o
lançamento poderia ter sido efetuado; II - da data em que se tornar definitiva a decisão
que houver anulado, por vício formal, o lançamento anteriormente efetuado. Parágrafo
único. O direito a que se refere este artigo extingue-se definitivamente com o decurso do
prazo nele previsto, contado da data em que tenha sido iniciada a constituição do crédito
tributário pela notificação, ao sujeito passivo, de qualquer medida preparatória
indispensável ao lançamento.
Se não realizar nesse prazo: ocorrerá decadência, que levará a extinção do crédito
tributário. Art. 156. CTN Extinguem o crédito tributário: V - a prescrição e a decadência;
DICA 74
SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE E EXTINÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO

Quando a pessoa pratica o fato gerador nasce à obrigação tributária, mas essa dívida
ainda é ilíquida. Assim, a Fazenda realiza lançamento, passando a dívida a ser líquida e
exigível. A exigibilidade surge a partir do lançamento. Formado o crédito tributário surge
para o fisco a pretensão de receber esse valor. Porém, nas hipóteses de suspensão
tributária essa pretensão não poderá ser concretizada.
Hipóteses de suspensão se interpretam literalmente, isso significa que as hipóteses estão
previstas de forma exaustiva no CTN. Art.111, CTN. I - suspensão ou exclusão do crédito
tributário.
DICA 75
SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE E EXTINÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO

Nas situações de suspensão do crédito tributário, quando se solicitar a certidão de


situação fiscal, será gerada certidão positiva com efeito de negativa, demonstrando a
regularidade fiscal.
Art. 206. CTN Tem os mesmos efeitos previstos no artigo anterior a certidão de que
conste a existência de créditos não vencidos, em curso de cobrança executiva em que
tenha sido efetivada a penhora, ou cuja exigibilidade esteja suspensa.
A suspensão do crédito não possui qualquer efeito nas obrigações acessórias, que devem
continuar a serem cumpridas.
Art.151 CTN Parágrafo único. O disposto neste artigo não dispensa o cumprimento das
obrigações assessórios dependentes da obrigação principal cujo crédito seja suspenso, ou
dela consequentes.

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Memorex OAB – Exame XXXIV – Rodada 05
DICA 76
SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE E EXTINÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO
Nas hipóteses em que se suspende o direito do fisco de cobrar o devedor, Fisco fica
impedido de promover qualquer medida de cobrança (não pode inscrever em dívida ativa,
não pode propor execução fiscal, etc.). Porém, deve-se registrar que o Fisco não fica
impedido de promover o lançamento, até porque o prazo para lançamento (por ser
decadencial) não se suspende. Exemplo: entrou com MS preventivo (antes do
lançamento), se o juiz dá a liminar, ela suspende a exigibilidade, mas o Fisco pode lançar
o tributo, mas a Fazenda Pública deve aguardar o desfecho da ação para fazer a
cobrança.
Art. 151. CTN Suspendem a exigibilidade do crédito tributário: Parágrafo único. O disposto
neste artigo não dispensa o cumprimento das obrigações assessórios dependentes da
obrigação principal cujo crédito seja suspenso, ou dela consequentes.
DICA 77
SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE E EXTINÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO

Moratória: causa de suspensão da exigibilidade do crédito tributário que refere-se a


dilação do prazo de pagamento do tributo (altera data de vencimento), em razão de
situações excepcionais, estabelecendo o pagamento pelo mesmo valor (não incide juros
nem multa), em cota única, em momento posterior, instituída por lei ordinária pelo sujeito
ativo.
Por ser um benefício fiscal, somente podem ser concedidos por meio de lei em sentido
estrito. Não é possível a combinação de diversas leis para obtenção de parcelamento mais
benéfico ou mediante requisitos menos rígidos, pois essa situação implicaria a criação de
nova espécie de parcelamento não autorizada pelo legislador.
DICA 78
SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE E EXTINÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO
A causa de suspensão da exigibilidade do crédito tributário moratória poderá ser:
Geral: outorgada por lei a todos os devedores descritos na hipótese concessiva (critério
objetivo), dispensando-se a necessidade de um ato administrativo que defira
concretamente o favor a cada beneficiário.
Individual: a autoridade administrativa concederá o benefício por despacho
administrativo, a quem comprove os requisitos, desde que haja prévia autorização legal.
Lei não dá esse benefício indistintamente, precisa que o sujeito prove a presença de
requisito pessoal.
DICA 79
SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE E EXTINÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO

Créditos abrangidos pela moratória: salvo regulamento em lei em contrário, a


moratória se aplica aos créditos tributários definitivamente constituídos e lançados.
Art. 154. CTN Salvo disposição de lei em contrário, a moratória somente abrange os
créditos definitivamente constituídos à data da lei ou do despacho que a conceder, ou cujo
lançamento já tenha sido iniciado àquela data por ato regularmente notificado ao sujeito

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passivo. Parágrafo único. A moratória não aproveita aos casos de dolo, fraude ou
simulação do sujeito passivo ou do terceiro em benefício daquele.
A moratória nunca se aproveita em casos de dolo/fraude ou simulação.
DICA 80
SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE E EXTINÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO

Consequências da moratória concedida em caráter individual: a moratória


individual não gera direito adquirido, sendo passível de anulação ou cassação sempre que
se verificar que o sujeito passivo tenha sido beneficiado indevidamente. Se beneficiário
estava de boa-fé (estava em erro) pagará somente o tributo acrescido de correção e juros
de mora. Se de má-fé (fraude/dolo/simulação) pagará, além disso, uma multa e terá a
prescrição suspensa durante o tempo que o benefício foi concedido e sua revogação.

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DIREITO ADMINISTRATIVO
DICA 81
LEI Nº 9.784/99 - PROCESSO ADMINISTRATIVO NO ÂMBITO DA
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA FEDERAL
A lei n. 9.784/99 estabelece normas básicas sobre o processo administrativo no
âmbito da Administração Federal direta e indireta, visando, em especial, à proteção dos
direitos dos administrados e ao melhor cumprimento dos fins da Administração.
Fique atento!
Os preceitos da referida lei também se aplicam aos órgãos dos Poderes Legislativo e
Judiciário da União, quando no desempenho de função administrativa.

Normas básicas sobre processo


administrativo na Administração Federal –
direta e indireta
Lei 9.784/99
Se aplicam aos órgãos dos Poderes
Legislativos e Judiciário da União –
desempenho de função administrativa

DICA 82
ÓRGÃO, ENTIDADE E AUTORIDADE

Segundo a lei n. 9.784/99, consideram-se:


Órgão: a unidade de atuação integrante da estrutura da Administração direta e da
estrutura da Administração indireta;
Entidade: a unidade de atuação dotada de personalidade jurídica;
Autoridade: o servidor ou agente público dotado de poder de decisão.
DICA 83
DOS DIREITOS DOS ADMINISTRADOS

O administrado tem os seguintes direitos perante a Administração, sem prejuízo de


outros que lhe sejam assegurados:

Ser tratado com respeito pelas autoridades e servidores, que deverão facilitar o
exercício de seus direitos e o cumprimento de suas obrigações;

Ter ciência da tramitação dos processos administrativos em que tenha a condição


de interessado, ter vista dos autos, obter cópias de documentos neles contidos e
conhecer as decisões proferidas;

Formular alegações e apresentar documentos antes da decisão, os quais serão


objeto de consideração pelo órgão competente;

Fazer-se assistir, facultativamente, por advogado, salvo quando obrigatória a


representação, por força de lei.

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SÚMULA IMPORTANTE

Súmula Vinculante 5 do STF: A falta de defesa técnica por advogado no processo


administrativo disciplinar não ofende a Constituição.

DICA 84
DO INÍCIO DO PROCESSO
O processo administrativo pode iniciar-se de ofício ou a pedido de interessado.

Início do - Ofício
processo
Administrativo - Pedido de interessado

TOME NOTA! A regra é que o requerimento inicial do interessado seja formulado por
escrito. Admite-se, no entanto, a solicitação de forma oral nos casos permitidos.
O requerimento inicial do interessado, salvo casos em que for admitida solicitação
oral, deve ser formulado por escrito e conter os seguintes dados:
Órgão ou autoridade administrativa a que se dirige;
Identificação do interessado ou de quem o represente;
Domicílio do requerente ou local para recebimento de comunicações;
Formulação do pedido, com exposição dos fatos e de seus fundamentos;
Data e assinatura do requerente ou de seu representante.
Fique atento!
É vedada à Administração a recusa imotivada de recebimento de documentos,
devendo o servidor orientar o interessado quanto ao suprimento de eventuais falhas.
DICA 85
DA COMPETÊNCIA
A competência é irrenunciável e se exerce pelos órgãos administrativos a que foi
atribuída como própria, salvo os casos de delegação e avocação legalmente admitidos.

Irrenunciável

Competência Se exerce pelos órgãos administrativos a


que foi atribuída como própria, salvo:
delegação e avocação

Um órgão administrativo e seu titular poderão, se não houver impedimento legal,


delegar parte da sua competência a outros órgãos ou titulares, ainda que estes não lhe
sejam hierarquicamente subordinados, quando for conveniente, em razão de
circunstâncias de índole técnica, social, econômica, jurídica ou territorial.

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Memorex OAB – Exame XXXIV – Rodada 05
Fique atento! Isso se aplica à delegação de competência dos órgãos colegiados aos
respectivos presidentes.
DICA 86
DELEGAÇÃO DE COMPETÊNCIA

NÃO podem ser objeto de delegação:

A edição de atos de caráter normativo;

A decisão de recursos administrativos;

As matérias de competência exclusiva do órgão ou autoridade.


Fique atento! O ato de delegação e sua revogação deverão ser publicados no meio
oficial.
O que deve constar no ato de delegação?
O ato de delegação especificará as matérias e poderes transferidos, os limites da
atuação do delegado, a duração e os objetivos da delegação e o recurso cabível,
podendo conter ressalva de exercício da atribuição delegada.
O ato de delegação pode ser revogado?
O ato de delegação é revogável a qualquer tempo pela autoridade delegante.
DICA 87
AVOCAÇÃO DE COMPETÊNCIA

Avocação significa o ato de atrair para si alguma competência. A avocação transfere o


exercício da competência do órgão inferior para o órgão superior na cadeia hierárquica.

Da excepcionalidade da avocação: Será permitida, em caráter excepcional e por


motivos relevantes devidamente justificados, a avocação temporária de competência
atribuída a órgão hierarquicamente inferior.

Requisitos da avocação:

Excepcionalidade;

Motivos relevantes devidamente justificados;

Temporária.
DICA 88
DO TEMPO DOS ATOS DO PROCESSO ADMINISTRATIVO
Caso inexista disposição específica, os atos do órgão ou autoridade responsável pelo
processo e dos administrados que dele participem devem ser praticados no prazo de 5
dias, salvo motivo de força maior.
TOME NOTA!
Esse prazo de 5 dias pode ser dilatado até o dobro, mediante comprovada justificação.

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Memorex OAB – Exame XXXIV – Rodada 05

Regra: 5 dias, salvo O prazo de 5 dias


- força maior pode ser dilatado até
Prazo
Exceção: disposição o dobro – desde que
específica justificado

DICA 89
DA DECISÃO COORDENADA

A Lei nº. 14.210, no ano de 2021, incluiu o capítulo XI-A (Da decisão coordenada) na
Lei 9.784/99. Desse modo, por ser uma novidade legislativa, certamente será cobrado nas
provas.

No âmbito da Administração Pública federal, as decisões administrativas que exijam


a participação de 3 ou mais setores, órgãos ou entidades poderão ser tomadas mediante
decisão coordenada, sempre que:

For justificável pela relevância da matéria; e

Houver discordância que prejudique a celeridade do processo administrativo


decisório.
Mas o que seria decisão coordenada?
Considera-se decisão coordenada a instância de natureza interinstitucional ou intersetorial
que atua de forma compartilhada com a finalidade de simplificar o processo
administrativo mediante participação concomitante de todas as autoridades e agentes
decisórios e dos responsáveis pela instrução técnico-jurídica, observada a natureza do
objeto e a compatibilidade do procedimento e de sua formalização com a legislação
pertinente.
Fique atento!
A decisão coordenada não exclui a responsabilidade originária de cada órgão ou
autoridade envolvida.
DICA 90
PRINCÍPIOS DA DECISÃO COORDENADA

A decisão coordenada obedecerá aos princípios da:

Legalidade

Eficiência

Transparência
Com utilização, sempre que necessário, da simplificação do procedimento e da
concentração das instâncias decisórias.
Fique atento!

Não se aplica a decisão coordenada aos processos administrativos:

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De licitação;

Relacionados ao poder sancionador; ou

Em que estejam envolvidas autoridades de Poderes distintos.


DICA 91
DA CONCLUSÃO DA DECISÃO COORDENADA

A conclusão dos trabalhos da decisão coordenada será consolidada em ata,


que conterá as seguintes informações:

Relato sobre os itens da pauta;

Síntese dos fundamentos aduzidos;

Síntese das teses pertinentes ao objeto da convocação;

Registro das orientações, das diretrizes, das soluções ou das propostas de atos
governamentais relativos ao objeto da convocação;

Posicionamento dos participantes para subsidiar futura atuação governamental em


matéria idêntica ou similar; e

Decisão de cada órgão ou entidade relativa à matéria sujeita à sua competência.

Até a assinatura da ata, poderá ser complementada a fundamentação da decisão


da autoridade ou do agente a respeito de matéria de competência do órgão ou da
entidade representada.

A ata será publicada por extrato no Diário Oficial da União, do qual deverão constar,
além do registro das orientações, diretrizes e propostas governamentais, os dados
identificadores da decisão coordenada e o órgão e o local em que se encontra a ata em
seu inteiro teor, para conhecimento dos interessados.

DICA 92
DA MOTIVAÇÃO

Os atos administrativos deverão ser motivados, com indicação dos fatos e dos
fundamentos jurídicos, quando:

Neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses;

Imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções;

Decidam processos administrativos de concurso ou seleção pública;

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Memorex OAB – Exame XXXIV – Rodada 05

Dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo licitatório;

Decidam recursos administrativos;

Decorram de reexame de ofício;

Deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a questão ou discrepem de pareceres,


laudos, propostas e relatórios oficiais;

Importem anulação, revogação, suspensão ou convalidação de ato administrativo.

Fique atento!

A motivação deve ser explícita, clara e congruente, podendo consistir em declaração


de concordância com fundamentos de anteriores pareceres, informações, decisões ou
propostas, que, neste caso, serão parte integrante do ato.

Na solução de vários assuntos da mesma natureza, pode ser utilizado meio


mecânico que reproduza os fundamentos das decisões, desde que não prejudique direito
ou garantia dos interessados.

A motivação das decisões de órgãos colegiados e comissões ou de decisões orais


constará da respectiva ata ou de termo escrito.
DICA 93
DA DESISTÊNCIA E OUTROS CASOS DE EXTINÇÃO DO PROCESSO
O interessado poderá, mediante manifestação escrita, desistir total ou parcialmente
do pedido formulado ou, ainda, renunciar a direitos disponíveis.
Fique atento!
O interessado poderá renunciar direitos disponíveis. Se a questão mencionar direitos
indisponíveis, ela estará errada.

Havendo vários interessados, a desistência ou renúncia atinge somente quem a tenha


formulado.

A desistência ou renúncia do interessado, conforme o caso, não prejudica o


prosseguimento do processo, se a Administração considerar que o interesse público
assim o exige.

O órgão competente poderá declarar extinto o processo quando exaurida sua


finalidade ou o objeto da decisão se tornar impossível, inútil ou prejudicado por fato
superveniente.
DICA 94
DA ANULAÇÃO, REVOGAÇÃO E CONVALIDAÇÃO
A Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de vício de
legalidade, e pode revogá-los por motivo de conveniência ou oportunidade,
respeitados os direitos adquiridos.
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Anulação Vício de legalidade


(deve)

Revogaçã Conveniência ou
o (pode) oportunidade

O direito da Administração de anular os atos administrativos de que decorram


efeitos favoráveis para os destinatários decai em 5 anos, contados da data em que
foram praticados, salvo comprovada má-fé.
No caso de efeitos patrimoniais contínuos, o prazo de decadência contar-se-á da
percepção do primeiro pagamento.
Fique atento!
Em decisão na qual se evidencie NÃO acarretarem lesão ao interesse público nem
prejuízo a terceiros, os atos que apresentarem defeitos sanáveis poderão ser
convalidados pela própria Administração.

Memorize!
São requisitos do Ato Administrativo: a Competência, Finalidade, Forma
(elementos vinculados), Motivo e Objeto (elementos discricionários).
Caso haja algum vício nesses elementos estar-se-á diante de um vício de legalidade que
enseja a anulação do ato, salvo quando tratar-se de vício relativo nos elementos
competência e forma que são passíveis de convalidação.
Conclusão: São passíveis de convalidação/correção somente os vícios relativos aos
elementos competência e forma.

DICA: Para convalidar o vício de legalidade do ato administrativo eu preciso ter FOCO
(FO de FORMA + CO de competência).
DICA 95
DO RECURSO ADMINISTRATIVO
Das decisões administrativas cabe recurso, em face de razões de legalidade e de
mérito.

O recurso será dirigido à autoridade que proferiu a decisão, a qual, se não a


reconsiderar no prazo de 5 dias, o encaminhará à autoridade superior.
Salvo exigência legal, a interposição de recurso administrativo independe de caução.
Fique atento!
Se o recorrente alegar que a decisão administrativa contraria enunciado da súmula
vinculante, caberá à autoridade prolatora da decisão impugnada, se não a reconsiderar,
explicitar, antes de encaminhar o recurso à autoridade superior, as razões da
aplicabilidade ou inaplicabilidade da súmula, conforme o caso.

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DICA 96
DO RECURSO ADMINISTRATIVO
O recurso administrativo tramitará no máximo por 3 instâncias administrativas, salvo
disposição legal diversa.

Recurso Tramitará no máximo por 3


administrativo instâncias administrativas

Quem tem legitimidade para interpor recurso administrativo?

Os titulares de direitos e interesses que forem parte no processo;

Aqueles cujos direitos ou interesses forem indiretamente afetados pela decisão


recorrida;

As organizações e associações representativas, no tocante a direitos e interesses


coletivos;

Os cidadãos ou associações, quanto a direitos ou interesses difusos.

QUESTÃO FGV – OAB, 2018.


Marcos, servidor do Poder Executivo federal, entende que completou os requisitos para
a aposentadoria voluntária, razão pela qual requereu, administrativamente, a concessão
do benefício ao órgão competente. O pedido foi negado pela Administração. Não
satisfeito com a decisão, Marcos interpôs recurso administrativo.
Tendo o enunciado como parâmetro e considerando o disposto na Lei nº 9.784/99,
assinale a afirmativa correta.
(a) O recurso, salvo disposição legal diversa, tramitará por, no mínimo, três instâncias
administrativas.
(b) O recurso será dirigido à autoridade que proferiu a decisão, que, se não a
reconsiderar, encaminhará o apelo à autoridade superior.
(c) O recurso e todos os atos subsequentes praticados pela Administração no âmbito do
processo administrativo, em regra, devem apresentar forma determinada.
(d) Marcos somente poderá alegar questões de legalidade, como a incompetência da
autoridade que proferiu a decisão, não lhe sendo permitido solicitar o reexame do
mérito da questão apreciada.
GABARITO: Letra B.
COMENTÁRIO: Assertiva A – errada. Art. 57. O recurso administrativo tramitará no
máximo por 3 instâncias administrativas, salvo disposição legal diversa.
Assertiva B – certa. Art. 56, §1º. O recurso será dirigido à autoridade que proferiu a
decisão, a qual, se não a reconsiderar no prazo de cinco dias, o encaminhará à
autoridade superior.
Assertiva C – errada. Art. 22. Os atos do processo administrativo não dependem de
forma determinada senão quando a lei expressamente a exigir
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Assertiva D – errada. Art. 56. Das decisões administrativas cabe recurso, em face de
razões de legalidade e de mérito.

DICA 97
DO RECURSO ADMINISTRATIVO
Salvo disposição legal específica, é de 10 dias o prazo para interposição de recurso
administrativo.
O prazo para a interposição do recurso é contado a partir de quando?

Contado a partir da ciência ou divulgação oficial da decisão recorrida.


Qual o prazo para que o recurso seja decidido?
Quando a lei não fixar prazo diferente, o recurso administrativo deverá ser decidido no
prazo máximo de 30 dias, a partir do recebimento dos autos pelo órgão competente.
Fique atento!
O prazo para decidir o recurso poderá ser prorrogado por igual período, ante justificativa
explícita.

Prazo para interposição


10 dias
do recurso

Prazo para decidir o 30 dias, podendo ser prorrogado


recurso por igual período, desde que
justificado

DICA 98
DO RECURSO ADMINISTRATIVO
O recurso interpõe-se por meio de requerimento no qual o recorrente deverá expor os
fundamentos do pedido de reexame, podendo juntar os documentos que julgar
convenientes.
Salvo disposição legal em contrário, o recurso NÃO tem efeito suspensivo.
Dica: Isso cai muito em prova candidato, então decore. O recurso administrativo NÃO
tem efeito suspensivo, salvo disposição legal em sentido diverso.

Regra: não possui efeito


Recurso suspensivo
Administrativo
Exceção: disposição legal em
contrário
Fique atento!
Havendo justo receio de prejuízo de difícil ou incerta reparação decorrente da execução, a
autoridade recorrida ou a imediatamente superior poderá, de ofício ou a pedido, dar
efeito suspensivo ao recurso.

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Memorex OAB – Exame XXXIV – Rodada 05
DICA 99
DO RECURSO ADMINISTRATIVO

O recurso não será conhecido quando interposto:

Fora do prazo;

Perante órgão incompetente;

Por quem não seja legitimado;

Após exaurida a esfera administrativa.


TOME NOTA!
Caso o recurso seja interposto perante órgão incompetente, será indicada ao recorrente a
autoridade competente, sendo-lhe devolvido o prazo para recurso.

O não conhecimento do recurso não impede a Administração de rever de ofício o


ato ilegal, desde que não ocorrida preclusão administrativa.
DICA 100
PRIORIDADE NA TRAMITAÇÃO

Terão prioridade na tramitação, em qualquer órgão ou instância, os procedimentos


administrativos em que figure como parte ou interessado:

Pessoa com idade igual ou superior a 60 anos;

Pessoa portadora de deficiência, física ou mental;

pessoa portadora de tuberculose ativa, esclerose múltipla, neoplasia maligna,


hanseníase, paralisia irreversível e incapacitante, cardiopatia grave, doença de Parkinson,
espondiloartrose anquilosante, nefropatia grave, hepatopatia grave, estados avançados da
doença de Paget (osteíte deformante), contaminação por radiação, síndrome de
imunodeficiência adquirida, ou outra doença grave, com base em conclusão da medicina
especializada, mesmo que a doença tenha sido contraída após o início do processo.
FIQUE ATENTO!

Deferida a prioridade, os autos receberão identificação própria que evidencie o regime


de tramitação prioritária.
DICA 101
AGENTES PÚBLICOS - CONCEITO
Agente público: todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem
remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma
de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função na administração
pública direta ou indireta;

Aquele que exerce Ainda que


Agente mandato, cargo, transitoriamen
público emprego ou função te ou sem
na adm pública remuneração

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DICA 102
AGENTES PÚBLICOS - ESPÉCIES E CLASSIFICAÇÃO

Os agentes públicos se classificam em:

Agentes políticos: titulares dos cargos estruturais à organização política do


Estado. São agentes políticos: Chefes dos Poderes executivos, Senadores, Deputados,
Vereadores, membros da Magistratura e do Ministério Público.

Servidores públicos:

Em sentido amplo: pessoas físicas que prestam serviços ao Estado e às entidades da


Administração Indireta, com vínculo empregatício e mediante remuneração paga pelos
cofres públicos.

Estatutários ou servidor público em sentido estrito: titulares de cargo público


efetivo e em comissão, com regime jurídico estatutário, integrantes da Administração
Direta, autarquias e fundações públicas com personalidade jurídica de Direito Público.

Empregados públicos: regidos pela CLT, não ocupam cargo público e não possuem
estabilidade, mas submetem-se às normas constitucionais referentes a requisitos do
cargo, investidura, acumulação, vencimentos entre outros. Enquadram-se no regime
geral da previdência tais como comissionados e temporários. Com exceção das
funções de direção e de confiança das pessoas jurídicas da Administração Indireta,
os empregados públicos são admitidos mediante concurso público ou processo seletivo;

Temporários: exercem função sem vinculação a cargo ou emprego público e são


submetidos a regime jurídico especial a ser disciplinado em lei de cada unidade da
federação.

Militares: pessoas físicas que prestam serviços às Forças Armadas (Exército,


Marinha e Aeronáutica), e às Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares
dos Estados, Distrito Federal e Territórios, com vínculo estatutário sujeito a regime
jurídico próprio, mediante remuneração paga pelo Governo.

Particulares em colaboração com o poder público: exercem função pública,


entretanto, não deixam de ser particulares. São os requisitados, que exercem munus
público e são os recrutados para o serviço militar obrigatório; os jurados e os que
trabalham nos cartórios eleitorais; os concessionários e os permissionários de serviços
públicos;

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DIREITO AMBIENTAL
DICA 103
RESÍDUOS SÓLIDOS E REJEITOS
Resíduo sólido é todo material, substância, objeto ou bem descartado resultante de
atividades humanas em sociedade, nos estados sólido ou semissólido, bem como
gases contidos em recipientes e líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu
lançamento na rede pública de esgotos ou em corpos d’água, ou exijam para isso soluções
técnica ou economicamente inviáveis em face da melhor tecnologia disponível.

Como exemplo podemos citar: lixo doméstico, sobras de construção civil, restos de
podas, subprodutos industriais sólidos, lodo de tratamento de efluentes, lixo hospitalar,
lixo tóxico e radiativo.
Rejeitos são os resíduos sólidos que, depois de esgotadas todas as possibilidades
de tratamento e recuperação por processos tecnológicos disponíveis e economicamente
viáveis, não apresentem outra possibilidade que não a disposição final
ambientalmente adequada.
DICA 104
DESTINAÇÃO FINAL AMBIENTALMENTE ADEQUADA E DISPOSIÇÃO FINAL
AMBIENTALMENTE ADEQUADA

Destinação final ambientalmente adequada: destinação de resíduos que inclui a


reutilização, reciclagem, compostagem, recuperação, aproveitamento energético ou outras
destinações admitidas pelos órgãos competentes, observando normas operacionais
específicas de modo a evitar danos ou riscos à saúde pública e à segurança e a
minimizar os impactos ambientais adversos.

Disposição final ambientalmente adequada: distribuição ordenada de rejeitos em


aterros, observando normas operacionais específicas de modo a evitar danos ou riscos
à saúde pública e à segurança e a minimizar os impactos ambientais adversos;
DICA 105
DA REUTILIZAÇÃO E DA RECICLAGEM

Reutilização: é o processo de aproveitamento dos resíduos sólidos sem sua


transformação biológica, física ou físico-química.

Reciclagem: é o processo de transformação dos resíduos sólidos que envolve a


alteração de suas propriedades físicas, físico-químicas ou biológicas, com vistas à
transformação em insumos ou novos produtos.
DICA 106
DA LOGÍSTICA REVERSA E PADRÕES SUSTENTÁVEIS DE PRODUÇÃO E CONSUMO

A Logística reversa é o instrumento de desenvolvimento econômico e social


caracterizado por um conjunto de ações, procedimentos e meios destinados a viabilizar a
coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao setor empresarial, para
reaproveitamento, em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos, ou outra destinação
final ambientalmente adequada.

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Memorex OAB – Exame XXXIV – Rodada 05
Já os chamados padrões sustentáveis de produção e consumo são a produção e
consumo de bens e serviços de forma a atender as necessidades das atuais gerações e
permitir melhores condições de vida, sem comprometer a qualidade ambiental e o
atendimento das necessidades das gerações futuras.
DICA 107
DAS FORMAS PROIBIDAS DE DESTINAÇÃO OU DISPOSIÇÃO FINAL DE RESÍDUOS
SÓLIDOS OU REJEITOS

São expressamente proibidos no Brasil:

O lançamento de resíduos sólidos em praias, mar, cursos d’água ou quaisquer corpos


hídricos;

O lançamento de resíduos sólidos in natura a céu aberto, excetuados os resíduos de


mineração;

A queima a céu aberto ou em recipientes, instalações e equipamentos não licenciados


para essa finalidade;

A utilização dos rejeitos dispostos como alimentação;

A permissão de catação, moradia ou criação de animais dentro dos aterros;

A importação de resíduos sólidos poluentes ou perigosos e de rejeitos, ainda que


para tratamento, reforma, reuso, reutilização ou recuperação.

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DIREITO CIVIL

DICA 108
PRINCÍPIOS DO DIREITO DE FAMÍLIA

Dignidade da Pessoa O valor essencial e fundamental do sistema é a pessoa


Humana humana, que tende a prevalecer sobre os demais valores
protegidos (art. 1º, III, CF).

Os filhos possuem os mesmos direitos, independentemente


de serem biológicos, adotados ou unilaterais (art. 227, § 6º,
Igualdade CF). Os direitos e deveres da relação conjugal são iguais seja
para o homem ou a mulher (art. 227, § 5º, CF).

Princípio da não Livre manifestação da vontade quanto à união ou dissolução


Intervenção da relação.

Solidariedade Determina a atenção e o compromisso com o outro. Significa


Familiar a necessidade de solidariedade entre familiares (agir efetivo).

Proteção Integral e o Garantia do desenvolvimento integral do menor.


Melhor Interesse da
Criança e do
Adolescente

Afetividade O vínculo familiar constitui mais um vínculo de afeto do que


um vínculo biológico. Assim, surge uma nova forma de
parentesco civil, a parentalidade socioafetiva.

DICA 109
CASAMENTO

É o vínculo constituído pela manifestação comum e solene da vontade de homem e


mulher, que perante representante do Estado manifestam a intenção de instituírem vida
em comum. O Enunciado nº 601, aprovado na VII Jornada de Direito Civil, afirma que é
existente e válido o casamento entre pessoas do mesmo sexo.
Princípios norteadores do casamento:
Monogamia - A pessoa casada está impedida de novo casamento, gerando a nulidade
absoluta do segundo (art. 1.548, II do CC).
Liberdade de Escolha - salvo impedimentos matrimoniais, a pessoa é livre para
contrair casamento com quem desejar (art. 1.513, CC).
Comunhão plena de vida - o casamento estabelece a comunhão plena de vida, aliada
à igualdade de direitos e deveres entre cônjuges (art. 1.511, CC).

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DICA 110
HABILITAÇÃO DO CASAMENTO
É o procedimento instaurado no Cartório de Registro Civil para avaliar se os nubentes
possuem os requisitos essenciais ao casamento. Caso esteja em ordem a
documentação, o oficial extrairá o edital, que se afixará durante 15 dias nas circunscrições
do Registro Civil de ambos os nubentes, e, obrigatoriamente, se publicará na imprensa
local, se houver (art. 1.527, CC).
IMPORTANTE!
A habilitação terá́ eficácia de 90 dias, a contar da data em que foi extraído o certificado
(art. 1.532, CC).
DICA 111
CELEBRAÇÃO
Solenidade presidida pelo representante do Estado (juiz de paz) com a finalidade de colher
a declaração expressa dos nubentes, conferindo assim a alteração do registro civil de
ambos (art. 1.532, CC).

O local da celebração pode ser:


Cartório de Registro de pessoas naturais (com 2 testemunhas, feito de portas
abertas, com ampla publicidade).
Edifício particular (realizado de portas abertas para ampla publicidade. Necessária a
assinatura de 4 testemunhas).
OBS: Também é necessária a existência de 4 testemunhas quando um dos
contraentes não souber ou não puder escrever.
DICA 112
SUSPENSÃO DA CELEBRAÇÃO

A celebração será imediatamente suspensa quando:

Um dos contraentes afirmar que se recusa a casar;

Um dos contraentes declarar que seu aceite não é livre e espontâneo;

Um dos contraentes manifestar que está arrependido.

OBS: O nubente que der causa à suspensão do ato, não será́ admitido a
retratar-se no mesmo dia (art. 1.538, § único, CC).

DICA 113
CASAMENTO NUNCUPATIVO

O casamento nuncupativo ocorre quando um dos contraentes estiver em extremo


risco de vida, não conseguindo a presença de autoridade competente ou seu substituto.
Nesse caso, o casamento poderá ser celebrado na presença de 6 testemunhas que
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não possuam grau de parentesco em linha reta ou colateral, até o 2º grau (art. 1.540,
CC). Após a celebração, as testemunhas possuem prazo de 10 dias para se apresentar
à autoridade local.
DICA 114
CASAMENTO POR PROCURAÇÃO

O casamento poderá́ ser celebrado por procuração feita por instrumento público, com
poderes especiais (art. 1.542, CC).
Não pode ser conferida pelo nubente em casamento nuncupativo.
O mandato terá́ eficácia de 90 dias.

A revogação do mandato não necessita chegar ao conhecimento do mandatário; mas,


celebrado o casamento sem que o mandatário ou o outro contraente tivessem ciência da
revogação, responderá o mandante por perdas e danos.
DICA 115
CASAMENTO RELIGIOSO
O casamento religioso com efeitos civis (art. 226, § 2º, CF) poderá́ ser celebrado por
qualquer autoridade religiosa, independente da religião (Estado Laico). O casamento
religioso, uma vez registrado no registro próprio, produz efeitos a partir da data de
sua celebração (art. 1.515, CC).

ATENÇÃO!

O casamento religioso precedido por processo de habilitação deve ser registrado no


prazo de 90 dias, contados de sua realização; já o casamento religioso não precedido
por processo de habilitação terá́ efeitos civis se, a requerimento do casal, for registrado,
a qualquer tempo, no registro civil, mediante prévia habilitação perante a autoridade
competente. Nesse caso, deve ser respeitado o prazo de 90 dias, contados de quando
foi extraído o certificado para a eficácia dessa habilitação (art. 1.532, CC).

DICA 116
CASAMENTO NULO

É nulo o casamento realizado entre (1.521, CC):

Os ascendentes com os descendentes, seja parentesco natural ou civil;

Os afins em linha reta (sogro ou sogra com genro ou nora);

O adotante com quem foi cônjuge do adotado e o adotado com quem o foi
adotante;

Os irmãos, unilaterais ou bilaterais, e demais colaterais, até o terceiro grau


inclusive;

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58
Memorex OAB – Exame XXXIV – Rodada 05

O adotado com o filho do adotante;

As pessoas casadas;

O cônjuge sobrevivente com o condenado por homicídio ou tentativa de


homicídio contra o seu consorte.

DICA 117
CAUSAS SUSPENSIVAS DO CASAMENTO

São causas suspensivas do casamento. (art. 1.523, CC)

o viúvo ou a viúva que tiver filho do cônjuge falecido, enquanto não fizer inventário
dos bens do casal e der partilha aos herdeiros;

a viúva, ou a mulher cujo casamento se desfez por ser nulo ou ter sido anulado, até
dez (10) meses depois do começo da viuvez, ou da dissolução da sociedade conjugal;

o divorciado, enquanto não houver sido homologada ou decidida a partilha dos bens
do casal;

o tutor ou o curador e os seus descendentes, ascendentes, irmãos, cunhados ou


sobrinhos, com a pessoa tutelada ou curatelada, enquanto não cessar a tutela ou
curatela, e não estiverem saldadas as respectivas contas.
IMPORTANTE:
Caso ocorra o casamento sob causa suspensiva, a penalidade aplicada é a imposição
do regime de separação legal (obrigatória) de bens (art. 1.641, I, CC).
DICA 118
CASAMENTO ANULÁVEL

Hipóteses de anulação do casamento (art. 1.550, CC):

de quem não completou a idade mínima para casar-se (16 anos) - prazo decadencial
de 180 dias;

do menor em idade núbil (entre 16 e 18 anos), quando não autorizado por seu
representante legal - prazo decadencial de 180 dias;

por vício da vontade (coação, erro sobre a pessoa do outro cônjuge) prazo
decadencial de 3 anos;

do incapaz de consentir ou manifestar, de modo inequívoco, o consentimento


(ébrios habituais e viciados em tóxico) - prazo decadencial de 180 dias;

→ realizado pelo mandatário, sem que ele ou o outro contraente soubesse da


revogação

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Memorex OAB – Exame XXXIV – Rodada 05

do mandato, e não sobrevindo coabitação entre os cônjuges - prazo decadencial


de 180 dias;

→ por incompetência da autoridade celebrante – prazo decadencial de 2 anos.

DICA 119
CASAMENTO PUTATIVO
O casamento putativo é denominado como o casamento da imaginação. Trata-se do
casamento que embora nulo ou anulável, nunca inexistente, gera efeitos em relação ao
cônjuge que esteja de boa-fé subjetiva (ignorando o motivo de nulidade ou anulação).

São três as regras fundamentais (art. 1.562, CC):


Havendo boa-fé́ de ambos os cônjuges, o casamento gera efeitos em relação a estes
e os filhos, até o trânsito em julgado da sentença de nulidade ou anulação.
Havendo boa-fé́ de apenas um dos cônjuges, o casamento somente gera efeitos
para este e para os filhos do casal.
Havendo má́-fé́ de ambos os cônjuges, o casamento somente gera efeitos para os
filhos.
DICA 120
REGIME DE BENS
A escolha do regime de bens é realizada no momento do procedimento de
habilitação do casamento e, a depender do regime, faz-se necessária à realização de
pacto antenupcial. Além disso, o rol de regime de bens é exemplificativo, permitindo,
assim, que os nubentes criem seu próprio regime, desde que resguardadas as garantias e
direitos fundamentais.
TOME NOTA: Conforme o art. 1.640, CC, caso não haja convenção, ou sendo ela
nula ou ineficaz, vigorará o regime da comunhão parcial (regime suplementar).
DICA 121
REGIME DA SEPARAÇÃO LEGAL OU OBRIGATÓRIA

O regime da separação legal ou obrigatória de bens no casamento, ocorre nas


seguintes hipóteses (art. 1.641, CC):
entre pessoas que contraíram o matrimônio com inobservância das causas
suspensivas da celebração do casamento;
entre pessoa maior de 70 (setenta) anos;
de todos os que dependerem, para casar, de suprimento judicial.
DICA 122
OUTORGA MARITAL OU UXÓRIA
Existem determinados atos da vida civil que necessitam da outorga (autorização) do
outro cônjuge para terem validade (art. 1.648, CC).
São eles:
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Memorex OAB – Exame XXXIV – Rodada 05
alienar ou gravar de ônus real os bens imóveis;
pleitear, como autor ou réu, acerca desses bens ou direitos;
prestar fiança ou aval;
fazer doação, não sendo remuneratória, de bens comuns, ou dos que possam integrar
futura meação.
IMPORTANTE!
O juiz pode suprir a outorga, quando um dos cônjuges a denegue sem motivo justo, ou
lhe seja impossível concedê-la.
DICA 123
REGIME DA COMUNHÃO PARCIAL DE BENS
O regime da comunhão parcial de bens prevê a constituição de patrimônio comum,
separada do patrimônio individual, existente antes da constituição do casamento. Salvo
exceções, toda aquisição onerosa ensejará em obtenção de patrimônio comum.

Bens que se excluem da comunhão (art. 1.649, CC):

bens levados por cada um dos cônjuges ao casamento (bens particulares); os que
sobrevierem por doação, ou sucessão; e os sub-rogados em seu lugar;

bens adquiridos com valores exclusivamente pertencentes a um dos cônjuges em sub-


rogação dos bens particulares;

obrigações anteriores ao casamento;

as obrigações decorrentes de atos ilícitos, salvo reversão em proveito do casal;

os bens de uso pessoal, os livros e instrumentos de profissão;

os proventos do trabalho pessoal de cada cônjuge;

as pensões, meios-soldos, montepios e outras rendas semelhantes.

DICA 124
BENS COMUNICÁVEIS
Os bens comunicáveis constituem o patrimônio comum do casal.

São eles:
os bens adquiridos com constância do casamento por título oneroso, ainda que
só́ em nome de um dos cônjuges;
os bens adquiridos por fato eventual, com ou sem o concurso de trabalho ou despesa
anterior;

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os bens adquiridos por doação, herança ou legado, em favor de ambos os cônjuges;
as benfeitorias em bens particulares de cada cônjuge;
os frutos dos bens comuns, ou dos particulares de cada cônjuge, percebidos na
constância do casamento, ou pendentes ao tempo de cessar a comunhão.
DICA 125
REGIME DA COMUNHÃO UNIVERSAL
É a constituição de um único e universal patrimônio com tudo que os cônjuges levaram
para o casamento individualmente e de tudo quanto seja adquirido ao longo da sociedade
conjugal a qualquer título. Necessita de realização de pacto antenupcial.

Existem exceções quanto a essa comunicabilidade (art. 1.668, CC):

bens doados ou herdados com cláusula de incomunicabilidade;

os bens gravados de fideicomisso e o direito do herdeiro fideicomissário antes de


realizada a condição suspensiva;

as dívidas anteriores ao casamento, salvo se provierem de despesas com seus


aprestos (bens que trouxe ao casamento), ou reverterem em proveito comum;

as doações antenupciais feitas por um dos cônjuges ao outro com a cláusula de


incomunicabilidade;

os bens de uso pessoal, proventos do trabalho, pensões etc.

DICA 126
REGIME DA SEPARAÇÃO DE BENS

Não permite a comunicabilidade patrimonial ao longo do casamento, de maneira que


os patrimônios seguem sendo individuais.

Ambos os cônjuges são obrigados a contribuir para as despesas do casal na


proporção dos rendimentos de seu trabalho e de seus bens, salvo estipulação em
contrário no pacto antenupcial (art. 1.668, CC)

Compete a cada um dos cônjuges a administração de seus próprios bens.


DICA 127
PARTICIPAÇÃO FINAL DOS AQUESTOS
Nesse regime, os cônjuges optam por, ao longo da sociedade conjugal, manter os
patrimônios próprios afastados. No entanto, estabelecem o direito a meação no
patrimônio adquirido na constância do casamento, apurados ao término da relação
conjugal (art. 1.672 e ss. CC). É necessário pacto antenupcial para essa modalidade de
regime de bens.

Excluem-se da soma dos aquestos (art. 1674, CC):


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os bens anteriores ao casamento e os que em seu lugar se sub-rogaram;
os que sobrevieram a cada cônjuge por sucessão ou liberalidade;
as dívidas relativas a esses bens.
DICA 128
DISSOLUÇÃO DA SOCIEDADE CONJUGAL
O rompimento/desconstituição do vínculo conjugal acontece por meio do divórcio, que
é regido pela Emenda Constitucional nº 66/2010.

Para requerer o divórcio:


Não é necessário prazo mínimo para estar casado;
Não há necessidade de testemunhas;
Não há aferição da culpa, decorrente da violação de deveres conjugais.
DICA 129
DIVÓRCIO E SEPARAÇÃO JUDICIAL

Tanto o divórcio quanto a separação pode ser:

Litigiosa: quando há conflitos nas questões patrimoniais.

Consensual: quando há comum acordo entre os envolvidos. Pode ser feito em


cartório, desde que não haja filhos menores ou incapazes.
OBS: Havia uma divergência doutrinária após a edição da EC 66/2010, alegando que a
separação judicial havia desaparecido do ordenamento jurídico. Desse modo, apenas seria
possível romper o vínculo da sociedade conjugal através do divórcio ou da morte.
Entretanto, o CPC/15 faz referência à separação judicial em diversas oportunidades e,
segundo orientação do STJ, a separação judicial convive ao lado divórcio, sendo uma
faculdade do casal.
DICA 130
UNIÃO ESTÁVEL
É reconhecida como entidade familiar a união estável entre o homem e a mulher,
configurada na convivência pública, contínua e duradoura e estabelecida com o
objetivo de constituição de família (art. 1.723, CC).

Requisitos:

 Convivência pública: é aquela que o casal frequenta os mesmos ambientes e se


apresenta como marido e mulher.

 Contínua e duradoura: entende-se como sendo uma relação estável, sem intervalos.

 Affectio maritalis: objetivo de constituir família (elemento subjetivo caracterizador da


união estável).

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OBS: Para a configuração da união estável não se exige: a convivência no mesmo


teto; nem mesmo a existência de filhos comuns.

DICA 131
OUTORGA UXÓRIA NA UNIÃO ESTÁVEL
MUITO IMPORTANTE!
Caso a pessoa conviva em união estável, sob o regime da comunhão parcial de bens, e
ocorra atos de disposição patrimonial sem o consentimento do companheiro, via de
regra, não será possível invalidar o negócio jurídico. A menos que seja possível
demonstrar que havia ciência inequívoca da outra parte quanto à existência da união
estável. Ressalta-se que o art. 1.647, CC (outorga uxória) se refere apenas ao casamento,
não havendo extensão para atingir a união estável. Para solucionar essa temática, o STJ
tem prezado pela boa-fé objetiva (e seus deveres anexos), a publicidade, a confiança e
lealdade.
DICA 132
CONCUBINATO
Conforme posicionamento do STJ, quando há casamento e união estável simultânea, a
orientação que prevalece é pelo não reconhecimento da união estável, quando se tem
conhecimento da existência do casamento. Nesse caso é configurado o concubinato.
OBS: O concubinato está definido no artigo 1.727, CC, e não pode ser considerado
como entidade familiar. Assim, a lei trata como concubinato a relação não eventual
entre o homem e a mulher, impedidos de casar.

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Memorex OAB – Exame XXXIV – Rodada 05
ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
DICA 133
ATRIBUIÇÕES DO CONSELHO
Atender as crianças e adolescentes nas hipóteses previstas nos arts. 98 e 105, aplicando
as medidas previstas no art. 101, I a VII, todos os artigos do ECA;
Atender e aconselhar os pais ou responsável, aplicando as medidas previstas no art. 129,
I a VII;

Promover a execução de suas decisões, podendo para tanto:

requisitar serviços públicos nas áreas de saúde, educação, serviço social, previdência,
trabalho e segurança;

representar junto à autoridade judiciária nos casos de descumprimento injustificado de


suas deliberações.

encaminhar ao Ministério Público notícia de fato que constitua infração administrativa


ou penal contra os direitos da criança ou adolescente;

encaminhar à autoridade judiciária os casos de sua competência;

providenciar a medida estabelecida pela autoridade judiciária, dentre as previstas no


art. 101, de I a VI, para o adolescente autor de ato infracional;

expedir notificações;

requisitar certidões de nascimento e de óbito de criança ou adolescente quando


necessário;

assessorar o Poder Executivo local na elaboração da proposta orçamentária para planos


e programas de atendimento dos direitos da criança e do adolescente;

representar, em nome da pessoa e da família, contra a violação dos direitos previstos


no art. 220, § 3º, inciso II, da Constituição Federal;

representar ao Ministério Público para efeito das ações de perda ou suspensão do poder
familiar, após esgotadas as possibilidades de manutenção da criança ou do adolescente
junto à família natural.

promover e incentivar, na comunidade e nos grupos profissionais, ações de divulgação


e treinamento para o reconhecimento de sintomas de maus-tratos em crianças e
adolescentes.

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Memorex OAB – Exame XXXIV – Rodada 05
DICA 134
DIREITOS E GARANTIAS DO ADOLESCENTE EM CONFLITO COM A LEI
Ao cometer um ato infracional, as regras aplicadas são as previstas no ECA, e de forma
subsidiária, o Código de Processo Penal e todas as garantias processuais destinadas
ao adulto, serão aplicadas ao adolescente.
A liberdade é o bem maior, por isso, no caso de flagrante de ato infracional ou ordem
escrita e fundamentada da autoridade competente, o adolescente tem que ser informado
sobre a identificação dos responsáveis e de ser informado sobre seus direitos. Ainda, o
dever de informar a autoridade competente, a família ou a pessoa por ele indicada, sob
pena de liberação imediata.

A Convenção sobre direitos da Criança na ONU prevê diversas garantias ao


adolescente que praticar ato infracional:

presunção de inocência, direito à informação, celeridade do processo, assistência


jurídica integral, confrontar-se com vítima e testemunha, duplo grau de jurisdição,
respeito a vida privada, adoção de medidas sem que haja necessidade de processo
judicial.

Para apurar ato infracional é necessário seguir um procedimento judicial, contencioso,


com eventual imposição de medida ao adolescente.

São asseguradas ao adolescente, entre outras, as seguintes garantias:

pleno e formal conhecimento da atribuição de ato infracional; igualdade na relação


processual, defesa técnica por advogado, assistência judiciária gratuita, direito de ser
ouvido pessoalmente e direito de solicitar a presença de seus pais ou responsáveis.

DICA 135
MEDIDAS SOCIOEDUCATIVAS

São medidas aplicadas considerando a condição do adolescente, são levados em


consideração a capacidade, as circunstâncias e a gravidade da infração.

Não será admitido a prestação de trabalho forçado.

São aplicadas exclusivamente pelo juiz.


O artigo 35 da Lei 12.594/2012 (SINASE) prevê que a execução das medidas deve ser
regida pelos princípios da legalidade, excepcionalidade da intervenção judicial e imposição
de medidas, prioridade a práticas ou medidas restaurativas, brevidade da medida,
individualização, mínima intervenção, não discriminação e fortalecimento dos vínculos
familiares e comunitários.

São consideradas medidas socioeducativas:


advertência; obrigação de reparar o dano; prestação de serviços à comunidade;
liberdade assistida; inserção em regime de semiliberdade; internação em estabelecimento
educacional e qualquer uma das previstas no art. 101, I a VI.
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Memorex OAB – Exame XXXIV – Rodada 05
DICA 136
ESPÉCIES DE MEDIDAS SOCIOEDUCATIVAS

A advertência consistirá em admoestação verbal, que será reduzida a termo e


assinada. São requisitos:

prova de materialidade da autoria do ato infracional; desnecessidade do


acompanhamento posterior do adolescente; admoestação verbal conduzida pelo Juiz da
Infância e da Juventude e redução a termo da advertência.

A obrigação de reparar o dano, visa compensar a vítima pelo dano sofrido,


por meio da restituição, ressarcimento ou outra forma. Possui como
características:

prova de autoria e materialidade da infração; gerenciamento realizado pelo próprio


judiciário e extinção da medida se dá pela reparação efetiva do dano, motivo pelo que
se denomina medida por tarefa e não pelo desempenho.

A prestação de serviços à comunidade consiste na realização de tarefas


gratuitas de interesse geral, por período não excedente a seis meses, junto a
entidades assistenciais, hospitais, escolas e outros estabelecimentos congêneres, bem
como em programas comunitários ou governamentais. Possui os seguintes requisitos:

apuração da materialidade e da autoria de ato infracional, mediante sentença, salvo no


caso de remissão; possibilidade física e mental para a realização das tarefas; abertura
de processo e execução de medida, com expedição de guia de execução;
acompanhamento por entidade de atendimento responsável pela execução do
respectivo programa, com remessa de relatório: a entidade de atendimento
(governamental ou não) e período inferior a 6 meses, à proporção máxima de oito
horas por semanas.

Liberdade assistida, tem seu fundamento nos arts.118 e 119 do Estatuto, possui
como requisitos:

acompanhamento por entidade de atendimento, responsável pela execução da


respectiva medida com remessa de relatórios e prazo mínimo de 6 meses e máximo de
três anos.

A semiliberdade é a mais gravosa, em razão do cerceamento parcial da liberdade.


Devem ser observados os princípios da brevidade, excepcionalidade e respeito da
condição de pessoa em desenvolvimento.

Pode ser aplicada por sentença ou como forma de transição da internação para o
meio aberto e não pode ser aplicada cumulada com à remissão.

Requisitos: apuração de materialidade e da autoria, mediante sentença, não


podendo ser aplicada em cumulação à remissão; sujeição de prazo indeterminado,
dentro do limite de 3 anos; aplicação do princípio da incompletude institucional;
manutenção de atividades externas.

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Memorex OAB – Exame XXXIV – Rodada 05
DICA 137
INTERNAÇÃO
A internação é a medida mais gravosa, pois restringe a liberdade e deve ser aplicada
de forma excepcional. Deve ser observado os princípios da brevidade, excepcionalidade
e respeito à condição peculiar de pessoa em desenvolvimento.

Requisitos: apuração de autoria e materialidade, mediante sentença; não pode ser


aplicada em cumulação com remissão; é vedada sua aplicação com fundamento exclusivo
na confissão do adolescente; possibilidade física e mental do adolescente; somente será
aplicada se não existir outra medida adequada à ressocialização; somente ser aplicada nas
hipóteses previstas em lei (taxativamente); será permitida a realização de atividades
externas, a critério da equipe técnica da entidade, salvo expressa determinação judicial
em contrário; medida de internação no máximo 3 anos, atingindo esse limite o
adolescente deverá ser liberado, colocado em regime de semiliberdade ou de liberdade
assistida; a liberação será compulsória aos vinte e um anos de idade; em qualquer
hipótese a desinternação será precedida de autorização judicial, ouvido o Ministério
Público; em nenhuma hipótese será aplicada a internação, havendo outra medida
adequada.

Existem três modalidades de internação:

Provisória: decretada pelo magistrado, no processo de conhecimento, antes da


sentença. Prazo limitado a 45 dias (art.108, do Estatuto);

Internação com prazo indeterminado: decretada pelo magistrado, em sentença


proferida no processo de conhecimento. Prazo máximo de 3 anos (art. 122, I e II,
Estatuto);

Internação com prazo determinado/internação sanção: Decretada pelo magistrado em


processo de execução, em razão de descumprimento de medida anteriormente imposta.
Tem prazo máximo de 3 meses (art. 122, III, do Estatuto).

Só poderá ser aplicada quando:

tratar-se de ato infracional cometido mediante grave ameaça ou violência a pessoa;

por reiteração no cometimento de outras infrações graves;

por descumprimento reiterado e injustificável da medida anteriormente imposta.

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CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR
DICA 138
DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA
O direito do consumidor prevê, em seu art. 28, CDC, a possibilidade de se desconsiderar a
existência da pessoa jurídica que praticar atos em detrimento dos consumidores em
situações específicas, que são:
Abuso de direito;
excesso de poder;
infração da lei, fato ou ato ilícito;
ou violação dos estatutos ou contrato social.
Fique atento!

A desconsideração também será efetivada quando houver falência, estado de


insolvência, encerramento ou inatividade da pessoa jurídica provocados por má
administração.

Também poderá ser desconsiderada a pessoa jurídica sempre que sua personalidade
for, de alguma forma, obstáculo ao ressarcimento de prejuízos causados aos
consumidores

Em suma, o Direito do Consumidor adota a teoria menor da desconsideração sendo


suficiente demonstrar a insolvência da pessoa jurídica, pois o risco empresarial deve
ser suportado pelos sócios do empreendimento e não pelo consumidor.

Jurisprudência

A teoria menor da desconsideração, acolhida em nosso ordenamento jurídico


excepcionalmente no Direito do Consumidor e no Direito Ambiental, incide com a
mera prova de insolvência da pessoa jurídica para o pagamento de suas obrigações,
independentemente da existência de desvio de finalidade ou de confusão patrimonial.
Para a teoria menor, o risco empresarial normal às atividades econômicas não pode ser
suportado pelo terceiro que contratou com a pessoa jurídica, mas pelos sócios e/ou
administradores desta, ainda que estes demonstrem conduta administrativa proba, isto
é, mesmo que não exista qualquer prova capaz de identificar conduta culposa ou dolosa
por parte dos sócios e/ou administradores da pessoa jurídica. A aplicação da teoria
menor da desconsideração às relações de consumo está calcada na exegese autônoma
do § 5º do art. 28, do CDC, porquanto a incidência deste dispositivo não se subordina à
demonstração dos requisitos previstos no caput do artigo indicado, mas apenas à prova
de causar, a mera existência da pessoa jurídica, obstáculo ao ressarcimento de
prejuízos causados aos consumidores” (STJ, REsp 279.273, Rel. Min. Nancy Andrighi, 3a
T, DJ 29/03/04).

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Memorex OAB – Exame XXXIV – Rodada 05
Já o Direito Civil adota a teoria maior da desconsideração, nos termos do art.50,
CC/02, exigindo-se, além da prova da insolvência, ou a demonstração de desvio de
finalidade ou a demonstração de confusão patrimonial. Para caracterização da teoria
menor, por sua vez, regra excepcional, basta a prova de insolvência da pessoa jurídica.
DICA 139
DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA
Quanto à responsabilidade pelas obrigações decorrentes do Código de Defesa do
Consumidor, verifica-se que:
As sociedades integrantes dos grupos societários e as sociedades controladas,
são subsidiariamente responsáveis pelas obrigações decorrentes deste código.
Segundo a Lei de Sociedade Anônimas - Sociedades controladoras são aquelas em que a
controladora, direta ou através de controladas, é titular de direitos de socio que lhe
assegurem, de modo permanente, preponderância nas deliberações sociais e poder de
eleger a maioria dos administradores.
As sociedades consorciadas são solidariamente responsáveis pelas obrigações
decorrentes deste código. São aquelas que se associam, conjugando esforços para
execução de um empreendimento.
As sociedades coligadas só responderão por culpa. O CC/02 prevê em seu art.1099
que as sociedades coligadas são aquelas de cujo capital outra sociedade participe com dez
por cento ou mais, do capital da outra, sem controlá-la.
DICA 140
DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA
A desconsideração inversa da personalidade jurídica é matéria agora expressa no §3º do
art. 50 do CC/02, também aplicável no ramo do direito do consumidor. Nesse sentido,
o Juiz determina que se atinjam os bens da pessoa jurídica, que foi utilizada pelo sócio
para fins de não cumprimento de obrigações.
Assim, afasta-se a autonomia patrimonial da sociedade para atingir o ente coletivo e seu
patrimônio, de modo a responsabilizar a pessoa jurídica por obrigações do sócio.

Ex.: o cônjuge ou companheiro empresário valer-se de pessoa jurídica por ele


controlada, ou de interposta pessoa física, a fim de subtrair do outro cônjuge ou
companheiro direitos oriundos da sociedade afetiva" (REsp 1.236.916-RS).

Ex.: marido (ou companheiro) que transfere todos os seus bens para a sociedade
empresária a fim de não ter que dividir seu patrimônio no divórcio ou dissolução da união
estável.
A desconsideração da personalidade jurídica, ainda que com fundamento na teoria
menor, não pode atingir o patrimônio pessoal de membros do conselho fiscal da empresa
sem que haja mínima presença de indícios de que estes tenham contribuído, ao menos
culposamente e com desvio de função, para a prática de atos de administração. Info 661,
STJ STJ. 3ª T. REsp 1766093-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, Rel. Acd. Min. Ricardo Villas
Bôas Cueva, j. 12/11/19.

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Memorex OAB – Exame XXXIV – Rodada 05
DICA 141
PRÁTICAS COMERCIAIS
São diversas as práticas comerciais previstas no Código de Defesa do Consumidor, que
são regulamentadas para fins de proteção do consumidor típico ou do consumidor por
equiparação, como aqueles que são protegidos em face de propaganda enganosa,
ainda que não venha a adquirir o produto.
As práticas comerciais são a oferta, publicidade, práticas abusivas, cobrança de dívidas,
banco de dados e cadastros de consumidores, todas as situações devidamente
regulamentadas na seara consumerista.

Em relação à OFERTA, destacam-se os seguintes artigos do CDC:


Toda informação ou publicidade, suficientemente precisa, veiculada por qualquer forma ou
meio de comunicação com relação a produtos e serviços oferecidos ou apresentados,
obriga o fornecedor que a fizer veicular ou dela se utilizar e integra o contrato que vier a
ser celebrado. (art.30, CDC). Nesse sentido, temos o princípio da vinculação da oferta.
Prometeu, tem que cumprir. (José Geraldo Brito Filomeno). Devem estar presentes a
veiculação da proposta e a informação deve ser precisa, sob pena de não haver a
vinculação da oferta.
CUIDADO! Decisão recente do STJ entendeu pela inadmissibilidade de, diante de erro
grosseiro no carregamento de preços via internet de se entender pelo reconhecimento de
falha na prestação de serviço, até porque a empresa prontamente impediu o lançamento
de valores na fatura de cartão de crédito utilizado, informando com antecedência o
cancelamento do vôo. STJ. 3ª T. REsp 1794991-SE, Rel. Min. Nancy Andrighi, j. 05/05/20
(Info 671).
DICA 142
OFERTA
De acordo com art. 31, CDC, a oferta e apresentação de produtos ou serviços devem
assegurar informações corretas, claras, precisas, ostensivas e em língua portuguesa
sobre suas características, qualidades, quantidade, composição, preço, garantia, prazos de
validade e origem, entre outros dados, bem como sobre os riscos que apresentam à saúde
e segurança dos consumidores. Nesse sentido, está presente o princípio da
transparência.
As informações de que trata este artigo, nos produtos refrigerados oferecidos ao
consumidor, serão gravadas de forma indelével, ou seja, informações que não podem ser
apagadas.
Os fabricantes e importadores deverão assegurar a oferta de componentes e peças de
reposição enquanto não cessar a fabricação ou importação do produto.
Quando cessar a fabricação ou importação do produto, ainda assim deve ser assegurado
um prazo razoável para reposição, a ser verificado no caso concreto, consoante
durabilidade razoável do produto (vida útil).
DICA 143
PUBLICIDADE
De acordo com a Doutrina de Flávio Tartuce, a tutela da informação pode ser retirada do
art. 6º, inc. III, da Lei 8.078/1990, que reconhece como direito básico do consumidor
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Memorex OAB – Exame XXXIV – Rodada 05
“a informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e serviços, com
especificação correta de quantidade, características, composição, qualidade e preço, bem
como sobre os riscos que apresentem”. Ato contínuo, o inciso seguinte estabelece também
como direito fundamental dos vulneráveis negociais “a proteção contra a publicidade
enganosa e abusiva, métodos comerciais coercitivos ou desleais, bem como contra
práticas e cláusulas abusivas ou impostas no fornecimento de produtos e serviços” (art.
6º, inc. IV, do CDC). Dessa forma, o dever de informação está intimamente ligado à
proteção contra publicidade abusiva e enganosa.

Tartuce continua comentando sobre publicidade e recorda que Bruno Miragem


apresenta três princípios fundamentais para a publicidade, a saber:

Princípio da identificação: decorre do art.36, CDC. A publicidade deve ser veiculada


de tal forma que o consumidor, fácil e imediatamente, a identifique como tal.

Princípio da veracidade: O fornecedor, na publicidade de seus produtos ou serviços,


manterá, em seu poder, para informação dos legítimos interessados, os dados fáticos,
técnicos e científicos que dão sustentação à mensagem. Assim, o fornecedor não poderá
omitir informações de seus produtos ou serviços em face da boa-fé que se espera e
transparência.

Princípio da vinculação: eficácia vinculativa da publicidade e oferta.

O CDC proíbe publicidade enganosa e abusiva e conceitua-as da seguinte forma:


Publicidade enganosa: qualquer modalidade de informação ou comunicação de
caráter publicitário, inteira ou parcialmente falsa, ou, por qualquer outro modo, mesmo
por omissão, capaz de induzir em erro o consumidor a respeito da natureza,
características, qualidade, quantidade, propriedades, origem, preço e quaisquer outros
dados sobre produtos e serviços.
Publicidade abusiva: publicidade discriminatória de qualquer natureza, a que incite
à violência, explore o medo ou a superstição, se aproveite da deficiência de julgamento e
experiência da criança, desrespeita valores ambientais, ou que seja capaz de induzir o
consumidor a se comportar de forma prejudicial ou perigosa à sua saúde ou segurança.

ATENÇÃO!

O ônus da prova da veracidade e correção da informação ou comunicação publicitária


cabe a quem as patrocina.

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PROCESSO CIVIL
DICA 144
TEORIA DOS CAPÍTULOS DA SENTENÇA

Segundo esta teoria, o dispositivo de uma sentença é passível de ser dividido em


capítulos, no que a doutrina chama de decomposição ideológica do conteúdo decisório.
Dessa forma, os capítulos são unidades autônomas de um todo que é a sentença.
Uma polêmica existente diz respeito quanto ao trânsito em julgado daquele pedido que
não foi questionado em recurso pela parte.
Muita atenção, pois é um tema polêmico em que STF e STJ já decidiram sobre o
tema e de forma diversa:

Para o STJ: STF:

não há trânsito em julgado parcial,


não é
Admite a formação progressiva da coisa
possível cindir a sentença em
julgada.
capítulos autônomos
para fins de trânsito em julgado.

É firme a jurisprudência desta Corte Mostra-se viável, em face da teoria dos


de capítulos de
impossibilidade de fracionamento da sentença, reconhecer, no instrumento
sentença, sentencial,
com trânsito em julgado parcial, pluralidade de decisões, cada qual incidindo
motivo pelo qual o sobre
trânsito em julgado material somente um objeto autônomo do processo, a
ocorre quando justificar,
esgotadas todas as possibilidades de portanto, na linha de antigo magistério
interposição de jurisprudencial desta Suprema Corte, a
recurso. (STJ, AgInt no REsp possibilidade de formação progressiva da coisa
1.553.568/2020) julgada. (STF, Pleno, ACO 1990/2015)

Portanto, é necessário, além de conhecer sobre essa teoria, atentar para a diferença de
entendimento até então entre STJ e STF.
DICA 145
DA LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA
Quando a sentença condenar ao pagamento de quantia ilíquida, proceder-se-á a sua
liquidação, a requerimento do credor ou do devedor:

por arbitramento, quando determinado pela sentença, convencionado pelas partes


ou exigido pela natureza do objeto da liquidação;

pelo procedimento comum, quando houver necessidade de alegar e provar fato


novo.

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ATENTE-SE!
Quando na sentença houver uma parte líquida e outra ilíquida, ao credor é lícito
promover simultaneamente a execução daquela e, em autos apartados, a liquidação
desta.
Quando a apuração do valor depender apenas de cálculo aritmético, o credor poderá
promover, desde logo, o cumprimento da sentença.
O Conselho Nacional de Justiça desenvolverá e colocará à disposição dos interessados
programa de atualização financeira.
Na liquidação é vedado discutir de novo a lide ou modificar a sentença que a julgou.
Na liquidação por arbitramento, o juiz intimará as partes para a apresentação de
pareceres ou documentos elucidativos, no prazo que fixar, e, caso não possa decidir de
plano, nomeará perito, observando-se, no que couber, o procedimento da prova pericial.
Na liquidação pelo procedimento comum, o juiz determinará a intimação do
requerido, na pessoa de seu advogado ou da sociedade de advogados a que estiver
vinculado, para, querendo, apresentar contestação no prazo de 15 dias.
A liquidação poderá ser realizada na pendência de recurso, processando-se em autos
apartados no juízo de origem, cumprindo ao liquidante instruir o pedido com cópias das
peças processuais pertinentes.
DICA 146
AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE SENTENÇA (QUERELA NULLITATIS
INSANABILIS)
Trata-se de uma espécie de ação de impugnação autônoma que tem como escopo atacar
os chamados vícios transrescisórios, ou seja, vícios que vão além do prazo da ação
rescisória. Esses vícios são tão graves que transformam o ato judicial em ato inexistente.

Um grande exemplo é a nulidade consistente em vício ou ausência de citação.


DICA 147
SUCEDÂNEOS RECURSAIS
É um meio residual de impugnação das decisões judiciais, consistindo em instrumentos
que fazem as vezes de um recurso.

Como exemplos pode-se citar:


O pedido de reconsideração (não é recurso, tampouco ação de impugnação
autônoma): como não possui natureza recursal, não suspende e nem interrompe o prazo
para interposição de recurso.
Pedido de suspensão da liminar ou segurança (art. 15 da Lei 12.016/09): é um
instrumento utilizado quando há risco de grave lesão à ordem, à saúde, à segurança e à
economia, sendo possível pedir a suspensão de liminar e até sentença.
Correição parcial: visa a emenda de erros ou abusos, quando não há recurso cabível.

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DICA 148
PRINCÍPIO DO DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO
Para muitos o maior princípio no que se refere ao direito de revisão das decisões judiciais.
Apesar de não constar expressamente na constitucional, está implícito no art. 5º, LV da
CR/88, o qual prevê que “aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos
acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e
recursos a ela inerentes.”
Por outro lado, no Pacto de São José da Costa Rica (norma supralegal) está
expressamente consagrado em seu art. 8º.

O duplo grau de jurisdição pode ser dividido em:


Vertical: quando a revisão se dá por órgão hierarquicamente superior.
Horizontal: quando a revisão se dá por órgão da mesma hierarquia, mas de
composição diversa.

Ex.: o Recurso Inominado dos juizados especiais: o julgamento se dá por órgão da


mesma hierarquia, de composição colegiada (3 juízes togados).
OBS.: O princípio do duplo grau de jurisdição não é ilimitado, existem limites legais:
quando o pedido será apreciado pelo próprio órgão julgador.

Ex.: embargos infringentes interpostos em face de sentença de pequeno valor proferida


em execução fiscal.
DICA 149
PRINCÍPIO DA TAXATIVIDADE RECURSAL
Os recursos podem ser criados apenas por lei federal, a qual prevê um rol taxativo de
recursos cabíveis. Assim, Estados e Municípios não podem criar recursos.
Apesar de não poder criar recurso, os Estados podem regulamentar o procedimento
desse recurso.
Aos litigantes também não é dada a possibilidade de instituírem recursos por meio dos
negócios processuais.
En. 20, FPPC. Não são admissíveis os seguintes negócios bilaterais, dentre outros: (...)
acordo para criação de novas espécies recursais.
DICA 150
PRINCÍPIO DA UNIRRECORRIBILIDADE
Também conhecido como singularidade e unicidade recursal.
Segundo esse princípio, para cada decisão que se pretenda impugnar, só haverá um
recurso adequado.

Ex.: sentença é desafiada por apelação; concessão de uma tutela provisória na


sentença: pelo princípio da unicidade, a decisão será absorvida pela sentença e apelável.
Assim sendo, não seria possível atacar uma mesma decisão com recursos distintos.

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Informativo 532 do STJ:

O indeferimento, na prolação da sentença, do pedido de assistência judiciária gratuita é


impugnável por meio de apelação. Isso porque, pelo princípio da unirrecorribilidade,
cada ato decisório só pode ser atacado por um único recurso. Ressalte-se que a
hipótese em análise não se confunde com aquela na qual o pedido de assistência
judiciária gratuita é apreciado em decisão interlocutória, situação em que o recurso
cabível será o agravo de instrumento.
A importância deste princípio é notória quando o próprio CPC/15 o consagra
expressamente no §5º do art. 1.013 do CPC: O capítulo da sentença que confirma,
concede ou revoga a tutela Provisória é impugnável na apelação.
Uma exceção a este princípio é no caso de acórdãos desafiados por RE e REsp. Quando
os acórdãos possuem um esteio constitucional e outro infraconstitucional, há o ônus de
dupla impugnação, não havendo que se falar de faculdade do apelante.
O recurso sequer será recebido se a decisão não tiver sido duplamente recorrida, uma
vez que mesmo que o recorrente fosse vencedor de um recurso especial (fundamento
infraconstitucional, a decisão se manteria firme em um fundamento constitucional
(impugnável via recurso extraordinário).
Neste sentido é a súmula 126 do STJ: É inadmissível Recurso Especial quando o acórdão
recorrido assenta em fundamentos constitucional e infraconstitucional, qualquer deles
suficiente, por si só, para mantê-lo, e a parte vencida não manifesta Recurso
Extraordinário.
Nada impede que a parte interponha um único recurso para atacar mais de uma decisão.
Não sendo vedado por lei ou pelo princípio da unirrecorribilidade a interposição de um
único recurso para impugnar mais de uma decisão, embora não seja comum.

Ex.: Um agravo contra duas decisões interlocutórias proferidas em menos de 15 dias


dentro do mesmo processo.

DICA 151
PRINCÍPIO DA DIALETICIDADE
A parte, ao interpor um recurso, necessita realizar a exposição da fundamentação
recursal e do pedido (anulação, reforma, esclarecimento ou integração da decisão).

O STJ, no informativo 638 tratou sobre o princípio:

Em síntese, pelo Princípio da Dialeticidade deve a parte, ao propor um recurso,


apresentar fundamentação, cujo atendimento pressupõe necessariamente a
argumentação lógica destinada a evidenciar o equívoco da decisão impugnada,
ou seja, a parte tem o dever de expor ao tribunal as razões de fato e de direito pelas
quais entende que a decisão a quo deve ser modificada.
OBS.: Através desse princípio evita-se que na interposição do recurso a parte se
limite a repetir a fundamentação presente na inicial ou contestação, sem apresentar as
razões de impugnação à decisão.

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Informativo 507 do STJ:

É inepta a apelação quando o recorrente deixa de demonstrar os fundamentos de


fato e de direito para a reforma pleiteada ou deixa de impugnar, ainda que em tese,
os argumentos da sentença.
O princípio está previsto em vários recursos:
Art. 1.010. A apelação, interposta por petição dirigida ao juízo de primeiro grau,
conterá: (...) II – a exposição do fato e do direito; III – as razões do pedido de reforma
ou de decretação de nulidade; IV – o pedido de nova decisão.
Art. 1.016. O agravo de instrumento será dirigido diretamente ao tribunal
competente, por meio de petição com os seguintes requisitos: (...) II – a exposição do
fato e do direito; III – as razões do pedido de reforma ou de invalidação da decisão e o
próprio pedido;
Art. 1.021 (...) § 1º Na petição de agravo interno, o recorrente impugnará
especificadamente os fundamentos da decisão agravada.

DICA 152
PRINCÍPIO DA VOLUNTARIEDADE
Através desse princípio é possível concluir que para a existência de um recurso deve haver
a vontade da parte, ou seja, o recurso é um ato voluntário.
Assim sendo, para existir um recurso, a parte necessita manifestar sua vontade,
sendo está condição indispensável.
Por assim ser é que não se pode tratar a remessa necessária como um recurso,
uma vez que não se condiciona à vontade das partes.
DICA 153
DOS REQUISITOS PARA A FUNGIBILIDADE RECURSAL
De acordo com a jurisprudência, para que se proceda na fungibilidade recursal é
necessária a presença concomitante de três requisitos:

Dúvida objetiva sobre qual o recurso a ser interposto;

Informativo 613 do STJ:

O conceito de "dúvida objetiva", para a aplicação do princípio da fungibilidaderecursal,


pode ser relativizado, excepcionalmente, quando o equívoco na interposição do recurso
cabível decorrer da prática de ato do próprio órgão julgador. Na hipótese analisada,
embora a decisão do juiz singular não tenha colocado termo ao processo de execução, o
referido juiz deu-lhe verdadeiro tratamento de sentença – assim denominando-a e
registrando-a, bem como recebendo e processando o recurso de apelação. [...] Dessa
forma, o juízo colaborou diretamente para o surgimento da dúvida quanto ao recurso
cabível, afastando-se a eventual má-fé da embargante na interposição da apelação - o
que legitima a aplicação do princípio da fungibilidade.

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Inexistência de erro grosseiro: Não havendo dúvida objetiva, o erro cometido
pela parte é grosseiro, que é o erro não justificável, inescusável.

Informativo 515 do STJ:

É viável o conhecimento de apelação interposta contra decisão que exclui um dos


litisconsortes da relação jurídica e determina o prosseguimento da execução contra os
demais devedores. Referido equívoco constitui erro inescusável, por consequência,
inaplicável o princípio da fungibilidade recursal em face do entendimento do STJ
segundo o qual, nesses casos, seria cabível agravo de instrumento, e não apelação.
Ex.: Interposição de recurso impróprio, quando o correto encontra-se expressamente
indicado na lei, sobre o qual não se opõe nenhuma dúvida
Súmula 272, STF: Não se admite como ordinário recurso extraordinário de decisão
denegatória de mandado de segurança.

Dentro do prazo do recurso correto:


O recurso interposto de forma errada deve ser interposto no prazo daquele que se
pretende transformá-lo.
Com o CPC/15 esse requisito deixou de ser tão importante porque todos os recursos,
com a exceção dos embargos de declaração, têm o prazo de 15 dias.

DICA 154
EXCEÇÕES AO NON REFORMATIO IN PEJUS
Pela non reformatio in pejus não se admite o agravamento da situação do
recorrente, em virtude do seu próprio recurso.
Apesar dessa previsão existem exceções em que esse princípio não é aplicado:

Conhecimento de matéria de ordem pública: em sede de recurso, mesmo que da


própria parte, pode o tribunal reconhecer, por exemplo, que ela era ilegítima, porque se
trata de matéria de ordem pública.

Esse é o entendimento do STJ, conforme o seguinte julgado:

O julgamento fundado em matéria de ordem pública não se submete à preclusão e


não constitui ofensa ao princípio da vedação à reformatio in pejus. (STJ, AgRg
no Aresp 440.138/2014)
Exemplos de matéria de ordem pública: legitimidade, prescrição, decadência e juros
de mora.
Indeferimento de inicial, seguida de apelação que mantem a sentença e arbitra
honorários (agravamento)

O STJ, no informativo 640 assim decidiu:

Em caso de indeferimento da petição inicial seguida de interposição de apelação e


a integração do executado à relação processual, mediante a constituição de advogado e
apresentação de contrarrazões, uma vez confirmada a sentença extintiva do

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processo, é cabível o arbitramento de honorários em prol do advogado do vencedor.

DICA 155
PRINCÍPIO DA COMPLEMENTARIEDADE
O princípio da complementaridade permite que, em algumas situações, a parte
complemente suas razões recursais, afastando a ideia de preclusão consumativa.

Ex.: Embargos de Declaração


Art. 1.024. O juiz julgará os embargos em 5 (cinco) dias. (...)
§ 4º Caso o acolhimento dos embargos de declaração implique modificação da decisão
embargada, o embargado que já tiver interposto outro recurso contra a decisão originária
tem o direito de complementar ou alterar suas razões, nos exatos limites da
modificação, no prazo de 15 (quinze) dias, contado da intimação da decisão dos
embargos de declaração.
DICA 156
DO EFEITO OBSTATIVO DO RECURSO
A interposição do recurso impede/obsta a ocorrência da preclusão e,
consequentemente, do trânsito em julgado e da própria coisa julgada material (na
pendência de prazo recursal ou de julgamento de recurso interposto), esta última ocorrida
quando há sentença de mérito proferida em juízo de cognição exauriente.
Assim sendo, não é apenas o recurso que impede a preclusão, mas o próprio prazo de
interposição (enquanto pendente) também a impede.
DICA 157
DO EFEITO DEVOLUTIVO E SUAS DIMENSÕES
Todos os recursos têm efeito devolutivo, haja vista que se devolve sempre a questão ao
poder judiciário para a reapreciação do tema por ele, geralmente por um órgão superior
hierarquicamente.

As dimensões desse efeito são:


Dimensão horizontal ou extensão do efeito devolutivo: o recurso devolve à
apreciação do poder judiciário apenas as matérias impugnadas (tantum devolutum
quantum apelatum).
Dimensão vertical ou profundidade do efeito devolutivo: com a delimitação da
matéria a ser devolvida, pela extensão do efeito devolutivo, o recurso devolve todas as
questões, alegações e fundamentações relativas a matéria impugnada para que sejam
apreciadas pelo judiciário, mesmo que ainda não decididas na primeira instância.
A partir do momento em que é voluntariamente delimitada a matéria a ser devolvida pelo
recorrente (dimensão horizontal), deve ser ampla a cognição a ser exercida pelo Tribunal
– efeito devolutivo em sua profundidade – (dimensão vertical), a fim de que o órgão
julgador não esteja adstrito somente ao fundamento adotado pela decisão de 1º grau,
mas, ao revés, que também possa o Tribunal examinar quaisquer questões relacionadas à
matéria impugnada. (STJ, REsp 1.762.249/2018)

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DICA 158
DO EFEITO TRANSLATIVO
Por este efeito é possível que o tribunal conheça de ofício matérias de ordem pública, ou
seja, quando se devolve a matéria impugnada, com o efeito translativo do recurso,
devolve-se também toda e qualquer matéria de ordem pública.
Há corrente que defende não haver de fato um efeito translativo e que essa possibilidade
ocorre em razão da dimensão vertical do efeito devolutivo.

Conforme entendimento do STJ: O efeito translativo pode desencadear reforma


para pior, ou seja, agravar a situação do recorrente. Por força do efeito translativo dos
recursos, permite-se que o tribunal conheça, de ofício, de matérias de ordem pública não
havendo falar em reformatio in pejus. (STJ, AgInt no AREsp 848.116/2018)
O efeito translativo pode resultar em piora já que possibilita o conhecimento de matéria
de ofício, ainda que não impugnada. Contudo, para evitar decisão surpresa, é necessária
intimação prévia das partes.
O art. 933 do CPC prevê que “se o relator constatar a ocorrência de fato superveniente à
decisão recorrida ou a existência de questão apreciável de ofício ainda não
examinada que devam ser considerados no julgamento do recurso, intimará as
partes para que se manifestem no prazo de 5 (cinco) dias”.
Em relação aos recursos especial e extraordinário, o conhecimento das questões de ordem
pública deve observar o prequestionamento.
DICA 159
DO EFEITO SUBSTITUTIVO
O CPC/15 traz expressamente o efeito substitutivo no seu art. 1.008:
Art. 1.008. O julgamento proferido pelo tribunal substituirá a decisão impugnada no que
tiver sido objeto de recurso.
Com este efeito, o julgamento do órgão ad quem substitui a decisão atacada.
Caso não seja conhecido o recurso não haverá efeito substitutivo.

Caso o recurso seja conhecido com o julgamento do mérito haverá duas


opções:

Se o recorrente alegar error in judicando: erro de juízo/erro de interpretação (busca


reforma da sentença): o recurso terá efeito substitutivo, qualquer que seja a decisão.
O acórdão substituirá a decisão impugnada e será ele executado.

Se o recorrente alegou error in procedendo: erro de procedimento (busca


anulação/cassação do acórdão):

→ Se não for dado provimento ao recurso: há efeito substitutivo (acórdão substitui


a sentença);

→ Se for dado provimento ao recurso (cassa a sentença, manda voltar para primeira

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instância para nova decisão), não há efeito substitutivo.

DICA 160
DO EFEITO SUSPENSIVO

Com a interposição do recurso suspende-se a eficácia da decisão recorrida.


Não apenas a interposição de recurso em si, mas a possibilidade de sua interposição
(prazo recursal) tem o efeito suspensivo.
O efeito suspensivo não impede todos os efeitos da decisão, há alguns efeitos da
decisão que não se suspendem, de modo que há eficácia, ainda que que parcial, da
decisão recorrida, ou seja, mesmo com efeito suspensivo, a decisão pode surtir efeitos
práticos.

Ex.: a hipoteca judiciária é produzida mesmo que a decisão seja impugnada por
recurso dotado de efeito suspensivo é (art. §1º, III, do CPC).

Em regra os recursos não possuem efeito suspensivo, ou seja, os recursos não têm
efeito suspensivo ope legis como regra, existindo exceções:
Apelação (art. 1.012, CPC).
RE e REsp contra decisão de Incidentes de Resolução de demandas repetitivas (IRDR).
Há casos de efeito suspensivo ope judicis (concedido pelo juiz)
Quando o próprio desembargador/relator concede o efeito, porém, para que isso ocorra
é necessários alguns requisitos:
Risco de dano grave, de difícil ou impossível reparação (periculum in mora).
Probabilidade de provimento do recurso (fomus boni iuris)
DICA 161
DO EFEITO EXPANSIVO
O efeito expansivo se aplica quando o julgamento do recurso ensejar decisão mais
abrangente do que a matéria impugnada (expansivo objetivo) ou atingir sujeitos que não
participaram do recurso (expansivo subjetivo).

Efeito expansivo objetivo: É quando o julgamento do recurso ensejar decisão mais


abrangente do que a matéria impugnada.

Efeito expansivo objetivo interno: a decisão atinge capítulos não impugnados da


decisão recorrida. O recorrente ataca um capítulo da decisão, mas acaba atingindo outro.

Ex.: Recorrente ataca a condenação dos danos morais, em caso de provimento, atinge
o capítulo do quantum debeatur.

Efeito expansivo objetivo externo: quando o julgamento do recurso atinge atos


processuais diversos da decisão recorrida, nesse caso, o recorrente ataca uma
sentença, mas atinge outros atos processuais, que não a decisão impugnada.
Ex.: Recorre de uma sentença e seja provido o recurso também são atingidos os atos da
execução provisória tramitando na primeira instância.
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Efeito expansivo subjetivo: quando o julgamento do recurso atingir sujeitos que não
participaram do recurso.
Art. 1.005. O recurso interposto por um dos litisconsortes a todos aproveita, salvo se
distintos ou opostos os seus interesses.
DICA 162
DO EFEITO REGRESSIVO
Refere-se à possibilidade de a decisão ser revista pelo próprio órgão julgador.
Alguns recursos no processo civil, como os agravos, têm o efeito regressivo como regra.

Algumas apelações, de forma excepcional também terão efeito regressivo:


Apelação contra a sentença de indeferimento da petição inicial.
Apelação contra a sentença de improcedência liminar do pedido.
Apelação contra sentença que extingue o processo sem resolução de mérito.

Enunciado 293, FPPC - O juízo de retratação, quando permitido, somente poderá


ser exercido se a apelação for tempestiva.

Enunciado 68, CJF - A intempestividade da apelação desautoriza o órgão a quo a


proferir juízo positivo de retratação.

DICA 163
DO EFEITO DIFERIDO

Ocorre quando o conhecimento de determinado recurso depende da admissibilidade


de outro recurso.
É encontrado no âmbito do recurso adesivo, uma vez que esse depende da
admissibilidade do recurso principal.

O recurso adesivo, portanto, não se trata de uma modalidade autônoma de


interposição de recurso, mas de uma forma de interposição de recurso.
DICA 164
DOS PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE DOS RECURSO
São os requisitos analisados no recurso antes de adentrar ao mérito, com fulcro de
analisar se o recurso será conhecido ou não.
O debate do mérito enseja o (im) provimento do recurso.

Os pressupostos se dividem em:

Pressupostos Subjetivos: Legitimidade e Interesse.

Pressupostos Objetivos: Cabimento, Tempestividade, Preparo, Regularidade formal e


Inexistência de fato impeditivo ou extintivo do direito de recorrer.

Podem também ser divididos em:


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Pressupostos Intrínsecos: Legitimidade, Interesse, Cabimento e Inexistência de


fato impeditivo ou extintivo do direito de recorrer

Pressupostos Extrínsecos: Tempestividade, Preparo e Regularidade formal.


DICA 165
DA LEGITIMIDADE RECURSAL DO TERCEIRO PREJUDICADO
De acordo com o art. 996 do CPC, além da parte vencida e do MP, o recurso também pode
ser interposto pelo terceiro prejudicado.

Terceiro prejudicado é aquele que não fez parte da relação processual, mas pode
interpor o recurso.

Cumpre ao terceiro demonstrar a possibilidade de a decisão sobre a relação jurídica


submetida à apreciação judicial atingir direito de que se afirme titular ou que possa
discutir em juízo como substituto processual.

Quanto a verba relativa a sucumbência e o direito autônomo do advogado


(terceiro prejudicado), assim decidiu o STJ: A verba relativa à sucumbência, a despeito
de constituir direito autônomo do advogado, não exclui a legitimidade concorrente
da parte para discuti-la. Precedentes. (STJ, AgRg no AREsp 637.405/2015)

Exemplos de legitimidade do terceiro prejudicado:


Advogado recorrendo da decisão com relação aos honorários. A parte representada
também é legitimada neste caso.
Litisconsorte necessário não citado.
Agente público em Mandado de Segurança impetrado apenas contra o órgão.

O terceiro prejudicado não possui prazo em dobro.

DICA 166
DO INTERESSE RECURSAL
O interesse recursal é composto pela necessidade somado a utilidade do recurso.
Quanto à necessidade, é preciso utilizar-se das vias recursais com fim de atingir um
objetivo. As vezes não se faz necessário a interposição de um recuso para atacar uma
decisão.
Por outro lado, a utilidade quer dizer que o recurso deve ser capaz de trazer situação
mais vantajosa para a parte que recorre, gerando um proveito prático.
DICA 167
DO PREPARO

O preparo envolve o custo financeiro da interposição de um recurso, ou seja, as custas


e porte de remessa e retorno, exceto no caso de PJe.
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Conforme previsão do art. 1.007 do CPC, no ato de interposição do recurso, o
recorrente comprovará, quando exigido pela legislação pertinente, o respectivo preparo,
inclusive porte de remessa e de retorno, sob pena de deserção.
São dispensados de preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, os recursos
interpostos pelo Ministério Público, pela União, pelo Distrito Federal, pelos Estados, pelos
Municípios, e respectivas autarquias, e pelos que gozam de isenção legal.

A insuficiência no valor do preparo, inclusive porte de remessa e de retorno,


implicará deserção se o recorrente, intimado na pessoa de seu advogado, não vier a supri-
lo no prazo de 5 (cinco) dias. Será, porém, vedada a complementação se houver
insuficiência parcial do preparo, inclusive porte de remessa e de retorno.
Provando o recorrente justo impedimento, o relator relevará a pena de deserção, por
decisão irrecorrível, fixando-lhe prazo de 5 dias para efetuar o preparo.

É dispensado o recolhimento do porte de remessa e de retorno no processo em


autos eletrônicos.
O recorrente que não comprovar, no ato de interposição do recurso, o recolhimento do
preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, será intimado, na pessoa de seu
advogado, para realizar o recolhimento em dobro, sob pena de deserção.

Portanto, a ausência de recolhimento do preparo, permite-se o recolhimento


posterior desde que em dobro.
A regra, portanto, é que o preparo seja imediato, devendo o pagamento ser
comprovado no ato de interposição do recurso.
Entretanto, o STJ já admitiu uma exceção:

Súmula 484 do STJ: Admite-se que o preparo seja efetuado no primeiro dia
útil subsequente, quando a interposição do recurso ocorrer após o encerramento do
expediente bancário.

O STJ, no informativo 565 admitiu a comprovação por recibo extraído da


internet:
O pagamento do preparo recursal pode ser comprovado por intermédio de recibo
extraído da internet, desde que esse meio de constatação de quitação possibilite a
aferição da regularidade do recolhimento.
O equívoco no preenchimento da guia de custas não implicará a aplicação da pena de
deserção, cabendo ao relator, na hipótese de dúvida quanto ao recolhimento, intimar o
recorrente para sanar o vício no prazo de 5 dias.

DICA 168
DA EXTINÇÃO DO PROCESSO DE EXECUÇÃO
A execução será extinta quando:
a petição inicial for indeferida;
a obrigação for satisfeita;
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o executado obtiver, por qualquer outro meio, a extinção total da dívida;
o exequente renunciar ao crédito;
ocorrer a prescrição intercorrente.

→ A extinção só produz efeito quando declarada por sentença.

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DIREITO EMPRESARIAL
DICA 169
CONTRATOS EMPRESARIAIS: CONCEITO E PRINCÍPIOS

Contrato empresarial: É o contrato realizado por empresários ou empresas para


fins de realizar a atividade econômica. São contratos realizados no cotidiano da
empresa, para obtenção de seus fins. Não se confunde com contratos do âmbito do direito
do consumidor ou mesmo contratos de trabalho e divergem em parte de contratos civis
típicos, por terem princípios específicos.

São princípios do contrato mercantil, conforme doutrina de Fabio Ulhoa


Coelho:

Princípio da autonomia da vontade: Os empresários tem ampla liberdade


negocial, em geral, diferentemente de contratos de consumo, que são contratos
massificados ou mesmo contratos de trabalho. Excepcionalmente haverá contratos
empresariais de adesão, mas sempre com a possibilidade do empresário aderir ou não
ao contrato. A autonomia da vontade, enquanto princípio do direito contratual
empresarial é decorrência dos princípios constitucionais da livre-iniciativa e da livre
concorrência.

Princípio da vinculação dos contratantes ao contrato: O grau de vinculação dos


empresários ao contrato empresarial é maior do que das partes nos contratos civil ou de
consumo e, dessa forma, a imprevisibilidade que pode ser invocada comumente em
contratos de consumo, dificilmente serão aceitas na esfera mercantil, pois o risco faz
parte do empreendimento.

Princípio da proteção do contratante dependente: A assimetria de direito


comercial é muito diferente da existente no contrato de trabalho (o empresário nunca é
hipossuficiente como o empregado) e no contrato de consumo (não é vulnerável como o
consumidor), mas, por vezes, um empresário, como é o caso do franqueado está em
assimetria em relação ao franqueador, ou seja, está em uma posição mais enfraquecida.

Princípio da eficácia dos usos e costumes: O direito consuetudinário é típico dos


contratos empresariais. Muitas vezes o contrato é criado pelos usos e costumes, para
somente depois ser regulamentado. Assim, a dinâmica do mercado que exige rapidez e
soluções maleáveis é melhor atendida.

DICA 170
CONTRATOS MERCANTIS: DECLARAÇÃO DOS DIREITOS DE LIBERDADE
ECONÔMICA
A Declaração de direitos da liberdade econômica, a Lei 13.874/2019 trouxe diversas
mudanças na seara empresarial e no direito privado em geral, com vistas a trazer maiores
garantias à liberdade de mercado. Nesse aspecto, a Lei de liberdade econômica introduziu
mudança no CC/02 para fins de distinção de contratos empresariais de contratos civis.

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Destaca-se que, no âmbito do artigo 421, do CC/02, exige-se o cumprimento da função
social do contrato, aplicável a todo o artigo, inclusive aos contratos empresariais!
O parágrafo único do artigo 421 do CC/02, também foi modificado pela lei de liberdade
econômica para afirmar que nas relações contratuais privadas, prevalecerão o princípio
da intervenção mínima e a excepcionalidade da revisão contratual. Nesse sentido,
apenas de forma excepcional é que se poderá intervir em um contrato empresarial,
respeitando-se ao máximo a liberdade contratual. Válida a transcrição do art.421-A, do
CC/02:

Art. 421-A. Os contratos civis e empresariais presumem-se paritários e simétricos até a


presença de elementos concretos que justifiquem o afastamento dessa presunção,
ressalvados os regimes jurídicos previstos em leis especiais, garantido também que:
I - as partes negociantes poderão estabelecer parâmetros objetivos para a interpretação
das cláusulas negociais e de seus pressupostos de revisão ou de resolução;
II - a alocação de riscos definida pelas partes deve ser respeitada e observada; e
III - a revisão contratual somente ocorrerá de maneira excepcional e limitada.
De acordo com a JDCom. nº 29: Aplicam-se aos negócios jurídicos entre
empresários a função social do contrato e a boa-fé objetiva (arts. 421 e 422 do Código
Civil), em conformidade com as especificidades dos contratos empresariais.

Dica 171
CONTRATOS MERCANTIS: DECLARAÇÃO DOS DIREITOS DE LIBERDADE
ECONÔMICA
Quanto à interpretação dos contratos mercantis, a lei da liberdade econômica trouxe
significativas mudanças a partir da inserção do art. 113, do CC/02, que são aplicáveis a
qualquer contrato privado.

Segundo o art.113, CC/02. Os negócios jurídicos devem ser interpretados


conforme a boa-fé e os usos do lugar de sua celebração. A interpretação do
negócio jurídico deve lhe atribuir o sentido de:

for confirmado pelo comportamento das partes posterior à celebração do negócio;

corresponder aos usos, costumes e práticas do mercado relativas ao tipo de negócio;

corresponder à boa-fé;

For mais benéfico à parte que não redigiu o dispositivo, se identificável.

corresponder a qual seria a razoável negociação das partes sobre a questão


discutida, inferida das demais disposições do negócio e da racionalidade econômica das
partes, consideradas as informações disponíveis no momento de sua celebração.

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Dica 172
CONTRATOS MERCANTIS: TIPOS DE CONTRATOS EMPRESARIAIS

De acordo com Fabio Ulhoa Coelho, citado por Ricardo Negrão, os contratos
empresariais podem ser classificados conforme sua função econômica:
Contratos associativos ou de organização e de prevenção de riscos: exemplos:
contrato de seguro, contrato de crédito, LEASING e CONTRATOS BANCÁRIOS.
Contratos de cooperação ou colaboração empresarial: exemplos: contratos de
distribuição, intermediação e concessão (contratos de atividade).
Contratos de colaboração por aproximação: não há aqui associação, mas mera
colaboração. Em geral, o colaborador não assume o risco do empreendimento. Exemplos:
Tais são, entre outros, os contratos de mandato, de edição, de representação e de
agência.
Dica 173
CONTRATOS MERCANTIS: NOVO CONTRATO DE FRANQUIA
De acordo com o DOD (dizer o direito), franquia é um contrato por meio do qual uma
empresa (franqueador) transfere a outra (franqueado) o direito de usar a sua marca
ou patente e de comercializar seus produtos ou serviços, podendo, ainda, haver a
transferência de conhecimentos do franqueador para o franqueado.
Atualmente a Lei que rege o contrato de franquia é a Lei 13.966 de dezembro de 2019,
que revogou a Lei 8.955 de 1994 (antiga lei de Franquia). A franquia não é contrato de
consumo, mas de adesão, e, ainda assim, contrato mercantil bastante comum na
sociedade em que o Franqueado, após atender algumas condições contratuais, pode se
utilizar de modelo de negócio, por exemplo.

Nesse sentido, diz a nova lei:

Art. 1º. Esta Lei disciplina o sistema de franquia empresarial, pelo qual um
franqueador autoriza por meio de contrato um franqueado a usar marcas e outros
objetos de propriedade intelectual, sempre associados ao direito de produção ou
distribuição exclusiva ou não exclusiva de produtos ou serviços e também ao direito de
uso de métodos e sistemas de implantação e administração de negócio ou sistema
operacional desenvolvido ou detido pelo franqueador, mediante remuneração direta ou
indireta, sem caracterizar relação de consumo ou vínculo empregatício em relação ao
franqueado ou a seus empregados, ainda que durante o período de treinamento.

Dica 174
FRANQUIA
O contrato de franquia é considerado um contrato solene, ou seja, exige a existência de
um contrato escrito, ao contrário dos contratos meramente consensuais, tanto é assim
que se exige uma série de requisitos legais que devem constar na circular de oferta.

Todavia, recentemente, o STJ entendeu pela possibilidade de reconhecimento de


contrato de franquia, ainda que o mesmo não tenha sido realizado de forma solene.

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Dica 175
FRANQUIA
De acordo com art. 3º da nova lei de franquias, quando o Franqueador sublocar ao
Franqueado o ponto comercial relativo à franquia, qualquer uma das partes terá
legitimidade para propor a renovação do contrato de locação do imóvel, vedada a
exclusão de qualquer uma delas do contrato de locação e de sublocação por ocasião da
sua renovação ou prorrogação, salvo nos casos de inadimplência dos respectivos
contratos ou do contrato de franquia.
Assim, a lei de Franquia, quanto ao contrato de sublocação é diferente da Lei de
Locações geral, que somente permite a legitimidade para propor ação renovatória de
aluguel ao próprio sublocatário, nos termos do art.51 §1º da Lei de Locações,
enquanto a lei de franquia permite esse direito a qualquer uma das partes (franqueador
ou franqueado).
Dica 176
ARRENDAMENTO MERCANTIL (LEASING)
O Leasing é o contrato em que uma instituição financeira tem um bem e resolve arrenda-
lo (alugar) ao devedor, com a possibilidade de, no final, o arrendatário (devedor)
OPTE por comprar o bem. É também conhecido como Arrendamento mercantil. De
acordo com a doutrina de André Santa Cruz, pode-se resumir o arrendamento mercantil
da seguinte forma:

É um contrato de locação em que se asseguram ao arrendatário três opções ao


final do aluguel:
renovar a locação;
encerrar o contrato, não mais renovando a locação;
comprar o bem alugado, pagando-se o valor residual.
Dica 177
MODALIDADES DE LEASING
André Cruz menciona que de acordo com a Resolução 2.309/1996 do BACEN, mencionada
acima, existem duas espécies de leasing:

Leasing Financeiro: bem arrendado não pertence à Arrendadora, mas é indicado


(escolhido) pelo arrendatário (locatário). Como a Arrendadora terá um custo maior para
adquirir o referido bem da forma escolhida pelo devedor, o referido valor será incluído nos
custos das prestações e valor residual a ser pago no final, portanto será baixo.

Leasing Operacional: nesse tipo contratual, o bem pertence ao Arrendador, que


então apenas o aluga ao Arrendatário, sem ter o custo inicial de aquisição do bem,
comprometendo-se também a prestar assistência técnica. Aqui a soma das prestações do
aluguel não pode ultrapassar 75% do valor do bem, mas o valor residual é alto.

Leasing Operacional: doutrina aponta ainda a 3ª modalidade de leasing, que é a


lease back ou leasing de retorno. Aqui o bem arrendado era de propriedade do
arrendatário, que o vende à arrendadora para depois arrendá-lo, podendo, obviamente,
readquirir o bem ao final do contrato, caso se utilize da opção de compra pagando o valor
residual.
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Dica 178
ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA EM GARANTIA
Na Alienação Fiduciária o bem é de propriedade do próprio devedor, que é dado como
garantia ao credor (instituição financeira), sendo que a propriedade somente retorna ao
devedor após o pagamento integral da operação, caso o proprietário quite integralmente a
operação. Segundo André Santa Cruz, o contrato de alienação fiduciária em garantia é um
contrato instrumental em que uma das partes, em confiança, aliena a outra a propriedade
de determinado bem, móvel ou imóvel, ficando esta parte (uma instituição financeira, em
regra) obrigada a devolver àquela o bem que lhe foi alienado quando verificada a
ocorrência de determinado fato. Diz-se que é contrato instrumental porque, em regra, é
formalizado como um meio para a concretização de um outro negócio principal. Assim,
geralmente está associada a um mútuo, servindo-lhe de garantia.

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DIREITO PENAL
DICA 179
DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO: LATROCÍNIO
Roubo qualificado que é crime hediondo;
A morte deve decorrer sempre da violência;
A morte deve ocorrer no momento e em razão do assalto. Se a morte for posterior
haverá concurso entre o homicídio e o roubo;
Não é latrocínio quando um assaltante mata o outro para ficar com o produto do
crime.

CONSUMAÇÃO: depende sempre da morte, segundo a súmula 610 do STF:

ROUBO TENTADO + MORTE TENTADA = LATROCÍNIO TENTADO

ROUBO TENTADO + MORTE CONSUMADA = LATROCÍNIO CONSUMADO

ROUBO CONSUMADO + MORTE TENTADA = LATROCÍNIO TENTADO

ROUBO CONSUMADO + MORTE CONSUMADA = LATROCÍNIO CONSUMADO

DICA 180
EXTORSÃO

Constranger mediante violência ou grave ameaça;


Tem como fim específico a vantagem econômica indevida. Aqui, ao contrário do roubo, a
colaboração da vítima é indispensável e a vantagem buscada é futura:

Ex: exigir que a vítima forneça a senha bancária para sacar os valores, logo, sem a
“colaboração” da vítima não é possível. Entenda que essa colaboração não é,
logicamente, voluntária;

SEQUESTRO RELÂMPAGO: é modalidade de extorsão qualificada pela restrição da


liberdade da vítima;

DIFERENÇA DO SEQUESTRO RELÂMPAGO PARA A EXTORSÃO MEDIANTE


SEQUESTRO:

Na extorsão qualificada (sequestro relâmpago), a vítima tem a sua liberdade


restringida e a vantagem econômica é exigida dela mesma.

Ex.: agente que entra no carro da vítima e a mantém sob o seu poder até que
informe as senhas bancárias para realizar saques e transações.

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Já na extorsão mediante sequestro, a vítima tem a liberdade restringida, mas a


vantagem é exigida de terceira pessoa.

Ex.: pessoa que fica em cativeiro enquanto o agente liga para familiares da vítima
para pedir o resgate.

DICA 181
ESTELIONATO

Elementos estruturais: fraude + vantagem ilícita + prejuízo alheio;


Diferença com furto mediante fraude: aqui a fraude é empregada para enganar a
vítima e fazer com que ela mesma entregue a vantagem para o agente;

Nova hipótese de estelionato qualificado (fraude eletrônica): utilização de


informações fornecidas pela vítima ou por terceiro induzido a erro por meio de redes
sociais, contatos telefônicos ou envio de correio eletrônico fraudulento;
Causa de Aumento: se vítima for idosa ou vulnerável - 1/3 ao dobro.
CUIDADO: embora a causa de aumento se aplique ao IDOSO (a partir de 60 anos), a
ação necessitará de representação quando a vítima tiver mais de 70 anos!

ATENÇÃO!

Inovação do pacote anticrime.


O estelionato somente se procede mediante representação, salvo se a vítima for:

→ Administração Pública, direta ou indireta;


→ Criança ou adolescente;
→ Pessoa com deficiência mental; ou
→ Maior de 70 anos de idade ou incapaz.

DICA 182
RECEPTAÇÃO

São crimes acessórios, vassalo ou parasitários (precisa de crime anterior);


A pena será em dobro se o bem for público;

Culposa: quando é possível presumir a origem criminosa, mas não se sabe com
certeza, pelo preço que pagou, pelas condições de quem vendeu e etc. Cabe perdão
judicial se primário.

ATENÇÃO!!

Disposições gerais sobre os crimes contra o patrimônio:

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→ será isento de pena nos crimes patrimoniais sem violência e grave ameaça à
pessoa: o cônjuge, ascendente ou descendente (inclusive o adotivo);

→ essa isenção é chamada de escusa absolutória;


→ essa isenção não se aplica se a vítima tiver 60 anos ou mais.

DICA 183
DOS CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL – ESTUPRO

Violência ou grave ameaça + conjunção carnal ou ato libidinoso;

O beijo lascivo integra o rol de atos libidinosos e pode configurar o crime de estupro
se obtido mediante emprego de força física do agressor contra vítima maior de 14 anos;

A ação penal será sempre incondicionada;

Será qualificado o crime se a vítima tiver mais de 14 e menos de 18 anos, se ocorrer


lesão corporal grave ou morte.
DICA 184
ESTUPRO DE VULNERÁVEL

Conjunção carnal ou ato libidinoso + MENOR de 14 anos ou pessoa com


enfermidade ou deficiência mental sem o necessário discernimento;

O estado de sono, que diminua a capacidade da vítima de oferecer resistência,


caracteriza a vulnerabilidade prevista no art. 217-A, § 1º, do Código Penal – CP (STJ);

No crime de estupro de vulnerável não há a possibilidade de consentimento;

Pouco importa se a vítima menor de 14 anos namora com o agente, se tem


experiência sexual anterior, se é garota de programa, se concordou com a prática, pois a
violência é considerada presumida.

QUESTÃO FGV – OAB, 2016.


Durante dois meses, Mário, 45 anos, e Joana, 14 anos, mantiveram relações sexuais
em razão de relacionamento amoroso. Apesar do consentimento de ambas as partes, ao
tomar conhecimento da situação, o pai de Joana, revoltado, comparece à Delegacia e
narra o ocorrido para a autoridade policial, esclarecendo que o casal se conhecera no
dia do aniversário de 14 anos de sua filha.
Considerando apenas as informações narradas, é correto afirmar que a conduta de
Mário
(a) é atípica, em razão do consentimento da ofendida.
(b) configura crime de estupro de vulnerável.
(c) é típica, mas não é antijurídica, funcionando o consentimento da ofendida como
causa supralegal de exclusão da ilicitude.
(d) configura crime de corrupção de menores.

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GABARITO: Letra A.
COMENTÁRIO: No caso em tela, tem-se que a conduta de Mário é atípica, uma vez
que houve o consentimento da ofendida. Todavia, caso Joana tivesse menos de 14
anos, a conduta de Mario configuraria crime de estupro de vulnerável, previsto no artigo
217-A do Código Penal, pois, neste caso, o consentimento da vítima seria irrelevante.
Súmula 593 do STJ: O crime de estupro de vulnerável se configura com a conjunção
carnal ou prática de ato libidinoso com menor de 14 anos, sendo irrelevante eventual
consentimento da vítima para a prática do ato, sua experiência sexual anterior ou
existência de relacionamento amoroso com o agente.

DICA 185
CORRUPÇÃO DE MENORES

Induzir alguém menor de 14 (catorze) anos a satisfazer a lascívia de outrem, ou


seja;

ATENÇÃO!

Nesse crime o agente induz o menor a satisfazer a lascívia de terceiro, mas não pode
ser com a prática de ato libidinoso;

Se o agente induz o menor de 14 anos a praticar um ato libidinoso propriamente dito,


como sexo oral, por exemplo, será partícipe no crime de estupro de vulnerável;
COMO ENTÃO O CRIME SE CONSUMA?
O agente pode induzir a vítima menor de 14 anos a ficar nua ou dançar sensualmente
na frente do terceiro, por exemplo.
DICA 186
DIVULGAÇÃO DE CENA DE ESTUPRO OU DE CENA DE ESTUPRO DE VULNERÁVEL,
DE CENA DE SEXO OU DE PORNOGRAFIA

Oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, vender ou expor à venda, distribuir, publicar


ou divulgar;

Fotografia, vídeo ou outro registro audiovisual;

Cena de estupro ou de estupro de vulnerável ou que faça apologia ou induza a sua


prática;

Cena de sexo, nudez ou pornografia sem consentimento da vítima (porn revenge).

Exclusão da ilicitude no crime de divulgação de cena se sexo ou estupro (não


será crime):

Publicação de natureza jornalística, científica, cultural ou acadêmica;


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Com recurso que impossibilite a identificação da vítima ou;

Prévia autorização, caso seja maior de 18 anos.

DICA 187
ASSÉDIO SEXUAL

Constrangimento;

Vantagem ou favorecimento sexual;

Abuso da superioridade hierárquica ou ascendência relacionada a emprego, cargo ou


função;

Causa de aumento (1/3): vítima menor de 18 anos;

É possível a configuração do crime de assédio sexual na relação entre professor e


aluno (STJ);
DICA 188
CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA: CRIMES FUNCIONAIS
Crimes funcionais são os próprios que exigem a condição de funcionário público para
figurar como sujeito ativo (autor do crime).

Apenas dois crimes contra a fé pública são próprios de funcionário público:

Falso reconhecimento de firma ou letra - Art. 300, CP.

Certidão ou atestado ideologicamente falso - Art. 301, CP.

ATENÇÃO!

Não confunda com o crime de falsidade ideológica, que é um crime COMUM.

CUIDADO: todos os crimes contra a fé pública são dolosos, ou seja, só podem ser
praticados com intenção do agente;

Logo, qualquer alternativa que traga um crime contra fé pública que tenha sido
praticado por negligência, imprudência ou imperícia estará ERRADO!
DICA 189
PAPÉIS PÚBLICOS
Não confunda o crime de falsificação de documento público com o crime de falsificação de
PAPEL PÚBLICO.
São PAPÉIS PÚBLICOS:

Selo tributário

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Crédito Público (exceto moeda de curso legal)

Cautela de penhor

Caderneta da Caixa Econômica

Papel de arrecadação de renda pública

Ex: alvará, guia judicial

Passe estudantil (predileção da Vunesp)

Vale-postal

DICA 190
PENAS E COMPETÊNCIA
Os crimes de Falsificação de Títulos e papéis públicos são punidos com reclusão;
O crime de petrechos de falsificação é de menor potencial ofensivo (da competência
dos Juizados Especiais);

O crime de petrechos de falsificação tem causa de aumento de 1/6 se praticado por


funcionário público, logo, na figura do CAPUT é crime comum, que pode ser praticado
por qualquer pessoa.
DICA 191
FIGURAS PRIVILEGIADAS
O crime de falsificação de papéis públicos tem três condutas privilegiadas.

Duas delas são: suprimir carimbo de que indicava a inutilização do título para utilizá-
lo novamente; usar esse título com o sinal suprimido; nessas, a pena será de reclusão
de 1 a 4 anos e multa;

A terceira é devolver à circulação os papéis alterados ou falsificados depois de receber


de boa-fé e perceber a sua falsificação; esta tem a pena ainda menor, de detenção de
seis meses a dois anos OU multa;

A pena do crime de falsificação de papéis públicos é de reclusão de dois a oito anos e


multa.

DICA 192
USO E RESTITUIÇÃO DA CIRCULAÇÃO DE SELO FALSIFICADO

ATENÇÃO!

O art. 293 estabelece que será punido com a mesma pena da falsificação (reclusão,
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de 2 a 8 anos) aquele que usa ou restitui à circulação selo falsificado destinado a
controle tributário.
PORÉM, segundo o §4º do mesmo artigo, quem usa ou restitui à circulação, embora
recebido de boa-fé, qualquer dos papéis falsificados ou alterados, depois de conhecer
a falsidade ou alteração, incorre na pena de detenção, de seis meses a dois anos, ou
multa.
OU SEJA, se a questão disser que o agente recebeu de boa-fé e somente depois
percebeu a falsificação do selo destinado a controle tributário e colocou de volta à
circulação será aplicada a pena de detenção de 6 meses a 2 anos.
Por outro lado, se não disser que recebeu de boa-fé, será punido com a pena de
reclusão, de 2 a 8 anos.

O ESQUEMA É ASSIM:

RECEBEU DE MÁ-
RECEBEU DE BOA-FÉ

Detenção, de 6 meses Reclusão, 2 a 8


Usar Papel Público
a 2 anos anos

Detenção, de 6 meses
Usar Selo Tributário Reclusão, 2 a 8 anos
a 2 anos

Restituir à Detenção, de 6 meses


Papel Público -----------
Circulação a 2 anos

Restituir à Detenção, de 6 meses


Selo Tributário Reclusão, 2 a 8 anos
Circulação a 2 anos

ATENÇÃO! Usar papel público com sinal de adulteração suprimido responderá por
pena de 1 a 4 anos.

USAR Papel público falsificado que recebeu de Detenção, de 6 meses a 2


boa-fé anos

USAR Papel público com sinal de inutilização Reclusão, de 1 a 4 anos


suprimido

USAR Papel público falsificado que recebeu de Reclusão, de 2 a 8 anos


boa-fé

DICA 193
PETRECHOS DE FALSIFICAÇÃO

O crime se perfaz com a prática de qualquer uma das condutas listadas na tabela
abaixo:
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CONDUTAS

Fabricar

Adquirir

Fornecer

Possuir

Guardar

Em relação a objeto que seja especialmente destinado à falsificação de qualquer


papel público.
DICA 194
FALSIDADE DOCUMENTAL: DOCUMENTOS PÚBLICOS EQUIPARADOS
O Código Penal elenca cinco documentos que são equiparados a documento público.

São eles:

L Livros Mercantis

A Ações de Sociedade Comercial

T Título ao Portador ou Transmissível por Endosso

T Testamento Particular

E Entidade Paraestatal

CUIDADO!

A falsificação de CHEQUE é crime de falsificação de documento público;

A falsificação de cartão de crédito ou débito é crime de falsificação de documento


particular.

DICA 195
FALSIDADE IDEOLÓGICA
No crime de falsidade ideológica o documento é materialmente verdadeiro, sendo falso
apenas o seu conteúdo;

Os verbos do tipo são: Omitir, Inserir ou Fazer Inserir a informação;

Para que haja o crime, o agente deve ter um dentre três objetivos: prejudicar direito,
criar obrigação ou alterar a verdade sobre um fato.

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É crime comum, pois pode ser praticado por qualquer pessoa, mas se for praticado
por funcionário público utilizando-se do cargo, a pena será aumentada em 1/6.
Na falsidade ideológica há a falsidade de uma informação dentro de um documento
público ou particular verdadeiro;

Ex.: o indivíduo que vai tirar um documento de identidade e mente sobre a sua idade,
por exemplo. O Documento gerado será verdadeiro, mas a informação ali contida (data de
nascimento) será falsa!
Se o agente for funcionário público ou se a falsidade se der em assento de registro civil a
pena será aumentada em 1/6.
DICA 196
FALSIFICAÇÃO DE DOCUMENTO PÚBLICO PREVIDENCIÁRIO
O §3º do artigo 297 traz figuras equiparadas ao crime de falsificação de documento
público;
Nessas figuras, os verbos também são omitir, inserir ou fazer inserir, assim como na
falsidade ideológica, mas NÃO CONFUNDA!

A diferença está que essas figuras equiparadas estão sempre relacionadas à


PREVIDÊNCIA, como inserir pessoa em folha de pagamento para fazer prova na
previdência, inserir declaração falsa em carteira de trabalho, omitir dados do segurado no
contrato de trabalho, dentre outros;
Ou seja, quando verificar os verbos omitir, inserir e fazer inserir, preste atenção se o
objetivo é fazer prova junto à Previdência: em caso positivo, será o crime de
Falsificação de Documento Público (art. 297); caso contrário, provável que seja o crime
de Falsidade Ideológica (art. 299).
DICA 197
NÃO SE ADMITE NOS CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA

Tentativa;

reconhecimento do princípio da insignificância;

responsabilização a título de culpa;

Arrependimento Posterior;
BIZU: TICA não tem FÉ.
DICA 198
ATESTADO FALSO

MUITA ATENÇÃO!

Existem quatro crimes que podem ser praticados quando falamos de falsidade
(formal ou material) de atestado:

Falsidade ideológica: pode acontecer quando um profissional da área da saúde,


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que não seja médico e nem funcionário público, emite um atestado formalmente
verdadeiro com conteúdo falso.

Ex.: amigo dentista particular emite um atestado para abonar falta na faculdade;

Certidão ou atestado ideológicamente falso: muito parecido com a situação


anterior, mas nesse caso pode ser emitido por qualquer profissional desde que seja
funcionário público e o objetivo esteja relacionado a cargo público.

Ex.: chefe de cartório emite certidão de comparecimento em audiência para isenção


em serviço de júri;

Falsidade material de atestado ou certidão: quando qualquer pessoa (não


precisa ser da área da saúde e nem funcionário público) falsifica (formalmente) na
íntegra um atestado ou modifica um existente para obtenção de qualquer vantagem;

Falsidade de atestado médico: quando o médico emite atestado falso. Não


precisa ser funcionário público, não pode ser o dentista ou veterinário. Não exige
objetivo específico.

Ex.: médico emite atestado de que sua esposa está com covid para que ela não
precise ir a um aniversário.

DICA BÔNUS

Atestar ou certificar falsamente

CERTIDÃO OU ATESTADO Em razão da função pública


IDEOLOGICAMENTE FALSO
Fato ou circunstância que habilite alguém a obter
cargo público, isenção de ônus ou de serviço de
caráter público, ou qualquer outra vantagem

Tipo de falsidade ideológica, pois o documento é


verdadeiro, mas o conteúdo é falso.

Falsificar, no todo ou em parte, atestado ou


certidão, ou alterar o teor de certidão ou de
atestado verdadeiro.
FALSIDADE MATERIAL DE
ATESTADO OU CERTIDÃO Qualquer pessoa

Para prova de fato ou circunstância que


habilite alguém a obter cargo público, isenção
de ônus ou de serviço de caráter público, ou
qualquer outra vantagem

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FALSIDADE MATERIAL DE
ATESTADO OU CERTIDÃO Tipo de falsidade material, pois o
documento em si se torna falso pela
adulteração.

Dar atestado falso


FALSIDADE DE ATESTADO
MÉDICO O médico, no exercício da profissão

Sem fim específico

Tipo de falsidade ideológica, pois o


documento é verdadeiro, mas o conteúdo é
falso.

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PROCESSO PENAL
DICA 199
FLAGRANTE PREPARADO X FLAGRANTE ESPERADO
O flagrante preparado é ilegal. Ao passo que o flagrante esperado é possível.

Flagrante preparado: ocorre quando alguma pessoa instiga, ou seja, estimula,


incentiva uma pessoa à prática do crime, com o objeto de depois prendê-lo em
flagrante.
A doutrina se refere ao flagrante preparado como uma cena de teatro, o que torna ilegal a
prisão e, mais do que isso: sequer haveria crime nessa conduta!

Súmula 145 do STF: NÃO há crime, quando a preparação do flagrante pela


polícia torna impossível a sua consumação.

Flagrante esperado: no flagrante esperado, a situação é distinta. NÃO há qualquer


induzimento ou provocação por parte de uma terceira pessoa. Aqui, a autoridade
policial, tendo informações, apenas espera o momento do cometimento do delito para
realizar a prisão em flagrante.

Ex.: a polícia tem informações de que uma determinada quadrilha vai estourar um
determinado caixa eletrônico, num determinado dia e hora. A polícia, ao invés de
prontamente desmantelar a quadrilha, espera, monta uma campana, e aguarda o dia e
hora ajustados para prendê-los em flagrante.

É por isso que o flagrante esperado é possível e válido. já o flagrante preparado não!!!

QUESTÃO FGV – OAB, 2020.


Durante escuta telefônica devidamente deferida para investigar organização criminosa
destinada ao contrabando de armas, policiais obtiveram a informação de que Marcelo
receberia, naquele dia, grande quantidade de armamento, que seria depois repassada a
Daniel, chefe de sua facção.
Diante dessa informação, os policiais se dirigiram até o local combinado. Após
informarem o fato à autoridade policial, que o comunicou ao juízo competente, eles
acompanharam o recebimento do armamento por Marcelo, optando por não o prender
naquele momento, pois aguardariam que ele se encontrasse com o chefe da sua
organização para, então, prendê-los. De posse do armamento, Marcelo se dirigiu ao
encontro de Daniel e lhe repassou as armas contrabandeadas, quando, então, ambos
foram surpreendidos e presos em flagrante pelos policiais que monitoravam a
operação.
Encaminhados para a Delegacia, os presos entraram em contato com um advogado
para esclarecimentos sobre a validade das prisões ocorridas.
Com base nos fatos acima narrados, o advogado deverá esclarecer aos seus clientes
que a prisão em flagrante efetuada pelos policiais foi:
(a) ilegal, por se tratar de flagrante esperado.
(b) legal, restando configurado o flagrante preparado.

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Memorex OAB – Exame XXXIV – Rodada 05
(c) legal, tratando-se de flagrante retardado.
(d) ilegal, pois a conduta dos policiais dependeria de prévia autorização judicial.
GABARITO: Letra C.
COMENTÁRIO: O flagrante retardado também pode ser denominado de esperado,
retardado, diferido, postergado.
Fique atento!
Lei 11.343 (drogas) – deve ter autorização judicial + demonstrar saber toda a rotina da
facção criminosa + Manifestação do MP.
Lei 12.850 (organização criminosa) – não precisa ter autorização judicial, precisa ter
somente a comunicação judicial e ministerial.
Lei 9.613/98 (lavagem de capitais) - também prevê o instituto da ação controlada
devendo haver prévia manifestação do MP.

DICA 200
AÇÃO CONTROLADA (OU FLAGRANTE PRORROGADO)
A ação controlada é um instituto importante, disciplinada pela Lei das Organizações
Criminosas (Lei 12.850/2013) e pela Lei de Drogas (Lei 11.343/06).

A ação controlada (também chamada de flagrante prorrogado) se aproxima


bastante do flagrante esperado, mas com ele não se confunde.

A autoridade policial tem o dever de realizar o flagrante (art. 301). Nesse sentido, a
ação controlada é uma verdadeira autorização para que a prisão em flagrante seja
adiada para outro momento, mais oportuno para as investigações.

A polícia adia/retarda a intervenção policial visando a formação de um maior acervo


de provas e obtenção de informações. A polícia sabe que o crime está ocorrendo, mas
não faz o flagrante para pegar maiores informações sobre aquela organização criminosa.
Isso porque, muitas vezes, no combate à criminalidade organizada (Organizações
Criminosas), o mais importante não é combater os pequenos criminosos, na linha de
frente da organização criminosa. É muito difícil alcançar a “cabeça”, o alto escalão dessas
organizações. Daí porque a lei autoriza não fazer o flagrante para obter maiores provas
sobre a organização e funcionamento daquela criminalidade organizada.

Esse adiamento deve ser previamente comunicado ao juiz (art. 8º, §1º, Lei
12.850/2013).
DICA 201
AUDIÊNCIA DE CUSTÓDIA

Na audiência de custódia, portanto, o juiz vai analisar a regularidade do auto de prisão


em flagrante, na presença do acusado, de seu defensor, e do membro do Ministério
Público. Nessa audiência de custódia, o juiz pode:

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1) Relaxar a prisão ilegal

AUDIÊNCIA DE
CUSTÓDIA 2) Converter a prisão em
flagrante em prisão preventiva
(Art. 310, CPP)

3) Conceder liberdade
provisória, com ou sem
fiança.

→ Se a prisão for ILEGAL, o juiz deve relaxar a prisão.


→ Se verificar que a prisão é legal e válida, mas desnecessária neste momento,
concederá ao réu a liberdade provisória, podendo ou não fixar fiança.

→ Mesmo quando o réu permanece preso, não há que se falar mais em prisão
provisória, mas sim em prisão preventiva!
Por fim, de acordo com o art. 310, §4º, se decorrer 24 horas, após o prazo para
audiência de custódia (que também é de 24 horas!), sem que a audiência tenha sido
realizada, estará configurada a ilegalidade da prisão, que deverá ser RELAXADA pelo
juiz.
DICA 202
NÃO SE ADMITE PRISÃO EM FLAGRANTE

Há casos em que não se admite a prisão em flagrante.

Sobre isso, as três principais regras que vocês precisam levar para a prova de vocês é:

LEI 9.099/95 (Lei dos Juizados): no caso de crime de menor potencial ofensivo,
NÃO se impõe prisão em flagrante ao agente que assumir o compromisso de
comparecer no Juizado, quando intimado a tanto. Caso se recuse a comparecer, pode
ser imposto o flagrante.

CRIME DE PORTE DE DROGAS PARA CONSUMO PESSOAL (art. 28, Lei de Drogas):
NÃO se impõe prisão em flagrante para esse crime. Deve o autor do fato ser
imediatamente encaminhado ao juízo competente ou assumir o compromisso de a ele
comparecer.

ACIDENTE DE TRÂNSITO: nos termos do art. 301 do Código de Trânsito, ao condutor


de veículo, nos acidentes de trânsito de que resulte vítima, NÃO se impõe prisão em
flagrante nem se exige fiança, se prestar pronto e integral socorro.

Ou seja, se fugir, pode ser preso em flagrante! Mas, se prestar socorro, a lei proíbe
expressamente o flagrante e, também, a imposição de fiança!

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Memorex OAB – Exame XXXIV – Rodada 05
DICA 203
PRISÃO PREVENTIVA

A prisão preventiva é uma espécie de prisão cautelar decretada pelo juiz, em


qualquer fase da persecução penal (na investigação ou no processo), sempre que ocorrer
os motivos que a lei autoriza e desde que preenchidos os requisitos legais.
Nos termos do art. 313, §2, não será admitida a decretação da prisão preventiva
como antecipação de cumprimento de pena, ou como decorrência direta/automática
da investigação/denúncia.

A prisão preventiva é sempre a última saída. Ou seja, ela só pode ser decretada pelo
juiz quando as outras medidas cautelares forem insuficientes, nos termos do art. 312 do
CPP. Exemplo: ao invés de decretar a prisão, o juiz deve priorizar decretar outras
medidas, como a proibição de sair da comarca, a tornozeleira eletrônica etc.
Ademais, uma das modificações mais importantes do Pacote Anticrime diz respeito à
impossibilidade de o juiz decretar a prisão preventiva ou outra medida cautelar de
ofício, seja na fase de investigação policial, seja na fase processual penal.
Portanto, para decretar a prisão preventiva é necessário requerimento do MP (ação
penal pública), assistente ou querelante (ação penal privada).
Art. 311 – em qualquer fase da investigação policial ou do processo penal, caberá a
prisão preventiva decretada pelo juiz, a requerimento do Ministério Público, do querelante
ou do assistente, ou por representação da autoridade policial.
ATENTE-SE!! Isso é novidade do pacote anticrime que certamente estará na
sua prova!!

Juiz não pode decretar prisão preventiva de ofício. NÃO pode decretar preventiva
de ofício na fase de investigação. NÃO pode decretar preventiva de ofício durante o
processo/instrução criminal.

ATENÇÃO!

O art. 316 do CPP prevê que o juiz pode, de ofício ou a requerimento, REVOGAR a
prisão preventiva. Veja: o juiz não pode decretá-la de ofício, mas REVOGAR pode!!!!

DICA 204
PRISÃO PREVENTIVA – PRESSUPOSTOS
Pressupostos da prisão preventiva se trata do que é preciso para que o juiz possa
decretá-la. Essa resposta nós encontramos no art. 312 do CPP.
Art. 312. A prisão preventiva poderá ser decretada como (1) garantia da ordem pública,
da ordem econômica, por conveniência da instrução criminal ou para assegurar a
aplicação da lei penal, quando houver (2) prova da existência do crime e indício
suficiente de autoria e de perigo gerado pelo estado de liberdade do imputado.

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PROVA da existência do crime

INDÍCIO suficiente de autoria

Pressupostos Da Garantia da ordem pública


Prisão Preventiva

Garantia da ordem econômica

ia
Conveniência da instrução criminal

Garantia da aplicação da lei penal

Esses pressupostos servem como norte ao juiz. Só poderá decretar a prisão preventiva
caso esteja presente a prova da existência do crime e indício suficiente de autoria. E,
mesmo presentes esses 2 requisitos, ainda assim só poderá decretá-la para a finalidade
de garantia da ordem pública/econômica, para a conveniência da instrução criminal ou
para a garantia da aplicação da lei penal.
Mnemônico:

“PRECISA de 3GIN”

PRECISA → PRova da Existência do Crime + Indício Suficiente de Autoria.


3G → Garantia da ordem pública + Garantia da ordem econômica + Garantia da
aplicação da lei penal.

IN → Conveniência da Instrução criminal


DICA 205
PRISÃO PREVENTIVA – HIPÓTESES DE ADMISSIBILIDADE
Não é para todo e qualquer crime que se admite a prisão preventiva. Imaginem só uma
prisão preventiva decretada num crime em que sequer seja punido com pena privativa de
liberdade. A prisão preventiva (de natureza processual) seria mais grave do que a própria
pena máxima daquele crime.
É por isso que o art. 313 prevê as hipóteses de admissibilidade da prisão preventiva,
sendo admissível nos seguintes casos:

nos crimes DOLOSOS punidos com pena privativa de liberdade máxima superior a 4
anos;

se tiver sido condenado por OUTRO crime doloso (o acusado deve ser reincidente
em crime doloso);

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Quando o crime envolver violência doméstica e familiar contra a mulher, criança,
adolescente, idoso, enfermo ou pessoa com deficiência, para garantir a execução das
medidas protetivas de urgência.

Além disso, o art. 313, parágrafo único do CPP admite a prisão preventiva quando
se tiver dúvida sobre a identidade civil da pessoa ou quando essa pessoa não fornecer
dados para esclarecer a sua identidade.
Por fim, o CPP também prevê a decretação da prisão preventiva em razão do
descumprimento de outras medidas cautelares diversas da prisão. Exemplo: réu que
arrebenta a tornozeleira eletrônica na intenção de fraudá-la. Pode ser decretada a prisão
preventiva.
DICA 206
CITAÇÕES E INTIMAÇÕES: CITAÇÃO PESSOAL
A citação poderá ser de duas espécies:

Real ou pessoal (a regra): mandado, carta precatória, carta de ordem ou por carta
rogatória;

Ficta ou presumida (medida excepcional): citação por edital e por hora certa;

Se o acusado estiver na mesma jurisdição, será feita por mandado e se estiver em


outra jurisdição, será feita por precatória;

Apenas se a citação pessoal não for possível, será realizada uma das espécies da
citação ficta, a depender do caso;
Fique atento!
O preso será citado PESSOALMENTE.

DICA 207
CITAÇÃO POR EDITAL

É espécie de citação ficta que ocorre quando o réu está em local incerto e não
sabido.

O prazo será de 15 dias;

Se o acusado aparecer depois de citado, o processo segue normal;

Se ele não aparecer, o processo será suspenso junto com o prazo prescricional.
DICA 208
COMPILADO SOBRE CITAÇÕES

Militar: citado por intermédio de seu chefe;

Réu preso: citado pessoalmente;


(CUIDADO, não é na pessoa do diretor da penitenciária);

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Réu não encontrado: citado por edital com o prazo de 15 dias;

Réu que se oculta: citação com hora certa;

Réu dentro do território da jurisdição: citado por mandado;

Réu fora do território da jurisdição no Brasil: citado por carta precatória;

Réu no estrangeiro em lugar sabido: citado por carta rogatória, suspendendo-se o


curso do prazo de prescrição até o seu cumprimento.

DICA 209
DOS PROCESSOS EM ESPÉCIE: TIPOS DE PROCEDIMENTO
O procedimento poderá ser comum ou especial.

O procedimento COMUM poderá ser:

ORDINÁRIO: pena máxima igual ou superior a 4 anos;

SUMÁRIO: pena máxima superior a 2 anos e inferior a 4 anos (ou seja, quase sempre
3 anos);

SUMARÍSSIMO: crimes com pena máxima até 2 anos e contravenções penais;

JÚRI: crimes dolosos contra a vida (homicídio, auxílio ao suicídio ou automutilação,


infanticídio e aborto), independente da pena.

ATENÇÃO!

No processo civil o procedimento sumário foi extinto, mas segue existindo no


processo penal.

DICA 210
REJEIÇÃO DA DENÚNCIA OU QUEIXA
MACETE: PREJUICO.

Falta Falta de JUSTA Falta


INÉPCIA
de PRESSUPOSTO CAUSA; de CONDIÇÃO DA
manifesta;
PROCESSUAL; AÇÃO.

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DICA 211
RESPOSTA À ACUSAÇÃO

Também pode ser chamada de defesa prévia ou preliminar;

Se o juiz não rejeitar a denúncia ou queixa e recebê-la intimará o acusado para


responder à acusação, nos procedimentos sumário e ordinário;

O prazo será de 10 dias;

Se o réu for citado por edital, o prazo de 10 dias só começará a contar do seu
comparecimento ou do seu defensor constituído.
DICA 212
ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA

O Juiz, depois de analisar a defesa preliminar (resposta à acusação do réu), poderá de


pronto absolvê-lo, se:

Existir manifesta causa excludente da ilicitude do fato;

Existir manifesta de causa excludente da culpabilidade do agente, salvo


inimputabilidade.
CUIDADO! pois a doença mental não fará o juiz absolver sumariamente o réu.

O fato narrado evidentemente não constituir crime;

Estiver extinta a punibilidade do agente (crime prescrito, réu morto, que já cumpriu a
pena, que recebeu perdão judicial ou indulto);
Cuidado para não confundir com as causas de rejeição da denúncia!
DICA 213
PRAZOS IMPORTANTES DO PROCEDIMENTO ORDINÁRIO

ORDINÁRIO

Audiência em 60 dias

Testemunhas 8 de cada lado

Alegações finais orais 20 minutos para cada lado

Tempo de prorrogação 10 minutos para cada lado

Tempo do assistente do MP 10 minutos

Alegações finais escritas (memoriais) 5 dias para cada

Sentença Em audiência ou em 10 dias

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DICA 214
PRAZOS IMPORTANTES DO PROCEDIMENTO SUMÁRIO

SUMÁRIO

Audiência em 30 dias

Testemunhas 5 de cada lado

Alegações finais orais 20 minutos para cada lado

Tempo de prorrogação 10 minutos para cada lado

Tempo do assistente do MP 10 minutos

Alegações finais escritas (memoriais) NÃO HÁ

Sentença Sempre em audiência

DICA 215
TRIBUNAL DO JÚRI: FASES DO JÚRI
O procedimento do Júri é composto por duas fases chamadas de: sumário da culpa
e plenário;

PRIMEIRA FASE SEGUNDA FASE

TESTEMUNHAS 8 TESTEMUNHAS 5

DURAÇÃO 90 DIAS DURAÇÃO SEM PRAZO

INSTRUÇÃO PLENÁRIO

DICA 216
DECISÕES
A primeira fase do Júri se encerra com uma decisão do Juiz, que pode ser: pronúncia,
impronúncia, desclassificação e absolvição sumária;

Quando há prova da
Encaminhado para a fase
PRONÚNCIA materialidade e indícios de
de plenário de Júri;
autoria;

IMPRONÚNCIA Quando não há provas O processo é extinto, mas


suficientes da materialidade, a punibilidade do agente

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nem indícios suficientes de não. Havendo novas
autoria; provas, pode haver nova
denúncia;

Quando se perceber que não se


O processo será remetido
DESCLASSIFICAÇÃO trata de crime doloso contra a
ao juízo competente;
vida;

Quando estiver provada a


INEXISTÊNCIA do fato;
provado que o acusado NÃO
Nesse caso, o processo é
participou do crime; quando o
ABSOLVIÇÃO extinto e a punibilidade do
fato NÃO for crime; quando o
SUMÁRIA agente também, pois ele é
agente for isento de pena ou
considerado inocente.
houver causa de exclusão do
crime (exceto inimputabilidade
- doença mental)

DICA 217
RECURSOS
Cada decisão proferida na primeira fase do Júri é combatida por um recurso;
O macete é: se a decisão começa com vogal, o recurso também; se começa com
consoante, o recurso também:

Pronúncia Recurso em Sentido Estrito

Impronúncia Apelação

Desclassificação Recurso em Sentido Estrito

Absolvição Sumária Apelação

DICA 218
ALISTAMENTO DOS JURADOS

Anualmente, o presidente do Tribunal do Júri formará a lista de jurados nas seguintes


quantidades:

Cidades com mais de 1MI de habitantes: 800 a 1.500;

Cidades com mais de 100 MIL habitantes: 300 a 700;

Cidades com menos de 100 MIL habitantes: 80 a 400;


A lista geral de jurados será publicada pela imprensa até o dia 10 de outubro;
A lista pode ser alterada até o dia 10 de novembro (publicação definitiva);

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→ Fica excluído da lista geral de jurados: quem fez parte de CONSELHO DE
SENTENÇA nos últimos 12 meses;
DICA 219
DESAFORAMENTO

É a mudança de comarca onde ocorrerá o Júri e pode acontecer por três motivos:

Interesse de ordem pública;

Dúvida sobre a imparcialidade do Júri;

Segurança pessoal do acusado;

→ Excesso de trabalho que não permita o julgamento em 6 (seis) meses da


pronúncia;

→ Será realizado pelo TRIBUNAL a pedido do juiz, do acusado, do Ministério Público,


do assistente ou do querelante;

→ Deve-se priorizar a comarca mais próxima;


→ Não caberá pedido de desaforamento se estiver pendente o julgamento de
recurso;
DICA 220
SORTEIO DOS JURADOS

Como se dá a escolha dos jurados que farão o julgamento do feito?

De 10 a 15 dias úteis antes da reunião será realizado o sorteio;

Serão sorteados 25 jurados dentre a lista geral anual de jurados;

A audiência de sorteio não será adiada pela ausência das partes;

O jurado que for sorteado fica excluído das reuniões futuras;

Os 25 jurados sorteados serão intimados pelo correio ou outro meio para comparecer
ao julgamento;

Se no dia da audiência comparecerem pelo menos 15 jurados, o juiz dará início aos
trabalhos;

O juiz sorteará 7 jurados para formação do CONSELHO DE SENTENÇA;

Cada parte poderá recusar até 3 jurados, e o sorteio seguirá até formar os 7 que farão
o julgamento.
DICA BÔNUS
JURADOS
O serviço do Júri é obrigatório aos maiores de 18 anos e a recusa injustificada acarretará
multa de 1 a 10 salários-mínimos;

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São ISENTOS do Júri:

Presidente da República;

Ministros de Estados;

Governadores;

Secretários de Estado;

Senadores, Deputados e Vereadores;

Prefeitos;

Magistrados, membros do MP e da Defensoria Pública;

Autoridades e servidores da Segurança Pública;

Militares na ativa;

Maiores de 70 anos (opcional);

Justo impedimento comprovado (caso a caso);

Aquele que se recusar por motivo filosófico ou religioso, deverá cumprir


prestação alternativa.

DICA BÔNUS
IMPEDIDOS

São impedidos de servir do mesmo conselho de sentença (ou seja, dentre os 7


sorteados que farão o julgamento):

Marido e mulher ou em união estável;

Ascendente e descendente;

Sogro/sogra com genro/nora;

Irmãos e cunhados;

Tios e sobrinhos;

Padrasto/madrasta e enteado.

Além disso, aplicam-se aos jurados todas as causas de impedimento e


suspeição aplicadas aos juízes togados;

Sorteadas duas pessoas da mesma família, servirá o que for sorteado


primeiro.

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DIREITO DO TRABALHO
DICA 221
DOMICÍLIO ELETRÔNICO TRABALHISTA - NOVIDADE LEGISLATIVA
Recentemente, foi instituído a existência do Domicílio Eletrônico Trabalhista, que deve
ser regulamentado pelo Ministério do Trabalho e Previdência, um novo ministério, criado
pela lei 14.261/2021.

Lembrando que a instituição do domicílio eletrônico trabalhista serve para, por


intermédio dele, os empregadores:

Serem devidamente cientificados de quaisquer atos administrativos, ações fiscais,


intimações e avisos em geral e ainda,

receberem, por parte do empregador, documentação eletrônica exigida no curso das


ações fiscais ou apresentação de defesa e recurso no âmbito de processos
administrativos;
E mais: as comunicações eletrônicas feitas pelo Domicílio Eletrônico Trabalhista
dispensam a sua publicação no Diário Oficial da União e o envio por via postal, e são
consideradas pessoais para todos os efeitos legais,
E qual é a estrutura deste novo ministério?

Integram a estrutura básica do Ministério do Trabalho e Previdência:

o Conselho de Recursos da Previdência Social;

o Conselho Nacional de Previdência Social;

o Conselho Nacional de Previdência Complementar;

a Câmara de Recursos da Previdência Complementar;

o Conselho Nacional do Trabalho;

o Conselho Curador do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço;

o Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador; e

até 4 (quatro) Secretarias.

DICA 222
SÓCIO RETIRANTE
Tema de extrema importância para quem estuda o direito do trabalho. Previsto no período
pós Reforma Trabalhista, no art. 10- A da CLT, aonde a retirada deste sócio altera o
contrato social da empresa, lembrando sempre que só depois de averbado o contrato
social, aí o sócio se torna retirante.
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Vejamos a seguir:
Art. 10-A. O sócio retirante responde subsidiariamente pelas obrigações trabalhistas
da sociedade relativas ao período em que figurou como sócio, somente em ações
ajuizadas até dois anos depois de averbada a modificação do contrato, observada a
seguinte ordem de preferência:

a empresa devedora;

os sócios atuais; e

os sócios retirante.
ATENTE-SE! A responsabilidade de débitos trabalhistas do sócio retirante é
subsidiária, havendo assim responsabilidade principal dos sócios (devedores) principais.
E quanto tempo dura esta responsabilidade do sócio retirante? 2 anos.

QUESTÃO FGV-OAB, 2019.


Alaor, insatisfeito com o pequeno lucro do restaurante do qual era sócio, retirou-se da
sociedade empresária e averbou, na respectiva junta comercial, novo contrato social,
onde constava sua retirada.
O empresário, 36 meses após esse fato, foi surpreendido com sua citação em uma
reclamação trabalhista ajuizada dias antes.
Sobre a hipótese apresentada, considerando a atual redação da CLT, assinale a
afirmativa correta.
a) Alaor responde solidariamente pelos débitos da sociedade na ação trabalhista em
referência.
b) Alaor responde subsidiariamente pelos débitos da sociedade na ação trabalhista em
referência.
c) Alaor não mais responde, na ação trabalhista em referência, pelos débitos da
sociedade.
d) No caso, primeiro responde a empresa devedora, depois, os sócios atuais e, em
seguida, os sócios retirantes, que é o caso de Alaor.
RESPOSTA: Letra C.
COMENTÁRIO: Lembra do prazo de 2 anos? Pois bem, a questão fala que se passaram
36 meses, ou seja, mais de 2 anos. Logo, ele não responde por nada mais.

DICA 223
DESVIO DE FUNÇÃO
O desvio de função é um assunto que não pode faltar nos seus estudos. Antes de tudo:
Qual a diferença de desvio de função para acúmulo de função?

O acúmulo de função acontece quando um empregado exerce sua função laboral


em conjunto com as atividades de outro cargo.

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Ex.: Um estoquista que exerce sua função conjuntamente com a de segurança também,
acumulando as duas atividades. Para que seja considerada como acúmulo, tem que ser
uma situação recorrente e não de forma esporádica.

O desvio de função ocorre na situação em que o empregado exerce uma função


distinta para a que ele foi contratado, sem que exista anuência, permissão e alteração do
contrato de trabalho.

Ex.: Um zelador que deixa o seu cargo e passa a ser gerente do seu local de trabalho,
todavia sem receber o reajuste salarial, ganhando ainda o salário de zelador. Nesse caso,
o desvio acontece mesmo que seja algo esporádico.
IMPORTANTE: SÚMULA 378 do STJ: Reconhecido o desvio de função, o servidor faz
jus às diferenças salariais decorrentes.
DICA 224
DISCRIMINAÇÃO NO TRABALHO
Como vivemos em um Estado Social e Democrático de Direito, é simplesmente inaceitável
que em qualquer ambiente, inclusive o laboral, haja qualquer conduta de cunho
discriminatório.

Mas o que seriam condutas de teor discriminatório no ambiente de trabalho? Vejamos


alguns exemplos:

Conduta discriminatória contra o trabalhador negro: A prática de um ato


discriminatório contra o trabalhador negro quando, por exemplo, o empregador não
admite empregados negros. Vale a pena ressaltar que a prática de racismo é crime
inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei (art. 5º,
XLII, CF).

Conduta discriminatória contra o trabalhador pessoa com deficiência: Qualquer


tipo de discriminação contra pessoas com deficiência é inaceitável. Isto inclui também
o ambiente corporativo. O Estatuto da Pessoa com Deficiência visa, dentre outras coisas,
fazer a promoção, em condições de igualdade, o exercício dos direitos e das liberdades
fundamentais às pessoas com deficiência.
E mais: A pessoa com deficiência tem direito ao trabalho de sua livre escolha e
aceitação, em ambiente acessível e inclusivo, em igualdade de oportunidades com as
demais pessoas, bem como é proibida a restrição ao trabalho da pessoa com deficiência
e qualquer discriminação em razão de sua condição, inclusive nas etapas de
recrutamento, seleção, contratação, admissão, exames admissional e periódico,
permanência no emprego, ascensão profissional e reabilitação profissional, bem como
exigência de aptidão plena.
Importante: A nomenclatura “pessoa portadora de deficiência” está em desuso. O
certo é pessoa com deficiência.
Lembrando: O nosso ordenamento jurídico tem a previsão das medidas que
asseguram um percentual de vagas reservadas para pessoas com deficiência, tanto no
setor público (art. 37, VIII, da CF/88) como no setor privado.

Conduta discriminatória contra o trabalhador idoso: O Estatuto do Idoso traz


categoricamente em seu artigo 26 que direito dos idosos ao exercício laboral, sendo
respeitadas suas condições físicas, intelectuais e psíquicas deste idoso.
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E mais: Na admissão do idoso em qualquer trabalho ou emprego, é proibida a
discriminação e até mesmo a fixação de um limite máximo de idade, até mesmo em casos
envolvendo concursos, exceto nos casos em que a natureza do cargo em si o exigir.
“todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza” (art. 5º, caput, CF)
= Princípio da igualdade

Exigir “boa aparência” é prática discriminatória? Sim.

DICA 225
DISPENSA DISCRIMINATÓRIA
O que vem a ser uma dispensa discriminatória?
Esta dispensa ocorre quando o empregador, pautado em algum argumento de cunho
discriminador, dispensa seu empregado.
A súmula 443 do TST traz um exemplo: “Presume-se discriminatória a despedida de
empregado portador do vírus HIV ou de outra doença grave que suscite estigma ou
preconceito. Inválido o ato, o empregado tem direito à reintegração no emprego.” Ou
seja, neste exemplo, o empregador dispensa seu empregado soropositivo baseado em um
preconceito tacanho, havendo assim a dispensa discriminatória. Também há outros
exemplos, como o empregador que demite o empregado que ajuizou ação em face da
empresa, dispensa do empregado que espirrou e o empregador julgou que ele estava com
coronavírus, entre outros casos.
E mais: Ocorrendo a dispensa discriminatória, ele (empregado) poderá voltar e
receber os salários do período em que ele esteve dispensado.
DICA 226
PESSOA COM DEFICIÊNCIA APRENDIZ
É importante que você saiba que o contrato de aprendizagem não pode ter mais de 2
anos, salvo quando se for um aprendiz pessoa com deficiência, conforme
normatizado no art. 428, § 3º da CLT. E mais: A idade máxima não é aplicada em casos
de aprendizes com deficiência, conforme está no art. 428, § 5º da CLT.

👉 Veja como a banca já cobrou:

QUESTÃO FGV – OAB, 2013.


A empresa Gomes Sardinha Móveis Ltda. é procurada por um jovem portador de
deficiência, que tem 30 anos, e deseja ser contratado como aprendiz de marceneiro. A
empresa tem dúvida sobre a possibilidade legal dessa contratação.
A partir do caso relatado, assinale a afirmativa correta.
a) Não se aplica a idade máxima ao aprendiz portador de deficiência, de modo que a
contratação é possível.
b) A idade máxima do aprendiz é de 24 anos, não havendo exceção, pelo que não é
possível a contratação.
c) Havendo autorização da Superintendência Regional do Trabalho, o jovem poderá ser
contratado como aprendiz, haja vista sua situação especial.
d) Não existe idade máxima para a contratação de aprendizes, daí porque, em qualquer

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hipótese, a admissão é possível.
Resposta: Letra A.
COMENTÁRIO: Art. 428, §5° da CLT: “A idade máxima prevista no caput deste artigo
não se aplica a aprendizes portadores de deficiência.”

DICA 227
HONORÁRIOS DO INTÉRPRETE
Imagine um processo trabalhista aonde as partes não falem a mesma língua.

Ex.: Uma parte é brasileira e outra é francesa. Será preciso um intérprete para mediar
essa conversa entre as partes. Mas quem paga estes honorários? Em caso de intérpretes
parte sucumbente, exceto se a parte for beneficiária da gratuidade de justiça, conforme
normatizado no parágrafo 2º da pela Lei 13.660/2018.
Lembrando que a necessidade de intérprete também ocorre em caso de uma das
partes ser surdo-mudo, ou de mudo que não saiba escrever. Em todas as possibilidades, o
intérprete deverá ser devidamente nomeado pelo juiz ou presidente.
DICA 228
VALE TRANSPORTE
Para que se tenha o direito ao vale-transporte, o empregado necessita dizer ao seu
empregador o seu endereço domiciliar, isto é, onde ele mora e também falar quais os
meios de transporte que precisará utilizar neste trajeto, como por exemplo ônibus, metrô,
barca, trem entre outros.
OBS.: Trabalhador que labora em sua própria residência tem direito ao
recebimento do vale transporte?
NÃO, por não haver o preenchimento dos requisitos constantes no art. 1º da Lei n.
7.418/85 e no art. 2º do Decreto n. 95.247/87. O benefício do vale-transporte é
devidamente assegurado a todos os empregados que necessitam sair de sua residência ao
local de trabalho.
DICA 229
REVISTA DE BOLSAS GERA DANO MORAL?
Um determinado local de trabalho, que vende joias extremamente valiosas, regularmente
realiza revistas das bolsas dos funcionários. Esta revista viola a intimidade? Gera direito
ao recebimento de indenização por dano moral? A resposta é NÃO.
É de suma importância que você não confunda revista de bolsa com revista
íntima. Não é revista íntima aquela na qual o empregador se limita, por simples contato
visual, verificar conteúdo de bolsas.
Em outras palavras: A revista de bolsas é um exercício regular direito do
empregador de proteger seu patrimônio.
ATENÇÃO: A revista em questão deve ser moderada.
Para maiores informações, recomendamos que você assista ao vídeo “Empresas podem
revistar bolsas e armários de empregados?”, disponível no canal do Tribunal Superior do
Trabalho, no Youtube.

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DICA 230
OFENSA EM GRUPO DE TRABALHO NO WHATSAPP
Grupos de mensagens em aplicativos são extremamente comuns nos dias atuais, inclusive
em empresas, aonde muitas vezes são utilizados para dar recados, marcar reuniões, fazer
lembretes, discutir assuntos entre outros.
Mas o que ocorre quando esta ferramenta é utilizada para ofender e humilhar? A
ofensa em grupo de WhatsApp do trabalho (grupo corporativo) gera dano moral? A
resposta é SIM.

Lembrando que é punível não só a ofensa, mas também o assédio, quer seja ele
moral, sexual, entre outros. Veja abaixo esta recente notícia do TST:

DICA 231
EXIGÊNCIA DE TESTE DE HIV PARA ADMISSÃO
Imagine uma empresa que exija como pré-requisito para a contratação de
empregados um exame de HIV. Será que está exigência é correta e está em
concordância com o nosso ordenamento jurídico? A resposta para esta pergunta é não.

Exigir exame de HIV com o intuito de contratação é uma atitude altamente


discriminatória, e sua exigência gera direito à indenização por dano moral.
Súmula 443 do TST: “Presume-se discriminatória a despedida de empregado
portador do vírus HIV ou de outra doença grave que suscite estigma ou preconceito.
Inválido o ato, o empregado tem direito à reintegração no emprego”.

Recentemente, uma empresa de cruzeiros exigiu tal exame, com o fundamento de que
ao ficarem muito tempo a bordo, precisavam saber se alguém de sua tripulação era
soropositivo, para desta forma, providenciar medicação. Mesmo tendo um plano de fundo
teoricamente altruísta, a empresa foi condenada, pois a Lei 12.984/2014 traz claramente
que a conduta de negar emprego ou trabalho a portadores do HIV e doentes de AIDS é
crime de discriminação, sendo punível com reclusão de 1 a 4 anos e multa. Além disto, a
Portaria 1.246/2010 do Ministério do Trabalho proíbe a testagem do empregador para o
HIV, que seja de forma direta ou indireta, nos exames médicos para admissão, mudança
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de função, avaliação periódica, retorno, demissão ou outros ligados à relação de
emprego.
DICA 232
MEDIAÇÃO
A mediação é uma forma efetiva de pacificação social, resolução e prevenção de
litígios, controvérsias e conflitos. Lembrando sempre que o mediador tem um discurso
persuasivo, e não impositivo.
IMPORTANTE: A mediação também pode ser feita diante do Ministério Público do
Trabalho.

Mediação coletiva de trabalho: É uma maneira de composição voluntária entre


entidades sindicais ou entre estas e empresas, e tem lugar quando as possibilidades de
entendimento direto entre as partes se esgotaram, tornando necessária a intervenção de
um terceiro imparcial e sem interesse direto na demanda, para auxiliá-las a encontrar
a solução do conflito.
DICA 233
ADICIONAL DE PERICULOSIDADE E O BOMBEIRO CIVIL

O adicional de periculosidade é devido em caso de bombeiro civil de entidade


educacional?
Sim, em uma decisão recente do TST, no RR-1002032-48.2017.5.02.0045, o profissional
bombeiro civil de entidade educacional tem sim direito ao adicional de periculosidade,
visto que , apesar do artigo 2º da Lei 11.901/09 considerar o profissional bombeiro civil
como o que, desde que devidamente habilitado, exerça, em caráter habitual, função
remunerada e exclusiva de prevenção e combate a incêndio, como empregado contratado
diretamente por empresas privadas ou públicas, sociedades de economia mista, ou
empresas especializadas em prestação de serviços de prevenção e combate a
incêndio. Todavia, a expressão “exclusiva” não pode ser utilizada para prejudicar o
profissional em questão.
E mais: Para o TST, a profissão do bombeiro civil lida com perigos, sendo assim
devido o adicional de periculosidade.
DICA 234
APOSENTADO E SUA FILIAÇÃO NO SINDICATO

Aposentado pode permanecer como filiado ao sindicato?


A nossa Constituição Federal, em seu art.8º, permite que pessoas aposentadas não
apenas continuem filiados, mas também podendo votar e até ser votado. Vejamos a
seguir:
Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte:
VII - o aposentado filiado tem direito a votar e ser votado nas organizações sindicais;

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DICA 235
LOCK-OUT

É um tipo de paralisação do trabalho por parte do empregador, tendo esta


paralisação o claro intuito de acabar ou até mesmo frustrar uma negociação coletiva, ou
dificultar o atendimento de reivindicações dos respectivos empregados.
E mais: Esta prática é proibida pela nossa legislação, conforme afirma o art. 17 da
Lei n. 7.783/89, sendo devidamente assegurado aos empregadores, em casos de lock-out,
o direito à percepção dos salários durante o período da paralisação das atividades.

Art. 17 da lei 7.783/89: “Fica vedada a paralisação das atividades, por iniciativa do
empregador, com o objetivo de frustrar negociação ou dificultar o atendimento de
reivindicações dos respectivos empregados (lockout).
Parágrafo único. A prática referida no caput assegura aos trabalhadores o direito à percepção
dos salários durante o período de paralisação.”

DICA 236
ADESÃO À GREVE CONSTITUI FALTA GRAVE?
Imagine que um empregado, que tem a estabilidade garantida por lei, aderiu à uma greve
pacífica. Esta adesão pode ser vista pelo nosso ordenamento jurídico como uma falta
grave, ensejando dispensa com justa causa? A resposta é NÃO.

Veja o que a súmula 316 do STF afirma:


“A simples adesão à greve não constitui falta grave.”
E mais: Mesmo que haja a negociação do sindicato da categoria para o fim do
movimento, estes permaneçam em estado de greve, ainda assim, não se constitui em
falta grave, sendo este entendimento consolidado pelo TST.
DICA 237
VALE CULTURA
O vale cultura é um direito garantido, sendo um auxílio ligado ao Programa de Cultura
do Trabalhador, que tem como objetivo garantir acesso e incentivo aos programas
culturais brasileiros.
E mais: Permite o empregador poder ir ao cinema, ao teatro, a shows, exposições e
outros espetáculos. O auxílio também pode ser utilizado na compra e aluguel de livros,
DVDs, revistas e jornais. Em caso de compras com valor maior que o benefício, o usuário
poderá utilizar o crédito acumulado, já que não existe validade para o uso do auxílio.
LEMBRANDO: Nos termos do art. 458, § 2º, VIII, da CLT, o vale cultura não tem
natureza salarial.
DICA 238
RECUSA À VACINAÇÃO DE COVID-19

A recusa à vacinação de covid-19 gera justa causa?

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Segundo o TRT/SP, a recusa a se vacinar contra o coronavírus, sem justificativa, gera
justa causa, pela indisciplina e insubordinação. O caso em questão versa sobre uma
empregada, já advertida, por não ter ido à 1ª campanha de vacinação, que prosseguiu se
recusando terminantemente a se vacinar na 2ª campanha. Logo, neste caso, o interesse
individual não se sobrepõe sobre o interesse coletivo.
O acordão inclusive cita a recomendação da OMS em se vacinar, para trazer a chamada
imunização do rebanho. Caso a prova traga está questão, importante que você saiba
disto. Há, inclusive, decisão do plenário do STF (ARE 1267879 e ADIs 6586 e 6587)
comentando que, desde que sejam respeitados limites mínimos, poderá o Estado tornar
obrigatória a vacinação, por intermédio de restrições à direitos individuais.

→ INTERESSE COLETIVO>INTERESSE INDIVIDUAL

DICA 239
CENTRAIS SINDICAIS
A Lei n. 11.648 foi a responsável pela inserção das centrais sindicais na estrutura
sindical do ordenamento jurídico brasileiro. Lembrando que as centrais sindicais são um
assunto que pode sim estar presente na sua prova, e algumas são bem conhecidas, como
a CUT (Central Única dos Trabalhadores).

Mas o que a lei diz sobre as centrais sindicais:


Art. 1º: A central sindical, entidade de representação geral dos trabalhadores, constituída
em âmbito nacional, terá as seguintes atribuições e prerrogativas:

coordenar a representação dos trabalhadores por meio das organizações sindicais a ela
filiadas; e
participar de negociações em fóruns, colegiados de órgãos públicos e demais espaços
de diálogo social que possuam composição tripartite, nos quais estejam em discussão
assuntos de interesse geral dos trabalhadores.

→ CENTRAL SINDICAL = Entidade Associativa De Direito Privado Composta Por


Organizações Sindicais De Trabalhadores.

DICA 240
LICENÇA MATERNIDADE

O período é de 120 dias, sem que haja qualquer tipo de prejuízo laboral e salarial:

“Art. 392 da CLT: A empregada gestante tem direito à licença-maternidade de 120


(cento e vinte) dias, sem prejuízo do emprego e do salário.
§ 1º A empregada deve, mediante atestado médico, notificar o seu empregador da data
do início do afastamento do emprego, que poderá ocorrer entre o 28º (vigésimo oitavo)
dia antes do parto e ocorrência deste.
§ 2º Os períodos de repouso, antes e depois do parto, poderão ser aumentados de 2
(duas) semanas cada um, mediante atestado médico.

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§ 3º Em caso de parto antecipado, a mulher terá direito aos 120 (cento e vinte) dias
previstos neste artigo.
§ 4º É garantido à empregada, durante a gravidez, sem prejuízo do salário e demais
direitos:
I – transferência de função, quando as condições de saúde o exigirem, assegurada a
retomada da função anteriormente exercida, logo após o retorno ao trabalho;
II – dispensa do horário de trabalho pelo tempo necessário para a realização de, no
mínimo, seis consultas médicas e demais exames complementares.”

E o que ocorre em caso do bebê nascer morto?

Havendo a ocorrência do parto em si, a grávida terá direito à licença-maternidade e ao


salário-maternidade, sendo irrelevante se o bebê nasceu ou não com vida.
Lembrando sempre que este benefício cabe também em casos de empregada que
venha a adotar ou tiver guarda provisória para fins de adoção, conforme normatiza o
art. 392-A da CLT.
IMPORTANTE: A licença-maternidade só será concedida mediante apresentação do
termo judicial de guarda à adotante ou guardiã.

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PROCESSO DO TRABALHO
DICA 241
RECURSO DE REVISTA
Conhecido por ser um recurso bastante técnico, o recurso de revista (com sua
normatização no artigo 896 da CLT) tem uma natureza de cunho extraordinário, bem
como o recurso especial julgado pelo STJ e o recurso extraordinário, que é julgado pelo
STF. E é de suma importância que você saiba que o jus postulandi não se aplica ao
recurso de revista, conforme traz a Súmula 425 do TST.
→ Qual seu prazo? O prazo é de 8 dias úteis.

E qual seu cabimento? Cabe em 3 situações:

Quando o TRT vier a dar à Lei Federal uma interpretação divergente ou diferente de
algum outro TRT, da Seção de Dissídios Individuais, de Súmula ou Orientação
Jurisprudencial do TST ou de Súmula Vinculante do STF.

Uma decisão do TRT der à lei estadual, convenção coletiva de trabalho, acordo coletivo
de trabalho, regulamento interno de empresa ou sentença normativa interpretação
distinta de outro TRT, Seção de Dissídios Individuais, súmula ou orientação
jurisprudencial do TST ou súmula vinculante do STF.

Quando o TRT violar a CF/88 ou lei federal.

DICA 242
TRANSCENDÊNCIA
É a ideia da extrema importância do tema tratado pelo Recurso de Revista, que não se
prende apenas às partes. Já havia previsão deste instituto antes da Reforma Trabalhista,
mas sua normatização mais concreta veio na Reforma Trabalhista, aonde vieram os
indicativos abaixo elencados:

São indicadores de transcendência, entre outros (art. 896-A, § 1°, CLT):

econômica, o elevado valor da causa;

política, o desrespeito da instância recorrida à jurisprudência sumulada do Tribunal


Superior do Trabalho ou do Supremo Tribunal Federal;

social, a postulação, só podendo ser alegada pelo reclamante-recorrente, de direito


social constitucionalmente assegurado;

jurídica, a existência de questão nova em torno da interpretação da legislação


trabalhista.

Precisa de todos? Não, apenas um já basta.


Lembrando que a lei não impõe que haja neste recurso um tópico próprio no recurso de
revista, muito embora seja altamente recomendado que tenha.

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DICA 243
PREQUESTIONAMENTO
O prequestionamento é a matéria que será discutida no recurso. É prequestionada a
matéria ou questão quando na decisão impugnada haja sido adotada, explicitamente, tese
a respeito.
Não entendeu? Em outras palavras, o prequestionamento é a manifestação prévia
do Poder Judiciário sobre a matéria que será o objeto de discussão no recurso de revista.
Ou seja, nada de trazer coisas novas no recurso de revista.
Art. 896, § 1º-A, I, da CLT e Súmula 297 do TST: Diz-se prequestionada a matéria
quando na decisão impugnada haja sido adotada expressamente tese a respeito (Súmula
297, I, do TST).
Súmula 297, II, do TST: dispõe a Oposição de Embargos de Declaração em caso de
ausência de prequestionamento.
Súmula 297, III, do TST: Considera-se prequestionada questão jurídica invocada em
recurso principal sobre o qual se omite o Tribunal de pronunciar tese, não obstante
opostos embargos de declaração (prequestionamento tácito).
DICA 244
EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE
O que é? É uma forma de defesa na fase de execução, aonde o executado pode
arguir questões de ordem pública e nulidades do título executivo, com a consequente
extinção da execução. Mas há um fundamento para ela em nossa legislação? Na verdade,
não. É uma criação de teor jurisprudencial.

→ PRÉ-EXECUTIVIDADE = ANTES DA PENHORA


Todavia pode ser utilizada como base legal desta peça o art. 5º, XXXV, da CF/88 e os
artigos 518 e 803, parágrafo único, do CPC.
IMPORTANTE: Enunciado 48 da Jornada de Execução Trabalhista: EXCEÇÃO DE PRÉ-
EXECUTIVIDADE. MANDADO DE SEGURANÇA. INCABIMENTO. Incabível mandado de
segurança da decisão que rejeita ou que não admite exceção de pré-executividade.
DICA 245
RECURSO ORDINÁRIO CONSTITUCIONAL
Serve para fazer a impugnação decisões denegatórias de habeas corpus, mandado de
segurança, habeas data e mandado de injunção, julgados em única instância pelos
tribunais superiores. No que tange a Justiça do Trabalho, o recurso caberá quando estes
processos forem julgados, pelo Tribunal Superior do Trabalho, em uma instância única.
Não há necessidade de preparo e seu prazo é de 15 dias.
Art. 102 da CF/88: Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a
guarda da Constituição, cabendo-lhe:
II – julgar, em recurso ordinário:
a) o habeas corpus, o mandado de segurança, o habeas data e o mandado de injunção
decididos em única instância pelos Tribunais Superiores, se denegatória a decisão; (...).
E de quem é a competência? O recurso ordinário constitucional é de competência
do STF.

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IMPORTANTE: Não se admite recurso adesivo no Recurso Ordinário
Constitucional.
DICA 246
EMBARGOS À EXECUÇÃO
Com prazo de 5 dias contados da intimação da penhora ou do depósito da quantia
devida, estes embargos permitem que sejam escutadas até 3 testemunhas.
E mais: Os embargos à execução serão devidamente julgados pelo juízo que
processou a execução, ou seja, a Vara do Trabalho que fez a realização dos atos no
processo de execução.
Ex.: Sendo requerida a execução da sentença pela 4ª Vara do Trabalho de São Paulo
/SP, a competência é desta Vara.
Em outras palavras: O recurso que pode ser interposto pelo executado se chama
"embargos à execução". Em momento posterior da decisão do magistrado, será possível
ingressar com um recurso novo, o "agravo de petição", tendo prazo de oito dias.
DICA 247
EMBARGOS À EXECUÇÃO - ILEGITIMIDADE DE PARTE
Esta é uma das teses dos embargos à execução, sendo inclusive já tema da prova de uma
questão do Exame da OAB. É quando o embargante fala que não tem relação com a
execução, como por exemplo o ex-sócio que diz que se retirou da sociedade há mais de 2
anos do ajuizamento da ação, sendo, portanto, sócio retirante (prevista no prevista no art.
10-A da CLT) e não tendo qualquer relação com o processo.
IMPORTANTE: Os embargos à execução não terão efeito suspensivo.
DICA 248
EMBARGOS À EXECUÇÃO - COMPETÊNCIA
O juízo que terá competência para fazer a apreciação os embargos à execução será o
juízo da execução (Vara do Trabalho ou Tribunal Regional do Trabalho).
E em casos de carta precatória? Na execução por carta precatória, a oposição dos
embargos poderá ocorrer no juízo deprecante ou deprecado, mas quem julga, como
regra geral, é o juízo deprecante.
Deprecante: Juízo de origem dos dados da carta precatória. É quem realiza o envio;

Deprecado: Juízo que recebe a carta precatória e realiza o cumprimento.

DICA 249
EMBARGOS DE TERCEIRO
Apesar de não ter uma previsão legal na CLT, cabem embargos no direito processual
trabalhista, com sua base legal nos arts. 674 a 680 do CPC.

Vamos ver uma parte importante:

Art. 674, § 2°, do CPC:

→ o cônjuge ou companheiro, quando defende a posse de bens próprios ou de sua


meação;
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→ o adquirente de bens cuja constrição decorreu de decisão que declara a ineficácia da


alienação realizada em fraude à execução;
→ quem sofre constrição judicial de seus bens por força de desconsideração da
personalidade jurídica, de cujo incidente não fez parte;
→ o credor com garantia real para obstar expropriação judicial do objeto de direito real
de garantia, caso não tenha sido intimado, nos termos Legais dos atos expropriatórios
respectivos.

A propósito: O recurso cabível em face da sentença proferida nos embargos de


terceiro na execução é o agravo de petição.
DICA 250
EMBARGOS DE TERCEIRO - COMPETÊNCIA
Quando falamos de embargos de terceiro, o juízo que tem a competência para fazer a
devida apreciação dos embargos de terceiro será o juízo que determinou a apreensão
do bem (Vara do Trabalho ou Tribunal Regional do Trabalho).
E mais: Há distribuição por dependência dos embargos de terceiro ao processo em
que tramita a execução.
DICA 251
EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA
Cabem embargos de divergência no TST em face da decisão colegiada em matéria de
direito individual, sendo este normatizado no art. 894, II, da CLT.
Possui natureza extraordinária? Sim.

IMPORTANTE: Lei 7.701/88.


Art. 3º - Compete à Seção de Dissídios Individuais julgar:
III - em última instância:
b) os embargos das decisões das Turmas que divergirem entre si, ou das decisões
proferidas pela Seção de Dissídios Individuais;
Cabem embargos de divergência quando houver desentendimento entre:
→ TURMA x TURMA
→ TURMA x POSICIONAMENTO DA SDI
→ TURMA x SÚMULA DO TST
→ TURMA x ORIENTAÇÃO JURISPRUDENCIAL DO TST
→ TURMA x SÚMULA VINCULANTE DO STF
DICA 252
EMBARGOS DE INFRINGÊNCIA
Disposto no art. 894, I, a, da CLT, os embargos de infringência devem ser opostos contra
decisão colegiada, conforme normatizado na OJ 378 da SDI-I. Há a necessidade de

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preparo, ou seja, de custas + depósito recursal. A não unanimidade é um dos requisitos
destes embargos.
Art. 894. No Tribunal Superior do Trabalho cabem embargos, no prazo de 8 (oito) dias:
I - de decisão não unânime de julgamento que:
a) conciliar, julgar ou homologar conciliação em dissídios coletivos que excedam a
competência territorial dos Tribunais Regionais do Trabalho e estender ou rever as
sentenças normativas do Tribunal Superior do Trabalho, nos casos previstos em lei;

→ INFRINGÊNCIA = DECISÃO NÃO UNÂNIME


DICA 253
DISSÍDIO COLETIVO DE NATUREZA JURÍDICA
O dissídio coletivo tem como característica o intuito de que haja a interpretação de
normas jurídicas que já sejam pré-existentes, sendo um exemplo disto a sentença
normativa.
E mais: De acordo com a OJ 7 da SDC do TST, não é cabível o dissídio coletivo de
natureza jurídica para interpretar artigo da CLT. Estes dissídios aqui tratados poderão
entrar na discussão, por exemplo, de condições salariais, horas extras entre outros.
Para fixar melhor:

DISSÍDIO COLETIVO JURÍDICO:

Sem comum acordo


Interpretar normas jurídicas
Sentença declaratória

DICA 254
AGRAVO REGIMENTAL
É um recurso que cabe em face de decisões monocráticas proferidas pelos TRTs
ou TST, não havendo necessidade alguma de preparo. E mais: o agravo regimental será
interposto em duas peças: Uma de interposição e outra de minuta de agravo
regimental/interno.
IMPORTANTE: Recurso ordinário interposto contra despacho monocrático indeferitório
da petição inicial de ação rescisória ou de mandado de segurança pode, pelo princípio de
fungibilidade recursal, ser recebido como agravo regimental. Hipótese de não
conhecimento do recurso pelo TST e devolução dos autos ao TRT, para que aprecie o
apelo como agravo regimental (OJ 69 da SDI- II).
DICA 255
RECURSO EXTRAORDINÁRIO
É o tipo de recurso aonde existe uma afronta direta e literal ao texto
constitucional.
E mais: em casos envolvendo este recurso, não há mais a necessidade do preparo, ou
seja, de custas + depósito recursal.
Veja o motivo:

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Tema 679 de Repercussão Geral: "Surge incompatível com a Constituição Federal
exigência de depósito prévio como condição de admissibilidade do recurso extraordinário,
no que não recepcionada a previsão constante do § 1º do artigo 899 da Consolidação das
Leis do Trabalho, sendo inconstitucional a contida na cabeça do artigo 40 da Lei nº 8.177
e, por arrastamento, no inciso II da Instrução Normativa nº 3/1993 do Tribunal Superior
do Trabalho”
→ Recurso extraordinário é o recurso impetrado diretamente no STF.
DICA 256
RECURSO EXTRAORDINÁRIO- REPERCUSSÃO GERAL
Em casos de Recurso Extraordinário, o recorrente precisa demonstrar a repercussão
geral das questões constitucionais discutidas, para que o Tribunal venha a examinar a
admissão do recurso, e neste ponto só poderá recusar este recurso quando houver
manifestação de 2/3 de seus membros, conforme normatizado no art. 102, § 3º da CF/88:

Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da


Constituição, cabendo-lhe:
§ 3º No recurso extraordinário o recorrente deverá demonstrar a Repercussão Geral das
questões constitucionais discutidas no caso, nos termos da lei, a fim de que o Tribunal
examine a admissão do recurso, somente podendo recusá-lo pela manifestação de dois
terços de seus membros.

DICA 257
EXCEÇÃO DE INCOMPETÊNCIA RELATIVA

Aqui é bem simples entender: No campo processual do trabalho, só há uma situação de


incompetência relativa: A incompetência territorial, que veremos abaixo:
Art. 651 da CLT: A competência das Juntas de Conciliação e Julgamento é determinada
pela localidade onde o empregado, reclamante ou reclamado, prestar serviços ao
empregador, ainda que tenha sido contratado noutro local ou no estrangeiro.
Sujeitos desta relação:
excipiente: quem a alega.
excepto: em face de quem é alegada.
DICA 258
EXCEÇÃO DE SUSPEIÇÃO/IMPEDIMENTO
Neste caso, devemos observar o disposto no art. 802 da CLT:
Apresentada a exceção de suspeição, o juiz ou tribunal designará audiência dentro de 48
(quarenta e oito) horas, para instrução e julgamento da exceção.
§ 1º Nas Juntas de Conciliação e Julgamento e nos Tribunais Regionais, julgada
procedente a exceção de suspeição, será logo convocado para a mesma audiência ou
sessão, ou para a seguinte, o suplente do membro suspeito, o qual continuará a funcionar
no feito até decisão final. Proceder-se-á da mesma maneira quando algum dos membros
se declarar suspeito.
§ 2º Se se tratar de suspeição de juiz de direito, será este substituído na forma da
organização judiciária local.

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Memorex OAB – Exame XXXIV – Rodada 05
IMPORTANTE: Sabendo destas informações de grande importância, é preciso que se
saiba que na exceção de suspeição/impedimento, caso esta seja julgada como
procedente, vai ser convocado para a mesma audiência o chamado suplente, e este ficará
até o final. Porém, se for julgada como improcedente, o magistrado deve, no prazo de 15
dias, fazer o encaminhamento dos autos, com suas razões e eventuais provas que deseja
produzir, ao TRT respectivo, por força da aplicação subsidiária do art. 146 do CPC/2015.
DICA 259
EXECUÇÃO CONTRA A FAZENDA PÚBLICA
A execução contra a Fazenda Pública é processada do mesmo jeito de quando o
devedor é uma pessoa física ou jurídica de direito privado, pois os bens da Fazenda
Pública são impenhoráveis e imprescritíveis, não estando sujeitos a usucapião. Inclusive, a
Fazenda Pública é dispensada de garantir de forma prévia o juízo para opor embargos à
execução.
Art. 102 do CC/02: Os bens públicos não estão sujeitos a usucapião.

E ainda é importante que você saiba que:

"OJ 343 DA SDI-I/TST. PENHORA. SUCESSÃO. ART. 100 DA CF/1988. EXECUÇÃO. É


válida a penhora em bens de pessoa jurídica de direito privado, realizada anteriormente
à sucessão pela União ou por Estado-membro, não podendo a execução prosseguir
mediante precatório. A decisão que a mantém não viola o art. 100 da CF/1988".

DICA 260
AÇÕES POSSESSÓRIAS
Ações possessórias no direito do trabalho? Isto mesmo. Imagine a situação aonde
grevistas, com o intuito de forçar que o empregador, começam a barrar a entrada de
todos na empresa e montam barricadas, nas quais visam impedir que pessoas entrem lá.
Ademais, os grevistas quebram diversas maquinas lá dentro. O dono da empresa poderá
ingressar com uma ação de reintegração de posse.
E quais são as ações possessórias? Ação de reintegração de posse, interdito
proibitório e ação de manutenção da posse;
IMPORTANTE: Os grevistas não poderão impedir o acesso à empresa, conforme o
normatizado no art. 6º, § 3º da Lei n. 7.783/89.

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