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Nome: Eduarda Lemes

Disciplina: Libras e educação

Filme: seu nome é Jonas (1979)

Na obra cinematográfica seu nome é Jonas, filme dirigido por Richard Dick Michaels
de 1979, temos a narrativa sobre Jonas Corelli, menino surdo, que passou três anos
em um hospital psiquiátrico pois foi, erroneamente, diagnosticado com deficiência
mental. Depois da correção de seu diagnóstico, Jonas é levado para casa para viver
com sua família novamente. Na busca por tentar adaptá-lo ao mundo, ele começa a
usar aparelho auditivo e é matriculado em um colégio que usava métodos oralistas,
no qual os educadores acreditavam que fazer uso de sinais impediria as crianças de
aprender a se comunicar com quem não fosse surdo, e consequentemente só
falariam com pessoas que fossem surdas. Com dificuldade de aprendizagem, Jonas
não consegue se desenvolver plenamente, e começa a se tornar uma criança
frustrada, já que não havia sentido na pronúncia de palavras em que ele não podia
escutar sendo faladas.
Aqui começamos a perceber que além da luta de aprender a fazer Jonas se
comunicar, temos um pai, Danny Corelli, que abandona a família por não conseguir
lidar com as diferenças e dificuldades de criar uma criança surda. A partir de então
se tem uma mãe criando dois filhos sozinha, apreensiva e soturna, mas sem nunca
desistir da educação e bem estar de seus filhos. E é nesse momento em que Jenny
Corelli, conhece um casal de surdos que fazia uso dos sinais para se comunicar,
podemos constatar o início da aceitação e inserção no mundo dos sinais para enfim
dar qualidade de vida para Jonas.
Em uma breve análise dessa obra, ao pensar na esfera de audição, vista como o
sentido mais importante para aprendizagem por Aristóteles, por muito tempo a
sociedade impossibilitou um ensino apropriado para surdos, já que os mesmos não
eram vistos como pessoas normais. Porém, no século XVI, temos nomes
importantes no âmbito de educação de surdos, o professor e médico Girolamo
Cardamo (1501-1578) que, era possível através de símbolos escritos, mímica, uso
de objetos e desenhos ensinar. Assim como Pedro Ponce de Léon (1520-1584) que
deu a iniciação, na Espanha, à língua de sinais e alfabeto manual. E com seus altos
e baixos, somente no século XX que começamos a ter uma política pública em
educação que realmente ampara e apoia o ensino de surdos. Por fim, é pertinente
analisar a língua de sinais na área da linguística, uma vez que a mesma é
considerada uma língua natural, que possui um sistema linguístico lícito, e não uma
patologia. Saussure ([1916] 1995, p. 17), citando Whitney, discute a questão
articulatório-perceptual ao comparar: “(...) para Whitney, que considera a língua uma
instituição social da mesma espécie que todas as outras, é por acaso e por simples
razões de comodidade que nos servimos do aparelho vocal como instrumento da
língua; os homens poderiam também ter escolhido o gesto e empregar imagens
visuais em lugar de imagens acústicas.” Entendemos então a relevância da língua
de sinais no nosso meio, dado que é uma forma legítima de comunicação tanto
quanto as demais línguas.

Referências:

Pereira, T. da S. C., Cândido, G. V. Santos, J. L. M. dos . (2020). E o seu nome é


Jonas - recursos visuais e textuais/verbais como crítica ao discurso oralista
na educação de surdos. Revista UFG, 20(26).
https://doi.org/10.5216/revufg.v20.66285

TEIXEIRA, Prof. Dr. Luzimar. Nomes que transformaram a educação dos Surdos de
missão impossível a tarefa conquistada. Disponível em:
http://www.luzimarteixeira.com.br/wp-content/uploads/2010/04/auditivohistorico.p
df. Acesso em: 04 mar. 2022.

QUADROS, Ronice Müller de; KARNOPP, Lodenir Becker. LÍNGUA DE SINAIS


BRASILEIRA: ESTUDOS LINGUÍSTICOS. [S.L.]: Artmed, 2003. Disponível em:
https://www.sinopsyseditora.com.br/upload/produtos_pdf/2156.pdf. Acesso em: 04
mar. 2022.

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