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Biblioteca Acarí e Churunga. 2006.

Enciclopedia Andes e Desertos

Como funcionam programas nos moldes do 'Bolsa Família' nas 10 maiores economias do mundo
 Daniela Fernandes
 De Paris para a BBC News Brasil

8 dezembro 2018

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Legenda da foto,
China implementou 12 programas de assistência social
A pobreza não é uma questão que preocupa apenas os países menos
desenvolvidos.
Segundo a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), as
nações ricas que integram o grupo gastam, em média, 1,6% do PIB em prestações de
assistência social condicionadas a um limite de renda dos beneficiários, como é o caso do
Bolsa Família. São recursos transferidos em dinheiro para ajudar na subsistência e lutar
contra a pobreza. O número exclui gastos sociais com Previdência, saúde e seguro-
desemprego.
No Brasil, as despesas com o Bolsa Família, programa que beneficiou 14 milhões de
famílias em novembro, representam cerca de 0,5% do PIB. Neste ano, os pagamentos do
Bolsa Família devem atingir R$ 30 bilhões.
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O benefício médio recebido pelo programa é de R$ 187 (quase US$ 50), após reajuste de
5,7% que entrou em vigor em julho. O valor recebido pelos beneficiários varia conforme o
número de membros da família, a idade de cada um e a renda.
 Como o Peru conseguiu reduzir 50% da pobreza em 10 anos
 Por que injustiça incomoda mais que desigualdade, segundo pesquisa

Entre as 10 maiores economias do mundo – que incluem desde países com elevados
níveis de bem-estar social, como a França e a Alemanha, aos com altos índices de
pobreza, como a Índia –, os programas de transferência de renda estão presentes, ainda
que com diferentes formulações.
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Sistema de proteção social francês é conhecido por ser um dos mais generosos do mundo
França gasta mais
Na França – que vive uma onda de violentos protestos motivados pelos efeitos da alta
carga tributária e do baixo poder de compra de boa parte da população –, os programas
de transferência de renda são ainda mais amplos do que a média dos países ricos e
atingem 2,1% do PIB, totalizando mais de 45 bilhões de euros (cerca de R$ 200 bilhões).
Além de garantir recursos para despesas do dia a dia, a França, que possui uma ampla
rede de proteção social, tem também programas de ajuda para pagar o aluguel e contas
de luz ou gás e para a compra de material escolar, entre outros.
De acordo com Maxime Ladaique, diretor de recursos estatísticos da divisão de políticas
sociais da OCDE, os gastos dos países ricos com programas de transferência de renda
se mantém, em geral, estáveis nos últimos anos.
"Logo após a crise financeira de 2008, as prestações sociais aumentaram, enquanto o
PIB caiu. Os países pagaram mais para amortecer os efeitos da deterioração da
economia", diz o especialista.
"Desde então, elas vêm sendo levemente reduzidas, mas o PIB dos países cresceu",
afirma Ladaique, acrescentando que, na prática, a relação desses gastos em relação ao
PIB tem se mantido estável.
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Pode mudar no Brasil?


O presidente eleito Jair Bolsonaro, antes crítico do Bolsa Família, declarou que vai
ampliar o programa e aperfeiçoar o combate a fraudes.
Além de um 13° 'salário' para os beneficiários, o programa de governo de Bolsonaro
prevê instituir um sistema de "renda mínima para todas as famílias", ou seja, não apenas
as mais pobres, com valor igual ou superior ao que é atualmente pago. O programa do
presidente eleito não detalha, no entanto, como seriam obtidos os recursos para financiar
a medida e se, de fato, ela será adotada.
Pedaço pequeno dos gastos sociais
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Fim do Podcast
Na avaliação de Ladaique, os programas de transferência de renda dos países ricos têm
algo em comum: eles representam apenas uma pequena parte do total de gastos sociais,
que incluem despesas bem mais elevadas como as da Previdência e saúde. "As
despesas com pessoas de baixa renda são pouco significativas em relação a todos os
gastos sociais", diz ele.
Basta olhar para os números gerais: os países ricos da OCDE gastam, em média, 21%
do PIB (Produto Interno Bruto) na área social.
O percentual engloba os recursos usados na Previdência, na saúde pública, com seguro-
desemprego e assistência social às famílias, que em vários casos inclui programas de
distribuição de renda. Na França, os gastos na área são ainda maiores: 31% do PIB.
No Brasil, os gastos sociais do governo federal atingem cerca de 17,5% do PIB, incluindo
despesas com Previdência, saúde, assistência social, educação, trabalho, saneamento
básico e habitação. O percentual é mais elevado do que em outros países da América
Latina e da Ásia.
Em boa parte dos países ricos, no entanto, os programas de transferência de renda não
permitem que os beneficiários vivam acima da linha da pobreza (que leva em conta o
nível de vida no país), ressalta Ladaique, da Ocde.
Conheça detalhes sobre cada um deles (com exceção do Brasil, que ocupa a nona
posição no ranking do FMI) a seguir:
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Estados Unidos: auxílio para alimentação

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Legenda da foto,
Programa americano paga benefícios a idosos e crianças de baixa renda cegos ou com alguma outra
deficiência
O principal programa social dos Estados Unidos é o SNAP (Programa de Assistência
Nutricional Suplementar), que ajuda pessoas de baixa renda a comprarem comida. É um
programa federal, executado por agências locais, que beneficia mais de 20 milhões de
lares. O valor médio pago por mês em 2018 para cada beneficiário é US$ 125 e, para
cada lar, US$ 252. Os valores se mantiveram estáveis nos últimos quatro anos. O
benefício custará quase US$ 56 bilhões neste ano. O SNAP é concedido aos lares com
recursos e ativos de até U$ 2,2 mil.
O governo do presidente Donald Trump propôs mudanças na legislação, passando a
exigir que pessoas com até 60 anos trabalhem para ter direito ao benefício, comumente
chamado de "selos de comida". No caso de desempregados, também há programas de
seguro-desemprego, operados por cada um dos Estados.
Por conta do impasse político criado com a proposta de mudança do SNAP, o Congresso
americano ainda não aprovou a nova lei agrícola (Farm Bill), que financia o setor e o
programa de nutrição. Parte da lei expirou no final de setembro e o restante irá expirar em
31 de dezembro.
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Legenda da foto,
Legislação de assistência social pode mudar nos EUA, a depender do governo de Donald Trump
A imprensa americana estima que pelo menos 2 milhões de pessoas poderão ter o
benefício do SNAP cortado ou reduzido caso a proposta de Trump seja aprovada.
O programa Renda de Segurança Suplementar – Supplemental Security Income (SSI) –
paga benefícios a adultos e crianças com deficiência ou pessoas acima de 65 anos com
poucos recursos (ativos de até US$ 2 mil para um solteiro ou US$ 3 mil para um casal,
considerando conta bancária, poupança, carro etc). No ano passado, o valor da ajuda
mensal era de US$ 735 para um solteiro e de US$ 1,1 mil para um casal.
Há outros programas nos Estados Unidos, como a assistência temporária em dinheiro
para famílias pobres e sem emprego (Temporary Assistance for Needy Families – TANF),
com critérios e benefícios definidos pelos Estados. Alguns Estados exigem, para
conceder o benefício, renda equivalente a menos de 50% da linha da pobreza, enquanto
outros aceitam valores acima disso. Há uma contrapartida de horas de trabalho mensais,
que podem ser serviços à comunidade, formações, ou empregos subsidiados no setor
público e privado.
China: mudanças desde 1990
O país implementou 12 programas de assistência social. Alguns foram criados há várias
décadas, mas eles ganharam força após uma reforma da assistência social no início dos
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anos 90, que passou a incluir nos programas de transferência de renda pessoas aptas ao
trabalho.
Um deles, com versões urbana ("Urban Dibao"), e rural ("Rural Dibao"), garante recursos
mínimos de subsistência às famílias de baixa renda, independentemente da capacidade
para trabalhar. O sistema beneficia todos os lares do país que vivem abaixo da linha da
pobreza. Shangai, a cidade mais desenvolvida do país, foi a primeira a implementar, em
1993, o Dibao urbano nos novos moldes que beneficiam a todos.
O programa Dibao é nacional, mas em razão das disparidades entre áreas urbanas e
rurais e entre províncias do país, os governos locais definem os padrões de ajuda, ou
seja, os benefícios variam de uma região para outra, mas são normalmente calculados
em função da linha da pobreza na localidade.
Em Pequim, por exemplo, a linha da pobreza é de 900 yuans por mês (R$ 500). Se uma
pessoa ganhar apenas 700 yuans (R$ 385), o governo completa os 200 yuans que faltam
para atingir a renda mínima de subsistência.
Na média, o "Urban Dibao" equivale a um quinto ou um sexto da renda per capita das
cidades. Em Pequim, a renda média per capita é de 5,3 mil yuans (R$ 2,9 mil).
Nas áreas rurais, a linha de pobreza média do Dibao é de 312 yuans (R$ 172), mais do
que o dobro do valor em 2010, segundo a ONU.
Há um outro programa nas áreas rurais, o "Wubao", que fornece alimentação, roupas e
cuidados médicos, além de ajuda financeira para moradia e até para enterros.
A partir dos anos 2000, a China reforçou novamente seus programas sociais, com
assistência educacional para beneficiários do Dibao, além de subsídios para moradia.
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Japão: ajuda para gastos médicos e material escolar

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Legenda da foto,
Japão tem programa que visa garantir um padrão de vida mínimo
O Japão possui um programa de auxílio de subsistência, o Seikatsu Hogo. O valor do
benefício resulta de um cálculo complexo em função do custo de vida básico necessário
da família, conforme a idade e o número de integrantes do lar e também da região. Um lar
em Tóquio com um adulto e uma criança em idade escolar, por exemplo, recebe por mês
cerca de 125 mil ienes – US$ 1,1 mil (R$ 4,2 mil) e tem direito a auxílio moradia de 64 mil
ienes (US$ 565 - R$ 2,2 mil).
O governo japonês prevê ainda ajuda financeira para gastos médicos, serviços para
idosos e compra de material escolar, entre outros. Além disso, os municípios do país
ainda oferecem um auxílio por criança a famílias de baixa renda, o Jido teate, que pagar
cerca de 15 mil ienes por criança (R$ 520) por mês.
No Japão, as despesas sociais representam cerca de 23% do PIB, abaixo de países
como a França e a Alemanha, mas acima dos Estados Unidos.
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Alemanha: apoio até para o aluguel

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Legenda da foto,
A assistência social na Alemanha cobre despesas de subsistência, com garantia de recursos
mínimos para pessoas de baixa renda ou incapacitadas de trabalhar
A assistência social na Alemanha cobre despesas básicas, com garantia de recursos
mínimos para pessoas de baixa renda ou incapacitadas de trabalhar.
Neste ano, o montante "da assistência para necessidades básicas" é de 416 euros
mensais (cerca de R$ 1,7 mil) para uma pessoa solteira e de 748 euros para um casal
(R$ 3,1 mil).
Há um suplemento para crianças em função da idade, que vai de 240 a 316 euros (de R$
1 mil a R$ 1,3 mil). Há ainda ajudas financeiras para necessidades suplementares, como
mães ou pais solteiros, situações especiais como roupas de gravidez e de bebê, ou ainda
para a educação de crianças e adolescentes, que incluem, por exemplo, recursos para
material didático e excursões escolares.
Também há auxílio para pagar o aluguel, se ele for considerado "razoável". Isso significa
um montante de cerca de 450 euros (quase R$ 2 mil) no caso de um apartamento para
duas pessoas em Berlim, uma das cidades mais baratas da Europa ocidental.
Reino Unido: apoio será ampliado
O país está implementando o sistema do Crédito Universal, um pagamento mensal para
famílias de baixa renda.
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Ele deverá ser ampliado para todo o país até 2019 e substituirá outros benefícios, como o
complemento de renda (Income Support) e auxílio-moradia.
O Crédito Universal pode ser solicitado por trabalhadores, autônomos e desempregados.
O montante depende da situação (ganhos, filhos, eventual deficiência, ajuda para pagar
aluguel) e do local onde a pessoa vive. Ele não é válido para quem não é cidadão
britânico ou irlandês. Um casal acima de 25 anos recebe 499 libras (US$ 640) por mês.
Outros fatores podem ser acrescentados à ajuda básica, como 277 libras (US$ 355) por
mês no caso do primeiro filho e 232 libras para o segundo filho e subsequentes.
França: ajuda nas contas de luz e gás
O sistema de proteção social francês é um dos mais generosos do mundo.
O país garante, por exemplo, uma renda mínima para pessoas com mais de 25 anos sem
atividade profissional e que não tenham mais direito ao seguro-desemprego (que pode
durar até dois anos). Jovens a partir de 18 também têm direito ao chamado Revenu de
solidarité Active (RSA) caso tenham filhos.
O valor do RSA para uma pessoa que não receba auxílio-moradia complementar é de
550 euros (R$ 2,3 mil) mensais. Um casal com um filho recebe quase 1 mil euros (R$ 4,3
mil).
Além de uma ajuda financeira para o aluguel, há inúmeras outras alocações, como a
destinada a despesas com crianças de menos de três anos, para a compra de material
escolar ou ainda o "cheque energia" para pessoas de baixa renda, soma anual que varia
de 28 a 247 euros (R$ 120 a pouco mais de R$ 1 mil) para ajudar a pagar contas de luz
ou gás.
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Índia: queda grande na taxa de pobreza

CRÉDITO,AFP
Legenda da foto,
Assim como o Brasil, a Índia é um país onde há grande desigualdade social
A Índia lançou em 2013 um plano experimental de pagamento em dinheiro aos mais
pobres, nos moldes do Bolsa Família brasileiro. O governo estuda atualmente
modalidades para estender o programa, batizado de "seu dinheiro em suas mãos". Há
dois anos, técnicos da Índia visitaram o Brasil para aprofundar conhecimentos em relação
ao Bolsa Família.
Há diversos programas de bem-estar social no país, relacionados principalmente a bolsas
de estudo. O país fornece auxílio para a compra de alimentos (5kg de grãos por pessoa
por mês), subsídio para o gás de cozinha e alocações financeiras para atender às
necessidades básicas de famílias.
A taxa de pobreza na Índia caiu de 55% para 28% no período de dez anos (até 2016),
segundo o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud).
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Itália: complemento aos baixos salários

CRÉDITO,REUTERS
Legenda da foto,
Na Itália, benefício social nacional é pago às pessoas de baixa renda com mais de 66 anos
A Itália ainda não possui um regime nacional de apoio financeiro à população de baixa
renda.
Até o momento, o único benefício social nacional, o Assegno Social, é pago àqueles com
mais de 66 anos em situação de vulnerabilidade.
Em seu projeto de orçamento para 2019 - fortemente criticado pela União Europeia por
prever o agravamento do déficit público, que se situaria em 2,4% do PIB -, o governo
italiano prevê o aumento dos gastos públicos para permitir a criação da chamada "renda
de cidadania", medida defendida pelo Movimento 5 Estrelas e que garantiria a qualquer
pessoa maior de idade uma renda mínima de 780 euros (R$ 3,3 mil).
Na prática, se a pessoa trabalhar e tiver um salário de 400 euros, ela receberá o
complemento, 380 euros.
Também existem na Itália programas administrados por regiões e cidades que concedem
recursos em função da renda e que variam de acordo com a localidade.
Canadá: governo limita iniciativas
No Canadá, os programas de assistência social são administrados pelas províncias e
territórios, que fixam suas próprias regras e montantes dos pagamentos.
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Em Ontário, uma pessoa sem filhos pode receber, entre a ajuda financeira de
subsistência e o auxílio moradia máximo, até cerca de R$ 2 mil. No caso de um casal
com dois filhos, a soma pode atingir R$ 3,3 mil.
A província de Ontário havia lançado no ano passado um projeto piloto de renda básica
universal (uma verba mensal garantida tanto para desempregados quanto para
trabalhadores), com 4 mil pessoas inscritas. Ele deveria durar três anos, mas em julho o
governo da província anunciou o encerramento progressivo do projeto, alegando que a
iniciativa custa caro e não é viável a longo prazo. Uma pessoa solteira poderia receber
até 17 mil dólares canadenses (R$ 50 mil) por ano.
Coreia do Sul: programas 'sob medida'
Após a crise de 1997, o governo sul-coreano ampliou, em 2000, as condições para ter
acesso ao chamado programa de proteção nacional de subsistência básica, permitindo
que pessoas na faixa de renda baixa pudessem receber os recursos.
Antes, eles eram destinados apenas a pessoas incapacitadas de trabalhar por motivo de
deficiência ou idade. O programa foi reforçado em 2015, com ajudas "sob medida"
relacionadas ao custo de vida, serviços médicos, moradia e educação, baseada nas
necessidades dos beneficiários.
O benefício corresponde a 30% da renda média, fixada anualmente pelo ministério da
Saúde e do Bem-Estar Social. A renda média é de 2,8 milhões de wons (US$ 2,5 mil)
para um lar com duas pessoas e a alocação de subsistência é de US$ 740. A ajuda
escolar (inscrições, compra de material, entre outros) para estudantes do ensino
fundamental e médio vai de US$ 37 a US$ 48

Programa Comunidade Solidária - Wikipédia


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Comunidade Solidária é um programa do governo federal brasileiro que foi criado em 1995 pelo
presidente Fernando Henrique Cardoso, que assinou o Decreto n.
Preguntas relacionadas
Socialdemocracia
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No debe confundirse con socialismo democrático.

La rosa roja, símbolo internacional de la socialdemocracia debido al color rojo asociado con el socialismo.12
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La socialdemocracia es una ideología política, social y económica, que busca apoyar las


intervenciones estatales, tanto económicas como sociales, para promover la justicia
social en el marco de una economía capitalista. Es un régimen de política que implica un
compromiso con la democracia representativa, medidas para la redistribución del
ingreso y regulación de la economía en las disposiciones de interés general y Estado de
bienestar.
La socialdemocracia tiene como objetivo crear las condiciones para que el capitalismo
conduzca a mayores resultados democráticos, igualitarios y solidarios; y se asocia a
menudo con el conjunto de políticas socioeconómicas que se hicieron prominentes en el
norte y el oeste de Europa —particularmente de organización social de los países
nórdicos— durante la segunda mitad del siglo XX.34
La socialdemocracia moderna se caracteriza por un compromiso con políticas destinadas
a reducir la desigualdad, la discriminación de los grupos desfavorecidos y la pobreza,
incluido el apoyo a servicios públicos universalmente accesibles como atención a
personas mayores, cuidado infantil, educación, atención médica y mejoras laborales. El
movimiento socialdemócrata también tiene fuertes conexiones con el movimiento laboral y
los sindicatos y apoya los derechos de negociación colectiva para los trabajadores, así
como medidas para extender la toma de decisiones democráticas más allá de la política
hacia la esfera económica en forma de codecisión para los trabajadores y otros sectores
económicos interesados. Se diferencia de otras concepciones del socialismo por la
manera que interpreta el significado e implicaciones de ese término, especialmente en
materia política, ya que los socialdemócratas se caracterizan por sus
políticas reformistas ligadas a la participación ciudadana, protección del medio ambiente e
integración de minorías sociales en las democracias modernas, y abordan los valores
sociales desde un prisma progresista.
En algunos casos se asocia la socialdemocracia, con la tercera vía, una ideología que se
desarrolló en los años noventa y que aparentemente quiere fusionar la economía liberal
con las políticas de bienestar socialdemocráticas, aunque algunos analistas han
categorizado esta la tercera vía dentro del movimiento social liberal o liberal. 5
En sentido estricto, la socialdemocracia es una tendencia política que surgió en Europa
en la segunda mitad del siglo XIX, como una ideología política de izquierdas de
carácter europeísta que promueve un socialismo democrático y reformista.6 Es una
versión socialista peculiar de países altamente desarrollados. Es propiamente un
fenómeno del norte de Europa —
Finlandia, Suecia, Noruega, Alemania, Austria, Dinamarca— que obedece al avance del
movimiento obrero de los países nórdicos. La socialdemocracia sostiene que la autoridad
pública debe intervenir para restablecer el equilibrio y la libertad económica.
«Competencia donde sea posible, planificación donde sea necesaria», fue la proclama
del Partido Socialdemócrata Alemán en su Programa de Godesberg de 1959.7

Índice

 1Historia
o 1.1Orígenes (1848-1880)
o 1.2El «periodo clásico» de la socialdemocracia (1880-1914)
 1.2.1Primera revisión de la socialdemocracia
o 1.3La asunción de las tesis revisionistas y reformistas y ruptura definitiva de la
socialdemocracia con el comunismo (1918-1945)
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 1.3.1Segunda revisión de la socialdemocracia, ruptura definitiva con el marxismo


en general y cisma dentro del revisionismo
 2La socialdemocracia en la actualidad
 3Véase también
 4Notas y referencias
 5Bibliografía
 6Enlaces externos

Historia[editar]

Orígenes (1848-1880)[editar]

Louis Blanc en 1848.


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Desarrollo de la socialdemocracia alemana antes de la Segunda Guerra Mundial.

El término socialdemocracia apareció en Francia durante la revolución de 1848 en el


entorno de los seguidores del socialista Louis Blanc.8 Karl Marx lo utilizó en su célebre
obra El 18 Brumario de Luis Bonaparte, cuya primera edición se publicó en Nueva
York en 1852, para designar la propuesta política del que llama
partido socialdemócrata formado tras las «jornadas de junio» por la unión de la pequeña
burguesía democrática con la clase obrera socialista.9 «A las reivindicaciones sociales
del proletariado se les limó la punta revolucionaria y se les dio un giro democrático; a las
exigencias democráticas de la pequeña burguesía se las despojó de la forma meramente
política y se afiló su punta socialista. Así nació la socialdemocracia». Según Karl Marx, en
esta alianza predominaba la ideología de la pequeña burguesía: «su carácter peculiar»
estribaba «en el hecho de exigir instituciones democrático-republicanas, como medio no
para abolir los dos extremos, capital y trabajo asalariado, sino para atenuar su
antagonismo, convirtiéndolo en armonía», o lo que es lo mismo, «la transformación de la
sociedad por vía democrática, pero una transformación dentro del marco de la pequeña
burguesía».10
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Los dirigentes de las diferentes vertientes del socialismo alemán en sus inicios: (arriba) August Bebel, y Wilhelm
Liebknecht; (en medio) Karl Marx;(abajo) Carl Wilhelm Tölcke y Ferdinand Lassalle.

Sin embargo, según el marxista revisionista alemán Eduard Bernstein, el término había


sido acuñado tras la revolución de 1848 por el poeta alemán Gottfried Kinkel.8 Y lo cierto
es que el primer grupo que se autodenominó socialdemócrata fue un partido alemán
fundado en 1863 por Ferdinand Lassalle con el nombre de Asociación General de
Trabajadores de Alemania (Allgemeiner Deutsche Arbeiterverein) y cuyo periódico se
llamó La Socialdemocracia. Este grupo se fusionó en 1875 con el Partido
Socialdemócrata Obrero de Alemania (Socialdemokratische Arbeiterpartei), de
inspiración marxista, creado por Wilhelm Liebknecht y August Bebel en 1869, dando
nacimiento al Partido Obrero Socialista de Alemania (Sozialistische Arbeiterpartei
Deutschands), que años después adoptó el nombre definitivo que mantiene en la
actualidad de Partido Socialdemócrata de Alemania (Sozialdemokratische Partei
Deutschlands, SPD).11 El nuevo partido intentó aunar las dos herencias de las que había
surgido, la lasselleana y la marxista, mediante el Programa de Gotha aprobado el año de
su fundación (1875) pero este fue objeto de una dura crítica por el propio Karl Marx —en
un famoso opúsculo titulado Crítica del Programa de Gotha—. Este decía que a
la sociedad sin clases no se podría llegar con «lindas menudencias» democráticas
meramente «burguesas», sino tras un período de «dictadura del proletariado» que
pusiera fin a la «lucha de clases». En efecto, en el programa de Gotha se recogían
objetivos de «raigambre lassalleana» como la «organización democrática del Estado
nacional que aceptara reformas concretas como el sufragio universal, la milicia popular,
la educación obligatoria o la restricción del trabajo de mujeres y niños», y en un plano
más general, la finalidad última del reparto igualitario del poder político, social y
económico. Una posición reformista «volcada sobre todo en la acción del Estado». 12
Tras el SPD alemán se fundaron el Partido Socialista Obrero Español (1879), el Partido
Obrero Belga (1885), el Partido Socialdemócrata de Austria (1889), el Partido
Socialdemócrata Húngaro (1890), el Partido Socialista Polaco (1892), el Partido Socialista
de Rumania (1893), el Partido de los Socialdemócratas Búlgaros, el Partido
Socialdemócrata de los Trabajadores de Holanda (1894), el Partido Socialista de
Argentina (1896), y el Partido Obrero Socialdemócrata de Rusia (1898). Un desarrollo
político muy importante tuvieron los partidos socialdemócratas escandinavos (Partido
Socialdemócrata de Dinamarca, 1871; Partido Laborista Noruego, 1887; Partido
Socialdemócrata Sueco, 1889). En Inglaterra y algunos otros países los partidos
socialistas adoptaron el nombre de laborista.
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El «periodo clásico» de la socialdemocracia (1880-1914)[editar]

Friedrich Engels, cofundador del marxismo, en 1893, dos años antes de su muerte.

Entre 1880 y 1914 la socialdemocracia asumió plenamente las tesis marxistas, por lo que


ese período también ha sido llamado «la edad de oro del marxismo». Sin embargo, la
interpretación del marxismo que hizo la corriente mayoritaria («ortodoxa») de la Segunda
Internacional, fundada en 1889, acentuó los aspectos mecanicistas y materialistas del
marxismo («economicismo») convirtiéndolo «en un dogma, que mediante el análisis de
las relaciones productivas, era considerado capaz de prever, en sus grandes trazos al
menos, el inexorable curso de la historia», que culminaría con la «inevitable victoria del
proletariado» como consecuencia del desarrollo del propio capitalismo que llevaba
consigo la progresiva concentración del capital en unas pocas manos y la creciente
miseria de la clase obrera. Esta concepción del inexorable derrumbe del capitalismo era
la que sostenían August Bebel y Karl Kautsky, en Alemania; Paul Lafargue y Jules
Guesde en Francia; Achille Loria y Enrico Ferri, en Italia; y Jaime Vera y Julián Besteiro,
en España.13
Pero existía una contradicción entre la teoría revolucionaria que defendía la corriente
«ortodoxa» y la práctica política reformista que aplicaba. El principal teórico de la
socialdemocracia alemana Karl Kautsky creyó encontrar el apoyo a esta política en el que
se consideró el testamento político de Engels, la «Introducción» a la edición de 1895 de la
obra de Marx La lucha de clases en Francia. Allí el cofundador del marxismo y principal
depositario de la herencia de Marx (muerto doce años antes) defendía el sufragio
universal como un medio para conseguir la victoria del socialismo tras una «labor larga y
perseverante» de las masas, aunque Engels también preveía que las fuerzas burguesas
acabarían violando su propia legalidad para impedir su triunfo, lo que entonces legitimaría
otros medios de alcanzar la sociedad socialista.14
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Primera revisión de la socialdemocracia[editar]

Eduard Bernstein en 1895.

Uno de los primeros en señalar la contradicción entre teoría y práctica fue el


alemán Eduard Bernstein en una serie de artículos publicados en Die Neue Zeit entre
1896 y 1898 y sobre todo en su libro de 1899 Las premisas del socialismo y las tareas de
la socialdemocracia. En una Alemania a punto de convertirse en la primera potencia
industrial europea Bernstein constató que las predicciones de Marx no se estaban
cumpliendo pues ni se vislumbraba el colapso del capitalismo víctima de sus propias
contradicciones ni el proletariado vivía en unas condiciones cada vez más miserables. Así
pues, Bernstein procedió a «revisar» buena parte de las tesis marxistas —como la teoría
del valor-trabajo o la de la polarización social entre burguesía y proletariado que haría
desaparecer a las clases medias—, —y en consecuencia defendió las
políticas reformistas para alcanzar el socialismo—, con lo que la contradicción entre teoría
y práctica desaparecía.15

Karl Kautsky hacia 1920.


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La «revisión» de Bernstein, influida por el neokantismo, suscitó un gran debate en el seno


de la socialdemocracia alemana y europea en el que Karl Kautsky, el teórico más
influyente del SPD, fue el principal defensor de las tesis «clásicas» marxistas —o de la
interpretación que había hecho de ellas la corriente «ortodoxa» mayoritaria—. 16
El punto central del debate fue la alternativa entre reforma o revolución para alcanzar el
socialismo. Bernstein defendió la primera, tomando como referencia las ideas de
la Sociedad Fabiana —fundada en 1884, y que fue el principal origen doctrinal
del laborismo, «la versión británica de la socialdemocracia europea»— que Bernstein
conoció durante su exilio en Londres en la última década del siglo XIX. Los fabianos
ajenos a la tradición marxista y opuestos a la revolución, defendían alcanzar el socialismo
mediante la «extensión gradual del sufragio y la transferencia de rentas e intereses al
Estado, no de golpe, sino poco a poco», como escribió en 1889 Bernard Shaw, el fabiano
más conocido.17 Por su parte Sidney Webb, fundador de la sociedad junto con su
esposa Beatrice Webb, remarcó la estrecha relación entre democracia y socialismo: 18
El resultado inevitable de la democracia es el control por parte del propio pueblo no sólo de la propia organización
política, sino también de los principales instrumentos de riqueza… El aspecto económico del ideal democrático
es, en realidad, el socialismo.

Al igual que los fabianos, Bernstein veía la democracia como «el medio para la lucha en
pro del socialismo» y la «forma imprescindible de realización del socialismo», mientras
que la dictadura del proletariado la consideraba una forma de «atavismo político». En
consecuencia, enlazando en esto con Lassalle, no consideraba al Estado como un
instrumento de dominación de clase, como sostenía la interpretación marxista
«ortodoxa», sino como el «legítimo guardián del interés general de la colectividad». 19

Edición de 1906 de Las premisas del socialismo y las tareas de la socialdemocracia de Eduard Bernstein.

Bernstein, citando a Engels, decía que el socialismo se lograría a través de una lucha
«prolongada, tenaz, avanzando lentamente de posición a posición», 20 lo que produciría
una especie de evolución del capitalismo dado que por un lado: a) Las condiciones
económicas no eran las suficientes como para permitir la aparición del socialismo; y b)
Que la concentración o acumulación del capital no se había realizado en los términos
previstos por Marx, sino por el contrario, se había extendido a través de la generalización
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de las empresas de capital social. Lo que significaba que en lugar de pauperizar habían
mejorado los niveles de vida de amplios sectores de ella 21 y que, por otro lado, la
ampliación de la democracia y los logros de beneficios sindicales que esa extensión hacía
posible significaba que el proletariado tendría cada vez más derechos a defender y por lo
tanto, menos razones para una insurrección. Todo lo anterior "ha revolucionado
completamente las condiciones de la lucha del proletariado. Los métodos de 1848 (la
referencia es al Manifiesto Comunista) son obsoletos en todo sentido".20 Paralelamente
Bernstein argumentaba que la extensión de derechos democráticos a las clases
desposeídas -específicamente, el derecho a voto a quienes no son propietarios-
cambiaba las reglas de la política: la democracia se había transformado en conquista y
herramienta popular y por lo tanto superaba la necesidad de una insurrección y/o guerra
civil a fin de instaurar una dictadura del proletariado. Consecuentemente, Bernstein
analizaba la posibilidad de transformación del capitalismo al socialismo mediante un
proceso de reformas políticas y económicas; la consecución de estas reformas debían
figurar en adelante como objetivo prioritario del movimiento obrero, por lo que la
confrontación electoral y la presencia parlamentaria de los partidos socialdemócratas se
transformaba en método central de avance al socialismo. Aunque las tesis de Bernstein
fueron condenadas por casi todos los partidos, su posicionamiento (denunciado por los
continuistas como revisionismo) tuvo una amplia influencia en el socialismo internacional.
Es importante tener presente que las reformas que Bernstein está postulando no se
refieren solo un sistema de beneficios, sean sindicales o sociales, sino que al sistema
político mismo -especialmente el de su tiempo- Para el, la democracia es un concepto no
solo mejorable sino un objetivo político que se debe lograr o implementar -por ejemplo, a
través de la lucha por el derecho de los sindicatos a participar no solo en la
administración de empresas sino también en la dirección política de un país- Así, define
democracia, negativamente, como: “la ausencia del gobierno de clases (...) el principio de
la supresión del gobierno de las clases aunque no todavía la actual supresión de las
clases”.22
La asunción de las tesis revisionistas y reformistas y ruptura
definitiva de la socialdemocracia con el comunismo (1918-1945)
[editar]
La Revolución de Octubre de 1917 supuso la ruptura del movimiento socialista europeo
ya que los partidarios del modelo leninista que acababa de triunfar en Rusia abandonaron
los partidos socialistas y socialdemócratas para fundar los partidos comunistas adheridos
a la nueva Tercera Internacional, mientras que aquellos asumieron plenamente los
valores democráticos y la vía reformista para alcanzar el socialismo —con la excepción
del Partido Socialista Obrero Español que protagonizó la fracasada Revolución de octubre
de 1934—.23
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Ramsay MacDonald, líder del Partido Laborista entre 1922 y 1931 y primer ministro británico en 1924 y entre
1929 y 1935.

Así el sector «revisionista reformista» encabezado por Bernstein, —y al que hicieron


importantes aportaciones el italiano Carlo Rosselli y el belga Henri de Man— 24 acentuó la
estrecha relación entre el socialismo y la democracia —«La clase obrera exige la
democratización del Estado y de la administración pública, la democratización de las
empresas, la extensión de la democracia a todos los terrenos, a la enseñanza, a la cultura
física, al arte, al comercio», escribió Bernstein en 1922—. 25 Pero también obligó al sector
«ortodoxo» a definir con precisión el significado del concepto marxista de «dictadura del
proletariado» y su relación con la democracia. En 1911 Kaustky ya había admitido que
«un verdadero régimen parlamentario puede ser igualmente un instrumento de la
dictadura del proletariado como de la dictadura de la burguesía», y tras el triunfo de la
"Revolución de Octubre" denunció que en Rusia se había sustituido la «dictadura del
proletariado» por la dictadura del partido («la dictadura conduce a que el partido que
sustenta las riendas del poder tenga que procurar mantenerse por todos los medios, sean
éstos limpios o sucios, porque su derrocamiento equivale a su derrumbamiento total»), lo
que provocó la airada respuesta de Lenin denunciando el «democratismo
pequeñoburgués» del «renegado Kaustky» (La revolución proletaria y el renegado
Kaustsky, 1918; El Estado y la revolución, 1918).26
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Leon Blum (1927), líder del SFIO y presidente del gobierno francés entre 1936 y 1937 al frente de la coalición
del Frente Popular.

La socialdemocracia también cuestionó la identificación


entre socialización y nacionalización o estatalización de los medios de producción, el
modelo que se estaba aplicando en Rusia. El mismo Kaustky siempre había aceptado
que en la sociedad socialista pudieran convivir formas variadas de propiedad junto a la
estatal, como la municipal, la cooperativa, la sindical e, incluso, en algunos casos la
propiedad privada. «El mecanismo económico de una sociedad socialista admite la
misma variedad que en la actualidad. Lo que desaparecerá es nuestra febril agitación, la
lucha a ultranza en la que se trata de vencer o morir, a la que nos condena el sistema
actual de la competencia. Lo que desaparecerá, en definitiva, es el antagonismo entre
explotadores y explotados», había escrito en 1902. Una idea que reiteró para criticar la
revolución bolchevique —tanto la democracia como el socialismo «son medios, que
deben darse conjuntamente, para el fin de suprimir toda opresión», escribió en 1918— y
que los reformistas, siguiendo la estela de los fabianos, aún llevaron más lejos al
identificar el socialismo con la democracia extendida a todos los terrenos de la vida
social.27 «Berstein llegó a negar la eficacia milagrosa de la socialización de la propiedad,
que no veía como un fin en sí misma y que, por ello, no tenía por qué afectar a todos los
sectores económicos ni recibir la forma jurídica de apropiación pública, pudiendo bastar la
mera intervención estatal en las empresas privadas y el control del conjunto de la
actividad económica».28
La ruptura definitiva de la socialdemocracia con el comunismo se dio el 2 de
marzo de 1919, en el congreso fundacional de la Internacional Comunista (conocida como
la Tercera Internacional) ocurrido el mencionado día el propio Vladimir Lenin anunció la
ruptura definitiva entre dos corrientes ideológicas y políticas irreconciliables:
el comunismo (también denominado como bolchevismo, para entonces aún no se usaba
el término marxismo-leninismo sino simplemente leninismo) y el revisionismo
socialdemócrata (también denominado como revisionismo reformista).29Sin embargo, a
pesar de la irreversible ruptura de la socialdemocracia con el comunismo,
la socialdemocracia se siguió definiendo como marxista hasta la década de los años
1950. Vale aclarar que el propio Eduard Bernstein ya había roto abiertamente con
el comunismo desde finales de la década de los años 1890 cuando hizo su famosa
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revisión a la socialdemocracia, pero sus tesis revisionistas tardaron varios años en calar
dentro de la socialdemocracia.30
Un intento de conciliación entre la socialdemocracia y el leninismo lo representó la
creación de la llamada Segunda Internacional y Media que asumió en gran medida la
posición más benévola sobre la Revolución de Octubre sostenida por
el austromarxista Otto Bauer —consideraba la dictadura del proletariado en Rusia como
una fase de transición hacia la democracia, lo que nunca llegó a realizarse—. 31
Finalmente los partidos o corrientes que seguían las tesis de Bernstein, que continuaron
denominándose socialistas o socialdemócratas, fundaron en 1923 la Internacional Obrera
y Socialista.
Durante este período de entreguerras se produjo la primera participación de los
socialdemócratas en los gobiernos, (en Alemania, en Austria, en Bélgica, en Gran
Bretaña, en Dinamarca o en España), aunque la misma fueron relativamente efímeras,
salvo en el caso del Partido Socialdemócrata Sueco que se mantuvo en el poder desde
1932 hasta 1976.24
Entre los pensadores y políticos más conocidos que tuvieron mayor influencia en la
socialdemocracia de este periodo se encuentran: Léon Blum; Ramsay MacDonald; Pierre
Mendès France; Tony Crosland (principal implementador político de las ideas de
Keynes), John Maynard Keynes; John Kenneth Galbraith, Olof Palme, Nehru, etc.
Segunda revisión de la socialdemocracia, ruptura definitiva con el marxismo en general y cisma
dentro del revisionismo[editar]
Tras el final de la Segunda Guerra Mundial la socialdemocracia europea abandonó
completamente el marxismo y elaboró una «visión diferente de las relaciones entre
capitalismo y socialismo»,32 centrando su propuesta en «una mayor intervención estatal
en los procesos de redistribución que en los de producción, de forma que una política
fiscal progresiva permitió consolidar eficazmente la red asistencial que configura
el Estado de bienestar» (dándose pues así la ruptura definitiva de
la socialdemocracia con el marxismo en general).33

Willy Brandt, líder del SPD y canciller de Alemania entre 1969 y 1974.
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El momento decisivo se produjo en 1959 cuando en el Congreso de Bad


Godesberg el Partido Socialdemócrata Alemán abandonó formalmente el marxismo,
renunciando a «proclamar últimas verdades», e identificando completamente socialismo y
democracia. Así el SPD se propuso crear un «nuevo orden económico y social» conforme
con «los valores fundamentales del pensamiento socialista» —«la libertad, la justicia, la
solidaridad y la mutua obligación derivada de la común solidaridad»— y que no se
consideraba incompatible con la economía de mercado y la propiedad privada.34
Frente a la aceptación del capitalismo propugnada por el SPD y el resto de partidos
socialdemócratas del centro y del norte de Europa, sus homólogos del sur elaboraron una
alternativa que llamaron socialismo democrático en la que no renunciaban a alcanzar el
socialismo, aunque siempre mediante el respeto a las reglas de la democracia —los
partidos comunistas del sur también se sumaron a esta iniciativa construyendo su propia
alternativa «socialista democrática» que llamaron eurocomunismo—. Por su parte los
socialdemócratas que aceptaron al capitalismo afirmaron que «tal resolución no significó
un abandono ni una traición al socialismo sino la reconciliación del socialismo con
el capitalismo y su unificación en un sólo movimiento —la socialdemocracia moderna—»,
creando así un «capitalismo socialista y democrático».3435Téngase en cuenta que la
segunda revisión de la socialdemocracia significó también un cisma dentro del
movimiento revisionista, que se dividió en 2 grupos: el de los revisionistas que siguieron
ligados al marxismo y el de los revisionistas que desertaron por completo del marxismo —
formando parte la socialdemocracia moderna del segundo grupo—.

Olof Palme, líder del Partido Socialdemócrata de Suecia y primer ministro de su país entre 1969 y 1976, y 1982 y
1986.

Los ideales de la nueva socialdemocracia heredera del «revisionismo reformista»


quedaron plasmados en la Declaración de Principios de la Internacional Socialista de
1989, en la que se proclamó que «una democracia más avanzada en todas las esferas de
la vida (la política, la social y la económica) es el marco y a la vez el fin del socialismo». 36
Así pues, según los socialdemócratas no existe un conflicto entre la economía capitalista
de mercado y su definición de una sociedad de bienestar mientras el Estado posea
atribuciones suficientes para garantizar a los ciudadanos una debida protección social. En
general, esas tendencias se diferencian tanto del social liberalismo como del liberalismo
progresista en la regulación de la actividad productiva, y en la progresividad y cuantía de
los impuestos. Y esto se traduce en un incremento en la acción del Estado y los medios
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de comunicación públicos, así como de las pensiones, ayudas y subvenciones a


asociaciones culturales y sociales. Algunos gobiernos europeos han aplicado en los
últimos años una variante de la Tercera Vía que es un poco más próxima al liberalismo,
con un menor intervencionismo y presencia de empresas públicas, pero con el
mantenimiento de las ayudas y subvenciones típicas de la socialdemocracia —cuyo
principal exponente ha sido el laborista británico Tony Blair—.
Entre los pensadores y políticos que han tenido más influencia sobre la socialdemocracia
en las últimas décadas se encuentran Gerhard Schröder, Paul Krugman, Robert
Solow, Joseph Stiglitz, Amartya Sen, Claus Offe y, principalmente, Norberto
Bobbio y Zygmunt Bauman. Las ideas que han dado origen a las posiciones de Tony
Blair y Gordon Brown se asientan principalmente sobra la obra de Anthony
Giddens y Jeffrey Sachs. Gordon Brown ha sido también influido por alguna de las
percepciones de Gertrude Himmelfarb.

Hermes Binner, Fue el primer gobernador socialista argentino de la provincia de Santa Fe , entre el 2007 y el
2011, y un destacado dirigente socialista. Responsable de la transformación del sistema de salud público en esa
provincia37.

Los partidos socialdemócratas se encuentran entre los más importantes en la mayor parte
de los países europeos, así como en la mayor parte de países influidos por el viejo
continente, con la notable excepción de Estados Unidos. También
en Hispanoamérica tienen una notable influencia, con la Unión Cívica Radical en
Argentina, el Partido Socialista de Chile, el Partido Liberal Colombiano, el Partido
Liberación Nacional de Costa Rica, el Partido Colorado de Uruguay o la Acción
Democrática de Venezuela [cita requerida] 38 39algunos de los cuales han participado en los
gobiernos de sus respectivos países.

La socialdemocracia en la actualidad[editar]

La socialdemocracia plantea en el presente: 40

 Una economía mixta controlada democráticamente.


 Programas subvencionados de educación, cuidado de salud universal, cuidado
infantil y los relacionados servicios sociales para todos los ciudadanos.
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 Un amplio sistema de seguridad social, con el objetivo declarado de contrarrestar


los efectos de la pobreza y asegurar a los ciudadanos contra la pérdida de ingresos a
raíz de enfermedad, desempleo o jubilación.
 Organismos gubernamentales que regulen la empresa privada en defensa del
trabajador y de los consumidores, garantizando los derechos laborales (es decir,
apoyar el acceso de los trabajadores a los sindicatos), y de los consumidores la
protección y la competencia de mercado.
 Democracia representativa en el marco del estado de derecho.
 Ecologismo y protección del medio ambiente a través de las leyes, por ejemplo, la
financiación de energía alternativa, además recursos y leyes destinados a combatir
el calentamiento global.
 Sistemas de impuesto progresivo para financiar los gastos del Estado.
 Una política social secular y progresista.
 Inmigración y multiculturalismo.
 Una política exterior de apoyo a la promoción de la democracia, la protección de
los derechos humanos y en lo posible, a partir del multilateralismo.
 Promoción de la justicia social, los derechos humanos, derechos
sociales, derechos civiles y libertades civiles.

Se diferencia de otras concepciones del socialismo por la manera que interpreta el


significado e implicaciones de ese término, especialmente en materias políticas:
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O Cadastro Único é um registro que permite ao governo saber quem são e como vivem as famílias de
baixa renda no Brasil. Ele foi criado pelo Governo Federal, ...
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Preguntas relacionadas
O Cadastro Único

O programa da Secretaria Nacional do Cadastro Único - SECAD é um instrumento que


identifica e caracteriza as famílias de baixa renda, permitindo que o governo conheça
melhor a realidade socioeconômica dessa população. Nele são registradas informações
como: características da residência, identificação de cada pessoa, escolaridade, situação
de trabalho e renda, entre outras.
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responsabilize por prestar as informações de todos os membros da família para o
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ter pelo menos 16 anos e, preferencialmente, ser mulher.
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Gestão

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ação federal, com gestão compartilhada e descentralizada entre a União, os estados, o
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federados assumem compromissos e atribuições específicos, que devem ser executados
de forma articulada. 
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Cadastramento Diferenciado

O Cadastro Único possibilita a identificação de parte da diversidade social brasileira,


dando suporte ao reconhecimento de grupos populacionais cuja forma de vida e
organização sociopolítica refletem saberes e modos de vida ancorados em processos
conjunturais, históricos e culturais diversos.
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Consulta

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Para a manutenção da qualidade dos dados do Cadastro Único, as famílias inscritas


devem manter seus dados cadastrais atualizados. Isso deve ser feito obrigatoriamente a
cada dois anos ou sempre que houver mudanças na situação da família.
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Diversos dados e informações sobre o Cadastro Único e o
Auxílio Brasil estão disponíveis por meio de um
conjunto de ferramentas informatizadas.
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o Cursos e REDs
o Modalidade de Licitação
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o Processo Seletivo
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 COMPOSIÇÃO
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o Inclusão Produtiva Rural
o Inclusão Produtiva Urbana
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o Infraestrutura Esportiva
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Governo Lula

 Brasil
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Tipo Governo federal

Legislatura 51ª Legislatura da Câmara dos Deputados

1 de janeiro de 2003 - 31 de janeiro de 2003

52ª Legislatura da Câmara dos Deputados 1 de fevereiro de 2003 - 31


de janeiro de 2007

53ª Legislatura da Câmara dos Deputados 1 de fevereiro de 2007 - 31


de janeiro de 2010

54ª Legislatura da Câmara dos Deputados 1 de fevereiro de 2010 - 31


de dezembro de 2010

51ª Legislatura do Senado Federal 1 de Janeiro de 2003 - 31 de janeiro


de 2003

52ª Legislatura do Senado Federal 1 de fevereiro de 2003 - 31 de


janeiro de 2007

53ª Legislatura do Senado Federal 1 de fevereiro de 2007 - 31 de


janeiro de 2010

54ª Legislatura do Senado Federal 1 de fevereiro de 2010 - 1° de


janeiro de 2011

35.º Presidente Luiz Inácio Lula da Silva

23.º Vice- José Alencar


presidente da
República

Eleição Eleição de 2002


e Eleição de 2006
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Mandato
Período 2003 - 2011

Início 1° de janeiro de 2003

Fim 1° de janeiro de 2011

Composição
Partido PT

Coligação PT (2003-2011), PL/PR (2003-2011), PCdoB (2003-2011), PSB (2003-
2011), PTB (2003-2009), PDT (2003-2004/2007-2011), PPS (2003-2004), P
V (2003-2005), PMDB (2004-2011), PP (2005-2011), PRB (2007-2011)[1]

Sítio oficial
www.brasil.gov.br
Histórico

 FHC Dilma 

O Governo Lula corresponde ao período da história política brasileira que se inicia com a


posse de Luiz Inácio Lula da Silva à presidência, em 1 de janeiro de 2003, em sua quarta
candidatura para este cargo e após derrotar o candidato do PSDB, José Serra, com
61,27% dos votos válidos, em segundo turno. [2] Lula foi o primeiro ex-operário a se tornar
presidente do Brasil, governou o país em dois mandatos (2003 até 2006, e de 2007 até
2011).[3] Em outubro de 2006, Lula se reelegeu para a presidência, derrotando no segundo
turno o candidato do PSDB Geraldo Alckmin, obtendo mais de 60% dos votos válidos
contra 39,17% de seu adversário.[4] Sua estada na presidência foi concluída em 1° de
janeiro de 2011. O Governo Lula terminou com aprovação recorde da população, com
número superior a 80% de avaliação positiva. [5][6][7]
Teve como principais marcas a manutenção da estabilidade econômica, a retomada do
crescimento do país e a redução da pobreza e da desigualdade social. [8] O governo Lula
registrou a maior média de crescimento do PIB em duas décadas, de em torno de 4,1%, e
o crescimento total ficou em 32,62%. A renda per capita cresceu 23,05%, com média de
2,8%.[9] O crescimento foi puxado pela alta das commodities, a demanda doméstica,
ajudada por programas como o Bolsa Família e a redução das taxas internacionais de
juros.[10][11][12] Apesar do crescimento econômico, a produtividade não aumentou junto. [13] Lula
assumiu com a inflação em 12,53% e entregou a 5,90%. [14]
Uma das plataformas de campanha de Lula foi a necessidade de reformas
constitucionais.[15] Uma reforma relevante ocorrida no Governo Lula foi a aprovação da
Emenda Constitucional 45, de 2004, que ficou conhecida como "Reforma do Judiciário".
[16]
 O governo Lula também se notabilizou pela busca do país em sediar grandes eventos
esportivos. Os Jogos Pan-Americanos de 2007 ocorreram durante o seu mandato. Assim
como a escolha do Brasil ser sede da Copa do Mundo FIFA de 2014 e dos Jogos
Olímpicos de 2016. As decisões geraram polêmica quanto aos prejuízos [17][18][19] e legados[20]
[21][22]
 de cada evento.
Em 2009, penúltimo ano do Governo Lula, estudo anual realizado
pela ONG Transparência Internacional informou que o Brasil ocupa a 75ª posição, num
ranking de 180 países, sobre percepção de corrupção. O estudo deu ao Brasil nota 3,7, o
que indica problemas de corrupção, segundo a entidade. [23] O Brasil piorou no ranking
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entre 2002 (nota 4,0, em 45º no ranking) e 2009 (nota 3,7, em 75º no ranking), tendo uma
queda de 30 postos.[24] Em 2008, o Índice de Democracia, elaborado anualmente pela
revista inglesa The Economist, classificou o Brasil como o 41º país mais democrático do
mundo.[25]
Carta ao povo brasileiro
Ver artigo principal: Carta ao povo brasileiro
Ainda durante campanha eleitoral, Lula redigiu a "carta ao povo brasileiro" onde
assegurou que, em caso de sua vitória, a sua agremiação, o PT, respeitaria os contratos
nacionais e internacionais. A carta foi lida no dia 22 de junho de 2002 durante encontro
sobre o programa de governo do partido.[26]
Posse presidencial

Ao lado de seu vice-presidente José Alencar, Lula sobe a rampa do Palácio do Planalto na cerimônia de posse do
seu segundo mandato.
Ver artigos principais: Posse de Luiz Inácio Lula da Silva em 2003 e Posse de Luiz
Inácio Lula da Silva em 2007
Luiz Inácio Lula da Silva tomou posse no dia 1º de janeiro de 2003, tendo sido eleito
presidente em 2002. Ele foi o segundo presidente brasileiro a tomar posse nessa data, o
terceiro presidente eleito desde o fim da ditadura militar, e o primeiro ex-operário de
orientação socialista a assumir a Presidência da República.[27][28]
A posse do segundo mandato de Luiz Inácio Lula da Silva como presidente da República
Federativa do Brasil aconteceu em 1º de janeiro de 2007. Ele foi empossado novamente
com o vice-presidente, José Alencar. A cerimônia começou pouco depois de 16h, no
plenário do Congresso Nacional, em Brasília, e foi presidida pelo então presidente do
Senado, Renan Calheiros. Como na posse do primeiro mandato, o presidente e o vice-
presidente reeleitos leram e assinaram o termo de posse e, em seguida, foi ouvido o hino
nacional, executado pela Banda dos Fuzileiros Navais. [29]
Biblioteca Acarí e Churunga. 2006. Enciclopedia Andes e Desertos

Política interna

Economia

Henrique Meirelles, presidente do Banco Central desde o início do Governo Lula.

Lula foi eleito em um contexto econômico difícil, [12] e sua gestão iniciou dando seguimento
à política econômica do governo anterior, FHC.[30] Para tanto, nomeou Henrique Meirelles,
deputado federal eleito pelo PSDB de Goiás em 2002, para a direção do Banco Central
do Brasil dando um forte sinal para o mercado - principalmente o Internacional, em que
Meirelles é bastante conhecido por ter sido presidente do Bank Boston - de que não
haveria mudanças bruscas na condução da política econômica em seu governo.
[31]
 Nomeou o médico sanitarista e ex-prefeito de Ribeirão Preto Antônio Palocci,
pertencente aos quadros do Partido dos Trabalhadores, como Ministro da Fazenda. Após
seguidas denúncias contra Palocci feitas pela mídia, no caso conhecido como "Escândalo
da quebra do sigilo bancário do caseiro Francenildo", este pediu demissão (em 27 de
agosto de 2009, o STF arquivou a denúncia feita contra Palocci).[32] O seu substituto foi o
economista e professor universitário Guido Mantega, que assumiu o ministério em 27 de
março de 2006.
O Governo Lula caracterizou-se pela baixa inflação, que ficou controlada, [33] redução do
desemprego e constantes recordes da balança comercial. [34] Na gestão do presidente Lula
observou-se o recorde na produção da indústria automobilística em 2005, o maior
crescimento real do salário mínimo[35] e redução do índice de Gini.[36]
Em 2010, Alan Mulally, presidente mundial da Ford afirmou que graças aos programas de
incentivo do Governo Lula foi possível ao país sair de forma efetiva da crise mundial.
[37]
 Durante a crise a retração do PIB foi de apenas 0,2%, mostrando um resultado melhor
que as grandes economias do mundo obtiveram. [33]
O crescimento econômico foi puxado pelo boom das commodities, a redução das taxas
de juros internacionais e o aumento do consumo interno, apoiado pelo aumento do salário
mínimo e programas de transferência de renda como o Bolsa Família. [10][12][11]
A terceira edição do relatório produzido pela escola mundial de negócios Insead, em
parceria com a Confederação da Indústria Indiana (CII), realizado em 2010, mostrou que
o Brasil está na 68ª posição no ranking mundial de inovação de 2010, que classifica as
economias de Islândia, Suécia e Hong Kong como as três mais inovadoras do mundo.
Dentre os países latino-americanos, o país ficou apenas no 7º posto, perdendo para
nações como Costa Rica, Chile e Uruguai. A pesquisa classificou 132 países a partir de
60 indicadores diferentes, tais como patentes por milhão de habitantes, investimentos
em pesquisa e desenvolvimento, usuários de internet banda larga e celulares por 100
pessoas e prazo médio para se abrir um negócio no país. O estudo também mede o
Biblioteca Acarí e Churunga. 2006. Enciclopedia Andes e Desertos

impacto da inovação para o bem-estar social, incluindo dados de gastos


com educação, PIB per capita e o índice Gini de desigualdade social.[38]
No ano de 2010, o total de arrecadação de impostos foi de R$ 805,7 bilhões, o que
representou o maior valor da história do País, segundo informação divulgada pela
Secretaria da Receita Federal.[39]
Durante a gestão de Lula, a liquidação do pagamento das dívidas com o FMI contraídas
em governos anteriores foram antecipadas. Esta ação resultou em melhor prestígio
internacional e maior atenção do mercado financeiro para investir no Brasil. [40] A dívida
externa brasileira, passou de US$ 214,93 bilhões no ano de 2003, para em dezembro
de 2010, US$ 255,664 bilhões.[41] Em dezembro de 2010, o valor referente ao estoque da
dívida pública mobiliária federal interna (DPMFI) atingiu nível recorde, depois de subir
para R$ 1,603 trilhão ante o valor de R$ 1,574 trilhão de novembro do mesmo ano. [42]

Prédio do Banco Central em Brasília

O Governo Lula terminou com um valor total de 288,575 bilhões de dólares em reservas
internacionais em 31 de dezembro de 2010, o que representou recorde histórico. [43] No
início do governo, as reservas totalizavam US$ 37,65 bilhões. [43][44][45] A taxa de juros SELIC
saiu de 25% ao ano em 2003, quando Lula tomou posse, para 8,75% ao ano em julho de
2009 (no segundo mandato de Lula). [46]
O Brasil sofreu pouco com a crise econômica de 2008-2009, e isso foi reconhecido
internacionalmente por outros países.[47][48] De acordo com estudos da fundação
da Alemanha Bertelsmann publicados em 2010, o Brasil foi um dos países que melhor
reagiram perante a crise.[49] Segundo os relatórios publicados, a fundação elogia os
programas sociais do país e o controle austero sobre as instituições financeiras, e revela
que o país alcançou posições econômicas melhores. [49]
Biblioteca Acarí e Churunga. 2006. Enciclopedia Andes e Desertos

Inflação

Guido Mantega.

Nos oito anos do Governo Lula, a taxa de inflação oficial do país, representada
pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), ficou em sete oportunidades dentro
da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).[50] A exceção ficou por
conta justamente do primeiro ano da gestão, em 2003, quando o IPCA, mesmo
mostrando uma alta menor, de 9,30%, ante a taxa de 12,53% de 2002, ficou acima da
meta ajustada de 8,5% anunciada pelo Banco Central. [51]
Em 2004, depois de o CMN estipular uma meta de inflação acumulada de 5,5% para
aquele ano, com tolerância de 2,5 pontos porcentuais para baixo ou para cima, o IPCA
atingiu uma taxa final de 7,60%, bem próxima do teto estabelecido. [52] Em 2005, a inflação
oficial do País fechou o período com uma alta acumulada de 5,69%, dentro da meta de
4,5%, com tolerância de 2,5 pontos para cima ou para baixo. [52]
A partir de 2006, o CMN manteve o ponto central da meta inflacionária do Brasil em 4,5%,
mas reduziu as margens para 2 pontos porcentuais para cima ou para baixo. [53] Foi
exatamente nesse ano que o IPCA atingiu a marca de 3,14%, a menor taxa desde o início
de implantação das metas, em 1999.[53]
Em 2007 e 2008, a inflação acumulada avançou para os níveis de 4,46% e de 5,90%,
respectivamente, mas ainda continuaram dentro do intervalo perseguido pelo Banco
Central.[54] Em 2009, em virtude principalmente da alta menor no preços dos alimentos, o
IPCA acumulado desacelerou para a marca de 4,31%. [54] No último ano do governo Lula, a
inflação apresentou importante aceleração, registrando alta de 5,91%. [55] Apesar de ainda
ter ficado dentro da meta do CMN, de 4,5%, com tolerância de 2 pontos para cima ou
para baixo, o IPCA foi o maior desde 2004.[55]
Produto Interno Bruto
O PIB no Governo Lula apresentou expansão média de 4% ao ano, entre 2003 e 2010.
[56]
 O desempenho superou o do governo anterior, Fernando Henrique Cardoso (1995-
2002), que mostrou expansão média do PIB de 2,3% ao ano. [56] O número médio dos oito
anos ficou, porém, abaixo da média de crescimento da economia brasileira do período
republicano, de 4,55%, e colocou o Governo Lula na 19ª posição em ranking de 29
presidentes, conforme estudo do economista Reinaldo Gonçalves, professor da UFRJ.
[57]
 Quando se divide o período por dois mandatos, a média foi de 3,5%, no primeiro (2003-
2006), e de 4,5%, no segundo (2007-2010). [57]
Biblioteca Acarí e Churunga. 2006. Enciclopedia Andes e Desertos

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anuncia o Programa de Aceleração de Crescimento em 2007.

O resultado médio melhor da segunda metade do Governo Lula foi beneficiado


especialmente pelo número do último ano de mandato, já que a economia brasileira
apresentou, em 2010, expressiva expansão de 7,5% ante 2009, o maior crescimento
desde 1986, quando o PIB também cresceu 7,5%, segundo o IBGE. [58]
Lula iniciou o governo com uma expansão modesta, de 1,1% em 2003. [59] Teve seu melhor
resultado justamente em 2010, após uma retração de 0,6% registrada no ano anterior. [59] O
segundo melhor resultado do PIB brasileiro nos oito anos de governo foi em 2007, com
expansão de 6,1%.[59] Em 2004, a economia cresceu 5,7%; em 2005, 3,2%; em 2006, 4%;
e, em 2008, 5,2%.[59]
Em 2007, o PIB nacional cresceu 5,4%, contra 3,8% no ano anterior. Foi a maior taxa de
crescimento desde 2004, quando houve crescimento de 5,7%. O PIB per capita cresceu
4% e houve uma expansão da economia do país da ordem de 6,2% no mesmo período. A
agropecuária foi o setor econômico que mais cresceu, com expansão de 5,3%. O setor
industrial teve uma expansão de 4,9%, o setor de serviços, 4,7% e a construção civil, 5%.
[60][61][62]

O consumo familiar teve uma alta de 6,5% devido, segundo o IBGE, ao crescimento da
massa salarial real dos trabalhadores em 3,6% e ao aumento de 28,8% no crédito dos
bancos para pessoas físicas. Em contrapartida, a despesa da administração pública teve
um aumento de 3,1%.[61] A partir da criação da Secretaria Nacional dos Portos, no dia 7 de
maio de 2007, o governo passou a ter 24 ministérios, mais quinze secretarias e
órgãos com status de ministério.
Em 2008, quando o aquecimento da demanda e da atividade econômica nacional já
geravam preocupações para o cumprimento das metas de inflação e obrigavam o Banco
Central a apertar a política monetária por meio do aumento da taxa básica de juros,
a crise financeira mundial originada nos Estados Unidos atingiu o Brasil no último
trimestre de 2008, levando o governo a implantar entre 2008 e 2009 um conjunto de
medidas para conter os efeitos negativos no sistema financeiro. [63][64] Como o primeiro
semestre ainda havia apresentado um desempenho econômico forte, o PIB nacional
terminou 2008 com uma taxa de expansão ainda relevante de 5,1%. [65]
Desemprego
De acordo com o IBGE, em dezembro de 2010, a taxa de desemprego atingiu 5,3%
da população economicamente ativa (PEA), o que representou o menor resultado da
série histórica, iniciada em 2002 pelo instituto.[66] Em dezembro de 2002, o desemprego
representava 10,5% da PEA.[66] Em 2003, no mesmo mês, a taxa ficou em 10,9%. [66] Em
dezembro de 2004, atingiu 9,6% da PEA e, no mesmo mês dos anos seguintes, a taxa
sempre mostrou números menores: 8,4% (2005 e 2006); 7,5% (2007); 6,8% (2008 e
2009).[66] O desemprego médio do último ano do Governo Lula foi de 6,7%, também o
menor da série histórica.[67] Em 2009, essa mesma taxa era de 8,9%.[67]
Segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged)
do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), o volume de vagas criadas em 2010 foi o
melhor do Governo Lula na geração de emprego com carteira de trabalho assinada e
também representou resultado histórico.[68] Descontadas as demissões de 2010, foram
criados 2.524.678 postos de trabalho formal.[68] No acumulado de oito anos da era Lula, o
Ministério do Trabalho contabilizou a criação de 15.048.311 novas vagas com carteira
assinada, já descontadas as demissões.[68]
Biblioteca Acarí e Churunga. 2006. Enciclopedia Andes e Desertos

Política social
Em 2010, o Bird afirmou que o país avançou na redução da pobreza e distribuição de
renda.[69] Segundo a entidade, apesar da desigualdade social ser ainda elevada,
conseguiu-se reduzir a taxa de pobreza de 41% em 1990 para 25,6% em 2006, graças
aos avanços perpetrados pelos governos Collor, Itamar, FHC e Lula. [69] Alguns dos
motivos para a redução teriam sido a inflação baixa e os programas de transferência de
renda.[69]

Logotipo e slogan, Brasil, um país de todos, utilizados no governo Lula

A desigualdade entre os mais ricos e os mais pobres teria aumentado entre 2001 e 2003,
conforme publicação do O Globo em fevereiro de 2005.[70] Após a posse de Lula, porém,
um relatório do IBGE, do fim de novembro de 2007, afirmou que o governo do presidente
Lula estaria fazendo do Brasil um país menos desigual. Com base no PNAD (Pesquisa
Nacional por Amostra de Domicílios), a FGV divulgou estudo mostrando percentuais
comparando desde o ano em que Lula tomou posse. [71]
Entre 2002 e 2007, o Brasil, embora tenha melhorado seu IDH (Índice de
Desenvolvimento Humano) de 0,790 para 0,813, caiu da 63º posição para a 75ª posição
no ranking dos países do mundo.[72] O estudo é divulgado pelo PNUD (Programa das
Nações Unidas para o Desenvolvimento), que esclareceu o recuo do País para 75ª
posição com dois fatores: a entrada de novos países no levantamento e a atualização de
dados, que beneficiaram países como a Rússia.[72][73] Países considerados de "Alto
Desenvolvimento Humano" são aqueles com IDH superior a 0,800. [73] No levantamento
referente a 2007, uma nova categoria de países foi incluída no ranking: o IDH "Muito
Elevado", com número superior a 0,900.[74]
No levantamento referente a 2010, último ano do Governo Lula, o Brasil ficou ainda na
distante 73ª posição entre 169 países. [75] Por conta de mudanças na metodologia, os
organizadores do levantamento enfatizaram que o IDH de 2010 não pode ser comparado
ao IDH de anos anteriores, que utilizavam uma metodologia diferente. [75] Conforme o
relatório, o IDH do Brasil apresenta "tendência de crescimento sustentado ao longo dos
anos".[75]
Com relação à mortalidade infantil, o governo Lula seguiu a tendência de queda, que se
observa desde 1930 no Brasil.[76] Entre 1996 e 2000 a redução foi de 20,5%, entre 2000 e
2004 a redução foi de 15,9%.[77]
Bolsa Família
Ver artigo principal: Bolsa Família
Biblioteca Acarí e Churunga. 2006. Enciclopedia Andes e Desertos

Cartão utilizado pelos beneficiários do Bolsa Família.

Um programa social bastante conhecido do governo Lula é o Bolsa Família,[78] criado por


meio da Lei nº 10.836, de 9 de janeiro de 2004, e regulamentado pelo Decreto nº 5.209,
de 17 de setembro de 2004.[79] A finalidade do programa, que atende cerca de 12,4
milhões de habitantes, é a transferência direta de renda do governo para famílias pobres
(renda mensal por pessoa entre R$ 69,01 e R$ 137,00) e em extrema miséria (renda
mensal por pessoa de até R$ 69,00).[80] O programa foi uma reformulação e ampliação do
programa Bolsa Escola do governo FHC, que tinha uma abrangência de 5,1 milhões de
famílias.[81] Existem preocupações de que o programa seja uma forma de comprar votos,
de que não há controle rígido contra fraudes e de que se corre o risco de tornar-se uma
fonte de renda permanente para os beneficiados. [78] Apesar disso, o Bolsa Família também
é elogiado por especialistas pelo fato de ser um complemento financeiro para amenizar a
fome das famílias em situação financeira precária. [78] É apontado também como um dos
fatores que propiciaram às famílias das classes mais pobres o consumo maior de
produtos,[82] o que beneficia a economia do país.[78]
O Bolsa Família foi considerado um dos principais programas de combate à pobreza do
mundo, tendo sido nomeado como "um esquema anti-pobreza inventado na América
Latina (que) está ganhando adeptos mundo afora" pela britânica The Economist. Ainda de
acordo com a publicação, os governos de todo o mundo estão de olho no programa.. [83]
[84]
 O jornal francês Le Monde reportou: "O programa Bolsa Família amplia, sobretudo, o
acesso à educação, a qual representa a melhor arma, no Brasil ou em qualquer lugar do
planeta, contra a pobreza."[85]
Fome Zero
Ver artigo principal: Fome Zero

Logo do programa Fome Zero.


Ao assumir a Presidência da República, Lula disse que em sua gestão queria ver todo brasileiro fazer
“três refeições por dia”. Essa diretriz levou o governo petista a implantar, em fevereiro de 2003, o
Programa Fome Zero (PFZ) como plano orientador das políticas direcionadas aos segmentos sociais
que estariam vivendo abaixo de um padrão socialmente aceitável.
— Centro Internacional de Políticas para Crescimento Inclusivo [86]

O programa Fome Zero começou como uma tentativa do Presidente da República


de mobilizar as massas em favor das pessoas mais necessitadas no Brasil.[87] O programa
fez com que os olhos dos governos internacionais se voltassem para o Brasil, sendo Luiz
Inácio muito elogiado por organismos internacionais. [88] A meta era uma tarefa ousada de
Biblioteca Acarí e Churunga. 2006. Enciclopedia Andes e Desertos

erradicar a fome em quatro anos e reduzir a subnutrição até 2015. [88] Por uma série de
razões, não foi realizada a contento e foi substituído pelo Bolsa Família. [89]
O Fome Zero foi citado pelos críticos como um dos principais fracassos da administração
Lula, conforme o Jornal do Brasil.[90] Foi, entretanto, elogiado pelo secretário-geral
da ONU, Ban Ki-moon, que, em 2010, durante participação no III Fórum da Aliança de
Civilizações, disse que o programa, ao lado do Bolsa Família, trouxe "uma grande
diferença" para o Brasil.[91]
Primeiro Emprego
O Governo Lula lançou, em 2003, o programa Primeiro Emprego, bandeira de campanha
da eleição de Lula em 2002.[89] Porém, o programa não deslanchou: foi extinto em 2006,
tendo conseguido empregar menos de 15 mil jovens, quando o plano inicial era 260 mil
vagas por ano.[89] Em 2007, o programa, que dava vantagens a empresas que
oferecessem vagas a jovens de 16 a 24 anos, foi excluído do projeto do PPA (Plano
Plurianual) 2008-2011.[89] Como o PPA orienta os Orçamentos a cada quadriênio, isso
significava o fim da verba para o Primeiro Emprego a partir de 2008. [89] Em 2009, o
Governo estudou ressuscitar o programa, porém não houve um consenso sobre o
assunto.[92]
Combate à escravidão
O combate à escravidão e ao trabalho degradante foram fortificados do governo do
presidente Lula.[93] Quando Lula assumiu, FHC tinha deixado um Plano Nacional de
Erradicação do Trabalho Escravo, uma base sobre a qual o governo Lula poderia
trabalhar.[94] O resultado foi que, entre 1995 a 2002 houve o resgate de 5.893 pessoas do
trabalho escravo e entre 2003 a 2009, o Brasil resgatou 32.986 pessoas da condição de
trabalho escravo, a maioria no Governo Lula.[93][95] Porém, as punições ao trabalho escravo
no Brasil, algumas vezes, se restringem a indenizações trabalhistas, como as assumidas
pelo Grupo Votorantim,[96] mas já há evolução e condenações contra tal crime. [97][98] Segundo
a OIT (Organização Internacional do Trabalho), até hoje houve no país apenas uma
condenação com efetivo cumprimento de pena de prisão, sendo aplicadas normalmente
apenas multas, indenizações às vítimas e bloqueio de ficha de empresas para o
recebimento de financiamentos.[99][100]
Saúde
Na Saúde, o Governo Lula também vinha atuando com investimentos considerados
insuficientes para as necessidades do país. Representantes do Ministério da
Saúde afirmaram no final de 2009, que o país estava abaixo do mínimo necessário para
os padrões universais de saúde. Segundo o departamento de Economia do Ministério da
Saúde, o percentual da despesa alocada em Saúde em relação ao PIB (Produto Interno
Bruto) no Brasil estava muito abaixo de outros países. A média nos sistemas universais,
segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde) era de 6,5% do PIB. No Brasil, em
2007, a despesa pública com Saúde ficou em torno de 3,5% do PIB. Naquele ano, os
gastos com bens e serviços de Saúde no Brasil foram de R$ 224,5 bilhões, ou 8,4% do
PIB, sendo 4,8% dos gastos de famílias e 3,5% do PIB do governo. Segundo o Ministério
da Saúde, os gastos públicos do país no setor (41,6%) estavam abaixo da média
da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), que era de
72%.[101]
Segundo dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) no
final de 2009, as famílias brasileiras gastavam dez vezes mais com medicamentos do que
o governo do país. O Ministério da Saúde afirmava, contudo, que havia gastos excessivos
Biblioteca Acarí e Churunga. 2006. Enciclopedia Andes e Desertos

das famílias com medicamentos, devido ao consumo sem prescrição médica. Segundo
pesquisadores do IBGE, mesmo com o governo tendo aumentado os gastos com o setor,
a participação pública ainda era pequena, em comparação por exemplo com o México e
outros países com o mesmo tipo de perfil, cujos gastos públicos com a Saúde eram em
média 70%, sendo 30% das famílias.[102]
Em 2009 o país investiu 7,5% do PIB em Saúde enquanto outros países, como os
Estados Unidos, investiram o dobro (15,3%). O então Ministro da Saúde, José Gomes
Temporão criticou os recursos destinados ao seu Ministério. Segundo o ministro, os R$
66,9 bilhões previstos para 2010 no Orçamento da União, não atendiam às demandas da
sua Pasta.[103]
Política educacional
Na área do ensino superior, o ProUni (Programa Universidade Para Todos) foi, segundo
as declarações do MEC, o maior programa de bolsas de estudo da história da educação
brasileira.[104] De 2005 a 2009, o ProUni ofereceu quase 600 mil bolsas de estudo em
aproximadamente 1,5 mil instituições de ensino em todo o país, que receberam para isto
o benefício da isenção de tributos.[105] Entre os beneficiados com bolsas, 46%
eram autodeclarados afrodescendentes.[106]
O programa inclui iniciativas como a concessão de um auxílio de R$ 300,00 para alunos com bolsa
integral matriculados em cursos com carga horária de pelo menos seis horas diárias (Bolsa-
Permanência). Os bolsistas ProUni também têm prioridade no Fundo de Financiamento ao Estudante
do Ensino Superior (Fies) do MEC e um convênio firmado com a Caixa Econômica Federal (CEF) para
oferta de estágios entre beneficiados pelo programa.
— Revista Brasilis[106]

Fernando Haddad em 2011. Durante seu mandato como ministro, houve a criação do PIBID e do SiSU, assim
como a implementação do ProUni e a reformulação e ampliação do FIES e do Enem.

O governo também criou onze universidades públicas federais até setembro de 2009,
superando o marco do presidente Juscelino Kubitschek., [107] Em janeiro de 2010
a Unila (Universidade Federal da Integração Latino-Americana) foi a décima terceira
universidade criada, com perspectiva de início de aulas para agosto de 2010, [108] com sua
primeira turma de 200 alunos entre brasileiros, paraguaios, uruguaios e argentinos. Até
agosto de 2010, as universidades federais ofereciam 113 mil vagas gratuitas e
apresentavam que os investimentos teriam passado de 20 bilhões para 60 bilhões
durante o governo Lula, prometendo um aumento das vagas para 250 mil até 2014. [109]
[110]
 Contudo, o programa é criticado por professores e estudiosos de instituições de ensino
Biblioteca Acarí e Churunga. 2006. Enciclopedia Andes e Desertos

federais. Algumas universidades se encontrariam em processo de sucateamento [111][112] por


falta de repasse de recursos federais e pela falta de autonomia das universidades. [113] um
anseio que foi parcialmente almejado em junho de 2010, próximo ao final do Governo
Lula, com a assinatura do Decreto 7.233, que resultaria na esperança por melhoria na
autonomia e gestão dos recursos a partir de 2011, no Governo da Dilma. [114]
O investimento em educação, realizado no Governo Lula, vem sendo considerado
insuficiente, perante especialistas e entidades do setor. Mesmo assim, o percentual de
gastos na educação superior federal em 2005, que estava estagnado em 0,6% do PIB,
[115]
 em 2008 alcançou 4,7% do PIB.[carece de fontes] Porém, considera-se que o ideal seria um
investimento entre 8 e 12% do PIB, face ao déficit educacional brasileiro atual, algo pouco
visto na história brasileira.[116]
Segundo Roberto Leher, Professor da Faculdade de Educação da UFRJ, coordenador do
GT Universidade e Sociedade do CLACSO, em matéria publicada em 2005 pela Revista
Adusp, aponta que a universidade no Governo Lula foi uma continuidade das agendas do
Banco Mundial, do BID e da Cepal, de modo a conformar a universidade pública em um
setor mercantil balizado pelos valores neoliberais, que dificilmente mereceria o conceito
de pública[115]
Analisando as medidas implementadas até o momento é possível constatar que as políticas dos
organismos internacionais seguem guiando os cérebros do governo Lula da Silva. Com efeito, a
modernização do MEC coincide no fundamental com as agendas do Banco Mundial, do BID e da
Cepal para as instituições de educação superior públicas: racionalização do acesso não por medidas
universais, mas por cotas; programas de estímulo à docência por meio de gratificações por
produtividade; avaliação padronizada da “qualidade” (Exame Nacional de Desempenho) inspirada na
teoria do capital humano; vinculação entre os planos de desenvolvimento institucional (estabelecidos
com a participação empresarial), avaliação (Sinaes) e financiamento (financiamento por meio de
contratos); direcionamento do “mercado educativo” da instituição para o âmbito regional, e associação
linear e estreita entre eficiência acadêmica e pragmatismo universitário. Em suma, o Banco difunde um
posicionamento ideológico de modo a conformar a universidade pública em um setor mercantil
balizado pelos valores neoliberais. A assimilação desses elementos que compõem a matriz da
concepção do Banco Mundial no Anteprojeto desenha uma instituição que dificilmente mereceria o
conceito de “pública”, inviabilizando a liberdade acadêmica, concebida como um obstáculo à eficiência
das instituições. No equilíbrio de poder entre a autoridade “acadêmica” e a autoridade da universidade-
empresa prevalece esta última.
— Roberto Leher[115]

Ao final do Governo Lula, o Brasil apresentava índices de repetência superiores a todos


os países usados na comparação, 18,5%, ainda que mais baixos que os índices de 1999
de 24% e também apresentava baixos índices de conclusão da educação básica, apontou
o relatório "Monitoramento de Educação para Todos 2010", lançado
pela UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura).
[117]
 A repetência na educação primária no Brasil é ainda três vezes maior que a taxa
apresentada pela América Latina (5,6%).[117] O relatório apresenta que o Brasil está
distante em relação ao cumprimento de metas sobre acesso e qualidade de ensino
estabelecidos pela organização.[117] O país ocupa a 88ª posição em um ranking de 128
países.[117] Entre as quatro principais metas estabelecidas pela UNESCO, o Brasil tem um
bom desempenho na alfabetização, no acesso ao ensino fundamental e na igualdade de
gênero.[117] O país ocupa a 88ª posição em um ranking de 128 países. [117] Mas tem um baixo
desempenho quando se analisa o percentual de alunos que conseguem passar do 5º ano
do ensino fundamental.[117][118]
Apesar das reformas efetuadas em 2009 no Exame Nacional do Ensino Médio, já naquele
ano o governo exibiu fragilidades na segurança das provas que iriam em boa parte
Biblioteca Acarí e Churunga. 2006. Enciclopedia Andes e Desertos

substituir os vestibulares em várias universidades, com ocorrência de fraude que


provocou o adiamento das provas; em novembro de 2010 novas falhas se sucedem,
fazendo com que a Justiça Federal suspendesse o Exame; em ambos os casos o Enem
transformou-se em inquéritos da Polícia Federal, sendo que em 2010 o MEC chegou a
ameaçar de processo os estudantes que exibiram as falhas do sistema. [119][120]
Política ambiental

Marina Silva, então Ministra do Meio Carlos Minc em 2009, então Ministro do Meio
Ambiente, discursa durante o lançamento Ambiente do Governo Lula.
do Plano Amazônia Sustentável em 2008.

Marina Silva (PT-AC) resistiu até 2008 e deixou o Ministério do Meio Ambiente por
enfrentar oposição à sua agenda dentro do governo, pedindo demissão. [121]
Porém, ações governamentais como fiscalização das áreas desmatadas, racionalização
do uso do solo, criação de reservas florestais e controle de crédito para produtores
irregulares fizeram a Amazônia possuir a menor taxa de desmatamento em 21 anos.[122]
Entre 2009 e 2010 o Instituto do Homem e do Meio Ambiente da Amazônia (Imazon)
relatou desmatados 6.451 km², com previsão pelo padrão dos desmatamentos
consolidados de 7.134 km² no primeiro ano de governo da Dilma.[123][124] O desmatamento
de mata atlântica entre 2002 e 2008 foi de 2,7 mil km² [125] Em 1991 tinham sido
desmatados 11,1 mil km², que por sua vez já havia sido uma vitória daquele governo que
reduzira a média entre 1978 e 88 de 20,3 mil km² [126]
O Governo Lula também aprovou a Política Nacional de Mudanças Climáticas com metas
de reduções de emissões de gases do efeito estufa.[127]
Os êxitos atuais na redução do desmatamento de nossas florestas dão credibilidade à nossa
disposição de reduzi-lo em 80% até 2020. Os países amazônicos estão trabalhando para definir uma
posição comum sobre a mudança do clima. Queremos uma Amazônia protegida, mas soberana, sob o
controle dos países que a integram.
— Lula, em 2009[128]

Infraestrutura
Em janeiro de 2007, foi lançado o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), um
conjunto de medidas que visava à aceleração do ritmo de crescimento da economia
brasileira, com previsão de investimentos de mais de 500 bilhões de reais para os quatro
anos do segundo mandato do presidente, além de uma série de mudanças
administrativas e legislativas.[129]
Biblioteca Acarí e Churunga. 2006. Enciclopedia Andes e Desertos

Lula em visita à obra de transposição do rio São Francisco, em Cabrobó, Pernambuco, em 2009.

Mesmo com o PAC, os investimentos em infraestrutura vinham sendo considerados


insuficientes para as necessidades de crescimento do Brasil, segundo análises e
cálculos. Segundo dados do economista Raul Velloso, calculados com base no IBGE, as
taxas de investimentos diretos da União estavam longe das registradas na década de 70.
De acordo com Velloso, a taxa de investimentos da União em 2009 chegou a 0,6% do
Produto Interno Bruto (PIB), sem considerar estatais, enquanto que em 1976, no governo
Geisel, os investimentos da União eram 1,9% do PIB, também excluindo as estatais.
Entre 2003 e 2009, a taxa de investimento da União oscilou entre 0,2% - uma das mais
baixas desde 1970 - e 0,6%, estimativa para 2009. O economista José Roberto Afonso
cita que o investimento público subiu nos últimos anos do Governo Lula, sobretudo em
2009, com uma maior execução das obras do Programa de Aceleração do Crescimento
(PAC). Afirma, porém, que a alta foi insuficiente para compensar a perda no setor privado
e também em relação a décadas anteriores. [130]
O PAC, no entanto, vinha apresentando problemas de execução(atrasos). O próprio
presidente Lula citou o atraso na Rodovia Trans-nordestina.[131] Apesar de os balanços do
PAC preverem, por exemplo, investimentos em rodovias de R$ 45,5 bilhões em quatro
anos, nos últimos três, as Leis Orçamentárias Anuais (Loas) tinham autorizado somente
R$ 21,6 bilhões para o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), o
que equivale a 47,6% do previsto. Apenas R$ 7,4 bilhões foram efetivamente pagos. Esse
valor representava 16,41% dos recursos anunciados pela União para construção,
adequação, duplicação e recuperação de trechos de rodovias em todo o país, e 34,58%
dos recursos autorizados no orçamento para os projetos. [132] Segundo dados baseados no
site Contas Abertas, das 12 520 obras do PAC em todo o país, pouco mais de 1 200
foram feitas, ou 9,8% do total.[133]
No final do segundo mandato de Lula, um dos setores que mais causou preocupação foi
o de aviação civil, principalmente por conta dos preparativos para a Copa de 2014. A
agência reguladora do setor (ANAC) estava naquela época, com cargos estratégicos
vagos, o que dificultava a tomada de decisões importantes. Esta deficiência na gestão da
ANAC vinha desde a crise no setor de aeronavegação brasileiro ocorrida no final de 2006,
que ficou conhecida como "apagão aéreo".[134]
O governo Lula foi responsável pela concessão de cerca de 2,6 mil quilômetros de
rodovias federais, que foram a leilão em 9 de outubro de 2007.[135][136] O vencedor
do leilão para explorar por 25 anos pedágios nas rodovias foi o grupo espanhol OHL.
[136]
 Houve também a privatização de 720 quilômetros da Ferrovia Norte-Sul para a Vale do
Rio Doce pelo valor de R$ 1,4 bilhão.[136] Entre outras privatizações do governo Lula, estão
a da Hidrelétrica Santo Antônio, Usina Hidrelétrica de Jirau e a linha de transmissão Porto
Velho – Araraquara.[136]
Biblioteca Acarí e Churunga. 2006. Enciclopedia Andes e Desertos

Segurança
Outra situação grave era a do Sistema Carcerário Brasileiro. Durante os anos de 2002-
2006, a população carcerária aumentou em cerca de 67%. [137] A situação chegou a ponto
de ser instalada uma CPI. Em 2008, as investigações mostravam superlotação das
prisões, a falta de acesso dos presos à educação e ao trabalho, e situações desumanas
nos presídios. Durante oito meses, a CPI visitou 60 estabelecimentos em 17 estados e no
Distrito Federal. O deputado Domingos Dutra (PT-MA), relator da CPI, pediu o
indiciamento de cerca de 40 autoridades em todo o país e a responsabilização dos
culpados, de alguma forma, pelo caos no sistema carcerário. De acordo com o relator,
estima-se que o custo médio de um preso hoje no Brasil seja de R$ 1.300 a R$1.600 por
mês. A criação de uma vaga no sistema carcerário tem o custo de R$ 22 mil. "Nós
estamos pagando um valor absurdo e a culpa não é nem do preso, nem do carcereiro e
nem de Jesus Cristo. A culpa é das autoridades brasileiras que sempre trataram o preso
com descaso, como lixos humanos", afirmou o relator. [138]
Em 2007, o Governo Lula, tentando realizar melhorias na área, lançou o Pronasci
(Programa Nacional de Segurança com Cidadania), que tem como objetivo auxiliar os
Estados na qualificação e capacitação das forças policiais. Somente no final dos 8 anos
do Governo Lula, o CNJ (Conselho Nacional de Justiça) começou a analisar mudanças
no sistema carcerário e o CCJ (Comissão de Constituição de Justiça) do Senado,
mudanças no Código de Processo Penal, que, no entanto, foram criticadas pela
possibilidade de tornar a Justiça mais lenta do que já é na atualidade. [139]
Habitação
Ver artigo principal: Minha Casa, Minha Vida

Lula discursa em Diadema, São Paulo, em 2005, durante a entrega de um conjunto habitacional.

O déficit habitacional do Brasil, hoje, chega a 7,2 milhões de moradias. O déficit


habitacional do Brasil é um sério problema atual, de responsabilidade governamental, que
vem levando à favelização das cidades brasileiras, principalmente em grandes
metrópoles, o que causa transtornos e dificuldades em áreas variadas, como segurança,
saúde, organização das cidades e outros aspectos. A falta de habitações populares
baratas é um dos principais motivos que levam a população à favelizar diversas áreas.
[140]
 Em 2009, estimava-se que São Paulo, a maior cidade brasileira, possuía, sozinha, 1,3
milhão de favelados morando em cerca de 1600 favelas. [141] Para tentar amenizar o
problema, o Governo Lula lançou, em abril de 2009, já perto do final do mandato de 8
anos, o plano "Minha Casa, Minha Vida". O programa visa construir 1 milhão de casas,
reduzindo em 14% o déficit habitacional do país do momento.
Telecomunicações
Iniciado em 2003, o Programa Computador para Todos possuía, em 2008, dezoito
fabricantes cadastrados para produzir computadores de baixo custo a partir de lei
estabelecida. Este foi um dos fatores que ajudaram algumas empresas a aumentar sua
produção, de 250 mil unidades vendidas em 2005, para 2,8 milhões em 2009. [142] Outro
Biblioteca Acarí e Churunga. 2006. Enciclopedia Andes e Desertos

fator a ser considerados neste crescimento, foi a maior facilidade de financiamento


oferecido pelos varejistas. Este programa é um dos facilitadores da inclusão digital no
país.[143] Porém, o país ainda possui 104,7 milhões de pessoas sem acesso à Internet,
segundo pesquisa de 2009 do IBGE. Enquanto no Brasil o porcentual de pessoas (10
anos ou mais de idade) com acesso à rede é de 34,8%, na América do Norte chega a
74% e, na Europa, a 52%. O número de pessoas com computadores em seus domicílios
vem crescendo e em 2009 atingiu o nível de 36%.[144]
Em 25 de novembro de 2009, a ANATEL anunciou a criação de uma comissão técnica
para estudar as possibilidades da ocorrência de um caladão, motivada pelos alertas feitos
pelos meios de comunicação de que a demanda se tornaria maior do que a oferta. [145]
[146]
 Ainda no mesmo dia, a Abrafix negou a possibilidade de isto ocorrer. [147] Uma reunião
com técnicos de empresas de telefonia celular foi marcada para dezembro, apesar do
controle que a agência já exercia, liberando a venda de novos planos somente após a
comprovação por parte das empresas de que há capacidade de redes o bastante para
isto.[148]
Outro problema no setor é a própria atuação da ANATEL, que é criticada. Muitos
consumidores só conseguem a resolução de seus problemas apelando para Brasília,
devido à omissão da Agência, que é considerada não-transparente e ineficiente. Segundo
o ouvidor da agência, Aristóteles dos Santos, "após dez anos de criação, a Anatel, por
não cumprir ou não fazer cumprir integralmente os propósitos que justificaram a sua
criação, vive, a nosso ver, uma relevante crise existencial". O ouvidor também acusa a
Anatel de se omitir nos problemas de falta de competitividade e na falta de ação para
baixar os preços da internet banda larga. Diz ele que "com baixos investimentos, as
concessionárias dominam esse outro mercado regional praticamente sem concorrência.
Cobra altos preços e tarifas elevadas dos usuários pelos acessos que operam em
velocidades limitadas”. Aristóteles aponta ainda, em seu relatório, a falta de um plano
para a telefonia rural, dizendo que a Anatel não pode se esquivar desta discussão. [145][146]
Lula lançou em 2008 um programa denominado Banda Larga nas Escolas para ampliar o
acesso de internet de alta velocidade nas escolas públicas. [149][150]
Política externa
Ver artigo principal: Lista de viagens presidenciais de Luiz Inácio Lula da Silva

Lula e o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim.

No plano internacional, o Brasil sob a administração de Lula exerceu uma posição de


destaque no grupo de países emergentes frente aos mais ricos no G20, [151] destacando-se
no caso da iraniana Sakineh Ashtiani, que havia sido condenada à morte por
apedrejamento; destacou-se como sendo membro ativo no Conselho de Direitos
Humanos; nas operações de paz no Haiti; e na Comissão de Construção da Paz na
Guiné-Bissau em 2010.[152] Mais de um ano do mandato foi utilizado pelo presidente na
visita a mais de 200 países, para, de acordo com Daniel Castelán, reduzir as resistências
Biblioteca Acarí e Churunga. 2006. Enciclopedia Andes e Desertos

ao fortalecimento do país no cenário internacional, já que algumas demandas brasileiras


ficam mais difíceis com países opondo-se.[153]
Entre 2005 e 2009, Cuba recebeu cerca de 33,5 milhões de reais em ajuda humanitária
do governo do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva. [154][155] No mesmo período, o Brasil
também forneceu ajuda humanitária ao Território Palestino, com o destino de 19 milhões
de reais (ou 12%) dos recursos.[154][155]
América do Sul e BRICS
Ver artigos principais: Mercosul, Unasul e BRICS

Um dos grandes feitos do governo Lula foi a integração da América do Sul através da
expansão do Mercosul.[156]
O Mercosul representou o primeiro processo de integração sul-americano, e também latino-americano,
a obter resultados concretos e a abrir alternativas regionais para uma melhor inserção internacional
dos países do cone sul, nos quadros de uma ordem mundial emergente.
— Paulo G. Fagundes Vizentini[156]

Governo Lula promoveu a abertura de novas rotas comerciais com países os quais o
Brasil pouco se relacionava: República Popular da China, Índia, Rússia e África do Sul,
entre outras bem como uma associação entre o Mercosul e a União Europeia e da
valorização das organizações internacionais (especialmente a ONU).
Em termos práticos, o governo brasileiro suplantou certa passividade anterior e buscou alianças fora
do hemisfério, como forma de ampliar seu poder de influência no âmbito internacional a partir da
mencionada postura ativa e pragmática. Como principal prioridade da agenda percebe-se a
reconstrução do Mercosul e a integração sul-americana, criando um espaço para a liderança brasileira.
Além disso, a solidariedade com a África também é central, pois associa princípios éticos e interesse
nacional. A intenção de aprofundar as relações (e estabelecer uma "parceria estratégica") com
potências emergentes como China, Índia, Rússia e África do Sul, entre outras, ao lado do
estabelecimento de uma associação entre o Mercosul e a União Europeia e da valorização das
organizações internacionais (especialmente a ONU), ao lado das vantagens econômicas que propicia,
sinalizam a intenção de contribuir para o estabelecimento de um sistema internacional multipolar. O
princípio de democratização das relações internacionais foi invocado explicitamente.
— Paulo G. Fagundes Vizentini[156]

Porém, o governo Lula tomou decisões controversas em matéria de política externa. Uma
delas foi a ampliação da malha diplomática no continente africano. [157] Houve também o
reconhecimento da China como economia de mercado,[158] o que derrubou diversas
barreiras comerciais impostas aos produtos chineses, facilitando sua entrada no mercado
brasileiro,[159][160] e como a balança comercial era favorável às importações de produtos
chineses, haveria prejuízo a produção nacional de alguns setores, visto que o produto
chinês chega ao mercado brasileiro bem mais barato e esta tendência se seguiu até o
Governo Dilma.[161] Contudo o movimento não surtiu o efeito desejado, que era o apoio
da China[162] por um assento no Conselho de Segurança das Nações Unidas[163] já que
o Japão, que era apoiado pelos Estados Unidos, também queria um assento permanente
e isso seria inaceitável para os chineses. [164] O Governo Lula também acumula
algumas derrotas em suas tentativas na criação de um bloco econômico compreendido
por países subdesenvolvidos e emergentes. O Governo Lula patrocinou uma missão de
paz no Haiti, almejando crédito com a ONU. Cerca de 1200 militares brasileiros
desembarcaram no Haiti em uma missão pacífica visando a reestruturação do estado
haitiano.[165]
Biblioteca Acarí e Churunga. 2006. Enciclopedia Andes e Desertos

Missão no Haiti
Ver artigo principal: MINUSTAH

Soldado brasileiro patrulha o acampamento Jean Marie Vincent em Porto Príncipe, Haiti.

Sobre a ocupação no Haiti, a organização sindical Batay Ouvriye (Batalha Operária)


denuncia que as forças de ocupação se prestaram a reprimir trabalhadores que
protestaram contra as multinacionais que se instalaram no país. [166] Segundo o dirigente
sindical Didier Dominique, considera que a intervenção no Haiti passará a história como
uma mancha na biografia de governantes que se elegeram com o apoio de movimentos
populares, como o presidente Lula[167]:
"estão disputando a instalação de fábricas numa zona franca, para aproveitar a mão-de-obra mais
barata das Américas (...) quando o povo se rebelou contra a fome, morreram sete pessoas e várias
ficaram feridas, em decorrência da repressão militar". [167]
O Governo Brasileiro também fez a doação de 172 milhões de dólares para
o Haiti reconstruir seu país depois do Sismo do Haiti de 2010 que devastou o país.[168]
Disputas comerciais e políticas
Em 2010, o Governo Lula obteve vitória no caso dos subsídios para os produtores
de algodão dos Estados Unidos.[169] A Organização Mundial do Comércio concedeu o
direito do Brasil retaliar com impostos de importação diversos produtos de origem norte-
americana devido aos gastos de Washington para financiar a produção de algodão, o que
prejudicava o setor no Brasil.[169][170] Todavia, o Brasil permitiu maiores negociações com os
Estados Unidos com o objetivo de acabar com a disputa. [171]
O governo Lula também acumulou algumas derrotas no campo internacional: depois de
investir 3,5 bilhões de dólares na Bolívia, a Petrobrás teve suas usinas nacionalizadas por
Evo Morales, sem a devida resposta diplomática.[172] Cedeu também ao Paraguai, quando
o recém aleito presidente Fernando Hugo decidiu não mais cumprir o contrato assinado
com o Brasil, a respeito da energia elétrica de Itaipú. Com isto, o Brasil triplicou a quantia
que paga ao vizinho pela energia elétrica com a qual o Paraguai abastece a região
sudeste brasileira. O novo acordo de setembro de 2009 ajustaria de US$ 120 milhões
para US$ 360 milhões.[173][174][175] O acordo permite também que o Paraguai venda energia ao
mercado brasileiro sem a mediação da estatal Eletrobrás. [176]
Popularidade
Ver artigo principal: Popularidade dos presidentes do Brasil
Lula encerrou seu governo com a maior aprovação da história. Nos últimos meses de sua
gestão, sua popularidade chegou ao auge. 83% dos entrevistados avaliaram a gestão
como ótima ou boa, contra 13% que consideraram-a regular e 4%, ruim ou péssimo,
conforme o Datafolha.[177] Alguns meses antes, em julho de 2010, conforme outra pesquisa
do Datafolha, a popularidade de Lula atingiu seu melhor valor desde 2003, sendo também
Biblioteca Acarí e Churunga. 2006. Enciclopedia Andes e Desertos

a melhor popularidade entre todos os presidentes pesquisados a partir de 1990. [178] 78%


dos pesquisados apontaram o governo como ótimo ou bom. [179]
Sob influência do impacto da crise financeira global, que trouxe aumento do desemprego
no país no primeiro bimestre de 2009, a aprovação do governo Lula, que em dezembro
de 2008 havia batido novo recorde, ao atingir, segundo a Pesquisa Datafolha, a marca de
70% de avaliação de "ótimo" ou "bom", [178] sofreu queda em março de 2009, para 65%.
[180]
 Foi a primeira redução observada no segundo mandato do presidente. [181]
A queda na avaliação positiva foi bastante efêmera, já que, logo no mês de maio de 2009,
pesquisas voltaram a trazer crescimento na aprovação do governo, também em
consequência da estabilidade do Brasil frente à crise econômica internacional. [182] Na
Pesquisa Datafolha publicada em 31 de maio do mesmo ano, a avaliação positiva voltou
ao patamar de novembro, quando a taxa de aprovação do governo chegou ao recorde de
70%.[180]
Controvérsias

A partir de 2004, o governo Lula enfrentou crises políticas, no que foi


denominado Escândalo dos Bingos. Nele Waldomiro Diniz, assessor de José
Dirceu aparece na divulgação de uma fita gravada pelo empresário e bicheiro Carlos
Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, extorquindo o bicheiro para arrecadar fundos
para a campanha eleitoral do Partido dos Trabalhadores e do Partido Socialista Brasileiro
no Rio de Janeiro. Em troca Waldomiro prometia ajudar Augusto Ramos numa
concorrência pública. O Ministério Público apresentou a denúncia acolhida pela Justiça
Federal por conduta criminosa em negociações para renovação do contrato entre a Caixa
Econômica Federal em 2003. Sendo inicialmente exigido por uma "consultoria" 15
milhões de reais, que foram fechados em 6 milhões de reais. [183][184][185]
Em 2005 o assessor do Deputado Estadual do Ceará José Nobre Guimarães, irmão
de José Genoíno, hoje Deputado Federal, foi preso com 440 mil reais na cueca.
Guimarães negou relação com tal dinheiro, mas admitiu que recebeu R$ 250 mil, não
oficializados pela Justiça Eleitoral, para serem gastos na campanha de Cirilo (candidato a
prefeito no Ceará). O Diretório Nacional do PT negou oficialmente o repasse. O Conselho
de Ética da Assembléia recomendou a cassação do mandato de Guimarães, contudo
Guimarães, líder do PT no Ceará, se manteve no cargo por 23 votos contra 16. [186]
Houveram escândalos de corrupção, como o Mensalão, e outros menos relevantes,
como, por exemplo, o escândalo da renúncia de Palocci, no primeiro mandato,[187] e
o escândalo dos cartões corporativos, no segundo.[188]
Escândalo do Mensalão
Ver artigo principal: Escândalo do mensalão
Biblioteca Acarí e Churunga. 2006. Enciclopedia Andes e Desertos

José Dirceu foi o Ministro-chefe da Casa Civil do governo Lula. Ele foi afastado depois de Roberto
Jefferson acusá-lo de ser o coordenador de um esquema ilegal de pagamentos mensais para congressistas. Em
2012, foi condenado a 10 anos e 10 meses de detenção.

As crises políticas tiveram seu ápice em julho de 2005 quando denunciaram o esquema
de compra de votos de deputados no Congresso e o financiamento de campanhas por
"Caixa 2". Conhecido como o "Escândalo do Mensalão", foi o momento mais crítico da
gestão Luiz Inácio Lula da Silva e considerado o pior escândalo de seu governo e
resultou na cassação do mandato de José Dirceu em dezembro de 2005, detentor do
principal posto de coordenação política do país naquele momento, sendo tratado pela
imprensa como o verdadeiro homem forte da administração federal, a quem caberia as
decisões.[189] E os desdobramentos das investigações se estenderam até 2008 na
Operação Satiagraha.[190]
Em 2011, já depois do fim dos dois mandatos do presidente Lula, reportagem de capa
da Revista Época trouxe a informação de que um relatório final da Polícia Federal
confirmou a existência do mensalão.[191] O documento de 332 páginas foi a mais
importante peça produzida pelo governo federal para averiguar o esquema de desvio de
dinheiro público e uso para a compra de apoio político no Congresso durante o Governo
Lula.[192] A reportagem da Revista Época foi contestada uma semana depois pela
revista CartaCapital, que destacou que não havia "uma única linha no texto" da PF que
confirmava a existência do esquema de pagamentos mensais a parlamentares da base
governista em troca de apoio a projetos do governo no Congresso Nacional. [193]
Até o final do primeiro mandato de Lula, outras denúncias de escândalos foram sendo
descobertas, como o caso da quebra de sigilo de um caseiro, que levou a demissão do
ministro Antonio Palocci, além de a tentativa de compra de um dossiê por parte de
agentes da campanha do PT de São Paulo.
Em fevereiro de 2011, o Ministério Público Federal entrou com ação contra o ex-
presidente Lula por improbidade administrativa. [194] A acusação é de que ele e o ex-
ministro da Previdência Social Amir Francisco Lando teriam usado a máquina pública
para promoção pessoal e a fim de favorecer o Banco BMG. [194] As supostas irregularidades
ocorreram entre outubro e dezembro de 2004. [194][195]
Crise do setor aéreo
Ver artigo principal: Crise no setor aéreo brasileiro
A crise no setor aéreo brasileiro ou "apagão aéreo", como divulgado pela imprensa em
2006, foi uma série de colapsos no transporte aéreo que foram deflagrados após o
acidente do voo Gol 1907 em 29 de setembro de 2006. Apagão é um nome adotado
Biblioteca Acarí e Churunga. 2006. Enciclopedia Andes e Desertos

no Brasil para referir-se a graves falhas estruturais em algum setor. Durante mais de um


ano a situação no transporte aéreo de passageiros no Brasil passou por dificuldades,
ocasionando inclusive a queda do ministro da Defesa do governo Lula, Waldir Pires.[196][197]
[198][199][200]

Escândalo dos cartões corporativos


Ver artigo principal: Escândalo dos cartões corporativos

Deputados do PSOL pedem investigação do chamado "escândalo dos cartões corporativos".

No início de 2008, começava uma nova crise: a crise do uso de cartões corporativos.[201] As
denúncias levaram à demissão da Ministra da Promoção da Igualdade Racial, Matilde
Ribeiro, que foi a recordista de gastos com o cartão em 2007. [202] O ministro dos Esportes
Orlando Silva devolveu aos cofres públicos mais de R$ 30 mil, evitando uma demissão.
[203]
 A denúncia que gerou um pedido de abertura de CPI por parte do Congresso foi a
utilização de um cartão corporativo de um segurança da filha de Lula, Lurian Cordeiro
Lula da Silva, com gasto de R$ 55 mil entre abril e dezembro de 2007. [204] Fernando
Henrique Cardoso criticou a proposta dos governistas de iniciarem as investigações a
partir dos gastos feitos na sua gestão alegando que isso é um jogo político. A acusação
que existe é no governo atual e criticou os saques em dinheiro feitos com o cartão
corporativo.[205] A investigação, no entanto, contou com a abrangência desde o período de
governo do então presidente Fernando Henrique Cardoso. [206]
A imprensa revelou que o Palácio do Planalto montou um dossiê que detalhava gastos da
família de FHC e que os documentos estariam sendo usados para intimidar a oposição na
CPI, mas a Casa Civil negou a existência do dossiê. [207] Meses depois, sob críticas da
oposição, a CPI dos Cartões Corporativos isentou todos os ministros do governo Lula
acusados de irregularidades no uso dos cartões e não mencionou a montagem do dossiê
com gastos do ex-presidente FHC.[208]
Caso Erenice Guerra
Ver artigo principal: Caso Erenice Guerra

Erenice Guerra.
Biblioteca Acarí e Churunga. 2006. Enciclopedia Andes e Desertos

Em setembro de 2010, em pleno período eleitoral e embasada por depoimento de Fábio


Baracat, empresário do setor de transportes, a revista Veja acusou Israel Guerra, filho da
então ministra-chefe da Casa Civil, Erenice Guerra, de participar de um esquema de
tráfico de influência, em que ele cobraria propina de 6% para facilitar, por seu intermédio,
negócios com o governo.[209] Conforme relatório da Controladoria Geral da União, sua irmã
Maria Euriza Carvalho, quando assessora jurídica da EPE, contratou sem licitação, um
escritório de advocacia que tinha como sócio o outro irmão da ministra, Antonio Alves de
Carvalho.[210] Fato este publicado pelo Jornal O Estado de S. Paulo [211] e pela revista Veja
com o título Esquema da família de Erenice Guerra age também no Ministério de Minas e
Energia.[212]
O sócio responsável pelo escritório, Márcio Luiz Silva, integrou a coordenação jurídica da
campanha da candidata do PT à presidência Dilma Rousseff, que venceu a eleição em
outubro de 2010.[213]
Em virtude das acusações, Erenice deixou à disposição sigilo fiscal, bancário e telefônico
seu e de pessoas de sua família disponíveis para consulta. [214] O próprio Baracat,
entretanto, publicou nota de esclarecimento desmentindo as acusações da revista. [215]
Erenice rebateu as acusações da revista por meio de uma nota oficial em papel timbrado
da presidência onde acusou o adversário de Dilma Rousseff nas eleições presidenciais
de 2010, José Serra, como responsável pelas acusações.[216] Na agressiva nota oficial,
Erenice chamou José Serra de "um candidato aético e já derrotado". [216][217]
Passaportes diplomáticos
Lula solicitou passaportes diplomáticos para seus filhos durante os últimos dias de seu
mandato, "em caráter excepcional" e "em função de interesse do país". Os filhos de Lula
poderiam receber o documento se fossem dependentes até os 21 anos, o que não é o
caso dos filhos de Lula que tinham 25 e 39 anos na aquisição. [218] Apesar da aparente
violação decreto 5.978/2006, que regulamenta a emissão de passaportes diplomáticos,
não houve a devolução dos passaportes[219] e Chanceler alega que pode dar o benefício
em "caráter excepcional."[220]
Relação com a imprensa
Em maio de 2004, após a publicação da matéria "Gosto do dirigente brasileiro pela bebida
torna-se preocupação nacional", que especulava sobre ligações de Lula com bebidas
alcoólicas e gafes internacionais, [221] pelo jornalista Larry Rohter, correspondente no Brasil
do jornal New York Times de 1999 a 2007,[222] Lula determinou ao Ministério da Justiça que
cancelasse o visto de permanência do jornalista, o que resultaria em sua expulsão do
país.[223] O Planalto declarou na época que o texto não era jornalístico e que tratava-se de
"calúnia, difamação e preconceito".[224] A determinação foi contida por uma decisão
de Peçanha Martins, ministro do Superior Tribunal de Justiça, em habeas
corpus impetrado pelo então Senador Sérgio Cabral.[225][226] A expulsão repercutiu na
imprensa internacional, onde muitos jornais estrangeiros criticaram a decisão do governo.
[227]
 A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) publicou uma nota de
repúdio, afirmando que a atitude do governo era um "grave atentado à liberdade de
imprensa e de expressão".[228] Cinco anos após a publicação da matéria, advogados do
jornal norte-americano apresentaram uma carta solicitando que o Planalto reconsiderasse
do visto de Larry Rohter. O pedido foi atendido pelo governo. [229]
Também ocorreram episódios de perseguição e agressão a jornalistas por parte da
militância e de seguranças do partido. [230][231]
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Ministerio de Transportes y Comunicaciones


MTC dispone el uso obligatorio de luces intermitentes en zonas de neblina para fortalecer la seguridad vial
Nota de Prensa
• Conductores que incumplan la medida deberán pagar una multa
equivalente al 8% de una UIT y registrarán 20 puntos en su récord.

Fotos: Ministerio de Transportes y Comunicaciones

Oficina de Imagen Institucional - MTC.


7 de agosto de 2018 - 7:29 p. m.

Con la finalidad de fortalecer la seguridad vial en todo el país, el Ministerio de Transportes y


Comunicaciones (MTC) emitió el pasado 12 de julio el Decreto Supremo N° 011-2018-MTC,
mediante el cual se obliga a los conductores de vehículos a usar las luces intermitentes de
emergencia en zonas de neblina cuando transiten por la Red Vial Nacional.

La norma, que fue publicada en el diario oficial “El Peruano”, establece una multa equivalente al
8% de una UIT (S/ 332 soles) para aquel chofer que la incumpla; así como el registro de 20 puntos
en su récord de conductor. Por ello, el MTC hace un enérgico llamado a los conductores a mantener
una buena conducta frente al volante.

El Decreto Supremo N° 011-2018-MTC se dio en el marco del Plan Estratégico Nacional de


Seguridad Vial 2017- 2021, con el objeto de garantizar una conducción en estado de alerta en zonas
que representen un riesgo para la seguridad vial y una mejor visibilidad de los vehículos.

Cabe destacar que el próximo martes 14 de agosto se iniciará la imposición de papeletas a los
conductores cuyos vehículos sean detectados circulando por la Red Vial Nacional sin encender las
luces intermitentes en zonas de neblina. De esta manera se dará por culminada la etapa de marcha
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blanca iniciada tras la publicación del dispositivo legal, en la cual se impusieron solo papeletas
educativas.

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MTC dispone el uso obligatorio de luces intermitentes en zonas de neblina para
fortalecer la seguridad vial. Conductores que incumplan la medida deberán pagar una
multa equivalente al 8% de una UIT y registrarán 20 puntos en su récord. 7 ago. 2018

MTC dispone el uso obligatorio de luces intermitentes en ...

Ley que promueve y regula el uso de la bicicleta como medio ...


https://busquedas.elperuano.pe › normaslegales › ley-q...

Ley que promueve y regula el uso de la bicicleta como medio de transporte sostenible-LEY-N° 30936.

https://www.alamy.es/un-hombre-chino-se-sienta-sobre-su-
superficie-plana-muy-cargado-triciclo-con-muebles-apilados-en-una-luz-roja-en-shanghai-el-2-de-
febrero-de-2015-el-sector-de-los-servicios-de-china-crecio-al-ritmo-mas-lento-en-la-mitad-de-un-
ano-en-enero-como-el-crecimiento-de-nuevos-negocios-debilitado-suscitar-expectativas-que-las-
autoridades-pueden-revelar-mas-medidas-de-estimulo-para-evitar-una-mayor-desaceleracion-en-la-
segunda-economia-del-mundo-foto-por-stephen-afeitadora-upi-image258283746.html

https://www.google.com/search?
q=BICICLETA+E+TRICICLO+EM+HOLANDA+&tbm=isch&ved=2ahUKEwi0yK-
kp8L5AhUcrpUCHW8ZB1oQ2-
cCegQIABAA&oq=BICICLETA+E+TRICICLO+EM+HOLANDA+&gs_lcp=CgNpbWcQAzoIC
AAQgAQQsQM6CAgAELEDEIMBOgUIABCABDoECAAQQzoHCAAQsQMQQzoECAAQHjo
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Bicicleta
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Para otros usos de este término, véase Bicicleta (desambiguación).
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Icono de una bicicleta

El modelo más popular de bicicleta —y el vehículo más popular de cualquier clase a nivel mundial— es el
chino Flying Pigeon, con alrededor de 500 000 000 en servicio.1
0:35

Sonido de un timbre clásico de bicicleta

La bicicleta, coloquialmente llamada bici2 (también denominada


como cicla o ciclo en Colombia, Cuba y Uruguay,3 4chiva,
en México y cleta o chancha en Chile),56 es un vehículo de transporte personal
de propulsión humana. Es impulsada por el propio viajero, que acciona el vehículo con el
esfuerzo muscular de las piernas, en particular mediante pedales o manivelas.3 Sus
componentes básicos son dos ruedas,3 generalmente de igual diámetro y dispuestas en
línea, un sistema de transmisión de pedales, un cuadro que le da la estructura e integra
los componentes, un manillar para controlar la dirección y un sillín para sentarse. El
desplazamiento se obtiene al girar con las piernas los pedales dispuestos de forma
simétrica, cada uno con una palanca conocida como manivela están ensamblados en el
cuadro, y en general el pedal derecho es el que tiene la estrella mayor o plato donde se
monta la cadena que a su vez hace girar el piñón, el cual finalmente hace girar la rueda
trasera sobre el suelo provocando entonces el desplazamiento. El diseño y la
configuración básicos de la bicicleta han cambiado poco desde la primera transmisión de
cadena desarrollada alrededor del año 1885.7
La paternidad de la bicicleta se le atribuye al barón Karl Drais, inventor alemán nacido
en 1785. Su rudimentario artefacto, creado alrededor de 1817, se impulsaba apoyando
los pies alternativamente sobre el suelo. En la actualidad hay más de mil millones de
bicicletas en el mundo, utilizadas tanto como medio de transporte como vehículo de ocio.
Es un medio de transporte sano, ecológico, sostenible y económico, válido para
trasladarse tanto por ciudad como por zonas rurales. Su uso está generalizado en la
mayor parte de Europa, y llega a ser, en países como Suiza, Alemania, Países
Bajos, Bélgica, algunas zonas de Polonia y los países escandinavos, uno de los
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principales medios de transporte. En Asia, especialmente en China y la India, es el


principal medio de transporte.
Las bicicletas fueron muy populares en la década de 1890 y, más tarde, en las de 1950 y
1970. Actualmente está experimentando un nuevo auge y su uso crece
considerablemente en todo el mundo debido al alto precio del combustible, pues la
bicicleta resulta muy ecológica y económica.

Índice

 1Historia
o 1.1Supuestos antecedentes
o 1.2La draisiana
o 1.3La bicicleta de pedales
 2Clasificación general de bicicletas
o 2.1La bicicleta doméstica
o 2.2La bicicleta de montaña
o 2.3La bicicleta de carreras
o 2.4La bicicleta de turismo
o 2.5La bicicleta plegable
 3Otros tipos de bicicletas
o 3.1Bicicleta reclinada y bicicleta de mano
o 3.2Bicicletas para personas discapacitadas
o 3.3Bicicleta remolque y remolque de bicicleta
o 3.4Bicicleta chacarera
o 3.5Parientes de la bicicleta
o 3.6Bicicleta de alta gama
o 3.7Aparatos inspirados en la bicicleta
 4Seguridad en la bicicleta
o 4.1Seguridad mecánica
o 4.2Equipo de protección
o 4.3Conducción
 5Anatomía de la bicicleta
 6Reparación
 7Complementos
 8Salud en bicicleta
 9Estandarización
 10Competiciones ciclistas
 11Cultura
 12Véase también
 13Referencias
 14Bibliografía
 15Enlaces externos
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Historia[editar]

Ciclista montado en un velocípedo en Cracovia, Polonia.

Supuestos antecedentes[editar]

Pierre Lallement montado en su invención

Hasta la segunda mitad del siglo XX, se aceptó que el primer antecedente de la bicicleta
era el celerífero(célérifère) inventado en 1790 por el conde francés Mede de Sivrac, el
cual consistía en un listón de madera terminado en una cabeza de animal montado sobre
dos ruedas. No tenía articulación alguna y era propulsado por una persona sentada a
horcajadas, impulsándose con sus propios pies. En los años 1950, sin embargo, se
descubrió que ni el conde Mede Sivrac, ni su invención existieron; ambos fueron creados
en 1891 por el periodista francés Louis Baudry de Saunier (1865-1938), copiando el
diseño de Karl Drais y basándose en una patente de 1817 para un coche de caballos
llamado celerífero.
En 1974 se difundió un bosquejo de un diseño de bicicleta, impulsada por unos pedales y
con transmisión de cadena, hallado en el Codex Atlanticus, de Leonardo da Vinci. Sin
embargo, un estudio del códice muestra que tal dibujo no es original y fue añadido por un
falsario durante la restauración del mismo entre 1967 y 1974. 8
La draisiana[editar]
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La draisiana (ca. 1820) era el primer vehículo de dos ruedas dispuestas en línea, y el primer vehículo práctico de
propulsión humana.

En 1817, el barón alemán Karl Christian Ludwig Drais von Sauerbronn inventó el primer


vehículo de dos ruedas, al que llamó máquina andante (en alemán, laufmaschine),
precursora de la bicicleta y la motocicleta. Esta «máquina andante» consistía en una
especie de carrito de dos ruedas, colocadas una detrás de otra, y un manillar. La persona
se mantenía sentada sobre una pequeña montura, colocada en el centro de un pequeño
marco de madera. Para moverse, empujaba alternativamente con el pie izquierdo y el
derecho hacia adelante, en forma parecida al movimiento de un patinador. Con este
impulso, el vehículo adquiría una velocidad casi idéntica a la de un carruaje. Sus brazos
descansaban sobre un apoyabrazos de hierro, y con las manos sostenía una vara de
madera, unida a la rueda delantera, que giraba en la dirección hacia la cual quería ir el
conductor.
Este invento estaba basado en la idea de que una persona, al caminar, desperdicia
mucha fuerza por tener que desplazar su peso en forma alternada de un pie al otro. Drais
logró crear este sencillo vehículo que le permitió al hombre evitar ese trabajo. Esta
máquina, denominada inicialmente draisiana en honor a su inventor y posteriormente
llamada más comúnmente velocípedo, el diseño lo mejoraron rápidamente.
El herrero e inventor francés Pierre Michaux también es considerado uno de los
desarrolladores de la bicicleta moderna.
La bicicleta de pedales[editar]

Como puede observarse en este modelo de los años 1900, el diseño del cuadro «diamante» se ha mantenido
más de cien años.

La construcción de la primera bicicleta con pedales se atribuye al escocés Kirkpatrick


Macmillan, en el año 1839. Una copia de la bicicleta de Macmillan se exhibe en el Museo
de Ciencias en Londres, Inglaterra. Macmillan nunca patentó el invento, que
posteriormente fue copiado en 1846 por Gavin Dalzell de Lesmahagow, quien lo difundió
tan ampliamente que fue considerado durante cincuenta años el inventor de la bicicleta. 9
Cerca de 1890, el inglés John Boyd Dunlop (aficionado al ciclismo y creador de la
empresa homónima) inventó una cámara de tela y caucho, que se inflaba con aire y se
colocaba en la llanta. Para evitar pinchazos, Dunlop inventó además una cubierta también
de caucho. Estos inventos de Dunlop casi no han sufrido variaciones significativas desde
su invención.
Cada vez que veo a un adulto sobre una bicicleta, no pierdo la esperanza para el futuro de la humanidad.
H. G. Wells.10
DESARROLLO HISTÓRICO DE LA BICICLETA
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Evolución histórica de la bicicleta.

Clasificación general de bicicletas[editar]

Bicicleta doméstica neerlandesa.

Bicicleta doméstica.

Existen diversas modalidades deportivas, englobadas dentro del ciclismo, que se


practican con este vehículo. La principal clasificación de las bicicletas toma en cuenta la
función para la que están diseñadas, así los principales tipos de bicicletas son:
La bicicleta doméstica[editar]
Artículo principal: Bicicleta doméstica
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Véase también: Ciclismo urbano


La bicicleta es el medio de transporte personal preferido por muchas personas.
800 000 000 de bicicletas son utilizadas diariamente en el mundo, la mayoría
son bicicletas domésticas y de paseo, denominadas genéricamente «bicicleta urbana»
o City-bike (ver: bicicleta híbrida). Son dedicadas a todo tipo de usos cotidianos,
especialmente cuando se trata de recorrer numerosos trayectos cortos, ya que se pueden
recorrer cuatro veces más rápidos que a pie. Destaca su énfasis en la comodidad a costa
del peso, con asiento y manubrio cómodos, sistemas de transmisión integrados en el
propio buje, o de un solo cambio, guardabarros, además de contar generalmente con una
o más canastillas para el transporte de objetos. También es común que tengan
accesorios urbanos como timbre, candado, luces y retrorreflectores.
Las bicicletas tradicionales también están en auge en Europa, siguiendo el arquetipo del
diseño clásico aunque con componentes modernos y ligeros. Entre estos se encuentran
los modelos de Batavus, Gazelle, Kronan y Pashley entre muchos otros, que abundan en
ciudades como Ámsterdam y Copenhague (véase también: Bicicleta inglesa).
Otro modelo que se encuentra en las grandes ciudades son las plegables como la
también clásica Brompton, cuyos simpáticos y compactos diseños optimizan su utilización
combinándola con el transporte público.
La bicicleta de montaña[editar]

Bicicleta todo terreno aparcada en una calle de Barcelona.


Artículo principal: Bicicleta de montaña
La bicicleta de montaña o bicicleta todo terreno (BTT) es una bicicleta destinada para el
ámbito deportivo en terrenos agrestes, por lo que la resistencia de sus partes es un punto
principal, también lo es la protección de sus partes al lodo y la tierra, también cuenta con
varias relaciones de transmisión para adaptar el pedaleo a las condiciones del terreno.
Deportes practicados son el Cross country, Freeride, Four cross, Dirt jump y Descenso.

 Bicicleta 29: La bicicleta 29 o 29er (Twenty-niner, en inglés) son bicicletas de


montaña que usan ruedas de 29 pulgadas.
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La bicicleta de carreras[editar]

Bicicleta de carreras.

La bicicleta de carreras, comúnmente conocido como una «bicicleta de carretera», está


diseñada y construida para la velocidad, por lo general adaptan una batalla corta, ángulos
de asiento y frontales muy verticales, un eje pedalier alto y muy poca curvatura de
la horquilla, este diseño permite al ciclista adoptar una posición aerodinámica y un modo
más eficaz de transmitir la potencia a los pedales. Asimismo, el manillar varía de diseño
según tipo de competición para que el ciclista adopte posiciones aerodinámicas.
La típica bicicleta de carreras está construida en aleación aluminio y triángulo posterior y
horquilla de fibra de carbono, para aligerar la estructura del cuadro.
Lleva neumáticos estrechos alto rendimiento (de 18 a 23 mm) y manillar para una postura
baja, con lo que se consigue mejorar la resistencia del conjunto.
Tipos de bicicletas de carrera:

 Bicicletas para ciclismo en ruta


 Bicicletas para ciclocrós
 Bicicletas para carreras sobre pista
 Bicicletas para triatlón
 Bicicletas para carreras contrarreloj
 Bicicletas para carreras criterium
 Bicicletas para el Tour de Francia

La bicicleta de turismo[editar]
Véase también: Cicloturismo

Las bicicletas de turismo para distancias largas y cargas pesadas están diseñadas para la
comodidad. La estabilidad se ve incrementada por su larga batalla, que mantienen el
peso equilibrado, además de contar con espacio para las alforjas delanteras y traseras y
hacer cicloturismo, aunque algunos prefieren mantenerlas ligeras y llevar solamente un
pequeño juego de herramientas y una tarjeta de crédito. Tan solo hace unos pocos años
atrás, la bicicleta de turismo hubiera sido considerada una bicicleta de carreras en todo su
principio.
La bicicleta plegable[editar]
Artículo principal: Bicicleta plegable
Biblioteca Acarí e Churunga. 2006. Enciclopedia Andes e Desertos

Bicicleta plegable moderna de gama alta.

La bicicleta plegable es una bicicleta que se puede hacer más pequeña doblándola en
dos o más partes. Este tipo de bicicleta está diseñada para que cuando no esté en uso,
pueda adquirir una forma que ocupe menos espacio, ya sea para fines de
almacenamiento o transporte.
El hecho de poder plegarla hace que sea más fácil de transportar y guardar. Gracias a
ello se puede guardar en casa o en el trabajo, se puede combinar su uso con
el transporte público o se puede llevar en autocaravana, en barco o avión con más
facilidad que una bicicleta tradicional.
La idea de una bicicleta plegable o desmontable es casi tan vieja como la bicicleta misma.
Se dice que cada novedad tecnológica en el mundo de las bicis ya ha sido probada hace
al menos cien años, y como prueba, tenemos el velocípedo, que existía en una forma así
durante los años 1880 —se podía desmontar la rueda grande y plegar el cuadro para
alojar la bici en una bolsa específica—.
Recientemente, la popularidad de este tipo de bicicleta ha ido creciendo. Durante los años
1960, hubo un aumento de la demanda de bicicletas plegables con ruedas pequeñas. Los
líderes fueron Moulton (aunque a pesar de tener ruedas pequeñas, solo algunos modelos
eran desmontables), y Brompton cuyo estilo en ambos capturó el humor
de Londres durante esa época. Actualmente, la mayoría de bicicletas plegables o
desmontables tienen ruedas menores que las de una bicicleta convencional, pero casi
para cada tipo de bici, desde la bici doméstica de compras, hasta bicicleta de
montaña, carreras, o incluso reclinada, se puede encontrar un diseño plegable.
Para poder avanzar la misma distancia por pedalada en una bicicleta con las ruedas más
pequeñas como son las de muchas de las bicicletas plegables en comparación con
bicicletas de ruedas más convencionales (26 pulgadas) es necesario aumentar el
desarrollo en el sistema plato-piñón, es decir, se debe colocar un plato proporcionalmente
más grande o un piñón más pequeño. En contra de lo que se pueda pensar, esto no
supone un aumento del esfuerzo que ha de realizar el ciclista para avanzar, ya que en
realidad el desarrollo de la bicicleta lo da el conjunto de rueda trasera con la transmisión
plato-piñón y finalmente las bielas y los pedales, es decir, la relación entre el movimiento
de los ejes pedalier y trasero, y sus respectivos extremos (pedales y rueda trasera).
En los años 70 fueron comunes las bicicletas infantiles o de paseo plegables, se trataba
de bicicletas sencillas, generalmente sin marchas. En tiempos más recientes se ha
desarrollado una industria de bicicletas plegables de altas prestaciones, con todo tipo de
comodidades: cambios, suspensión, etc.
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En el año 2006 sir Clive Sinclair inventó una bicicleta plegable, la A-bike, con unas


dimensiones minúsculas una vez plegada.

Otros tipos de bicicletas[editar]

Bicicleta estilo clásico.


Véase también: Bicicleta anfibia.

Bicicleta playera estilo California beach cruiser en California.

 Bicicleta híbrida: la bicicleta híbrida apareció, con esa denominación, un poco


después que las bicicletas todo terreno. Su estructura o cuadro combina
características de la bicicleta de carretera y la de montaña. Las híbridas suelen
venir con ruedas 622 mm (700C) como las bicicletas de carretera/turismo, pero
con neumáticos más anchos de 35-40 mm, más estrechos que en las de montaña
pero más anchos que en las de carretera. La horquilla de suspensión, en caso de
llevarla, no está tan reforzada como en las BTT. En general pesan menos que
estas últimas y sus componentes no son tan resistentes. Están diseñadas para un
uso en caminos tranquilos o la ciudad, por lo que suelen también equipar luces y
otros elementos de seguridad y de utilidad como portabultos.

 Bicicleta playera: las playeras descienden de las bicicletas introducidas en 1933


por Ignaz Schwinn en Chicago, modelos de una sola marcha con neumáticos
anchos, similares a las motocicletas, pesadas y poco prácticas a menos que se
conduzcan en áreas llanas como a lo largo de las costas y playas. Curioso
también que de estas mismas, combinadas con las BMX, a mediados y finales de
1970 en la década pasada, en Marin County, California, nació la bicicleta de
montaña.
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Bici doble (tándem).

 Tándem: los tándems aportan al ciclismo una nueva dimensión de disfrute y de


rendimiento mecánico ya que con el doble de potencia humana pero la misma
área frontal exalta la potencia/peso, dos ciclistas bien coordinados en un tándem
pueden avanzar más rápido y más lejos que uno solo. El ciclista delantero decide
la dirección y controla las marchas. El resto de los ciclistas se limitan a pedalear
coordinadamente. El diseño de tándem más común es el de dos plazas, aunque
también existen algunos con tres plazas o más.

 BMX: es una bicicleta de cuadro y ruedas de diámetro pequeño. El tamaño de sus


ruedas más común es de 20" y está destinada principalmente a acrobacias y
competiciones de velocidad con saltos, normalmente no cuenta con cambio de
velocidades, sino con una relación fija.

 Bicicleta chopper o para caballitos. Bicicleta con el asiento encima del eje trasero
de modo que la rueda delantera puede ser alzada con facilidad, por ejemplo la
bicicleta Vagabundo.11

Triciclo de reparto.

 Bicicleta de reparto: particularmente usadas en los Países Bajos. Se caracterizan


por tener el cuadro reforzado con una segunda barra superior para aportar más
rigidez a la estructura de la bicicleta. Además del trasportín trasero tienen una
parrilla delantera donde cargar la mercancía. Algunas disponen de un cajón
delantero, por lo que tienen mayor capacidad de carga, pero son más pesadas.

 Bicicletas de tecnologías sustentables: Los modelos de bicis realizados en


materiales no convencionales, como bambú, plástico y cartón, entre otros, se
multiplican. Son amables, sustentables y con conciencia social. Cada vez más
personas están buscando una alternativa de movilidad amigable con el ambiente.
Tienen las características de ser silenciosas, fuertes, seguras, elegantes, livianas y
vistosas. Véase también: Diseño sostenible

 Triciclo: bicicletas de tres ruedas. Son muy estables y se utilizan para llevar niños
pequeños o ir de compras y para discapacitados con problemas de coordinación y
equilibrio.
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 Cuatriciclo: bicicletas de cuatro ruedas y doble pedal para discapacitados psíquicos


que suelen ir con un monitor o acompañante.

Girobici, o bicicleta que nunca se cae12 infantil.

 Bicicleta para niños: La bicicleta y la girobicicleta13 ayudan al niño que desarrolle la


coordinación física mientras experimenta la libertad y el movimiento.

Bicicleta reclinada de competición.

Una tendencia innovadora es la bicicleta de bambú, presentada en el foro mundial de


Medellín, Colombia, en 2015.14
Bicicleta reclinada y bicicleta de mano[editar]
 La bicicleta reclinada o recumbente (recumbent en inglés), es un tipo de bicicleta
muy baja en la que el ciclista adopta una posición más cómoda (sobre todo) pero
también más aerodinámica, por lo que en terreno llano o favorable es más veloz
que la bicicleta clásica, pedaleando con el cuerpo casi en posición horizontal
respecto al suelo. La rueda delantera suele ser más pequeña que la trasera. Su
coste es muy elevado porque se suelen hacer por encargo a medida del ciclista.
En algunos casos está cubierta por un carenado que suele ser de fibra de vidrio.
Hay triciclos similares.

 La bicicleta de mano se trata de un tipo de bicicleta de tres ruedas que se


propulsa, se dirige y se frena con los brazos. Hay modelos que tienen doble
tracción (a elegir o a utilizar simultáneamente por el usuario): a mano o con las
piernas. Existen muchos modelos: de montaña, de paseo, y de competición. Igual
que ocurre con la bicicleta pédica (o propulsada por pedales para piernas), se
utilizan estas bicicletas para el transporte, el ocio, o la competición. Véase
también: Vehículos de tracción humana
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Bicicletas para personas discapacitadas[editar]

Bicicleta de mano de competición.

 La bicicleta de mano se puede utilizar también para todos aquellos que tengan
algún tipo de discapacidad en las extremidades inferiores o en el tronco:
lesionados medulares (parapléjicos y algunos tetrapléjicos), amputados, polio etc.
Es decir, para quienes, debido a algún tipo de discapacidad en las piernas o en el
tronco, no puedan llevar una bicicleta propulsado por las piernas.
 Tándem para personas con discapacidades visuales: El tándem está indicado para
personas que necesitan de un acompañante que los guíe.
 Triciclo (o cuadriciclos): El triciclo es una bicicleta de tres ruedas especialmente
indicada para aquellas personas que tengan problemas de coordinación o
equilibrio. Igual que la bicicleta genérica se propulsa con los pies y se dirige con
los brazos. Según los modelos, se pueden muchos accesorios que se adaptan a
las necesidades específicas del usuario: sistemas de control de tronco, manillares
especiales, manillar suplementario para que, en caso necesario, el acompañante
pueda ayudar a dirigir el triciclo, etc.

Bicicleta doméstica con bicicleta remolque.

Bicicleta remolque y remolque de bicicleta[editar]


La bicicleta remolque o bicicleta portaniños es una herramienta ideal para dejar
aparcado el coche, llevar a los niños al colegio a diario y hacer ejercicio. Muy cómoda
y práctica, ideal para niños de seis a diez años, demasiado grandes para el asiento
trasero, la bicicleta remolque va enganchada a un bastidor especial que puede
acoplarse a la parte de atrás de cualquier bicicleta normal. 15
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Bicicleta chacarera[editar]

Bicicleta chacarera con canasta, nótese los tapabarros en la cadena y en las llantas, el piñón simple, y la
parrilla en la parte de atrás para llevar a una persona más.

La bicicleta chacarera, muy similar a la bicicleta inglesa, es un tipo de bicicleta


utilitaria que se usa como vehículo de carga pesada y de transporte, su estructura es
muy parecida a la de la bicicleta montañera y debido a eso algunas personas las
confunden, la diferencia que esta no tiene cambios, tiene un piñón simple (a diferencia
de la montañera que tiene un piñón múltiple), tiene tapabarros para cubrir las llantas y
la cadena del lodo, sus neumáticos son más grandes, gruesos y resistentes que los
de la montañera, sus frenos tienen más fuerza al momento de frenar, tiene una
velocidad mayor a la de la montañera, es más pesada que la montañera, es mucho
más resistente a las caídas que la montañera y puede circular por lugares donde
la montañera no puede (como caminos empedrados); también tiene una parrilla en la
parte trasera para llevar más cosas (a diferencia de otras bicicletas en las que solo se
puede llevar a una persona, en ésta se puede llevar a dos). Estas bicicletas suelen ser
usadas por los campesinos en terrenos agrícolas, son usadas especialmente para
llevar grandes costales. Es muy común ver estas bicicletas en
la sierra de Arequipa, Perú.
Parientes de la bicicleta[editar]
Otros medios de transporte similares a la bicicleta, pero que se diferencian por su
número de ruedas:

 Monociclo, con una rueda: no tiene timón (volante) ni frenos, pero sí tiene pedales.
 Triciclo, con tres ruedas: para niños muy pequeños; les permite aprender a
moverse con un medio de transporte con bastante seguridad.
 Cuatriciclo: Se trata de bicicletas con cuatro ruedas, doble asiento, doble manillar y
doble pedal. El acompañante puede ayudar o sencillamente dirigir el cuadriciclo
(anulando una de las dos direcciones).

Bicicleta de alta gama[editar]


Recientemente, marcas como Ferrari, Mercedes-Benz, Porsche, BMW y marcas
independientes como Aurumania16 han lanzado al mercado modelos de bicicletas
deportivas y de lujo. Cada uno diseñó sus versiones de bicicletas de paseo, mountain
bike, de pista y piñón fijo o cross country. McLaren y Maserati han mostrado sus
prototipos en salones de autos europeos.17
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Aparatos inspirados en la bicicleta[editar]


 Bicicleta estática o para ejercicios: Es una máquina de ejercicios con un disco que
es accionado a través de unos pedales y con un sistema de fricción cuya fuerza
puede regularse para simular pendientes. Habitualmente dispone de un medidor
de velocidad y uno de kilometraje. Los más sofisticados tienen contador de
pulsaciones y hacen cálculos estimativos de las calorías gastadas en el ejercicio
además de registrar los datos en una memoria.

 Bicicleta electrógena o generadora de electricidad: puede ser una bicicleta estática


o dinámica que permite obtener energía eléctrica del pedaleo, principalmente
usando una dinamo.18 Las bicicletas dinámicas electrógenas llevan una batería,
para almacenar la electricidad generada y, en su caso, poderla emplear en un
motor eléctrico (véase bicicleta eléctrica).

Seguridad en la bicicleta[editar]

El riesgo inherente de ir en bicicleta es muy bajo. De los 3 500 000 de ciclistas


regulares en el Reino Unido, aproximadamente 10 mueren en accidentes que no
implican a otros vehículos.19En cuanto a la circulación en carretera, según el
Departamento de Transporte del Reino Unido los ciclistas británicos tienen una tasa
de muertes y heridas graves por millón de kilómetros recorridos en bicicleta que es la
mitad de la de los motociclistas y 8 veces la de los automovilistas.20
La seguridad en la bicicleta implica diversos aspectos. El tipo de bicicleta que
tengamos determina en buena medida el uso específico que vayamos a darle y, por lo
tanto, la seguridad puede sufrir variaciones. Otro factor determinante es el terreno
donde conduzcamos: las normas de seguridad en una ciudad serán diferentes a las
que existen en un descenso a través de una montaña.
Hay que distinguir y separar los siguientes aspectos en cuanto a la seguridad:
mecánica, equipo de protección y conducción.
Seguridad mecánica[editar]

Para el uso de una bicicleta destinada para el ámbito deportivo, el casco es un elemento de seguridad que es
obligatorio. Frecuentemente también se utilizan gafas de seguridad y guantes.

Para un uso seguro de una bicicleta, esta debe estar en buen estado. El punto más
importante a considerar es el sistema de frenos, ya que sin este puede ocurrir
fácilmente un accidente. Otros aspectos mecánicos importantes incluyen
componentes en mal estado o mal colocados que pueden fácilmente fracturarse,
doblarse o desprenderse originando un accidente, entre los accidentes más peligrosos
por fallas mecánicas están los que implican que entre los radios de alguna llanta se
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atore un desviador u otro elemento, que se frene súbitamente una rueda por un cable
flojo o que se desmonte una rueda en medio de un salto. Por lo anterior la mecánica
de la bicicleta y su mantenimiento21 es importante en la seguridad del ciclista (véase la
sección de mecánica).
Equipo de protección[editar]
La protección en bicicleta puede agruparse en dos: protección personal y accesorios
de seguridad en la bicicleta.
El casco de ciclismo es un elemento de seguridad pasiva que supuestamente
contribuye a disminuir la incidencia y la intensidad de traumatismos craneoencefálicos.
Mientras algunos estudios de caso-control2223 han demostrado una reducción en
traumatismos entre un 39 y un 85 %, numerosos otros estudios estadísticos han
expuesto una falta de relación entre el uso del casco y la incidencia de traumatismos y
algunos incluso sugieren que el uso del casco hace más probable que otros vehículos
embisten a los ciclistas.24 De acuerdo con el estudio llevado a cabo por la Universidad
de Bath en 2006, sobre 2500 conductores, cuando los conductores adelantan a
ciclistas, dejan menos espacio —una media de 8.5 cm menos— entre su vehículo y
un ciclista que lleva casco. Es decir, que el espacio se ve afectado por la apariencia
del ciclista, ya que se llega a pensar que un ciclista que lleva casco está más
experimentado, con lo cual más predecible en su comportamiento en la carretera. 24
Hay desacuerdos respecto a si el uso del casco debe ser obligatorio. La principal
oposición a que el uso del casco sea obligatorio parte de la idea de que tal medida
podría desalentar el uso de la bicicleta o a que una falsa sensación de seguridad
incite a los ciclistas a conducir con menos precaución. 25 La obligación del uso de
casco de protección para ciclistas varía de unos países a otros. La primera ley que
obligaba el uso de casco al circular en bicicleta fue aprobada en 1990, tras 10 años de
promoción del uso del casco, en el estado de Victoria (Australia). Algunos países en
los que se obliga al uso del casco en diversas circunstancias son Australia, Canadá,
Chile, Colombia, Estados Unidos, Nueva Zelanda, España, Finlandia, Islandia y la
República Checa. En algunos casos estas obligaciones están dirigidas exclusivamente
a los menores a una determinada edad o a la circulación en vías exteriores al casco
urbano.26 En el caso de España, la legislación obliga a utilizar casco homologado o
certificado al circular con una bicicleta en vías interurbanas, ya sea como conductor o
como acompañante, exceptuando dicha obligación en rampas ascendentes
prolongadas, o por determinadas razones médicas acreditables o en condiciones
extremas de calor.27
Otros equipos de protección personal dependen de la actividad particular, siendo los
más comunes las rodilleras y coderas para el ciclista de BTT, BMX o Biketrial.
También es recomendado el uso de guantillas para mejorar la comodidad de
conducción y para evitar abrasiones en las manos en caso de caídas
En cuanto a los accesorios de seguridad para la bicicleta dependen del tipo de
ciclismo que se haga. Así una bicicleta de ruta podrá hacer uso de un «sacaclavos»,
una bicicleta para la ciudad de faros, timbre o timbre y espejo. Para uso de ciudad, el
guardabarros es muy útil para mantener la limpieza del ciclista al emprender la ruta
después de la lluvia.
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Policía danesa en bicicleta.

Conducción[editar]

Las ciclovías suelen ser exclusivo para ciclistas.

El elemento común a todo ciclista en cuanto a su seguridad en la conducción es haber


aprendido a montar correctamente y no distraerse. Dividamos la seguridad en la
conducción según el tipo de ciclismo de que se trate. Si bien la conducción de una
bicicleta es común a todos los tipos, existen aspectos técnicos particulares en cada
tipo de bicicleta así como en cada medio donde se ruede. 28
Se destaca la conducción en carreteras, en campo y caminos así como en el medio
urbano. Cada uno de los aspectos anteriores implica cuidados distintos. Es habitual
que en vías interurbanas se tenga que circular por el arcén (o banquina) de las
mismas, en el caso de que exista. En autovías también suele existir la misma regla,
además de que en España solo podrán circular por ella los conductores mayores de
14 años.29
En cuanto al medio urbano tenemos que cada vez es más usual que se
habiliten ciclovías para incrementar la seguridad de los ciclistas. Dichos carriles suelen
ser de uso exclusivo para ciclistas, vehículos de discapacitados y patinadores. En
algunos lugares, como por ejemplo en España y Colombia, en vías interurbanas, es
obligatorio circular con casco. Otras formas de protección son los guantes de cuero,
rodilleras y coderas; estos últimos complementos se utilizan especialmente en
modalidades de ciclismo de alto riesgo. Además, en Suiza, es obligatorio que la bici
esté cubierta por una póliza de muy bajo coste para poder circular.
Consejos de seguridad para ciclistas

 Conduce ocupando tu carril en ciudad, si circulas pegado a la derecha puedes


chocar con coches y peatones que se asoman, puertas de coches que se abren o
ser adelantado sin mantener una distancia de seguridad. Hazte respetar en la
calzada.
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 Conduce de forma predecible — Sigue las mismas trayectorias que los vehículos
de motor sin zigzaguear.
 Avisa antes de moverte o detenerte — Las señas con las manos permiten a los
demás saber lo que vas a hacer.
 Mira hacia atrás – Aprende a ver sobre tu hombro sin mover el manillar o perder el
equilibrio. El uso de espejos es una opción.
 Obedece los señalamientos de tránsito (semáforos, señales y carriles) — Los
ciclistas deben seguir las reglas de tránsito como cualquier otro vehículo.
 Sigue los carriles marcados — No gires a la izquierda desde el carril derecho. No
sigas de frente en un carril exclusivo para girar a la derecha. Toma tu carril
oportunamente.
 Circula por tu derecha — Siempre por la derecha en el sentido del flujo vial. Ir en
contra del flujo vial, además de constituir una infracción grave, es muy peligroso.
 Toma las calles e intersecciones con precaución, mirando bien antes la situación
de los peatones o de otros vehículos.
 En ciudad intenta circular por calles tranquilas, evitando ir por la acera.
 Es muy importante informarte de la normativa del lugar por la que conduces, ya
que no existe una normativa común como sucede con otros vehículos.

Anatomía de la bicicleta[editar]

Diagrama de los componentes de una bicicleta.

Existen diferentes tipos de bicicletas, pero básicamente todas son similares, aunque
los componentes difieran en calidad, diseño y peso, así como en la agilidad y
modalidad de uso. En orden de importancia, una bicicleta está formada por los
siguientes componentes:

 Cuadro: El más común, es en forma de rombo, también llamado de diamante o de


doble triángulo. Los clásicos eran de hierro o acero; hoy en día, cuando
es acero el cromo-molibdeno se denomina «Cro-Moly» o «Cromoly». También
pueden ser de aluminio o de titanio, o incluso de fibra de carbono entre otros
materiales.30
 Horquilla: Pieza formada por el tubo de dirección que sujeta el buje de la rueda
delantera; puede ser fija o con suspensión.
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 Ruedas: Después del cuadro, las ruedas son el elemento de mayor importancia
para el rendimiento de la bicicleta. Son los únicos elementos que están en
contacto con el suelo y los que le proporcionan la tracción necesaria para el
movimiento. Cuando las ruedas giran, cada una de ellas actúa como
un giroscopio, lo que ayuda al equilibrio y estabilidad de todo el conjunto.
 Neumático: El neumático es parte de la rueda y es la combinación de una cubierta
protectora y una cámara inflable instalada alrededor de la llanta que le da rigidez y
sirve de estructura al eje de rodadura de la bicicleta.
 Transmisión: Incluye los cambios de marcha externos tipo desviadores (dérailleur)
delanteros y traseros y cambios internos en el buje de la rueda trasera, ambos
manejados por palancas de cambio.
 Palanca de cambio: Cambiadores de marchas incluyen cambiadores de puño y
cambiadores de pulgar entre otros.
 Frenos: Incluye las palancas de freno y sistemas de frenos (pastillas de freno)
 Potencia: La potencia (o tija del manillar), en conjunto con la horquilla delantera,
son los componentes de una bicicleta que proporcionan una interfaz entre sí con el
tubo frontal del cuadro.
 Manillar: Los manillares varían entre una anchura de 52,5 a 60 cm (21 a 24
pulgadas), los anchos permiten un control a velocidades bajas mientras los
estrechos son mejores para velocidades altas, los estrechos además son
convenientes en la ciudad para escurrir entre los automóviles. Un tipo de manillar
se denomina «cola de ballena». Se distingue de los demás en que carece de los
extremos libres que caracterizan al manillar tradicional. 31
 Sillín: De los sillines existentes en el mercado, unos son delgados y ligeros para
reducir el peso mientras otros modelos anatómicos están diseñados para el
confort.
 Tija de sillín: Se denomina tija al tubo de soporte del sillín.

Plato y bielas.

Cadena de transmisión.
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Reparación[editar]

Llave para radios. Cada una de las aberturas de la parte inferior tienen asociado un número el cual se
corresponde a un tipo determinado de cabezal de radio.

Herramientas básicas para reparación de una bicicleta. 1) Llave inglesa. 2) Palancas para desmontar


cubiertas. 3) Estuche de parches para reparar cámaras. 4) Llave para radios. 5) Llaves de tubo de 8, 9 y 10
mm. 6) Puntas de destornillador planas y de estrella. 7) Llaves Allen de 4, 5 y 6 mm. 8) Destornillador de
puntas intercambiables.

Del conocimiento sobre la reparación de una bicicleta y su ajuste dependerá en


muchos casos el bienestar del ciclista. Es necesario conocer los elementos mecánicos
que componen una bicicleta para poder repararla y ajustarla.
En concreto es imprescindible ser capaz de reparar un pinchazo de la cámara (o al
menos de cambiarla), ajustar las alturas de sillín y manillar, enderezar la dirección,
tensar los frenos y enganchar la cadena. Todas estas operaciones se pueden realizar
con herramientas sencillas y comunes.
Otras operaciones requieren herramientas especializadas. Para montar y desmontar
los eslabones de una cadena se usa el tronchacadenas o cortacadenas.
Los pedales se desmontan con una llave especial que viene a ser una llave plana,
pero de menor espesor y con un brazo largo, además el pedal izquierdo tiene rosca a
izquierdas.
Hay llaves similares a las de pedales para ajustar el buje, pues las ruedas de bicicleta
en lugar de llevar rodamientos rígidos de bolas suelen llevar rodamientos de bolas de
contacto angular. Es necesario ajustar la presión del cono, para que no quede suelto
ni frenado.
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Mecánica revisando una bicicleta.

En las bicicletas de cambios externos, se requiere de una llave especial para


desmontar el cassette de piñones de la rueda trasera. Además hay varios tipos
diferentes, según el fabricante de buje.

Eje de rueda de tornillo. Los elementos principales se colocan de forma simétrica a ambos lados. De
izquierda a derecha: tuerca con superficie ampliada de soporte, tuerca para tope del cono, cono con
cubrepolvo y coronilla.

Para cambiar o ajustar un radio (rayo en Hispanoamérica) de una rueda se usa una
llave especial. Para ajustar una rueda y evitar que esté alabeada, ovalada o
descentrada; y también para montarla de cero, se usa, además un banco de ruedas,
aunque se pueden hacer ajustes aproximados usando la horquilla de una rueda.
La forma más común de adaptar una bicicleta a una persona es mediante la altura del
asiento o sillín. Este está fijado a la tija, un tubo que va apretado en el cuadro de la
bicicleta. Cuanto más alta sea la persona más alto deberá estar el asiento. Sin
embargo, las dimensiones del cuadro son también importantes para una posición de
conducción adecuada.

Complementos[editar]

Bicicleta con suspensión y freno de disco.

Estacionamiento de bicicletas tipo Davis.
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 Bomba de aire, también conocida como inflador, hinchador o bombín.


 Alforjas, canastas y otros recipientes para cargar pequeñas mercancías.
 Asiento trasero/delantero para niños.
 Calapiés o rastrales, correas asidas a los pedales para una mayor sujeción de los
pies.
 Cuernos de cabra o toro, suplementarios en los manillares para escalada o
competición contra reloj.
 Portabotellines, portabidones o portabotellas en el triángulo para llevar la bebida,
generalmente en un botellín de plástico.
 Reflectores, en los cantos de los pedales o bajo la parte trasera del sillín, en las
ruedas, en el transportín; los delanteros son blancos y los traseros rojos.
 Alumbrado eléctrico delantero blanco y trasero rojo; variante con dínamo.
 Ruedas de ayuda, ruedines, estabiciclos, ruedas estabilizadoras, ruedas
entrenadoras, ruedas de entrenamiento, o ruedas auxiliares; para aprender a
montar en bicicleta —son dos ruedas pequeñas que se colocan una a cada lado
de la llanta trasera—. También se pueden emplear ruedas
con giroscopios (girorruedas).
 Bolsa de herramientas bajo el sillín o el triangular en el cuadro para reparaciones
básicas, con llaves Allen, etc.
 Los portaequipajes permiten colgar las alforjas.
 Caballete o pata de cabra.
 Timbre o bocina.
 Remolque para cargar mercancía.
 Remolque para llevar a los niños.32
 En algunos países y para bicicletas de niños, es obligatoria la instalación de
un banderín alto que haga más visible la bicicleta.
 Casco, para protección de la cabeza del ciclista.
 Ordenador, para monitorizar diversos parámetros de la marcha como velocidades,
tiempos, frecuencia cardíaca, etc.
 Toldo, para proteger del sol y la lluvia.33
 Guardabarros, cubierta a la altura de la rueda para evitar la salpicadura de lodo al
ciclista.
 Cubrecadenas, para proteger a la cadena, la catalina y el piñón del barro y la
suciedad.
 Espejos retrovisores a cada lado del timón para poder ver lo que sucede atrás sin
necesidad de voltear la cabeza a cada rato.
 Luces, para avisar la presencia de una bicicleta en movimiento en la oscuridad,
para así evitar choques y accidentes.
 Canasta, la cual se coloca sobre el timón en el centro de éste, la cual se usa para
llevar objetos pequeños.
 Parrilla, la cual se coloca atrás del asiento o sillín para llevar a una persona más
 Estuche o cartuchera, para guardar cosas pequeñas, el cual se coloca debajo del
tubo superior que sirve para llevar a una persona.
 Cubrerrayos o cubrerradios, el cual se coloca sobre los rayos o radios para
protegerlos del polvo y el barro.
 Cadena con candado, para estacionar la bicicleta en un lugar y evitar que sea
robada.
 Portacelulares, para colocar el celular y así pdoer usarlo mientras se maneja;
también hay impermebales para evitar que se moje el celular en caso de que
llueva.
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 Esponja, se coloca en los manubrios para tener un mejor agarre y evitar que
salgan ampollas en las palmas de las manos, también se coloca en el tubo
superior para llevar más cómodamente a una persona.

Bicicleta encadenada a una farola en Ciudad de México.

Salud en bicicleta[editar]

El uso frecuente de la bicicleta conlleva beneficios directos a la salud, a continuación


algunos de ellos:34

 Músculos: Durante el pedaleo están implicados los músculos de las piernas; en el


equilibrio abdomen, lumbares y espalda; y al sostener el manillar, hombros y
brazos. Estos trenes musculares son ejercitados con la actividad ciclista.
 Sistema esquelético: El uso de la bicicleta tiene un efecto positivo sobre la
densidad ósea y la fuerza debido a la tensión que el cuerpo aplica en el pedaleo y
conducción del velocípedo. El movimiento cíclico de las piernas estimula los
músculos de la espalda baja, donde las hernias discales son más probables de
ocurrir. De esta forma la columna vertebral se refuerza y asegura contra tensiones
externas. En particular, el ciclismo puede estimular los músculos pequeños de las
vértebras que son difíciles de afectar a través de otro ejercicio. Esto puede ayudar
a reducir la probabilidad de los dolores de espalda y otros problemas.
 Protección de articulaciones: El ciclismo es especialmente bueno en la
protección y la alimentación de cartílagos ya que el apoyo de la bicicleta redunda
en que las fuerzas que actúan como consecuencia de peso corporal se reducen
drásticamente. El movimiento circular de la bicicleta ayuda al transporte de la
energía metabólica a los cartílagos, reduciendo la probabilidad de la artrosis.
 Estrés: El ciclismo tiene un efecto relajante considerable debido a su movimiento
uniforme, cíclico que estabiliza las funciones físicas y emocionales del cuerpo.
Esto contrarresta la ansiedad, la depresión y otros problemas psicológicos. El
ejercicio también controla el equilibrio hormonal.
 Oxigenación: La respiración es a menudo afectada por la adiposidad y la falta de
ejercicio. Entre otras cosas, la actividad física regular y moderada fortalece los
músculos respiratorios, lo que conduce a una mejor ventilación de los pulmones y
por lo tanto tiene un efecto positivo en el intercambio de oxígeno.
 corazón: El ciclismo es ideal para entrenar el corazón y hacerlo más fuerte y
menos propenso a enfermedades cardíacas. Al usar bicicleta todos los factores de
riesgo que conducen a un ataque al corazón se reducen y al hacerlo regularmente
se minimiza el riesgo de ataque cardíaco en más de un 50 %.
 Obesidad: El ciclismo es ideal para enfrentar los problemas de obesidad pues un
70 % del peso del cuerpo recae sobre el sillín, permitiendo así a las personas que
de otra manera no podrían moverse fácilmente hacer ejercicio para mejorar su
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forma física y estimular el metabolismo de las grasas. A su vez, el uso de la


bicicleta contribuye a la reducción de peso por la quema de energía.
 Colesterol: El ciclismo puede entrenar al organismo a utilizar las reservas de
grasa favoreciendo el equilibrio en el nivel del colesterol. El ejercicio regular
durante la juventud es un factor de prevención contra el exceso de peso en los
adultos.
 Presión arterial: El ciclismo moderado puede prevenir, o al menos reducir, la
presión arterial alta y así ayudar a evitar un accidente cerebrovascular o daño a los
órganos. La presión arterial se reduce a menor frecuencia cardiaca, que es el
resultado del ejercicio regular aeróbico.
 Cáncer: Se ha demostrado que la actividad física regular reduce el riesgo de los
cánceres de colon, mama, próstata y páncreas, y, posiblemente, de pulmón y
cáncer de endometrio.
 Resistencia: El ciclismo es especialmente bueno para los ejercicios aeróbicos ya
que la tensión en el cuerpo es menor que en otros deportes de resistencia.
Aumentar la capacidad de resistencia reduce el cansancio y la fatiga, esto
promueve una sensación de bienestar.
 Belleza: La belleza y el atractivo están muy ligados a la forma del cuerpo y
condición. El ciclismo pueden influir positivamente en ellos mediante el control del
peso corporal y la forma muscular. La piel también se beneficia de los procesos
metabólicos que son estimulados. Además, el ciclismo afecta sensación física que
influye en la percepción de los otros.
 Entrenamiento físico: Además del ejercicio moderado regular, el cuerpo se
beneficia de una mayor actividad exigente de vez en cuando, lo que mejora el
estado físico y proporciona una mayor distracción de los problemas cotidianos. El
ciclismo puede proporcionar una actividad más intensa simplemente de
pedaleando más rápido o más fuerte.
 Calidad de vida: La actividad física tiene un efecto directo sobre el bienestar y la
salud. El ciclismo tiene numerosas ventajas que pueden influir directamente en la
calidad de vida, ya que aporta beneficios tanto física como emocionalmente. El
ejercicio regular, tomada como una parte integral de la vida diaria, es necesario
para mejorar permanentemente la calidad de vida.
 Los beneficios secundarios: Más ciclismo, especialmente como alternativa a los
viajes en automóvil, traería beneficios sustanciales para la salud de la sociedad en
su conjunto, debido a la mejor calidad del aire, reducción de ruido y peligro, y una
mayor independencia para los niños.

Sumado a los beneficios a la salud mencionados arriba, es necesario señalar que


cualquier actividad física se debe realizar bajo supervisión médica y, en el caso del
ciclismo, acudir con un experto para elegir el tamaño correcto de su bicicleta y
ajustarla a su antropometría para evitar posibles lesiones o accidentes.

Estandarización[editar]

Dentro de ISO se encarga el Comité Técnico "ISO/TC 149 Ciclos".35

Competiciones ciclistas[editar]
Véase también: Ciclismo de competición
El ciclismo de competición, es uno de los deportes más duros del mundo[cita requerida].
Biblioteca Acarí e Churunga. 2006. Enciclopedia Andes e Desertos

Lista no exhaustiva de algunas de las principales competiciones ciclistas


profesionales:
 Tour de Francia  Milán-San Remo
 Giro de Italia  Giro de Lombardía
 Vuelta a España  París-Tours
 París-Roubaix  Amstel Gold Race
 Tour de Flandes  Flecha Valona

 Lieja-Bastogne-Lieja  Clásica de San Sebastián

Cultura[editar]

La bicicleta ha sido protagonista en películas como Ladrón de


bicicletas (1948), Muerte de un ciclista (1955), E.T., el extraterrestre (1982), Los
bicivoladores (1983), Las bicicletas son para el verano (1984), Cinema
paradiso (1988), El cartero (y Pablo Neruda) (1994), La bici de Ghislain
Lambert (2001), La bicicleta (2006) y La bicicleta verde (2012)3637 y en libros como Los
forzados de la carretera: Tour de Francia 1924 (2009), Sky's The Limit (2013), Damas
en bicicleta (2014), Mi querida bicicleta (2014) y Ciclistas y corredores
madrileños (2015).38

Véase también[editar]

 Bicicleta blanca
 Bicicleta de entrenamiento sin pedales
 Bicicleta eléctrica
 Bicicleta sin cadena
 Bicitaxi
 Bicicleta prono
 Cambio climático
 Ciclomotor
 Ciclovía
 ConBici
 Día de la Bicicleta
 Día Mundial de la Bicicleta
 EuroVelo
 Federación europea de ciclistas
 Índice interactivo de parámetros para bicicleta
 Masa Crítica (evento ciclista)
 Patinete e híbridos patinete — bicicleta.
 Portabicicletas
 Récords de velocidad en bicicleta
 Tándem

Referencias[editar]
Citas

1. ↑ Koeppel, Dan (enero/febrero 2007), «Flight of the Pigeon», Bicycling (Rodale, Inc.) 48 (1): 60-


66, ISSN 0006-2073, consultado el 28 de enero de 2012.
2. ↑ www.rae.es Real Academia Española. Abreviatura coloquial de la bicicleta
3. ↑ Saltar a:a b c Fernández Ropero, Manuel Tomás (12 de febrero de 2016). «Definiciones,
Licencias, Permisos de Conducir y Documentación del vehículo». Centro de formación. Autoescuela
Almerimar. Categoría de los vehículos. Córdoba: Ediciones Matfer. p. 6. ISBN 8493428639.
4. ↑ http://www.eltiempo.com/archivo/documento/CMS-12213702
Biblioteca Acarí e Churunga. 2006. Enciclopedia Andes e Desertos

5. ↑ «Cómo le llaman a la bicicleta en otros países». A rodar. 28 de noviembre de 2016. Archivado


desde el original el 14 de agosto de 2018. Consultado el 14 de agosto de 2018.
6. ↑ Asale, Diccionario de americanismos, chancha.
7. ↑ Herlihy, David V. (2004). Bicycle: The History. Yale University Press, pp. 200-250. ISBN 0-300-
10418-9.
8. ↑ The Leonardo da Vinci Bicycle Hoax (en inglés) Ficha biográfica Cycle Publishing. Consultado
el 21 de abril de 2013.
9. ↑ (en inglés) Ficha biográfica BBC. Consultado el 29 de septiembre de 2012.
10. ↑ Gilbert King, The Bicycle – Boneshakers, Highwheelers, and Other Celebrated Cycles – Texto:
Ingles – Editor: Running Press, London, Philadelphia, (2002) – www.runningpress.com – ISBN 0-
7624-1262-3 / ISBN 978-0-7624-1262-4
11. ↑ visionfotografica. «BICICLETA VAGABUNDO ORIGINAL».
12. ↑ «Girobici, la bicicleta que nunca se cae.»]
13. ↑ Gyrobike (en inglés)
14. ↑ [1]
15. ↑ Bicicleta remolque
16. ↑ TheFoxIsBlack.com Aurumania’s Impressive Gold Bicycle
17. ↑ LaNacion.com.ar Ferrari y Porsche ya tienen sus modelos
18. ↑ Bicicleta generadora de electricidad
19. ↑ Gilbert K, McCarthy M. Deaths of cyclists in London: the hazards of motor traffic. BMJ
1994;308:1534-1537
20. ↑ www.dft.gov.uk Road Safety Research Report No. 54. In-depth Study of Motorcycle Accidents.
21. ↑ Guía de Mantenimiento de la bicicleta - ForoCarreteros
22. ↑ www.cochrane.org Macpherson, A., Spinks, A. (2007). «Legislación sobre la utilización del
casco de ciclista para estimular su uso y prevenir los traumatismos craneoencefálicos.»
En Revisiones Cochrane.
23. ↑ www.cyclehelmets.org
24. ↑ Saltar a:a b (en inglés) www.bath.ac.uk University of Bath, estudio publicado en Accident
Analysis and Prevention.
25. ↑ www.ccub.org ECF (1998) Aumentar la seguridad en bicicleta sin implantar el uso obligatorio
del casco para ciclistas], Federación de ciclistas europeos
26. ↑ www.paho.org Intervenciones «Informe mundial sobre prevención de los traumas causados por
el tránsito»
27. ↑ www.boe.es Archivado el 9 de mayo de 2008 en Wayback Machine. Diario oficial Boletín
Oficial del Estado; Reglamento General de Circulación para la aplicación y desarrollo del texto
articulado de la Ley sobre tráfico
28. ↑ www.ccub.org ECF (1998) Aumentar la seguridad en bicicleta sin implantar el uso obligatorio
del casco para ciclistas, Federación de ciclistas europeos.] Consultado el 2012-06-02
29. ↑ Reglamento de circulación - España
30. ↑ Pedalea por la red: la bicicleta Archivado el 11 de octubre de 2007 en Wayback Machine.
31. ↑ Guide handle for a manually steered machine, Patent Storm (inglés)
32. ↑ Quobono (9 de noviembre de 2018). «¿Cuáles son los accesorios básicos para mi
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33. ↑ www.humanodiseno.blogspot.com
34. ↑ www.cyclehelmets.org The Health Benefits of Cycling - Los Beneficios de Salud del Ciclismo -
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35. ↑ ISO/TC 149 Cycles.
36. ↑ www.terra.org
37. ↑ Belinchón, Gregorio (19 de abril de 2016). «Bicis de cine». El País. Consultado el 2 de octubre
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38. ↑ Bravo, Pedro (26 de abril de 2014). «Libros y bicis: historias que hay que leer». El Diario.
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Bibliografía[editar]

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Editor: El País, Aguilar. Madrid (1992) – ISBN 84-03-59182-9
 Pryor Dodge, The Bicycle – Texto: Inglés – Editor: Flammarion. París / New York
(1996) – ISBN 2-08-013551-1 / ISBN 978-2-08-013551-3 – (Sitio web de Pryor
Dodge: www.pryordodge.net)
Biblioteca Acarí e Churunga. 2006. Enciclopedia Andes e Desertos

o La colección de bicicletas de Pryor Dodge - Vistazo virtual de la colección de


las bicicletas del autor en que se basa el bellamente ilustrado libro, The
Bicycle.
 J. Dekoster, U. Schollaert, en bici, hacia ciudades sin malos humos – Texto:
Español – Editor: Oficina de Publicaciones Oficiales de las Comunidades
Europeas. Luxemburgo (2000) - ISBN 92-828-5721-2
o en bici, hacia ciudades sin malos humos - Versión de Internet del libro.
(pags 1 - 31).pdf
o Cycling Europe

Enlaces externos[editar]

  Wikilibros alberga un libro o manual sobre Manual de la bicicleta.


  Wikcionario tiene definiciones y otra información sobre bicicleta.

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