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LICENCIATURA EM QUÍMICA

PRÁTICA DE ENSINO: INTEGRAÇÃO ESCOLA X COMUNIDADE (PE:IEC)

POSTAGEM 2: ATIVIDADE 2
PROJETO DE INTEGRAÇÃO ENTRE A ESCOLA E A COMUNIDADE

Cristiane Cabral de Melo / RA: 1851783

Polo Tatuapé II – Silvio Romero


2019
Cristiane Cabral de Melo / RA: 1851783

POSTAGEM 2: ATIVIDADE 2
PROJETO DE INTEGRAÇÃO ENTRE A ESCOLA E A COMUNIDADE

Projeto apresentado à Universidade Paulista – UNIP,


do curso de licenciatura em química, como um dos
requisitos para a obtenção da nota na disciplina Prática
de Ensino: Integração Escola X Comunidade,
ministrada pelo Prof. Raquel Bokums

Polo Tatuapé II – Silvio Romero


2019
Sumário

1. Introdução ...................................................................................................................................... 3
2. Objetivos ............................................................................................................................ 3
3. Justificativa ........................................................................................................................ 3
4. Referencial teórico............................................................................................................. 4
5. Metodologia........................................................................................................................ 5
6. Resultados esperados ........................................................................................................ 6
7. Considerações finais .......................................................................................................... 6
8. Referências ......................................................................................................................... 7
3

1. Introdução

A educação ambiental tem se destacado no cenário mundial há mais de três décadas,


embora ainda se configure como um assunto recente para grande parte da população. Desde seu
início, tal área de conhecimento ganhou espaço nos currículos escolares e em situações de
educação não formal. Apesar desta ampliação, por vezes é encarada como simples modismo,
misticidade e até mesmo filosofia de vida.1
Nos Parâmetros Curriculares Nacionais2,3 os conteúdos relacionados ao Meio Ambiente
configuram-se como tema transversal, devendo por isso ser tratados nas diversas áreas de
conhecimento, de modo a permear toda a prática educativa e proporcionar uma visão geral e
abrangente das questões ambientais. Contudo, segundo Mozeto, a educação ambiental é um
tema amplo, mas que vem sendo discutido de forma superficial e reducionista, tanto no ensino
médio como no ensino superior em cursos nos quais o seu conteúdo é pertinente.4
De acordo com a grande necessidade de mudança e reorganização do currículo escolar,
as disciplinas precisam se complementar, apresentar um projeto interdisciplinar, onde os temas
trazidos do cotidiano possam ser problematizados e conceitualmente ressignificados no
contexto escolar, favorecendo de modo abrangente o processo de aprendizagem, além do
desenvolvimento social do indivíduo. Porém, escolas e professores do ensino médio
argumentam que os recursos didáticos não são adequados à temática ambiental e que falta aos
professores da área de Ciências conhecimento sistemático sobre as questões relacionadas ao
tema, além da grande necessidade de inter-relação entre os processos educativos e situações do
cotidiano vivido por professores e alunos.5

2. Objetivos

Dentro desse contexto, o foco deste estudo está na inserção da educação ambiental no
ensino médio de uma escola pública da cidade de Alfenas (MG), a partir de uma metodologia
ativa onde os estudantes desta escola serão os protagonistas. O objetivo central é mobilizar os
estudantes a desempenharem um papel formador na conscientização da comunidade do entorno
escolar sobre os resíduos gerados e as possibilidades de reciclagem, reaproveitamento e
reutilização deles para o desenvolvimento de uma horta.

3. Justificativa
4

Este tema foi escolhido a partir das observações feitas na atividade 1. Ao visitar a escola,
três principais pontos me chamaram atenção:

(1) a quantidade de lixo nas ruas ao redor da escola, ou seja, no centro da cidade. Mesmo com
o munícipio mantendo funcionários para a limpeza das ruas e a coleta seletiva tendo sido
implantada há um ano na cidade, a conscientização da população sobre seu papel na
conservação da limpeza urbana, além dos males que o acúmulo de lixo em vias públicas pode
causar aparentemente ainda não foi “despertada”.

(2) a limpeza impecável do espaço escolar. É nítida a cultura de cuidado e orgulho que tanto os
funcionários quantos os alunos têm pela escola.

(3) a “correria” dos estudantes para chegarem ao refeitório, pois segundo eles, a merenda nem
sempre é suficiente para todos.

Destas observações, surge a proposta de que estes estudantes, já acostumados à


preservação da limpeza em seu espaço escolar, podem agir como disseminadores de hábitos
sustentáveis e conscientes acerca dos resíduos gerados em atividades cotidianas. E a partir deste
papel protagonista e formador, estes estudantes podem utilizar-se dos conhecimentos escolares
para transformar os resíduos gerados nas atividades comerciais em volta do espaço escolar em
insumos orgânicos, que podem ser aplicados à produção de alimentos por meio de hortas
verticais. Os alimentos produzidos podem ser comercializados (trazendo fonte de renda à escola
e consequentemente refletindo em melhorias aos alunos) ou incorporados à merenda escolar.

4. Referencial teórico

Mesmo em tempos de crises e problemas ambientais desastrosos, observa-se uma


grande lacuna na abordagem em sala de aula da educação ambiental e do papel de cada um –
inclusive do estudante – na preservação do meio ambiente. No ensino de Química, onde se
busca entender a natureza dos fenômenos (natureza dos processos reversíveis ou irreversíveis,
de equilíbrio ou não, dentre outros), parece que esta falta de abordagem é ainda mais
significativa e muitas vezes relegada à Biologia.5 Mas, o que se entende por meio ambiente?
Segundo a Lei Federal 6.938 de 31 de agosto de 1981, este termo refere-se ao: “Conjunto de
condições, leis, influências e interações de ordem física, química e biológica que permite, abriga
e rege a vida em todas as suas formas”.
5

Dentre todas as espécies, o ser humano é definitivamente o animal que mais transforma
o seu ambiente.6 Entretanto, com a evolução da sociedade o equilíbrio existente entre homem
e natureza foi rompido, e a demanda do primeiro sobre a natureza foi aumentando de tal forma
que a sua capacidade de renovação se tornou reduzida, decorrendo disso graves problemas
ambientais. No que diz respeito a educação ambiental, há o predomínio de uma visão
naturalista, identificando que problemas dessa ordem se restringem apenas a temas como
poluição do solo, ar, água, encarando estes fatos como consequências naturais da evolução da
sociedade humana, sem considerar a fome, a violência urbana, as desigualdades sociais e
econômicas como sérios problemas ambientais.7 Nos documentos oficiais que regem a
educação no Brasil – os PCNs, a educação ambiental é abordada da seguinte forma:

Os autores dos PCNs, ao escolherem o Meio Ambiente como um dos


temas transversais, levaram em conta que “atualmente grande parte dos
ambientalistas concordam com a necessidade de se construir uma
sociedade mais sustentável, socialmente justa e ecologicamente
equilibrada.2
Assim sendo,
... a principal função do trabalho com o tema Meio Ambiente é
contribuir para a formação dos cidadãos conscientes, aptos para
decidirem e atuarem na realidade sócio ambiental, de um modo
comprometedor com a vida, com o bem-estar de cada um e de cada
sociedade local e global.3

Desse modo, entende-se que a Educação Ambiental não deveria ser considerada um
novo conteúdo a ser abordado em sala de aula, mas sim, um tema a ser trabalhado
transversalmente nas áreas clássicas da Ciência, visando não só a transformação do estudante
como também do espaço social ao qual ele está inserido.

5. Metodologia

O projeto será realizado na escola Dr. Emílio Silveira, localizada na rua Duque de
Caxias, 1359, no centro da cidade de Alfenas, Minas Gerais. As etapas a serem executadas são
as seguintes:
6

a) formação dos estudantes sobre os tipos de resíduos gerados, com destaque aos resíduos
orgânicos;
b) identificação dos principais geradores de resíduos orgânicos no centro da cidade (espaço
em volta da escola), com um recorte em relação à modalidade de comércio, do ramo de
alimentação, e que esteja localizada em um raio de 1000 m em torno da escola;
c) formação de grupos de estudo sobre as formas de compostagem para resíduos orgânicos,
hortas verticais, formas de plantio etc.;
d) realização de uma festa na escola para arrecadação de fundos e pedidos de patrocínios
(com estes fundos, pretende-se comprar mudas, além de materiais para a composteira);
e) início das atividades de compostagem e posterior plantio;
f) acompanhamento da horta pelos alunos;
g) definição dos critérios de utilização dos alimentos produzidos e definição de estratégias
para ampliação e continuidade das hortas formadas.

6. Resultados esperados

O desenvolvimento de uma horta dentro do um ambiente escolar pode por si só trazer


uma série de benefícios financeiros a escola e aos estudantes, como também auxiliar no
processo de diversas atividades pedagógicas em educação ambiental e outras áreas da Ciência
(química, biologia, geografia), unindo teoria e prática em um universo contextualizado.
Além disso, a seleção e separação do lixo orgânico estimula um trabalho de cooperação
e de conscientização não só dos estudantes como também dos donos e funcionários de
estabelecimentos ao redor da escola. Por fim, há que se mencionar o impacto social que esse
projeto traz, o qual obviamente não se delimita apenas a escola. O estudante passa a atuar como
agente disseminador e transformador, uma vez que o conhecimento adquirido pode ser utilizado
tanto para a implantação de uma horta em sua casa como para a formação de um pequeno jardim
em uma praça dentro da vizinhança.

7. Considerações finais

Embora em um primeiro momento, a escola seja vista como algo distante da sociedade,
quer seja pela separação do espaço físico (presença dos muros) ou pela sua estrutura
7

organizacional interna, a escola é um sistema aberto sistêmico de troca de conhecimento e


cultura. O processo de educação não se restringe apenas ao aluno, uma vez que o próprio
também é um elemento transmissor de conhecimento.
Alguns autores reforçam a idéia de que essa aproximação escola-comunidade deva partir
inicialmente da escola ou dos professores, já que estes são os elementos-chave no processo de
aprendizagem e transmissão do saber. No entanto, é importante que esse processo não ocorra
apenas em uma via de mão-única, uma vez que o envolvimento e o comprometimento de todos
é essencial para o sucesso de qualquer projeto a ser desenvolvido.

8. Referências

1. AMARAL, I. A. Educação Ambiental e ensino de Ciências: Uma história de


controvérsias, Campinas, v.12, n.1(34), 2001.
2. BRASIL Ministério da Educação (MEC). Secretaria de Educação Fundamental
(SEF). Parâmetros Curriculares Nacionais: introdução aos Parâmetros Curriculares
Nacio-nais. Brasília, DF: MEC/SEF, 1997
3. BRASIL Ministério da Educação (MEC). Secretaria de Educação Fundamental
(SEF). Parâmetros Curriculares Nacionais - terceiro e quarto ciclos: apresentação dos
temas transversais. Brasília, DF: MEC/SEF, 1998.
4. MOZETO, A. A. A Química Ambiental no Brasil, Química Nova, São Carlos, v.25,
n.1, 2002.
5. MARQUES, C.A. et. al. Visões do meio ambiente e suas implicações pedagógicas no
ensino de química na escola média, Química Nova, v.30, n.8, São Paulo, 2007.
6. WALDMAN, Maurício. Meio ambiente & antropologia. São Paulo: Editora Senac São
Paulo, 2006, p. 36.
7. PRADO, A. G. S. Química Verde, os Desafios da Química do Novo Milênio, Química
Nova, Brasília, v.26, n.5.738-744, 2003.

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