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AULA 01: CRIMINOLOGIA: CONCEITO. MÉTODOS: !

EMPIRISMO E INTERDISCIPLINARIDADE. OBJETOS DA


CRIMINOLOGIA: DELITO, DELINQUENTE, VÍTIMA,
CONTROLE SOCIAL.

SUMÁRIO
!
1. CRIMINOLOGIA – PARTE I .......................................................................... 5
1.1. Fundamentos teóricos .............................................................................. 5
1.1.1. Conceito.................................................................................................. 5
1.1.2. Objeto de estudo ...................................................................................... 6
1.1.3. Etapas evolutivas do pensamento criminológico ............................................ 7
1.2. Escolas do pensamento criminológico ...................................................... 7
1.2.1. Escola clássica ......................................................................................... 7
1.2.2. Escola positivista ...................................................................................... 8
1.2.3. Decorrências do positivismo: a criminologia clínica e a criminologia sociológica . 8
1.2.4. O estrutural-funcionalismo ......................................................................... 9
1.2.5. A criminologia crítica ............................................................................... 11
1.3. Vitimologia ............................................................................................. 13
1.3.1. Conceito e classificação ........................................................................... 13
1.3.2. Processos de vitimização ......................................................................... 15
1.4. Processos de criminalização ................................................................... 17
1.4.1. Criminalização primária ........................................................................... 17
1.4.2. Criminalização secundária ....................................................................... 17
2. EXERCÍCIOS DA AULA ............................................................................... 18
3. EXERCÍCIOS COMENTADOS ....................................................................... 24
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4. GABARITO ................................................................................................. 37

Olá, meus amigos!

É com imenso prazer que estou aqui, mais uma vez, pelo
ESTRATÉGIA CONCURSOS, tendo a oportunidade de poder contribuir
para a aprovação de vocês no concurso da POLÍCIA FEDERAL. Nós
vamos estudar teoria e comentar exercícios sobre CRIMINOLOGIA, para
o cargo de DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL.
E aí, povo, preparados para a maratona?

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O edital ainda não foi publicado, mas especula-se que saia agora !
em 2016. A Banca, provavelmente, será o CESPE.
Bom, está na hora de me apresentar a vocês, não é?
Meu nome é Renan Araujo, tenho 28 anos, sou Defensor Público
Federal desde 2010, atuando na Defensoria Pública da União no Rio de
Janeiro, e mestre em Direito Penal pela Faculdade de Direito da
UERJ. Antes, porém, fui servidor da Justiça Eleitoral (TRE-RJ), onde
exerci o cargo de Técnico Judiciário, por dois anos. Sou Bacharel em
Direito pela UNESA e pós-graduado em Direito Público pela Universidade
Gama Filho.
Disse a vocês minha idade propositalmente. Minha trajetória de vida
está intimamente ligada aos Concursos Públicos. Desde o começo da
Faculdade eu sabia que era isso que eu queria para a minha vida! E
querem saber? Isso faz toda a diferença! Algumas pessoas me perguntam
como consegui sucesso nos concursos em tão pouco tempo. Simples:
Foco + Força de vontade + Disciplina. Não há fórmula mágica, não há
ingrediente secreto! Basta querer e correr atrás do seu sonho! Acreditem
em mim, isso funciona!
É muito gratificante, depois de ter vivido minha jornada de
concurseiro, poder colaborar para a aprovação de outros tantos
concurseiros, como um dia eu fui! E quando eu falo em “colaborar para a
aprovação”, não estou falando apenas por falar. O Estratégia
Concursos possui índices altíssimos de aprovação em todos os
concursos!
Neste curso vocês receberão todas as informações necessárias para
que possam ter sucesso na prova da POLÍCIA FEDERAL. Acreditem,
vocês não vão se arrepender! O Estratégia Concursos está
comprometido com sua aprovação, com sua vaga, ou seja, com
você!
Mas é possível que, mesmo diante de tudo isso que eu disse, você
ainda não esteja plenamente convencido de que o Estratégia Concursos
é a melhor escolha. Eu entendo você, já estive deste lado do computador.
Às vezes é difícil escolher o melhor material para sua preparação.
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Contudo, alguns colegas de caminhada podem te ajudar a resolver este


impasse:

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Esse print screen acima foi retirado da página de avaliação do !
curso. Deste mesmo curso (Criminologia para Delegado da PF), só
que ministrado em 2015. Vejam que, dos 40 alunos que avaliaram o
curso, 38 o aprovaram. Um percentual de 95%.
Ainda não está convencido? Continuo te entendendo. Você acha
que pode estar dentro daqueles 5%. Em razão disso, disponibilizamos
gratuitamente esta aula DEMONSTRATIVA, a fim de que você possa
analisar o material, ver se a abordagem te agrada, etc.
Acha que a aula demonstrativa é pouco para testar o
material? Pois bem, o Estratégia concursos dá a você o prazo de 30
DIAS para testar o material. Isso mesmo, você pode baixar as aulas,
estudar, analisar detidamente o material e, se não gostar, devolvemos
seu dinheiro.
Sabem porque o Estratégia Concursos dá ao aluno 30 dias
para pedir o dinheiro de volta? Porque sabemos que isso não vai
acontecer! Não temos medo de dar a você essa liberdade.
Neste curso estudaremos todo o conteúdo de Criminologia
estimado para o Edital. Utilizaremos, como parâmetro, o edital do
último concurso.
Estudaremos teoria e vamos trabalhar também com exercícios
comentados.
Abaixo segue o plano de aulas do curso:
AULA CONTEÚDO DATA

1 Criminologia. 1.1 Conceito. 1.2


Métodos: empirismo e
Aula 00 interdisciplinaridade. 1.3 Objetos da 25.01
criminologia: delito, delinquente,
vítima, controle social.
2 Funções da criminologia. 2.1
Criminologia e política criminal. 2.2
Direito penal. 3 Modelos teóricos da
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criminologia. 3.1 Teorias sociológicas.


Aula 01 3.2 Prevenção da infração penal no 05/02
Estado democrático de direito. 3.3
Prevenção primária. 3.4 Prevenção
secundária. 3.5 Prevenção terciária.
3.6 Modelos de reação ao crime.

ATENÇÃO! Caso o edital traga algum conteúdo novo, não previsto no


nosso cronograma inicial, este novo conteúdo será incluído sem
qualquer custo adicional para os alunos já matriculados.

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Trata-se de um curso pequeno, eis que o conteúdo do edital sobre !o
qual vamos trabalhar não é extenso.
As aulas serão disponibilizadas no site conforme o cronograma
apresentado. Em cada aula eu trarei algumas questões que foram
cobradas em concursos públicos. Sempre que possível,
trabalharemos com questões do próprio CESPE, que é a Banca do
concurso. Contudo, como esta é uma matéria que quase não é cobrada
em provas, trabalharemos com questões de diversas Bancas.
ATENÇÃO! Este curso é somente em formato PDF, não possui
videoaulas!

No mais, desejo a todos uma boa maratona de estudos!


Prof. Renan Araujo

Observação importante: este curso é protegido por direitos autorais


(copyright), nos termos da Lei 9.610/98, que altera, atualiza e consolida
a legislação sobre direitos autorais e dá outras providências.

Grupos de rateio e pirataria são clandestinos, violam a lei e prejudicam os


professores que elaboram os cursos. Valorize o trabalho de nossa equipe
adquirindo os cursos honestamente através do site Estratégia Concursos.
;-)

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1.! CRIMINOLOGIA – PARTE I !

1.1.! Fundamentos teóricos

1.1.1.! Conceito
Inicialmente, devemos analisar a criminologia por seu conceito.
A criminologia pode ser conceituada como a ciência empírica
(humana e social) que busca estudar o crime, o criminoso, a
vítima, o controle social, bem como todas as circunstâncias que
envolvem o fenômeno do crime.
Na definição de GARCÍA-PABLOS DE MOLINA1, “(...) trata-se de uma
ciência empírica e interdisciplinar, que se ocupa do estudo do crime, da
pessoa do infrator, da vítima e do controle social do comportamento
delitivo(...).”
Inicialmente, a palavra CRIMINOLOGIA fora utilizada por
RAFFAELE GAROFALO. Porém, há indícios de que esta palavra já teria
sido utilizada anteriormente, por TOPINARD.
Diz-se que a criminologia é uma ciência empírica porque ela trabalha
sobre bases concretas, através da análise dos acontecimentos no mundo
real, e não meramente abstratos, utilizando-se, portanto, do método da
observação e da experimentação.
Entende-se a criminologia, ainda, como uma ciência
INTERDISCIPLINAR, eis que como seu objeto de estudo é por demais
amplo, ela necessariamente se vale de outros ramos da ciência como
forma de auxílio (Dentre elas a psicologia, a sociologia, a antropologia,
etc.).
Embora seja reconhecida pela maioria da Doutrina como uma ciência
autônoma em relação ao Direito Penal, há quem defenda sua vinculação
ao Direito Penal.
Contudo, prevalece, com acerto, a separação entre ambos.
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O Direito Penal é uma ciência meramente NORMATIVA, que


analisa o fenômeno do crime do ponto de vista da transgressão da norma
pura e simplesmente, e as consequências que dessa transgressão
advirão.
A Criminologia, por sua vez, é uma ciência CAUSAL-
EXPLICATIVA, ou seja, busca explicar o delito não como mera violação à
norma, mas tendo em conta todas as suas causas (sejam elas
psicológicas, biológicas, sociais, etc.), bem como se volta à análise do
delinquente numa perspectiva ressocializadora (PREVENÇÃO ESPECIAL).
!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
1
GARCÍA-PABLOS DE MOLINA, Antônio; FLÁVIO GOMES, Luiz. Criminologia. editora RT.
São Paulo, 2002. Página 30.

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Assim, ambos analisam o CRIME, só que cada um analisa por um !
prisma próprio. Assim:

1.1.2.! Objeto de estudo


Como dissemos anteriormente, não só do crime vive a criminologia,
ela também se ocupa:
DO CRIMINOSO – A criminologia, enquanto ciência causal-
explicativa, está sempre em busca de entender o delinquente, a
estrutura social que o cerca, bem como todos os fatores internos e
externos que o levaram a delinquir.
DA VÍTIMA – Antigamente não se dava muita importância para o
papel da vítima no estudo do fenômeno conhecido como “crime”,
relegando-a a um papel meramente secundário. Curioso que, nos dias
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atuais, a vítima não só ganhou mais espaço, como recebeu atenção


destacada, tendo sido criado um sub-ramo específico para seu estudo
(A VITIMOLOGIA).
DO CONTROLE SOCIAL – Como diria Hobbes, o “Homem é lobo do
Homem”. Partindo desta premissa, podemos concluir que o ser
humano é incapaz de viver em sociedade sem que haja algum aparato
de controle, cuja finalidade é estabelecer um conjunto normativo apto
a reger as relações interpessoais, sob pena de estabelecimento do
caos. Um dos instrumentos de que se vale o Estado para o exercício
deste controle é o DIREITO PENAL. Contudo, o controle social não
se dá apenas pelo Estado, mas também por meio dele. Existem
formas de controle social não vinculadas ao Estado, e inclusive prévia
a ele, como a família, a religião, etc. Todas estas são formas de

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controle social, ainda que não formais. Quando estas formas de !
controle social se mostram deficitárias, o indivíduo tende a desvirtuar-
se e o Estado é chamado a intervir a posteriori, por meio do seu
instrumento de repressão por excelência: O DIREITO PENAL.

1.1.3.! Etapas evolutivas do pensamento criminológico


O estudo da criminologia nem sempre esteve calcado em
fundamentos científicos. Podemos dividir o estudo criminológico em
dois grandes períodos:
PERÍODO PRÉ-CIENTÍFICO
PERÍODO CIENTÍFICO

Durante o primeiro período, o estudo do delito se deu de forma


meramente superficial, sem um apego aos elementos que identificam
uma verdadeira ciência (objeto, método e problema).
Já no período científico, esse sim rico em contribuições para a
criminologia, há toda uma elaboração do que seria o fenômeno do crime e
suas causas.
A Doutrina aponta o término do período PRÉ-CIENTÍFICO e o início
do período CIENTÍFICO com a obra de LOMBROSO, embora haja certa
divergência, havendo quem inclua nesse marco de transição, também,
BECCARIA.
Contudo, a melhor análise da evolução do pensamento criminológico
se dá através do estudo das ESCOLAS DO PENSAMENTO
CRIMINOLÓGICO.

1.2.! Escolas do pensamento criminológico


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1.2.1.! Escola clássica


A Escola Clássica é o primeiro esboço de análise do crime e suas
causas. Os autores da Escola Clássica entendiam o crime como uma
ofensa à autoridade, seja ela de Deus ou do Soberano, ou seja, o crime
seria uma mera ofensa à autoridade divina ou à autoridade monárquica.
Não havia, na Escola Clássica, uma preocupação com a análise
dos fatores que conduziram o delinquente à prática do delito, até
porque, como dito antes, os clássicos entendiam o delito como mera
manifestação de desobediência a uma autoridade pré-constituída,
seja ela de cunho divino ou não.
Até mesmo em razão disso, autores como Santo Agostinho irão ver a
pena não como forma de retribuição pelo mal causado (na ideia de

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Justiça retributiva aristotélica), tampouco sob o aspecto da prevenção !
(geral ou especial), mas meramente como forma de expiação, de
purificação para o restabelecimento da ligação com Deus.

1.2.2.! Escola positivista


A Escola positivista, por outro lado, surge no calor do iluminismo do
século XVIII, trazendo consigo todo o ideal científico e
antropocêntrico que permeia o pensamento deste período.
É com essa Escola que a criminologia dá seu primeiro grande passo.
Como decorrência lógica das ideias iluministas, os positivistas vão se
dirigir ao estudo do crime valendo-se de métodos científicos, e o primeiro
grande expoente será AUGUSTO COMTE.
Paralelamente à evolução do pensamento criminológico, o
positivismo jurídico vai se contrapor ao até então intocável
jusnaturalismo, defendendo que o Direito deve ser estudado com base
naquilo que é concreto, delimitado, ou seja, a norma positivada.
Considerando esta mudança de paradigma no estudo das Ciências
Jurídicas em geral, a Criminologia passa a ter uma preocupação maior
com a objetivação de seu estudo, e através do método da observação e
da experimentação (tipicamente científico) irá tentar explicar o fenômeno
da criminalidade tendo como base de seu estudo a figura do criminoso.

1.2.3.! Decorrências do positivismo: a criminologia clínica e a


criminologia sociológica
Natural que, em tendo sido reduzido o estudo da criminalidade ao
método da observação e da experimentação, se buscasse delimitar os
fatores observáveis e que dariam o substrato científico necessário para
que se fossem alcançadas as conclusões.
Nesse diapasão, surgiram duas vertentes:
CRIMINOLOGIA CLÍNICA – Entende que o delinquente se
dedica à atividade criminosa porque ele é uma pessoa
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predisposta a isso, em razão de fatores internos (biológicos


ou psicológicos) ou da conjunção de fatores internos e
externos. Dentre os defensores da primeira tese temos o clássico
CESARE LOMBROSO, que trouxe ao mundo sua obra “O homem
delinquente”. Nela Lombroso defende que o criminoso possuía
alguns sinais (por ele chamados de “stigmata”) físicos e psicológicos
que poderiam indicar sua predisposição ao delito, dentre eles as
sobrancelhas fartas, a forma do crânio, etc. Enrico FERRI, por sua
vez, agregava a possibilidade de influência de fatores externos
sobre o delinquente, mas entendia, assim como Lombroso, que o
delinquente era um anormal.
CRIMINOLOGIA SOCIOLÓGICA – Trata-se de uma corrente
criminológica que se contrapõe aos enunciados da criminologia

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clínica. Para ela, os fatores externos devem ser considerados como !
causa preponderante em relação ao fenômeno da criminalidade.
Enrico FERRI, que era adepto da criminologia clínica, pode
ser considerado como o primeiro expoente da criminologia
sociológica, isso porque apesar de ser adepto da teoria clínica,
Ferri reconhecia a extrema importância dos fatores externos. Tal
concepção sociológica é a raiz axiológica de teorias
contemporâneas, como a teoria da “coculpabilidade penal”, segundo
a qual a sociedade também é culpada pela prática de um delito, já
que ela não é capaz de proporcionar condições iguais para todos.
Desta forma, quanto maior for a integração social conferida ao
delinquente, menor será a coculpabilidade penal, e vice-versa. Este
novo modelo (sociológico) não marca o fim da pesquisa
etiológica (pesquisa das causas do crime), apenas desloca o
foco do estudo do criminoso para a sociedade, para o meio
social.

1.2.4.! O estrutural-funcionalismo
A teoria ou concepção estrutural-funcionalista rompe com as
teorias clínica e sociológica. Para esta teoria, o crime é um fenômeno
“natural”, inerente à sociedade, de forma que seriam inválidas as ideias
de criminoso como anormal, bem como as tentativas de explicar o crime
com base em aspectos sociológicos.
DURKHEIM, talvez o principal nome desta teoria, entendia que o
crime era algo “normal” na sociedade, pois uma sociedade sem
crime seria absolutamente inviável, e que patologia social não
seria a existência de crime, mas a sua ausência.
Para DURKHEIM, o crime era o fenômeno o social que permitia a
reafirmação da ordem social, pois toda vez que um crime era praticado
surgia a possibilidade de reafirmação e legitimação dos vínculos
estruturais e estruturantes da sociedade.

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CUIDADO! DURKHEIM não entendia que o delito era algo “bom”, mas
apenas que era inerente à sociedade (não confundir isso). Além disso, ele
entendia que o delito poderia ser considerado como algo normal dentro de
determinados limites que, caso ultrapassados, poderiam, sim, comprometer
a estrutura social.
Assim:
CRIME DENTRO DOS LIMITES – Inerente à sociedade, não é uma
patologia clínica ou social. Oportunidade de reafirmação da ordem e do
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sistema normativo vigente. !
CRIMINALIDADE QUE EXCEDE OS LIMITES – Perigo ao
desenvolvimento e à estrutura social, pondo em risco a própria existência
do sistema normativo.

Além de DURKHEIM, destaca-se ROBERT MERTON. Para este autor,


o crime também seria um fenômeno natural. Contudo, seria decorrência
da existência de um descompasso entre o que a sociedade exige
do indivíduo e das ferramentas que ela lhe oferece.
Assim, como o indivíduo não consegue alcançar os objetivos
utilizando-se dos meios legalmente colocados à sua disposição, tende,
inexoravelmente, a se valer de meios ILEGAIS para atingi-los.

EXEMPLO: Poderíamos dar, como exemplo, a exigência social implícita


de que as pessoas sejam bem sucedidas financeiramente, e que este
sucesso é pressuposto para sua aceitação como parte integrante da
sociedade. Como sabemos, nem todos poderão alcançar este fim por
meio dos instrumentos legais, o que conduziria aos comportamentos
desviantes, cuja finalidade é alcançar o objetivo socialmente
estabelecido.

Merton não explica, porém, os chamados “crimes do colarinho


branco”, eis que estes indivíduos, em regra, já dispõem dos mecanismos
necessários ao alcance dos fins sociais estabelecidos, e muitas vezes até
já os atingiram.
Em razão disso, autores como SUTHERLAND e BARATTA
questionaram a validade dos ensinamentos de Merton. O primeiro
defende que a criminalidade é um fenômeno que, à semelhança de todas
as condutas humanas, se baseia na “imitação”, ou seja, o indivíduo tende
a repetir aquilo que ele observa, no que chamou de TEORIA DA
ASSOCIAÇÃO DIFERENCIAL. SUTHERLAND se vale das ideias de GABRIEL40458728683

TARDE e suas “Leis da Imitação”. Tal teoria fundamenta a TEORIA DAS


SUBCULTURAS CRIMINAIS2.
BARATTA, por sua vez, adepto da teoria do conflito, entende o
delito como a imposição de uma classe sobre a outra. Para ele o delito
não seria um fenômeno natural, mas normativo. Naturais seriam as
condutas, e o “crime” seria um rótulo atribuído pelas classes dominantes
às condutas eminentemente praticadas pelas classes subalternas, com
pequenas exceções cuja finalidade é confirmar a regra.

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Voltando às subculturas criminais, reconhece-se como inegável que, !
muitas vezes, o delinquente enquanto produto de uma microssociedade
com valores próprios ainda assim está em contato direto ou indireto com
a “cultura oficial”.
Desta forma, o delinquente adotaria o que se chama de TÉCNICAS
DE NEUTRALIZAÇÃO para justificar internamente a conduta desviante.
São elas:
EXCLUSÃO DA PRÓPRIA RESPONSABILIDADE – O criminoso se
vê como um produto social, negando seu próprio livre-arbítrio,
numa inconsciente regressão à criminologia social.
CONDENAÇÃO DOS QUE CONDENAM – O delinquente se volta
contra as instâncias formais de Poder, alegando que sua conduta é
reflexo ou reação a uma agressão prévia por parte do Estado.
APELO ÀS INSTÂNCIAS SUPERIORES – O delinquente, aqui,
retira a legitimidade hierárquica do Estado, transportando-a para
outros sujeitos informais (família, organização criminosa, etc.), de
forma que a transgressão da norma não seria transgressão àqueles
a que realmente está subordinado.
NEGAÇÃO DA ILICITUDE – O criminoso tende a entender sua
conduta como legítima, ainda que formalmente incriminada. Trata-
se de reflexo consciente ou inconsciente dos valores que lhe são
caros e que emergem no grupo social em que está inserido.
NEGAÇÃO DA VITIMIZAÇÃO – O delinquente entende a vítima
como alguém que merece o mal que lhe está sendo imposto. Nas
sociedades contemporâneas, isso ocorre, com maior intensidade,
nos crimes contra o patrimônio.

1.2.5.! A criminologia crítica


A criminologia crítica rompe com o pensamento até então vigente,
calcado no que se chamou de TEORIA DO CONSENSO.
Para a teoria do consenso o Direito Penal é o fruto da convergência
de vontades dos membros do corpo social, que elegem determinados
40458728683

valores como sendo absolutamente indispensáveis e relevantes, e cuja


violação é merecedora de repressão rígida, por meio do Direito Penal.
A criminologia crítica, por sua vez, de viés marxista, está
fundamentada no que se denominou “TEORIA DO CONFLITO”, ou seja,
a sociedade é uma grande luta de classes, de maneira que a classe
dominante necessita manter a classe dominada nesta condição e, para
tanto, se vale de diversas ferramentas, dentre elas o Direito Penal.

TEORIA DO CONFLITO – Direito Penal como instrumento de dominação


de classes, de forma que visa a tutelar os interesses da classe
dominante, selecionando condutas que são praticadas pela classe
dominada e as incriminando, como forma de manter os dominados

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sempre no cabresto social. !

Como decorrência de seu viés “parcial”, o Direito Penal não é


isonômico, ou seja, não atua de maneira uniforme sobre todas as
camadas sociais.
Como consequência desta compreensão, a criminologia crítica
NEGA legitimidade ao Direito Penal. No Brasil, podemos citar como
maiores expoentes, dentre outros, JUAREZ CIRINO DOS SANTOS e NILO
BATISTA.
No seio da criminologia crítica, surge a TEORIA DO LABELLING
APROACH, ou “Teoria do Etiquetamento”.
A teoria do etiquetamento vai dizer, basicamente, que o crime não é
um dado ontológico, ou seja, não existem condutas que são, por sua
própria natureza, criminosas.
O que existem são condutas, simplesmente, condutas.
A qualidade de “criminosa” a uma conduta é o que revela o
caráter de “etiquetamento” do Direito Penal, ou seja, as condutas,
em seu estado natural, não são criminosas, até que surge um dado
novo, de cunho normativo, que lhes confere tal “estigma”.

EXEMPLO: A conduta criminosa prevista no art. 169, § único, II do CP,


que estabelece o crime de “apropriação de coisa achada”. Vejamos a
redação:
Art. 169 - Apropriar-se alguém de coisa alheia vinda ao seu poder por erro,
caso fortuito ou força da natureza:
Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa.
Parágrafo único - Na mesma pena incorre:
(...)
Apropriação de coisa achada
II - quem acha coisa alheia perdida e dela se apropria, total ou parcialmente,
deixando de restituí-la ao dono ou legítimo possuidor ou de entregá-la à
40458728683

autoridade competente, dentro no prazo de 15 (quinze) dias.


Vejam, assim, que a conduta de “apropriar-se de coisa achada” não
é, por si só, crime. Ela passa a ser crime quando a norma penal assim
estabelece.
Qual é a grande sacada desta teoria? Ela desmistifica a ideia de
criminoso. Imagine que a ideia de criminoso esteja centrada sobre aquele
que furta. Se amanhã surgir nova lei dizendo que furto não é crime,
aquela pessoa “deixaria de ser criminoso” e todos os estudos referentes
ao crime e suas causas iriam por água abaixo.
Além disso, seguindo a linha da teoria do conflito, a teoria do
etiquetamento entende que o Direito Penal procede à “rotulação” de
condutas não em razão da persecução de um fim legítimo e a defesa de

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valores comuns aos cidadãos, mas tendo como objetivo supremo a!
perpetuação da estrutura social dividida em classes.
Desta forma, o Estado se vale do Direito Penal para rotular como
“criminosas” as condutas praticadas com maior frequência pelos
membros das classes mais baixas, bem como impõe a elas penas mais
severas. Com relação às condutas praticadas com maior frequência pelas
classes altas, ou não são rotuladas como criminosas ou, quando o são,
recebem penas brandas.

1.3.! Vitimologia

1.3.1.! Conceito e classificação


A vitimologia é, basicamente, o estudo da vítima e sua importância
no fenômeno do crime.
Este sub-ramo da criminologia passou a ganhar relevância com a
obra de MENDELSOHN, que entendia que a vítima não poderia, de forma
alguma, continuar a ser analisada como mero coadjuvante.
Na classificação de MENDELSOHN, temos que a vítima pode ser:
! VÍTIMA IDEAL (OU COMPLETAMENTE INOCENTE) – É
aquele que não contribui, em nada, para a ocorrência do delito.
EXEMPLO: Um trabalhador que é assaltado e tem sua carteira
roubada, sem que estivesse ostentando qualquer bem ou, de
alguma forma, chamando a atenção.
! VÍTIMA DE CULPABILIDADE MENOR (OU POR
IGNORÂNCIA) – Trata-se da vítima que contribui para a
ocorrência do delito, embora não haja um direcionamento doloso
para isso. EXEMPLO: Mulher que sai à noite, sozinha, em local
escuro e ermo, com roupas extremamente sensuais e acaba sendo
estuprada.
! VÍTIMA TÃO CULPADA QUANTO O INFRATOR (OU
VOLUNTÁRIA) – Trata-se da vítima que contribui para o delito em
40458728683

grau semelhante ao do próprio infrator. O exemplo clássico é o da


roleta-russa.
! VÍTIMA MAIS CULPADA QUE O INFRATOR – Aqui nós
temos a figura da vítima que dá causa, que provoca a ação do
infrator. EXEMPLO: A vítima que mata o filho do vizinho e acaba
sendo por ele assassinada.
! VÍTIMA UNICAMENTE CULPADA – Classificam-se em:
vítima infratora (aquela que se torna vítima por ter praticado um
delito prévio), vítima simuladora (aquela que simula a ocorrência de
um delito para gerar uma acusação em face de alguém) e vítima
imaginária (por um problema psicológico, acredita que foi vítima de
crime, quando não foi).

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Podemos utilizar, portanto, o seguinte esquema: !

CUIDADO! Imprescindível que se compreenda o conceito de


PERIGOSIDADE VITIMAL. Perigosidade vitimal é o nome que se dá ao
estado em que a vítima se coloca de forma a estimular sua vitimização, de
forma direta ou indireta.

Há, ainda, outras classificações menos utilizadas:


! Vítima nata – Apresenta, desde seu nascimento, predisposição para
40458728683

figurar como vítima de crimes.


! Vítima potencial – Apresenta comportamento ou estilo de vida que
atrai o criminoso.
! Vítima eventual ou real – Aquela que não contribui em nada para o
evento criminoso, é a vítima “verdadeira”.
! Vítima simuladora (ou falsa) – Está consciente de que não foi
vítima de delito algum, mas por alguma razão imputa a alguém a prática
de um crime contra si.
! Vítima voluntária – Aquela que consente com o crime, exercendo
algum “papel” na produção criminosa.

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! Vítima acidental – Aquela que é vítima de sua própria conduta, !
geralmente por ausência de observância de um dever de cuidado.
! Vítima ilhada – Aquela que se afasta das relações sociais.

SÍNDROME DE ESTOCOLMO – A síndrome de Estocolmo nada mais


é que o desenvolvimento de laços afetivos entre vítimas de
crimes que envolvam privação da liberdade (sequestro, cárcere
privado, etc.) e seus raptores.
Termo criado por NILS BEJEROT, a síndrome se desenvolve a partir de
uma técnica de defesa, consistente na tentativa da vítima em conquistar
a simpatia do infrator, mas acaba criando laços de afeto.

1.3.2.! Processos de vitimização


Além da classificação dos “tipos de vítima”, importante se mostra o
estudo dos PROCESSOS DE VITIMIZAÇÃO.
A vitimização ou processo vitimizatório é o processo pelo qual
alguém se torna vítima, em definição livre.
Podemos defini-lo da seguinte forma:
! VITIMIZAÇÃO PRIMÁRIA - É aquela inerente ao próprio
crime, à própria conduta criminosa, como os danos causados pela
prática da conduta (lesões corporais, psicológicas, etc.);
! VITIMIZAÇÃO SECUNDÁRIA - É aquela provocada, direta
ou indiretamente, pelo Poder Público, pelas chamadas
"instâncias de controle social", quando, na tentativa de punir o
crime, acabam por provocar mais danos à vítima (normalmente
psicológicos, por ter que relembrar o fato, ter contato com o
infrator, etc.);
! VITIMIZAÇÃO TERCIÁRIA - Causada pela sociedade que
envolve a vítima, geralmente pelo afastamento, desamparo dos
familiares, dos amigos ou do círculo social da vítima, de um modo
geral. Ocorre, com maior frequência, nos crimes que provocam
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efeitos “estigmatizantes”, como o estupro.

Nesse sentido:

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!

Esse processo de REVITIMIZAÇÃO também ocorre no plano


interno, ou seja, dentro da própria vítima, no que se chamou de
AUTOVITIMIZÇÃO SECUNDÁRIA. Neste processo a vítima passa a
nutrir sentimentos negativos contra si própria, de culpa inconsciente pela
ocorrência do delito.3
A vítima possui papel relevante, ainda, no CP.
O art. 59 assim estabelece:
Art. 59. "O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta
social, à personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e
consequências do crime, bem como o comportamento da vítima,
estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente para reprovação e
prevenção do crime".

Percebam, assim, que o “tipo de vítima” (na classificação de


MENDENSOHN) irá influenciar no momento da fixação da pena base,
podendo gerar, em alguns casos, a atipicidade da conduta (nos crimes em
que a discordância da vítima é exigida) ou a exclusão da ilicitude, dentre
40458728683

outros reflexos.
ATENÇÃO! Parte da Doutrina, ao analisar o papel da vítima no campo
criminológico e o reflexo deste papel na responsabilidade penal do
infrator e na pena aplicada, entende que se está diante de um ramo
conhecido como VITIMODOGMÁTICA.

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Entretanto, as vítimas nem sempre foram compreendidas da mesma !
maneira no campo criminológico.
GARCÍA-PABLOS DE MOLINA descreve três fases na evolução
histórica da compreensão da vítima e seu papel:
! PROTAGONISMO – Deu-se no período da vingança privada. Neste
momento histórico a vítima recebe a incumbência de fazer, ela própria, a
Justiça.
! NEUTRALIZAÇÃO – Punição com viés imparcial e preventivo, sem
grande preocupação com a figura da vítima e a necessidade de reparação
dos danos sofridos.
! REDESCOBRIMENTO – Surgiu no segundo pós-guerra, como resposta
ao processo de vitimização de minorias que atingiu diversos grupos
vulneráveis, como os judeus, por exemplo.

1.4.! Processos de criminalização

1.4.1.! Criminalização primária


O processo de criminalização pode ser dividido em fases, no qual
temos como fase primária o momento de seleção do bem jurídico-
penal que se pretende tutelar, ou o grupo social que se pretende
atingir com determinada criminalização, ou seja, com a escolha das
condutas que serão criminalizadas.

1.4.2.! Criminalização secundária


Já a criminalização secundária não ocorre no plano
legislativo, mas no plano concreto, quando o delito já praticado é
reprimido pelas Instituições do Estado (MP, Polícia, Judiciário, etc.).
Assim, a criminalização primária é abstrata e anterior ao fato
criminoso, enquanto a criminalização secundária é concreta e posterior
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ao fato criminoso.

Bons estudos!
Prof. Renan Araujo

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2.! EXERCÍCIOS DA AULA !

01 - (VUNESP - 2013 - PC-SP - ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL)


Assinale a alternativa correta, a respeito da Vitimologia.
A) O comportamento da vítima em nada contribui para a ocorrência do
crime contra si praticado.
B) A Vitimologia estuda o papel da vítima no episódio danoso, o modo
pelo qual participa, bem como sua contribuição na ocorrência do delito.
C) A Vitimologia nasceu como ramo das ciências jurídicas, por conta das
observações feitas pelos estudiosos a respeito do comportamento da
vítima perante o ordenamento jurídico em vigor.
D) A Vitimologia surgiu, como ramo da Criminologia, em 1876, por meio
da obra “O Homem Delinquente”, de Cesare Lombroso.
E) O comportamento da vítima sempre contribui para a ocorrência do
crime contra si praticado.

02 - (VUNESP - 2013 - PC-SP - INVESTIGADOR DE POLÍCIA)


Um indivíduo que, ao abrir a porta de seu veículo automotor, a fim de
sair do estacionamento de um shopping center, é surpreendido por
bandido armado que estava homiziado em local próximo, aguardando a
primeira pessoa a quem pudesse roubar, é
A) tão culpado quanto o criminoso.
B) vítima ideal.
C) mais culpado que o criminoso.
D) exclusivamente culpado.
E) vítima de culpabilidade menor.
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03 - (VUNESP - 2013 - PC-SP - PAPILOSCOPISTA POLICIAL)


Uma das mais importantes teorias do conflito; surgiu nos Estados Unidos
nos anos de 1960, e seus principais expoentes foram Erving Goffman e
Howard Becker. Trata-se da
A) Teoria do labelling approach.
B) Teoria da subcultura delinquente.
C) Teoria da desorganização social.
D) Teoria da anomia.
E) Teoria das zonas concêntricas.

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04 - (MPE-SC - 2013 - MPE-SC - PROMOTOR DE JUSTIÇA - MANHÃ)!
A criminalização primária, realizada pelos legisladores, é o ato e o efeito
de sancionar uma lei penal material que incrimina ou permite a punição
de determinadas pessoas; enquanto a criminalização secundária,
exercida por agências estatais como o Ministério Público, Polícia e Poder
Judiciário, consistente na ação punitiva exercida sobre pessoas
concretas, que acontece quando é detectado uma pessoa que se supõe
tenha praticado certo ato criminalizado primariamente.

05 - (PC-SP - 2011 - PC-SP - DELEGADO DE POLÍCIA)


Assinale a alternativa incorreta. A Teoria do Etiquetamento
A) é considerada um dos marcos das teorias de consenso.
B) é conhecida como Teoria do Labelling Aproach.
C) tem como um de seus expoentes Ervinh Goffman.
D) tem como um de seus expoentes Howard Becker.
E) surgiu nos Estados Unidos.

06 - (VUNESP – 2013 – PC/SP – PAPILOSCOPISTA)


De acordo com a Sociologia Criminal, pode-se citar como exemplo da
Teoria de Consenso:
a) a Teoria crítica.
b) a Teoria radical.
c) a Teoria das janelas quebradas.
d) a Teoria da associação diferencial.
e) a Teoria do conflito.

07 - (VUNESP – 2013 – PC/SP – PAPILOSCOPISTA)


De acordo com Benjamim Mendelsohn, as vítimas são classificadas em:
a) vítimas primárias, vítimas secundárias e vítimas terciárias.
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b) vítimas ideais, vítimas menos culpadas que os criminosos, vítimas tão


culpadas quanto os criminosos, vítimas mais culpadas que os criminosos e
vítimas como únicas culpadas.
c) vítimas desatentas, vítimas desinformadas, vítimas descuidadas,
vítimas inocentes, vítimas provocativas e vítimas participativas.
d) vítimas perfeitas, vítimas participativas, vítimas concorrentes, vítimas
imperfeitas e vítimas contumazes.
e) vítimas inocentes, vítimas conscientes e vítimas culpadas.

08 - (VUNESP – 2013 – PC/SP – AGENTE)


É correto afirmar que a Criminologia

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a) é uma ciência do dever-ser. !
b) não é uma ciência interdisciplinar.
c) não é uma ciência multidisciplinar.
d) é uma ciência normativa.
e) é uma ciência empírica.

09 - (VUNESP – 2013 – PC/SP – AGENTE)


É correto afirmar que a Criminologia contemporânea tem por objetos
a) o delito, o delinquente, a vítima e o controle social.
b) a tipificação do delito e a cominação da pena.
c) apenas o delito, o delinquente e o controle social.
d) apenas o delito e o delinquente.
e) apenas a vítima e o controle social.

10 - (VUNESP – 2013 – PC/SP – AGENTE)


Cesare Lombroso (1835~1909), médico e cientista italiano, foi
considerado um dos expoentes da corrente de pensamento denominada:
a) Escola Positiva.
b) Escola Clássica.
c) Escola Jusnaturalista.
d) Terza Scuola.
e) Escola de Política Criminal ou Moderna Alemã.

11 - (VUNESP – 2013 – PC/SP – AGENTE)


O comportamento inadequado da vítima que de certo modo facilita,
instiga ou provoca a ação de seu verdugo é denominado
a) vitimização terciária.
b) vitimização secundária.
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c) periculosidade vitimal.
d) vitimização primária.
e) vitimologia.

12 – (VUNESP – 2014 – PC-SP – PERITO)


Sobre a Criminologia, é correto afirmar que
(A) ela não é considerada uma ciência para a maior parte dos autores.
(B) tal conhecimento encontra-se inteiramente subordinado ao Direito
Penal.

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(C) ela ocupa-se do estudo do delito e do delinquente, mas não se ocupa !
do estudo da vítima e do controle social, uma vez que tal assunto
constitui objeto de interesse da Sociologia.
(D) ela ocupa-se do estudo do delito e do controle social, mas não se
ocupa do estudo do delinquente e da vítima, uma vez que tal assunto
constitui objeto de estudo da Psicologia.
(E) ela constitui um campo fértil de pesquisas para psiquiatras,
psicólogos, sociólogos, antropólogos e juristas.

13 - (VUNESP – 2014 – PC-SP – PERITO)


A Teoria do labelling approach, a qual explica que a criminalidade não é
uma qualidade da conduta humana, mas a consequência de um processo
em que se atribui tal estigmatização, também é denominada teoria
(A) da desorganização social.
(B) da rotulação ou do etiquetamento.
(C) da neutralização.
(D) da identificação diferencial.
(E) da anomia.

14 - (VUNESP – 2014 – PC-SP – PERITO)


Entende-se por vitimização secundária ou sobrevitimização aquela
(A) provocada pelo cometimento do crime e pela conduta violadora dos
direitos da vítima, proporcionando danos materiais e morais, por ocasião
do delito.
(B) que não concorreu, de forma alguma, para a ocorrência do crime.
(C) que, de modo voluntário ou imprudente, colabora com o ânimo
criminoso do agente.
(D) que ocorre no meio social em que vive a vítima e é causada pela
família, por grupo de amigos etc.
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(E) causada pelos órgãos formais de controle social, ao longo do processo


de registro e apuração do delito, mediante o sofrimento adicional gerado
pelo funcionamento do sistema de persecução criminal.

15 - (VUNESP - 2014 - PC-SP - ESCRIVÃO DE POLÍCIA)


O método científico utilizado pela Criminologia é o método biológico e
como ciência empírica ________e________que é.
Completam as lacunas do texto, correta e respectivamente:
A) experimental ... jurídica
B) sociológico ... experimental
C) físico ... social

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D) filosófico ... humana !
e) psicológico ... normativa

16 - (VUNESP - 2014 - PC-SP - ESCRIVÃO DE POLÍCIA)


São objetos de estudo da Criminologia moderna __________, o
criminoso,_________e o controle social.
Assinale a alternativa que completa, correta e respectiva- mente, as
lacunas do texto.
A) a desigualdade social ... o Estado
B) a conduta ... o castigo
C) o direito ... a ressocialização
D) a sociedade ... o bem jurídico
E) o crime ... a vítima

17 - (VUNESP - 2014 - PC-SP - ESCRIVÃO DE POLÍCIA)


Conceitua-se a criminologia, por ser baseada na experiência e por ter
mais de um objeto de estudo, como uma ciência.
A) abstrata e imensurável.
B) biológica e indefinida.
C) empírica e interdisciplinar.
D) exata e mensurável
E) humana e indefinida.

18 - (VUNESP - 2014 - PC-SP - ESCRIVÃO DE POLÍCIA)


Dentre os modelos sociológicos, as teorias da criminologia crítica, da
rotulação e da criminologia radical são exemplos da teoria.
A) do consenso
B) da aparência 40458728683

C) do descaso
D) da falsidade.
E) do conflito.

19 - (VUNESP - 2014 - PC-SP - ESCRIVÃO DE POLÍCIA)


Uma vítima que, ao querer registrar uma ocorrência, encontra resistência
ou desamparo da família, dos colegas de trabalho e dos amigos,
resultando num desestímulo para a formalização do registro, ocasiona o
que é chamado de “cifra negra”. Neste caso, estamos diante da
vitimização.
A) primária.

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B) secundária !
C) quaternária
D) quintenária
E) terciária.

20 - (VUNESP - 2014 - PC-SP - ESCRIVÃO DE POLÍCIA)


“Vítima inocente, vítima provocadora e vítima agressora, simuladora ou
imaginária”. Essa foi uma das primeiras classificações, de forma
sintetizada, que levou em conta a participação ou provocação das vítimas
nos crimes. O autor dessa classificação foi.
A) Francesco Carrara
B) Giovanni Carmignani
C) Cesare Lombroso.
D) Benjamim Mendelsohn
E) Cesare Beccaria

21 - (CESPE – 2013 – POLÍCIA FEDERAL – DELEGADO)


A teoria funcionalista da anomia e da criminalidade, introduzida por Emile
Durkheim no século XIX, contrapunha à ideia da propensão ao crime
como patologia a noção da normalidade do desvio como fenômeno social,
podendo ser situada no contexto da guinada sociológica da criminologia,
em que se origina uma concepção alternativa às teorias de orientação
biológica e caracterológica do delinquente.

22 - (CESPE – 2013 – POLÍCIA FEDERAL – DELEGADO)


O surgimento das teorias sociológicas em criminologia marca o fim da
pesquisa etiológica, própria da escola ou do modelo positivista.

23 - (VUNESP – 2015 – PC-CE – DELEGADO) 40458728683

Os objetos de estudo da moderna criminologia estão divididos em


a) três vertentes: justiça criminal, delinquente e vítima.
b) três vertentes: política criminal, delito e delinquente.
c) três vertentes: política criminal, delinquente e pena.
d) quatro vertentes: delito, delinquente, justiça criminal e pena.
e) quatro vertentes: delito, delinquente, vítima e controle social.

24 - (VUNESP – 2015 – PC-CE – DELEGADO)


Quando a vítima, em decorrência do crime sofrido, não encontra amparo
adequado por parte dos órgãos oficiais do Estado, durante o processo de
registro e apuração do crime, como, por exemplo, o mau atendimento por

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um policial, levando a vítima a se sentir como um “objeto” do direito !e
não como sujeito de direitos, caracteriza
a) vitimização estatal ou oficial.
b) vitimização secundária.
c) vitimização terciária.
d) vitimização quaternária.
e) vitimização primária.

25 - (VUNESP – 2014 – PC-SP – ATENDENTE DE NECROTÉRIO


POLICIAL)
Para a aproximação e verificação de seu objeto de estudo, a Criminologia
dos dias atuais vale-se de um conceito
a) empírico e interdisciplinar.
b) dedutivo e dogmático.
c) dedutivo e interdisciplinar.
d) dogmático e lógico-abstrato.
e) empírico e lógico-abstrato.

26 - (CESPE – 2015 – DEPEN – AGENTE PENITENCIÁRIO)


Em relação aos preceitos da criminologia contemporânea e a aspectos
relevantes sobre a justiça criminal, o sistema penal e a estrutura social,
julgue o item que se segue.
Na criminologia contemporânea, não se consideram os protagonistas do
crime — vítima, infrator e comunidade — nem o desenvolvimento de
técnicas de intervenção e controle, pois essas matérias devem ser objeto
de políticas públicas de segurança pública e não da ciência criminológica.

3.! EXERCÍCIOS COMENTADOS


40458728683

01 - (VUNESP - 2013 - PC-SP - ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL)


Assinale a alternativa correta, a respeito da Vitimologia.
A) O comportamento da vítima em nada contribui para a
ocorrência do crime contra si praticado.
B) A Vitimologia estuda o papel da vítima no episódio danoso, o
modo pelo qual participa, bem como sua contribuição na
ocorrência do delito.
C) A Vitimologia nasceu como ramo das ciências jurídicas, por
conta das observações feitas pelos estudiosos a respeito do
comportamento da vítima perante o ordenamento jurídico em
vigor.

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D) A Vitimologia surgiu, como ramo da Criminologia, em 1876, por !
meio da obra “O Homem Delinquente”, de Cesare Lombroso.
E) O comportamento da vítima sempre contribui para a ocorrência
do crime contra si praticado.
COMENTÁRIOS: A Vitimologia é o ramo da criminologia focado na
vítima, analisando seu comportamento, ou seja, seu papel no evento
criminoso.
O comportamento da vítima pode possuir relevância penal, conduzindo,
em alguns casos, à própria atipicidade da conduta, pelo que se chama de
“consentimento do ofendido”. Em determinados casos, pode reduzir a
pena do condenado ou excluir a ilicitude.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.

02 - (VUNESP - 2013 - PC-SP - INVESTIGADOR DE POLÍCIA)


Um indivíduo que, ao abrir a porta de seu veículo automotor, a
fim de sair do estacionamento de um shopping center, é
surpreendido por bandido armado que estava homiziado em local
próximo, aguardando a primeira pessoa a quem pudesse roubar,
é
A) tão culpado quanto o criminoso.
B) vítima ideal.
C) mais culpado que o criminoso.
D) exclusivamente culpado.
E) vítima de culpabilidade menor.
COMENTÁRIOS: No caso em tela, podemos identificar, sem maiores
problemas, que a vítima EM NADA CONTRIBUIU para o evento criminoso,
de forma que podemos considera-la, na classificação tradicional, como
vítima ideal, ou vítima inocente, ou seja, aquela que não possui qualquer
culpa pelo fato criminoso.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B. 40458728683

03 - (VUNESP - 2013 - PC-SP - PAPILOSCOPISTA POLICIAL)


Uma das mais importantes teorias do conflito; surgiu nos Estados
Unidos nos anos de 1960, e seus principais expoentes foram
Erving Goffman e Howard Becker. Trata-se da
A) Teoria do labelling approach.
B) Teoria da subcultura delinquente.
C) Teoria da desorganização social.
D) Teoria da anomia.
E) Teoria das zonas concêntricas.

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COMENTÁRIOS: As teorias do conflito são as correntes criminológicas !
que, em contraposição às teorias do consenso, entendem que o Direito
Penal não parte de um consenso social sobre os bens jurídicos mais
relevantes e por isso os tutela (ou pretende tutelar).
As teorias do conflito entendem o Direito Penal como um instrumento nas
mãos de uma das classes na sociedade, a classe dominante e que,
portanto, o Direito Penal não selecionaria bens jurídicos mais importantes
para a sociedade a fim de tutelá-los, mas selecionaria os bens jurídicos
mais importantes para esta classe dominante, de forma que haveria um
conflito entre uma classe e outra.
Erving Goffman e Howard Becker foram dois dos maiores expoentes da
teoria do Labelling approach, ou teoria do “etiquetamento”, segundo a
qual o delito não é um dado natural, mas um dado normativo, ou seja,
nada é delito “por sua própria natureza”. É delito aquele fato que foi
assim rotulado, e é criminoso, portanto, aquele que foi assim rotulado
pela lei, já que o fenômeno “crime” necessita de uma previsão normativa.
Podemos citar como expoentes, ainda, o grande Alessandro Baratta.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.

04 - (MPE-SC - 2013 - MPE-SC - PROMOTOR DE JUSTIÇA - MANHÃ)


A criminalização primária, realizada pelos legisladores, é o ato e
o efeito de sancionar uma lei penal material que incrimina ou
permite a punição de determinadas pessoas; enquanto a
criminalização secundária, exercida por agências estatais como o
Ministério Público, Polícia e Poder Judiciário, consistente na ação
punitiva exercida sobre pessoas concretas, que acontece quando
é detectado uma pessoa que se supõe tenha praticado certo ato
criminalizado primariamente.
COMENTÁRIOS: De fato, o processo de criminalização pode ser dividido
em fases, no qual temos como fase primária o momento de seleção do
bem jurídico-penal que se pretende tutelar, ou o grupo social que se
pretende atingir com determinada criminalização, ou seja, com a escolha
40458728683

das condutas que serão criminalizadas.


Já a criminalização secundária não ocorre no plano legislativo, mas no
plano concreto, quando o delito já praticado é reprimido pelas
Instituições do Estado (MP, Polícia, Judiciário, etc.).
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA.

05 - (PC-SP - 2011 - PC-SP - DELEGADO DE POLÍCIA)


Assinale a alternativa incorreta. A Teoria do Etiquetamento
A) é considerada um dos marcos das teorias de consenso.
B) é conhecida como Teoria do Labelling Aproach.
C) tem como um de seus expoentes Ervinh Goffman.

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D) tem como um de seus expoentes Howard Becker. !
E) surgiu nos Estados Unidos.
COMENTÁRIOS: A teoria do Labelling approach, ou teoria do
“etiquetamento”, é a teoria segundo a qual o delito não é um dado
natural, mas um dado normativo, ou seja, nada é delito “por sua própria
natureza”. É delito aquele fato que foi assim rotulado, e é criminoso,
portanto, aquele que foi assim rotulado pela lei, já que o fenômeno
“crime” necessita de uma previsão normativa.
Esta teoria surgiu nos EUA, em meados dos anos 1960 e tem como
expoentes Ervinh Goffman e Howard Becker, além de Alessandro Baratta.
Não se trata de uma das teorias do “consenso”, ao contrário, é uma das
teorias do conflito social, teorias estas que entendem o Direito Penal
como um instrumento nas mãos de uma das classes na sociedade, a
classe dominante e que, portanto, o Direito Penal não selecionaria bens
jurídicos mais importantes para a sociedade a fim de tutelá-los, mas
selecionaria os bens jurídicos mais importantes para esta classe
dominante, de forma que haveria um conflito entre uma classe e outra, e
não um consenso entre elas contra um “mal comum”.
Portanto, a ALTERNATIVA INCORRETA É A LETRA A.

06 - (VUNESP – 2013 – PC/SP – PAPILOSCOPISTA)


De acordo com a Sociologia Criminal, pode-se citar como exemplo
da Teoria de Consenso:
a) a Teoria crítica.
b) a Teoria radical.
c) a Teoria das janelas quebradas.
d) a Teoria da associação diferencial.
e) a Teoria do conflito.
COMENTÁRIOS: A Teoria do Consenso parte do pressuposto de que o
Direito Penal não é instrumento de dominação de classes, mas
instrumento em prol do bem comum de uma sociedade cujos interesses
40458728683

são homogêneos. A Teoria do Conflito, por sua vez, entende que a


sociedade não possui interesses homogêneos, já que existe um conflito de
classes, e que o Direito Penal nada mais é que uma ferramenta para o
exercício da dominação de uma classe pela outra.
Dentre as alternativas, a teoria da associação diferencial é uma das que
representa a teoria do consenso, pois prega que o delito, como qualquer
conduta humana, é um aprendizado, uma apreensão de comportamentos
desviantes, pela Lei da Imitação. Esta teoria não enxerga a existência de
um grupo pré-determinado como alvo da Lei Penal, ou seja, uma clientela
já pré-estabelecida, como entende a Teoria do Conflito Social.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.

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07 - (VUNESP – 2013 – PC/SP – PAPILOSCOPISTA) !
De acordo com Benjamim Mendelsohn, as vítimas são classificadas
em:
a) vítimas primárias, vítimas secundárias e vítimas terciárias.
b) vítimas ideais, vítimas menos culpadas que os criminosos,
vítimas tão culpadas quanto os criminosos, vítimas mais culpadas
que os criminosos e vítimas como únicas culpadas.
c) vítimas desatentas, vítimas desinformadas, vítimas
descuidadas, vítimas inocentes, vítimas provocativas e vítimas
participativas.
d) vítimas perfeitas, vítimas participativas, vítimas concorrentes,
vítimas imperfeitas e vítimas contumazes.
e) vítimas inocentes, vítimas conscientes e vítimas culpadas.
COMENTÁRIOS: De acordo com a clássica divisão de Mendelsohn, as
vítimas podem ser:
! VÍTIMA IDEAL (OU COMPLETAMENTE INOCENTE) – É
aquele que não contribui, em nada, para a ocorrência do delito.
EXEMPLO: Um trabalhador que é assaltado e tem sua carteira
roubada, sem que estivesse ostentando qualquer bem ou, de
alguma forma, chamando a atenção.
! VÍTIMA DE CULPABILIDADE MENOR (OU POR
IGNORÂNCIA) – Trata-se da vítima que contribui para a
ocorrência do delito, embora não haja um direcionamento doloso
para isso. EXEMPLO: Mulher que sai à noite, sozinha, em local
escuro e ermo, com roupas extremamente sensuais e acaba sendo
estuprada.
! VÍTIMA TÃO CULPADA QUANTO O INFRATOR (OU
VOLUNTÁRIA) – Trata-se da vítima que contribui para o delito em
grau semelhante ao do próprio infrator. O exemplo clássico é o da
roleta-russa.
! VÍTIMA MAIS CULPADA QUE O INFRATOR – Aqui nós
temos a figura da vítima que dá causa, que provoca a ação do
40458728683

infrator. EXEMPLO: A vítima que mata o filho do vizinho e acaba


sendo por ele assassinada.
! VÍTIMA UNICAMENTE CULPADA – Classificam-se em:
vítima infratora (aquela que se torna vítima por ter praticado um
delito prévio), vítima simuladora (aquela que simula a ocorrência de
um delito para gerar uma acusação em face de alguém) e vítima
imaginária (por um problema psicológico, acredita que foi vítima de
crime, quando não foi).
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.

08 - (VUNESP – 2013 – PC/SP – AGENTE)


É correto afirmar que a Criminologia

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a) é uma ciência do dever-ser. !
b) não é uma ciência interdisciplinar.
c) não é uma ciência multidisciplinar.
d) é uma ciência normativa.
e) é uma ciência empírica.
COMENTÁRIOS: A criminologia é entendida como uma ciência empírica,
interdisciplinar e multidisciplinar, que trabalha com a análise de fatos
concretos, por meio da observação e experimentação, seja com foco
sobre o delinquente (aspecto clínico), seja com foco sobre o meio
(aspecto sociológico).
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.

09 - (VUNESP – 2013 – PC/SP – AGENTE)


É correto afirmar que a Criminologia contemporânea tem por
objetos
a) o delito, o delinquente, a vítima e o controle social.
b) a tipificação do delito e a cominação da pena.
c) apenas o delito, o delinquente e o controle social.
d) apenas o delito e o delinquente.
e) apenas a vítima e o controle social.
COMENTÁRIOS: A criminologia moderna se ocupa do estudo do crime
como fenômeno social, analisando o próprio delito, o delinquente, a
vítima e o controle social, em contraposição à criminologia tradicional,
que focava seu estudo apenas sobre o delinquente. Desta maneira:
Criminologia Tradicional: Delinquente como objeto principal.
Criminologia Moderna: Delinquente + delito + vítima + controle social.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.

10 - (VUNESP – 2013 – PC/SP – AGENTE) 40458728683

Cesare Lombroso (1835~1909), médico e cientista italiano, foi


considerado um dos expoentes da corrente de pensamento
denominada:
a) Escola Positiva.
b) Escola Clássica.
c) Escola Jusnaturalista.
d) Terza Scuola.
e) Escola de Política Criminal ou Moderna Alemã.
COMENTÁRIOS: Cesare Lombroso foi um dos maiores expoentes da
Escola Positiva.

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Mais especificamente, Lombroso foi um expoente da criminologia clínica !
(vertente da Escola Positivista).
Entende a criminologia clínica que o delinquente se dedica à atividade
criminosa porque ele é uma pessoa predisposta a isso, em razão de
fatores internos (biológicos ou psicológicos). Em sua obra “O homem
delinquente” Lombroso defende que o criminoso possuía alguns sinais
(por ele chamados de “stigmata”) físicos e psicológicos que poderiam
indicar sua predisposição ao delito, dentre eles as sobrancelhas fartas, a
forma do crânio, etc.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.

11 - (VUNESP – 2013 – PC/SP – AGENTE)


O comportamento inadequado da vítima que de certo modo
facilita, instiga ou provoca a ação de seu verdugo é denominado
a) vitimização terciária.
b) vitimização secundária.
c) periculosidade vitimal.
d) vitimização primária.
e) vitimologia.
COMENTÁRIOS: O comportamento inadequado da vítima, que de
alguma forma contribui para o delito, é denominado de “periculosidade
vitimal”, ou “perigosidade vitimal”.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.

12 - (VUNESP – 2014 – PC-SP – PERITO)


Sobre a Criminologia, é correto afirmar que
(A) ela não é considerada uma ciência para a maior parte dos
autores.
(B) tal conhecimento encontra-se inteiramente subordinado ao
Direito Penal.
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(C) ela ocupa-se do estudo do delito e do delinquente, mas não se


ocupa do estudo da vítima e do controle social, uma vez que tal
assunto constitui objeto de interesse da Sociologia.
(D) ela ocupa-se do estudo do delito e do controle social, mas não
se ocupa do estudo do delinquente e da vítima, uma vez que tal
assunto constitui objeto de estudo da Psicologia.
(E) ela constitui um campo fértil de pesquisas para psiquiatras,
psicólogos, sociólogos, antropólogos e juristas.
COMENTÁRIOS: A Criminologia pode ser entendida como uma ciência
EMPÍRICA na medida em que trabalha com a análise de fatos concretos,
por meio da observação e experimentação, seja com foco sobre o

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delinquente (aspecto clínico), seja com foco sobre o meio (aspecto !
sociológico).
Pode ser considerada interdisciplinar já que, naturalmente, não está
isolada na ciência, de forma que utiliza o auxílio da psicologia, da biologia,
da sociologia, da antropologia e outros ramos da ciência.
Ou seja, ela é ciência, não está subordinada ao Direito Penal, bem como
se ocupa do estudo do delito e do delinquente, da vítima e do controle
social.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.

13 - (VUNESP – 2014 – PC-SP – PERITO)


A Teoria do labelling approach, a qual explica que a criminalidade
não é uma qualidade da conduta humana, mas a consequência de
um processo em que se atribui tal estigmatização, também é
denominada teoria
(A) da desorganização social.
(B) da rotulação ou do etiquetamento.
(C) da neutralização.
(D) da identificação diferencial.
(E) da anomia.
COMENTÁRIOS: A teoria do labelling aproach, ou teoria do
“etiquetamento” ou da “rotulação”, tem como um dos principais
expoentes o criminólogo Alessandro Baratta.
Enquanto o pensamento criminológico até então vigente sustentava que o
atributo criminal de uma conduta existia objetivamente, como um ente
natural e até era preexistente às normas penais que o definiam num mero
exercício de reconhecimento (num alardeado consenso social), a "Teoria
do Labelling Approach" virá para desmistificar todas essas equivocadas
convicções.
O "Labelling Approach" ou "etiquetamento" indica que um fato só é
tomado como criminoso após a aquisição desse "status" através da
40458728683

criação de uma lei que seleciona certos comportamentos como


irregulares, de acordo com os interesses sociais. Em seguida, a atribuição
a alguém da pecha de criminoso depende novamente da atuação seletiva
das agências estatais.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.

14 - (VUNESP – 2014 – PC-SP – PERITO)


Entende-se por vitimização secundária ou sobrevitimização aquela
(A) provocada pelo cometimento do crime e pela conduta
violadora dos direitos da vítima, proporcionando danos materiais
e morais, por ocasião do delito.

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(B) que não concorreu, de forma alguma, para a ocorrência do !
crime.
(C) que, de modo voluntário ou imprudente, colabora com o ânimo
criminoso do agente.
(D) que ocorre no meio social em que vive a vítima e é causada
pela família, por grupo de amigos etc.
(E) causada pelos órgãos formais de controle social, ao longo do
processo de registro e apuração do delito, mediante o sofrimento
adicional gerado pelo funcionamento do sistema de persecução
criminal.
COMENTÁRIOS: Segundo a Doutrina criminológica, sobrevitimização ou
vitimização secundária é o fenômeno do sofrimento adicional imputado à
vítima pelos órgãos de controle social, ao longo do processo, em razão do
próprio funcionamento do sistema de persecução penal, como a
necessidade de que a vítima tenha que relembrar os fatos, ter contato
com o infrator, etc.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.

15 - (VUNESP - 2014 - PC-SP - ESCRIVÃO DE POLÍCIA)


O método científico utilizado pela Criminologia é o método
biológico e como ciência empírica ________e________que é.
Completam as lacunas do texto, correta e respectivamente:
A) experimental ... jurídica
B) sociológico ... experimental
C) físico ... social
D) filosófico ... humana
e) psicológico ... normativa
COMENTÁRIOS: A criminologia é considerada uma ciência empírica,
sociológica e experimental. Não é uma ciência jurídica pois não está
calcada em bases normativas, diferentemente do Direito Penal.
40458728683

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.

16 - (VUNESP - 2014 - PC-SP - ESCRIVÃO DE POLÍCIA)


São objetos de estudo da Criminologia moderna __________, o
criminoso,_________e o controle social.
Assinale a alternativa que completa, correta e respectiva- mente,
as lacunas do texto.
A) a desigualdade social ... o Estado
B) a conduta ... o castigo
C) o direito ... a ressocialização
D) a sociedade ... o bem jurídico

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E) o crime ... a vítima !
COMENTÁRIOS: A criminologia moderna estuda o crime, o criminoso, a
vítima e o controle social.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.

17 - (VUNESP - 2014 - PC-SP - ESCRIVÃO DE POLÍCIA)


Conceitua-se a criminologia, por ser baseada na experiência e por
ter mais de um objeto de estudo, como uma ciência.
A) abstrata e imensurável.
B) biológica e indefinida.
C) empírica e interdisciplinar.
D) exata e mensurável
E) humana e indefinida.
COMENTÁRIOS: A criminologia é uma ciência empírica e interdisciplinar.
Empírica porque se vale do método da observação e da experimentação.
Interdisciplinar porque mantém relações com outros ramos afins, como a
psicologia, a sociologia, etc.
Na definição de GARCÍA-PABLOS DE MOLINA, “(...) trata-se de uma
ciência empírica e interdisciplinar, que se ocupa do estudo do crime, da
pessoa do infrator, da vítima e do controle social do comportamento
delitivo(...).”
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.

18 - (VUNESP - 2014 - PC-SP - ESCRIVÃO DE POLÍCIA)


Dentre os modelos sociológicos, as teorias da criminologia crítica,
da rotulação e da criminologia radical são exemplos da teoria.
A) do consenso
B) da aparência
C) do descaso 40458728683

D) da falsidade.
E) do conflito.
COMENTÁRIOS: Estas teorias são exemplos de teoria do conflito. Para
esta teoria a sociedade é uma grande luta de classes, de maneira que a
classe dominante necessita manter a classe dominada nesta condição e,
para tanto, se vale de diversas ferramentas, dentre elas o Direito Penal.
Como decorrência de seu viés “parcial”, o Direito Penal não é isonômico,
ou seja, não atua de maneira uniforme sobre todas as camadas sociais.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.

19 - (VUNESP - 2014 - PC-SP - ESCRIVÃO DE POLÍCIA)

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Uma vítima que, ao querer registrar uma ocorrência, encontra !
resistência ou desamparo da família, dos colegas de trabalho e
dos amigos, resultando num desestímulo para a formalização do
registro, ocasiona o que é chamado de “cifra negra”. Neste caso,
estamos diante da vitimização.
A) primária.
B) secundária
C) quaternária
D) quintenária
E) terciária.
COMENTÁRIOS: Neste caso estamos diante de uma hipótese de
vitimização terciária, pois praticada pelo grupo social que envolve a
vítima, gerando sensação de abandono e isolamento, o que pode agravar
os efeitos da vitimização primária (causada pelo próprio delito).
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.

20 - (VUNESP - 2014 - PC-SP - ESCRIVÃO DE POLÍCIA)


“Vítima inocente, vítima provocadora e vítima agressora,
simuladora ou imaginária”. Essa foi uma das primeiras
classificações, de forma sintetizada, que levou em conta a
participação ou provocação das vítimas nos crimes. O autor dessa
classificação foi.
A) Francesco Carrara
B) Giovanni Carmignani
C) Cesare Lombroso.
D) Benjamim Mendelsohn
E) Cesare Beccaria
COMENTÁRIOS: O autor da classificação trazida no enunciado da
questão foi Benjamim Mendelsohn.
Lembrando que esta definição é uma síntese daquilo que originalmente
40458728683

Mendelsohn estabeleceu, já que “vítima provocadora” englobaria as


vítimas menos, tão e mais culpadas que o infrator.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.

21 - (CESPE – 2013 – POLÍCIA FEDERAL – DELEGADO)


A teoria funcionalista da anomia e da criminalidade, introduzida
por Emile Durkheim no século XIX, contrapunha à ideia da
propensão ao crime como patologia a noção da normalidade do
desvio como fenômeno social, podendo ser situada no contexto da
guinada sociológica da criminologia, em que se origina uma
concepção alternativa às teorias de orientação biológica e
caracterológica do delinquente.

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COMENTÁRIOS: Item correto. A teoria ou concepção estrutural- !
funcionalista rompe com as teorias clínica e sociológica. Para esta
teoria, o crime é um fenômeno “natural”, inerente à sociedade, de forma
que seriam inválidas as ideias de criminoso como anormal, bem como as
tentativas de explicar o crime com base em aspectos sociológicos.
DURKHEIM, talvez o principal nome desta teoria, entendia que o
crime era algo “normal” na sociedade, pois uma sociedade sem crime
seria absolutamente inviável, e que patologia social não seria a existência
de crime, mas a sua ausência.
Para DURKHEIM, o crime era o fenômeno o social que permitia a
reafirmação da ordem social, pois toda vez que um crime era praticado
surgia a possibilidade de reafirmação e legitimação dos vínculos
estruturais e estruturantes da sociedade.
Tal Teoria não prega a desvinculação entre crime e ambiente social,
apenas entende que o crime é decorrência natural do meio social, e não
uma anormalidade.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA.

22 - (CESPE – 2013 – POLÍCIA FEDERAL – DELEGADO)


O surgimento das teorias sociológicas em criminologia marca o
fim da pesquisa etiológica, própria da escola ou do modelo
positivista.
COMENTÁRIOS: Embora o surgimento das teorias sociológicas tenha
sido um avanço considerável, com rompimento de diversos paradigmas
até então vigentes, notadamente aqueles relacionados à biocriminologia,
tais teorias não marcam o fim da pesquisa etiológica (pesquisa das causas
do crime), apenas deslocam o foco do estudo do criminoso para a
sociedade, para o meio social.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.

23 - (VUNESP – 2015 – PC-CE – DELEGADO) 40458728683

Os objetos de estudo da moderna criminologia estão divididos em


a) três vertentes: justiça criminal, delinquente e vítima.
b) três vertentes: política criminal, delito e delinquente.
c) três vertentes: política criminal, delinquente e pena.
d) quatro vertentes: delito, delinquente, justiça criminal e pena.
e) quatro vertentes: delito, delinquente, vítima e controle social.
COMENTÁRIOS: A criminologia moderna possui quatro vertentes de
estudo, que são: o delito, o delinquente, a vítima e o controle social.

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Na definição de GARCÍA-PABLOS DE MOLINA4, “(...) trata-se de uma !
ciência empírica e interdisciplinar, que se ocupa do estudo do crime, da
pessoa do infrator, da vítima e do controle social do comportamento
delitivo(...).”
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.

24 - (VUNESP – 2015 – PC-CE – DELEGADO)


Quando a vítima, em decorrência do crime sofrido, não encontra
amparo adequado por parte dos órgãos oficiais do Estado, durante
o processo de registro e apuração do crime, como, por exemplo, o
mau atendimento por um policial, levando a vítima a se sentir
como um “objeto” do direito e não como sujeito de direitos,
caracteriza
a) vitimização estatal ou oficial.
b) vitimização secundária.
c) vitimização terciária.
d) vitimização quaternária.
e) vitimização primária.
COMENTÁRIOS: Neste caso temos o que os Doutrinadores chamam de
“vitimização secundária”. É aquela provocada, direta ou indiretamente,
pelo Poder Público, pelas chamadas "instâncias de controle social",
quando, na tentativa de punir o crime, acabam por provocar mais danos à
vítima.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.

25 - (VUNESP – 2014 – PC-SP – ATENDENTE DE NECROTÉRIO


POLICIAL)
Para a aproximação e verificação de seu objeto de estudo, a
Criminologia dos dias atuais vale-se de um conceito
a) empírico e interdisciplinar. 40458728683

b) dedutivo e dogmático.
c) dedutivo e interdisciplinar.
d) dogmático e lógico-abstrato.
e) empírico e lógico-abstrato.
COMENTÁRIOS: A criminologia moderna se vale da
INTERDISCIPLINARIEDADE e do EMPIRISMO como ferramentas
científicas, pois se trata de um ramo da ciência necessariamente
interligado a outras disciplinas (psicologia, sociologia, etc.), bem como se
!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
4
GARCÍA-PABLOS DE MOLINA, Antônio; FLÁVIO GOMES, Luiz. Criminologia. editora RT.
São Paulo, 2002. Página 30.

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vale da análise dos fatos “concretos”, da realidade empírica, para !
desenvolver-se.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.

26 - (CESPE – 2015 – DEPEN – AGENTE PENITENCIÁRIO)


Em relação aos preceitos da criminologia contemporânea e a
aspectos relevantes sobre a justiça criminal, o sistema penal e a
estrutura social, julgue o item que se segue.
Na criminologia contemporânea, não se consideram os
protagonistas do crime — vítima, infrator e comunidade — nem o
desenvolvimento de técnicas de intervenção e controle, pois essas
matérias devem ser objeto de políticas públicas de segurança
pública e não da ciência criminológica.
COMENTÁRIOS: Item errado, pois a moderna criminologia se ocupa do
estudo do crime como fenômeno social, analisando o próprio delito, o
delinquente, a vítima e o controle social, em contraposição à criminologia
tradicional, que focava seu estudo apenas sobre a figura do delinquente.
Desta maneira:
Criminologia Tradicional: Delinquente como objeto principal.
Criminologia Moderna: Delinquente + delito + vítima + controle social
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.

4.! GABARITO

1.! ALTERNATIVA B 40458728683

2.! ALTERNATIVA B
3.! ALTERNATIVA A
4.! CORRETA
5.! ALTERNATIVA A
6.! ALTERNATIVA D
7.! ALTERNATIVA B
8.! ALTERNATIVA E
9.! ALTERNATIVA A
10.! ALTERNATIVA A
11.! ALTERNATIVA C
12.! ALTERNATIVA E

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13.! ALTERNATIVA B !
14.! ALTERNATIVA E
15.! ALTERNATIVA B
16.! ALTERNATIVA E
17.! ALTERNATIVA C
18.! ALTERNATIVA E
19.! ALTERNATIVA E
20.! ALTERNATIVA D
21.! CORRETA
22.! ERRADA
23.! ALTERNATIVA E
24.! ALTERNATIVA B
25.! ALTERNATIVA A
26.! ERRADA

40458728683

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AULA 02: FUNÇÕES DA CRIMINOLOGIA. !

CRIMINOLOGIA E POLÍTICA CRIMINAL. DIREITO


PENAL. MODELOS TEÓRICOS DA CRIMINOLOGIA.
TEORIAS SOCIOLÓGICAS. PREVENÇÃO DA INFRAÇÃO
PENAL NO ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO.
PREVENÇÃO PRIMÁRIA. PREVENÇÃO SECUNDÁRIA.
PREVENÇÃO TERCIÁRIA. MODELOS DE REAÇÃO AO
CRIME.

SUMÁRIO
!
1. MODELOS TEÓRICOS ................................................................................... 3
1.1. Criminologia científica e seus modelos teóricos ....................................... 3
1.2. Teorias bioantropológicas, psicodinâmicas e psicopsicológicas. O homem
delinquente ....................................................................................................... 5
1.3. Teorias sociológicas ................................................................................. 9
1.3.1. Criminologia do consenso ........................................................................ 10
1.3.1.1. Escola de Chicago................................................................................ 10
1.3.1.2. Teoria da associação diferencial (aprendizagem social ou social learning) .... 12
1.3.1.3. Teoria das subculturas delinquentes ....................................................... 12
1.3.1.4. Teoria da anomia ................................................................................ 13
1.3.2. Criminologia do conflito ........................................................................... 13
1.3.2.1. Teoria do etiquetamento ou labeling approach ......................................... 13
2. PREVENÇÃO DA INFRAÇÃO PENAL NO ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO
14
40458728683

2.1. Prevenção primária ................................................................................ 15


2.2. Prevenção secundária ............................................................................ 15
2.3. Prevenção terciária ................................................................................ 16
2.3.1. Teoria absoluta da pena .......................................................................... 16
2.3.2. Teoria relativa e sua finalidade preventiva ................................................. 16
2.3.3. Teoria Mista (unificadora ou eclética ou unitária) e sua dupla finalidade ......... 17
2.4. Programas de prevenção de infrações penais ......................................... 17
3. CRIMINOLOGIA E POLÍTICA CRIMINAL. CRIMINOLOGIA E CIÊNCIAS
CRIMINAIS ...................................................................................................... 19
4. MODELOS DE REAÇÃO AO CRIME ............................................................... 20
4.1. Clássico ou dissuasório .......................................................................... 20

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4.2. Ressocializador ...................................................................................... 21
!
4.3. Restaurador ........................................................................................... 21
5. EXERCÍCIOS DA AULA ............................................................................... 21
6. EXERCÍCIOS COMENTADOS ....................................................................... 30
7. GABARITO ................................................................................................. 48
!

Olá, meus amigos!

Hoje, finalizando nosso pequeno curso, vamos falar sobre diversos


temas importantes da criminologia: Modelos teóricos, teorias
sociológicas, modelos de prevenção ao crime, etc.

Lembro a vocês que, se por acaso o edital trouxer outros conteúdos,


eles serão incluídos ao curso sem nenhum custo para os alunos já
matriculados.

Temos algumas questões bem interessantes na aula de hoje, inclusive


do último concurso para Delegado da PF.

Desejo a todos uma excelente maratona de estudos!

Prof. Renan Araujo

40458728683

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1.! MODELOS TEÓRICOS !

1.1.! Criminologia científica e seus modelos teóricos


A criminologia enquanto ciência só surge no final do século XIX, e
apesar de romper com o modelo criminológico pré-científico, se valeu de
algumas contribuições destas “pseudociências” para seu desenvolvimento.
Pré-cientificamente podemos citar a:
DEMONOLOGIA Explica o crime por meio da
existência do demônio. Focava
muito nos doentes mentais, pois
eram confundidos com possuídos
e endemoniados
FISIONOMIA Foi a pseudociência que mais
se aproximou da criminologia
positivista (ou positivismo
criminológico) do final do século
XIX. Busca explicar o crime com
base na aparência do indivíduo,
na sua fisionomia, fazendo uma
ligação entre o físico e o psíquico.
Por meio das características
físicas seria possível determinar
se o indivíduo era “bom” ou “mal”
e, portanto, menos ou mais
propenso à prática de delitos.
Tem em DELLA PORTA o seu
maior expoente (embora o
precursor mais rudimentar tenha
sido SÃO JERÔNIMO).
Curiosamente, a repercussão de
40458728683
tal pseudociência foi tão grande
que chegou-se até mesmo ao
conhecido “ÉDITO DE VALÉRIO”1.
FRENOLOGIA Os frenólogos se valem da
contribuição da fisionomia para
desenvolver sua teoria. Contudo,
para esta teoria, o
comportamento delitivo poderia
ser explicado por meio da análise
do crânio, especificamente. Foi
fundada e difundida por

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FRANÇOIS JOSEPH GALL. Para !
GALL o formato do crânio irá
influenciar a atividade cerebral,
podendo, pela análise externa da
caixa craniana, saber quais
faculdades cerebrais são mais ou
menos desenvolvidas e, assim,
determinar as características
psicológicas da pessoa
(agressividade, coragem, etc.), o
que culmina na possibilidade de
afirmar a propensão à prática de
delitos.
PSIQUIATRIA Surge com o francês PHILIPPE
PINEL. Sua grande contribuição
foi a diferenciação entre
criminoso e enfermo mental.
Tal diferenciação possibilitou o
desenvolvimento da ideia de
imputabilidade penal e de criação
de estabelecimentos distintos
para cada um (doente mental e
criminoso).

Ultrapassada esta fase pré-científica, a criminologia passa a tentar


explicar o fenômeno do crime e o comportamento criminal de forma mais
científica, utilizando-se do empirismo como ponto de partida.
Seus PRINCIPAIS MODELOS TEÓRICOS FORAM:
CRIMINOLOGIA CLÁSSICA E Tinham como ponto central de
NEOCLÁSSICA seu trabalho o LIVRE ARBÍTRIO.
Para este modelo, o homem é
LIVRE para fazer suas escolhas,
40458728683

inclusive para cometer delitos.


Nega completamente a influência
de fatores externos, como a
condição econômico-social, etc.
CRIMINOLOGIA POSITIVISTA Rompe com a ideia de que o
homem “delinque” porque quer
delinquir. Para este modelo
teórico, compreender o
fenômeno criminal é uma tarefa
que demanda a análise de fatores
causais-explicativos, ou seja,
deve-se buscar as causas do

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delito (o que se pode chamar de !
“paradigma etiológico”).
Contudo, as “causas” do delito
poderiam se de diversas ordens
(biológicas, psicológicas, sociais,
etc.).
SOCIOLOGIA CRIMINAL Enquanto a criminologia
positivista vê o crime como uma
consequência de determinados
fatores (diversos), a sociologia
criminal rompe com a ideia de
“causas do crime” e parte para a
ideia da teoria da criminalização.
Com uma forte influência
marxista, tal modelo entende que
não importa tanto a “causa” de
determinado comportamento
criminoso, e mais o “porquê” de
se considerar criminoso
determinado comportamento, ou
seja, quais os interesses estão
por trás da criminalização de
determinadas condutas. A teoria
da REAÇÃO SOCIAL é o principal
marco deste modelo. Também é
conhecida como teoria da
rotulação social ou do
etiquetamento (labelling
aproach).

LUIZ FLAVIO GOMES e ANTONIO GARCÍA-PABLOS DE MOLINA


ainda acrescentam um QUARTO modelo teórico, que seria representado
por diversas correntes criminológicas contemporâneas (como a teoria do
40458728683

curso da vida, a teoria das trajetórias criminais, etc.), que tentam explicar
o fenômeno delituoso por meio de uma análise dinâmica dos padrões de
comportamento do indivíduo ao longo da vida (e suas diversas variáveis).

1.2.! Teorias bioantropológicas, psicodinâmicas e


psicopsicológicas. O homem delinquente
Embora na atualidade a classificação dos criminosos em determinados
“grupos”, de acordo com suas características biológicas, psicológicas, etc.,
tenha perdido bastante de sua relevância, ainda gozam de algum prestígio
em determinados setores.
Vamos estudar as principais classificações do “homem delinquente”:

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!
Classificação de HILÁRIO VEIGA DE CARVALHO
BIOCRIMINOSOS PUROS São criminosos apenas por
(pseudocriminosos) fatores biológicos, de forma que
se nega a estes o livre arbítrio (é
o caso dos doentes mentais)
BIOCRIMINOSOS Possuem uma tendência biológica
PREPONDERANTES ao delito, e acabam por delinquir
(criminosos de difícil ao ceder a estímulos externos.
correção) Aqui há alguma dose de livre
arbítrio.
BIOMESOCRIMINOSOS Sofrem influências de fatores
(criminosos de correção biológicos e externos, não sendo
possível) possível definir qual destes
fatores prepondera. A
reincidência, aqui, é ocasional.
MESOCRIMINOSOS Possuem personalidade fraca,
(criminosos de correção sofrendo grande influência do
provável ou esperada) meio. São os clássicos “Maria vai
com as outras”, nas palavras do
próprio mestre HILÁRIO.
MESOCRIMINOSOS PUROS São considerados “vítimas” do
(criminosos ambientais) meio. Agem de forma antissocial
apenas em razão de fatores
externos. É o caso do holandês
que vem ao Brasil e acende um
cigarro de maconha. Em seu seio
social tal conduta é permitida. No
Brasil, trata-se de conduta
criminosa (posse de droga para
uso próprio). 40458728683

Para esta classificação os “PUROS” (mesocriminosos puros e


biocriminosos puros) são considerados “pseudocriminosos”, pois não
possuem todos os elementos necessários ao delito.
Em relação aos últimos faltaria a consciência da ilicitude, não
possuindo a intenção de violar a Lei. Em relação aos primeiros faltaria a
possibilidade de autodeterminação.

Classificação segundo LOMBROSO, FERRI e GAROFALO


Classificação de LOMBROSO

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NATOS Um degenerado, por fatores biológicos !
(cabeça pequena ou deformada,
sobrancelhas salientes, etc.). Um
selvagem sem correção.
LOUCOS Perverso, louco moral, alienado mental.
Deve permanecer fora da sociedade,
segregado em manicômio ou similar.
DE OCASIÃO Possuem predisposição hereditária e são
influenciados pelo meio, ou seja, são
criminosos em razão das circunstâncias
(“A ocasião faz o ladrão”.
POR PAIXÃO São inconsequentes, irrefletidos,
impulsivos, exaltados.

Classificação de ENRICO FERRI


NATO Possui as mesmas características do
criminoso nato de LOMBROSO.
LOUCO Inclui, além dos alienados completos, os
semiloucos (ou fronteiriços).
OCASIONAL O indivíduo que não se dedica ao crime
habitualmente, mas acaba por cometer
delitos de forma ocasional, inclusive em
razão das circunstâncias momentâneas.
Pode ser associado ao criminoso “de
ocasião” de LOMBROSO.
HABITUAL Faz do crime seu meio de vida. Poderia
começar como ocasional e “se desenvolver”
para o criminoso habitual.
PASSIONAL Semelhante ao criminoso “por paixão” de
40458728683

LOMBROSO. É impetuoso, inconsequente,


etc.

Classificação de GARÓFALO
ASSASSINOS São instintivos, egoístas,
aproximando-se dos seres
selvagens e das crianças.
ENÉRGICOS OU VIOLENTOS Possuem senso moral, mas lhes
falta compaixão.

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LADRÕES OU Falta a estes criminosos a ideia !
NEURASTÊNICOS de honestidade, de probidade,
embora não lhes falte o senso
moral.

Percebam que as classificações destes três expoentes do


POSITIVISMO criminológico são bem semelhantes. As classificações
de FERRI e LOMBROSO, então, são praticamente idênticas.

Classificação de ODON RAMOS MARANHÃO


OCASIONAL Sua personalidade é normal, mas
em decorrência de algum fator
poderoso (externo ou interno) há
um rompimento transitório dos
mecanismos de contenção
impulsos.
SINTOMÁTICO Seus atos estão mais vinculados
à predisposição criminosa
decorrente de uma doença do
que à existência de um fato
desencadeante.
CARACTEROLÓGICO A delinquência, aqui, deriva de
falha na formação do caráter,
havendo pouca ou nenhuma
influência de um fator
desencadeante.

Classificação para GUIDO ARTURO PALOMBA


IMPETUOSOS 40458728683
Seus atos são frutos de “amnésia
momentânea do senso crítico”.
São similares aos criminosos
passionais de FERRI.
OCASIONAIS Não se dedicam à atividade
criminosa, cometendo crimes
esporadicamente, em razão de
fatores internos e externos.
HABITUAIS Segundo o professor, são
“incapazes de readquirir uma
existência honesta”. Fazem do
crime seu meio de vida. É o
chamado “criminosos contumaz”.

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FRONTEIRIÇOS Apresentam deformidades !
permanentes em seu senso
moral, com distúrbios de afeto e
sensibilidade. Tais alterações
psíquicas os conduzem ao crime.
LOUCOS CRIMINOSOS Dois tipos: (i) Agem mediante um
processo lento e reflexivo; (ii)
Agem por impulso.

Como vocês podem perceber, a bem da verdade, existem diversas


classificações que acabam por dizer, se não a mesma coisa, quase a mesma
coisa, com pequenas variáveis.
Assim, podemos resumir as teorias BIOANTROPOLÓGICAS como
aquelas que buscam explicar o criminoso com base em fatores
biológicos. Para esta teoria, existe o “criminoso” e “não criminoso”.
As teorias PSICODINÂMICAS também entendem haver o
“criminoso” e o “não criminoso”, mas ao invés de considerar tal
distinção com base em fatores biológicos, enxergam a diferença entre
eles como decorrência de falhas no processo de aprendizado e
socialização do indivíduo.
Por fim, as teorias PSICOSOCIOLÓGICAS verificam a existência
de predominância dos fatores sociais sobre o fenômeno do crime,
em detrimento de fatores ligados à personalidade do criminoso.

1.3.! Teorias sociológicas


Sociedade criminógena é, por definição, uma sociedade que
PRODUZ CRIME.
Essa ideia de que a sociedade produz o criminoso e, por consequência,
40458728683

o crime, possibilitou o surgimento de diversas teorias calcadas na ideia de


que o centro da análise do fenômeno delitivo não é o criminoso, e
sim a sociedade (embora aquele também mereça atenção).
Assim, desloca-se o centro do estudo para o meio (a sociedade),
criando-se o que se convencionou chamar de SOCIOLOGIA
CRIMINAL.
Dentro deste quadro sociológico, dois grandes grupos teóricos se
desenvolveram: A TEORIA DO CONSENSO e a TEORIA DO CONFLITO.
A teoria do consenso ou “criminologia do consenso” parte da
premissa de que a sociedade é formada por uma séria de valores
fundamentais consensuais, que devem ser protegidos e promovidos por

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todos. Assim, o Direito Penal nada mais seria que uma ferramenta para !a
defesa destes valores comuns a todos os indivíduos.
Inserem-se nesta ideia as teorias desenvolvidas pela ESCOLA DE
CHICAGO, ANOMIA E ASSOCIAÇÃO DIFERENCIAL.
A criminologia do conflito, por sua vez, verifica a sociedade não
como um todo coeso e harmônico, fundado em valores comuns a todos os
indivíduos, e sim um campo de batalha entre classe dominante e dominada.
Partindo deste viés marxista, as teorias decorrentes desta ideia vão
estabelecer que o Direito Penal nada mais é que uma ferramenta a serviço
da classe dominante, de forma a garantir a manutenção do status quo,
coagindo a classe dominada a “andar na linha”. Para tanto, o Direito Penal
seria absolutamente seletivo na escolha das condutas que seriam
criminalizadas, optando por uma criminalização primária voltada às
condutas geralmente praticadas pelos indivíduos pertencentes à classe
dominada (furto seria mais grave que condutas lesivas à ordem econômica,
por exemplo).
Feita essa distinção, vamos à análise das principais teorias relativas à
sociologia criminal.

1.3.1.! Criminologia do consenso

1.3.1.1.! Escola de Chicago


A Escola de CHICAGO e sua explicação ECOLÓGICA do crime
talvez seja a principal escola criminológica moderna.
PARK foi o principal expoente desta Escola. Este autor analisou o
crescimento populacional na cidade de Chicago no começo do século XX e,
com suas observações, a Escola de Chicago chegou à conclusão de que o
fenômeno delitivo estava relacionado diretamente ao conglomerado urbano
e suas características (multiculturais, étnicas, etc.).
Assim, a CIDADE (mais especificamente do que a “sociedade”
genericamente considerada) seria o foco principal da atenção da
40458728683

criminologia. Para os teóricos desta Escola, a CIDADE, ou seja, o meio


urbano produz a criminalidade (crescimento populacional, crescimento
desordenado, etc.).
A Escola de Chicago também chegou à conclusão de que a delinquência
era mais concentrada em determinadas áreas, e tal concentração seria
fruto, dentre outras coisas, da desorganização social destas áreas.
São oriundas da Escola de Chicago as teorias ECOLÓGICA,
ESPACIAL, DAS JANELAS QUEBRADAS e DA TOLERÂNCIA ZERO.
Vejamos sinteticamente cada uma delas:

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ECOLÓGICA Para esta teoria o progresso leva !
(DESORGANIZAÇÃO SOCIAL) a criminalidade aos grandes
centros urbanos. Propõe que a
estabilidade e a integração
contribuem para a ordem social,
enquanto a desordem social e a
ausência de integração entre os
indivíduos contribuem para
índices mais elevados de
criminalidade. A deterioração de
núcleos primários (família, igreja,
etc.), a superficialização das
relações sociais, tudo isso cria um
meio desorganizado e
2
potencialmente criminógeno .
ESPACIAL Defendia a reestruturação
arquitetônica das cidades como
forma de prevenção do delito,
inclusive como forma de permitir
maior controle sobre as pessoas.
Teve em OSCAR NEWMAN seu
maior expoente.
JANELAS QUEBRADAS Tem suas raízes na obra dos
estadunidenses JAMES WILSON e
GEORGE KELLING. Para esta
teoria a repressão dos menores
delitos é ABSOLUTAMENTE
INDISPENSÁVEL para inibir a
prática dos delitos mais graves.
Tem este nome em razão de um
experimento de PHILIP
ZIMBARDO. O citado psicólogo
40458728683

deixou um carro estacionado na


rua em um bairro de classe alta
da cidade de Palo Alto, Califórnia.
Durante a primeira semana, o
carro permaneceu intacto. Após,
o pesquisador quebrou uma das
janelas do veículo e o deixou mais
uma semana parado na rua. Ao
final desta segunda semana o
veículo foi completamente
destruído e furtado por vândalos.

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Daí a ideia de que um “pequeno” !
dano à sociedade, se não
consertado, gera a sensação de
que “tudo é permitido”,
estimulando a prática de delitos.
TOLERÂNCIA ZERO A teoria da tolerância zero
decorre naturalmente da ideia
defendida pela teoria das janelas
quebradas. Trata-se de uma
política criminal de repressão a
toda e qualquer conduta
desviante, por menor que seja,
como forma de reafirmar o poder
do Estado e a necessidade de
respeito à Lei.

1.3.1.2.! Teoria da associação diferencial (aprendizagem social ou


social learning)

Difundida por Edwin Sutherland, tendo como base as ideias de Gabriel


TARDE (e suas “Leis da Imitação”).
SUTHERLAND focou seus estudos sobre os crimes de colarinho
Branco, nos Estados Unidos da América, mais especificamente em
Chicago.
Para Sutherland, as explicações fornecidas pelas diversas teorias
criminológicas até então não seriam capazes de responder de forma
adequada à questão dos crimes de colarinho branco, já que todas (ou
quase todas) viam nas mazelas sociais (desorganização social, pobreza,
etc.) a gênese do crime, de forma que se distanciavam da realidade dos
crimes de colarinho branco (White colar crimes).
Para Sutherland, ninguém nasce criminoso, mas APRENDE a se tornar
um, ou seja, o crime é mero resultado de um processo inadequado ou falho
40458728683

de socialização do indivíduo.
Segundo esta teoria o indivíduo se tornaria criminoso ao observar
outras condutas criminosas e INTERAGIR com outras pessoas,
notadamente aquelas que se dedicam ao delito.
Assim, a pessoa se tornaria delinquente por estar mais submetida a
modelos de comportamento delitivo do que a modelos de comportamento
não delitivos. A cultura criminosa existe e, a depender do nível de atuação
do Estado em determinados grupos sociais, ela predomina em relação à
cultura legal.

1.3.1.3.! Teoria das subculturas delinquentes

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Tal teoria acaba defende que a conduta delitiva não seria um reflexo !
negativo da desorganização social e outras mazelas da sociedade
contemporânea. Para esta teoria todo agrupamento humano é dotado de
subculturas, com uma filosofia de vida e regras próprias.
Assim, a existência de subculturas corresponde, naturalmente, à
existência de valores distintos daqueles pregados pela cultura dominante.
Desta forma, é possível que algumas destas subculturas possuam
valores que se contraponham aos valores da cultura dominante e, em razão
disso, o delito não derivaria de uma predisposição à violação da Lei,
e sim um mero reflexo destas diferenças culturais.

1.3.1.4.! Teoria da anomia


Teve como principal expoente ROBERT MERTON, que se valeu das
ideias de DURKHEIN, para desenvolver sua teoria.
Para esta teoria a sociedade impõe objetivos e metas
inalcançáveis para a maioria dos indivíduos (sucesso, poder,
status), e como tais metas são inatingíveis, a dissociação entre os
objetivos e os instrumentos para seu alcance geraria a ANOMIA,
que seria uma situação de renúncia às normas sociais.
Esta teoria elenca diversos modelos de adaptação do indivíduo à
sociedade.
Primeiro temos o indivíduo que aceita as metas sociais e os meios à
sua disposição.
Depois temos o indivíduo que, ao perceber que os meios não são
hábeis à obtenção das finalidades, continua aceitando as metas sociais,
mas não os meios colocados à sua disposição. Ou seja, aqui ele passa a
buscar um “atalho” para alcançar as metas sociais.
Outro modelo é o do ritualismo. O indivíduo renuncia às metas sociais,
aos objetivos culturais, mas permanece apegado às normas da sociedade.
Há, também, o modelo evasivo (retraimento). Neste grupo se incluem
os bêbados habituais, mendigos, drogados crônicos, etc. Tais indivíduos se
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conformam e buscam mecanismos de fuga.


Por fim, há o modelo da rebelião. Aqui o indivíduo rejeita
completamente as metas culturais e os meios à sua disposição
(institucionalmente falando). Este indivíduo passa a se dedicar à luta pela
criação de novos paradigmas sociais, de uma nova ordem.

1.3.2.! Criminologia do conflito

1.3.2.1.! Teoria do etiquetamento ou labeling approach


Esta teoria busca explicar a criminalidade não com base na teoria do
consenso, mas na teoria do CONFLITO (entre classes).

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Para esta teoria, também chamada de “teoria da reação social”, !o
crime não seria um fenômeno social, mas um fenômeno normativo, ou
seja, o Estado rotula como crime as condutas que ele pretende
sejam consideradas como criminosas. Assim, não existiria um crime
“por natureza”, mas apenas “condutas”, que recebem o rótulo de
criminosas de acordo com os interesses do Estado (que nem sempre
protegem por igual os interesses dos mais diversos grupos sociais,
tendendo a conferir maior proteção aos bens de interesse da classe
dominante).3
Além disso, não seriam apenas as condutas (isoladamente
consideradas) que influenciariam na resposta do Estado, mas também a
pessoa do indivíduo e sua posição social.
Portanto, ao desviar o foco do desviante para o processo de
criminalização (e suas seletivas escolhas), a teoria da reação social coloca
em xeque os repressores, ao argumento de que o desviante é mero produto
das instâncias formais de controle na sociedade punitiva.
Teve como principais expoentes GOFFMAN, LEMERT e BECKER.

2.! PREVENÇÃO DA INFRAÇÃO PENAL NO ESTADO


DEMOCRÁTICO DE DIREITO

O principal papel da criminologia num Estado Democrático de Direito


é pugnar pelo desenvolvimento de um sistema jurídico-penal que
respeite os direitos e garantias fundamentais.
Assim, um modelo criminológico baseado no “Direito Penal do
Inimigo”4, por exemplo, não pode ser admitido, já que pressupõe a
existência de um Direito Penal que mitigue as garantias
constitucionais aos criminosos considerados “contumazes”, ou seja,
aqueles que fazem do crime seu meio de vida.
Assim, haveria um “Direito Penal do Cidadão”, no qual são observados
os direitos e garantias fundamentais do acusado, e um “Direito Penal do
Inimigo”, no qual estas garantias poderiam ser flexibilizadas ou afastadas,
40458728683

!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
3
HASSEMER, Winfried. MUÑOZ CONDE, Francisco. Introdución a la Criminologia y al
Derecho Penal. Ed. Tirant lo blanch. Valência, 1989, p. 18
4
A teoria do Direito Penal do inimigo foi melhor desenvolvida por Günther Jakobs. Para
o autor, o Direito Penal deve separar as pessoas dos inimigos. As pessoas seriam aquelas
que, eventualmente, cometeram algum delito, mas que não se dedicam a atividades
criminosas. Para estes, o Direito Penal preservaria toda o sistema de garantias
processuais. De outro lado, aqueles que praticam crimes de forma reiterada perderiam a
condição de “pessoa”, sendo considerados inimigos da sociedade e, portanto, estaria
autorizada uma flexibilização no sistema de garantias.
(JAKOBS, Günther. La normativización de la dogmática jurídico-penal. Trad. Manuel Cancio
Meliá e Bernardo Feijóo Sánchez. Ed. Thomson civitas, primera edición. Madrid, 2003, p.
57-59)

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já que não se estaria diante de alguém que merecesse qualquer !
consideração por parte do Estado.
Este tipo de teoria é inadmissível num Estado Democrático de Direito
por, inicialmente, violar o princípio da isonomia. Num segundo plano, não
menos importante, violaria, ainda, a ideia de que o Direito Penal pune as
pessoas pelo que elas FAZEM e não pelo que elas SÃO.
Da mesma forma, num Estado Democrático de Direito o ser humano é
o centro, o fim último de toda e qualquer ação do Estado. Desta maneira,
a pena deve ter por finalidade não apenas castigar o infrator, tampouco
servir apenas a uma esperada “prevenção especial”, mas também, e
principalmente, ressocializar o infrator.
Mais especificamente no que tange à prevenção, podemos estabelecer
a prevenção do delito, no Estado Democrático de Direito, como:
•! MEDIDAS DIRETAS DE PREVENÇÃO – Atuam diretamente
sobre o delito, como a pena, a tipificação de condutas, etc.
•! MEDIDAS INDIRETAS DE PREVENÇÃO DE DELITOS –
Atuam nas causas da criminalidade (melhorias na condição de
vida da população, educação, saúde, emprego, moradia, etc.).

Por outra classificação, podemos ter a prevenção nos seguintes


moldes:
•! Prevenção primária
•! Prevenção secundária
•! Prevenção terciária

Vejamos cada uma delas:

2.1.! Prevenção primária


Programas cuja finalidade é atacar a causa da criminalidade, ou seja,
a origem do problema (desigualdade social, pobreza, desemprego, etc.).
Trata-se, portanto, de uma forma de prevenção que busca atingir as
40458728683

estruturas do sistema. Temos, aqui, os métodos preventivos com


resultado de médio a longo prazo.

2.2.! Prevenção secundária


Momento posterior ao delito ou na iminência de sua ocorrência.
Aqui o foco da prevenção recai sobre os setores sociais em que a
criminalidade mais se manifesta, ou seja, recai sobre os grupos que
apresentam determinadas características que os tornam mais propensos a
praticar ou sofrer delitos. Apresentam resultados de curto a médio prazo.
A prevenção secundária ocorre, por exemplo, por meio da
criminalização de condutas, da ação policial, etc.

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2.3.! Prevenção terciária !
Aqui a prevenção recai sobre o condenado, ou seja, visa a evitar
a reincidência. Pode se dar por meio da escolha da pena mais apropriada,
pela progressão de regime, que possibilita o reencontro paulatino do preso
com a sociedade, etc.
A prevenção terciária é materializada por meio da pena, ou seja, a
pena é o instrumento utilizado pelo Estado para alcançar prevenção
terciária, de forma a evitar a reincidência.
Para a melhor compreensão do tema, necessária se faz uma breve
síntese das finalidades atribuídas à pena criminal, de acordo com as
diversas teorias:

2.3.1.! Teoria absoluta da pena


Para esta teoria, pune-se o agente simplesmente porque ele cometeu
uma transgressão à ordem estabelecida e deve ser castigado por isso. Não
há nenhuma finalidade educacional de reinserção do indivíduo à vida social.
A pena é mero instrumento para a realização da vingança estatal. Trata-se
de um imperativo categórico de Justiça ou de Moral (se delinquiu, deve ser
punido, independentemente de qualquer outra finalidade).5

2.3.2.! Teoria relativa e sua finalidade preventiva

Pune-se o agente não para castigá-lo, mas para prevenir a prática de


novos crimes. Essa prevenção pode ser:
Prevenção Geral – Busca controlar a violência social, de forma a
despertar na sociedade o desejo de se manter conforme o Direito. Pode ser
negativa6, quando busca criar um sentimento de medo perante a Lei penal,
ou positiva, quando simplesmente se busca reafirmar a vigência da Lei
penal.
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Prevenção especial – Não se destina à sociedade, mas ao infrator,


de forma a prevenir a prática da reincidência. Também pode ser negativa,
quando busca intimidar o condenado, de forma a que ele não cometa novos
delitos por medo, ou positiva, quando a preocupação está voltada à
ressocialização do condenado (Infelizmente, não há uma preocupação com
isto na prática).

!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
5
BACIGALUPO, Enrique. Manual de Derecho penal. Ed. Temis S.A., tercera reimpressión.
Bogotá, 1996, p. 12
6
ROXIN, Claus. Derecho penal, parte general. Madrid: Civitas, 1997. tomo I, p. 91.

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2.3.3.! Teoria Mista (unificadora ou eclética ou unitária) e sua dupla !
finalidade
Aqui, entende-se que a pena deve servir como castigo (punição) ao
infrator, mas também como medida de prevenção, tanto em relação à
sociedade quanto ao próprio infrator (prevenção geral e especial). Além de
consagrada na maioria dos países ocidentais7, foi a adotada pelo art. 59 do
CP.8

2.4.! Programas de prevenção de infrações penais


Podemos elencar como principais programas os seguintes:
•! PROGRAMAS DE PREVENÇÃO SOBRE DETERMINADAS “ÁREAS
GEOGRÁFICAS” – Trata-se da prevenção “dirigida”. Tem como
premissa a existência de um determinado espaço, geográfica e
socialmente delimitado, em praticamente todos os centros urbanos,
que concentra os mais elevados índices de criminalidade. São
áreas geralmente muito pobres, deterioradas, esquecidas pelo Poder
Público e com alta desorganização social.

•! PREVENÇÃO DO DELITO POR MEIO DO DESENHO


ARQUITETÔNICO E URBANÍSTICO – Visam a reestruturação
urbana e se valem do desenho arquitetônico, de forma a neutralizar
o elevado risco de influências que favorecem o comportamento
criminoso, existente em certos espaços. Somente desloca o delito
para outras áreas menos protegidas, mas não atinge as bases
do problema criminal.

•! PROGRAMAS DE PREVENÇÃO VITIMAL - Orientada para as


vítimas, parte de uma perspectiva de que o risco de se tornar vítima
não se distribuir de forma isonômica na população nem é produto do
acaso: O risco de se tornar vítima é possível de ser calculado de forma
estatística, tendo como base inúmeras variáveis, todas relacionadas
com a própria vítima (idade, personalidade, classe social, etc.)
40458728683

•! PROGRAMAS DE PREVENÇÃO POLÍTICO-SOCIAL - São


programas de prevenção “primária”, autêntica prevenção. Uma
sociedade que assegura a todos os seus membros um acesso efetivo
aos mecanismos para o alcance dos fins que lhe são exigidos, reduz,

!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
7
DOS SANTOS, Juarez Cirino. Direito Penal, Parte Geral. Curitiba: Ed. Lumen Juris, 2008,
p. 470

8
Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à
personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e consequências do crime, bem
como ao comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente
para reprovação e prevenção do crime: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

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consequentemente, a possibilidade de que o indivíduo recorra !a
instrumentos paralelos para a obtenção destes fins, o que contribui
para a queda nas taxas de criminalidade.

•! PROGRAMAS DE PREVENÇÃO DA CRIMINALIDADE DE


ORIENTAÇÃO COGNITIVA – Fundamenta-se na premissa de que a
aquisição de determinadas habilidades (positivas) é uma técnica
reintegradora com alto potencial de sucesso, porque afasta o
criminoso de influências negativas, substituindo-as por boas
influências, no que se pode conceber como um ataque às “subculturas
criminais”.

•! PROGRAMAS DE PREVENÇÃO À REINCIDÊNCIA – São


programas de prevenção terciária, pois aqui o crime já ocorreu, de
forma que se buscará evitar sua nova ocorrência. Na verdade, estes
programas estão mais relacionados à intervenção (sobre o
delinquente) do que à prevenção (para evitar que haja delinquência).

Um dos maiores problemas no que tange à profilaxia criminal é a


diferença entre a criminalidade real e a criminalidade registrada pelas
agências de controle, a denominada de CIFRA NEGRA.
Assim, temos como “cifra negra” o número de delitos que, por
qualquer razão, não chegam ao conhecimento das agências formais de
controle.
PILGRAN assevera que a existência de “cifra negra”, bem como da
impunidade, decorre de um processo de filtragem que envolve as vítimas,
as testemunhas, o Judiciário, a Polícia, o legislador e o MP.
Para ele, o legislador falha ao:
•! Não criminalizar
•! Criminalizar de forma lacunosa
•! Criminalizar excessivamente

No mesmo sentido, a vítima também contribui para a impunidade


40458728683

e, neste particular, para a cifra negra, ao não proceder à comunicação da


ocorrência do delito (notitia criminis).
A Polícia, por sua vez, contribuiria para a impunidade ao não
proceder à abertura da investigação (por falta de estrutura,
conhecimentos técnicos, corrupção, etc.), bem como ao proceder a uma
investigação deficiente, defeituosa.
O MP contribuiria quando não procede à abertura dos processos, seja
porque oferece denúncia inepta, seja porque requer o arquivamento, etc.
O Judiciário também seria um fator determinante, quando:
•! Apresenta falhas na comprovação do delito
•! Quando não se obtém prova cabal para a condenação,
devendo ser aplicado o princípio do in dubio pro reo.

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•! Quando a morosidade do Judiciário conduz à prescrição. !
•! Quando falha na efetiva execução da pena

Por fim, importante destacar o que se convencionou chamar de cifra


dourada, cifra cinza e cifra amarela:

CIFRA DOURADA É um subtipo da cifra negra.


Contudo, está atrelada aos
crimes praticados pelas
consideradas “elites”, como os
crimes contra a ordem tributária,
sonegação fiscal, crimes contra o
sistema financeiro, etc. É a
chamada “criminalidade do
colarinho branco”. Trata-se, aqui,
de uma impunidade “proposital”,
ou seja, o Estado é conivente com
tais práticas, notadamente em
razão da influência do criminoso.
CIFRA CINZA Consiste nos delitos que são
registrados perante os órgãos
públicos, mas cuja solução é
encontrada na própria delegacia,
não havendo instauração de
processo judicial (Ex.: ausência
de representação nos crimes de
ação penal pública).
CIFRA AMARELA A cifra amarela também é uma
espécie de cifra negra. Contudo,
aqui estamos diante de delitos
praticados pela própria polícia
40458728683
contra o indivíduo que, por medo
de futuras represálias, acaba por
não registrar o fato.

3.! CRIMINOLOGIA E POLÍTICA CRIMINAL.


CRIMINOLOGIA E CIÊNCIAS CRIMINAIS
Inicialmente, devemos entender as diferenças entre criminologia e
suas áreas correlatas (política criminal e ciências criminais).
A Criminologia é a ciência que empírica, interdisciplinar, que se ocupa
do estudo do crime, do criminoso, da vítima e da sociedade, conforme nós
já vimos.

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A Política Criminal, por sua vez, é o ramo que estuda os meios de !
prevenção e repressão à criminalidade. Ou seja, a política criminal se vale
da criminologia para traçar estratégias de controle penal, seja pela
ampliação ou restrição de condutas incriminadas, estabelecimento das
penas adequadas, etc.
As ciências criminais, por seu turno, englobam:
•! CRIMINOLOGIA
•! POLÍTICA CRIMINAL
•! DIREITO PENAL

Este último é a materialização dos dois primeiros, por meio da


conversão de suas conclusões em termos jurídicos.
Com relação ao sistema de Justiça Criminal, ele pode ser conceituado
como o aparato desenvolvido pelo Estado para que seja realizado o controle
punitivo.
Voltando ao estudo da Política Criminal, não podemos deixar de atrelar
suas proposições ao Sistema de Justiça Criminal, já que este último, ao fim
e ao cabo, também atua na prevenção e repressão ao delito. Embora a
atuação se dê com muito maior ênfase na repressão ao delito, o caráter
preventivo também é encontrado quando entendemos que a pena também
possui caráter preventivo. Assim, qualquer atuação do sistema de Justiça
Criminal sobre determinada violação à norma penal será, ao mesmo tempo,
repressão e prevenção, já que adotada a teoria eclética da pena por nosso
sistema jurídico-penal.

4.! MODELOS DE REAÇÃO AO CRIME


A Doutrina elenca os chamados MODELOS DE REAÇÃO AO CRIME,
assim definidos:

4.1.! Clássico ou dissuasório


Tem por finalidade INTIMIDAR o delinquente (ou o potencial
40458728683

delinquente), por meio da ameaça da pena, de forma que pratique a


conduta delituosa ou, caso tenha praticado, não torne a delinquir
Este modelo se vale da finalidade de prevenção negativa da pena, ou
seja, a prevenção do delito por meio a ameaça, de maneira que dependerá,
naturalmente, de diversos fatores, como a gravidade da sanção prevista, a
maior ou menor probabilidade de sua imposição, etc.
O problema deste modelo é que ele pressupõe que o potencial
criminoso irá refletir seriamente antes de praticar o delito e, após muita
discussão interna, adotará a conduta que tenha o melhor custo-benefício,
de forma que a pena deve ser severa, a fim de que nesse raciocínio o
potencial criminoso chegue à conclusão de que o “crime não compensa”.

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4.2.! Ressocializador !
De caráter mais “humanizado”, busca interferir na vida do delinquente,
promovendo sua reinserção social.
Assim, o modelo ressocializar está calcado numa finalidade de
prevenção positiva da pena, ou seja, a pena como instrumento de
transformação social.

4.3.! Restaurador
É considerado um modelo integrador, pois busca reparar o dano
causado à vítima, restabelecendo o status quo ante, bem como reparar o
“dano social” causado pelo delito.
Não se preocupa tanto com o castigo, nem com a transformação do
infrator, mas volta sua visão para a figura da vítima, de forma que o dano
a ela provocado seja reparado, já que os dois modelos anteriores acabam
por negligenciar a figura do ofendido.
Bons estudos!
Prof. Renan Araujo

5.! EXERCÍCIOS DA AULA

01 - (VUNESP - 2013 - PC-SP - PAPILOSCOPISTA POLICIAL)


Uma das mais importantes teorias do conflito; surgiu nos Estados Unidos
nos anos de 1960, e seus principais expoentes foram Erving Goffman e
Howard Becker. Trata-se da
A) Teoria do labelling approach.
B) Teoria da subcultura delinquente.
C) Teoria da desorganização social.
40458728683

D) Teoria da anomia.
E) Teoria das zonas concêntricas.

02 - (VUNESP - 2014 - PC-SP - ESCRIVÃO DE POLÍCIA)


A teoria do neorretribucionismo, com origem nos Estados Unidos, também
conhecida por “lei e ordem” ou “tolerância zero”, é decorrente da teoria.
A) “positiva”
B) “janelas quebradas”
C) “clássica”
D) “cidade limpa”
E) “diferencial”.

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03 - (VUNESP - 2013 - PC-SP - AUXILIAR DE PAPILOSCOPISTA
POLICIAL)
Quanto à teoria neorretribucionista, é correto afirmar:
A) surgiu na Europa, no século passado, baseada na teoria do consenso,
tem como objetivo coibir o crime organizado e os crimes transnacionais, o
que inibiria os crimes menos graves.
B) surgiu na Itália, na década de sessenta, é uma das mais importantes
teorias do conflito, por meio dessa teoria, a criminalidade não é resultante
somente da conduta humana, mas a consequência de um processo em que
se atribui uma qualidade à pessoa.
C) surgiu nos Estados Unidos, inspirada na escola de Chicago, com a
denominação “lei e ordem” ou “tolerância zero”, decorrente da teoria das
janelas quebradas, tem como objetivo coibir os pequenos delitos, o que
inibiria os mais graves
D) surgiu na Alemanha, no século XIX, defende que o comportamento do
criminoso é aprendido, nunca herdado, criado ou desenvolvido pelo sujeito
ativo, tem como objetivo identificar e punir rigorosamente o criminoso para
servir de exemplo, a chamada prevenção geral.
E) surgiu na Inglaterra, está baseada na teoria da sub- cultura delinquente,
ou seja, o comportamento criminoso é um sintoma de dissociação entre as
aspirações socioculturais e os meios desenvolvidos para alcançar essas
aspirações.

04 - (UFPR – 2014 – DPE-PR – DEFENSOR PÚBLICO)


Em relação às distintas teorias criminológicas, a ideia de que o “desviante”
é, na verdade, alguém a quem o rótulo social de criminoso foi aplicado com
sucesso foi desenvolvida pela Teoria
a) da anomia.
b) da associação diferencial.
c) da subcultura delinquente. 40458728683

d) da ecologia criminal.
e) da reação social ou Labelling Approach.

05 - (FEPESE – 2014 – MPE-SC – PROMOTOR DE JUSTIÇA)


Contrariamente ao classicismo, que não visualizou no criminoso nenhuma
anormalidade - e dele não se ocupou - o positivismo reconduziu-o para o
centro de suas análises, apreendendo nele estigmas decisivos da
criminalidade.

06 - (FEPESE – 2014 – MPE-SC – PROMOTOR DE JUSTIÇA)

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No paradigma etiológico, modelado segundo uma matriz positivista !
derivada Das Ciências Naturais, a Criminologia é definida como uma Ciência
causal-explicativa da criminalidade, isto é, que investiga as causas da
criminalidade (seu objeto) segundo o método experimental.

07 - (VUNESP – 2014 – PC-SP – MÉDICO LEGISTA)


A autonomia da Criminologia frente ao Direito Penal
a) é almejada pelos estudiosos da primeira, mas negada pelos estudiosos
do segundo.
b) não se concretiza, uma vez que a primeira não é considerada ciência, ao
contrário do segundo.
c) comprova-se, por exemplo, pelo caráter crítico que a primeira
desenvolve em relação ao segundo.
d) não se vislumbra na prática, uma vez que todos os conceitos da primeira
são emprestados do segundo.
e) não se efetiva, uma vez que ambos têm o mesmo objeto e são
concretizados pelo mesmo método de estudo, qual seja, o empírico.

08 - (VUNESP – 2014 – PC-SP – MÉDICO LEGISTA)


O método de estudo da Criminologia reúne as seguintes características:
a) silogismo; vedação de interdisciplinariedade; visão indutiva da realidade.
b) empirismo; vedação de interdisciplinariedade; visão indutiva da
realidade.
c) racionalismo; interdisciplinariedade; visão indutiva da realidade.
d) empirismo; interdisciplinariedade; visão indutiva da realidade.
e) racionalismo; interdisciplinariedade; visão dedutiva da realidade.

09 - (VUNESP – 2014 – PC-SP – MÉDICO LEGISTA)


Assinale a alternativa que completa as lacunas do texto.
40458728683

Os estudos de Sociologia Criminal de Sutherland (Teoria da Associação


Diferencial) estão principalmente ligados aos crimes de ________e tiveram
como foco ________ .
a) genocídio ... a Alemanha
b) organizações criminosas ... a Itália
c) jogo ilegal ... a atual Rússia (ex-URSS)
d) discriminação de gênero ... países do Oriente Médio
e) colarinho branco ... os Estados Unidos da América

10 - (VUNESP – 2014 – PC-SP – INVESTIGADOR DE POLÍCIA)

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A criminologia pode ser conceituada como uma ciência ______, baseada !
na observação e na experiência, e ________ que tem por objeto de análise
o crime, o criminoso, a vítima e o controle social.
a) exata … multidisciplinar
b) objetiva … monodisciplinar
c) humana … unidisciplinar
d) biológica … transdisciplinar
e) empírica … interdisciplinar

11 - (VUNESP – 2014 – PC-SP – DELEGADO DE POLÍCIA)


A moderna Sociologia Criminal possui visão bipartida do pensamento
criminológico atual, sendo uma de cunho funcionalista e outra de cunho
argumentativo. Trata-se das teorias
a) indutiva e dedutiva.
b) do consenso e do conflito.
c) absoluta e relativa.
d) moderna e contemporânea.
e) abstrata e concreta.

12 - (VUNESP – 2014 – PC-SP – DELEGADO DE POLÍCIA)


Assinale a alternativa que completa, correta e respectivamente, a frase: A
Criminologia__________ ; o Direito Penal __________.
a) não é considerada uma ciência, por tratar do “dever ser” … é uma ciência
empírica e interdisciplinar, fática do “ser”
b) é uma ciência normativa e multidisciplinar, do “dever ser” … é uma
ciência empírica e fática, do “ser”
c) não é considerada uma ciência, por tratar do “ser” … é uma ciência
jurídica, pois encara o delito como um fenômeno real, do “dever ser”
d) é uma ciência empírica e interdisciplinar, fática do “ser” … é uma ciência
40458728683

jurídica, cultural e normativa, do “dever ser”


e) é considerada uma ciência jurídica, por tratar o delito como um conceito
formal, normativo, do “dever ser” … não é considerado uma ciência, pois
encara o delito como um fenômeno social, do “ser”

13 - (VUNESP – 2014 – PC-SP – TÉCNICO DE LABORATÓRIO)


A expressão “Criminologia” foi empregada pela primeira vez por
a) Adolphe Quetelet e divulgada internacionalmente por Cesare Bonesana,
em sua obra intitulada Dos delitos e das penas.
b) Cesare Lombroso e divulgada internacionalmente por Raffaele Garofalo,
em sua obra intitulada Criminologia.

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c) Paul Topinard e divulgada internacionalmente por Cesare Bonesana, em !
sua obra intitulada Dos delitos e das penas.
d) Cesare Lombroso e divulgada internacionalmente por Adolphe Quetelet,
em sua obra intitulada O homem médio.
e) Paul Topinard e divulgada internacionalmente por Raffaele Garofalo, em
sua obra intitulada Criminologia.

14 - (VUNESP – 2014 – PC-SP – TÉCNICO DE LABORATÓRIO)


É correto afirmar que a Criminologia é uma
a) disciplina auxiliar das ciências médicas, voltada às investigações clínicas,
por meio de perícia e exames laboratoriais.
b) ciência empírica e interdisciplinar, a qual estuda os fatores que
contribuem para a ocorrência do crime, dentre outros temas correlatos.
c) disciplina auxiliar das ciências jurídicas, voltada às técnicas de realização
de perícia e exames laboratoriais.
d) disciplina auxiliar das ciências criminais, voltada às investigações por
meio de perícia e exames laboratoriais.
e) ciência dogmático-normativa, fundada na ética e na filosofia, a qual
estuda a personalidade do preso, dentre outros temas correlatos.

15 - (CESPE – 2013 – POLÍCIA FEDERAL – DELEGADO)


O surgimento das teorias sociológicas em criminologia marca o fim da
pesquisa etiológica, própria da escola ou do modelo positivista.

16 - (CESPE – 2013 – POLÍCIA FEDERAL – DELEGADO)


A teoria funcionalista da anomia e da criminalidade, introduzida por Emile
Durkheim no século XIX, contrapunha à ideia da propensão ao crime como
patologia a noção da normalidade do desvio como fenômeno social,
podendo ser situada no contexto da guinada sociológica da criminologia,
em que se origina uma concepção alternativa às teorias de orientação
40458728683

biológica e caracterológica do delinquente.

17 – (FEPESE – 2014 – MPE-SC – PROMOTOR DE JUSTIÇA)


O movimento de política criminal denominado "lei e ordem" se deve à
construção teórica de Gunther Jacobs que, por sua vez, deriva do "labelling
approach".

18 - (VUNESP - 2013 - PC-SP - ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL)


São conhecidas por __________os crimes que não são registrados em
órgãos oficiais encarregados de sua repressão, em decorrência de omissão

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das vítimas, por temor de represália. !
Assinale a alternativa que preenche corretamente a lacuna.
A) estatísticas azuis
B) estatísticas brancas
C) cifras douradas
D) cifras negras
E) cifras cinza

19 - (VUNESP - 2013 - PC-SP - ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL)


Assinale a alternativa que apresenta corretamente uma das características
da função retributiva da pena, segundo a Teoria Absoluta.
A) Analogia: pena independente da gravidade do delito.
B) Duração indeterminada: a duração da pena dependerá, dentre outros
fatores, do comportamento do apenado.
C) Infligibilidade: a pena consistirá em aflição corporal.
D) Derrogabilidade: o delito terá, por consequência, uma punição, ainda
que injusta.
E) Responsabilidade penal individual: a pena não passará da pessoa do
condenado.

20 - (VUNESP - 2013 - PC-SP - INVESTIGADOR DE POLÍCIA)


O legislador brasileiro, ao dispor sobre as funções da reprimenda pela
prática de infração penal no artigo 59 do Código Penal – O juiz, atendendo
à culpabilidade, aos antecedentes, à personalidade do agente, aos
motivos, às circunstâncias e consequências do crime, bem como ao
comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja necessário e
suficiente para reprovação e prevenção do crime... –, adotou a teoria da
A) função reeducativa da pena.
B) função de prevenção especial da pena. 40458728683

C) função de prevenção geral da pena.


D) função retributiva da pena.
E) função mista ou unificadora da pena.

21 - (VUNESP – 2013 – PC/SP – PAPILOSCOPISTA)


Umas das formas que o Estado Democrático de Direito possui para prevenir
o crime é a pena. De acordo com a teoria mista que estuda as penas, estas
têm a finalidade de
a) punir o delinquente de forma proporcional ao mal praticado.
b) trazer mais tranquilidade para a sociedade, uma vez que o criminoso
não estará mais nas ruas.

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c) retomar a tranquilidade e a paz pública. !
d) prevenção geral e prevenção especial.
e) afastar o delinquente da sociedade, para evitar novos crimes.

22 - (VUNESP – 2014 – PC-SP – PERITO)


No tocante à temática da prevenção da infração à lei penal, é correto
afirmar que a prevenção
(A) secundária consiste em, dentre outras, políticas criminais voltadas
exclusivamente à reintegração do preso na sociedade.
(B) terciária consiste em políticas públicas de conscientização de todos os
cidadãos quanto à importância de se cumprirem as leis, mediante o
fornecimento de serviços públicos de qualidade, tais como saúde, educação
e segurança.
(C) geral busca, por meio da pena, intimidar os indivíduos propensos a
delinquir, inibindo-os de transgredir a lei penal.
(D) geral negativa busca, por meio da pena, a reeducação e a
ressocialização do criminoso.
(E) primária consiste em, dentre outras, ações policiais de repressão às
práticas delituosas.

23 - (VUNESP - 2014 - PC-SP - ESCRIVÃO DE POLÍCIA)


A criminologia moderna estuda o fenômeno da criminalidade por meio da
estatística criminal. Nessa seara, a expressão “cifra dourada” designa.
A) o total de delitos registrados e de conhecimento do poder público que
são elucidados.
B) as infrações penais praticadas pela elite, não reveladas ou apuradas;
trata-se de um subtipo da “cifra negra”, a exemplo do crime de sonegação
fiscal
C) as infrações penais de maior gravidade, como, por exemplo, o
homicídio, que, ao ser elucidado, permite ao poder público planejar melhor
40458728683

suas ações e alterar a legislação


D) as infrações penais de menor potencial ofensivo, por enquadrar-se na
Lei n.º 9.099/95, a exemplo do delito de perturbação do sossego alheio
E) o percentual de delitos praticados pela sociedade de baixa renda que
não chega ao conhecimento do poder público por falta de registro, e,
portanto, não são elucidados

24 - (VUNESP - 2014 - PC-SP - ESCRIVÃO DE POLÍCIA)


Uma das formas que o Estado Brasileiro adota como controle e inibição
criminal é a pena prevista para cada crime, cuja teoria adotada pelo Código
Penal Brasileiro é a mista, de acordo com o artigo 59 do Código Penal, que
tem como finalidade a:

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A) prevenção e a retribuição !
B) indenização e a repreensão.
C) punição e a reparação.
D) inibição e a reeducação.
E) conciliação e o exemplo.

25 - (VUNESP - 2014 - PC-SP - ESCRIVÃO DE POLÍCIA)


O conceito de prevenção delitiva, no Estado Democrático de Direito, e as
medidas adotadas para alcançá-la são.
A) o conjunto de ações que visam evitar a ocorrência do delito, atingindo
direta e indiretamente o delito.
B) o conjunto de ações que visam estudar o delito, atingindo direta e
indiretamente o criminoso
C) o conjunto de ações adotadas pela vítima que visam evitar o delito,
atingindo o delinquente direta e indiretamente.
D) o conjunto de ações que visam estudar o criminoso, atingindo o ato
delitivo direta e indiretamente.
E) o conjunto de ações que visam estudar o crime, atingindo o criminoso
direta e indiretamente.

26 - (VUNESP - 2013 - PC-SP - AUXILIAR DE PAPILOSCOPISTA


POLICIAL)
Quanto à teoria neorretribucionista, é correto afirmar:
A) surgiu na Europa, no século passado, baseada na teoria do consenso,
tem como objetivo coibir o crime organizado e os crimes transnacionais, o
que inibiria os crimes menos graves.
B) surgiu na Itália, na década de sessenta, é uma das mais importantes
teorias do conflito, por meio dessa teoria, a criminalidade não é resultante
somente da conduta humana, mas a consequência de um processo em que
se atribui uma qualidade à pessoa.
40458728683

C) surgiu nos Estados Unidos, inspirada na escola de Chicago, com a


denominação “lei e ordem” ou “tolerância zero”, decorrente da teoria das
janelas quebradas, tem como objetivo coibir os pequenos delitos, o que
inibiria os mais graves
D) surgiu na Alemanha, no século XIX, defende que o comportamento do
criminoso é aprendido, nunca herdado, criado ou desenvolvido pelo sujeito
ativo, tem como objetivo identificar e punir rigorosamente o criminoso para
servir de exemplo, a chamada prevenção geral.
E) surgiu na Inglaterra, está baseada na teoria da sub- cultura delinquente,
ou seja, o comportamento criminoso é um sintoma de dissociação entre as
aspirações socioculturais e os meios desenvolvidos para alcançar essas
aspirações.

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27 - (UFPR – 2014 – DPE-PR – DEFENSOR PÚBLICO)
Na Criminologia, é frequente o debate a respeito das funções da pena.
Segundo a ideia de prevenção especial negativa, a pena teria a função de:
a) ressocializar o condenado, promovendo sua harmônica integração social.
b) retribuir proporcionalmente o mal causado pelo delito.
c) neutralizar ou segregar o condenado do meio social, impedindoo de
cometer novas infrações penais.
d) reforçar a confiança da coletividade na vigência da norma, estimulando
a fidelidade ao Direito.
e) intimidar e dissuadir a coletividade, de modo que todos se abstenham
da prática de infrações penais.

28 - (VUNESP – 2014 – PC-SP – MÉDICO LEGISTA)


A expressão “cifra negra”, em Criminologia, corresponde ao número de
a) erros judiciais (decisões judiciais incompatíveis com a realidade dos
fatos).
b) crimes ocorridos e não reportados à autoridade.
c) criminosos reincidentes.
d) prisões efetuadas injustamente.
e) crimes ocorridos em ambientes públicos, mas cuja autoria permanece
ignorada.

29 - (VUNESP – 2014 – PC-SP – DELEGADO DE POLÍCIA)


A prevenção criminal que está voltada à segurança e qualidade de vida,
atuando na área da educação, emprego, saúde e moradia, conhecida
universalmente como direitos sociais e que se manifesta a médio e longo
prazos, é chamada pela Criminologia de prevenção
a) primária. 40458728683

b) individual.
c) secundária.
d) estrutural.
e) terciária.

30 - (VUNESP – 2013 – PC-SP – AGENTE)


Os “crimes de colarinho branco” são delitos conhecidos na Criminologia por
a) crimes contra a dignidade social.
b) crimes de menor potencial ofensivo.
c) cifras cinza.

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d) cifras amarelas. !
e) cifras douradas.

31 - (PC-SP – 2011 – PC-SP – DELEGADO DE POLÍCIA)


A prevenção terciária da infração penal, no Estado Democrático de Direito,
está relacionada
a) ao controle dos meios de comunicação.
b) aos programas policiais de prevenção.
c) à ordenação urbana.
d) à população carcerária.
e) ao surgimento de conflito.

32 - (PC-SP – 2010 – PC-SP – ESCRIVÃO)


O termo cifra dourada é indicativo
a) dos crimes praticados por membros da realeza.
b) da violência doméstica ocorrida nas classes altas e não relatadas à
polícia.
c) dos crimes esclarecidos mediante à oferta de uma recompensa.
d) do número de jovens de alto poder aquisitivo envolvidos com o
narcotráfico.
e) dos crimes denominados de “colarinho branco”.

33 - (PC-SP – 2010 – PC-SP – ESCRIVÃO)


Dentre as alternativas, assinale a que é apontada como a menos compatível
com a dignidade da pessoa humana e o Estado Democrático de Direito.
a) O Direito Penal do Inimigo.
b) O abolicionismo penal.
c) O Direito Penal Mínimo. 40458728683

d) A “Terza Scuola”.
e) A Lei da Saturação Criminal

6.! EXERCÍCIOS COMENTADOS

01 - (VUNESP - 2013 - PC-SP - PAPILOSCOPISTA POLICIAL)


Uma das mais importantes teorias do conflito; surgiu nos Estados
Unidos nos anos de 1960, e seus principais expoentes foram Erving
Goffman e Howard Becker. Trata-se da
A) Teoria do labelling approach.

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B) Teoria da subcultura delinquente. !
C) Teoria da desorganização social.
D) Teoria da anomia.
E) Teoria das zonas concêntricas.
COMENTÁRIOS: As teorias do conflito são as correntes criminológicas
que, em contraposição às teorias do consenso, entendem que o Direito
Penal não parte de um consenso social sobre os bens jurídicos mais
relevantes e por isso os tutela (ou pretende tutelar).
As teorias do conflito entendem o Direito Penal como um instrumento nas
mãos de uma das classes na sociedade, a classe dominante e que, portanto,
o Direito Penal não selecionaria bens jurídicos mais importantes para a
sociedade a fim de tutelá-los, mas selecionaria os bens jurídicos mais
importantes para esta classe dominante, de forma que haveria um conflito
entre uma classe e outra.
Erving Goffman e Howard Becker foram dois dos maiores expoentes da
teoria do Labelling approach, ou teoria do “etiquetamento”, segundo a qual
o delito não é um dado natural, mas um dado normativo, ou seja, nada é
delito “por sua própria natureza”. É delito aquele fato que foi assim
rotulado, e é criminoso, portanto, aquele que foi assim rotulado pela lei, já
que o fenômeno “crime” necessita de uma previsão normativa.
Podemos citar como expoentes, ainda, o grande Alessandro Baratta.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.

02 - (VUNESP - 2014 - PC-SP - ESCRIVÃO DE POLÍCIA)


A teoria do neorretribucionismo, com origem nos Estados Unidos,
também conhecida por “lei e ordem” ou “tolerância zero”, é
decorrente da teoria.
A) “positiva”
B) “janelas quebradas”
C) “clássica” 40458728683

D) “cidade limpa”
E) “diferencial”.
COMENTÁRIOS: A teoria das janelas quebradas, ou "Broken Windows
Theory", foi desenvolvida nos EUA, e tem como fundamento básico o
combate severo ao crime, por menor que seja, pois segundo esta teoria a
proliferação dos pequenos delitos cria um ambiente propício ao
desenvolvimento de grandes delitos, sob a alegação de que a aparente
inércia do Estado produziria um efeito estimulante em relação à prática de
delitos. Trata-se de uma espécie de política de tolerância zero.
A teoria do “neo-retribucionismo” é uma das políticas criminais
contemporâneas que pregam uma maior repressão estatal, ou seja, uma
aplicação do sistema punitivo do Estado.

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Trata-se, na verdade, de um movimento de reação aos elevados índices de !
criminalidade (surgido nos Estados Unidos), e tem como principal
fundamento a ideia de que para diminuir a criminalidade é necessário punir
mais.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.

03 - (VUNESP - 2013 - PC-SP - AUXILIAR DE PAPILOSCOPISTA


POLICIAL)
Quanto à teoria neorretribucionista, é correto afirmar:
A) surgiu na Europa, no século passado, baseada na teoria do
consenso, tem como objetivo coibir o crime organizado e os crimes
transnacionais, o que inibiria os crimes menos graves.
B) surgiu na Itália, na década de sessenta, é uma das mais
importantes teorias do conflito, por meio dessa teoria, a
criminalidade não é resultante somente da conduta humana, mas a
consequência de um processo em que se atribui uma qualidade à
pessoa.
C) surgiu nos Estados Unidos, inspirada na escola de Chicago, com
a denominação “lei e ordem” ou “tolerância zero”, decorrente da
teoria das janelas quebradas, tem como objetivo coibir os pequenos
delitos, o que inibiria os mais graves
D) surgiu na Alemanha, no século XIX, defende que o
comportamento do criminoso é aprendido, nunca herdado, criado
ou desenvolvido pelo sujeito ativo, tem como objetivo identificar e
punir rigorosamente o criminoso para servir de exemplo, a
chamada prevenção geral.
E) surgiu na Inglaterra, está baseada na teoria da sub- cultura
delinquente, ou seja, o comportamento criminoso é um sintoma de
dissociação entre as aspirações socioculturais e os meios
desenvolvidos para alcançar essas aspirações.
COMENTÁRIOS: A teoria do “neo-retribucionismo” é uma das políticas
criminais contemporâneas que pregam uma maior repressão estatal, ou
40458728683

seja, uma aplicação do sistema punitivo do Estado.


Trata-se, na verdade, de um movimento de reação aos elevados índices de
criminalidade (surgido nos Estados Unidos), e tem como principal
fundamento a ideia de que para diminuir a criminalidade é necessário punir
mais.
De fato, esta teoria se vale, dentre outras, da conhecida “teoria das janelas
quebradas”, segundo a qual a ausência de punição dos delitos pequenos
serviria como estímulo à prática dos delitos mais graves, de maneira que o
Estado deveria aumentar, ainda mais, seu sistema punitivo.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.

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04 - (UFPR – 2014 – DPE-PR – DEFENSOR PÚBLICO) !
Em relação às distintas teorias criminológicas, a ideia de que o
“desviante” é, na verdade, alguém a quem o rótulo social de
criminoso foi aplicado com sucesso foi desenvolvida pela Teoria
a) da anomia.
b) da associação diferencial.
c) da subcultura delinquente.
d) da ecologia criminal.
e) da reação social ou Labelling Approach.
COMENTÁRIOS: A ideia de que o crime é um rótulo imposto a
determinadas condutas deriva da teoria da reação social ou rotulamento
social (labelling approach). Em consequência disso, “criminoso” também
será alguém que foi rotulado como tal, de acordo com a seletividade do
sistema penal.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.

05 - (FEPESE – 2014 – MPE-SC – PROMOTOR DE JUSTIÇA)


Contrariamente ao classicismo, que não visualizou no criminoso
nenhuma anormalidade - e dele não se ocupou - o positivismo
reconduziu-o para o centro de suas análises, apreendendo nele
estigmas decisivos da criminalidade.
COMENTÁRIOS: Discordo um pouco do gabarito desta questão. Isto
porque os clássicos, de fato, apoiavam suas teses na ideia de que o crime
não seria decorrência de uma anormalidade da figura do criminoso.
Contudo, dizer que os clássicos não se ocuparam da figura do criminoso
parece um pouco forçado. De toda forma, o positivismo realmente conduziu
o criminoso para o centro da análise, inclusive verificando nele aspectos
biológicos como fatores criminógenos.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA.

40458728683

06 - (FEPESE – 2014 – MPE-SC – PROMOTOR DE JUSTIÇA)


No paradigma etiológico, modelado segundo uma matriz positivista
derivada Das Ciências Naturais, a Criminologia é definida como uma
Ciência causal-explicativa da criminalidade, isto é, que investiga as
causas da criminalidade (seu objeto) segundo o método
experimental.
COMENTÁRIOS: A etiologia criminal é uma disciplina que visa a explicar
as causas da criminalidade. Para tanto, se vale do empirismo, o método
científico da experimentação.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA.

07 - (VUNESP – 2014 – PC-SP – MÉDICO LEGISTA)

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A autonomia da Criminologia frente ao Direito Penal !
a) é almejada pelos estudiosos da primeira, mas negada pelos
estudiosos do segundo.
b) não se concretiza, uma vez que a primeira não é considerada
ciência, ao contrário do segundo.
c) comprova-se, por exemplo, pelo caráter crítico que a primeira
desenvolve em relação ao segundo.
d) não se vislumbra na prática, uma vez que todos os conceitos da
primeira são emprestados do segundo.
e) não se efetiva, uma vez que ambos têm o mesmo objeto e são
concretizados pelo mesmo método de estudo, qual seja, o empírico.
COMENTÁRIOS: A criminologia já se firmou como uma ciência autônoma
frente ao Direito Penal. A criminologia é uma ciência empírica, que analisa
os fatos e as causas do fenômeno delituoso, sendo uma ciência do “ser”. O
Direito Penal, por sua natureza, é uma ciência meramente normativa, que
visa a moldar o comportamento humano, uma verdadeira ciência do “dever
ser”.
A autonomia da criminologia também pode ser explicada pela crítica desta
em relação ao Direito Penal, embora nem todas as correntes criminológicas
desenvolvam tal crítica de forma acentuada.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.

08 - (VUNESP – 2014 – PC-SP – MÉDICO LEGISTA)


O método de estudo da Criminologia reúne as seguintes
características:
a) silogismo; vedação de interdisciplinariedade; visão indutiva da
realidade.
b) empirismo; vedação de interdisciplinariedade; visão indutiva da
realidade.
c) racionalismo; interdisciplinariedade; visão indutiva da realidade.
40458728683

d) empirismo; interdisciplinariedade; visão indutiva da realidade.


e) racionalismo; interdisciplinariedade; visão dedutiva da
realidade.
COMENTÁRIOS: Ciência do “ser”, a criminologia se vale do empirismo
para comprovar suas teses, bem como possui caráter interdisciplinar, já
que se utiliza de diversos ramos da ciência que lhe são correlatos, como a
psicologia, a psiquiatria, a sociologia, etc.
Também pode ser considerada indutiva, eis que se vale do conhecimento
do objeto de estudo para formar um juízo universal.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.

09 - (VUNESP – 2014 – PC-SP – MÉDICO LEGISTA)

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Assinale a alternativa que completa as lacunas do texto. !
Os estudos de Sociologia Criminal de Sutherland (Teoria da
Associação Diferencial) estão principalmente ligados aos crimes de
________e tiveram como foco ________ .
a) genocídio ... a Alemanha
b) organizações criminosas ... a Itália
c) jogo ilegal ... a atual Rússia (ex-URSS)
d) discriminação de gênero ... países do Oriente Médio
e) colarinho branco ... os Estados Unidos da América
COMENTÁRIOS: Sutherland focou seus estudos sobre os crimes de
colarinho Branco, nos Estados Unidos da América, mais especificamente em
Chicago.
Para Sutherland, as explicações fornecidas pelas diversas teorias
criminológicas até então não seriam capazes de responder de forma
adequada à questão dos crimes de colarinho branco, já que todas (ou quase
todas) viam nas mazelas sociais (desorganização social, pobreza, etc.) a
gênese do crime, de forma que se distanciavam da realidade dos crimes de
colarinho branco (White colar crimes).
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.

10 - (VUNESP – 2014 – PC-SP – INVESTIGADOR DE POLÍCIA)


A criminologia pode ser conceituada como uma ciência ______,
baseada na observação e na experiência, e ________ que tem por
objeto de análise o crime, o criminoso, a vítima e o controle social.
a) exata … multidisciplinar
b) objetiva … monodisciplinar
c) humana … unidisciplinar
d) biológica … transdisciplinar
e) empírica … interdisciplinar
40458728683

COMENTÁRIOS: A criminologia, em sua fase atual, científica, pode ser


conceituada pela perfeita definição de GARCÍA-PABLOS DE MOLINA9, “(...)
trata-se de uma ciência empírica e interdisciplinar, que se ocupa do estudo
do crime, da pessoa do infrator, da vítima e do controle social do
comportamento delitivo(...).”
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.

11 - (VUNESP – 2014 – PC-SP – DELEGADO DE POLÍCIA)

!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
9
GARCÍA-PABLOS DE MOLINA, Antônio; FLÁVIO GOMES, Luiz. Criminologia. editora RT.
São Paulo, 2002. Página 30.

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A moderna Sociologia Criminal possui visão bipartida do !
pensamento criminológico atual, sendo uma de cunho funcionalista
e outra de cunho argumentativo. Trata-se das teorias
a) indutiva e dedutiva.
b) do consenso e do conflito.
c) absoluta e relativa.
d) moderna e contemporânea.
e) abstrata e concreta.
COMENTÁRIOS: O pensamento da criminologia social ou sociológica é
bipartido em teoria do consenso e teoria do conflito.
A teoria do consenso ou “criminologia do consenso” parte da premissa de
que a sociedade é formada por uma séria de valores fundamentais
consensuais, que devem ser protegidos e promovidos por todos. Assim, o
Direito Penal nada mais seria que uma ferramenta para a defesa destes
valores comuns a todos os indivíduos.
Inserem-se nesta ideia as teorias desenvolvidas pela ESCOLA DE CHICAGO,
ANOMIA E ASSOCIAÇÃO DIFERENCIAL.
A criminologia do conflito vê a sociedade não como um todo coeso e
harmônico, fundado em valores comuns a todos os indivíduos, e sim um
campo de batalha entre classe dominante e dominada. Para ela, o Direito
Penal nada mais é que uma ferramenta a serviço da classe dominante, de
forma a garantir a manutenção do status quo, coagindo a classe dominada
a “andar na linha”. Para tanto, o Direito Penal seria absolutamente seletivo
na escolha das condutas que seriam criminalizadas, optando por uma
criminalização primária voltada às condutas geralmente praticadas pelos
indivíduos pertencentes à classe dominada (furto seria mais grave que
condutas lesivas à ordem econômica, por exemplo).
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.

12 - (VUNESP – 2014 – PC-SP – DELEGADO DE POLÍCIA)40458728683

Assinale a alternativa que completa, correta e respectivamente, a


frase: A Criminologia__________ ; o Direito Penal __________.
a) não é considerada uma ciência, por tratar do “dever ser” … é
uma ciência empírica e interdisciplinar, fática do “ser”
b) é uma ciência normativa e multidisciplinar, do “dever ser” … é
uma ciência empírica e fática, do “ser”
c) não é considerada uma ciência, por tratar do “ser” … é uma
ciência jurídica, pois encara o delito como um fenômeno real, do
“dever ser”
d) é uma ciência empírica e interdisciplinar, fática do “ser” … é uma
ciência jurídica, cultural e normativa, do “dever ser”

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e) é considerada uma ciência jurídica, por tratar o delito como um !
conceito formal, normativo, do “dever ser” … não é considerado
uma ciência, pois encara o delito como um fenômeno social, do
“ser”
COMENTÁRIOS: Ciência do “ser”, a criminologia se vale do empirismo
para comprovar suas teses, bem como possui caráter interdisciplinar, já
que se utiliza de diversos ramos da ciência que lhe são correlatos, como a
psicologia, a psiquiatria, a sociologia, etc.
O Direito Penal, por sua vez, é uma ciência meramente normativa, do
“dever ser” (modelação de comportamentos), baseado nos valores culturais
de determinada sociedade.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.

13 - (VUNESP – 2014 – PC-SP – TÉCNICO DE LABORATÓRIO)


A expressão “Criminologia” foi empregada pela primeira vez por
a) Adolphe Quetelet e divulgada internacionalmente por Cesare
Bonesana, em sua obra intitulada Dos delitos e das penas.
b) Cesare Lombroso e divulgada internacionalmente por Raffaele
Garofalo, em sua obra intitulada Criminologia.
c) Paul Topinard e divulgada internacionalmente por Cesare
Bonesana, em sua obra intitulada Dos delitos e das penas.
d) Cesare Lombroso e divulgada internacionalmente por Adolphe
Quetelet, em sua obra intitulada O homem médio.
e) Paul Topinard e divulgada internacionalmente por Raffaele
Garofalo, em sua obra intitulada Criminologia.
COMENTÁRIOS: Atribui-se o termo à PAUL TOPINARD, embora RAFFAELE
GAROFALO tenha sido aquele que mais contribuiu para sua divulgação.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.

14 - (VUNESP – 2014 – PC-SP – TÉCNICO DE LABORATÓRIO)


40458728683

É correto afirmar que a Criminologia é uma


a) disciplina auxiliar das ciências médicas, voltada às investigações
clínicas, por meio de perícia e exames laboratoriais.
b) ciência empírica e interdisciplinar, a qual estuda os fatores que
contribuem para a ocorrência do crime, dentre outros temas
correlatos.
c) disciplina auxiliar das ciências jurídicas, voltada às técnicas de
realização de perícia e exames laboratoriais.
d) disciplina auxiliar das ciências criminais, voltada às
investigações por meio de perícia e exames laboratoriais.

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e) ciência dogmático-normativa, fundada na ética e na filosofia, a !
qual estuda a personalidade do preso, dentre outros temas
correlatos.
COMENTÁRIOS: A criminologia, em sua fase atual, científica, pode ser
conceituada pela perfeita definição de GARCÍA-PABLOS DE MOLINA10, “(...)
trata-se de uma ciência empírica e interdisciplinar, que se ocupa do estudo
do crime, da pessoa do infrator, da vítima e do controle social do
comportamento delitivo(...).”
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.

15 - (CESPE – 2013 – POLÍCIA FEDERAL – DELEGADO)


O surgimento das teorias sociológicas em criminologia marca o fim
da pesquisa etiológica, própria da escola ou do modelo positivista.
COMENTÁRIOS: Item errado. As teorias sociológicas da criminologia
deslocaram o centro da análise do criminoso para a sociedade, mas
continuam mantendo o paradigma etiológico da criminologia positivista, ou
seja, a busca pelas causas da criminalidade.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.

16 - (CESPE – 2013 – POLÍCIA FEDERAL – DELEGADO)


A teoria funcionalista da anomia e da criminalidade, introduzida por
Emile Durkheim no século XIX, contrapunha à ideia da propensão
ao crime como patologia a noção da normalidade do desvio como
fenômeno social, podendo ser situada no contexto da guinada
sociológica da criminologia, em que se origina uma concepção
alternativa às teorias de orientação biológica e caracterológica do
delinquente.
COMENTÁRIOS: A teoria ou concepção estrutural-funcionalista rompeu
com as teorias clínica e sociológica. Para esta teoria, o crime é um
fenômeno “natural”, inerente à sociedade, de forma que seriam inválidas
as ideias de criminoso como anormal, bem como as tentativas de explicar
40458728683

o crime com base em aspectos sociológicos.


DURKHEIM, talvez o principal nome desta teoria, entendia que o crime era
algo “normal” na sociedade, pois uma sociedade sem crime seria
absolutamente inviável, e que patologia social não seria a existência de
crime, mas a sua ausência.
Para DURKHEIM, o crime era o fenômeno o social que permitia a
reafirmação da ordem social, pois toda vez que um crime era praticado

!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
10
GARCÍA-PABLOS DE MOLINA, Antônio; FLÁVIO GOMES, Luiz. Criminologia. editora RT.
São Paulo, 2002. Página 30.

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surgia a possibilidade de reafirmação e legitimação dos vínculos estruturais !
e estruturantes da sociedade.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA.

17 – (FEPESE – 2014 – MPE-SC – PROMOTOR DE JUSTIÇA)


O movimento de política criminal denominado "lei e ordem" se deve
à construção teórica de Gunther Jacobs que, por sua vez, deriva do
"labelling approach".
COMENTÁRIOS: Item errado. O movimento “lei e ordem”, assim como o
“tolerância zero” decorrem da teoria das janelas quebradas, que entendia
que os delitos deveriam ser sempre punidos, por menores que fossem,
como forma de reafirmar a autoridade da Lei e inibir a prática dos delitos
mais graves.
Tal teoria derivou da corrente de pensamento conhecida como ESCOLA DE
CHICAGO.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.

18 - (VUNESP - 2013 - PC-SP - ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL)


São conhecidas por __________os crimes que não são registrados
em órgãos oficiais encarregados de sua repressão, em decorrência
de omissão das vítimas, por temor de represália.
Assinale a alternativa que preenche corretamente a lacuna.
A) estatísticas azuis
B) estatísticas brancas
C) cifras douradas
D) cifras negras
E) cifras cinza
COMENTÁRIOS: Esses delitos que ficam à margem dos registros oficiais
são denominados pela Doutrina criminológica como “cifras negras”, ou
“cifras ocultas” e ajudariam a sustentar o modelo jurídico-penal vigente,
40458728683

mero instrumento de dominação de classes, na medida em que a classe


dominante poderia manipular os dados da forma que melhor lhe conviesse,
como forma de legitimação do sistema.
Na verdade, não é somente o temor da represália que gera a cifra negra,
mas inúmeros fatores.
O temor da represália é um fator determinante em relação aos delitos
praticados pelos próprios agentes da estrutura policial, e neste caso
teríamos “cifras amarelas”. Assim, entendo que a questão foi mal formulada
e poderia ter sido anulada, mas não o foi.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.

19 - (VUNESP - 2013 - PC-SP - ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL)

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Assinale a alternativa que apresenta corretamente uma das!
características da função retributiva da pena, segundo a Teoria
Absoluta.
A) Analogia: pena independente da gravidade do delito.
B) Duração indeterminada: a duração da pena dependerá, dentre
outros fatores, do comportamento do apenado.
C) Infligibilidade: a pena consistirá em aflição corporal.
D) Derrogabilidade: o delito terá, por consequência, uma punição,
ainda que injusta.
E) Responsabilidade penal individual: a pena não passará da pessoa
do condenado.
COMENTÁRIOS: Uma das características da função retributiva da pena
(Infligir um mal ao infrator, um mal necessário em razão do rompimento
dos laços com a sociedade) é a intranscendência da pena, segundo o qual
a pena não passará da pessoa do apenado, já que tendo função retributiva,
deverá, necessariamente, ser punido aquele que cometeu o delito, pois o
seu sofrimento através da pena é fundamental para que esta alcance sua
finalidade.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.

20 - (VUNESP - 2013 - PC-SP - INVESTIGADOR DE POLÍCIA)


O legislador brasileiro, ao dispor sobre as funções da reprimenda
pela prática de infração penal no artigo 59 do Código Penal – O
juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à
personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e
consequências do crime, bem como ao comportamento da vítima,
estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente para
reprovação e prevenção do crime... –, adotou a teoria da
A) função reeducativa da pena.
B) função de prevenção especial da pena.
C) função de prevenção geral da pena. 40458728683

D) função retributiva da pena.


E) função mista ou unificadora da pena.
COMENTÁRIOS: Podemos perceber que o nosso ordenamento jurídico
adotou a teoria mista das funções da pena, já que pela leitura do art. 59
do CP fica claro que se pretende tenha a pena um viés retributivo (castigo
ao infrator) e um viés preventivo (prevenção geral e especial).
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.

21 - (VUNESP – 2013 – PC/SP – PAPILOSCOPISTA)

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Umas das formas que o Estado Democrático de Direito possui para !
prevenir o crime é a pena. De acordo com a teoria mista que estuda
as penas, estas têm a finalidade de
a) punir o delinquente de forma proporcional ao mal praticado.
b) trazer mais tranquilidade para a sociedade, uma vez que o
criminoso não estará mais nas ruas.
c) retomar a tranquilidade e a paz pública.
d) prevenção geral e prevenção especial.
e) afastar o delinquente da sociedade, para evitar novos crimes.
COMENTÁRIOS: A pena pode possui diversas funções, a depender da
Teoria que se filie.
A teoria utilitarista (ou da prevenção ou, ainda, teoria relativa) entende que
a pena tem como finalidade prevenir o crime, seja pela prevenção especial
(evitar que o infrator volte a delinquir), seja pela prevenção geral (servir
de exemplo para que outras pessoas sejam desencorajadas a praticar
crimes).
A teoria absoluta (ou retributiva) entende que a pena tem por finalidade
PUNIR o delinquente, como forma de recompensa pela mal que praticou.
Já a teoria mista (ou eclética) entende que a pena conjuga ambas as
finalidades: Punir e prevenir.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.

22 - (VUNESP – 2014 – PC-SP – PERITO)


No tocante à temática da prevenção da infração à lei penal, é
correto afirmar que a prevenção
(A) secundária consiste em, dentre outras, políticas criminais
voltadas exclusivamente à reintegração do preso na sociedade.
(B) terciária consiste em políticas públicas de conscientização de
todos os cidadãos quanto à importância de se cumprirem as leis,
mediante o fornecimento de serviços públicos de qualidade, tais
40458728683

como saúde, educação e segurança.


(C) geral busca, por meio da pena, intimidar os indivíduos
propensos a delinquir, inibindo-os de transgredir a lei penal.
(D) geral negativa busca, por meio da pena, a reeducação e a
ressocialização do criminoso.
(E) primária consiste em, dentre outras, ações policiais de
repressão às práticas delituosas.
COMENTÁRIOS: A prevenção, enquanto finalidade da pena, pode ser geral
ou especial. Será geral quando tiver por finalidade desestimular os demais
membros da sociedade, a fim de que não pratiquem crimes, utilizando-se
da ideia de “exemplo”.

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A prevenção especial, por sua vez, se destina ao próprio infrator, ou seja, !
a pena tem a finalidade de evitar que aquele infrator volte a delinquir.
Outra classificação, menos utilizada é a que divide a prevenção em
primária, secundária e terciária:
A prevenção primária é a verdadeira prevenção, pois ela ataca a raiz do
mal, ou seja, as causas sociais do problema (desemprego, educação, etc.)
Ela atua no longo prazo e requer forte investimento estatal.
A prevenção secundária, por sua vez, não quer saber onde e quando
conflito criminal ocorre ou é gestado, mas onde se manifesta. Opera a curto
e médio prazos e se destina seletivamente a determinados grupos sociais,
notadamente aqueles grupos e subgrupos que possuem maior risco de
serem os protagonistas no cenário criminal, até pela própria seletividade
do sistema, que convenientemente escolhe os destinatários da norma
penal. Aqui, entram em cena o legislador (para tipificar condutas), o
sistema repressivo policial e judiciário, bem como, inclusive, os meios de
comunicação.
A prevenção terciária, por fim, tem como objeto o preso, ou o condenado,
melhor dizendo, com o objetivo de evitar a reincidência, possuindo nítido
caráter punitivo, utilizando-se da pena como forma de prevenção. Aqui
surge a ideia de prevenção especial e prevenção geral.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.

23 - (VUNESP - 2014 - PC-SP - ESCRIVÃO DE POLÍCIA)


A criminologia moderna estuda o fenômeno da criminalidade por
meio da estatística criminal. Nessa seara, a expressão “cifra
dourada” designa.
A) o total de delitos registrados e de conhecimento do poder público
que são elucidados.
B) as infrações penais praticadas pela elite, não reveladas ou
apuradas; trata-se de um subtipo da “cifra negra”, a exemplo do
crime de sonegação fiscal
40458728683

C) as infrações penais de maior gravidade, como, por exemplo, o


homicídio, que, ao ser elucidado, permite ao poder público planejar
melhor suas ações e alterar a legislação
D) as infrações penais de menor potencial ofensivo, por enquadrar-
se na Lei n.º 9.099/95, a exemplo do delito de perturbação do
sossego alheio
E) o percentual de delitos praticados pela sociedade de baixa renda
que não chega ao conhecimento do poder público por falta de
registro, e, portanto, não são elucidados
COMENTÁRIOS: Originalmente desenvolveu-se a ideia de “CIFRAS
NEGRAS”, para designar o conjunto de crimes que não entravam nas
estatísticas oficiais, ou que não eram solucionados ou punidos (Geralmente
a primeira definição).
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Posteriormente, surgiu a expressão “cifra dourada”, para designar os !
crimes do “colarinho branco”, e que seriam uma espécie de “cifra negra”
dos ricos, ou seja, as “cifras negras” das condutas criminosas praticadas
pelas classes mais elevadas.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.

24 - (VUNESP - 2014 - PC-SP - ESCRIVÃO DE POLÍCIA)


Uma das formas que o Estado Brasileiro adota como controle e
inibição criminal é a pena prevista para cada crime, cuja teoria
adotada pelo Código Penal Brasileiro é a mista, de acordo com o
artigo 59 do Código Penal, que tem como finalidade a:
A) prevenção e a retribuição
B) indenização e a repreensão.
C) punição e a reparação.
D) inibição e a reeducação.
E) conciliação e o exemplo.
COMENTÁRIOS: A finalidade da pena, de acordo com o CP, é mista, ou
seja, a pena é vista como forma de punição (retribuição) e prevenção do
delito (prevenção especial e prevenção geral).
Vejamos a redação do art. 59:
Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta
social, à personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e
conseqüências do crime, bem como ao comportamento da vítima,
estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente para reprovação e
prevenção do crime: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.

25 - (VUNESP - 2014 - PC-SP - ESCRIVÃO DE POLÍCIA)


O conceito de prevenção delitiva, no Estado Democrático de Direito,
e as medidas adotadas para alcançá-la são. 40458728683

A) o conjunto de ações que visam evitar a ocorrência do delito,


atingindo direta e indiretamente o delito.
B) o conjunto de ações que visam estudar o delito, atingindo direta
e indiretamente o criminoso
C) o conjunto de ações adotadas pela vítima que visam evitar o
delito, atingindo o delinquente direta e indiretamente.
D) o conjunto de ações que visam estudar o criminoso, atingindo o
ato delitivo direta e indiretamente.
E) o conjunto de ações que visam estudar o crime, atingindo o
criminoso direta e indiretamente.

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COMENTÁRIOS: No estado democrático de Direito, entende-se como !
prevenção delitiva o conjunto de ações que visam à prevenção da
ocorrência do delito.
Em decorrência deste conjunto de ações, o delito será, naturalmente,
atingido, direta ou indiretamente.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.

26 - (VUNESP - 2013 - PC-SP - AUXILIAR DE PAPILOSCOPISTA


POLICIAL)
Quanto à teoria neorretribucionista, é correto afirmar:
A) surgiu na Europa, no século passado, baseada na teoria do
consenso, tem como objetivo coibir o crime organizado e os crimes
transnacionais, o que inibiria os crimes menos graves.
B) surgiu na Itália, na década de sessenta, é uma das mais
importantes teorias do conflito, por meio dessa teoria, a
criminalidade não é resultante somente da conduta humana, mas a
consequência de um processo em que se atribui uma qualidade à
pessoa.
C) surgiu nos Estados Unidos, inspirada na escola de Chicago, com
a denominação “lei e ordem” ou “tolerância zero”, decorrente da
teoria das janelas quebradas, tem como objetivo coibir os pequenos
delitos, o que inibiria os mais graves
D) surgiu na Alemanha, no século XIX, defende que o
comportamento do criminoso é aprendido, nunca herdado, criado
ou desenvolvido pelo sujeito ativo, tem como objetivo identificar e
punir rigorosamente o criminoso para servir de exemplo, a
chamada prevenção geral.
E) surgiu na Inglaterra, está baseada na teoria da sub- cultura
delinquente, ou seja, o comportamento criminoso é um sintoma de
dissociação entre as aspirações socioculturais e os meios
desenvolvidos para alcançar essas aspirações.
40458728683

COMENTÁRIOS: A teoria do “neo-retribucionismo” é uma das políticas


criminais contemporâneas que pregam uma maior repressão estatal, ou
seja, uma aplicação do sistema punitivo do Estado.
Trata-se, na verdade, de um movimento de reação aos elevados índices de
criminalidade (surgido nos Estados Unidos), e tem como principal
fundamento a ideia de que para diminuir a criminalidade é necessário punir
mais.
De fato, esta teoria se vale, dentre outras, da conhecida “teoria das janelas
quebradas”, segundo a qual a ausência de punição dos delitos pequenos
serviria como estímulo à prática dos delitos mais graves, de maneira que o
Estado deveria aumentar, ainda mais, seu sistema punitivo.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.

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27 - (UFPR – 2014 – DPE-PR – DEFENSOR PÚBLICO)


Na Criminologia, é frequente o debate a respeito das funções da
pena. Segundo a ideia de prevenção especial negativa, a pena teria
a função de:
a) ressocializar o condenado, promovendo sua harmônica
integração social.
b) retribuir proporcionalmente o mal causado pelo delito.
c) neutralizar ou segregar o condenado do meio social, impedindo-
o de cometer novas infrações penais.
d) reforçar a confiança da coletividade na vigência da norma,
estimulando a fidelidade ao Direito.
e) intimidar e dissuadir a coletividade, de modo que todos se
abstenham da prática de infrações penais.
COMENTÁRIOS: A prevenção especial não se destina à sociedade, mas ao
infrator, de forma a prevenir a prática da reincidência. Pode ser negativa,
quando busca intimidar o condenado, de forma a que ele não cometa novos
delitos por medo, ou positiva, quando a preocupação está voltada à
ressocialização do condenado.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.

28 - (VUNESP – 2014 – PC-SP – MÉDICO LEGISTA)


A expressão “cifra negra”, em Criminologia, corresponde ao
número de
a) erros judiciais (decisões judiciais incompatíveis com a realidade
dos fatos).
b) crimes ocorridos e não reportados à autoridade.
c) criminosos reincidentes.
d) prisões efetuadas injustamente.
40458728683

e) crimes ocorridos em ambientes públicos, mas cuja autoria


permanece ignorada.
COMENTÁRIOS: A cifra negra corresponde à diferença entre a
criminalidade real e a criminalidade registrada pelas agências de controle,
ou seja, ao número de delitos que, por qualquer razão, não chegam ao
conhecimento das agências formais de controle.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.

29 - (VUNESP – 2014 – PC-SP – DELEGADO DE POLÍCIA)


A prevenção criminal que está voltada à segurança e qualidade de
vida, atuando na área da educação, emprego, saúde e moradia,

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conhecida universalmente como direitos sociais e que se manifesta !
a médio e longo prazos, é chamada pela Criminologia de prevenção
a) primária.
b) individual.
c) secundária.
d) estrutural.
e) terciária.
COMENTÁRIOS: A prevenção criminal que possui tais características é a
prevenção primária. A prevenção primária consiste em programas cuja
finalidade é atacar a causa da criminalidade, ou seja, a origem do problema
(desigualdade social, pobreza, desemprego, etc.), com resultados de médio
a longo prazo.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.

30 - (VUNESP – 2013 – PC-SP – AGENTE)


Os “crimes de colarinho branco” são delitos conhecidos na
Criminologia por
a) crimes contra a dignidade social.
b) crimes de menor potencial ofensivo.
c) cifras cinza.
d) cifras amarelas.
e) cifras douradas.
COMENTÁRIOS: Na verdade, a cifra dourada corresponde aos crimes de
colarinho branco que não são reportados ou apurados pelas agências de
controle, normalmente em razão do poder econômico dos infratores.
Assim, embora crime de colarinho branco não seja sinônimo de cifra
dourada, esta está vinculada aos crimes de colarinho branco.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.
40458728683

31 - (PC-SP – 2011 – PC-SP – DELEGADO DE POLÍCIA)


A prevenção terciária da infração penal, no Estado Democrático de
Direito, está relacionada
a) ao controle dos meios de comunicação.
b) aos programas policiais de prevenção.
c) à ordenação urbana.
d) à população carcerária.
e) ao surgimento de conflito.
COMENTÁRIOS: A prevenção terciária recai sobre o condenado, ou seja,
visa a evitar a reincidência. Pode se dar por meio da escolha da pena mais

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apropriada, pela progressão de regime, que possibilita o reencontro !
paulatino do preso com a sociedade, etc.
Assim, a população carcerária é um dos destinatários da prevenção terciária
(embora possa recair sobre os condenados que não estão encarcerados).
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.

32 - (PC-SP – 2010 – PC-SP – ESCRIVÃO)


O termo cifra dourada é indicativo
a) dos crimes praticados por membros da realeza.
b) da violência doméstica ocorrida nas classes altas e não relatadas
à polícia.
c) dos crimes esclarecidos mediante à oferta de uma recompensa.
d) do número de jovens de alto poder aquisitivo envolvidos com o
narcotráfico.
e) dos crimes denominados de “colarinho branco”.
COMENTÁRIOS: Na verdade, a cifra dourada corresponde aos cr