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versão On-line ISSN 1678-5177

Psicol. USP v.16 n.1-2 São Paulo 2005

A PSICOLOGIA AMBIENTAL E AS DIVERSAS REALIDADES


HUMANAS

Compreendendo o ambiente em Psicologia


Ambiental

Understanding the environment in


environmental psychology

Compréhension de l'environnement dans la


psychologie de l'environnement

Lenelis Kruse1

O termo ambiente, conforme usado na física ou em outras ciências naturais,


contrasta com o usado na concepção psicológica e social baseada no que o biólogo
J. von Uexküll (1921), já em 1909, definiu como "Umwelt". O ambiente, para
Uexküll, está sempre relacionado a um organismo que percebe e age, e isto
corresponde à estrutura e ao estado de seu "mundo interno". Traduzido para o
nível humano (o que Uexküll também tentou fazer), o ambiente é o entorno
subjetivamente significativo de um indivíduo ou grupo. "Umwelten" são conjuntos
de significados como experienciados e atuados por indivíduos e grupos. Colocando
de um modo mais amplo, "Umwelt" pode ser definido como algo que real ou
potencialmente tem um efeito sobre uma pessoa ou grupo - seja como um impacto
percebido abertamente (e sensorialmente), seja como influências mais sutis /
subconscientes, como a pressão atmosférica - e também como espaço de ação.

O ambiente na pesquisa da Psicologia


Ambiental

A Psicologia Ambiental leva em conta o ambiente em pesquisa


em, pelo menos, dois modos:

1. estritamente como o significado percebido ou atribuído ao


ambiente por uma pessoa (conforme delineado acima).
Exemplo: percepção de risco; percepção e avaliação de
mudança de clima ou do "buraco de ozônio"; experiência de
apinhamento; percepção / avaliação do uso de recursos
referente a um comportamento particular (ex. dirigir um
carro próprio x usar o transporte público); diferentes
concepções e percepções de "natureza" como bela, como
feia, como algo a ser conservado ou para ser usado pelo
bem do ser humano;
2. estudando o comportamento espacial manifestado por
pessoas (por ex., crianças em um playground; pessoas
usando o jardim da frente de suas casas, ou o parque da
redondeza), começamos por descrever o ambiente no qual
esta espécie de comportamento acontece, primeiramente
em termos físicos (tamanho, densidade, número de
brinquedos, caminhos, bancos etc.). Se eu fizer isto com os
meus estudantes, e eles tentarem observar os respectivos
comportamentos relacionados a aspectos ambientais,
geralmente, e de modo bem rápido, ocorre que a fim de
"compreender" os padrões de comportamento observados,
teremos de conhecer mais sobre o que um comportamento,
em um certo ambiente e dirigido a certos objetos, significa
para diferentes grupos de pessoas (idade, sexo, ocupação e
responsabilidades etc., ou para certos indivíduos com
diferentes biografias).

Cabe aos psicólogos ambientais realizar e operacionalizar mais e mais o slogan


"pense globalmente, aja localmente" e assim proporcionar evidência para a relação
fundamental entre os problemas ambientais globais e as ações locais e regionais

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Psicol. USP vol.16 no.1-2 São Paulo 2005

http://dx.doi.org/10.1590/S0103-65642005000100030

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A Psicologia Ambiental: competência e contornos de


uma disciplina. Comentários a partir das contribuições

Environmental psychology: competence and contours of a


discipline - Comments based on the contributions

La psychologie de l'environnement: compétence et scéma


d'une discipline - commentaires a partir des contributions

Gabriel Moser1

a) O objeto da psicologia ambiental

A Psicologia Ambiental é uma disciplina que trata do "psicológico", quer dizer, do


indivíduo enquanto ser que pensa, que sente e que age, de um lado, e do
ambiente, de outro lado. Trata-se de Psicologia, portanto de uma disciplina que lida
com o indivíduo em sua relação com o ambiente.

para G. Evans, a Psicologia Ambiental é definida como o estudo científico da relação


entre o ambiente físico e o comportamento humano. Segundo este autor, toda
pesquisa na disciplina deve dirigir-se ao ambiente físico, o único objeto que pode
satisfazer as exigências de um método científico e que pode permitir realizarmos a
transição entre os nossos discursos e o dos engenheiros que supostamente
aplicariam os nossos saberes. Para saber qual é a influência do ambiente físico no
comportamento, é preciso distinguir claramente esses dois termos. Isto não implica
excluir toda investigação baseada em declarações do indivíduo mas a perceber
claramente os seus limites. Igualmente, damos importância demasiada aos fatores
culturais. Enquanto psicólogos, colocamos o acento principalmente sobre as
diferenças individuais e não o suficiente sobre as diferenças ambientais. Em outros
termos, as diferenças interculturais seriam essencialmente devidas às variações
ambientais.

o objeto da disciplina é a relação indivíduo-ambiente, os termos indivíduo e


ambiente não sendo independentes entre si. Como lembra E. Wiesenfeld, a
Psicologia Ambiental tem como objetivo estudar a relação indivíduo-ambiente,
abordá-la de um modo holístico, colocar a ênfase na dimensão social desta relação
e estabelecer os elos com outras disciplinas interessadas nesta temática. Assim, em
cada exame da relação com o ambiente, a atenção se dirige tanto ao indivíduo
quanto ao próprio ambiente. Pode-se, portanto, definir a Psicologia Ambiental como
sendo o estudo das interrelações entre o indivíduo e seu ambiente físico e social,
nas suas dimensões espaciais e temporais.

Devido ao seu objeto, a Psicologia Ambiental foi, e é, antes de tudo, uma Psicologia
do espaço, na medida em que ela analisa as percepções, as atitudes e os
comportamentos do indivíduo em sua relação explícita com o contexto físico e
social no qual ele evolui. Desta maneira, a relação indivíduo-ambiente é analisada
nos seguintes quatro níveis de referência espacial e social: 1) o micro-ambiente: o
espaço privado, a moradia, implicando o indivíduo; 2) os ambientes de
proximidade: os espaços partilhados semi-públicos, o habitat coletivo, o bairro, o
lugar de trabalho, os parques e os espaços verdes, concernentes à comunidade de
proximidade ou de vizinhança; 3) os ambientes coletivos públicos: as cidades, os
vilarejos, e os povoamentos diversos, implicando os agregados de indivíduos; e 4)
o ambiente global: o ambiente em sua totalidade, construído ou não, os recursos
naturais e os concernentes à sociedade enquanto tal. Esta distinção é importante
porque ela permite analisar a relação indivíduo-ambiente em termos da relação
com o ambiente em suas dimensões físicas e precisar as relação com o outro que
cada um dos diferentes níveis implica.

Na medida em que a Psicologia Ambiental é tanto uma disciplina acadêmica quanto


uma abordagem de campo, ela necessariamente se confronta com diferentes
culturas. Identificando o seu objeto como sendo o estudo das inter-relações entre o
indivíduo e seu ambiente físico e social nas suas dimensões espaciais e temporais,
ela oferece os meios de apreender estas relações em contextos culturalmente
diferentes e analisá-los enquanto tal. Apenas quando for identificada como uma
disciplina singular, com as suas características e os seus paradigmas próprios,
assim como com sua originalidade, suas abordagens do ambiente poderão se
inscrever em uma pluridisciplinaridade produtiva.

primeiramente, isto faz da Psicologia Ambiental a única disciplina interdisciplinar


que lida com o ambiente, impedindo-a, por isto mesmo, de se afirmar como uma
abordagem singular e, portanto, disciplinar;

H. Günther recorda que a Psicologia Ambiental implica em três campos de estudos


que condicionam, cada um deles, uma colaboração com grupos de disciplinas
diferentes: a Psicologia; o ambiente construído tal como pode ser estudado pelos
arquitetos, pelos ergonomistas e pelos urbanistas no que se refere à cidade ou à
paisagem; e os ambientes naturais tais como são estudados em biologia e em
geologia.
R. Gifford avalia que a contribuição da disciplina é pouco conhecida. Ele identifica
três prioridades para a psicologia ambiental: a necessidade de aumentar o
interesse pelo ambiente e a relação como o ambiente global; de colocar o acento
sobre a educação ambiental, quer dizer, na ênfase em mudanças de atitudes e de
comportamentos ante o ambiente; e de incitar os planejadores a considerar mais
firmemente a planificação social.

L. Castello insiste quanto à necessidade de implicar as comunidades envolvidas nas


transformações ambientais realizadas, e de trabalhar mais fortemente as
interrelações entre as noções de lugar, de sítio e de povoamento, observando uma
operacionalização muito frágil de certos conceitos teóricos.

Y. Bernard convida a Psicologia Ambiental a se basear mais em análises sócio-


demográficas, assim como em modos de vida de moradores, para identificar as
necessidades referentes ao habitat, relacionando principalmente as temporalidades
do habitat construído com as temporalidades dos ocupantes.

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65642005000100013

A PSICOLOGIA AMBIENTAL E AS DIVERSAS REALIDADES


HUMANAS

Por uma Psicologia Ambiental das


diferenças

For an environmental psychology based on


differences

Pour une psychologie de l'environnement des


différences

Elaine Pedreira Rabinovich1

A diferenciação da Psicologia em geral e a aproximação da Psicologia Ambiental


ocorreu devido à consideração do ambiente em sua concretude: a casa, por
exemplo, seus materiais e sua textura, suas divisões, seus cheiros e sons, os
movimentos dos corpos por ela propiciados, os hábitos do cotidiano ancorados na
organização do espaço, seu fora e seu dentro, principalmente os seus espaços
semi-privados e semi-públicos, seus ornamentos e cores; enfim, um espaço
sentido, vivido e produzido, se formos lembrar Lefebvre (1994).

O fato de o conceito de mediância vir de um geógrafo - e não de um psicólogo - a


nosso ver, apenas ratifica que a psicologia esvaziou de conteúdo o ambiente (assim
como o sujeito também foi esvaziado dos componentes ambientais, exceto os
sociais e/ou relacionais). Segundo Jodelet (1982), isto ocorreu porque a psicologia
do ambiente apoiou-se nos métodos, modelos teóricos e problemáticas apenas da
psicologia, incidindo em abordagens de orientação individualista e subjetivista, de
um lado, e fisicalista e objetivista, de outro. Kurt Lewin originou de fato, através de
Barker, os pioneiros estudos em Psicologia Ambiental, mas, a nosso ver, com
ênfase nos aspectos "estruturados".

Psicologia USP
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A PSICOLOGIA AMBIENTAL E AS DIVERSAS REALIDADES HUMANAS

Psicologia Ambiental: objeto, "realidades" sócio-físicas


e visões culturais de interações ambiente-
comportamento

Environmental psychology: object, sociophysical "realities"


and cultural views of environment-behavior interactions

Psychologie de l'environnement: objet,"realites" socio-


physiques et visions culturelles d’interactions environnement-
comportement

Víctor Corral-Verdugo1

Como uma área da psicologia, a Psicologia Ambiental tem também como seu objeto
o estudo do comportamento e de seus correlatos (Clitheroe, Stokols, & Zmuidzinas,
1998). É claro que, como no caso de outras áreas da psicologia, a Psicologia
Ambiental tem os suas próprias especificidades e interesses. Neste caso, a
Psicologia Ambiental está envolvida com os modos pelos quais os aspectos social e
físico do ambiente influenciam o comportamento das pessoas e como as ações das
pessoas, por sua vez, afetam os seus entornos. Este envolvimento torna necessária
a promoção de esforços interdisciplinares a fim de abranger uma variedade diversa
de dimensões (social, material) influenciadas por ou afetando o comportamento.

A Psicologia Ambiental emergiu como uma área aplicada da psicologia objetivando


resolver problemas com respeito às interações ambiente-comportamento. Como é
bem conhecido, duas abordagens dominaram a área (e ainda prevalecem) desde as
suas origens. Uma abordagem privilegiou o estudo dos efeitos ambientais sobre o
comportamento. Estudos referentes à percepção ambiental, mapas cognitivos,
preferências ambientais, ao efeito da estimulação ambiental sobre o desempenho
humano, às relações entre o projeto e o uso de espaços construídos, e às
avaliações pós-ocupação são representativos desta abordagem (Evans & Cohen,
1987; Kaplan, 1987; Lynch, 1960; Veitch & Arkkelin, 1995; Zimring & Reizenstein,
1980). Esta tradição em pesquisa pode ser identificada como a abordagem
ambiente comportamento (ac).
A segunda tradição hospeda os estudos referentes a como e porquê o
comportamento humano afeta o ambiente. Esta inclui a pesquisa sobre conservação
e comportamento sustentável, o estudo de crenças ambientais, valores,
personalidade e capacidades (entre outros) e a investigação da associação entre
variáveis demográficas e comportamento ambientalmente relevante. Igualmente
sob esta perspectiva está a relação entre educação ambiental e comunicação,
fatores situacionais (tanto normativos quanto físicos) e conservação ambiental (De
Young, 1996; Dunlap & Van Liere, 1978; Hines, Hungerford, & Tomera, 1987;
Scott, 1999; Zelezny, 1999). Podemos identificar esta perspectiva como a
abordagem comportamento  ambiente (ca).

sabe-se que alguns fatores ambientais físicos, tais como a escassez de recursos
naturais, aumentam a motivação para a conservação, o que, por sua vez, afeta
positivamente o status do ambiente (Corral-Verdugo, 2002). Sabe-se, também, que
uma experiência prévia de contatos com o ambiente promove uma afinidade
emocional para com a natureza, o que, consequentemente, promove a sua
conservação (Chipeniuk, 1995; Kals & Maes, 2002). Mais um caso: a percepção de
desperdício de recursos por outras pessoas influencia negativamente o próprio
comportamento de conservação (Corral-Verdugo, Frías, Pérez-Urías, Orduña, &
Espinoza, 2002; De Oliver, 1999). Em outras palavras, ao se estudar o efeito do
comportamento sobre o ambiente, é igualmente necessário estudar quais
influências ambientais são promotoras significativas de comportamento ambiental
responsável, e assim por diante.

o objeto da Psicologia Ambiental é a influência mútua de fatores ambientais e


comportamentais, ao tentar focalizar problemas específicos e soluções. Influência
mútua" significa que, a todo momento, o ambiente afeta o modo como
percebemos, sentimos, e agimos a fatores contextuais físicos e/ou normativos, e
que aquelas percepções, sentimentos e ações afetam os componentes sócio-físicos
do ambiente.

Dois aspectos principais da realidade constituem o objeto da Psicologia Ambiental.


De um lado, há um ambiente objetivo, tangível, feito de elementos físico-químicos,
que afetam as nossas sensações, percepções e ações (Gibson, 1977). Nosso
comportamneto também afeta esta dimensão física da realidade, modificando e
alterando a sua composição. De outro lado, os seres humanos, como sujeitos
sociais, criam e também estão expostos a um ambiente de artefatos culturais,
símbolos e convenções. O ambiente criado-pelo-homem da cultura, normas, regras
e leis estimula nossos organismos. As características resultantes são propriedades
"convencionadas" do ambiente, onde os estímulos são classificados segundo as
atribuições geradas por um grupo social (Segall, Dasen, Berry, & Poortinga, 1999).
Assim, estes dois aspectos da realidade (material, cultural) constituem o ambiente
sócio-físico.

O ambiente é composto pelas dimensões espacial e temporal (além das


propriedades relativistas de Einstein, as quais, em termos práticos da vida diária
humana, são irrelevantes dado não afetarem a nossa percepção do mundo).
Objetos estimulantes encontram-se em coordenadas tri-dimensionais e eventos
ambientais ocorrem em um continuum temporal. Uma combinação de referências
espaciais produz a forma, o contraste e outros aspectos visualmente percebidos de
objetos no ambiente.

Além disto, os objetos são percebidos e reconhecidos em termos de outras


propriedades físicas. Alguns liberam compostos químicos que afetam o nosso
paladar e olfato. Quando vibram ou se movem, muitos são capazes de induzir
respostas auditivas; sua composição atômica, como objetos sólidos, líquidos ou
gasosos, macios ou ásperos, afetam sistemas táteis. Igualmente, quase todos os
objetos poderiam ferir o tecido corporal, causando dor. O próprio organismo é uma
fonte de estimulação proprioceptiva, cinestésica e vestibular. Este tipo de
estimulação está baseada em propriedades físico-químicas dos objetos. O ambiente
físico é um importante aspecto da realidade, que se impinge sobre os seres
humanos, e que influencia as suas cognições, sentimentos e ações.

Os psicólogos ambientais constróem cenários de pesquisa. Embora esses cenários


não estejam mais em laboratórios fechados (i.e., contextos isolados e controlados
onde o pesquisador manipula variáveis independentes), o cenário da pesquisa tem
se tornado um contexto social. Ao coletar os dados, usualmente o pesquisador de
Psicologia Ambiental coloca os seus participantes ante estímulos que não
correspondem aos da interação ambiente-comportamento estudada. Os estímulos
que eliciam as respostas dos participantes são o próprio pesquisador e suas
requisições, enquanto o contexto verbal substitui o ambiente físico supostamente
estudado pelo pesquisador (Daniel & Ittelson, 1981).

Diferentes culturas induzem as pessoas a sustentar diferentes visões de mundo e


também afetam o modo como o cientista pensa as relações pessoas-ambiente. A
ciência - incluindo os seus ramos sociais - é um empreendimento cultural. Assim, é
construída de convenções que emergem de pessoas específicas em tempos e
lugares específicos. As visões culturais também afetam as noções leigas das
relações humano-ambiente. Por exemplo, as sociedades ocidentais parecem ser
mais dualistas em seu pensamento sobre o papel dos seres humanos na Natureza,
enquanto as culturas tradicionais, não ocidentais, são mais holísticas. As diferenças
culturais e as especificidades dos problemas sociais e ambientais também
produzem explicações particulares do comportamento humano em uma cultura
específica. Outro aspecto relacionado à cultura é o fator econômico. Os psicólogos
ambientais, nas sociedades não-industrializadas, estão mais interessados em
problemas sócio-econômicos que caracterizam suas sociedades: pobreza, questões
de justiça ambiental, doença e má qualidade de vida, escassez de recursos naturais
(Adeola, 1996; Corral-Verdugo, 2002; Wiesenfeld & Sánchez, 2002). Esses
aspectos têm um impacto em suas noções e práticas de sustentabilidade.

Portanto, há a necessidade de incorporar a cultura na explicação das relações


ambiente-comportamento. Necessitamos estudar o modo como a cultura influencia
as visões de mundo, normas, sentimentos e comportamentos das pessoas. Desde
que diferentes culturas produzem visões ambientais diferentes, estas podem se
manifestar como psicologias ambientais específicas. Isto não significa que temos de
abandonar a idéia de uma Psicologia Ambiental universal. Há mais aspectos comuns
entre pessoas humanas do que diferenças, e deveríamos encontrar como estes
aspectos diversos e similares participam na nossa própria adaptação ao nosso
ambiente, de uma maneira eficiente e responsável.

Ciência e Profissão

Psicologia Ambiental, especialidade que ganha campo

Disciplina, ainda pouco estudada, é fundamental para entender as influências do


ambiente no comportamento humano

Pare e reflita: você se comporta da mesma maneira em ambientes diferentes?


Como você é no trabalho e como você é na sua casa? Como você trata as pessoas
no trânsito e como você as trata na academia? A mesma pessoa que é tão
agressiva em uma circunstância pode ser muito amável em outra. Por que? O que
define o comportamento, a reação de cada um? São questões como essas de que
se ocupa a Psicologia Ambiental, uma especialidade relativamente nova, que ainda
tem baixa representatividade no Brasil, mas nem por isso pouco importante.
Nascida na primeira metade do século XX, a partir de teses comportamentalistas,
de reflexões a respeito da essência instintiva ou não da humanidade e, também, da
teoria da Gestalt, a Psicologia Ambiental trata das inter-relações entre o indivíduo e
o ambiente, seja este construído ou natural, urbano ou rural.

O ambiente de que se fala não se restringe ao meio-ambiente ecológico, mas


compreende também espaços como uma casa, um condomínio, um bairro, uma
cidade, com dimensões e características diversas.

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