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SUMÁRIO
DIREITOS E GARANTIAS INDIVIDUAIS E COLETIVOS .......................................................................................... 2
DIREITOS DE SEGURANÇA – GARANTIAS INDIVIDUAIS ................................................................................. 2
DIREITO DE PETIÇÃO E CERTIDÕES ................................................................................................................ 2
PRINCÍPIO DA INAFASTABILIDADE DA JURISDIÇÃO ....................................................................................... 2
JUIZ NATURAL ................................................................................................................................................ 4
PRINCÍPIO DO PROMOTOR NATURAL ........................................................................................................... 5
GRATUIDADE DAS CERTIDÕES DE NASCIMENTO E DE ÓBITO ................................................................... 5
DEFESA DO CONSUMIDOR ............................................................................................................................ 5
EXERCÍCIOS ........................................................................................................................................................ 6
GABARITO ...................................................................................................................................................... 8

MUDE SUA VIDA!


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DIREITOS E GARANTIAS INDIVIDUAIS E COLETIVOS


DIREITOS DE SEGURANÇA – GARANTIAS INDIVIDUAIS
DIREITO DE PETIÇÃO E CERTIDÕES
XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do pagamento
de taxas:
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou
contra ilegalidade ou abuso de poder;
b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de
direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal;
A CF assegura independentemente do pagamento de taxas dois direitos, que são
verdadeiros remédios administrativos: (i) direito de petição e o (ii) de obtenção de certidões.
O direito de petição é uma garantia dada aos indivíduos para que eles possam, em
interesse próprio ou coletivo ou geral, realizar duas coisas:
 levar ao conhecimento dos Poderes Públicos uma situação de ilegalidade ou abuso
de poder;
 para defesa de direitos contra o próprio Estado.
Trata-se de um direito universal, na medida em que qualquer pessoa pode utilizá-lo
(nacional, estrangeira, física ou jurídica), sem a necessidade de advogado.
É exemplo de direito de petição o direito de obter vista ou cópia de processos.
ATENÇÃO: não confundir com direito de ação.
O direito de certidão serve também para a defesa de direitos, contudo sua finalidade é
para esclarecimento de situações de interesse pessoal do requerente.
É preciso demonstrar a finalidade da certidão? DIVERGÊNCIA!
Posição dominante – não precisa demonstrar a finalidade.
Caso o direito de petição ou o de certidão sejam violados, por ilegalidade ou abuso de
poder o remédio constitucional cabível é o Mandado de Segurança.

PRINCÍPIO DA INAFASTABILIDADE DA JURISDIÇÃO


Este princípio, também conhecido como Princípio do Livre Acesso ao Poder Judiciário ou
Direito de Ação, garante às pessoas, físicas ou jurídicas, o acesso direto ao Poder Judiciário,
sempre que alguém se sentir ameaçado ou tiver lesionado o seu direito.

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Assim prevê a Constituição Federal:


XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou
ameaça a direito;
Convém perceber que a proteção possui sentido duplo: lesão ou ameaça a direitos.
Significa dizer que a garantia pode ser utilizada tanto de forma preventiva como de forma
repressiva, tanto para prevenir a ofensa a direito como para reprimir a ofensa já cometida.
Contudo, nem todas as controvérsias podem ser submetidas à apreciação do Poder
Judiciário, como, por exemplo: a decisão do Senado no processo de impeachment; o mérito
administrativo; as decisões privativas das Casas Legislativas, aqueles atos interna corporis.
Também decorre deste princípio a ideia de que não é necessário o esgotamento das
vias administrativas para ingressar com uma demanda no Poder Judiciário, uma vez que
como regra, não existe a chamada instância administrativa de cunho forçado ou “jurisdição
condicionada.
Quanto ao acesso ao Judiciário independente do esgotamento das vias administrativas,
temos algumas circunstâncias em que se exige o esgotamento das instâncias administrativas
ou pelo menos a utilização inicial delas, vejamos:
 Justiça Desportiva – para que se admita no Poder Judiciário uma ação relativa às
competições desportivas, é preciso o esgotamento da instância administrativa junto
à Justiça Desportiva. É o que prevê o Art. 217, § 1º, da CF:
Art. 217, § 1º - O Poder Judiciário só admitirá ações relativas à
disciplina e às competições desportivas após esgotarem-se as
instâncias da justiça desportiva, regulada em lei.
 Compromisso arbitral – A Lei 9.307/96 prevê que as partes, quando em
discussão patrimonial, poderão optar pela arbitragem como forma de resolução de
conflito. Nesse caso, a discussão nem poderá ser levada a conhecimento do juiz,
que deverá extinguir o processo sem nem analisar o mérito.
 Habeas data – O artigo 8º da Lei 9.507/97 exige, para impetração do habeas data,
a comprovação da recusa ao acesso à informação. Nesse caso, não é preciso
aguardar o esgotamento da instância administrativa, apenas o requerimento
administrativo já é suficiente para autorizar o ajuizamento da Ação Judicial.
Vejamos a súmula nº 2 do STJ:
Não cabe habeas data se não houve recusa de informações por parte da
autoridade administrativa.

 Reclamação: só é cabível reclamação ao STF em face de ato administrativo ou de


omissão da Administração Pública que contrarie Súmula Vinculante, após o
esgotamento das instâncias administrativas. Lei 11.417/2006
 Benefício previdenciário: ação judicial requerendo a concessão de benefício
previdenciário. O requerimento de benefício previdenciário deve ser feito ao INSS,
pela via administrativa. Segundo o STF, só depois da requisição administrativa é
que se admite que seja ajuizada ação judicial requerendo a concessão de benefício
previdenciário.

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Destaca-se ainda a orientação do STF no sentido de entender como sendo


inconstitucional, por violar o livre acesso ao Poder Judiciário, o cálculo do valor da taxa
judiciária sem limite sobre o valor da causa.
Viola a garantia constitucional de acesso à jurisdição a taxa judiciária
calculada sem limite sobre o valor da causa.
[Súmula 667.]

E, ainda, de acordo com a Súmula Vinculante 28:


É inconstitucional a exigência de depósito prévio como requisito de
admissibilidade de ação judicial na qual se pretenda discutir a exigibilidade de
crédito tributário.

JUIZ NATURAL
A imparcialidade do Poder Judiciário e a segurança do povo contra o arbítrio estatal são
garantidas pelo princípio do juiz natural ou juiz legal, previsto em dois incisos do Art. 5º da
CF, vejamos:
LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela
autoridade competente;
XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção;
Significa dizer que em um processo, seja ele judicial ou administrativo, só será válida a
decisão proferida por quem detenha competência para tanto. Por exemplo: sendo um
processo de natureza penal, quem deverá proferir sentença será o juiz da vara criminal, não
podendo ser o juiz da Justiça do Trabalho, pois esse não tem competência para tal atribuição.
A vedação da criação de juízo ou tribunal de exceção (ad hoc) significa que não se pode
de forma arbitrária criar tribunais para julgamento de um caso específico ou ainda criar um
tribunal após o caso que se pretenda julgar.

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PRINCÍPIO DO PROMOTOR NATURAL


GRATUIDADE DAS CERTIDÕES DE NASCIMENTO E DE ÓBITO
A Constituição traz expressamente que:
LXXVI - são gratuitos para os reconhecidamente pobres, na forma
da lei:
a) o registro civil de nascimento;
b) a certidão de óbito;
Cumpre observar que o texto Constitucional condiciona o benefício da gratuidade do
registro de nascimento e da certidão de óbito apenas para os reconhecidamente pobres.
Entretanto, a Lei 6.015/73 (registros públicos), alterada pela Lei 9.534/1997, estendeu esse
direito a todos, independentemente de sua situação econômica:
Art. 30 - Não serão cobrados emolumentos pelo registro civil de
nascimento e pelo assento de óbito, bem como pela primeira
certidão respectiva.
§ 1º Os reconhecidamente pobres estão isentos de pagamento de
emolumentos pelas demais certidões extraídas pelo cartório de
registro civil.
O STF entendeu pela constitucionalidade desse dispositivo, pois a certidão de
nascimento e a de óbito são documentos necessários ao exercício da cidadania, e a CF
assegura a gratuidade desses documentos 1.
LXXVII-são gratuitas as ações de habeas corpus e habeas data, e, na
forma da lei, os atos necessários ao exercício da cidadania.
(grifo nosso)

DEFESA DO CONSUMIDOR
A CF determina que o Estado deverá promover a defesa do consumidor.
XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do
consumidor;
Esse direito é tão importante que também foi elencado como princípio da ordem
econômica (Art. 170, V da CF):
Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho
humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos
existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados
os seguintes princípios:
V - defesa do consumidor;

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LXXVII - são gratuitas as ações de habeas corpus e habeas data, e, na forma da lei, os atos necessários ao exercício
da cidadania.

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Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço
como destinatário final.
Por tratar-se de norma de eficácia limitada, o exercício desse direito foi assegurado com
a edição do Código de Defesa do Consumidor – Lei 8.078/90, que assegura diversos
instrumentos de proteção ao consumidor, especialmente em virtude de sua hipossuficiência.

EXERCÍCIOS
1. (CESPE/2016) O direito de petição configura instrumento de controle administrativo:
por meio dele, assegura-se a qualquer pessoa a defesa de direitos, individuais ou
coletivos, bem como o direito de peticionar contra ilegalidade ou abuso de poder,
perante autoridade administrativa competente de qualquer dos poderes constituídos.
Certo ( ) Errado ( )
RESPOSTA: CERTO
O direito de petição é uma garantia dada aos indivíduos para que eles
possam, em interesse próprio ou coletivo ou geral, realizar duas coisas:
- levar ao conhecimento dos Poderes Públicos uma situação de ilegalidade ou
abuso de poder;
-para defesa de direitos contra o próprio Estado.
Trata-se de um direito universal, na medida em que qualquer pessoa pode
utilizá-lo (nacional, estrangeira, física ou jurídica), sem a necessidade de advogado.
É exemplo de direito de petição o direito de obter vista ou cópia de processos.
ATENÇÃO: não confundir com direito de ação.
O direito de certidão serve também para a defesa de direitos, contudo sua
finalidade é para esclarecimento de situações de interesse pessoal do requerente.
É preciso demonstrar a finalidade da certidão? DIVERGÊNCIA!
Posição dominante – não precisa demonstrar a finalidade.
Caso o direito de petição ou o de certidão sejam violados, por ilegalidade ou
abuso de poder, o remédio constitucional cabível é o Mandado de Segurança.

2. (CESPE/2016) Dada a garantia constitucional de acesso à justiça, é vedada a exigência


de prévio ingresso pelas vias extrajudiciais como requisito para o acesso ao Poder
Judiciário, não sendo extensível, tal vedação, às ações relativas às competições
desportivas.
Certo ( ) Errado ( )

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RESPOSTA: CERTO
O princípio da inafastabilidade de jurisdição garante às pessoas, físicas ou
jurídicas, o acesso direto ao Poder Judiciário, sempre que alguém se sentir
ameaçado ou tiver lesionado o seu direito.
Assim prevê a Constituição Federal:
XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a
direito;
Convém perceber que a proteção possui sentido duplo: lesão ou ameaça a
direitos. Significa dizer que a garantia pode ser utilizada tanto de forma
preventiva como de forma repressiva, tanto para prevenir a ofensa a direito
como para reprimir a ofensa já cometida.
Contudo, nem todas as controvérsias podem ser submetidas à apreciação do
Poder Judiciário, como, por exemplo: a decisão do Senado no processo de
impeachment; o mérito administrativo; as decisões privativas das Casas Legislativas,
aqueles atos interna corporis.
Também decorre deste princípio a ideia de que não é necessário o
esgotamento das vias administrativas para ingressar com uma demanda no
Poder Judiciário, uma vez que como regra, não existe a chamada instância
administrativa de cunho forçado ou jurisdição condicionada.
Quanto ao acesso ao Judiciário independente do esgotamento das vias
administrativas, temos algumas circunstâncias em que se exige o esgotamento das
instâncias administrativas ou pelo menos a utilização inicial delas, vejamos:
Justiça Desportiva – para que se admita no Poder Judiciário uma ação
relativa às competições desportivas, é preciso o esgotamento da instância
administrativa junto à Justiça Desportiva. É o que prevê o Art. 217, § 1º, da CF.

3. (CESPE/2018) Ninguém será processado nem sentenciado, senão pela autoridade


competente, em respeito ao princípio constitucional do juiz natural.
Certo ( ) Errado ( )
RESPOSTA: CERTO
A imparcialidade do Poder Judiciário e a segurança do povo contra o arbítrio
estatal são garantidas pelo princípio do juiz natural ou juiz legal.
Significa dizer que em um processo, seja ele judicial ou administrativo, só
será válida a decisão proferida por quem detenha competência para tanto. Por
exemplo: sendo um processo de natureza penal, quem deverá proferir sentença
será o juiz da vara criminal, não podendo ser o juiz da Justiça do Trabalho, pois
esse não tem competência para tal atribuição.
A vedação da criação de juízo ou tribunal de exceção (ad hoc) significa que
não se pode de forma arbitrária criar tribunais para julgamento de um caso
específico ou ainda criar um tribunal após o caso que se pretenda julgar.

4. (CESPE/2012) A gratuidade do registro civil de nascimento e da certidão de casamento


é direito de todas as pessoas.
Certo ( ) Errado ( )

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RESPOSTA: ERRADO
A Constituição traz expressamente que:
LXXVI - são gratuitos para os reconhecidamente pobres, na forma da lei:
a) o registro civil de nascimento;
b) a certidão de óbito;
Cumpre observar que o texto Constitucional condiciona o benefício da
gratuidade do registro de nascimento e da certidão de óbito apenas para os
reconhecidamente pobres. Entretanto, a Lei 6.015/73 (registros públicos), alterada
pela Lei 9.534/1997, estendeu esse direito a todos, independentemente de sua
situação econômica:
Art. 30 - Não serão cobrados emolumentos pelo registro civil de nascimento e
pelo assento de óbito, bem como pela primeira certidão respectiva.
§ 1º Os reconhecidamente pobres estão isentos de pagamento de
emolumentos pelas demais certidões extraídas pelo cartório de registro civil.
O STF entendeu pela constitucionalidade desse dispositivo, pois a certidão de
nascimento e a de óbito são documentos necessários ao exercício da cidadania, e a
CF assegura a gratuidade desses documentos 2.
LXXVII-são gratuitas as ações de habeas corpus e habeas data, e, na forma da
lei, os atos necessários ao exercício da cidadania. (grifo nosso)

5. (CESPE/2016) É dever do Estado promover a defesa dos direitos do consumidor na


forma da lei.
Certo ( ) Errado ( )
RESPOSTA: CERTO
A CF determina que o Estado deverá promover a defesa do consumidor.
XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor.
Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto
ou serviço como destinatário final.
Por tratar-se de norma de eficácia limitada, o exercício desse direito foi
assegurado com a edição do Código de Defesa do Consumidor – Lei 8.078/90, que
assegura diversos instrumentos de proteção ao consumidor, especialmente em
virtude de sua hipossuficiência.

GABARITO
1. Certo
2. Certo
3. Certo
4. Errado
5. Certo

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LXXVII - são gratuitas as ações de habeas corpus e habeas data, e, na forma da lei, os atos necessários ao exercício
da cidadania.

MUDE SUA VIDA!


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