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1 Introdução
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Mestre em Direito Constitucional pela Instituição Toledo de Ensino de Bauru/SP (ITE).
Professora. Advogada.
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Mestre em Direito Constitucional pela Instituição Toledo de Ensino de Bauru/SP (ITE).
Professora. Advogada.
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A pergunta que deve ser feita é: como conceituar pessoas com deficiência?
Há quem os chame errônea e ridiculamente de débeis, imbecis, retardados, man-
quetolas, ceguetas etc. Outros ficam presos nos conceitos: pessoas portadoras de
deficiências, pessoas especiais.
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Pessoa com deficiência e o direito ao adequado tratamento de saúde
Sob o aspecto prático, a definição foi dada pela Assembleia Geral da ONU,
na data de 09 de dezembro de 1975, por meio da resolução nº 3.447 que estabe-
lece como deficiente:
[...] qualquer pessoa incapaz de assegurar por si mesma,
total ou parcialmente, as necessidades de uma vida
individual ou social normal, em decorrência de uma
deficiência, congênita ou não, em suas capacidades físicas
ou mentais.
3
Neste sentido: ARAUJO, Luiz Alberto David. A proteção constitucional das pessoas
portadoras de deficiência. 2. ed. Brasília: Coordenadoria Nacional para Integração da
Pessoa Portadora de Deficiência, 1997. p. 20.
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INTERNATIONAL Classification of Impairments, Disabilities, and Handicaps (ICIDH).
Genebra: Organização Mundial da Saúde, 1980.
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Pessoa com deficiência e o direito ao adequado tratamento de saúde
Observe-se que a pessoa com deficiência não pode ser encarada como por-
tadora de uma doença ou uma enfermidade de forma a tender ao abandono de
suas potencialidades, ou seja, não se deve, a partir das definições apresentadas, se
deixar levar à aplicação de preconceitos e conceitos estigmatizantes e segregativos
que conduzam à tolerância de práticas e políticas não inclusivas.
6
DIAS, Maria Berenice. Conversando sobre o direito das famílias. Porto Alegre:
Livraria do Advogado, 2004. p. 79.
7
ARAUJO, Luiz Alberto David. A proteção constitucional do transexual. São Paulo:
Saraiva, 2000. p. 102.
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Pessoa com deficiência e o direito ao adequado tratamento de saúde
Deve-se, contudo, ter cuidado, pois a pessoa não pode e não deve ser tra-
tada como um reflexo da ordem jurídica. Deve constituir o seu objetivo supremo,
sendo que, na relação entre o indivíduo e o Estado, há uma presunção a favor do
ser humano e da sua personalidade, vez que o Estado existe para o homem e não o
homem para o Estado.
Ao se tratar tal valor positivado como princípio, este deverá ser ponderado,
ou seja, deverá ser aplicado na medida do possível. No entanto, se for entendido
como regra, esta deverá ser tratada diante da conhecida expressão afeta ao jogo do
tudo ou nada.10
8
SARLET, Ingo Wolfgang. A eficácia dos direitos fundamentais. 3 ed. Porto Alegre: Livraria
do Advogado, 2002. p. 47.
9
São condições dúplices da dignidade da pessoa humana, segundo o autor, a função
defensiva e prestacional.
10
JACINTHO, Jussara Maria Moreno. Dignidade humana: princípio constitucional.
Curitiba: Juruá, 2006. p. 133-134: “[...] Ao assumirmos a condição da dignidade como
princípio, estamos enquadrando-a numa das concepções já anteriormente exaradas.
Desse modo, a dignidade humana consubstancia-se como um comando de otimização
que dependerá das possibilidades fáticas e jurídicas – sendo estas os espaços vazios
deixado pelos princípios que se lhe contrapõem – para prevalecer, pelo menos em tese.
Note-se que o entrechoque de princípios outros com a dignidade humana vai ensejar
– pelo menos teoricamente – a ponderação de bens e interesses constitucionalmente
protegidos, determinando a prevalência de um sobre o outro, pelo menos na situação
concreta determinada. Ao se considerar que a dignidade humana é expressa não apenas
através de um princípio, assim como também, de regras, a solução para o conflito se
avizinha mais clara. Afinal, a dignidade como regra, que conflita com outra regra, que
não componha o conteúdo da dignidade, gera a aplicação da máxima do tudo ou nada.
Vale dizer que o conflito de regras se soluciona no âmbito da validade, enquanto que a
colisão de princípios, no âmbito do peso [...]”.
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Por fim, deve-se ressaltar que, por força de sua dimensão intersubjetiva,
o princípio da dignidade da pessoa humana cria um dever geral de respeito de
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4 O direito à igualdade
A proteção ao grupo de pessoas com deficiência decorre do respeito ao
princípio da igualdade, dado que é preciso considerar suas limitações e diferenças
para que possam ser incluídas na sociedade, e isto requer uma atenção especial por
parte do legislador.
Sendo visto somente pelo aspecto formal, ou seja, a igualdade sendo reco-
nhecida somente na lei, não era e não é suficiente para eliminar as desigualdades
no plano real, tampouco para efetivar os direitos de todos os homens.
Tal princípio tem como destinatário o legislador, dado que é obrigação dele
legislar de acordo com a isonomia, o que permite a discriminação positiva.
14
ARAUJO, Luiz Alberto David . A proteção constitucional das pessoas portadoras de
deficiência. Brasília: CORDE, 1994. p. 83-84.
15
MELLO, Celso Antônio Bandeira. O conteúdo jurídico do princípio da igualdade. 3 ed. São
Paulo: Malheiros Editores, 2003. p.10.
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E continua:
A segunda forma de discriminação tida como juridicamente
admissível é a chamada “Discriminação Positiva” (reverse
discrimination) ou ação afirmativa. Consiste em dar
tratamento preferencial a um grupo historicamente
discriminado, de modo a inseri-lo no “mainstream”,
impedindo assim que o princípio da igualdade formal,
expresso em leis neutras que não levam em consideração os
fatores de natureza cultural e histórica, funcione na prática
como mecanismo perpetuador da desigualdade.17
16
GOMES, Joaquim B. Barbosa. Ação afirmativa e princípio constitucional da igualdade: o
direito como instrumento de transformação social: a experiência dos Estados Unidos. Rio
de Janeiro: Renovar, 2001. p.21.
17
GOMES, Joaquim B. Barbosa. Ação afirmativa e princípio constitucional da igualdade: o
direito como instrumento de transformação social: a experiência dos Estados Unidos. Rio
de Janeiro: Renovar, 2001. p. 22.
18
GOMES, Joaquim B. Barbosa. Ação afirmativa e princípio constitucional da igualdade: o
direito como instrumento de transformação social: a experiência dos Estados Unidos. Rio
de Janeiro: Renovar, 2001 p. 21.
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GOMES, Joaquim B. Barbosa. Ação afirmativa e princípio constitucional da igualdade: o
direito como instrumento de transformação social: a experiência dos Estados Unidos. Rio
de Janeiro: Renovar, 2001, p. 23.
20
ARAUJO, Luiz Alberto David; NUNES JUNIOR, Vidal Serrano. Curso de direito
constitucional . 11. ed. rev. e atual. São Paulo: Saraiva. 2007. p.131-134: [...] duas espécies
de igualdade: perante a lei e na lei, ou seja, respectivamente, a igualdade formal (art. 5° e
o art. 7º, XXXI, CF) e a igualdade material.
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tema deve buscar meios e ações que promovam a igualdade e combatam todo e
qualquer tipo de discriminação. A igualdade sobre o prisma formal não está com-
pleta, pois somente ela não é capaz de proporcionar a igualdade no plano fático
e, consequentemente, não é possível que se alcance a igualdade e a justiça social.
5 O direito à saúde
A saúde é um direito fundamental consagrado no caput do art.5º ao garantir
o direito à vida, um direito social (art. 6º) e ainda um direito de todos (art.196).
Esse tratamento inédito dedicado à saúde não podia ser diferente ante toda a uni-
a igualdade material nada mais é do que a explicitação dos princípios constantes nos
21
Segundo Luiz Alberto David Araújo: [...] Não se pode imaginar o direito à integração
22
das pessoas portadoras de deficiência sem qualquer desses direitos instrumentais. Sem
uma vida familiar sadia e sem preconceitos, o indivíduo portador de deficiência não
poderá sentir-se seguro e respeitado para integrar-se socialmente. Sem obter tratamento
de habilitação e reabilitação, não poderá pretender ocupar um emprego. Sem educação
especial, não poderá desenvolver suas potencialidades, dentro de seus limites pessoais.
Sem transporte adaptado, não poderá comparecer ao local de trabalho, à escola e ao
seu local de lazer. Sem direito à aposentadoria, não poderá prover seu sustento. [...] O
conjunto desses instrumentos compõe o direito à integração social da pessoa portadora de
deficiência. Cada um desses direitos, separadamente ou em conjunto, forma o conteúdo
do direito à integração. Vida familiar sadia, educação especial, transporte adaptado,
direito à saúde, incluindo habilitação e reabilitação, aposentadoria e direito ao lazer são
instrumentos indispensáveis à integração social do indivíduo. ARAÚJO, Luiz Alberto
David. A proteção constitucional das pessoas portadoras de deficiência. 2. ed. Brasília:
CORDE, 1997. p. 38-41.
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A saúde não pode e não deve ser conceituada como algo estático, pois faz
parte de um sistema social devendo ser implementada mediante prestações posi-
tivas do Estado e, sob o enfoque sistêmico, não pode dissociar-se do conceito de
qualidade de vida e de interligar-se com vários outros direitos que influirão no seu
conceito.23
23
Cabe destacar que, nos países subdesenvolvidos, o problema com a saúde apresenta-se
bastante nítido, e a desigualdade social, que lança seus raios de ação em todas as esferas
da sociedade, faz com que a classe mais pobre sofra com doenças da miséria, tais como:
febre amarela, cólera, malária, dengue, e não tenha acesso aos tratamentos disponíveis em
tempo hábil.
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Art. 196, CF/88: “A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas
sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao
acesso universal igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação”.
25
BONAVIDES, Paulo. Curso de direito constitucional. 13. ed. São Paulo: Malheiros, 2003. p.
642.
26
SARLET, Ingo Wolfgang. A eficácia dos direitos fundamentais. 3. ed. Porto Alegre: Livraria
do Advogado, 2003. p.313
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MIRANDA, Jorge. Manual de direito constitucional. 3. ed. Coimbra: Coimbra, 2000. Tomo
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MANCUSO, Rodolfo de Camargo. Ação popular. 3 ed. rev. atual. e ampl. São Paulo:
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E tal dever, se não prestado, pode ser exigido juridicamente através de me-
canismos processuais, podendo-se citar, como exemplo, os mandados de seguran-
ça impetrados para assegurar o fornecimento de medicamentos aos que não tem
acesso à rede particular.
Insta acentuar, por oportuno, que o presente estudo não pretende legitimar
ou referendar a banalização de acesso ao Judiciário, de modo meramente egoístico
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Assim, não há como se descurar que o Judiciário pró-ativo, por óbvio, tam-
bém encontra limitação de atuação nos ditames do texto constitucional republica-
no29, de modo que não se pode confundir complementação de lacunas ou obscu-
ridades com verdadeira criação inovadora de dispositivos, efeitos e contingências
que até então não se mostravam presentes no seio do ordenamento jurídico pátrio,
sob pena de manifesta infringência ao conclamado princípio da separação das fun-
ções do Poder, plasmado no artigo 2º do texto constitucional brasileiro.30
29
FREIRE JÚNIOR, Américo Bedê. O controle judicial de políticas públicas. Revista
dos Tribunais, São Paulo, 2005. p. 119: “[...] a necessidade de uma atuação efetiva do
Judiciário em prol da materialização das esperanças constitucionais. Cabe ponderar que,
por óbvio, o ativismo judicial não será, de per si, panacéia para toda e qualquer violação
de direitos existentes na face da terra. Por outro lado, não podem os juízes também, a
pretexto de interpretar e efetivar a Constituição, utilizar seus subjetivismos disfarçados de
interpretação constitucional [...]”.
30
SLAIBI FILHO, Nagib. Direito constitucional. Rio de Janeiro: Forense, 2004. p. 622: “[...] as
funções estatais são interdependentes, dispondo de autonomia na realização da atividade
que a Constituição lhe defere, pois vale o brocardo de que somente o poder segura o
poder: le Pouvoir arrête le Pouvoir (o poder segura o poder). Diz o enunciado 339 da
Súmula da Jurisprudência dominante do Supremo Tribunal Federal: Não cabe ao Poder
Judiciário, que não tem função legislativa, aumentar vencimentos de servidores públicos
sob o fundamento da isonomia [...]”.
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De qualquer forma, quadra aqui fazer-se uma digressão, posto que quando
os assuntos são de interesse da Administração Pública(privatizações, achatamento
de salários e vencimentos, empréstimos a banqueiros etc.) é consabido que não há
burocracia no mundo que consiga impedir ou retardar o atingimento do desiderato
perseguido, mas, quando o assunto é o cidadão, é a pessoa humana – e por óbvio
o portador de deficiência, é o jurisdicionado, a coisa muda totalmente de figura,
e cada pequeno obstáculo (quando existente) transmuda-se em enorme “Muralha
da China” impedindo-os de todas as formas de proteger seus direitos, e o que é
pior, as suas próprias vidas.
Art.2º, parágrafo único, inciso II, da Lei Federal n.º 7.853/89, art.25, alínea ‘a’ da
31
32
O art. 2º parágrafo único, alíneas “c”e “d” da Lei Federal n.º 7.853/89; artes.17, 18, 21 e 22
do Decreto Federal 3.298/99 e art. 89 da Lei Federal n.º 8.213 de 8 de dezembro de 1991 e
art.25, alínea ‘a’ da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência.
33
Art.26, do Decreto n.º 3.298/99
34
Art. 2º, inciso II, alínea “e”, da Lei Federal n.º 7.853/89, e pelo art.16, inciso V, do Decreto
Federal n.º 3.298/99, art.25, alíneas ‘c’ e ‘d’ da Convenção sobre os Direitos das Pessoas
com Deficiência.
35
O art.16, inciso III, do Decreto Federal n.º 3.298/99, art.25, alíneas ‘d’ e ‘f ’ da Convenção
sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência.
36
Arts.18,19 e 20 do Dec. 3.298/99, art.25, caput, da Convenção sobre os Direitos das
Pessoas com Deficiência.
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Art.25, alínea ‘a’ da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência.
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Dessa forma, resta evidente que as pessoas com deficiência têm o direito
à saúde assegurada e, como tal, cabe ao Estado instituir melhorias para que esse
direito seja efetivado na prática, sob pena de ferir a Constituição Federal e a Con-
venção ratificada, que por se tratar de Direitos do Homem, integrou nosso sistema
com força de Emenda Constitucional.
Primar pela saúde das pessoas com deficiência é cumprir com os ditames
constitucionais e garantir-lhes uma vida digna, qualificando-as para a vida em so-
ciedade.
6 Considerações finais
Pessoas com deficiência são aquelas que têm impedimentos em longo prazo
de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, os quais, em contato com di-
versas barreiras, podem obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em
igualdade de condições com as demais pessoas.
38
Art. 14, da Lei Federal n.º 9.656/98 de 03 de junho de 1998, art.25, alínea ‘e’ da Convenção
sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência.
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Não resta dúvida de que há uma política social de proteção à pessoa com
deficiência pelo Estado brasileiro, que se mostra alerta às consequências nocivas da
política econômica neoliberal que adota, para um país como o nosso: agravamento
das desigualdades sociais, regionais e sub-regionais, pelo desemprego e descapita-
lização do trabalhador que determinariam o travamento e quiçá o declínio desse
sistema neoliberal, determinando sua falência, se não houvesse o socorro aos hi-
possuficientes. De outro lado, tais políticas tornam mais aceitáveis todas as conces-
sões que se têm que fazer em prol dos interesses desse sistema capitalista acelerado
(privatizações, desregulação, Estado mínimo), como forma de compensação.
É bom pensar, porém, que a adoção de políticas sociais, como essa política
nacional de integração da pessoa portadora de deficiência, tem cunho altamente
humanístico, de reconhecimento, defesa e proteção dos direitos sociais fundamen-
tais que, tomando o homem como integrante de uma comunidade, reconhece-lhe
direitos e lhe oferece condições para que os exerça.
Abstract
This article deals with the right to health, which according to our Higher
Law, is a right and duty of all of the state, should be guaranteed access to universal
equality. Diffuse nature has this right because it is a right for all, ie, are holders not
determinable subject, regardless of any legal relationship and that has as an object
and legal indivisible. The Brazilian state must, finally, producing state of equality
fática. Why is it to make POSITIVE BENEFITS in terms of health of persons with
disabilities. This theme is one of the nuances of the most important fundamental
right protected by all political letters is that the right to life, in view of its essen-
tiality. It also relates to a constitutional foundations of today’s most cited is that of
human dignity.
Referências
ARAUJO, Luiz Alberto David. A proteção constitucional do transexual. São Paulo:
Saraiva, 2000.
BASTOS, Celso Ribeiro. Curso de direito constitucional. São Paulo: Saraiva, 1978.
BONAVIDES, Paulo. Do Estado liberal ao Estado social. 6. ed. rev. e amp. São Paulo:
Malheiros, 1996.
DIAS, Maria Berenice. Conversando sobre o direito das famílias. Porto Alegre:
Livraria do Advogado, 2004.
MANCUSO, Rodolfo de Camargo. Ação popular. 3. ed. rev. atual. e ampl. São
Paulo: Revista dos Tribunais, 1998.
MORAES, Guilherme Braga Peña de. Dos direitos fundamentais: contribuição para
uma teoria - parte geral. São Paulo: LTr, 1997.
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NALINI, José Renato. Constituição e Estado democrático. São Paulo: FTD, 1997.
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Livraria do Advogado, 2003.