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Alumnus/Leya; 2017
Org. Ana Paula Rabello Chaves
“Sempre faço o que não consigo fazer para aprender o que não sei”
(Pablo Picasso)
Aprender não é um ato passivo de recepção da informação, assim como o ensinar não é
apenas uma transmissão da informação. A aprendizagem é interativa. É uma construção que
implica a aquisição de algo novo através de um processo mental. Essa construção é processada
interativamente de forma interna e subjetiva. Sendo assim a aprendizagem é um processo que
ocorre durante toda a vida.
O principal desafio que têm os pais, professores e profissionais que atuam com as crianças
com dificuldades de aprendizagem é ajudá-las a adquirir confiança em si mesmas e acreditar nas
suas capacidades. Saber que as pessoas aprendem de diferentes formas é canalizar a energia de
cada criança a encontrar sua própria estratégia de aprendizagem. Essas crianças precisam de um
ambiente seguro, estruturado e estimulante onde enganos acontecem e maneiras diferentes de
aprendizado são incentivadas. Não existe uma receita padrão. Cada criança é única e respeitar as
individualidades, formas de sentir, pensar, agir e aprender é o ponto básico para o aprendizado
Conceituação e aprendizagem
A inteligência emocional é uma herança genética que possuímos para oferecer uma reação
instantânea a qualquer ameaça que assim for entendida ou pressentida pelo indivíduo, baseada
em nossos instintos mais primários.
Estas duas formas de inteligência completam o ser humano em sua essência: uma fornece
a reação instintiva e rápida (emocional) e a outra nos conduz a racionalização da solução ou
Capítulo 4 do livro: "A NEUROBIOLOGIA DO APRENDIZADO NA PRÁTICA" - Ed. Alumnus/Leya; 2017
Org. Ana Paula Rabello Chaves
atitude a ser tomada (racional). Para que tenhamos as melhores condições de acompanhar este
desenvolvimento acelerado dos novos tempos (era do conhecimento) devemos treinar nosso
cérebro para maior integração e sinergia entre este espetacular conjunto de inteligência emocional
e racional, obtendo, assim maior proveito entre sentimento, emoções, reações rápidas e raciocínio
lógico e planejado (RELVAS, 2009).
Vale ressaltar que a aprendizagem se dá pela criação de novas memórias e pela ampliação
das redes neuronais que armazenam o que já foi trabalhado, por meio das aprendizagens
conceituais e das metodologias que irão formar ou ampliar estas memórias.
A memória tem sua origem etimológica no Latim e significa a faculdade de reter e/ou
readquirir ideias, imagens, expressões e conhecimento. Desta forma, a memória é a base de todo
saber, da aprendizagem, pois, como as experiências que possuímos armazenadas na memória,
temos a oportunidade e a habilidade de mudar o nosso comportamento.
Podemos dizer que a memória e a aprendizagem caminham juntas, uma vez que a
aprendizagem é a modificação do comportamento, como resultado da experiência ou aquisição de
novos conhecimentos acerca dos meios, e a memória é a retenção deste conhecimento por um
tempo determinado. Para tal, a aprendizagem e a memória necessitam de mecanismos neuronais
mediados pelas sinapses nervosas. Estas sinapses podem ser afetadas por estímulos
neuropsicológicos, eletrofisiológicos, farmacológicos e a genética molecular, que determinam
alterações nos circutos cerebrais.
podem apresentar distúrbios neurogênicos, tanto no cérebro masculino quanto no feminino do tipo:
auditivo, visual e tátil.
Importante salientar que a possibilidade da vivência de cada uma destas experiências está
atrelada à preexistência do nível anterior, revelando-se, assim, seu caráter hierárquico.
Realizando uma análise da evolução das espécies animais, percebe-se que, à medida que
o humano desenvolve-se na escala evolutiva, mais complexas tornam-se as experiências com o
meio onde está inserido e exclusivo nas capacidades de simbolização e conceituação. A filogênese
e a ontogênese humana estrutruram-se na aquisição destas habilidades relacionadas ao
desenvolvimento da aprendizagem (RELVAS, 2009).
Nos Estados Unidos, há uma definição criada por lei (US Publiclaw, pp. 94-142), para o
termo learningdisabilities, de acordo com a publicação Learning Disabilities: A Guide for
ParentsandTeacher – SilberPsychological Service, 1992 (ZORZI, 1994, pp. 15-16), que relata a
seguinte conceituação:
Tarnopol, 1981 (em DROUET, 1995, p. 91) apresenta uma definição para distúrbios da
aprendizagem influenciada por uma visão interacionista. Segundo este autor, “distúrbios são
Capítulo 4 do livro: "A NEUROBIOLOGIA DO APRENDIZADO NA PRÁTICA" - Ed. Alumnus/Leya; 2017
Org. Ana Paula Rabello Chaves
Já Kirk e Bateman, 1962 (em DROUET, 1995, p. 92) preferem reservar o termo distúrbios
de aprendizagem “apenas para aqueles casos de crianças com dificuldades de aprendizagem de
causas desconhecidas, uma vez que essas crianças não apresentam defeitos físicos, sensoriais,
emocionais ou intelectuais de espécie alguma”.
Autores como Parente e Ranña (1990) discutem as inúmeras definições existentes para as
dificuldades de aprendizagem como efeito resultante do caráter complexo e amplo desse campo do
conhecimento. Diversas áreas estão envolvidas na formulação desse conceito, criando
determinantes de várias ordens, como sociais, culturais, pedagógicos, psicológicos, neurológicos,
entre outros, que influenciarão a conceituação formal das dificuldades de aprendizagem.
A conceituação das dificuldades de aprendizagem parece tarefa complicada, uma vez que é
cercada de posicionamentos distintos, oriundos de áreas do saber que precisam ser conjugadas
para um entendimento global do fenômeno.
executivas do cérebro
A proposta é olhar o todo sem perder as especificidades das partes. Esta abordagem
prioriza um diálogo entre as neurociências, psicologia e educação com vistas a compreender as
dificuldades de aprendizagem que dão origem e destino aos processos de ensino e aprendizagem.
visuespaciais. Tal treino é um conjunto de intervenções voltadas não somente para questões
cognitivas, mas também emocionais e comportamentais. Para tanto o professor deve ficar atento
as seguintes questões:
Vale ressaltar que independente dos deficits encontrados no aluno (lesões, transtornos do
neurodesenvolvimento) as funções cognitivas se encontram em processo de desenvolvimento.
Sendo assim, HABILITAMOS, funções cognitivas não desenvolvidas adequadamente.
Segundo Cardoso e Fonseca, 2016, podemos desenvolver tais sugestões através de:
REFERÊNCIAS
CAPELLINI, Simone Aparecida; GERMANO, Giseli Donadon; PINHEIRO, Fábio Henrique. Manual
de Estratégias para Dificuldades de Aprendizagem. Marília/SP: Editora Cultura Acadêmia, 2013.
SOUZA, Marlene C.; GOMES, Claúdia. Neurociência e o déficit intelectual; aportes para a ação
pedagógica. Revista Psicopedagogia. Belo Horizonte, 32(97), p.104-114 (2015).
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