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INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE MANICA

DIVISÃO DE AGRICULTURA
CURSO DE ENGENHARIA FLORESTAL
BLOCO II: EXPLORAÇÃO E PROCESSAMENTO DE PRODUTOS FLORESTAIS
MÓDULO: EXPLORAÇÃO E COLHEITA FLORESTAL
NIVEL 2

TEMA:
AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS PARA ACTIVIDADES DE
EXPLORAÇÃO E COLHEITA FLORESTAL

DISCENTE: DOCENTE:

Anderson Frimilio Pais. Eng. Moises de Jesus Paulo Mavaringana.Msc

Matsinho, Julho 2022


INDICE
1. INTRODUÇÃO .......................................................................................................................... 1

1.1. Objectivos............................................................................................................................. 2

1.1.1. Geral .............................................................................................................................. 2

1.1.2. Especificos ..................................................................................................................... 2

2. REVISÃO BIBLOGRAFICA ..................................................................................................... 3

2.1. Histórico da avaliação de impacto ambiental ....................................................................... 3

3. IMPACTOS AMBIENTAIS DE EXPLORAÇÃO FLORESTAL ............................................. 4

3.1. Desflorestamento .................................................................................................................. 4

3.1.1. Alteração no microclima da região ................................................................................ 5

3.1.2. Perda de biodiversidade ................................................................................................. 5

3.1.3. Erosão do solo ............................................................................................................... 5

3.2. Solo....................................................................................................................................... 6

3.3. Água ..................................................................................................................................... 7

3.4. Fauna .................................................................................................................................... 7

3.5.Vegetação .............................................................................................................................. 8

3.6. Biodiversidade ...................................................................................................................... 9

3.7. Prevenção e combate à incêndios ........................................................................................ 9

4. IMPACTOS AMBIENTAIS DA COLHEITA FLORESTAL ................................................. 10

4.1. Meio físico.......................................................................................................................... 10

4.2. Meio Biótico....................................................................................................................... 11

4.3. Meio Antrópico .................................................................................................................. 11

5. CONCLUSÃO .......................................................................................................................... 12

6. REFERENCIAS BIBLOGRAFICAS ....................................................................................... 13


1. INTRODUÇÃO
A avaliação de impactos ambientais é um instrumento de política ambiental formado por um
conjunto de procedimentos capaz de assegurar, desde o início do processo, que se faça um exame
sistemático dos impactos ambientais de uma ação proposta (projeto, programa, plano ou política)
e de suas alternativas, e que os resultados sejam apresentados de forma adequada ao público e aos
responsáveis pela tomada de decisão, e por eles devidamente considerados (apud MOREIRA,
1985).
De acordo com Silva (1994), asfases do ciclo florestal geram inúmeros impactos positivos
e negativos, como por exemplo,em etapas de implantação de plantio, manutenção e colheita. A
fase final do processo produtivo de madeira, caracterizada pelas atividades de colheita,
apresenta algumas perspectivas positivas, bem como exerce sua importância no que tange ao
cenário socioeconômico do país, além de diminuir a pressão relacionada a exploração sobre
florestas nativas (FREITAS, 2014).
Mesmo trazendo grandes benefícios, afase colheita florestal apresenta potencial de alteração do
meio ambiente, principalmente no meio biofísico (ANDRADE, 1998),tal etapa ocasiona
impactos negativos adversos, onde se pode relatar: no meio biótico, os prejuízos às cepas (SOUZA
e MACHADO, 1985), no meio antrópico, o aspecto estético e da paisagem (MACHADOe LOPES,
2002) e no meio físico, o encadeamento da compactação do solo (FENNER, 2002).
A análise qualitativa dos danos ambientais originados pela colheita florestal em região de
bioma considerado vulnerável podem auxiliar na gestão ambiental decorrentes do ciclo florestal
produtivo, como a colheita florestal, tanto para plantios comerciais homogêneos como plantios
de espécies nativas.

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1.1. Objectivos
1.1.1. Geral
 Abordar sobre avaliação de impactos ambientais para actividades de exploração e colheita
florestal.

1.1.2. Especificos
 Descrever impactos ambientais das actividades de exploraçao florestal;
 Descrever impactos ambientais da colheita florestal.

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2. REVISÃO BIBLOGRAFICA
2.1. Histórico da avaliação de impacto ambiental
A Avaliação de Impacto Ambiental (AIA) teve seus primeiros estudos desenvolvidos nos Estados
Unidos da América, posteriormente, surgiram pesquisas na Europa em decorrência do
desenvolvimento econômico. Uma das primeiras publicações sobre o assunto se refere ao National
Environmental Policy Act – NEPA (Lei da Política Nacional do Meio Ambiente) (MILARÉ,
2011).

Essa ferramenta, além de fazer parte da Política Nacional de Meio Ambiente (PNMA), é hoje um
dos instrumentos mais difundidos no mundo, principalmente no tocante ao potencial de criação de
soluções e estratégias que permeiam o conceito de desenvolvimento sustentável, logo, passou a
integrar os mecanismos de proteção ambiental em empreendimentos de impacto (SANTOS, 2013).

No ano de 1972, durante Conferências das Nações Unidas sobre Meio Ambiente na Suécia, houve
a votação de um plano relativo a avaliação do meio ambiente mundial, chamado de “Plano Vigia”;
a partir dessa ocasião, a AIA que já existia no âmbito interno de alguns países passou a ser
institucionalizada em nível mundial (SOARES, 2003).

Após a realização da ECO/92 ou Rio/92 (Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente
e o Desenvolvimento - RJ - 1992), a AIA integrou tratados internacionais como parte de princípios
obrigatórios. (Princípio 17 da Declaração do Rio/92), definindo que tal instrumento nacional
possui a finalidade de avaliar atividades de cunho social, ambiental e econômico que possam
apresentar qualquer impacto adverso ao meio ambiente inserido (ONU, 2019).

Após a elaboração desse tratado internacional a AIA passa a ser definida como: “[...] instrumento
nacional, que deve ser empreendida para as atividades planejadas que possam vir a ter impacto
negativo considerável sobre o meio ambiente, e que dependam de uma decisão de autoridade
nacional competente” (ONU, 2019). Posteriormente a elaboração do Decreto 99.274 de 1990, a
avaliação de impacto ambiental passa a ter relação com o licenciamento ambiental, se tornando
um dos critérios para a concessão de licença para determinados empreendimentos, atividades ou
obras.

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3. IMPACTOS AMBIENTAIS DE EXPLORAÇÃO FLORESTAL

A manutenção da diversidade biológica é um dos principais objetivos do plano de manejo, que


visa garantir o estoque remanescente e permitir a seleção positiva das espécies com indivíduos que
estariam aptos para comercialização.

Por ocasião das intervenções da exploração da madeira que implica em redução de área basal das
espécies comerciais, deve-se proceder criteriosamente a fim de que sejam mantidas as árvores
matrizes de forma dispersa, para o que não possa ser processado o abate total de grupos arbóreos
da mesma espécie que ocorrerem em reboleiras, inclusive, a fim de favorecer posteriormente a
dispersão de sementes e a regeneração natural e processo de sucessão na área explorada.

Durante o processo de abate deve-se direcionar a queda das arvores abatidas de tal forma a proteger
indivíduos remanescentes, protegidos por lei, e espécies comerciais futuras presentes no sub-
bosque da floresta. A beleza cênica, representada pela floresta virgem e exuberante da área será
alterada num primeiro momento, contudo, espera-se que em um curto espaço de tempo ela se
reconstituirá, através dos processos naturais de regeneração, ou pelos tratamentos proporcionados.

3.1. Desflorestamento

As florestas foram um dos primeiros ecossistemas a serem explorados e devastados pelo Homem.
O desflorestamento no mundo, iniciou-se com o surgimento e desenvolvimento da agricultura e,
prolongando-se até aos dias actuais e, é responsável por uma redução da área florestal global da
ordem de 20% a 25% (SANTOS, 2012, p. 97-98).

A exploração florestal tornou se necessária ao progresso e desenvolvimento económico e social.


O problema não é a exploração desses recursos, mas sim a pressão que sofrem, visto que muitas
vezes, pela ânsia ao lucro fácil e satisfação das necessidades básicas das populações mais pobres,
tem pressionado esses recursos intensivamente ao ponto de os esgotar em alguns locais ao ponto
de por em causa vários ecossistemas.

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Calcula-se que a floresta mundial tenha vindo a sofrer nos últimos tempos um recuo anual da
ordem dos 30 milhões de hectares (ha). O desflorestamento é alarmante nos países da Ásia, África
e América do Sul. Segundo investigadores de um laboratório europeu, 5,8 milhões de ha de floresta
tropical húmida foram destruídos entre 1990 e 1997 e 2,3 milhões estão deteriorados. No mundo
tropical, a pressão sobre as florestas é mais acentuada apesar do desflorestamento ter iniciado a
apenas 30 anos, mas já conseguiu reduzir de forma drástica as áreas intactas de floresta. A
desflorestação nos trópicos é especialmente grave porque as florestas tropicais não se regeneram
facilmente e porque são uma fonte extremamente rica de biodiversidade.

3.1.1. Alteração no microclima da região

As áreas de floresta, através da vegetação, absorvem grande quantidade da energia solar para
fotossíntese e evapotranspiração. Uma vez desmatada, o calor passa a se propagar com mais
intensidade para a atmosfera por conta da maior exposição do solo. Isso faz com o que o
microclima da região seja alterado. Refletindo, por exemplo, na quantidade de chuvas. A cidade
de São Paulo, conhecida inicialmente como “terra da garoa” ilustra bem essa situação. Devido a
sua urbanização, o local que possuía poucas chuvas passa a ter precipitações pluviométricas mais
intensas, provocando as enchente.

3.1.2. Perda de biodiversidade

Locais de habitat de várias espécies, as florestas conservam a biodiversidade. O desmatamento


provoca a morte de diversos animais e põe fim em diferentes tipos de vegetação. A Mata Atlântica
abriga 20 mil espécies de plantas e mais de duas mil espécies de animais, algumas endêmica, ou
seja, só existem nesse espaço. De acordo com o Sistema Ambiental Paulista, cerca de 400 animais
e 200 espécies de plantas estão em ameaça de extinção na Mata Atlântica.

3.1.3. Erosão do solo

Pela falta de vegetação após o desmatamento, o solo fica mais exposto a agentes erosivos, ou seja,
que o degradam lentamente, como a água das chuvas e dos rios. A erosão acaba provocando o
desagregamento do solo, empobrecendo a quantidade de nutrientes e, por consequência, fazendo
com que ele seja impróprio para a agricultura.

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3.2. Solo

A preservação do solo, tanto de suas características físicas, químicas e biológicas depende do uso
adequado, utilizando-se práticas de conservação, manejo e monitoramento. Através do
planejamento das estradas, conseguiremos minimizar vários fatores degradantes do solo como:
perda de matéria orgânica, lixiviação de nutrientes, compactação e má drenagem do solo, além da
regeneração natural do solo que compõe o revestimento florístico da área. Porém, além de um bom
planejamento é preciso que haja um constante monitoramento das atividades, principalmente no
período que antecede cada exploração, garantindo a manutenção constante das estradas de acesso
principal, estradas secundárias e trilhas de arraste, evitando focos de erosão e os fatores
degradantes já mencionados, resultados de um mau planejamento, onde tratores florestais e
práticas como as do arraste de matéria prima, contribuiriam para maiores impactos no solo.

O combate à erosão é um dos pontos fundamentais para a minimização dos impactos do solo. Isto
é conseguido evitando-se a eliminação da cobertura florestal de grandes áreas de solos,
preservando-se árvores que diminuem o impacto direto dos agentes erosivos, como chuvas,
escoamento superficial das águas pluviais e lixiviação de nutrientes.

Na derrubada das árvores é importante direcionar a queda das mesmas a fim de que as árvores
fiquem o mais próximo possível dos locais de saída para os pátios de estocagem, minimizando os
impactos no solo com o arraste dessas árvores por longas distâncias. Deve-se evitar o uso de
tratores nos períodos chuvosos para se evitar a compactação dos solos. No arraste é essencial o
uso de torre e guinchos no trator para suspender uma das pontas da tora, minimizando o impacto
sobre o solo ao arrastar a mesma.

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3.3. Água

Em relação aos recursos hídricos, a minimização dos impactos ambientais a ele causados, deve ser
realizada com a máxima observação da manutenção da vegetação situada nas margens dos rios,
córregos, grotas, nascentes e outros elementos naturais que se enquadram como área de
preservação permanente.

Não será permitida de forma alguma a derrubada de árvores nas margens dos corpos d'água. Outra
preocupação importante em relação à qualidade das águas se dá por ocasião da construção das
estradas, pois estas não devem ser construídas em rampas longas e de declive acentuado que possa
direcionar o escoamento superficial de água e sedimentos para os leitos dos cursos, causando a
turbidez, o assoreamento, entre outros danos. Quanto aos drenos, sempre que houver necessidade
serão colocados bueiros para não obstrução do recurso.

3.4. Fauna

A exploração florestal na área de maneio será executada de forma a possibilitar sempre uma opção
de refúgio aos animais em áreas de floresta nativa não explorada e sem atividades de manejo,
durante o processo de corte e extração de madeiras, ou seja, a exploração terá sempre seu início
em talhões próximos às áreas já desmatadas ou mais alteradas, possibilitando a fuga para áreas
interiores de floresta natural inalterada ou para floresta natural em pausa das atividades do manejo
sustentado.

Assim, em relação ao primeiro efeito negativo (exploração florestal) sobre a fauna, espera-se que
com as técnicas de manejo florestal com exploração de impacto reduzido e a manutenção do
ecossistema com o mínimo possível de intervenção humana e alteração em relação ao ecossistema
original, não haja danos significativos que possam levar a extinção de espécies ou mesmo a
processos irreversíveis de degeneração da fauna local, podendo as áreas de manejo servir de
refúgio da fauna de áreas circunvizinhas, que eventualmente sofram, por exemplo, com as
atividades de subsistência praticadas nas comunidades do entorno a Unidade de Maneio Florestal.

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3.5.Vegetação

Qualquer distúrbio severo resulta em mudanças nas espécies dominantes de plantas que vivem em
um local. Por terem uma grande influência nas condições ambientais locais, as árvores são os
organismos dominantes nas florestas. Após o corte raso, muitas plantas menores aproveitam as
condições relativamente pouco competitivas que ocorrem e dominam os estágios iniciais da
sucessão pós-colheita. Eles são então reduzidos em abundância, ou mesmo eliminados da
comunidade, uma vez que várias décadas de regeneração se passaram e plantas do tamanho de
árvores restabelecem seu domínio.

Muitas plantas de sucessão pós-corte precoce só podem ser bem sucedidas em habitats abertos –
elas são intolerantes à sombra e outras condições estressantes sob o dossel da floresta. Essas
plantas ruderais de vida relativamente curta geralmente podem se dispersar amplamente, uma
estratégia de propagação necessária devido ao seu habitat efêmero. Plantas rústicas que podem
proliferar em florestas recentemente perturbadas incluem ásteres, varas-de-ouro, gramíneas e
ciperáceas. Um exemplo específico é o fireweed (Chamerion angustifolium), uma erva de flor roxa
que é muitas vezes abundante após o incêndio (daí o seu nome) e também após o corte
raso. Algumas plantas lenhosas também são ruderais, pois são mais abundantes durante a
recuperação após perturbação. Exemplos são a framboesa vermelha (Rubus strigosus), a cerejeira
(Prunus pensylvanica) e o sabugueiro (Sambucus racemosa).

Ao contrário das plantas ruderais, algumas outras espécies são tolerantes ao estresse ambiental que
ocorre sob o dossel de uma floresta fechada. Exemplos são o trillium branco (Trillium
grandiflorum), samambaia de escudo (Dryopteris marginalis), musgos de penas (como Pleurozium
schreberi e Hylocomium splendens) e certos líquenes, como pulmonária (Lobaria
pulmonaria). Essas espécies não são tolerantes a condições abertas e declinam após o corte
raso. Uma vez que as condições adequadas se desenvolvam novamente, essas plantas podem
aumentar novamente em abundância.

Em geral, uma vez que um corte raso teve dois a quatro anos para se regenerar, a comunidade de
plantas é realmente mais rica em espécies do que a floresta madura que foi colhida (isso é
particularmente verdadeiro para plantas vasculares). O aumento na diversidade de espécies ocorre

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porque os habitats recentemente perturbados são relativamente ricos em recursos como luz,
nutrientes e água. Isso permite que muitas espécies de plantas de baixo crescimento sejam
suportadas, incluindo uma diversidade de plantas ruderais. Em comparação, habitats estressantes,
como o sub-bosque sob o dossel de uma floresta madura, suportam menos espécies de plantas.

3.6. Biodiversidade

O corte raso e outras práticas florestais causam intensos distúrbios nas florestas. Eles causam
mudanças dramáticas no habitat disponível para sustentar plantas, animais e micróbios, bem como
suas várias comunidades. Algumas espécies se beneficiam das mudanças de habitat que ocorrem
por causa da silvicultura, mas outras sofrem danos.

3.7. Prevenção e combate à incêndios

Quanto à minimização dos impactos e proteção da floresta sobre os projetos de manejo sustentado,
o fator de maior relevância é a prevenção e o combate a incêndios florestais, que são extremamente
prejudiciais à qualidade do ar e à estabilidade do microclima, além de diminuir os teores de matéria
orgânica e de alguns componentes minerais dos solos liberados durante a combustão. As técnicas
de exploração de impacto reduzido, como planeamento de estradas e trilhas de arraste, corte
direcional e corte de cipós, reduzem a abertura do dossel da floresta. Desta forma, há menos
material comburente e uma menor incidência solar sobre a mata explorada, reduzindo o risco de
incêndio. Aceiros nas divisas e educação de trabalhadores quanto a cuidados na prevenção de
incêndios florestais serão providenciados para que, em caso de incêndios acidentais no local do
projeto, estes sejam prontamente eliminados com o menor nível de danos possível ao ambiente.
Durante a realização das atividades do manejo, todas as equipes de trabalho serão orientadas a não
jogar pontas de cigarro no chão, acender fogueiras na floresta e arredores, e somente abastecer as
máquinas obedecendo aos princípios de segurança, eliminando assim o elemento chamado de
“ignição” para o início do fogo, e consequentemente propagação do incêndio.

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4. IMPACTOS AMBIENTAIS DA COLHEITA FLORESTAL

A colheita florestal representa a operação final de um ciclo produtivo florestal, na qual são obtidos
os produtos finais que serão a matéria prima para diversas indústrias, ou seja, os custos envolvidos
no processo de colheita florestal desde o planejamento de estradas para colheita até a madeira
posto fábrica, compõe um indicador significativo para a rentabilidade do projeto florestal.
O avanço tecnológico na colheita florestal promoveu também uma enorme potencialidade de
geração de impactos consideráveis nos aspectos físicos, bióticos e antrópicos, revelando um perfil
ambiental passível de análises criteriosas com o intuito de aumentar a sustentabilidade desta
atividade (FREITAS, et al. 2011). Podemos classificar os impactos ambientais na colheita florestal
pelo compartimento em que estes afetam (meio físico, biótico e antrópico) que, por sua vez, podem
ser divididos em componentes e seus principais impactos potenciais, como é mostrado a seguir de
acordo com Machado (2008), Freitas (2008) e Silva (2008)
4.1. Meio físico
No meio físico encontramos uma grande quantidade de impactos que afetam os componentes ar,
água e solo. Serão citados os principais:
 No ar os maquinários utilizados na colheita impactam pelo aumento na emissão de gases
de combustão; pelos ruídos gerados com o seu 17 funcionamento; e pelo aumento de
concentração de particulados suspensos (principalmente poeira) com o transitar destas
máquinas.
 No solo há o aumento da compactação através da pressão exercida pelos rodados da
máquina; o aumento do processo de erosão que é desencadeado principalmente pela
remoção da cobertura vegetal pela colheita e consequente exposição do solo às intempéries;
a contaminação por graxas, lubrificantes e combustíveis, que podem ocorrer pela falta de
manutenção ou durante a sua execução nos maquinários e durante os procedimentos de
abastecimento; e a exportação de nutrientes iniciada pelo desenvolvimento do novo plantio
e consumada pelo corte das árvores e extração das mesmas.
 Na água os principais impactos potenciais estão relacionados à contaminação por graxas,
lubrificantes e combustíveis; e impactos desencadeados pelos processos erosivos, como a
depreciação da qualidade por aumento da turbidez, o assoreamento de corpos d’água e a
desregularização da vazão de mananciais vizinhos.

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4.2. Meio Biótico
No meio biótico destaca-se as alterações nos componentes flora, fauna e microrganismos. Serão
citados os principais:

 Na flora podemos verificar os danos sobre a vegetação de sub-bosque, que ocorre com as
atividades das máquinas durante o corte e a extração dentro do talhão e que podem atingir
e gerar danos também às vegetações circunvizinhas; os danos às cepas com cortes mal
realizados ou com o transitar das máquinas sobre as mesmas.
 No componente fauna ocorre a descaracterização de habitats de animais silvestres como
aves, mamíferos, répteis, insetos, entre outros; e devido às suas atividades a colheita pode
provocar também o estresse e o afugentamento da fauna.
 Os microrganismos também são afetados pela colheita através da mudança das
características ambientais que podem acarretar distúrbios populacionais destes
microrganismos e até mesmo alterar a composição microbiótica tanto do solo como da
água.

4.3. Meio Antrópico


No meio antrópico destaca-se as alterações nos componentes beleza cênica, empregos, saúde e
economia. Serão citados os principais:

 Na beleza cênica ocorrem as depreciações na paisagem através da derrubada das árvores,


da alteração visual de corpos d’água, dos danos perceptíveis em vegetações circunvizinhas
e de alterações nas condições dos solos.
 No componente emprego podemos destacar a geração de empregos e o aumento da
qualificação destes empregados devido à necessidade de pessoal capacitado a operar
máquinas mais tecnológicas como o harvester e o forwarder.
 No componente saúde encontramos as melhorias nas condições ergonômicas com
maquinários mais adaptados ao conforto e segurança humana.
 Na economia percebe-se o aumento na circulação monetária local devido à priorização de
contratação de mão de obra local e geração de serviços decorrentes da chegada da
atividade.

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5. CONCLUSÃO

As empresas do setor florestal têm atualmente uma grande quantidade de máquinas e equipamentos
de corte e extração disponíveis no mercado, podendo variar os conjuntos de colheita empregados
de acordo com as características peculiares de cada empreendimento (JACOVINE et al., 2001).

Planejar e executar com rigorosos critérios técnicos a colheita florestal é essencial para reduzir os
impactos ambientais nos meios físico, biótico e antrópico, além de proporcionar significativa
redução nos custos totais da colheita da madeira e contribuir para a sustentabilidade ambiental,
econômica e social (PINTO, 2002).

De acordo com Machado (1985), a seleção do melhor sistema de colheita a ser empregado deve-
se basear em uma criteriosa análise técnica e econômica, onde são considerados diversos fatores,
tais como, declividade, topografia do terreno, clima, solo, incremento da floresta, comprimento da
madeira, finalidade da madeira, dentre outros.

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6. REFERENCIAS BIBLOGRAFICAS

AMABILINI, V. D. Utilização do Harvester na exploração florestal. In: SIMPÓSIO


BRASILEIRO SOBRE EXPLORAÇÃO E TRANSPORTE FLORESTAL, 1, 1991, Belo
Horizonte. Anais... Belo Horizonte: 1991.p.349-364.

ANDRADE, S.C. Avaliação técnica, social, econômica e ambiental de dois sistemas de colheita
florestal no litoral norte da Bahia. Viçosa, MG: UFV, 1998. 125p. Dissertação (Mestrado em
Ciência Florestal) – Universidade Federal de Viçosa, 1998.

ENNER, P.T. Compactação do solo. In: MACHADO, C.C. (Editor), Colheita florestal.Viçosa:
UFV, 2002, p.375-396.

FREITAS, L. C. Avaliação de impactos ambientais da inovação tecnológica na colheita florestal.


Viçosa, MG: UFV, 2008. 130 f. Tese (Doutorado em Ciência Florestal) – Universidade Federal de
Viçosa, Viçosa, MG. 2008.

LIRA FILHO, J. A . Impactos ambientais da exploração florestal de madeira numa área de floresta
plantada em região acidentada, vale do Rio Doce, MG. Viçosa: UFV, 1993. 86p. Dissertação
(Mestrado em Ciência Florestal) - Universidade Federal de Viçosa, 1993.

LOPES, E. S.; OLIVEIRA, D.; RODRIGUES, C. K.; DRINKO, C.H. Compactação de um solo
submetido ao tráfego do harvester e do forwarder na colheita de madeira. Floresta e Ambiente,
Irati, 22(2):223-230, 2015.

MACHADO, C. C., SILVA, E. N., PEREIRA, R. S. O setor florestal brasileiro e a colheita


florestal. In: MACHADO, C. C. Colheita Florestal. Viçosa, UFV, 2008. p. 15-42. Viçosa, MG:
UFV, 2008. 501 p.

MACHADO, C.C. Exploração Florestal: V parte. Viçosa: UFV, 1985. 15p.

SANCHEZ, L.E. Avaliação de impacto ambiental: conceitos e métodos. São Paulo. Oficina de
textos, 2008. 495 p.

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