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EQUIPE DIRETIVA
ORGANIZAÇÃO
EQUIPE EDITORIAL
Coleção
Projeção lato sensu
Volume 4
Copyright © Projeção
Brasília - 2020
658
Modelos de maturidade de processos / Organizadores, José Sérgio de Jesus ... [et al.] –
Brasília: Projeção, 2020. 50 p. ; 30 cm. (Coleção Projeção latu sensu, v. 4)
ISBN: 978-65-89213-24-6
06 ..................................................................Módulo 01
Análise de Risco para Gestão de Projetos
16 ........................................................................Módulo 02
Capability Maturity Model Integration
26 ........................................................................Módulo 03
Programa de Melhoria de Processos de Software
Brasileiro Part. 1
37 ........................................................................Módulo 04
Programa de Melhoria de Processos de Software
Brasileiro Part. 2
M Ó D ULO 1
ANÁLISE DE RISCO PARA GESTÃO DE PROJETOS
APRESENTAÇÃO
Caro estudante, seja bem-vindo ao primeiro módulo da componente curricular “Modelo
de maturidade de processos”. Antes de começarmos a desenvolver os conceitos sobre matu-
ridade de processos, é muito importante que compreendamos o que representam os riscos na
perspectiva dos projetos de software, bem como as relações de gestão sobre os riscos. Você
consegue reconhecer e classificar os diferentes tipos de riscos nas etapas de desenvolvimen-
to de software.
Para Morais (2012), projeto é um empre- de riscos, sejam eventos negativos ou even-
endimento temporário que tem por finalidade tos positivos, ameaças e oportunidades res-
criar um produto, serviço ou resultado único, pectivamente. Portanto, esse tema de Ges-
dependendo de todos os stakeholders e do tão de Riscos é de grande importância para
gerente de projetos que além de habilidades se contemplar o sucesso e se evitar o fracas-
específicas como a comunicação, elaboração so no desenvolvimento e no alcance dos ob-
de orçamentos, dentre outras, é de suma im- jetivos e produtos dos projetos realizados por
portância a aplicação de boas técnicas de ge- alguma organização (MORAIS, 2012).
renciamento e o domínio das competências
De forma sumária, respondemos as prin-
gerais.
cipais perguntas pertinentes à gestão de pro-
Você teria outra definição sobre o que é jetos como um todo (PMBOK, 2013; MO-
projeto? Esta definição apresentada se apro- RAIS, 2012). Como gestor da área de TI que
xima muito aos conceitos mais clássicos, não se prepara a definição de processos e mode-
é mesmo? E sobres as estruturas organizacio- los de maturidade, é preciso ter bem claro:
nais, o que você pensa?
1) Quem são os principais envolvidos no
Existem três modalidades de estruturas projeto?
organizacionais que são: funcional, por proje- Os envolvidos na construção de qualquer
tos e matricial, podendo elas indicar que nível tipo de projeto são considerados stakehol-
de autoridade o gerente de projetos irá usu- ders, que são desenvolvedores, clientes, ges-
fruir. Os projetos começam e andam iguais, tores, patrocinadores, enfim, qualquer pessoa
começando por uma ideia excelente dada que tenha alguma interface na concepção,
por alguém onde o projeto é aprovado e se- construção ou entrega do projeto.
gue pelas fases intermediárias até a fase final
quando é concluído e encerrado. 2) Quais são as características de um pro-
jeto?
A Análise Qualitativa de Riscos dentro do
As características do projeto são únicas.
contexto de Gestão de Projetos e Gestão de
O projeto, de forma geral, tem prazo limitado
Riscos possibilita a classificação e priorização
quando a data de início e fim está estipulada.
7
É temporário. A conclusão de um projeto se tem um monte de coisas e são excelentes comunica-
quando as metas forem alcançadas. dores, capazes de motivar as pessoas. Algumas
organizações admitem gerentes de projetos por
3) O que é gerenciamento de projetos?
contrato para administrarem grandes projetos de
Os gerentes de projetos são os responsáveis mudanças na empresa, para não deslocarem um
pela administração dos processos envolvidos e funcionário nessa função (HELDMAN, 2004).
pela aplicação das técnicas e ferramentas neces-
sárias para que sejam cumpridas as atividades do Todos os projetos têm algum problema. A
projeto (MORAIS, 2012). solução desses problemas é um processo duplo.
Para se negociar é preciso um esforço em con-
4) Quais são as restrições de um projeto? junto para se chegar a um acordo. A influência
Nas organizações existem mais solicitações seria uma conversa com a equipe convencendo
de projetos do que recursos para trabalhar neles. que tal coisa é melhor do que a outra. Os geren-
Esses recursos seriam as restrições. Todo proje- tes de projetos são extremamente dependentes
to é submetido a três restrições: tempo, custo e das habilidades de formação de equipe e geren-
escopo, e às vezes as três são limitadas. Todas as ciamento de recursos humanos. Todas as orga-
restrições apontam para a qualidade do projeto. nizações são estruturadas segundo uma destas
três modalidades: funcional, por projetos ou ma-
5) O que são premissas de um projeto? tricial (MORAIS, 2012).
As premissas do projeto são tudo aquilo que
A Figura a seguir apresenta a sequência típi-
acreditamos ser verdade. Cada projeto terá seu
ca de fases no ciclo de vida de um projeto, con-
próprio conjunto de premissas que devem ser
forme PMBOK (2013)
identificadas, documentadas e atualizadas no
decorrer do projeto.
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de referência para os modelos de maturidade gia e dos projetos de TI, bem como dos recursos
PMMM (Project Management Maturity Model) e de TI utilizados e demais serviços relacionados
OPM3 (Organization Project Management Maturi- à TI.
ty Model), contempla áreas de conhecimento em
f) Accountability (AC): tem por objetivo defi-
gestão de projetos, dentre elas a área relaciona-
nir os papéis e responsabilidades das partes en-
da a Riscos (MORAIS, 2012).
volvidas nas decisões de TI, além de assegurar
Para Lunardi e Becker (2010), as organiza- claramente a sua compreensão pela organização
ções que apresentam boa governança de TI são (LUNARDI; BECKER, 2010).
aquelas que possuem elevado desempenho nes-
A Gestão de Riscos é formada por processos
sas diferentes áreas-foco, obtendo, portanto,
que tratam da realização de identificação, análi-
maior retorno sobre os investimentos realizados
se, respostas, monitoramento e controle e plane-
em TI do que as empresas que não conseguem
jamento do gerenciamento de riscos de um pro-
governar sua TI de forma adequada. Ao avaliar
jeto. O seu objetivo é maximizar a probabilidade
cada uma dessas áreas, a organização obtém
e o impacto dos eventos positivos e minimizar a
um retrato de quão bem vem gerenciando seus
probabilidade e o impacto dos eventos negativos
recursos tecnológicos da informação, além de
ao projeto. Dentre os processos que fazem parte
identificar os efeitos da adoção de tais mecanis-
do gerenciamento de riscos de um projeto está
mos na gestão da TI.
a Análise qualitativa de riscos (MORAIS, 2012).
Nesta perspectiva de Governança de TI, são
Segundo o PMBOK (2013), a análise qualita-
avaliados diferentes fatores em uma organização:
tiva de riscos é a priorização dos riscos para aná-
a) Alinhamento estratégico (AE): busca assegu- lise ou ação adicional subsequente através de
rar a integração entre o plano de TI e o de negó- avaliação e combinação de sua probabilidade de
cios, de modo a manter as soluções e estratégias ocorrência e impacto. Portanto, trata-se da etapa
de TI alinhadas às estratégias e aos negócios da de Gestão de Riscos que avalia a prioridade dos
empresa. riscos identificados considerando a probabilida-
de de sua ocorrência, o impacto de cada risco
b) Valor da TI (VA): busca assegurar que a TI
nos objetivos do projeto, a tolerância a risco das
esteja atingindo seus benefícios prometidos, oti-
restrições de custo, cronograma, escopo e qua-
mizando os custos dos investimentos.
lidade do projeto, e urgência requerida para as
c) Gerenciamento de risco (RIS): busca prote- respostas aos riscos identificados.
ger os ativos de TI, recuperando informações em
Os processos do gerenciamento de riscos
caso de desastres e mantendo a continuidade
do projeto interagem entre si e com processos
das operações dos serviços de TI.
de outras áreas de conhecimento. A instituição
d) Recursos de TI (REC): busca otimizar a in- deve estar envolvida com uma abordagem pro-
fraestrutura e o conhecimento de TI da empresa. ativa e consistente do gerenciamento dos riscos
Trata também dos recursos críticos de TI (aplica- durante todo o ciclo de vida do projeto. Portan-
tivos, informação e pessoal). to, uma boa análise qualitativa depende também
e) Medidas de Performance (MP): busca acom- da qualidade das informações disponíveis sobre
panhar e monitorar a implementação da estraté- os riscos do projeto (MORAIS, 2012).
9
Você sabe quais são as entradas, ferramen- define a base para a realização da análise quan-
tas e técnicas e saídas da análise qualitativa de titativa dos riscos, se necessária. Esse processo
riscos? de realizar a análise qualitativa possui suas en-
tradas, ferramentas e saídas, e deve ser revisado
Para Morais (2012), a realização da análise
durante toda a vida do projeto para se atualizar
qualitativa de riscos, em geral, é um meio rápido
em relação às mudanças nos riscos do projeto.
e econômico de estabelecer as prioridades do
processo de planejar as respostas aos riscos e
A Figura a seguir detalha as entradas, ferramentas e técnicas e saídas, conforme o PMBOK.
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Para Morais (2012), a função primordial fícios ajuda a orientar as respostas e a priorizar
da Matriz de Probabilidade e Impacto é avaliar as ações da organização que podem ser proati-
a importância e a prioridade de cada risco, ou vas ou não. As ameaças ou oportunidades que
seja, esta tabela especifica as combinações de compõem a zona de alto risco (cinza escuro) são
probabilidade e impacto que resultam em uma tratadas com prioridade, com ações proativas
classificação dos riscos como de prioridade bai- e estratégias agressivas. Já as que compõem a
xa, moderada ou alta. A partir do estudo dessa zona de baixo risco (cinza médio) podem não exi-
ferramenta é possível desenvolver um esquema gir uma ação proativa de gerenciamento de risco
geral de classificação do projeto ponderando os além da simples monitoração. É importante lem-
riscos avaliados por objetivo para relacionar um brar que número de etapas na escala da matriz é
objetivo com outro. A classificação dos riscos ou determinado e depende da organização.
oportunidades quanto a suas ameaças ou bene-
11
DESAFIO
Caro(a) acadêmico(a), que bom que você chegou até aqui.
Se você está neste desafio é porque você leu todo o material de estu-
dos (texto-base e leituras complementares) e respondeu o questioná-
rio.
Vamos lá?
Vamos lá?
12
LEITURA COMPLEMENTAR
A título de leitura complementar, para se aprofundar nas questões tratadas nessa unidade, são
sugeridas três leituras:
A TI se tornou um dos principais ativos das organizações, sendo utilizada na realização de boa
parte das suas operações. Essa dependência, em termos de investimentos e impacto nos negócios,
tem feito com que as decisões relacionadas à TI não sejam tratadas apenas pelos executivos de
TI, exigindo um maior envolvimento dos gestores de negócio. É nesse contexto que desponta a
Governança de TI, tendo por finalidade auxiliar a organização a garantir que os investimentos rea-
lizados em TI agreguem valor aos negócios.
LUNARDI, Guilherme Lerch; DOLCI, Pietro Cunha; MAÇADA, Antônio Carlos Gastaud; BECKER, João Luiz. Análise
dos mecanismos de governança de TI mais difundidos entre as empresas brasileiras. Revista ALCANCE, v. 21, n.
1, p. 46-76, 2014. Disponível em: https://faculdadeprojecao.nucleoead.net/pos/mod/resource/view.php?id=282.
Acesso em: 5 out. 2020.
Organizações modernas utilizam infraestruturas de TI complexas para apoiar suas operações diá-
rias. Por se tratar de um ambiente sensível, sempre que surge a necessidade de se aplicar mudanças
e importante estimar quais riscos podem estar associados a elas. Geralmente, estimativas de riscos
realizadas por humanos são baseadas apenas em conhecimento empírico, o que, além de acarretar
uma quantidade proibitiva de trabalho, muitas vezes, leva á conclusões imprecisas e incompletas
sobre os riscos associadas às mudanças.
WICKBOLDT, Juliano Araújo et al. Automatizando a Estimativa de Riscos em Sistemas de Gerenciamento de Mu-
danças em TI. In: 27º SIMPÓSIO BRASILEIRO DE REDES DE COMPUTADORES E SISTEMAS DISTRIBUÍDOS. Por-
to Alegre, [2009]. Disponível em: https://faculdadeprojecao.nucleoead.net/pos/mod/resource/view.php?id=295.
Acesso em: 5 out. 2020.
Atualmente, não há como imaginar uma empresa sem uma forte área de tecnologia da informação
(TI), a fim de trabalhar os dados operacionais e gerar informações gerenciais aos executivos para
tomadas de decisões. A criação e manutenção de uma infraestrutura de TI, incluindo profissionais
especializados requerem altos investimentos. Portanto algumas vezes a alta direção da empresa
impõe restrições aos investimentos em tecnologia por não acreditarem nos seus benefícios. Entre-
tanto, a falta de investimentos em TI pode levar um empreendimento ao fracasso, devido a grande
competitividade de mercado que aumenta a cada dia.
CAVALANTI, Vitor Flisch; DIAS, Ricardo Alves; BARROS, Reinaldo T. O. M. de. Proposta de ferramenta de análise
e controle de processos com foco em análise de riscos. [S. I.]. [20--]. Disponível em: https://faculdadeprojecao.
nucleoead.net/pos/mod/resource/view.php?id=296. Acesso em: 5 out. 2020.
13
SAIBA +
Araújo et al. (2017) apresentam uma abordagem prática sobre a avaliação
de um processo organizacional para identificar seus riscos e oportunidades
de melhoria por meio da aplicação de ferramentas de análise de riscos com-
binadas à outras iniciativas. Para os autores, a cada dia cresce a preocupa-
ção das organizações com a qualidade dos produtos e serviços oferecidos
a seus clientes.
Para subsidiar seu posicionamento, leia o artigo de Araújo et al. (2017) para
conhecer um caso real, avanços e desafios da gestão de riscos.
ARAUJO, Misael Sousa de; MORAES, Ricardo Alves; SANTOS, Rubens Ferreira
dos; MENDONÇA, Tharcísio Marcos Ferreira de Queiroz. A modelagem de pro-
cessos como ferramenta para a melhroria da qualidade de serviços: um caso
prático da gestão de riscos de TI na Fiocruz. Anais do V Simpósio de Engenharia
de Produção – SIMEP 2017. Disponível em: https://www.even3.com.br/anais/
5simep/43272-a-modelagem-de-processos-como-ferramenta-para-a-melho-
ria-da-qualidade-de-servicos---um-caso-pratico-da-gestao-de-r/. Acesso em:
Acesso em: 5 out. 2020.
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Referências
BOUER R.; CARVALHO M. M. de. Metodologia singular de Gestão de Projetos: condição suficiente
para a maturidade em gestão de projetos? Revista Produção, v. 15, n. 3, p. 347- 361, 2005.
CAVALANTI, Vitor Flisch; DIAS, Ricardo Alves; BARROS, Reinaldo T. O. M. de. Proposta de ferra-
menta de análise e controle de processos com foco em análise de riscos. [S. I.]. [20--]. Disponível
em: https://faculdadeprojecao.nucleoead.net/pos/mod/resource/view.php?id=296. Acesso em: 5
out. 2020.
LUNARDI, Guilherme Lerch; DOLCI, Pietro Cunha; MAÇADA, Antônio Carlos Gastaud; BECKER,
João Luiz. Análise dos mecanismos de governança de TI mais difundidos entre as empresas brasilei-
ras. Revista ALCANCE, v. 21, n. 1, p. 46-76, 2014. Disponível em: https://faculdadeprojecao.nucleo-
ead.net/pos/mod/resource/view.php?id=282. Acesso em: 5 out. 2020.
LUNARDI, Guilherme Lerch; BECKER, João Luiz; MAÇADA, Antonio Carlos Gastaud. Impacto da
adoção de mecanismos de governança de tecnologia de informação (TI) no desempenho da gestão
da TI: uma análise baseada na percepção dos executivos. Ciências da Administração, v. 12, n. 28, p.
11-39, 2010.
MORAIS, Altenir Francisco da Silva. A importância da análise qualitativa de riscos para a gestão de
projetos. Tecnologias em Projeção, v. 3, n. 1, p. 23-35, 2012.
PMI, ANSI. Guide to the project management body of knowledge (PMBOK guide). In: Project Mana-
gement Institute. 2013.
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M Ó D ULO 2
CAPABILITY MATURITY MODEL INTEGRATION
APRESENTAÇÃO
Caro estudante, seja bem-vindo ao segundo módulo da componente curricular “Modelo
de maturidade de processos”. Neste módulo, apresentaremos o CMMI, que é voltado para a
maturidade de processos de software, visando a melhoria e a qualidade dos serviços e pro-
dutos de TI.
Ao trazermos o mapeamento da utiliza- elas buscam normas específicas para sua de-
ção de modelos de melhorias de processos de terminada área de aplicação. Essas normas
software, nos apoiamos em Luz et al. (2016) dizem o que a empresa deve fazer durante a
e outros autores que compreendem que, com suas aplicações, mas não dizem como fazer,
a evolução constante das tecnologias da in- dando assim uma liberdade para a metodo-
formação e comunicação e desenvolvimento logia de cada empresa, porém sem deixar de
de softwares, as custos em seus projetos, po- lado o resultado final, a qualidade, que a nor-
dendo assim se manter no mercado e com ma busca.
um alto nível à concorrência.
Os modelos de maturidade de software
Devido a esse alto nível de competiti- buscam direcionar as empresas em seus pro-
vidade as empresas procuram se adaptar e cessos de fabricação de softwares, utilizando
melhorar continuamente seus processos e modelos a serem seguidos em seus projetos,
metodologias para o desenvolvimento de mesclados com as metodologias e estratégias
software, podendo assim acompanhar e ga- da própria organização. Algumas empresas
rantir a qualidade de seus processos e pro- adotaram modelos de maturidade como o
duzir softwares de acordo com as exigências CMMI (Capability Maturity Model Integra-
do mercado, visando estar sempre entre os tion) ou MPS.br (Melhoria de Processo do
modelos globais. Software Brasileiro) para melhorar e reduzir
custos do desenvolvimento de software, ire-
No mercado nacional, tal competição não
mos identificar algumas empresas nacionais
é diferente, com empresas cada vez mais es-
que se beneficiaram do uso dessas normas
pecializadas e eficientes, tem-se a necessida-
e qual nível de maturidade foi alcançado por
de constante de melhorias processuais para
elas. Baseando-se em seus processos, esses
agilizar todo o desenvolvimento e de manter
modelos atribuem níveis de maturidade às
os custos dentro de seus orçamentos.
empresas. Esses níveis de maturidade ser-
As empresas buscam adotar normas de vem como um “marcador” do nível de garan-
qualidades sugeridas por especialistas que tia de qualidade e de desenvolvimento que
visam normalizar e garantir a qualidade dos a empresa dá aos seus processos (LUZ et al.,
processos de desenvolvimento de software. 2016).
E, a partir da necessidade de cada empresa,
ATENÇÃO: Você, como gestor da área de tecnologia da informação e comunicação, deve se preo-
cupar com a qualidade do produto final a ser entregue ao seu cliente, mas também com a qualidade dos
processos de desenvolvimento de software, que são essenciais para a continuidade do serviço.
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ENGENHARIA DE SOFTWARE ração o desenvolvimento de software com
relação custo benefício adequada.
Para Luz et al (2016), a engenharia de sof-
tware é uma área de conhecimento que se con- 6. Qualidade de software.
centra nos aspectos práticos da produção de um 7. Produtividade no desenvolvimento, opera-
sistema, voltada principalmente para a produção ção e manutenção de software.
e manutenção. A engenharia de software utiliza
8. Qualidade versus Produtividade.
modelos e metodologias na produção de siste-
mas com a finalidade de garantir sua qualidade e 9. Permitir que profissionais tenham controle
usabilidade. Além disso, ela busca oferecer mo- sobre o desenvolvimento de software den-
delos e métodos para auxiliar no planejamento e tro de custos, prazos e níveis de qualidade
gerenciamento dos projetos de software. desejados.
18
de software atenda às necessidades explícitas e CAPABILITY MATURITY MODEL INTEGRA-
implícitas de seus usuários. Entretanto, não se TION
obtém qualidade do produto de forma espontâ-
Segundo Tiossi e Gasparato (2017), apoiado
nea. Ela tem de ser construída. Assim, a qualida-
em Kerzner (2006), a maturidade em gerencia-
de do produto depende fortemente da qualidade
mento de projetos acontece com o desenvolvi-
de seu processo de desenvolvimento (DUARTE;
mento de sistemas e processos que são natural-
FALBO, 2000) e isso envolve melhoria de pro-
mente repetitivos e por isso, as chances de ter
cessos.
sucesso tornam-se altamente prováveis. Além
A qualidade de software específica a partir do mais, a maturidade é algo particular de cada
de guias e modelos as melhores práticas de ges- empresa e acontece conforme suas estratégias
tão de projetos que auxiliam e buscam obter me- gerenciais e o grau de percepção é um dos fato-
lhores resultados na integração de escopos, cus- res que definem a rapidez com que a mudança
tos, riscos e tempo. Dentre esses modelos temos vai ocorrer. A maturidade acontece conforme a
grandes exemplos como o CMMI (Capability Ma- naturalidade de execução também acontece.
turity Model Integration) e o MPS.br (Melhoria de
Ainda para os autores, de acordo com Silvei-
Processos do Software Brasileiro), eles possuem
ra (2008), empresas que apresentam elevado ní-
uma divisão de níveis de qualidade que são ava-
vel de maturidade em gestão de projetos estão
liados a partir de atividades distintas dentro da
mais bem posicionadas no mercado, contribuin-
empresa, podendo assim especificar à empresa
do para uma elevada vantagem competitiva nos
um tipo de “nível de qualidade” baseado em suas
negócios.
próprias atividades e em como elas são geridas
(LUZ et al., 2016). Capability Maturity Model Integration
(CMMI) é um modelo de melhoria de processos
Muitas vezes, características de qualidade
que, segundo Luz et al. (2016), tem o objetivo
não podem ser medidas diretamente através de
de auxiliar as organizações na melhoria de seus
métricas, sendo necessário decompô-las em sub-
processos de desenvolvimento e manutenção
-características. Assim, há características que são
de produtos e serviços. Para os autores, “a qua-
diretamente mensuráveis e outras que são ape-
lidade de software é altamente dependente e
nas indiretamente mensuráveis. Uma caracterís-
influenciada pela qualidade do processo que o
tica diretamente mensurável possui uma métrica
desenvolve e o manterá”.
correlacionada, à qual, através de uma medição,
se aplica uma medida. As características indire- O CMMI consiste nas melhores práticas di-
tamente mensuráveis podem ser descritas em recionadas ao desenvolvimento e à manutenção
termos de outras características, sendo calcula- de produtos e dos serviços, abrangendo todo o
da, em última instância, via características dire- ciclo de vida do produto, desde sua concepção
tamente mensuráveis (DUARTE; FALBO, 2000). até a sua entrega e manutenção. Muitas orga-
nizações no mundo todo têm adotado este mo-
Você conhece o CMMI?
delo com o objetivo de possibilitar a elevação da
maturidade da capacidade de suas equipes nas
atividades relacionadas ao software (MORGA-
DO et al., 2007).
19
Segundo Quintella e Rocha (2007), o CMMI, • Nível 5 - Otimizado: existe uma melhoria
que aplica o mesmo conceito de gerenciamen- contínua dos processos.
to de processos do Six-Sigma e do “Total Quality
Management”, com algumas similaridades com a
norma ISO 9000:2000, vem desde então tendo
crescente utilização no meio empresarial em uti-
lizações não mais limitadas ao desenvolvimento
de software (DAVENPORT, 2005).
20
O não atendimento a qualquer das metas,
faz com que a área de processo como um todo
seja avaliada como “não satisfeita”, visto que os
processos “não alcançam seus potenciais totais,
até que a base adequada seja estabelecida” e,
desta forma, tendem a falhar em condições de
estresse (QUINTELLA; ROCHA, 2007).
21
DESAFIO
Caro(a) acadêmico(a), que bom que você chegou até aqui.
Se você está neste desafio é porque você leu todo o material de estudos
(texto-base e leituras complementares) e respondeu o questionário.
Vamos lá?
Observe a Figura:
22
LEITURA COMPLEMENTAR
A título de leitura complementar, para se aprofundar nas questões tratadas nessa unidade, são
sugeridas três leituras:
Uma gestão de projetos alinhada aos propósitos organizacionais e que traga resultados conforme
as expectativas do negócio é o fundamento de todo e qualquer esforço de um gestor de projetos.
Uma organização que desenvolve seus produtos e serviços em conformidade com as técnicas es-
pecíficas de gerenciamento de projetos tende a apresentar melhores resultados e a enfrentar de
forma mais segura e promissora aos desafios constantes do mercado.
TIOSSI, Fabiano Martin; GASPARATO, Fernando. Gestão de projetos e seus modelos de maturidade. Org. Soc.,
Iturama (MG), v. 5, n. 4, p. 104-115, jul./dez. 2016. Disponível em: https://faculdadeprojecao.nucleoead.net/pos/
mod/resource/view.php?id=297. Acesso em: 5 out. 2020.
A busca pela qualidade de software leva à adoção de boas práticas no processo do desenvolvimen-
to de software, como as práticas especificadas pelo modelo de maturidade do CMMI. A implan-
tação do CMMI, entretanto, constitui um processo penoso e demorado. Além disso, a qualidade
deste processo afeta diretamente os resultados obtidos.
MORGADO, GIsele P. et al. Práticas do CMMI: como regras de negócio. Produção, v. 17, n. 2, p. 383-394, maio/
ago. 2007. Disponível em: https://faculdadeprojecao.nucleoead.net/pos/mod/resource/view.php?id=298. Acesso
em: 5 out. 2020.
23
SAIBA +
Dalfovo (2016) apresenta o estudo da ITIL e da metodologia CMMI-SVC;
a integração entre as melhores práticas da ITIL e o modelo de avaliação de
processos do CMMI-SVC; o desenvolvimento de uma aplicação que per-
mita a avaliação dos processos. O autor apresenta um estudo e desenvol-
vimento de uma aplicação que integra as melhores práticas de Tecnolo-
gia da Informação (TI) definidas pela organização internacional Office of
Governant Commerce (OGC), definidas em sua metodologia Information
Technology Infrastructure Library (ITIL) e o modelo Capability Maturity Mo-
del Integration for Services (CMMI-SVC), no que diz respeito à avaliação
de processos destinada à gestão de serviços e a medição dos resultados
alcançados com a adoção das melhores práticas da ITIL nas organizações.
24
Referências
DAVENPORT, T. The Coming Commoditization of Process. HBR, v. 83, n. 6, p. 101-108, Jun 2005.
DUARTE, Katia Cristina; FALBO, Ricardo A. Uma ontologia de qualidade de software. In: WORKSHOP
DE QUALIDADE DE SOFTWARE, 2000, João Pessoa. p. 275-285.
KERZNER, H. Gestão de projetos: as melhores práticas. 2. ed. São Paulo: Bookman, 2006.
LUZ, Kerlla Souza; LOPES, Rayan Felipe Patrício; SILVA, Willians Paulo da. Mapeamento da utilização
de modelos MPS. br e CMMI para melhorias no processo de desenvolvimento de software no mer-
cado nacional. Tecnologias em Projeção, v. 7, n. 1, p. 62-69, 2016.
MIYASHIRO, Magda Aparecida Silvério. Uma ferramenta de apoio ao diagnóstico do nível de matu-
ridade utilizando um modelo de rede neural. 2007. Dissertação (Mestrado em Computação Aplica-
da) – Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, São José dos Campos, 2007. Disponível em: https://
faculdadeprojecao.nucleoead.net/pos/mod/resource/view.php?id=299. Acesso em: 5 out. 2020.
MORGADO, GIsele P. et al. Práticas do CMMI: como regras de negócio. Produção, v. 17, n. 2, p.
383-394, maio/ago. 2007. Disponível em: https://faculdadeprojecao.nucleoead.net/pos/mod/re-
source/view.php?id=298. Acesso em: 5 out. 2020.
QUINTELLA, Heitor Luiz Murat de Meirelles; ROCHA, Henrique Martins. Nível de maturidade e
comparação dos PDPs de produtos automotivos. Production, v. 17, n. 1, p. 199-215, 2007.
TIOSSI, Fabiano Martin; GASPARATO, Fernando. Gestão de projetos e seus modelos de maturidade.
Org. Soc., Iturama (MG), v. 5, n. 4, p. 104-115, jul./dez. 2016. Disponível em: https://faculdadepro-
jecao.nucleoead.net/pos/mod/resource/view.php?id=297. Acesso em: 5 out. 2020.
25
MÓDULO 3
PROGRAMA DE MELHORIA DE PROCESSOS DE
SOFTWARE BRASILEIRO PART. 1
APRESENTAÇÃO
Caro estudante, seja bem-vindo ao terceiro módulo da componente curricular “Modelo de
maturidade de processos”. Neste módulo, apresentaremos o programa MPS.BR, que é voltado
para a maturidade de processos de software brasileiros, visando a melhoria e a qualidade dos
serviços e produtos de TI.
27
O projeto Melhoria de Processo do Softwa- de que seguem padrões específicos importantes
re Brasileiro (MPS.Br) visa a implementação das e que derivam de boas práticas de desenvolvi-
melhores práticas nos processos de desenvolvi- mento, fator que também aumenta sua eficiên-
mento de software nas empresas que constituem cia. O fator da qualidade dos produtos é também
o mercado tecnológico, abrindo portas para a um reflexo e resultado irrefutável, visto que a
competitividade entre empresas tanto nacional qualidade é um campo complexo que tem suas
quanto internacionalmente, mediante o incenti- raízes em áreas como a processual. O uso de
vo à padronização e implantação eficaz dos pro- boas práticas de Engenharia de Software pode
cessos, voltados para a sua melhoria constante. melhorar o desempenho das organizações com
O MPS.Br também busca a compatibilidade de respeito a custo, prazo, produtividade, qualidade,
suas métricas de avaliação com as já existentes satisfação do cliente, retorno do investimento e
no mercado, apresentando-se como uma alter- aumento de sua vantagem competitiva. A noto-
nativa mais barata e tão eficaz quanto, por exem- riedade do MPS.Br em relação ao mercado de TI,
plo, ao Capability Maturity Model - Integration entretanto, é menos marcante que outros méto-
ou Modelo de Maturidade em Capacitação - In- dos avaliativos de referência, o que torna o ma-
tegração (CMMI) — um modelo de referência vol- terial disponível referente ao modelo um pouco
tado para a maturidade da organização mediante escasso (LUZ et al., 2016).
a melhoria de seus processos, porém mais enxu-
O MPS.br é uma adaptação do CMMI para
to que o MPS.Br. O MPS.Br difere-se de outros
o mercado nacional, o seu objetivo também é
modelos por ser um projeto de rica base técnica,
a melhoria dos processos de desenvolvimento
indo além do CMMI, apresentando-se como um
e manutenção de produto e serviços. Conside-
programa que busca alinhar-se às normas e mo-
rando um marco que representa a evolução da
delos de referência de qualidade e maturidade
qualidade do software desenvolvido no país, ele
mais evidentes no âmbito empresarial normativo
trouxe ganhos comprovados de competitividade
de TI. Seus componentes dividem-se em mode-
para a indústria nacional. O MPS.br apresenta 7
los de referência, serviços e avaliação, tornando
níveis de maturidade, que são:
seu alcance à diversidade de serviços tecnológi-
cos e sua inteligência de negócio amplos e flexí- • A: Em Otimização: há a preocupação com
veis. Devido à grande variedade de referências, questões como inovação e análise de causas.
avalia e orienta as empresas desde sua rede de
• B: Gerenciado Quantitativamente: avalia-se
processos até os serviços e à qualidade dos pro-
o desempenho dos processos, além da sua
dutos (LUZ et al., 2016).
gerência quantitativa.
Tendo em vista os aspectos apresentados, • C: Definido: aqui ocorre o gerenciamento de
são diversas as vantagens que se apresentam da riscos.
utilização do MPS.Br em uma empresa. O custo
• D: Largamente Definido: envolve verifica-
benefício é notório, uma vez que se trata de uma
ção, validação, além da liberação, instalação
métrica mais barata que apresenta um sistema
e integração de produtos, dentre outras ati-
avaliativo muito similar às suas alternativas. A
vidades.
maturidade que a empresa pode adquirir através
de sua utilização e das conquistas de nivelamen- • E: Parcialmente Definido: considera proces-
to resulta em produtos de softwares de qualida- sos como treinamento, adaptação de pro-
28
cessos para gerência de projetos, além da • UEP – Unidade de Execução
preocupação com a melhoria e o controle do
• FCC – Fórum de Credenciamento de Con-
processo organizacional.
trole: Unidade de apoio para as atividades da
• F: Gerenciado: introduz controles de medi- UEP, que se responsabiliza pela emissão de
ção, gerência de configuração, conceitos so- pareceres sobre decisões da SOFTEX, cre-
bre aquisição e garantia da qualidade. denciamento de instituições implementado-
• G: Parcialmente Gerenciado: neste ponto ras, avaliadoras e de consultoria, monitora-
inicial deve-se iniciar o gerenciamento de re- mento de resultados, entre outros.
quisitos e de projetos. • ETM – Equipe Técnica do Modelo: Também
unidade de apoio para UEP, que visa apoiar
O objetivo do MPS.Br é promover a concor-
a SOFTEX em áreas estratégicas, de tomada
rência entre as organizações pela melhoria de
de decisão, propor ações de capacitação de
seus processos e incentivar boas práticas de de-
profissionais, apoiar a SOFTEX em tarefas de
senvolvimento, na oferta de bons produtos com
divulgação dos modelos MPS e organização
qualidade pela eficácia de suas redes processu-
de Workshops, entre outros.
ais.
Uma das principais bases para o desenvolvi-
De acordo com a SOFTEX (2020),
mento do artigo é o Guia Geral MPS de Software,
o programa tem duas metas a serem alcançadas por tratar de processos direcionados aos resulta-
a médio e longo prazo, são elas: a) meta técnica, dos do produto de software e apresentar uma
visando o aprimoramento do programa; e b) síntese dos componentes principais do MPS.Br.
meta de negócio, visando 37 à disseminação e O MPS.Br, porém, constitui-se em um progra-
viabilização na adoção dos Modelo MPS.Br para a
ma de rica documentação de guias direcionados
melhoria da competitividade das micro, pequenas e
às empresas e organizações implementadores e
médias empresas quanto em grandes organizações
avaliadoras, baseados nos mais relevantes mode-
privadas e governamentais.
los de referência internacionais, como apresenta
O programa conta também com as seguintes a Figura a seguir:
estruturas:
SOFTEX (2020).
29
Com a sua adoção, as empresas podem ava- Produtividade de software
liar seus métodos e processos dentro de um con-
É um dos principais nortes do MPS.Br,
junto de requisitos e parâmetros. A maturidade é
buscando tornar o processo de desenvolvimento
dividida em níveis, que são atribuídos às empre-
do software o mais eficiente e eficaz possível,
sas avaliadas. Cada nível evidencia a capacidade
juntamente ao acompanhamento constante
e a competência da organização para executar
de seu desempenho. Visa trazer resultados de
processos de acordo com atributos específicos,
qualidade e bons resultados, com origens em
promovendo o autoconhecimento, o incentivo a
processos bem planejados e estruturados de uma
competitividade e ao progresso e o estabeleci-
rede madura, mas também fruto de um trabalho
mento de metas.
produtivo em todo o ciclo de vida de software.
A capacidade de processo
CAPACIDADE DE PROCESSOS
Consiste em um dos fatores métricos para a
Para Luz et al. (2016), a capacidade de Pro-
avaliação de melhorias e maturidade de proces-
cessos é um dos aspectos principais para o ni-
sos de software. Quanto maior a capacidade de
velamento de maturidade das empresas, sendo
processo, mais atributos de processo este aten-
representada por um conjunto de atributos de
de, e mais eficiência é observada na sua execu-
processo. Visa expressar o grau de excelência e
ção. É intrinsecamente conectada aos níveis de
aprimoramento referente à execução dos pro-
maturidade de uma empresa, e reflete nos pro-
cessos na organização. Funciona de tal forma
dutos resultantes das redes processuais estabe-
que, a cada nível de maturidade atingido, atinge-
lecidas (LUZ et al., 2016).
-se também um maior nível de capacidade para
A melhoria da qualidade executar os processos referentes a este. A capa-
cidade dos processos de uma empresa é repre-
É uma atividade contínua, que visa a melhoria
sentada, portanto, por atributos do processo.
dos principais fatores qualitativos para avaliar
Os atributos do processo (AP) são fatores
o desenvolvimento e os produtos de software.
exigidos a cada nível de processo que corres-
“Significa que todos os processos empresariais,
ponde ao nível de maturidade que a organização
sejam produtivos ou administrativos, podem
atingiu ou pretende atingir. A realização e exe-
e devem ser continuamente avaliados e
cução de determinados atributos de processo
melhorados” (TOLEDO, 2010).
atingirá níveis de capacidade de processo, que
A empresa que investe na melhoria de qua- são cumulativos e, por sua vez, descritos por atri-
lidade investe também em processos, metodo- butos de processo.
logias e ferramentas voltadas para melhores re- Segundo a SOFTEX (2016), “o atendimento
sultados de qualidade, com as devidas unidades aos atributos do processo (AP) é requerido para
métricas e aprimoramento dos recursos. Um dos todos os processos no nível correspondente ao
principais conceitos de produtividade é a relação nível de maturidade, embora eles não sejam de-
entre entradas e saídas de um processo (MELO; talhados dentro de cada processo”.
KON, 2011).
Em uma estrutura lógica, o MPS.br contém níveis de maturidade. Cada nível de maturidade contém proces-
sos. Cada processo contém atributos do processo.
30
O Quadro a seguir sistematiza a estrutura do MPS.br:
NÍVEL DE
PROCESSOS ATRIBUTOS DO PROCESSO
MATURIDADE
G Gerência de Requisitos, Gerência de Projetos AP 1.1 e AP 2.1
Segundo Luz et al. (2016), os atributos do cia superior, que procura tratar questões críticas
processo e seus requisitos principais são: mediante os resultados apresentados. A partir
do nível F de maturidade, as conformidades dos
AP 1.1 – Processo Executado: Atingido pelo
processos executados de acordo com as descri-
processo cujo propósito é alcançado, produzindo
ções dos processos também são diagnosticadas.
resultados definidos.
AP 2.2 – Os Produtos do Trabalho do Pro-
AP 2.1 – Execução do Processo é Gerencia-
cesso são Gerenciados: Os requisitos para a do-
da: É o atributo responsável por medir o nível
cumentação e controle do processo são devida-
de gerenciamento do processo. Caracteriza-se
mente identificados, bem como seus produtos,
pela existência de uma política organizacional,
que também são documentos e submetidos aos
planejamento da execução do processo e seu
níveis de controle. Há a avaliação objetiva dos
monitoramento. As competências estabelecidas
produtos de trabalho de acordo com padrões e
são executadas por pessoas preparadas, e as ati-
requisitos, a fim de diagnosticar as não confor-
vidades e resultados são revistos com a gerên-
midades.
31
AP 3.1 – O Processo é Definido: Consiste na lise baseada nas causas especiais de variação do
medição do quanto o processo padrão apoia sua processo, o desempenho deve ser conhecido e
adaptação para um processo definido. É atingi- especificado, as ações corretivas necessárias de-
do quando a organização possui uma definição vem ser aplicadas, e as análises complementa-
própria de processo padrão, com suas respecti- res realizadas. Há também o estabelecimento de
vas diretrizes, situações específicas, sequência Modelos de Desempenho e sua execução, para
de execução, sua iteração com outros processos, fins avaliativos.
definição e estabelecimento de papéis e compe-
AP 5.1 – O processo é objeto de Melhorias
tências, além de infraestrutura adequada para a
Incrementais e Inovações: Cumpre-se com: A ma-
execução do processo.
nutenção dos objetivos de negócio com base nas
AP 3.2 – O Processo está Implantado: O estratégias de negócio, a definição dos objetivos
processo é baseado nas diretrizes estabelecidas de melhoria do processo com base no desempe-
previamente do processo padrão. A infraestru- nho avaliado, a identificação dos dados que mais
tura requisitada está disponível no ambiente de influenciam o desempenho do processo, a sele-
trabalho e os dados são coletados e analisados ção de dados analisados para buscar a origem de
para diagnósticos e produção de relatórios. problemas a fim de propor-se soluções, a análise
de dados para identificar oportunidades de me-
AP 5.1 O Processo é Objeto de Análise
lhoria (além de avaliadas e selecionadas),definir
Quantitativa: Atributo de processo voltado e di-
melhores práticas a serem tomadas, e estabele-
recionado para melhorias dos processos defini-
cimento de uma estratégica para implementação
dos. Completa-se com ao alinhamento dos pro-
das melhores práticas selecionadas.
cessos a objetivos quantitativos pré-definidos,
as necessidades de informação para o alcance AP 5.2 – O processo é objeto de implemen-
das metas, a definição dos objetivos de medição, tação de melhorias inovadoras e incrementadas:
mensurabilidade dos relacionamentos entre os Este atributo final visa implementar as melhorias
elementos do processo, e qualidade e desem- identificadas, selecionas e avaliadas previamen-
penho do processo para respectivo alinhamento te. Neste atributo, avalia-se estas mudanças de
às necessidades. Estabelece também que sejam acordo com os objetivos definidos do processo,
selecionados os processos que serão objeto de gerencia-se a aplicação de mudanças e de ações
análise de desempenho, e que as medidas para para solução de problemas, a fim de acompanhar
a análise sejam identificadas no Plano de Medi- as melhorias selecionadas. É importante arma-
cação da organização. Os resultados devem ser zenar os dados da análise e da solução de pro-
coletados, validados e reportados para monito- blemas, a fim de gerar conhecimento estratégico
ramento. para a empresa lidar com problemas posteriores.
32
DESAFIO
Caro(a) acadêmico(a), que bom que você chegou até aqui.
Se você está neste desafio é porque você leu todo o material de estu-
dos (texto-base e leituras complementares) e respondeu o questioná-
rio.
Vamos lá?
Observe a Figura:
33
LEITURA COMPLEMENTAR
A título de leitura complementar, para se aprofundar nas questões tratadas nessa unidade, são
sugeridas três leituras:
2. MPS.BR: Promovendo a adoção de boas práticas de engenharia de software pela indústria bra-
sileira
O modelo MPS foi desenvolvido no contexto do MPS.BR. Programa a fim de atender às necessida-
des de negócios de software da indústria brasileira. Neste artigo, apresentamos a versão atual do
modelo MPS, resultados quantitativos de sua adoção e resultados de desempenhos qualitativos
obtidos por organizações de software que adotaram o modelo, reunidas por meio de uma estraté-
gia experimental baseada em pesquisas aplicadas durante dois anos consecutivos.
KALINOWSKI, Marcos et al. MPS.BR: promovendo a adoção de boas práticas de engenharia de software pela in-
dústria brasileira. [S. I.]. [20--]. Disponível em: https://faculdadeprojecao.nucleoead.net/pos/mod/resource/view.
php?id=301. Acesso em: 5 out. 2020.
3. Uma análise das metodologias ágeis FDD e Scrum sob a perspectiva do modelo de qualidade
MPS.BR
Este trabalho analisa a viabilidade do emprego das metodologias ágeis FDD e Scrum para se atingir
os níveis de maturidade do MPS.BR. Todos os níveis do MPS.BR são investigados, tomando-se por
base os resultados esperados dos processos que compõe cada nível. O resultado sumarizado desta
análise é aqui discutido, permitindo-se constatar a parcial aderência das metodologias ao modelo.
SILVA, F. G.; HOENTSCH, S. C. P., SILVA, L. Uma análise das metodologias ágeis FDD e Scrum sob a perspectiva
do modelo de qualidade MPS.BR. Scientia Plena, v. 5, n. 12, 2009. Disponível em: https://faculdadeprojecao.nu-
cleoead.net/pos/mod/resource/view.php?id=302. Acesso em: 5 out. 2020.
34
SAIBA +
Santos (2011) apresentou um estudo baseado em uma revisão sistemática
de literatura para avaliar a influência e o impacto do MPS.br na produção
científica relacionada à qualidade de software no país. O autor considera
que o Programa Brasileiro de Melhoria de Processos de Software (MPS.BR)
é uma iniciativa para melhorar a capacidade de desenvolvimento de softwa-
re nas organizações brasileiras iniciada em 2003. O impacto do MPS.BR na
indústria de software brasileira pode ser observado, por exemplo, a partir
de indicadores de desempenho medidos.
35
Referências
LUZ, Kerlla Souza et al. Melhores práticas para implantação do MPS. Br em Software House. Tecno-
logias em Projeção, v. 7, n. 1, p. 34-48, 2016.
MELO, Claudia de O.; KON, Fabio. Produtividade de times ágeis: definições e fatores de influência.
Revista Engenharia de Software Magazine, v. 43, 2011. Disponível em: http://www.devmedia.com.
br/produtividade-de-times-ageis-definicoes-e-fatores-deinfluencia-revista-engenharia-de-softwa-
re-magazine-43/23041. Acesso em: jul. 2020.
SILVA, F. G.; HOENTSCH, S. C. P., SILVA, L. Uma análise das metodologias ágeis FDD e Scrum sob
a perspectiva do modelo de qualidade MPS.BR. Scientia Plena, v. 5, n. 12, 2009. Disponível em:
https://faculdadeprojecao.nucleoead.net/pos/mod/resource/view.php?id=302. Acesso em: 5 out.
2020.
TOLEDO, José Carlos. Melhoria da qualidade e MASP. 2010. Disponível em: http://www.gepeq.
dep.ufscar.br/arquivos/Apostila%20MELHORIA%20da%20Q%20e%20 MASP%20-%20220808.
pdf. Acesso em: jul 2020.
WEBER, Kival et al. Melhoria de processo do software brasileiro (MPS.BR): um programa mobiliza-
dor. [S. I.]. [2006]. Disponível em: https://faculdadeprojecao.nucleoead.net/pos/mod/resource/view.
php?id=300. Acesso em: 5 out. 2020.
ZABEU, Ana Cecília Peixoto, JOMORI, Sergio Massao, VOLPI, Renato Luiz Della. A importância da
qualidade no desenvolvimento de software. Banas Qualidade, nov. 2006. Disponível em: http://
www.asrconsultoria.com.br/downloads/pdf/A%20importancia%20da%20qualidad e%20no%20de-
senvolvimento%20de%20software.pdf. Acesso em: jul 2020.
36
M Ó DULO 4
PROGRAMA DE MELHORIA DE PROCESSOS DE
SOFTWARE BRASILEIRO PART. 2
APRESENTAÇÃO
Caro estudante, seja bem-vindo ao quarto módulo da componente curricular “Modelo
de maturidade de processos”. Neste módulo, aprofundaremos mais na estrutura e processos
do MPS.br. Vimos no módulo anterior que o MPS.br contém níveis, processos e atributos do
processo. Agora, vamos apresentar a descrição detalhada dos processos, com base no docu-
mento oficial da SOFTEX, que é o Guia Geral MPS de Serviços.
38
ços que não progrediram conforme os acordos ponsabilidades da operação de um ou mais ser-
de nível de serviço são escalonados, quando ne- viços a serem realizados de forma a atender aos
cessário. requisitos acordados para a operação do serviço.
Também tem o propósito de prover informações
GIS 6. Informações a respeito da situação ou
sobre o andamento da execução do serviço per-
progresso de um incidente ou solicitação de ser-
mitindo a realização de correções, quando hou-
viço são comunicadas às partes interessadas.
ver desvios significativos em seu desempenho.
Processo: Gerência de Nível de Serviço – GNS O propósito deste processo evolui à medida que
a organização cresce em maturidade. Assim, a
Nível MR-MPS-SV: G – Parcialmente Gerenciado partir do nível E, alguns resultados evoluem e
Propósito: O propósito do processo Gerência outros são incorporados, de forma que a gerên-
de Nível de Serviço é garantir que os acordos de cia da operação do serviço passe a ser realizada
nível de serviço para cada cliente sejam definidos com base no processo definido para os serviços
e atendidos. e nos planos integrados. No nível B, a gerência
da operação do serviço passa a ter um enfoque
Resultados esperados: quantitativo, refletindo a alta maturidade que se
espera da organização. Novamente, alguns resul-
GNS 1. Serviços, seus requisitos e depen-
tados evoluem e outros são incorporados.
dências são identificados.
Resultados esperados:
GNS 2. Requisitos dos serviços e de seus
atendimentos são definidos em um Acordo de GOS 1. Uma estratégia para operação e en-
Nível de Serviço (ANS). trega de serviços é estabelecida e mantida.
39
identificados e o seu impacto, probabilidade de GOS 14. Os riscos são monitorados em rela-
ocorrência e prioridade de tratamento são deter- ção ao planejado.
minados e documentados.
GOS 15. A comunicação e o envolvimento
GOS 7. (Até o nível F) Os recursos humanos das partes interessadas na operação do serviço
e materiais necessários para a operação do ser- são monitorados.
viço são planejados.
GOS 16. Problemas identificados na opera-
GOS 7. (A partir do nível E) Os recursos hu- ção dos serviços são registrados e ações para
manos e materiais para a operação do serviço são corrigir desvios em relação ao planejado e para
planejados e o ambiente de trabalho necessário prevenir a repetição dos problemas identificados
para executar a operação do serviço é planejado são estabelecidas, implementadas e acompanha-
a partir dos ambientes padrão de trabalho da or- das até a sua conclusão.
ganização.
GOS 17. A manutenção do sistema de ser-
GOS 8. Os dados relevantes da operação do viços é realizada para garantir a continuidade da
serviço são identificados e planejados quanto à entrega dos serviços.
forma de coleta, armazenamento e distribuição.
GOS 18. (A partir do nível E) Equipes envol-
Um mecanismo é estabelecido para acessá-los,
vidas na operação do serviço são estabelecidas
incluindo, se pertinente, questões de privacida-
e mantidas a partir das regras e diretrizes para
de e segurança.
estruturação, formação e atuação.
GOS 9. A comunicação e o envolvimento das
GOS 19. (A partir do nível E) Experiências
partes interessadas são planejados e mantidos.
relacionadas aos processos são estabelecidas e
GOS 10. A viabilidade de atingir as metas da contribuem com os ativos de processo organi-
operação do serviço é avaliada, desde o início de zacional.
novas operações e ao longo das operações exis-
GOS 20. (A partir do nível E) Um processo
tentes, considerando restrições e recursos dis-
definido para a operação do serviço é estabele-
poníveis. Se necessário, ajustes são realizados.
cido de acordo com a estratégia para adaptação
GOS 11. O Plano de Operação do Serviço é do processo padrão da organização.
revisado com todos os interessados e o compro-
GOS 21. (A partir do nível B) Os objetivos de
misso com este é obtido e mantido.
qualidade e de desempenho do processo defini-
GOS 12. O escopo, as tarefas, as estimativas, do para a operação do serviço são estabelecidos
o orçamento, custo e programação de toda ope- e mantidos.
ração do serviço são monitorados em relação ao
GOS 22. (A partir do nível B) O processo de-
planejado.
finido para a operação do serviço que possibilita
GOS 13. Os recursos materiais e humanos atender seus objetivos de qualidade e de desem-
bem como os dados relevantes da operação do penho é composto com base em técnicas esta-
serviço são monitorados em relação ao planeja- tísticas e outras técnicas quantitativas.
do.
GOS 23. (A partir do nível B) Processo / Sub
40
processos e atributos críticos para avaliar o de- Resultados esperados:
sempenho e que estão relacionados ao alcance
AQU 1. As necessidades de aquisição, as
dos objetivos de qualidade e de desempenho do
metas, os critérios de aceitação do serviço ou
processo para operação do serviço são selecio-
produto, os tipos e a estratégia de aquisição são
nados.
definidos.
GOS 24. (A partir do nível B) Medidas e téc-
AQU 2. Os critérios de seleção do fornece-
nicas analíticas são selecionadas para serem uti-
dor são estabelecidos e usados para avaliar os
lizadas na gerência quantitativa.
potenciais fornecedores.
GOS 25. (A partir do nível B) O desempenho
AQU 3. O fornecedor é selecionado com
dos processos / sub processos escolhidos para
base na avaliação das propostas e dos critérios
gerência quantitativa é monitorado usando téc-
estabelecidos.
nicas estatísticas e outras técnicas quantitativas.
AQU 4. Um acordo que expresse claramente
GOS 26. (A partir do nível B) A operação do
as expectativas, responsabilidades e obrigações
serviço é gerenciada usando técnicas estatísticas
de ambas as partes (cliente e fornecedor) é esta-
e outras técnicas quantitativas para determinar
belecido e negociado entre elas.
se os objetivos de qualidade e de desempenho
do processo serão atingidos. AQU 5. Um serviço ou produto que satisfaça
a necessidade expressa pelo cliente é adquirido
GOS 27. (A partir do nível B) Questões que
baseado na análise dos potenciais candidatos.
afetam os objetivos de qualidade e de desempe-
nho do processo da operação do serviço são alvo AQU 6. A aquisição é monitorada de forma
de análise de causa raiz. que as condições especificadas sejam atendidas,
tais como custo, cronograma e qualidade, geran-
Nível F – Gerenciado
do ações corretivas, quando necessário.
O nível de maturidade F é composto pelos
AQU 7. O serviço ou produto é entregue e
processos do nível de maturidade anterior (G)
avaliado em relação ao acordado e os resultados
acrescidos dos processos Aquisição, Gerência de
são documentados.
Configuração, Garantia da Qualidade, Gerência
de Problemas, Gerência de Portfólio de Opera- AQU 8. O serviço ou produto adquirido é
ção de Serviços e Medição. Neste nível a imple- incorporado à operação do serviço, caso perti-
mentação dos processos deve satisfazer os atri- nente.
butos de processo AP 1.1, AP 2.1 e AP 2.2.
Processo: Gerência de Configuração – GCO
Processo: Aquisição – AQU
Nível MR-MPS-SV: F - Gerenciado
Nível MR-MPS-SV: F - Gerenciado
Propósito: O propósito do processo Gerência
Propósito: O propósito do processo Aquisi- de Configuração é estabelecer e manter a inte-
ção é gerenciar a aquisição de serviços e pro- gridade de todos os produtos de trabalho de um
dutos que satisfaçam às necessidades expressas processo ou operação do serviço e disponibilizá-
pelo adquirente. -los a todos os envolvidos.
41
Resultados esperados: GQA 2. A aderência dos processos executa-
dos às descrições de processo, padrões e proce-
GCO 1. Um Sistema de Gerência de Confi-
dimentos é avaliada objetivamente.
guração é estabelecido e mantido.
GQA 3. As não-conformidades são identifi-
GCO 2. Os itens de configuração são identi-
cadas, registradas e comunicadas.
ficados com base em critérios estabelecidos.
GQA 4. Ações corretivas para as não-confor-
GCO 3. Os itens de configuração sujeitos a
midades são estabelecidas e acompanhadas até
um controle formal são colocados sob baseline.
as suas efetivas conclusões. Quando necessário,
GCO 4. A situação dos itens de configuração o escalonamento das ações corretivas para ní-
e das baselines é registrada ao longo do tempo e veis superiores é realizado, de forma a garantir
disponibilizada. sua solução.
42
Propósito: O propósito do processo Gerência GPS 8. A situação do portfólio de operações
de Portfólio de Operação de Serviços é iniciar de serviço é comunicada para as partes interes-
e manter operações de serviço que sejam ne- sadas, com periodicidade definida ou quando o
cessários, suficientes e sustentáveis, de forma a portfólio for alterado.
atender os objetivos de negócio da organização.
Processo: Medição – MED
Este processo compromete o investimento e os
recursos organizacionais adequados e estabele- Nível MR-MPS-SV: F - Gerenciado
ce a autoridade necessária para executar os ser-
Propósito: O propósito do processo Medição
viços selecionados.
é definir os objetivos da medição, identificar, do-
Resultados esperados: cumentar e manter um conjunto adequado de
medidas, definir os procedimentos para coleta,
GPS 1. As oportunidades de negócio, as ne-
armazenamento e análise das medidas, assim
cessidades e os investimentos são identificados,
como, coletar, armazenar, analisar e relatar os da-
qualificados, priorizados e selecionados em rela-
dos relativos às operações de serviço e aos pro-
ção aos objetivos de negócio da organização por
cessos implementados na organização, de forma
meio de critérios objetivos.
a apoiar os objetivos de negócio da organização.
GPS 2. Os recursos e orçamento para cada
Resultados esperados:
operação de serviço são identificados e aloca-
dos. MED 1. Objetivos de medição são estabele-
cidos e mantidos a partir dos objetivos de negó-
GPS 3. A responsabilidade e autoridade pelo
cio da organização e das necessidades de infor-
gerenciamento das operações de serviços são
mação de processos técnicos e gerenciais.
estabelecidas.
MED 2. Um conjunto adequado de medidas,
GPS 4. O portfólio de operações de serviço
orientado pelos objetivos de medição, é identifi-
é monitorado em relação aos critérios que foram
cado e definido, priorizado, documentado, revi-
utilizados para a priorização.
sado e, quando pertinente, atualizado.
GPS 5. Ações para corrigir desvios no por-
MED 3. Os procedimentos para a coleta e o
tfólio de operações de serviço e para prevenir a
armazenamento de medidas são especificados.
repetição dos problemas identificados são esta-
belecidas, implementadas e acompanhadas até a MED 4. Os procedimentos para a análise das
sua conclusão. medidas são especificados.
GPS 6. Os conflitos de recursos entre ope- MED 5. As medidas requeridas são coletadas
rações de serviços são tratados e resolvidos, de e analisadas.
acordo com os critérios utilizados para a priori-
MED 6. Os dados e os resultados das análi-
zação.
ses são armazenados.
GPS 7. Operações de serviços que atendem
MED 7. Os dados e os resultados das análi-
aos acordos e requisitos que levaram à sua apro-
ses são comunicados aos interessados e são uti-
vação são mantidas, e as que não atendem são
lizados para apoiar decisões.
redirecionadas ou canceladas.
43
Nível E – Parcialmente Definido AMP 4. Registros das avaliações realizadas
são mantidos acessíveis.
O nível de maturidade E é composto pelos
processos dos níveis de maturidade anteriores AMP 5. Os objetivos de melhoria dos pro-
(G e F), acrescidos dos processos Avaliação e cessos são identificados e priorizados.
Melhoria do Processo Organizacional, Definição
AMP 6. Um plano de implementação de me-
do Processo Organizacional, Gerência de Mu-
lhorias nos processos é definido e executado, e
danças, e Gerência de Recursos Humanos. O
os efeitos desta implementação são monitorados
processo Gerência da Operação do Serviço so-
e confirmados com base nos objetivos de melho-
fre sua primeira evolução, retratando seu novo
ria.
propósito: gerenciar a operação do serviço com
base no processo definido para a operação e nos AMP 7. Ativos de processo organizacional
planos integrados. Neste nível a implementação são implantados na organização.
dos processos deve satisfazer os atributos de
AMP 8. Os processos padrão da organização
processo AP 1.1, AP 2.1, AP 2.2, AP 3.1 e AP 3.2.
são utilizados em operações de serviços a serem
Processo: Avaliação e Melhoria do Processo Or- iniciados e, se pertinente, em operações de ser-
ganizacional – AMP viços em andamento.
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DFP 2. Uma biblioteca de ativos de processo GMU 4. Um cronograma de mudanças e li-
organizacional é estabelecida e mantida. berações é estabelecido e comunicado às partes
interessadas.
DFP 3. Tarefas, atividades, papéis e produtos
de trabalho associados aos processos padrão são GMU 5. As mudanças aprovadas são desen-
identificados e detalhados. volvidas e avaliadas antes de serem implantadas.
DFP 4. As descrições dos modelos de ciclo GMU 6. Mudanças que não tiveram sucesso
de vida a serem utilizados nas operações de ser- são revertidas ou remediadas, quando pertinen-
viços da organização são estabelecidas e manti- te.
das.
Processo: Gerência de Recursos Humanos –
DFP 5. Uma estratégia para adaptação do GRH
processo padrão é desenvolvida considerando Nível MR-MPS-SV: E – Parcialmente Definido
as necessidades das operações de serviços.
Propósito: O propósito do processo Gerência
DFP 6. O repositório de medidas da organi- de Recursos Humanos é prover a organização e
zação é estabelecido e mantido. as operações de serviços com os recursos hu-
DFP 7. Os ambientes padrão de trabalho da manos necessários e manter suas competências
organização são estabelecidos e mantidos. adequadas às necessidades do negócio.
Resultados esperados:
DFP 8. Regras e diretrizes para a estrutura-
ção, formação e atuação de equipes são estabe- GRH 1. As necessidades estratégicas da or-
lecidas e mantidas. ganização e das operações de serviços são re-
vistas para identificar recursos, conhecimentos e
Processo: Gerência de Mudanças – GMU
habilidades requeridos e, de acordo com a ne-
Nível MR-MPS-SV: E – Parcialmente Definido cessidade, planejar como desenvolvê-los ou con-
tratá-los.
Propósito: O propósito do processo Gerência de
Mudanças é assegurar que todas as mudanças GRH 2. Indivíduos com as habilidades e com-
que afetam os serviços sejam avaliadas, aprova- petências requeridas são identificados e recruta-
das, implementadas e revisadas de maneira con- dos.
trolada.
GRH 3. As necessidades de treinamento que
Resultados esperados: são responsabilidade da organização são identi-
ficadas.
GMU 1. As solicitações de mudanças são re-
gistradas e classificadas. GRH 4. Uma estratégia de treinamento é de-
finida, com o objetivo de atender às necessida-
GMU 2. As solicitações de mudanças são des de treinamento das operações de serviços e
avaliadas utilizando critérios definidos. da organização.
GMU 3. As solicitações de mudanças são GRH 5. Um plano tático de treinamento é
aprovadas antes das mudanças serem desenvol- definido, com o objetivo de implementar a estra-
vidas e implantadas. tégia de treinamento.
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GRH 6. Os treinamentos identificados como
sendo responsabilidade da organização são con-
duzidos e registrados.
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DESAFIO
Caro(a) acadêmico(a), que bom que você chegou até aqui.
Se você está neste desafio é porque você leu todo o material de estudos
(texto-base e leituras complementares) e respondeu o questionário.
Vamos lá?
Observe a Figura:
Agora, vamos para o nível mais alto e com processos mais complexos para a
gestão de processos. Imagine que você é gestor de TI e está implementan-
do melhoria de processos em sua organização. Ao relatar o resultado, você
diagnostica que sua organização está no nível B (gerenciado quantitativa-
mente) do MPS.br. Quais ações você adotaria para alcançar o último nível
do MPS.br?
Agora, a outra etapa do desafio (talvez mais difícil): qual seria a estratégia
para que a organização se mantenha no nível A?
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LEITURA COMPLEMENTAR
A título de leitura complementar, para se aprofundar nas questões tratadas nessa unidade, são
sugeridas três leituras:
1. Gestão Integrada – Uma ferramenta para atender aos processos de gerência de projetos e por-
tfólio do MPS.Br
Este artigo descreve uma ferramenta, denominada Gestão Integrada, cujo objetivo é agrupar todos
os documentos necessários para atender aos resultados esperados dos processos de Gerência de
Projetos (GPR) no nível G e Gerência de Portfólio (GPP) no nível F do MPS.Br. Esta ferramenta faz
parte de um ambiente integrado desenvolvido com o propósito de atender diversos processos do
MPS.Br.
SILVA, Simone V. et al. Gestão integrada – uma ferramenta para atender aos processos de gerência de projetos
e portfólio do MPS.Br. In: IV WORKSHOP DE GERENCIAMENTO DE PROJETOS DE SOFTWARE (WPGS 2011).
Disponível em: https://faculdadeprojecao.nucleoead.net/pos/mod/resource/view.php?id=303. Acesso em: 5 out.
2020.
Este Guia Geral MPS de Serviços visa descrever de forma detalhada o MR-MPS-SV e as definições
comuns aos diversos documentos que compõem o MR-MPS-SV. Este documento é destinado,
mas não está limitado, a organizações interessadas em utilizar o MR-MPS-SV para a melhoria de
seus processos de serviços, Instituições Implementadoras (II), Instituições Avaliadoras (IA) e outros
interessados em processos de serviços, que pretendam conhecer e utilizar o MR-MPS-SV como
referência técnica.
SOFTEX. MPS - Melhoria de processo de software e serviços - guia geral MPS de serviços. 2015. Disponível em:
https://faculdadeprojecao.nucleoead.net/pos/mod/resource/view.php?id=304. Acesso em: 5 out. 2020.
Este artigo apresenta sugestões de modificações necessárias para que uma organização que pos-
sua Extreme Programming como metodologia de processo, possa se adequar ao nível G ou F do
Modelo de Melhoria do Processo de Software Brasileiro. Neste caso a organização pode se benefi-
ciar de um processo disciplinado, de fácil implantação e de retorno de resultados rápido dados por
XP, ao mesmo tempo ter seu processo certificado por um modelo de qualidade consolidado (MPS.
Br) a um custo muito baixo tornandoa competitiva no mercado nacional.
SANTANA, Célio A.; TIMÓTEO, Aline L., VASCONCELOS, Alexandre M. L. Mapeamento do modelo de Melhoria do
Processo de Software Brasileiro (MPS.Br) para empresas que utilizam Extreme Programming (XP) como metodolo-
gia de desenvolvimento. In: V SIMPÓSIO BRASILEIRO DE QUALIDADE DE SOFTWARE – SBQS´2006. Disponível
em: https://faculdadeprojecao.nucleoead.net/pos/mod/resource/view.php?id=305. Acesso em: 5 out. 2020.
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SAIBA +
Gonçalez, Martins e Andrade (2012) apresentaram a diferença na qualidade
de um software desenvolvido por uma empresa que segue um padrão de
melhores práticas e uma empresa que não segue padrão algum no desenvol-
vimento dos seus softwares, tendo como referência o MPS.br da SOFTEX.
Nesta obra, os autores trazem alguns questionamentos, tais como: Qual
a melhor hora de introduzir um modelo de referência na minha empresa?
Essas práticas são indicadas para uma empresa pequena com poucos fun-
cionários? O que devo fazer primeiramente? Conseguirei retorno financeiro
investindo em qualidade de software? As repostas a estes questionamentos
são discutidas ao longo da obra.
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Referências
MARTINS, Ana Lúcia Alves; ANDRADE, Jaqueline; GONÇALEZ, Fernando Feliu. Qualidade de sof-
tware e a inserção do modelo MPS. BR nas empresas. TECNOLOGIAS EM PROJEÇÃO, v. 3, n. 2, p.
43-49, 2012. Disponível em: http://revista.faculdadeprojecao.edu.br/index.php/Projecao4/article/
view/287. Acesso em: 5 out. 2020.
SANTANA, Célio A.; TIMÓTEO, Aline L., VASCONCELOS, Alexandre M. L. Mapeamento do modelo
de Melhoria do Processo de Software Brasileiro (MPS.Br) para empresas que utilizam Extreme Pro-
gramming (XP) como metodologia de desenvolvimento. In: V SIMPÓSIO BRASILEIRO DE QUALIDA-
DE DE SOFTWARE – SBQS´2006. Disponível em: https://faculdadeprojecao.nucleoead.net/pos/
mod/resource/view.php?id=305. Acesso em: 5 out. 2020.
SILVA, Simone V. et al. Gestão integrada – uma ferramenta para atender aos processos de gerência
de projetos e portfólio do MPS.Br. In: IV WORKSHOP DE GERENCIAMENTO DE PROJETOS DE
SOFTWARE (WPGS 2011). Disponível em: https://faculdadeprojecao.nucleoead.net/pos/mod/re-
source/view.php?id=303. Acesso em: 5 out. 2020.
SOFTEX. MPS - Melhoria de processo de software e serviços - guia geral MPS de serviços. 2015.
Disponível em: https://faculdadeprojecao.nucleoead.net/pos/mod/resource/view.php?id=304.
Acesso em: 5 out. 2020.
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